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relatório MiCrO Clostridium sulfito redutor

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CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA II
Prof. Dr. Cláudio Rafael Kuhn
ANÁLISE DE CLOSTRIDIUM SULFITO REDUTOR
OLIVEIRA, Patricia1; SILVA, Karinna1 e ABELAIRA, Tiéser C.1; KUHN, Cláudio R.2
1Alunas (os) da turma 2V do curso Técnico em Química do IF-Sul ; 2Professor,Dr. IF-Sul.
Clostridio sulfito redutor é um bastonete gram-positivo, esporogênico, anaeróbio estrito (Sanchez et al., 2015) produtor de neurotoxinas, desenvolvendo-se em pH ótimo entre 5,5 – 8,0, reduzem sulfito a sulfeto a 46ºC, fermentador de lactose, produzindo ácido. Os esporos estão amplamente distribuídos na natureza, bem como em águas residuais, poeira, fezes humanas e animais (Ferreira, 2006). Desenvolve-se em carnes após o cozimento, ou em alimentos aquecidos e resfriados lentamente, com consumo tardio. Também se encontram originando intoxicação alimentar em pasta de pescado e frango refrigerado (Kuhn, 2016).
As espécies com maior importância são Clostridium tetani, Clostridium perfringens A, B, C e D. O gênero Clostridium spp pode ser didaticamente classificado em dois grupos, tendo como base, o mecanismo produtor de doença: 1º) consiste dos clostrídios que têm pouca ou nenhuma capacidade de invadir e multiplicar-se nos tecidos, concentrando sua patogenicidade na produção de neurotoxinas longe do corpo do hospedeiro ou em áreas restritas; com representantes como o Clostridium botulinum; 2º) é numeroso, sendo representado por espécies que invadem e multiplicam-se nos intestinos e tecidos do hospedeiro e produzem toxinas bem menos potentes do que as do primeiro grupo, mas elaboram toxinas no intestino, causando doenças denominadas enterotoxemias (Gomes et al., 2013). 
O objetivo da análise foi de detectar a presença de Clostridio Sulfito redutor em amostras de alimentos e avaliar sua condição microbiológica.
Materiais: ágar Sulfito Polimixina Sulfadiazina (SPS), jarras para anaerobiose, envelopes geradores de anaerobiose, vidraria esterilizada, estufa incubadora, contador de colônias, solução salina peptonada 0,1%, ágar motilidade-nitrato tamponado, meio leite com ferro e meio lactose-gelatina.
ConclusãoMetodologia: contagem em placas com inoculação pour plate em sobrecamada utilizando ágar SPS, com incubação a 35ºC, 72h, seguido de confirmação bioquímica. Contagens expressas em UFC/g (Kuhn, 2016).
Amostra: ervilha congelada.
Nesta análise foi obtido o número total de Clostridium spp.:
ReferênciasTabela de Contagem de Clostridio:
	Amostra
	Contagem em Placas 
	Resultado (UFC/g Est)
	
		-1
	-2
	-3
	2; -
	- ; -
	- ; -
	2,0x102
Foram posta em estufa incubadora a 35°C por 72 horas jarros de anaerobiose e placas envoltas de papel filme. E poderia-se usar meios como Ágar Sangue Cicloserina, Ágar Shahidi Ferguson Perfringens (SFP), Ágar Sangue Neomicina alem de Ágar Sulfito Polimixina Sulfadiazina (SPS) (Kuhn, 2017).
IntroduçãoA confirmação bioquímica de Clostridium perfringens se faz por meio de provas confirmativas, com as quais se evidenciam suas características de: imobilidade, redução de nitratos, fermentação da rafinose, produção de ácido e gás a partir da lactose e liquefação da gelatina (Lima, Kuhn, 2017), sendo estes dois últimos que confirmaram a presença deste MO.
A contaminação de Clostridium perfringens se dá pelo contato do solo com os produtos in natura (verduras, legumes, etc.), antes de serem completamente higienizados (Ferreira, 2006). Fossati et al, (2011) obteve apenas valores NMP abaixo de 1,0x103 UFC/g de C. sulfito redutor a 46°C, em quibe cru. Já Sarkis et al., (2011) determinou valores entre ˂101 e 26x101 UFC/g de C. sulfito redutor em amostras de carne in natura. E Sanchez et al., (2015), resultados a partir de ausência ate NMP de 7,38 UFC/100mL de C. perfringens, em amostras de água. Gomes et al., (2013) explica que algumas vezes, é difícil encontrar esporos de C. perfringens, independentemente do meio de cultura. Kuhn et al., (2016) complementa que, apesar de haver clostridio em reservatórios vegetais, este desenvolve-se em organismos animais, em produtos cárnicos. Isto é, vegetais podem vir a assumir apenas papel transmissor a estes seres animais (Sanchez et al., 2015).
Clostrídios mesófilos são indicadores de higiene deficiente, de tratamento térmico inadequado e de exposição a temperaturas elevadas (Lima, Kuhn, 2016). O que, confirmado a presença deste em alimentos com baixa acidez, indica que possivelmente o tratamento térmico foi insuficiente para destruir os esporos existentes nos alimentos perecíveis; se detectados em baixo número, podem indicar higiene deficiente, enquanto que contagens elevadas podem ser decorrentes de permanência do produto em temperaturas (Kuhn, 2016).
Materiais e MétodosDiarréia, cólicas abdominais, podendo ocorrer náuseas e vômitos são sintomas decorrente de surtos alimentares – a partir de produtos cârnicos contaminados por C. perfringens, principal espécie presente em vegetais –, com período de incubação de 8 a 24 horas. Seus esporos se desenvolvem no intestino das especies animais (Lima, Kuhn, 2016), produzindo 4 toxinas principais: alfa, beta, épsilon e iota (Gomes et al., 2013).
A maioria dos casos, a doença é aguda e exige procedimento terapêutico rápido. O C. perfringens é sensível à substância como penicilina G e tetraciclinas. O Toxóide tipo-específico tratado pelo formol e precipitados pelo hidróxido de alumínio (alum) são imunobiológicos eficientes contra as enterotoxemias causadas pelo C. perfringens (Gomes et al., 2013).
Resultados e DiscussãoEsta análise finalizou-se apresentando 2,0x102 UFC/g (estimado) de Clostridium sulfito redutor, o que estaria dentro da legislação, preconizada de 103 como padrão aceitável, na Resolução-RDC Nº 12, de 2 de janeiro (Brasil, 2001) para alimentos congelados e a base de carne.
ARAÚJO, F.R. Relatório de Estágio Supervisionado, Controle de Qualidade Microbiológico: Águas e Alimentos (Gelados Comestíveis) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Química. Parnamirim-RN – Natal-RN. Maio, 2016.
BRASIL. RESOLUÇÃO-RDC Nº12. Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos, ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Diretoria Colegiada. Brasil. 2 de Jan, 2001.
FERREIRA, S.M.S. Contaminação de Alimentos Ocasionada por Manipuladores – Unb-Universidade de Brasília, CET-Centro de Excelência em Turismo. Curso de Especialização em Qualidade em Alimento, Pós-graduação Lato Sensu. Brasília-DF. Março, 2006.
FOSSATI, A.A.N. Avaliação da Qualidade Microbiológica de Quibes Crus Preparados em Restaurantes Especializados em Culinária Árabe. – UFRGS-LUME, Repositório Digital. UFRGS-Universidade Federal do Rio Grande di Sul, Faculdade de Veterinária. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Curso de Especialização em Produção, Tecnologia e Higiene de Alimentos de Origem Animal. Porto Alegre-RS. 2011.
Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/65930/000870821.pdf?sequence=1 > Acesso em: 1 de Nov. 2017.
KUHN, C.R. Manual de Análises Microbiológicas – Instituto Federal Sul-riograndense-IF-Sul, campus Pelotas. Coordenadoria de Química-Curso Técnico em Química, Disciplina Microbiologia II. Pelotas-RS. 2016.
LIMA, A.S.; KUHN, C.R. Clostridium Sulfito Redutores. Curso Técnico de Química Microbiologia II – IF-Sul-Instituto Federal Sul-riograndense, campus Pelotas, RS. 2016.
GOMES, M.J.P. Gênero Clostridium spp. – UFRG-Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Laboratório de Bacteriologia Veterinária (LABACVET). Porto Alegre-RS. 2013.
Disponível em: < http://www.ufrgs.br/labacvet/files/G%C3%AAnero%20Clostridium%204-2013-1.pdf > Acesso em: 5 de Nov. 2017.
SARKIS, F. Avaliação das Condições Microbiológicas de Carnes de Animais Silvestres no Município de São Paulo. – Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz. Dissertação para Titulo de Mestrado em Ciências, Área de Concentração: Ciência e Tecnologia de Alimentos. Piracicaba-SP. Junho-2002.

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