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Prisão em Flagrante: Procedimentos e Fases

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INTRODUÇÃO 
A liberdade individual, o direito de ir e vir, são direitos fundamentais da pessoa humana, protegidos pelo Estado na Constituição Federal, se constituindo em bases da vida em sociedade. Para que o Estado consiga regular a conduta dos cidadãos e harmonizar o convívio, cada pessoa tem seus direitos e faculdades limitadas em respeito aos direitos alheios.
Importante lembrar que o direito de punir do Estado também se encontra regrado, limitado por princípios constitucionais, dentre eles o da reserva legal art. 5º XXXIX, juiz natural art 5º LIII, devido processo legal art. 5º LIV, todos da Constituição Federal.
No texto do artigo supracitado encontramos para o caso da prisão por ordem judicial, os termos: escrita, fundamentada e autoridade judiciária competente, os quais já iniciam um disciplinamento restritivo a esse tipo de prisão. Na prisão em flagrante delito, em uma primeira vista parece desguarnecida de formalidades legais, já que o texto do artigo 301 do código de processo penal, ao permitir que qualquer do povo possa prender quem se encontre em flagrante delito, possa passar a idéia de inexistência de uma autoridade com competência especifica para tal procedimento.
1. PRISÃO EM FLAGRANTE 
A Prisão em flagrante delito é uma prisão sem pena, prevista no artigo 5º LXI da Constituição Federal e tem seu procedimento disciplinado nos artigos 301 a 310 do Código de Processo Penal, decreto lei 3689 de 3 de outubro de 1941. Tem a função de resposta imediata, do Estado à pratica delituosa, fazendo cessar a mesma e também captação imediata de provas, como bem explica Vicente 16 Greco Filho ao afirmar que: “São duas as justificativas para a existência da prisão em flagrante: a reação social imediata à pratica da infração e a captação, também imediata da prova
No mesmo sentido Julio Fabrini Mirabete10 complementa:
“Assim, a possibilidade de se prender alguém em flagrante delito é um sistema de auto-defesa da sociedade, derivada da necessidade social de fazer cessar a pratica criminosa e a perturbação da ordem jurídica, tendo também o sentido de salutar providencia acautelatória da prova da materialidade do fato e da respectiva autoria.” 
O termo prisão, segundo definição do dicionário Aurélio, é o ato de prender alguém, de o privar da liberdade, e a palavra flagrante, deriva dos termos em latim: flagrare, flagrans e flagrantis que significam ardente, brilhante, resplandecente, ou seja, evidente, notório, visível.
Para José Frederico Marques, Flagrante delito: 
“É o crime cuja prática é surpreendida por alguém no próprio instante em que o delinqüente executa a ação penalmente ilícita. Há, assim, a certeza ‘certeza visual’ do crime, pelo que a pessoa, que assiste à cena delituosa, pode prender o seu autor, conduzindo-o, em seguida, à autoridade competente.”
O artigo 301 também não faz distinção alguma entre crimes, podendo ocorrer situação de flagrante em crimes que se processam mediante ação privada, nesses casos se faz necessário que conste no auto de prisão em flagrante o interesse, do ofendido ou seu representante, de perseguir penalmente o ofensor.
O próprio Código de Processo Penal nos incisos do artigo 302 se incumbe de dar definição aos casos em que se considera alguém em flagrante delito, elencando as situações constantes nos incisos: I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração e IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Quanto aos incisos I e II, do artigo supracitado, não é difícil imaginar as situações descritas, estando bem definidas pelo legislador, razão pela qual são consideradas situações de flagrante próprio ou real.
Alguns autores consideram a situação descrita no inciso II, como sendo quase flagrante, por imaginarem situações na qual a pessoa apanhada após o cometimento do delito, não era o autor do fato e sim alguém prestando socorro. No entanto, tal situação, é considerada flagrante próprio devido ao código não fazer menção à presunção.
1.1 Fases do flagrante 
Podemos dividir a prisão em flagrante, em pelo menos três fases, a primeira fase, compreendida pela prisão captura é a que pode ser realizada facultativamente por qualquer do povo, dependendo, além da possibilidade do cidadão em realizar a prisão, a vontade do mesmo em fazê-la. Também se enquadra na primeira fase da prisão em flagrante, a captura realizada, agora em um caráter de obrigatoriedade, por autoridades policiais, pois estas têm o dever legal de realizar a prisão de quem se encontre na prática flagrante de um delito. A prisão captura compreende a visualização do delito e a condução coercitiva do autor do delito até a presença da autoridade competente, onde poderá ser lavrado o auto de prisão em flagrante, conforme o dispositivo trazido no artigo 301 do CPP.
Nessa fase é permitido ao autor da prisão, o uso de força moderada para vencer possível recusa ou resistência do autor do delito, em acompanhar o sujeito que realiza a prisão.
A segunda fase definida pelo caput do artigo 304 compreende o auto de prisão em flagrante. O auto de prisão em flagrante consiste na formalização de um documento contendo, dados referentes á prisão em flagrante, uma circunstanciada descrição de como se deu o delito e a captura, data, hora, local, nome de condutores e testemunhas, etc., através de um ato administrativo levado a efeito pelo delegado de polícia civil, o qual exerce as funções de polícia judiciária conforme previsão do artigo 144 § 4º da CF, quando lhe é apresentado uma pessoa, apanhada no momento da realização de um ato delituoso.
A terceira etapa, da prisão em flagrante consiste, após a lavratura do auto de prisão em flagrante, no recolhimento do conduzido ao cárcere ou a liberação do mesmo, seja por livrar-se solto ou prestar fiança, conforme o disposto no parágrafo 1º do artigo 30434 do CPP.
1.2 Lavratura do auto de prisão em flagrante
 Apresentado à autoridade competente, uma pessoa que tenha sido surpreendida no momento do cometimento de um crime, essa ouvirá, seguindo a ordem estipulada pelo artigo 304 do CPP, as declarações individuais, do condutor, testemunhas e procederá ao interrogatório do conduzido, a respeito do fato que lhe está sendo imputado. O artigo 304 do CPP sofreu alteração em 2005, com a Lei 11.113/2005, a qual deu nova redação ao artigo tornando a lavratura do auto mais célere, ao menos para o condutor e testemunhas, os quais precisavam, antes da alteração trazida pela supracitada lei, aguardar o término do auto que era por todos assinado, conforme podemos ver na redação antiga do artigo 304 que se apresentava da seguinte forma:
“Apresentado o preso a autoridade competente, ouvirá esta o condutor e as testemunhas que o acompanham e interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita, lavrando-se auto, que será por todos assinado.”
Conforme ensina Fernando da Costa Tourinho Filho “tomadas essas providências, a autoridade lavrará o auto de prisão em flagrante, relatando o que ocorreu, instruindo-o com peças integrantes, os depoimentos colhidos, inclusive o auto de interrogatório”.
No mesmo sentido e complementando o ensinamento de Fernando da Costa Tourinho filho e, referente a importância da autoridade advertir o preso sobre o direito de permanecer em silêncio, Roberto Delmanto Junior faz o seguinte comentário: 
“Evidentemente, se durante a lavratura do auto, o preso opta por exercer o seu direito ao silêncio, as declarações anteriormente feitas aos condutores, sem que o exercício desse direito lhe tivesse sido facultado, logo no primeiro instante que se deu a prisão, não podem se revestir de valor legal, ainda que reproduzidas durante a instrução judicial.”
CONCLUSÃO
Com base nos estudos , podemos concluir que a prisão em flagrante delito tem importante papel repressor à prática de delitos, muitoembora sua realização com respeito a todas as normas legais 39 vigentes, não represente, ainda a aplicação da pena, é uma excelente resposta social de justiça, onde muitas vezes é facilitada a aplicação da pena pós processo, devido a certeza material do crime e de seu autor, proporcionada ao ministério público e ao juiz.
A prisão em flagrante é uma prisão sem pena e que carece, após a sua realização, a comunicação imediata ao juiz competente para a devida homologação. Para sua manutenção se faz necessário o mínimo de justificativas que representem além da autoria e materialidade, já presentes no auto de prisão em flagrante delito, também o periculum libertatis, quer seja à sociedade, ao processo ou à aplicação da pena.
Já a prisão em flagrante delito, embora tenha a previsão legal para sua realização, carece realmente de maior disciplinamento legal, no tocante a sua manutenção e duração, pois verifica-se certa divergência doutrinaria a seu respeito.
REFERENCIA
Art 304 § 1º do CPP. Resultando das respostas fundada suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhe-lo a prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança...
Delmanto Junior. Roberto, p. 106
Greco Filho. Vicente,. Processo Penal. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 1999 p. 266
MIRABETE. Julio Fabrini, ob. cit. p. 376
TOURINHO FILHO. Fernando da Costa, ob. Cit. Pag. 612

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