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SOC1203_2ºtrabalho

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Departamento de Ciências Sociais
SOC1203 – Instituições Políticas Brasileiras
2014.2
Segundo R. Faoro, o Estado é patrimonial, no Brasil, até o final da Era Vargas. Sintetize o seu argumento.
Segundo V. Nunes Leal, o fenômeno do “coronelismo” no Brasil (1889-1830) “é antes um sintoma de decadência do que de vitalidade dos senhores rurais”. Justifique.
Utilize os conceitos de clientelismo, corporativismo, insulamento burocrático e universalismo de procedimentos para situar a relação entre Estado e sociedade, segundo E. Nunes. 
Situe a “concepção específica de representação política” que, segundo Marcos Bezerra, é característico do Estado no Brasil. 
Destaque os principais momentos do filme “Vocação do poder” que remetem às questões estudadas por Victor N. Leal, Edson Nunes e Marcos Bezerra. 
Faoro concebe o Estado patrimonialista como um orientador e abarcador dos interesses da nação. Esta, com suas classes econômicas desorganizadas (não existem interesses de classe claramente delimitados), acaba tendo seus interesses subjugados aos do Estado, que passa a comandar a economia e conduzir os caminhos dos negócios. Para Faoro, essa situação persiste até a Era Vargas, com um modelo atrasado de organização políticas, sem diálogo com a sociedade – situação ilustrada por diversas medidas adotadas pelo então presidente Getúlio Vargas, como a eliminação de órgãos legislativos e a adoção de uma política industrializante estatal.
Através da leitura do texto selecionado do autor (“Indicações sobre a estrutura e o processo do ‘coronelismo’), torna-se claro que o imenso poderio e influência dos “coroneis” se devia pouco à sua vitalidade política e/ou sua riqueza, mas sim à situação paupérrima que o rodeava. A clara decadência do município onde vivem faz com que suas figuras sobressaiam e assumam uma postura de liderança coercitiva e paternalista que arrasta os miseráveis para sua sombra. Dessa forma, o “coronelismo” se estabelece e vigora até o final da República Velha, com a crise de vendas que faz com que também os “coroneis” decaiam e deixem de estar em tão alto “pedestal” em relação àqueles que antes comandava.
De acordo com os conceitos de Edson Nunes, o clientelismo seria o tipo de relação mais pessoal entre Estado e sociedade, havendo contato pessoal e assimétrico entre patrons e clientes, incluindo trocas generalizadas (promessas e expectativas de retornos futuros) para firmar esses laços. O corporativismo seria uma tentativa de “impessoalizar” esse processo, buscando racionalizá-lo e organizá-lo: “O corporativismo determina os limites da participação e não pode ainda ser completamente alterado pelo voto daqueles que se submetem a ele”. Numa tendência ainda impessoalista, tem-se o insulamento burocrático, que atua no sentido de reduzir a arena de ação do público e de outras organizações intermediárias no núcleo técnico do Estado. Como epítome do impessoalismo, verificamos o universalismo de procedimentos, que se baseia na noção de cidadania plena e igualdade perante à lei para se opor ao sistema de patronagem. [1: NUNES, 2003, p. 26. ]
No Brasil, segundo Marcos Bezerra, a política não é uma simples atividade representativa, mas se corrompeu em um sistema de reciprocidade entre parlamentares e as localidades que representam. Nesse sentido, o parlamentar toma para si a responsabilidade de canalizar recursos federais para o município que o elegeu – se isso é conseguido, ele é considerado eficiente e alvo de prestígio na sua localidade. Assim, conseguir verbas passou a ser considerada parte das atribuições legítimas dos parlamentares, por mais anacrônico que isso possa parecer. 
Em relação ao filme “Vocação do poder”, podemos perceber pontes entre determinados momentos e os autores trabalhados em sala. Começando pelo clientelismo (Edson Nunes) descarado praticado pelos candidatos, como na cena em que o candidato André Luiz Filho vai até a casa de uma eleitora a pedido do esposo; passando por um “coronelismo” (Victor Nunes Leal) moderno facilmente aplicável à comunidade do MC Geleia, onde sua liderança se destaca pelo pauperismo local; e finalizando com a recorrente prática de tentativa de captação de verbas (Marcos Bezerra) para o cumprimento do “dever” para com quem os elegeu.

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