03 A Pena Criminal

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DAS PENAS
Conceito
		Pena é a sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante ação penal, ao autor de uma infração (penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos.
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FINALIDADES DA PENA
PUNITUR QUIA PECCATUM
Retributiva: retribuição punitiva ao delinquente pelo ato ilícito praticado;
Ressocialização: promover a readaptação social do delinqüente;
Preventiva:
Prevenção Geral: desestimular todas pessoas à praticar crimes;
Prevenção Especial: recuperar o condenado para que não volte a delinqüir 
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CARACTERÍSTICAS DA PENA
LEGALIDADE: Art. 1º do CP e Art. 5º XXXIX da CF/88;
ANTERIORIDADE: Art. 1º do CP e Art. 5º XXXIX da CF/88;
PERSONALIDADE: Art. 5º XLV da CF/88;
INDIVIDUALIDADE: Art.5º XLVI da CF/88;
INDERROGABILIDADE: a lei não pode deixar de ser aplicada, salvo as exceções legais;
PROPORCIONALIDADE: Art.5º XLVI e XLVII da CF/88;
HUMANIDADE: Art.75 do CP e Art.5º XLVII da CF/88
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CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS
Art. 32 do CP:
Privativas de Liberdade;
Restritivas de Direito;
De Multa
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
(Arts.33-42 do CP)
Reclusão: pode ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto;
Detenção: pode ser cumprida em regime semi-aberto ou aberto;
Prisão Simples: é prevista apenas para as contravenções penais, podendo ser cumpridas nos regimes semi-aberto ou aberto
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Espécies de Regimes Penitenciários
Regime Fechado: o condenado cumpre a pena em estabelecimento penal de segurança máxima ou média;
Regime Semi-aberto: o condenado cumpre a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em estabelecimento similar;
Regime Aberto: o condenado trabalha ou freqüenta cursos em liberdade durante o dia, recolhendo-se, à noite e nos dias de folga, em Casa do Albergado
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Art. 110 da LEP
		“O juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observando o disposto no art.33 e seus parágrafos do Código Penal”
	RECLUSÃO
Pena Superior a 8 anos: início em regime fechado
Pena maior que 4 e menor ou igual a 8 anos: início em regime semi-aberto
Pena igual ou inferior a 4 anos: início em regime aberto
Condenado reincidente: início em regime fechado
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	DETENÇÃO
Pena Superior a 4 anos: início em regime semi-aberto
Pena igual ou inferior a 4 anos: início em regime aberto
Condenado reincidente: início em regime semi-aberto
REGRAS DO REGIME FECHADO
Exame Criminológico(Art. 8º da LEP);
Trabalho diurno, isolamento noturno;
Trabalho compatível com as aptidões do condenado e com a execução da pena;
Trabalho externo
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REGRAS DO REGIME SEMI-ABERTO
Exame Criminológico(Art. 8º da LEP)
Trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola;
Trabalho externo, cursos supletivos;
profissionalizantes, de 2º grau ou superior
REGRAS DO REGIME ABERTO
Autodisciplina e senso de responsabilidade;
Trabalho diurno, externo, sendo recolhido durante o período noturno e dias de folga
Regressão de regime, quando praticar crime doloso, frustrar os fins da execução ou não pagar a multa aplicada cumulativamente
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PROGRESSÃO DE REGIME
Dá-se quando o condenado passa de um regime mais rigoroso para um mais suave, de cumprimento de pena privativa de liberdade.
Requisito Objetivo: cumprimento de 1/6 da pena do regime anterior;
Requisito Subjetivo(Art.112 da LEP):
Bom comportamento carcerário;
Decisão motivada e precedida de manifestação do MP e Defensor;
Juiz da execução entender necessário
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DETRAÇÃO
	“Detrair” significa “abater o crédito de Detração penal”, é o cômputo na pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de prisão provisória ou manicômio.
		Para a aplicação do princípio da detração penal deve existir nexo de causalidade entre a prisão provisória e a pena privativa de liberdade.
REMIÇÃO
A cada 3 dias trabalhados, um dia remido
A cada 12 h de estudo, um dia remido
Art.126 da Lei nº7.210/84
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DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
CLASSIFICAM-SE:
ALTERNATIVAS PENAIS, são meios de que se vale o legislador visando impedir que ao autor de uma infração penal venha a ser aplicada medida ou pena privativa de liberdade. Exs: fiança, e o perdão judicial.
PENAS ALTERNATIVAS, são sanções de natureza criminal diversas da prisão, como a multa, a prestação de serviço à comunidade e as interdições temporárias de direitos, pertencendo ao gênero das alternativas penais.
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DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
 DE ACORDO COM O ART. 43 DO CP, SÃO:
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA;
PERDA DE BENS E VALORES;
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADE PÚBLICA;
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS; e
LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA. 
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PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA Art.43 I
Consiste no pagamento à vitima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social de importância fixada pelo juiz, não inferior a um nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos(art. 45, § 1º).
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PERDA DE BENS E VALORES
Art. 43 II
Pertencentes do condenado em favor do Fundo Penitenciário Nacional (art.43, II) considerando-se o prejuízo causado pela infração penal ou o provento obtido pelo agente ou por terceiro (art.45, §3°)
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
Arts. 43 IV e 46
Consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos, creches e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitárias ou estaduais.
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INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS
Art.47
A proibição do exercício de cargo, função ou atividade ou oficio que dependem de habilitação especial, de licença ou autorização do poder publico e suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veiculo, quando culposo o delito automobilístico. 
A LIMITAÇÃO DE FIM SE SEMANA(art. 48 do CP): 
 Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado.
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LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
Art.48
Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado.
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PENA DE MULTA
Art.49
1. A pena de multa é a terceira das três espécies de sanções que o art. 32 do CP prevê (privativa de liberdade;restritiva de direito e multa).
2. Art. 49. “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de dez e, no máximo de 360 dias-multa.
 § 1º. O valor do dia-multa será fixado pelo juiz, não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a cinco vezes esse salário.
 § 2º. O valor da multa será atualizada, quando da execução, pelos índices de correção monetária”. 
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OBJETIVO DA PENA DE MULTA
Atingir o patrimônio do condenado.
Intransmissibilidade – A obrigação de pagar determinada quantia de dinheiro em razão da pena de multa cabe só ao condenado; como se trata de pena, a obrigação não se transmite aos seus herdeiros.
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ESPÉCIES DE MULTA
Existem duas espécies de multa
 a) aquela expressamente prevista no preceito secundário do tipo penal. Ex. no crime de furto simples a pena prevista no art. 155, caput, do CP é reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
	 b) aquela aplicada em substituição a uma pena privativa de liberdade não superior a 1 ano (art. 44, § 2º, do CP). É chamada de multa substitutiva ou vicariante. 
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CÁLCULO DA MULTA
1. O juiz deve, inicialmente, fixar o número de dias-multa, no mínimo de 10(dez) e no máximo de 360.
2. O juiz deve levar em conta o critério trifásico descrito no art. 68 do CP (circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes genéricos, e causas de aumento ou diminuição de pena).
3. O valor do dia-multa não pode ser inferior a 1/30 do maior salário mínimo mensal do país, nem superior a 5 vezes esse salário. 
4. Na fixaçãodesse valor o juiz deve atentar à situação econômica do réu. Poderá ser fixado o dia-multa no patamar máximo e o juiz entender ineficaz, ante a riqueza do condenado. Assim, poderá o juiz triplicar o valor da multa (art 60 § 1º) do CP. 
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Lei nº9.268/96
1. Proibição da conversão da multa em Detenção: Art. 51 do CP com nova redação, §§ do Art. 51 do CP e Art.182 da LEP revogados.
2. Modificação no procedimento de execução da pena de multa:
	a- Atribuição para a Execução da Multa é do MP(Caráter Penal) ou da Fazenda Pública(Dívida Ativa)?
	b- A competência será da vara das Execuções Penais ou da Fazenda Pública?
	c- Prazos prescricionais, causas interruptivas e suspensivas da prescrição da Multa são os ditados pelo Art.114 do CP ou pelo Art.174 do CTN?
	d- Procedimento para a execução da pena de Multa será o do CP ou o previsto no CTN?
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CONSEQUÊNCIAS
1. ATUALIZAÇÃO – por ocasião da execução, o valor da multa deve ser atualizado (art. 49 § 2º);
2. PAGAMENTO DA MULTA – transitada em julgado a sentença os autos vão para o contador judicial para atualização de valores. O juiz ouve o MP, homologa o valor e determina a intimação do condenado para efetuar o pagamento em 10 dias.
3. O juiz pode permitir o pagamento parcelado e descontada em vencimentos, respeitado o sustento familiar do condenado.
4. NÃO PAGAMENTO – dívida ativa e cobrança fiscal.
5. CUMULAÇÃO DE MULTA – é possível sua aplicação. 
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Execução da Pena de Multa
1. Após o trânsito em julgado:
	a- Extração de Certidão da sentença condenatória;
	b- Formação de autos apartados;
	c- MP requer a citação do condenado para pagamento da multa ou nomeação de bens à penhora, no prazo de 10 dias.
2. Não havendo o pagamento:
	a- Extração de uma Certidão Circunstanciada do ocorrido;
	b- Certidão remetida à Procuradoria Fiscal do Estado
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Aplicação da Multa Vicariante 
1. Fixação da Pena Privativa de Liberdade menor ou igual a 1 ano(§2º do Art.44 do CP que revogou o §2º do Art.60 do CP);
2. O Juiz levará em consideração os requisitos do Arts.68 e 59 do CP, para a fixação da Multa;
3. O Juiz é livre para fixar o valor e a quantidade dos dias-multa, não se atrelando à quantidade da pena de prisão.
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Execução da Multa Vicariante
1. Após o trânsito em julgado:
	a- Extração de Certidão da sentença condenatória;
	b- Formação de autos apartados;
	c- MP requer a citação do condenado para pagamento da multa ou nomeação de bens à penhora, no prazo de 10 dias.
2. Não havendo o pagamento:
	a- Extração de uma Certidão Circunstanciada do ocorrido;
	b- Certidão remetida à Procuradoria Fiscal do Estado