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PRESCRICAO

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PRESCRIÇÃO – DIREITO PENAL – 20 PÁG
1. Prescrição da pretensão punitiva
	
	O artigo 109 do CP traz a tabela de prazos prescricionais: REDAÇÃO ANTERIOR!
“Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 109 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
	REDAÇÃO NOVA:
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
        I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
        II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
        III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
        IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
        V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
        VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
        Prescrição das penas restritivas de direito
        Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A prescrição da pretensão punitiva, se subdivide em:
Prescrição pela pena em ABSTRATO – também chamada de prescrição da ação (embora possa ocorrer durante o transcurso da ação penal).
Prescrição pela pena em CONCRETO – que, por sua vez, subdivide-se em:
- RETROATIVA.
- INTERCORRENTE.
CONCEITO: É a perda do direito de punir do Estado em face do não exercício do direito de ação dentro do prazo ou da demora da prolação da sentença final. Assim, esta forma de prescrição impede o início ou interrompe a ação que está em andamento. O autor da infração mantém-se primário.
É altamente recomendável que se trace um rascunho do iter temporal quando se for abordar uma questão de prescrição. Vejamos um exemplo básico, em um crime de procedimento ordinário (pois no rito do júri, por exemplo, há outras causas de interrupção que aqui não serão mencionadas):
1ª causa de interrupção da prescrição: recebimento da denúncia ou queixa
Trânsito em julgado da condenação
2ª causa de interrupção da prescrição: sentença condenatória
Fato criminal
Prescrição intercorrente
Prescrição da pretensão punitiva
Prescrição da pretensão executória
O prazo da prescrição da pretensão punitiva tem início na forma do artigo 111 do CP:
“Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.  (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012)”
Assim, na prescrição, aplica-se a teoria do resultado, quando o crime se consumou (contrariando a teoria da atividade, adotada para efeitos de tempo do crime); se o crime for tentado, a prescrição conta-se do dia que o agente cessou a tentativa; nos crimes permanentes, desde a cessação da consumação protraída no tempo; e, nos casos do inciso IV, desde quando o fato se tornou conhecido de alguma autoridade estatal, não sendo considerado como tal, para tanto, o defensor público, porque este não tem o dever de comunicar ao responsável pela persecução penal.
Quando a acusação não precisar a data do fato criminoso, entende-se que é a data mais anterior dentro do lapso narrado, ou seja: se a acusação apenas se refere ao ano em que foi cometido o crime imputado, entende-se que a data de cometimento, para fins de prescrição, é o primeiro dia o ano; se se refere ao mês, o primeiro dia do mês apontado.
Obs; quando existir dúvida acerca da data exata da consumação, deve-se tomar por base a possibilidade mais favorável ao acusado. Suponha-se que um televisor tenha sido furtado em 08 de abril de 2009 e que tenha sido encontrado em poder do acusado em 15 de outubro de 2010. Não se sabe ao certo a data que ele recebeu o bem (momento consumativo do crime de receptação), uma vez que não há testemunhas e o receptador reservou-se o direito de permanecer calado. Neste caso, considera-se iniciada a prescrição em 08de abril de 2009 (primeiro dia em que ele pode ter recebido o bem, uma vez que não existe prova em contrário). Imagine-se, por sua vez, uma pessoa que desapareceu em maior de 2006, cuja ossada tenha sido encontrada em janeiro de 2011 com indícios de ter sido vítima de um homicídio. Conta-se a prescrição a partir da data do desaparecimento.
Atualmente todos os crimes contra a dignidade sexual de menores de idade apuram-se mediante ação pública incondicionada (art. 225, parágrafo único do CP) e, por isso, não se sujeitam a prazo decadencial. É comum, todavia, que crianças e adolescentes abusados sexualmente, por medo ou vergonha, mantenham-se em silêncio em relação aos crimes contra eles praticados e, somente muito tempo depois, quando já maiores de idade, tenham coragem de revelar o fato a amigos, psicólogos ou autoridades. Assim, se uma criança de 10 anos for vítima de estupro de vulnerável e o delito não for apurado, o lapso prescricional só terá início na data em que ela completar 18 anos. Existe uma ressalva no texto legal, segundo a qual a prescrição começará a correr antes da vítima completar 18 anos se a esse tempo já tiver sido proposta ação penal para apurar a infração penal. Ex; crime contra criança de 10 anos em que a vítima conta o ocorrido aos pais e o MP oferece denuncia quando ela tem 15 anos. O prazo prescricional neste caso começará a ocorrer da propositura da ação penal e não da data do crime. E se a vítima morrer antes de ter completado 18 anos e antes de iniciada a ação penal, o termo a quo do prazo prescricional é data do falecimento. (vide art. 213, § 1º, 217 – A, 215, 216 – A, § 2º, 218 – A, 218 – B,§ 2º, 227, §1º, 230, § 1º, 231 – A, § 2º, I, todos do CP e art. 240 e 241 do ECA)
A prescrição da pretensão punitiva:
 A princípio, é regulada pela pena máxima cominada ao crime, em abstrato, e cotejada com a tabela do artigo 109 do CP. Essa forma de prescrição pode ocorrer ANTES da propositura da ação penal ou APÓS o seu início e até mesmo APÓS a prolação da sentença de 1º instância, desde que haja recurso da acusação (se nãohouver recurso da acusação ou sendo este improvido, a prescrição após a sentença passa a se basear NA PENA EM CONCRETO, ou seja, naquela já aplicada, pois já é possível que se saiba, antes mesmo do trânsito em julgado qual o patamar máximo que a pena do réu poderá atingir. Vide art. 110, § 1º).
Até o momento da sentença, então, o prazo a ser observado é sempre o da pena máxima cominada em abstrato para o delito, de acordo com a tabela constante no art. 109 do CP.
X
O artigo 110 do CP, por sua vez, trata da prescrição após o trânsito em julgado para a acusação, e não de prescrição após trânsito em julgado global, pois se estaria falando em prescrição da pretensão executória. Veja:
“Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada,. não podendo em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010) 
§ 2º Revogado pela Lei nº 12.234, de 5- 5- 2010. 
	O que acontece, desde o momento em que há sentença sem recurso da acusação, é uma alteração de parâmetro do prazo de prescrição: antes de haver sentença, o parâmetro é a pena máxima existente para o crime; havendo pena fixada, não recorrida pela acusação, esta passa a ser o parâmetro de cálculo do prazo prescricional, ou seja, é esta pena que será lançada na tabela do artigo 109 do CP, a fim de verificar qual o prazo em que prescreve a pretensão punitiva do Estado, no caso concreto. Esta situação é a chamada prescrição retroativa.
	Entenda-se com um exemplo: o crime de furto simples, até que venha a existir sentença condenatória, prescreve em oito anos, de acordo com o artigo 109, IV, pois sua pena máxima em abstrato é de quatro anos.
“Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)”
	Mas suponha-se que a sentença condena o furtador em pena de um ano: o artigo 110 do CP determina que se faça uma reanálise do iter temporal desde quando cometido o crime, a fim de verificar se, com base agora na pena aplicada, há prescrição. Sendo a pena aplicada de um ano, prescreve em quatro anos (art. 109, V do CP). Acontece que o juiz, ao sentenciar e fixar a pena de 1 ano, o MP não apelou para aumentá-la ou se apelou, seu recurso foi improvido, haverá a chamada prescrição RETROATIVA se:
1– E na hipótese, de haver decorrido referido prazo entre o oferecimento e recebimento da denúncia ou queixa, uma vez que a Lei nº 12.234/2010 só proíbe a prescrição retroativa em data anterior ao seu oferecimento. Ou seja, não se irá verificar, in casu, entre a data do fato criminoso e o recebimento da denúncia ou queixa!!!! (Esta hipótese, em regra, mostra-se presente quando o juiz rejeita a denúncia que é só recebida muito tempo depois pelo tribunal). 
2 – Entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e a publicação de sentença de 1ª grau condenatória (ou a de pronúncia, no rito do júri,) tiver decorrido o prazo de 4 anos.
3 – Se fosse o rito do júri, o que não é o caso do crime de furto acima transcrito, teríamos que analisar o momento entre a pronúncia (ou seu acordão confirmatório, se tiver recurso contra aquela) e a publicação da sentença no plenário do júri. 
 Mas se após a publicação de sentença de 1º grau transcorrer tal prazo de 4 anos sem que o MP tenha recorrido ou seu recurso tenha sido improvido, terá havido a prescrição INTERCORRENTE, também chamada de SUPERVENIENTE. Neste caso, o Tribunal sequer irá apreciar o mérito do recurso interposto pela defesa, declarando, de imediato, a prescrição intercorrente. 
Por sua vez, se houver recurso da acusação que possa de alguma forma aumentar a pena, a prescrição após a sentença de 1º instância continuará a correr pelo máximo da pena em ABSTRATO, de modo que, no exemplo acima, se já tiver decorrido o prazo de 05 anos desde a publicação da sentença, o tribunal deverá julgar o mérito dos recursos (não poderá decretar, de imediato, a prescrição intercorrente). Caso o recurso da acusação seja improvido (e não haja interposição de REsp e RE para aumentar a pena), só então poderá se reconhecer que houve prescrição intercorrente pelo decurso do prazo de 4 anos desde a publicação da sentença de 1º grau (art. 110, § 1º).
	Veja que o legislador determina esta dupla análise da pretensão punitiva, uma inicial, com base na pena máxima cominada, e uma após a sentença, com base na pena aplicada em concreto, pela simples e óbvia razão de que, antes da sentença, não há como o legislador saber qual a pena em concreto que parametrizará a prescrição. E esta primeira análise, com base na pena abstrata, tem sua função, porque o crime pode se demonstrar prescrito já na fase de recebimento da denúncia, impedindo o processamento de feito inútil.
	
Outro detalhe relevante diz respeito à condicionante da pena aplicada ter transitado em julgado apenas para a acusação: assim o é porque, uma vez que a acusação não recorra da pena, não poderá esta ser majorada, se houver recurso da defesa (pela consabida vedação à reformatio in pejus), estabelecendo-se como pena máxima possível para aquele réu, desde então. Mesmo por isso, se a acusação recorre, mas não para aumentar a pena (impugna apenas o regime estabelecido, por exemplo), a prescrição pela pena aplicada poderá ter efeitos, eis que se fixou a pena máxima possível.
Atualmente, após a edição da Lei 12.234 de 2010 (vide art. 110, § 1º), podemos estabelecer as seguintes regras:
	
Na prescrição pela pena máxima em abstrato, o primeiro prazo prescricional (termo a quo) tem seu curso, em regra, com a consumação do crime.
Em relação a prescrição retroativa, o primeiro prazo prescricional tem início com o OFERECIMENTO DA DENÚNCIA.
Na prescrição intercorrente, o termo a quo é a publicação da sentença de 1º instância. 
 A Lei 12.234 de 2010 não alcança fatos anteriores à sua entrada em vigor (06 de maio de 2010), uma vez que ela é prejudicial aos ciminosos por deixar de admitir uma das hipóteses de prescrição retroativa antes existente (prescrição entre o fato criminoso e o recebimento da denúncia). Veja a antiga redação do art. 110 do CP:
“Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A prescrição, de que trata o parágrafo anterior, pode ter por termo inicial data anterior à do recebimento da denúncia ou da queixa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
Fatores que influenciam e que não influenciam no montante do prazo prescricional:
1 – Idade do Réu – art. 115 do CP – 
As agravantes e atenuantes, por seu turno, não interferem, em regra, na prescrição em abstrato, por razão matematicamente lógica: como não podem fazer com que a pena intermediária fique acima do máximo cominado, não terão qualquer influência na análise abstrata, que já toma por base o máximo possível para o crime. Mas há uma exceção: a menoridade de vinte e um anos do agente, ou maioridade de setenta anos, atenuante expressa do artigo 65, I, do CP, é também expressamente causa de redução da prescrição à metade, como estabelece o artigo 115 do CP:
“Redução dosprazos de prescrição
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Sendo o réu menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 anos ▓por ocasião da sentença▓ ( ou, analogicamente, por ocasião de julgamento de recurso que reforme sentença absolutória e condene o réu) o prazo prescricional será reduzido pela metade (vide art. 65, I do CP).
EX: suponha-se que uma pessoa de 19 anos tenha cometido um crime de ameaça (pena máxima: 6 meses e que prescreve em 3 anos), como é menor de 21 anos, a prescrição se dará em 1 ano e 6 meses.
EX: Se o réu tinha 69 anos na data em que foi condenado na 1º instância não há que se cogitar de redução do prazo pela metade se, na data do julgamento do recurso, já contava com 70 anos de idade. 
Obs: a idade de 60 anos prevista no art 1º do Estatuto do Idoso somente serve de parâmetro para os direitos e obrigações estabelecidos pela Lei 10.741 de 2003, não havendo, portanto, em se falar de revogação tácida do art. 115 do CP. Ademais, o Estatuto do Idoso veio para proteger a vítima idosa, e não o criminoso idoso.
Obs :é claro que se o autor já tem 70 anos na data do cometimento do delito a prescrição já corre pela metade.
2 – Causas de aumento e diminuição de pena –
As causas de aumento ou de diminuição da pena interferem no cálculo do prazo prescricional inicial, ou seja, a prescrição pela pena máxima em abstrato será medida pela pena cominada computando o acréscimo oriundo de causas de aumento ou de diminuição da pena. 
Como exemplo, se o fato criminoso for roubo com emprego de arma, a pena máxima deste crime não é a do caput do artigo 157 do CP, de dez anos; a pena máxima é a do § 2º, I, e pela maior majorante, ou seja, a pena máxima chega a quinze anos, porque se considera o maior aumento, de metade. É esta a pena que será lançada na tabela do artigo 109 do CP, e a prescrição será em vinte anos.
“Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
(...)”
Da mesma forma se dá com as causas de diminuição: a tentativa, por exemplo, acarreta diminuição mínima de um terço e máxima de dois terços, na forma do artigo 14, parágrafo único, do CP:
“Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
Como o objetivo é identificar a pena máxima possível, no roubo simples, por exemplo, se este for tentado, a pena máxima possível é a que receber a menor das diminuições permitidas, ou seja, um terço. Sendo assim, no roubo simples tentado, a pena máxima abstrata seria em torno de dez anos menos três anos e quatro meses, ou seja, seis anos e oito meses, porque se computa a redução de um terço – prescrevendo em doze anos.
Destarte, quer da parte geral, quer da parte especial, portanto, computam-se, para a prescrição do crime pela pena em abstrato, as causas de aumento ou de diminuição de pena. 
Vale dizer que o aumento do concurso de crimes, porém, não terá este condão de influenciar a prescrição abstrata, porque a prescrição se calcula crime a crime, como impõe o artigo 119 do CP, não tomando em conta esta causa de aumento de pena, portanto.
“Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
3 – A reincidência:
Outra atenuante que tem influência excepcional na prescrição é a reincidência, mas esta se faz sentir apenas na prescrição da pretensão executória, e não na prescrição da pretensão punitiva. A súmula 220 do STJ deixa isto claro, e esta influência da reincidência será abordada amiúde adiante.
“Súmula 220, STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.”
Vide art. 110, caput, do CP – pois é expresso no sentido de que a reincidência somente aumenta em 1/3 o prazo da prescrição da pretensão executória. 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva: 
Estas se encontram no art. 117 do CP: sendo que todas consistem em decisões judiciais:
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estendesse aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.
A ocorrência de causa interruptiva faz com que novo curso prescricional se inicie por completo. 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
A interrupção se dá com a publicação.
O recebimento de aditamento não interrompe a prescrição, salvo se incluir novo fato criminoso conexo.
Súmula 709 do STF – se o juiz rejeitar a denúncia ou a queixa e se a acusação entrar com o recurso em sentido estrito, caso o tribunal venha a dar-lhe provimento, o acordão valerá como causa interruptiva a ser contada da data de sua publicação. 
II - pela pronúncia;
A pronuncia é uma decisão interlocutória mista que encerra a primeira fase do procedimento do júri. 
Súmula 191 do STJ- “a pronuncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Juri venha a desclassificar o crime”. 
A interrupção da pronuncia se dá com sua publicação.
Se por alguma razão for declarada nula, invalidada também estará a interrupção do prazo prescricional. 
É possível que fatos supervenientes tornem necessária a prolação de nova pronuncia. Com efeito, estabelece o art. 421, § 1º do CPP, então, se há uma ação penal por tentativa de homicídio e a vítima falece após a pronuncia em razão dos ferimentos anteriormente causados pelo réu, nesse caso, subsiste como causa interruptiva tão somente a última decisão. 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
Sendo o réu pronunciado e havendo interposição de recurso em sentido estrito contra a decisão, caso o tribunal venha a confirmá-la, estará novamente interrompido o prazo prescricional.
IV – Publicação da sentença ou acordão condenatórios recorríveis 
A interrupção da prescrição ocorre, ainda que a procedência da ação penal seja PARCIAL (no caso de crimes conexos) ou em casos de DESCLASSIFICAÇÃO do delito para outro de menor gravidade, desde que haja sentença condenatória.
Se uma sentença condenatória for posteriormente declarada nula, também se considera inválida a interrupção da prescrição.
Se, em grau de APELAÇÃO, a sentença condenatória vem a ser reformada pelo tribunal, que absolve o réu, continua a valer a interrupção decorrente da sentença de 1º instância. Assim, se houver interposição de RE ou REsp , o prazo prescricional em andamento será aquele iniciado após tal sentença.
Embora haja divergência em torno da sentença que concede o perdão judicial, prevalece atualmente o entendimento do STJ (súmula nº 18) de que ela tem natureza declaratória e não condenatória, logo, não pode ser consideradacausa interruptiva. Então, se as partes não tenham concordado com a concessão do perdão e que, por isso, tenham recorrido, e o tribunal, ao analisar o recurso, tenha absolvido o réu. Além disso, o MP ingressa com o recurso especial. A última causa interruptiva a ser considerada em eventual alegação de prescrição perante o STJ – incumbido de julgar o REsp – é o recebimento da denúncia. (É claro que se da concessão concessiva do perdão judicial não for interposto recurso, o próprio perdão judicial constituirá causa extintiva de punibilidade).
A sentença que o juiz aplica medida de segurança ao réu inimputável não interrompe o prazo prescricional, posto que tal sentença tem natureza absolutória, nos termos do art. 386, VI do CPP.
A segunda parte do art. 117, IV se refere a hipótese de réu absolvido em 1º instância, que vem a ser condenado pelo tribunal em razão do recurso da acusação. Em tal caso, o acordão tem caráter condenatório e, por essa razão, foi elencado como causa interruptiva da prescrição. A jurisprudência já era pacífica nesse sentido, porém a Lei nº 11.596 de 2007 conferiu nova redação ao art. 107, IV do CP, inserindo expressamente essa hipótese no CP. Logo, tendo havido publicação do acordão condenatório, considera-se interrompida a prescrição, ainda que sejam opostos embargos de declaração ou infringentes (em caso de decisão condenatória não unânime).
Se o réu for condenado em 1º instância e o tribunal se limitar a confirmar a condenação, não haverá nova interrupção em face da ausência de previsão legal – ao contrário do que ocorre com a pronúncia, não existe previsão de que a prescrição se interrompe “pelo acordão que confirma a condenação”.
O STF, todavia, entendeu que há interrupção se houver alteração substancial da condenação, ou seja, condenação por outro crime ou modificação consistente na pena. EX: o réu tinha sido condenado por abuso de autoridade e o tribunal deu provimento ao recurso para condená-lo por crime de extorsão. Entendeu-se que a condenação efetiva pelo crime de extorsão interrompeu a prescrição e não aquela feita pelo juízo de 1º grau.
Trânsito em julgado da condenação:
O prazo da prescrição punitiva deixa de fluir, pois, com este, concretiza-se o jus puiniendi estatal.
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. 
Alcance dos efeitos interruptivos nos casos de continência (art. 117, § 1º parte do CP).
A doutrina costuma dizer que, nestes casos, existe a extensão subjetiva dos efeitos das causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva. Esta regra tem aplicação no caso de continência em que duas ou mais pessoas cometem em concurso a mesma infração penal. De acordo com o dispositivo, se a denúncia for oferecida apenas em relação a um dos autores do delito, por ser o outro desconhecido, a interrupção pelo recebimento da denúncia estende-se ao comparsa , de modo que, caso venha a ser identificado futuramente, durante o tramitar da ação, a prescrição será contada da data do recebimento da denúncia em relação ao outro ( e não da data do fato). A interrupção do prazo prescricional decorrente da sentença condenatória estende-se àquele que foi absolvido (o que será de grande relevância se a acusação recorrer da sentença). 
Por fim, lembrando que a instauração de incidente de insanidade mental não suspende o prazo prescricional, caso haja desmembramento do feito por ter sido instaurado incidente em relação a um dos réus, a prolação da sentença condenatória em relação ao outro interrompe também o prazo prescricional para aquele que está se sujeitando aos exames para apuração da saúde mental. Caso, porém, tenha havido desmembramento do processo em razão da decretação da suspensão da ação penal em relação ao corréu citado por edital que não compareceu em juízo e não nomeou advogado para oferecer a resposta no prazo de 10 dias (art. 366 do CPP) a sentença condenatória quanto ao comparsa não estende seus efeitos interruptivos da prescrição em relação àquele para o qual a ação está suspensa , na medida em que, neste caso, a suspensão da ação também gera a suspensão do prazo prescricional. Assim, o prazo que estava suspenso não pode ser interrompido. 
§ 1º -.(..). Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estendesse aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
Trata-se da extensão objetiva dos efeitos das causas interruptivas da prescrição (art. 117, § 2º parte do CP). Assim, se em virtude da conexão, o réu for acusado de dois crimes em uma mesma ação penal e o juiz de 1º grau condená-lo por um dos crimes e absolve-lo quanto ao outro, considera-se interrompida a prescrição em relação aos dois delitos, fator, entretanto, que só terá relevância em caso de recurso da acusação. 
Da mesma forma, sendo o reú pronunciado pelo crime doloso contra a vida narrado na denúncia, a interrupção da prescrição em relação a este crime estende-se a todos aqueles que lhe sejam conexos e que estejam narrados na inicial acusatória. 
Se, apesar da conexão, os crimes forem apurados em processos distintos, o presente dispositivo não te aplicação de acordo com o texto legal.
CAUSAS SUSPENSIVAS DA PRESCRIÇÃO:
1 - ART. 116, I do CP. (questões prejudiciais)
2 - Art. 116, II CP.
- Art. 53, §§ 3º e 5º da CRFB.
- ART. 89, § 6º DA Lei 9.099/90
– Art. 366 do CPP
– Art. 368 do CPP
– Parcelamento do débito tributário nos crimes contra a ordem tributária (art. 168- A e 337- A do CP).
– Celebração de acordo de leniência , art. 87 pela lei 12. 529/2011 (crimes tipificados pela lei 8137/90)
– Lei 12. 850/2013, art. 4º, § 3º. (acordo de colaboração premiada)
Ainda sobre a prescrição da pretensão punitiva, há alguns detalhes a serem esclarecidos. Primeiro: o que importa ao juiz, na análise da pena em abstrato para fixação do prazo prescricional originário, é a narrativa dos fatos, e não a capitulação feita pela acusação, que pode estar errada. É o crime que o juiz depreender da narrativa que terá sua pena máxima observada como parâmetro para lançamento na tabela do artigo 109 do CP.
	A prescrição pode ser reconhecida a qualquer tempo, de ofício ou propugnada pelas partes. É matéria de ordem pública.
	Há entendimento, praticamente unânime, de que quando se encontra a prescrição, não se analisa o mérito da ação penal. Contudo, pode ser um tanto injusta esta situação, quando o réu pretender sentença absolutória com a resolução do mérito, especialmente diante das implicações cíveis que esta sentença absolutória meritória pode produzir.
	 
	PRESCRIÇÃO ANTECIPADA, VIRTUAL OU PELA PENA EM PERSPECTIVA:
Não está prevista em lei e está vedada, atualmente, por súmula do STJ (438)
EX: Suponha-se que uma pessoa tenha sido indiciada em inquérito policial por crime de periclitação da vida (art. 132 do CP), cuja pena de detenção é de 03 meses a 1 ano. Assim, o crime prescreve, pela pena em abstrato, em 4 anos. O promotor entretanto, ao receber o inquérito, ao receber o inquérito policial, mais de 03 anos após a consumação do crime, percebe que o acusado é primário e que o crime não revestiu de especial gravidade, de forma que o juiz ao prolatar a sentença, certamente, não irá aplicar a pena máxima de 1 ano. Logo, inevitável, em caso de condenação, o reconhecimento da prescrição retroativa, pois a prescrição teria ocorrido após 03 anos. Poderia o MP solicitar o arquivamento?
De qualquer modo, a Lei 12.334 de 2010 acabou com a prescrição retroativa entre a data do fato e o oferecimento da denúncia e inviabilizou o reconhecimento da prescrição antecipada.
1.1. Efeito da prescrição da pretensão punitiva no Código de Trânsito Brasileiro
	A prescrição da pretensão punitiva elide todos os efeitos do crime, eis que acarreta absolvição material do acusado. Contudo, o artigo 160 do CTB traz a seguinte previsão excepcional, em que a absolvição por prescrição ainda mantém uma repercussão:
“Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetidoa novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do reconhecimento da prescrição, em face da pena concretizada na sentença.
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a sua aprovação nos exames realizados.”
	
 
1. Prescrição da pretensão executória
No caso de ser o réu condenado por sentença transitado em julgado, surge para o Estado o interesse de executar a pena imposta pelo juiz. Esta é a pretensão executória, que também está sujeita a prazos. Assim, se o Estado não consegue dar início a execução penal dentro desses prazos estabelecidos, ocorre a prescrição da pretensão executória, chamada por alguns de prescrição da pena. 	
Como já se viu, a prescrição da pretensão executória só tem início com o trânsito em julgado da condenação para ambas as partes. Isto porque é só ali que tem início a própria pretensão executória do Estado, eis que consolidada a situação de condenado do réu.
	O prazo da prescrição da pretensão executória se calcula somente com base na pena aplicada, de acordo com os patamares descritos no art. 109 do Código Penal, não havendo qualquer relevância da pena em abstrato do respectivo crime. Assim, se alguém for condenado a 3 anos de reclusão, a pena prescreverá em 08 anos, e se condenado a 7 anos, prescreverá em 12 anos. 
Veja o artigo 110 do CP modificado pela Lei nº 12.234 de 2010:
“Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada,. não podendo em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010) 
§ 2º Revogado pela Lei nº 12.234, de 5- 5- 2010. 
	O final do caput do artigo supra estabelece que o prazo da prescrição se dilata em um terço, quando há reincidência. Não é a pena que se dilata, por óbvio: é o prazo prescricional da pretensão executória, apenas. Mas para que o prazo seja assim aumentado, a sentença condenatória deverá ter reconhecido a reincidência expressamente, pois do contrário o prazo não poderá ser dilargado.
	Também sobre este aumento do prazo prescricional, a súmula 220 do STJ deixa claro que só se aplica à prescrição da pretensão executória, e não à pretensão executória. Veja:
“Súmula 220, STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.”
Nos termos do art. 115 do CP, o prazo da prescrição da pena também será reduzido pela metade, se o sentenciado era menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 na data da sentença. 
Vale estabelecer, desde já, uma premissa geral: sempre que o condenado estiver cumprindo a pena, não estará correndo o prazo prescricional da pretensão executória, justamente porque esta pretensão está se implementando pela execução da pena. Mesmo que a prisão seja por outro crime, em outro processo, o prazo prescricional ficará suspenso, como se verá.
	O prazo aumentado pela reincidência não se aplica se a multa for a única pena aplicada na sentença. Pelo ensejo, tratemos da pena de multa. Esta pena prescreve, quando há cumulação com outra privativa de liberdade, no mesmo prazo que esta. Quando a multa for a única pena aplicada, isoladamente, a prescrição da sua pretensão executória ocorre em dois anos, pela aplicação plana do artigo 114 do CP:
“Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)”
	Há, porém, uma outra corrente interpretativa que entende que a multa isolada se transforma em uma dívida de valor, e, assim sendo, aplicar-se-ia o prazo prescricional dos créditos fazendários, que é de cinco anos.
De uma ou de outra forma, em dois ou cinco anos, quando a multa for a única pena aplicada, não se dilatará o prazo pela reincidência constatada na sentença. Isto se dá porque se interpreta literalmente o artigo 110 do CP, que remete aos prazos fixados no artigo 109 do CP, e como a multa vem prevista no artigo 114 do CP, escapa à previsão de aumento de um terço.
Voltando à prescrição da pretensão executória, o início da contagem dos prazos prescricionais desta fase é o trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, na forma do artigo 112, I, primeira parte, do CP:
“Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
Ainda que não se possa falar em trânsito em julgado genericamente, porque a defesa pode ter recorrido, é dali que se conta o prazo. Mesmo que a defesa recorra, o prazo já havia se iniciado antes. A forma de se evitar o início do prazo prescricional é evitando o trânsito em julgado da decisão para a acusação, ou seja, a acusação deve recorrer, se estiver preocupada com a prescrição executória – pois o manejo de recursos pela defesa pode conseguir esta prescrição, até com certa facilidade, a depender da quantidade de pena aplicada.
Desse modo, se a sentença transita em julgado para o MP em 10 de junho de 2011 e a defesa interpõe recurso pleiteando absolvição, recurso este que é improvido pelo tribunal, que mantém a condenação, o prazo da prescrição da pena começa a ser contado exatamente a partir do dia 10 de junho de 2011. 
Não se confunda essa hipótese com a prescrição intercorrente que se dá antes do trânsito em julgado para uma das partes (defesa). 
Na hipótese em análise (prescrição da pretensão executória), há trânsito em julgado para ambas as partes, sendo que tão somente o início do prazo é contado a partir do trânsito em julgado para acusação. Este dispositivo é muito criticado porque permite que o curso do prazo da prescrição da pena tenha início ates que seja possível ao Estado determinar seu cumprimento. 
SURSIS: 
Mas veja que há um outro dies a quo possível para a prescrição da pretensão executória, na parte final do próprio inciso I do artigo supra: da data da revogação do sursis ou do livramento condicional. Entenda-se com um exemplo: o juiz condena a um ano, e aplicou o sursis; há o trânsito em julgado, e realiza-se a audiência admonitória, três anos e nove meses depois do trânsito em julgado para a acusação. Desde esta audiência, o réu passa a cumprir o sursis, que, lembre-se, é a execução da pena suspensa, e, como se disse, com pena em cumprimento não corre prescrição. Ocorre que, no curso do sursis, o réu descumpre alguma condição, e o sursis é revogado. No momento do trânsito em julgado da decisão que opera esta revogação, a pena deixa deestar sendo cumprida, e o Estado tem que prender o condenado; desde então, se restabelece a pena de um ano originariamente imposta, o que significa que o prazo de quatro anos, da prescrição executória, tem início desde então. Passados quatro anos, sem prisão, opera-se a prescrição.
Ocorre que se na audiência admonitória o réu não comparece, o juiz torna sem efeito o sursis concedido. Tornar sem efeito não é o mesmo que revogar: é como se não houvesse jamais sido concedido sursis. Sendo assim, a pena de um ano, do exemplo, que prescreve em quatro anos, teve a prescrição iniciada do trânsito em julgado para a acusação, seguindo a regra geral, e não da decisão que tornou sem efeito o sursis, pois esta decisão não é revogação. No exemplo dado, como já havia corrido três anos e nove meses desde o trânsito em julgado para a acusação, se mais três meses se passassem sem que o réu fosse preso, estaria prescrita a pretensão executória do Estado.
LIVRAMENTO CONDICIONAL: 
O mesmo raciocínio se dá na revogação do livramento condicional. Veja um exemplo: o réu primário condenado a nove anos cumpre três anos da pena, recebendo então o livramento condicional, passando a cumprir a pena em liberdade – não tem mais privação da liberdade, mas tem restrição desta, continuando a ser cumprimento de pena. Se, ao final de seis anos em liberdade condicional, o agente não infringe as condições, terá a pena extinta. Outrossim, imagine-se que o agente já tenha cumprido cinco anos, dos seis que restavam a ser cumpridos, da pena em liberdade, quando descumpre condições da liberdade condicional, tendo revogado o benefício. Deste momento em diante, o Estado tem prazo para prender novamente o réu, tendo início a prescrição novamente.
Pelo ensejo, veja o artigo 113 do CP:
“Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
O que este artigo diz, quanto à evasão, é que, uma vez que o réu empreende fuga quando cumpria regime prisional, a prescrição será contada não pelo prazo aplicado na sentença, mas sim pelo prazo restante, porque é este restante que corresponde à pretensão executória do Estado: este não tem mais o direito de executar a pena integral, pois já executou parte dela; terá direito a executar apenas o restante não cumprido, e é este restante que se submete à prescrição.
Já quanto à revogação do livramento condicional, a questão apresenta maior complexidade. Isto porque a definição do que seja tempo restante da pena, neste caso, vai depender da causa de revogação do livramento. Entenda: suponha-se que o livramento foi revogado quando o condenado a nove anos já havia cumprido três em prisão, e cinco em liberdade condicional. Tendo sido causa da revogação o descumprimento de condições do livramento, significa que o réu violou a confiança que o Estado nele depositou, e, por isso, todo o tempo que cumpriu da pena em liberdade será desconsiderado. Sendo este o caso, o tempo restante da prescrição é referente aos seis anos, correspondentes ao que faltava desde quando posto em liberdade condicional – doze anos. “Ao traidor, nada”, como diz Fernando Capez.
Mas veja que se a causa da revogação da liberdade condicional não for um descumprimento de condições, não significará a traição da confiança do Estado. E isto pode acontecer, por exemplo, quando o liberto cometera um crime anterior ao crime pelo qual está em liberdade condicional, mas só houve a sua condenação agora. O réu não descumpriu nada que lhe foi imposto como condição para estar liberto, pois a sua conduta é pretérita, mas mesmo assim terá a liberdade revogada. Só que, como não houve a traição ao Estado, a pena que ele cumpriu em liberdade será computada, não podendo ser desconsiderada. No exemplo dado, do condenado a nove anos, os cinco anos cumpridos em liberdade condicional, somados aos três anos cumpridos em prisão, fazem com que a pena restante seja de apenas um ano, e, portanto, a prescrição da pretensão executória será correspondente a esta pena restante – quatro anos.
Em síntese: a pena restante é toda ela, desde a postura em liberdade, quando a revogação é causada pelo descumprimento de condições durante o período de prova; ou é a pena restante desde a revogação, quando esta é causada por condenação oriunda de fato pretérito.
Repare que o artigo 113 do CP não fala do sursis, ao contrário do que o faz o artigo 112, I. Assim o é porque a revogação do sursis não implica em cumprimento de restante de pena alguma: a pena jamais foi cumprida em prisão, o que significa que, revogado, tem a pena inteira por ser cumprida, integralmente.
O inciso II do artigo 112 do CP fala que é termo a quo da prescrição da pretensão executiva, também, o dia em que se interrompe a execução da pena. A execução da pena é interrompida:
1 - em regra, quando o réu se evade, nesse caso, o prazo, também, será regulado pelo tempo restante da pena. Assim, se o sujeito foi condenado a 8 anos de reclusão e já cumpriu 7 anos e 6 meses da pena imposta, a prescrição da pretensão executória dar-se-á em 03 anos, pois faltam apenas 6 meses da pena a ser cumprida. Essas regras não valem apena para o caso de fuga, aplicando-se, também as hipóteses em que a execução é interrompida pelo abandono do regime aberto ou pelo descumprimento da pena restritiva de direitos. 
2 - mas há um caso em que a interrupção não se dá por fuga, e em que seu prazo deve ser computado na pena: quando o condenado é acometido de doença mental superveniente e a perícia constata que ele pode ser submetido a tratamento de duração breve, deve o juiz determinar que seja removido para hospital psiquiátrico (art. 41 do CP), de modo que, após ter alta, retornará ao sistema prisional. Neste caso, a execução da pena é interrompida, e o réu é encaminhado ao nosocômio psiquiátrico de custódia, mas o tempo em que permanecer por lá será contado como tempo de pena cumprida. A determinação da internação não dará início ao curso do prazo prescricional. 
Pelo ensejo, vale abordar a questão da prescrição da medida de segurança. Quando o réu é inimputável, a sua sentença é absolutória imprópria, sendo-lhe aplicada medida de segurança. Sendo absolutória, não há pena, e por isso muito se discutiu esta questão, sendo que o STJ consignava entendimento de que não se poderia falar em prescrição porque simplesmente não há pretensão executória a ser implementada. Recentemente, porém, o STJ alterou este seu entendimento, como se pode ver na ementa do HC 48.993, abaixo, decidindo que deve haver prescrição, calculada com base na pena máxima cominada para o injusto penal pelo qual o réu foi responsabilizado. Veja:
“HABEAS CORPUS. DELITO PREVISTO NO ART. 49 DA LEI 9.605/98. PACIENTE INIMPUTÁVEL. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA POR PRAZO INDETERMINADO. PRESCRIÇÃO PELA PENA MÁXIMA COMINADA EM ABSTRATO. ORDEM CONCEDIDA.
1. "A medida de segurança é espécie do gênero sanção penal e se sujeita, por isso mesmo, à regra contida no artigo 109 do Código Penal"; portanto, passível de ser extinta pela prescrição.
2. Por não haver uma condenação ao se aplicar a medida de segurança ao inimputável, a prescrição é contada pelo máximo da pena cominada em abstrato pelo preceito secundário do tipo, no caso 1 (um) ano.
3. A sentença que aplica medida de segurança, por ser absolutória, não tem o condão de interromper o curso do prazo prescricional, nos termos do inc. IV do art. 117 do Código Penal.
4. Na hipótese, transcorridos mais de 4 (quatro) anos, de acordo com o art. 109, V, do CP, entre o recebimento da denúncia em 19/9/02 e a presente data, está prescrita a pretensão executória estatal.
5. Ordem concedida para declarar a prescrição da pretensão executória estatal.”
Para aqueles que ainda se filiam ao entendimento anterior do STJ, o Estado realmente não tem prazo para fazer cumprir amedida de segurança, mas terá que submeter o agente ao exame psiquiátrico, quando o encontrar, a fim de verificar se a doença ainda permanece.
O semi-imputável recebe pena, e não medida de segurança, e por isso a prescrição, em seu caso, segue a regra geral das penas – mesmo que se a substitua por restrição de liberdade ou de direitos.
1.1. Detração e prescrição executória
Pode ser abatido o tempo cumprido em prisão cautelar da pena aplicada, para fins de contabilização do prazo prescricional da pretensão executória do Estado?
O STF entende que não. Aplica-se, à plenitude, a letra fria da lei, contando-se a prescrição pela pena aplicada, sem ressalvas. Contudo, há entendimento de que pode haver este desconto, com base no artigo 113 do CP: se há detração, o cumprimento da pena restante é que deve ser observado para fins de prescrição, afinal, a pretensão executória do Estado é somente sobre este prazo restante. Reveja o dispositivo:
“Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
	O STF, contra este argumento, entende que este artigo só é aplicável quando o agente já iniciou o cumprimento da pena, o que não ocorre na prisão cautelar, que não é cumprimento de pena (o que seria, fosse execução provisória da pena) – há detração, mas a pena aplicada na íntegra é que é medida da prescrição. Sendo assim, não haveria que se falar de pena restante. A questão é pacificada no STF, mas a tese contrária é bem coerente.
Ex; Se uma pessoa permaneceu presa por 06 meses e foi solta durante o transcorrer da ação penal e, ao final, foi condenada a 08 anos e 03 meses, o cumprimento da pena deve iniciar-se em 16 anos, que o prazo prescricional referentes a penas maiores de 08 anos e não superiores a 12 anos (art. 109, II). Não se descontam para análise de prescrição da pretensão executória os 06 meses que o réu permaneceu preso durante a ação penal, pois, se tal desconto fosse feito, a prescrição da pena dar-se-ia em 12anos (art. 109, III).
O art. 387, § 2º diz expressamente que a detração deve ser levada em conta apenas na fixação do regime inicial, mas não menciona a mesma providência com relação a prescrição.
Causas interruptivas da prescrição da pretensão executória: (art. 117, V e VI)
Art. 117, V: o inicio ou a continuação do cumprimento da pena: 
O início da pena se dá com a prisão do réu após o transito em julgado da sentença condenatória, seguida da expedição da guia de recolhimento, ou com a mera expediação da guia quando o réu já está preso.
No caso de regime aberto ou da concessão do sursis, o início da pena se dá com a audiência em que o réu é advertido das condições a que fica sujeito.
Nas penas restritivas de direitos, a excução começa com o efetivo cumprimento da medida e não com eventual audiência admonitória do sursis. 
Vide art. 117, § 2º do CP: com o início do cumprimento da pena, o prazo prescricional se interrompe, porém esta é a única hipótese em que não volta a correr de imediato (a prescrição não corre durante o período em que o condenado está cumprindo pena). 
Caso o acusado venha a fugir, na hipótese de pena privativa de liberdade ou descumprir alguma condição, de modo a ser revogado o sursis, o prazo prescricional se inicia novamente (art. 112, II). No caso da pena privativa de liberdade, desconta-se o tempo da pena já cumprida na análise do tempo da prescrição (art. 113). No caso do sursis, a análise é feita com base na pena originariamente aplicada, pois tal instituto apenas suspende a execução.
Se o condenado vier a ser recapturado ou começar a cumprir a pena privativa de liberdade originariamente imposta (no caso de revogação do sursis ou da pena restritiva de direito) interrompe-se novamente o prazo prescricional cuja contagem não se reinicia enquanto a pena estiver sendo cumprida. 
Art. 117, VI: A reincidência:

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