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Diario 2295 8 18 8 2017

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Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região
DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Nº2295/2017 Data da disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017. DEJT Nacional
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região
Desembargadora Suzy Elizabeth Cavalcante Koury
Presidente
Desembargadora Sulamir Palmeira Monassa de Almeida
Vice-Presidente
Desembargador Walter Roberto Paro
Corregedor Regional
Tv. D. Pedro I, 746
Umarizal
Belém/PA
CEP: 66050100
Telefone(s) : (91) 4008-7000
Email(s) : dejt@trt8.jus.br
Secretaria-Geral Judiciária
Acórdão
ACÓRDÃOS EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO
RELAÇÃO DE ACÓRDÃOS - EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO
(sejud@trt8.jus.br - fone: 4008-7089)
JULGADOS EM 07/08/2017
1. ACÓRDÃO PROCESSO TRT-8ª/PLENO/IUJ/0010223-
09.2016.5 .08 .0000. SUSCITANTE: S INDICATO DOS
EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTO BANCÁRIOS DO
ESTADO DO PARÁ E AMAPÁ (Drª. Mary Lucia do Carmo Xavier
Cohen). SUSCITADO: EGREGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA 8ª REGIÃO. LITISCONSORTE: CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL (Drª. Anna Paula Ferreira Paes E Silva).
RELATOR: Desembargador Federal do Trabalho Francisco Sergio
Silva Rocha. EMENTA: MATÉRIA ABRANGIDA POR SÚMULA
EXISTENTE. DESNECESSIDADE DE NOVA EDIÇÃO. Estando a
matéria objeto de pleito de uniformização abrangida por Súmula já
editada no Regional, não existe necessidade de nova edição
DECISÃO: SEM DIVERGÊNCIA, EM CONHECER DO INCIDENTE
DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. NO MÉRITO,
VENCIDO O DESEMBARGADOR FRANCISCO SÉRGIO SILVA
ROCHA, CONSIDERA-LO-O PREJUDICADO POIS A MATÉRIA
NELE PROPOSTA ESTÁ ABRANGIDA PELA DISPOSIÇÃO DA
SÚMULA Nº 56 DE NOSSO TRIBUNAL REGIONAL.
2. ACÓRDÃO PROCESSO TRT-8ª/PLENO/IUJ/0010287-
19.2016.5.08.0000. SUSCITANTE: VICE-PRESIDÊNCIA DO
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA OITAVA
REGIÃO. SUSCITADO: EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO. TERCEIRO INTERESSADO:
CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A (
Doutora Giselle Rodrigues Cattanio). TERCEIRO INTERESSADO:
MANOEL DO SOCORRO DOS SANTOS (Doutor Rafael Xavier
Rodrigues). RELATOR: Desembargador Federal do Trabalho
Francisco Sergio Silva Rocha. EMENTA: ELETRONORTE.
EMPREGADOS CONTRATADOS ANTES DOS CONCURSOS
PÚBLICOS DOS EDITAIS 07/2004, 09/2005 E 01/2006. REAJUSTE
SALARIAL. PRESCRIÇÃO PARCIAL E QUINQUENAL. Por se tratar
de pedido de parcelas sucessivas, em que se renova a pretensão
do direito mês a mês, a prescrição aplicável é parcial. Não há
violação à Súmula 294 do C. TST, uma vez que não se trata de
lesão decorrente do pactuado. DECISÃO: SEM DIVERGÊNCIA, EM
CONHECER DO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA. NO MÉRITO, A UNANIMIDADE, APROVAR A
P R O P O S T A D E S Ú M U L A C O M S E G U I N T E
TEOR:ELETRONORTE. EMPREGADOS CONTRATADOS ANTES
DOS CONCURSOS PÚBLICOS DOS EDITAIS 07/2004, 09/2005 E
01/2006. REAJUSTE SALARIAL. PRESCRIÇÃO PARCIAL E
QUINQUENAL. POR SE TRATAR DE PEDIDO DE PARCELAS
SUCESSIVAS, EM QUE SE RENOVA A PRETENSÃO DO
DIREITO MÊS A MÊS, A PRESCRIÇÃO APLICÁVEL É PARCIAL.
NÃO HÁ VIOLAÇÃO À SÚMULA 294 DO C. TST, UMA VEZ QUE
NÃO SE TRATA DE LESÃO DECORRENTE DO PACTUADO.
3. ACÓRDÃO PROCESSO TRT-8ª/PLENO/IUJ/0010307-
10.2016.5.08.0000. SUSCITANTE: DANP COMÉRCIO DE
ALIMENTOS LTDA (Doutor Alexandre Carneiro Paiva).
SUSCITADO: EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
DA OITAVA REGIÃO. TERCEIRO INTERESSADO: KARLA
CAROLINE SILVA SOUZA (Doutor Diorgeo Diovanny Stival Mendes
da Rocha Lopes da Silva) e DANONE LTDA (Doutor Alexandre
Lauria Dutra). RELATOR: Desembargador Federal do Trabalho
Francisco Sergio Silva Rocha. EMENTA: ATIVIDADE EXTERNA.
INSERÇÃO NO ART. 62, INC. I, DA CLT POR AJUSTE ENTRE AS
P A R T E S . P O S S I B I L I D A D E . U N I F O R M I Z A Ç Ã O D E
JURISPRUDÊNCIA. INCABÍVEL. Inexiste a divergência apta a
justificar a uniformização de jurisprudência, quando as decisões
paradigmas das Turmas do Regional, embora distintas, solucionam
a demanda com base tão somente no conteúdo probatório
constituído nos respectivos autos, sem enfrentar diretamente a
questão divergente suscitada. DECISÃO: SEM DIVERGÊNCIA, EM
CONHECER DO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA. NO MÉRITO, A UNANIMIDADE, REJEITÁ-LO
POR NÃO HAVER DIVERGÊNCIA A UNIFORMIZAR.
4. ACÓRDÃO PROCESSO TRT-8ª/PLENO/AG/0010053-
03.2017.5.08.0000. AGRAVANTE: DARIO GONCALVES
PANTOJA NETO (Drª. Luciana do Socorro de Menezes Pinheiro).
AGRAVADOS: RODOPAR LTDA (Dr. Alfredo de Nazareth Melo
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Santana) e JUIZO DA 9ª VARA DO TRABALHO DE BELEM.
RELATOR: Desembargador Federal do Trabalho Walter Roberto
Paro. EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. PROVIDO. CORREIÇÃO
PARCIAL INCABÍVEL CONTRA DECISÃO EMINENTEMENTE
JURÍDICA. Deve ser reformada a decisão agravada que determinou
a suspensão da execução nos autos principais, bem como que o
juízo da execução procedesse a intimação da executada para,
querendo, apresentar embargos à arrematação; porquanto é
incabível a intervenção da Corregedoria Regional em face de
decisão eminentemente jurídica. Agravo provido. DECISÃO:
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DO PLENO DO EGRÉGIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA OITAVA REGIÃO, EM
CONHECER DO AGRAVO REGIMENTAL; NO MÉRITO, À
UNANIMIDADE, DAR-LHE PROVIMENTO PARA, REFORMANDO
A R. DECISÃO AGRAVADA, TORNÁ-LA SEM EFEITO, PARA
JULGAR A CORREIÇÃO PARCIAL IMPROCEDENTE,
CONFORME OS FUNDAMENTOS.
Pauta
SEÇÃO ESPECIALIZADA I
P A U T A D E J U L G A M E N T O D A 2 6 7 ª ( D U C E N T É S I M A
SEXAGÉSIMA SÉTIMA) SESSÃO ORDINÁRIA DA SEÇÃO
ESPECIALIZADA I DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO, REALIZADA NO DIA
24/08/2017, QUINTA-FEIRA, A PARTIR DAS 10:00 (DEZ) HORAS,
NA SALA DE SESSÕES DO PLENO.
- PROCESSO FÍSICO:
Número do Processo: 0010146-97.2016.5.08.0000 - DC
Relator: Georgenor de Sousa Franco Filho
DEMANDANTE: SINDICATO DOS ENFERMEIROS DO ESTADO
DO PARA - SENPA
ADVOGADO - JADER NILSON DA LUZ DIAS
DEMANDADOS: BRUNO GARISTO JUNIOR E SEPACO SERVICO
SOCIAL DA INDUSTRIA DE PAPEL (ADVOGADO DOMINGOS
SÁVIO ZAINAGHI).
- PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO:
RETORNO DE DILIGÊNCIA
Número do Processo: 0000431-94.2017.5.08.0000 - DC
Relator: GABRIEL NAPOLEÃO VELLOSO FILHO
SUSCITANTE - SINDICATO DOS ENFERMEIROS DO ESTADO
DO PARÁ
ADVOGADOS - NAJARA VALENTE DOS SANTOS, FLAVIO
GOMES RODRIGUES, FABRICIA CARVALHO DA SILVEIRA
SUSCITADA - SPDM - ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O
DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA
ADVOGADO - ABIMAEL DE FRANCA MELO
Seção Especializada I (Publicações do PJe-JT)
Acórdão
Acórdão
Processo Nº MS-0000314-06.2017.5.08.0000
Relator GEORGENOR DE SOUSA FRANCO
FILHO
IMPETRANTE CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA
ESTADUAL PROF JOSE B. TOSTES
ADVOGADO VINICIUS GRISOSTENES
BARBOSA(OAB: 3109/AP)
AUTORIDADE
COATORA
ANNA LAURA COELHO PEREIRA
CUSTOS LEGIS PROCURADORIA REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO
LITISCONSORTE JOSEFA MARILENE DA SILVA DE
FARIAS
ADVOGADO ALANA E SILVA DIAS(OAB: 1773/AP)
ADVOGADO GERSON GERALDO DOS SANTOS
SOUSA(OAB: 1739/AP)
Intimado(s)/Citado(s):
 - CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL PROF JOSE B.
TOSTES
 PODER JUDICIÁRIO
 JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO PJE/TRT/SE-I/MS 0000314-06.2017.5.08.0000
IMPETRANTE: CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL PROF
JOSE B. TOSTES
 Dr. Vinícius Grisostenes Barbosa
AUTORIDADE COATORA: JUÍZA DO TRABALHO TITULAR DA
3ª VARA DO TRABALHO DE MACAPÁ, DRA. ANNA LAURA
COELHO PEREIRA
LITISCONSORTE: JOSEFA MARILENE DA SILVA DE FARIAS
(Processo nº 0001220-43.2015.5.08.0201)
 Drª Alana e Silva Dias e Gerson Geraldo dos Santos Rosa
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MANDADO DE SEGURANÇA. CAIXAESCOLAR. SÚMULA Nº 41
DO TRT/8ª. Tendo em vista que a execução que ocorre em
reclamações trabalhistas em desfavor das Unidades
Descentralizadas de Educação, bem como contra as Caixas
Escolares, na forma da Súmula nº 41 deste Tribunal, o bloqueio
de numerários via BACENJUD realizado perante o ente público,
Estado do Amapá, não ofende as regras constitucionais, tendo
em vista que o vínculo de emprego ocorre diretamente com a
entidade de natureza privada.
1. Relatório
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de
Segurança, em que são partes, como impetrante, CAIXA
ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL PROF JOSE B. TOSTES;
como autoridade coatora, JUÍZO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE
MACAPÁ/AP, Drª ANNA LAURA COELHO PEREIRA; e, como
litisconsorte, JOSEFA MARILENE DA SILVA DE FARIAS.
CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL PROF JOSE B.
TOSTES impetra o presente mandado de segurança, com pedido
liminar, nos termos do art. 5º, caput, XXXV e LXIX, da Constituição,
art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009 e arts. 225 e 229-B do Regimento
Interno deste Tribunal, e 833, IX, do atual CPC, contra ato da Juíza
Titular da 3ª Vara do Trabalho de Macapá, Dra. Anna Laura Coelho
Pereira, nos autos do Processo nº 0001236-36.2015.5.08.0206,
visando o desbloqueio, que tramita na 1ª Vara do Trabalho de
Macapá.
Foi deferido parcialmente o pedido liminar, conforme decisão de Id
nº ad2f650.
A autoridade coatora não prestou as informações necessárias, nos
termos do Id nº b694ac1.
O litisconsorte apresentou manifestação o Id nº 123bf19.
O Ministério Público do Trabalho emitiu parecer sob Id 67ba619,
opinando pelo cabimento do writ e concessão da segurança.
2. Fundamentação
Conhecimento
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A presente ação está em condições de ser apreciada, porque
apresentada no prazo do art. 23 da Lei nº 12.016/2009.
Mérito
Conforme relatado, a impetrante pretende o desbloqueio de valores
nos autos do Processo nº 0001236-36.2015.5.08.0206, visando o
desbloqueio, que tramita na 1ª Vara do Trabalho de Macapá.
Os fatos que a impetrante apresenta para abalizar sua pretensão
estão resumidos no despacho que apreciou o pedido liminar, que
reitero a seguir:
- que durante audiência relativa ao Processo Descentralizador da 4ª
Vara do Trabalho de Macapá nº 0000401-02.2012.5.08.0205, o juiz
deixou evidente que iria determinar o sequestro de verba pública
para satisfazer o pagamento de condenações judiciais transitadas
em julgado contra UDE/SEED e as Caixas Escolares.
- que, após a audiência do processo centralizador, o Estado do
Amapá, representado pela Procuradoria, impetrou mandado de
segurança preventivo, contra o sequestro de verbas públicas das
Caixas e UDE/SEED, obtendo a concessão da liminar, conforme o
Processo nº 000818-46.2016.5.08.000.
- que a Juíza Titular da 1ª Vara do Trabalho de Macapá não
considerou a liminar deferida no referido mandado de segurança, a
fim de coibir o sequestro de verbas públicas, repassadas para
aplicação compulsória na Educação.
- que no dia 02/02/2017, a Corregedoria do TRT da 8ª Região
expediu a Portaria CR nº 0009, revogando a Portaria 37/2015,
tornando sem efeito a Centralização das Execuções em face a
UDE/SEED e das Caixas Escolares, determinando que a 4ª Vara do
Trabalho de Macapá devolvesse todas as execuções não incluídas
no acordo realizado no dia 24/08/2015, para as respectivas Varas
de origem para o prosseguimento das respectivas execuções.
- que os Juízes das Varas do Trabalho de Macapá não estavam
realizando nenhum ato executório (bloqueio/constrição de contas),
em virtude da da liminar concedida nos autos do Processo 0000818
-46.2016.5.08.0000.
- que no dia 17/02/2017, a Caixa Escolar da Escola Estadual
Seraf in i Costa Perei ra impetrou mandamus (0000137-
42.2017.5.08.0000), contra a autoridade coatora, Juíza da 1ª Vara
do Trabalho de Macapá, alegando que não cumpriu a decisão
monocrática deferida pelo Exmº Desembargador Dr. Julianes
Moraes das Chagas, que decidiu "Ordenar que o MM. Juízo a quo,
no Processo nº 0000401-02.2012.5.08.0205,se abstenha de proferir
decisão que gere bloqueio, penhora ou sequestro de verbas em
desfavor do Estado do Amapá e/ou das entidades privadas que o
coadjuvam no sistema de ensino público estadual, denominadas
"Caixas Escolares" ou "Unidades Descentralizada de Execução da
Educação - UDE".
- que, em 20/03/2017, a Desembargadora Alda Maria de Pinho
Couto, deferiu a liminar nos autos do mandamus (0000137-
42.2017.5.08.0000), na qual decidiu "concedo a liminar requerida
pela impetrante, para determinar que o d. Juízo impetrado, nos
autos da Reclamação Trabalhista nº 0001220-43.2015.5.08.0201,
se abstenha de proferir decisão que gere bloqueio, penhora ou
sequestro de verbas em desfavor do Estado do Amapá e/ou das
entidades privadas que o coadjuvam no sistema de ensino público
estadual, denominadas "Caixas Escolares" ou "Unidades
Descentralizada de Execução da Educação - UDE", bem como
devolva imediatamente os valores eventualmente sequestrados, e
ainda disponíveis à conta do Juízo, para as mesmas contas de onde
foram subtraídas, devendo a cobrança ocorrer por meio de
precatório requisitório".
- que UDE e CAIXAS ESCOLARES são pessoas jurídicas de direito
privado, com natureza de associação sem fins lucrativos, com
atividades ligadas a educação que existem dentro da administração
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pública indireta do estado do Amapá, uma ficção jurídica criada para
atuar dentro das escolas públicas do Estado; que é inegável que
haverá prejuízo na prestação dos serviços da educação com futuros
bloqueios, violando a supremacia do interesse coletivo sobre o
interesse individual.
- que o inciso IX do art. 833, do CPC, prevê a impenhorabilidade de
"recursos públicos recebidos por instituições privadas para
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social".
Portanto, em nome da supremacia do interesse coletivo sobre o
individual, não se mostra razoável a constrição de créditos junto às
Caixas Escolares, tendo em vista que a medida colocaria em risco a
continuidade dos serviços prestados pelas escolas já que mais de
90% dos recurso são rubricas Federais e Estaduais, em prejuízo de
toda a comunidade atendida.
Salienta que, mesmo que o crédito trabalhista seja especialmente
privilegiado, princípio que prevalece em todas as decisões da
Justiça do Trabalho, existem valores sociais que a lei ordinária
(parte final do caput do art. 8º CLT, inciso IX do art. 833 CPC) e a
Constituição consideram mais relevantes, entre eles a proteção dos
recursos públicos, destinados à educação, saúde ou assistência
social da população.
Analiso.
Nas informações de Id nº b694ac1, a autoridade coatora esclareceu,
e bem, os fatos, declinando:
"O processo 0001236-16.2015.5.08.0206, que fez gerar a presente
medida, após regular julgamento, com a condenação da impetrante
ao pagamento de valores devidos ao seu ex-empregado, teve, em
novembro de 2015, sua execução paralisada junto ao MM. Juízo da
3ª Vara do Trabalho de Macapá em virtude da centralização de
todas as execuções contra os Caixas Escolares e UDE's em feito
em trâmite no MM. Juízo da 4º Vara do Trabalho de Macapá.
No entanto, em 02 de fevereiro de 2017, a Corregedoria do TRT da
Oitava Região, por meio da Portaria CR 9/2017, revogou a anterior
em que estabelecida a centralização (a de nº 37/2015) e determinou
ao Juízo da 4º Vara do Trabalho de Macapá que devolvesse todas
as execuçõesnão incluídas no acordo realizado no dia 24/08/2015
para as respectivas Varas de origem, a fim de que cada uma delas
pudesse seguir com suas execuções, no que se enquadrava o caso
dos autos (0001236-16.2015.5.08.0206).
Tendo assim sido feito, seguiu o referido processo o trâmite normal
que neste Juízo é observado numa execução contra pessoa
jurídica de direito privado - caso da impetrante, nos termos do
entendimento consolidado pelo E. TRT da Oitava Região em
sua Súmula 41, ou seja, diante da ausência de pagamento dos
valores exequendos e tendo em conta a ordem de preferência
legalmente prevista, foi determinado o prosseguimento da
execução, expedindo-se a ordem de bloqueio via Bacenjud.
Não há, como facilmente pode ser observado em consulta ao
processo (0001236-16.2015.5.08.0206), nenhuma notícia nele da
existência de liminar em mandado de segurança que teria sido
impetrado no então Juízo Centralizador da 4ª Vara do Trabalho de
Macapá (000818-46.2016.5.08.000), como noticiado pela impetrante
em sua peça de ingresso, assim como nada a respeito foi
mencionado na Portaria CR 9/2017, que determinou a devolução
das execuções às Varas de origem, 'a fim de que cada uma delas
possa dar efetivo cumprimento às suas execuções'(destaque meu).
Aliás, conforme narrativa da inicial do presente mandamus, o que
dela se abstrai é o questionamento da impetrante não de ordem
desta magistrada ou mesmo da decisão efetivamente proferida nos
autos, mas de suposta decisão do MM. Juízo da 1ª Vara do
Trabalho de Macapá, mais precisamente de sua titular, Exma. Juíza
Natasha Schneider, citada reiteramente no tópico 'III - DOS FATOS'.
Tanto o é que, no tópico 'V - DA LIMINAR', o que a impetrante
requer é que sejam suspensos o bloqueios '(...) no processo
0001236-16.2014.5.08.0206, que tramita na 1ª VARA DO
TRABALHO DA COMARCA DE MACAPÁ'. (destaque meu), não
nesta 3ª Vara, muito embora o número do processo citado a ela se
refira.
Quiçá por tamanha confusão que o Exmo. Desembargador Relator
do mandado de segurança nº 0000260-40.2017.5.08.0000, cujos
termos são praticamente idênticos ao deste, o extinguiu de pronto
sem julgamento do mérito, por ter indeferido sua petição inicial.
De toda sorte, reputo importante registrar, já que, ainda que não
atacada na presente medida a decisão efetivamente proferida nos
autos a que o mandado de segurança se refere (0001236-
16.2014.5.08.0206), nele foi, de fato, determinado o prosseguimento
do feito e formalizado o bloqueio via Bacenjud contra a impetrante,
ser, no entanto, incabível a medida em questão, uma vez que da
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decisão judicial supostamente questionada cabe recurso com efeito
suspensivo, o que bem salientado pela Desembargadora Relatora
do mandado de segurança 0000253-48.2017.5.08.0000, que
também tem termos semelhantes ao do presente" (grifos no
original).
Ao analisar o pedido liminar, entendi por bem, e por prudência,
deferir parcialmente a pretensão. Deixei assente:
"3) Verifico que foi firmado acordo na audiência de ID nº 6fa0e96,
realizada no dia 24/08/2015, às 15 horas, nos autos do Processo nº
0000401-02.2012.5.08.0205, em 12 parcelas, sendo 06 na quantia
de R$250.000,00, e 06 no valor de R$500.000,00, com vencimento
inicial em 15/09/2015 e término em 15/08/2016, firmado,
expressamente, pelo ESTADO DO AMAPÁ, por seu Procurador,
Dr. Julhiano César Avelar, na condição de Gestor dos Caixas
Escolares e Unidade Descentralizada de Execução da
Educação - UDE. Também esteve presente na referida audiência o
Secretário Adjunto da Secretaria Estadual de Educação - SEED, sr.
Diego da Silva Campos.
Na audiência realizada em 14/10/2016, às 11h50min, nos mesmos
autos, ouvidas as partes, não houve uma proposta de acordo que
desobrigasse o Estado do Amapá do ônus de realizar o pagamento
da dívida, razão pela qual o juízo determinou que, após a
consolidação de todos os débitos encaminhados pelas Varas, fosse
oficiado à Secretaria de Planejamento do Estado do Amapá e à
Secretaria do Estado de Educação, a fim de informar a quantidade e
a periodicidade dos repasses de valores efetuados para a
UNIDADE DESCENTRALIZADA DE EDUCAÇÃO e CAIXAS
ESCOLARES, de qualquer natureza, seja para a gestão da UDE/
Caixas Escolares, seja para pagamento de pessoal e de toda e
qualquer outra dívida.
4) Não se olvide que o modus operandis de execução dos entes
públicos deve obedecer ao mandamento constitucional, consoante
os dispositivos invocados pela impetrante, assim como nas ações
mandamentais mencionadas, que concederam a segurança
pretendida.
Ocorre, no entanto, que, no caso sub examen, há uma
peculiaridade, já referida anteriormente. Ou seja, o próprio
representante do Estado do Amapá, com a anuência do
Secretário Adjunto da Secretaria Estadual de Educação - SEED,
firmou acordo perante o juízo, assegurando o pagamento
espontâneo em 12 parcelas.
Refiro-me ao espírito que emana do art. 831, parágrafo único, da
CLT, estabelecendo que, nas conciliações, o termo que for lavrado
é irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às
contribuições que lhe forem devidas.
Outro fato relevante que não pode ser desprezado é que, nas
reclamações trabalhistas onde as sentenças de cognição
consignam que o vínculo de emprego dos trabalhadores não é com
as Caixas Escolares/UDE mas com o Estado do Amapá, declaram a
nulidade do contrato de trabalho, na forma da Súmula nº 363 do
TST. Todavia, o TRT8ª, dirimiu a controvérsia mediante a expedição
da Súmula nº 41, segundo a qual: "EMPREGADO CONTRATADO
POR UNIDADE DESCENTRALIZADA DE EDUCAÇÃO. PESSOA
JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. INEXISTÊNCIA DE
CONTRATO NULO. RESPONSABILIDADE DO ESTADO DO
AMAPÁ. I - É válido o contrato de emprego firmado com a Unidade
Descentralizada de Educação, na medida em que se trata de
pessoa jurídica de direito privado, e os contratos de trabalho que
celebra são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, não se
tratando de relação mantida com a Administração Pública; II - O
Estado do Amapá deve ser responsabilizado subsidiariamente, no
caso de ser constatada a sua culpa in eligendo ou in vigilando, nos
termos da súmula 331, V, do Tribunal Superior do Trabalho,
abrangendo todas as parcelas da condenação, inclusive pedidos de
indenização por danos morais e materiais".(Aprovada por meio da
Resolução Nº 044/2016, em sessão do dia 30 de junho de 2016).
Considerando o acordo firmado pelo Estado do Amapá, por seu
Representante legal, com a anuência do Secretário Adjunto da
Secretaria Estadual de Educação - SEED, e que a
jurisprudência unificada deste Tribunal é no sentido de que o
vínculo de emprego é declarado com os Caixas Escolares e a
UDE, sendo o ente público responsável subsidiário, entendo,
por cautela e razoabilidade, acolher parcialmente o presente
writ.
Impende lembrar que, no final de março do ano em curso, o
Excelso Supremo Tribunal Federal, julgando o RE 760931-DF,
reviu os critérios para fixação da responsabilidade subsidiária
de ente público, dando repercussão geral, sendo, de toda parte,
recomendável necessária cautela no exame deste feito.
5) Por tais motivos, DEFIRO PARCIALMENTE O PEDIDO
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LIMINAR, mantendo os valores bloqueados até o julgamento do
mérito desta Ação, sem o pagamento a quaisquer dos exequentes,
permanecendo à disposição do juízo, mas determino que a
autoridade coatora se abstenha de proferir decisão que gere
bloqueio, penhora ou sequestro de verbas em desfavor doEstado
do Amapá e/ou das entidades privadas, denominadas "Caixas
Escolares" ou "Unidades Descentralizada de Execução da
Educação - UDE" (negritei).
Para mim, os fatos estão esclarecidos a contento. Ou seja, a
execução, na verdade, não é contra o ente público, ESTADO DO
AMAPÁ/AP, mas em desfavor da UDE e CAIXAS ESCOLARES,
empregadores diretos, na forma da Súmula nº 41 deste Tribunal.
Portanto, o bloqueio via BACENJUD, ainda que esteja sendo feita
na conta do Estado do Amapá, o numerário pertence à impetrante
CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL PROF. JOSÉ B.
TOSTES.
Tanto é assim, que a Corregedoria desta Corte determinou a
continuação das execuções.
Dessarte, revogo a liminar parcialmente deferida no despacho de Id
nº ad2f650, mantendo a decisão da autoridade tida como coatora, a
fim de que prossiga nos trâmites normais da execução em desfavor
da empregadora principal, CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA
ESTADUAL PROF. JOSÉ B. TOSTES, por não se tratar de verba
pública, denegando a segurança pretendida.
Recurso da parte
Item de recurso
ANTE O EXPOSTO, admito o presente mandado; no mérito, revogo
a liminar parcialmente deferida no despacho de Id nº ad2f650,
mantendo a decisão da autoridade tida como coatora, a fim de que
prossiga nos trâmites normais da execução em desfavor da
empregadora principal, CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL
PROF. JOSÉ B. TOSTES, por não se tratar de verba pública,
denegando a segurança pretendida, nos termos da Súmula nº 41
deste Tribunal, consoante a fundamentação. Custas, pela
impetrante, no valor de R$2,00, calculada sobre o valor da causa,
R$100,00, das quais fica isento, por se tratar de quantia irrisória.
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
3. CONCLUSÃO
ISTO POSTO,
A C O R D A M O S D E S E M B A R G A D O R E S D A S E Ç Ã O
ESPECIALIZADA-I DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO, POR MAIORIA DE VOTOS,
VENCIDA A EXMA. DESEMBARGADORA ROSITA DE NAZARÉ
SIDRIM NASSAR, ADMITIR O PRESENTE MANDADO; NO
MÉRITO, SEM DIVERGÊNCIA, REVOGAR A LIMINAR
PARCIALMENTE DEFERIDA NO DESPACHO DE ID Nº AD2F650,
MANTENDO A DECISÃO DA AUTORIDADE TIDA COMO
COATORA, A FIM DE QUE PROSSIGA NOS TRÂMITES
NORMAIS DA EXECUÇÃO EM DESFAVOR DA EMPREGADORA
PRINCIPAL, CAIXA ESCOLAR DA ESCOLA ESTADUAL PROF.
JOSÉ B. TOSTES, POR NÃO SE TRATAR DE VERBA PÚBLICA,
DENEGANDO A SEGURANÇA PRETENDIDA, NOS TERMOS DA
SÚMULA Nº 41 DESTE TRIBUNAL, CONSOANTE A
FUNDAMENTAÇÃO. CUSTAS, PELA IMPETRANTE, NO VALOR
DE R$2,00, CALCULADA SOBRE O VALOR DA CAUSA,
R$100,00, DAS QUAIS FICA ISENTO, POR SE TRATAR DE
QUANTIA IRRISÓRIA.
Sala de Sessões da Seção Especializada do Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da Oitava Região. Belém, 10 de agosto de
2017.
GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO
Desembargador Relator
Ministério Público do Trabalho
 GSFF/pcs
Cabeçalho do acórdão
Acórdão
Assinatura
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Votos
Acórdão
Processo Nº MS-0000381-68.2017.5.08.0000
Relator GEORGENOR DE SOUSA FRANCO
FILHO
IMPETRANTE DAYVED DA SILVA MOREIRA
ADVOGADO MARINA ALVES DE OLIVEIRA(OAB:
15882/PA)
AUTORIDADE
COATORA
3ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM -
PARÁ
CUSTOS LEGIS PROCURADORIA REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO
LITISCONSORTE VIVO S.A.
ADVOGADO JOSE ALBERTO COUTO
MACIEL(OAB: 513/DF)
LITISCONSORTE O E COMERCIO E SERVICOS LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
 - DAYVED DA SILVA MOREIRA
 PODER JUDICIÁRIO
 JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO PJE TRT/SE I/MS 0000381-68.2017.5.08.0000
IMPETRANTE: DAYVED DA SILVA MOREIRA
 Drª Marina Alves de Oliveira
AUTORIDADE COATORA: JUÍZO DA MM. 3ª VARA DO
TRABALHO DE BELÉM
LITISCONSORTES: O. E. COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.
 E
 VIVO S/A
 Dr. José Alberto Couto Maciel
SOBRESTAMENTO DOS FEITOS. SERVIÇOS DE "CALL
C E N T E R " . A R E 7 9 1 . 9 3 2 . R E P E R C U S S Ã O G E R A L
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
RECONHECIDA. O Supremo Tribunal Federal, nos autos do
ARE 791.932/STF, determinou o sobrestamento de todos os
feitos, sem prejuízo do término de sua fase instrutória, que
versem sobre a terceirização pelas concessionárias em
telecomunicação dos serviços de "call center". Tratando os
autos do Processo nº 0001330-20.2016.5.08.0003 de matéria
idêntica ao tema sobrestado pelo STF, não há qualquer direito
líquido e certo violado pela decisão do Juízo de primeiro grau
que determinou o sobrestamento do feito. Denegada a
segurança.
1. Relatório
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de
Segurança, em que são partes, como impetrante, DAYVED DA
SILVA MOREIRA, como autoridade coatora, JUÍZO DA MM. 3ª
VARA DO TRABALHO DE BELÉM e, como litisconsortes, O. E.
COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. e VIVO S/A.
DAYVED DA SILVA MOREIRA impetra o presente mandado de
segurança, com pedido liminar, contra ato do Exmo. Juiz do
Trabalho, Dr. Jemmy Cristiano Madureira, da MM. 3ª Vara do
Trabalho de Belém que, nos autos do Processo PJE nº 0001330-
20.2016.5.08.0003, determinou a suspensão do processo, aplicando
a decisão proferida no ARE 791.932/STF, que determinou o
sobrestamento às causas envolvendo a aplicação do art. 94, II, da
Lei 9.472/97.
Foi indeferido o pedido liminar, conforme decisão de ID a9499eb.
A autoridade coatora prestou as informações necessárias sob o ID
b4c684d.
O litisconsorte O. E. Comércio e Serviços LTDA, embora
devidamente notificado, manteve-se silente.
O litisconsorte Vivo S/A apresentou manifestação sob o ID a6aabad.
O Ministério Público do Trabalho emitiu parecer sob o ID 1c4357b,
opinando pela denegação da segurança.
2. Fundamentação
Conhecimento
A presente ação está em condições de ser apreciada, porque
apresentada no prazo do art. 23 da Lei nº 12.016/2009.
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Mérito
Sustenta o impetrante que se debate nos autos do ARE
791.932/STF, que teve repercussão geral reconhecida - e que
ensejou o sobrestamento dos processos idênticos - é a violação da
cláusula de reserva de plenário diante do afastamento do art. 94 da
Lei 9472/97, reconhecendo como ilícita a atividade de "Call Center"
nas operadoras de telefone e, portanto, aplicando a súmula 331 do
TST, para configurar a terceirização ilícita de atividade fim, o
reconhecimento de vínculo diretamente com a tomadora e a
responsabilidade solidária com esta.
Acresce que, no processo que ensejou a impetração do presente
remédio constitucional - processo nº 0001330-20.2016.5.08.0003 -
não se está discutindo a inaplicabilidade do art. 94 da Lei 9.472/97
ou a ilegalidade da terceirização de atividade de "Call Center" em
operadoras de telefonia, mas a possibilidade de se reconhecer a
licitude da terceirização e responsabilizar a tomadora de serviços de
forma subsidiária/solidária com benefício de ordem diante do
inadimplemento das verbas trabalhistas por parte da empresa
prestadora de serviços.
Aduz que não merece guarida a aplicação do tema de repercussão
geral aplicável reconhecida no ARE 791.932 ao processo nº
0001330-20.2016.5.08.0003, porquanto tratar-se de temas distintos,
sendo imperiosa a determinação de prosseguimento do feito.
Esclarece, ainda, na petição inicial do processo ora em debate,
sequer requer-se o afastamento do art. 94 da Lei 9.472/97 e oreconhecimento de vínculo de emprego diretamente com a
tomadora de serviços, ou seja, VIVO S/A, mas tão somente a
possibilidade de responsabilizá-la pelo adimplemento de verbas
trabalhistas, de forma solidária com benefício de ordem - ou
subsidiária - a fim de não causar injustiças ao trabalhador.
Frisa que a VIVO S/A se beneficiou da prestação de serviços do
reclamante, devendo ser reconhecida a culpa da tomadora de
serviços, nas modalidades "in eligendo" e "in vigilando", em relação
ao contrato celebrado com a prestadora de serviços. O.E.
COMÉRCIO LTDA.
Pugna pela concessão de medida liminar para que seja suspensa a
determinação para sobrestamento do feito, dando regular
processamento à ação trabalhista do Impetrante, o que fica
requerido, tendo em vista que a decisão do Impetrado fere direito
líquido e certo do Impetrante.
Analiso.
A presente ação mandamental foi interposta pelo impetrante por ter
sido determinado o sobrestamento do feito em razão de decisão do
Supremo Tribunal Federal nos autos do ARE 791.932/STF.
A decisão objeto deste mandado de segurança é derivada da
decisão proferida nos autos do ARE 791.932, no qual foi
reconhecida repercussão geral, de relatoria do Ministro Teori
Zavascki, cujo inteiro teor segue abaixo:
"ARE 791.932. DECISÃO: 1. CONTAX S/A, ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE TELESSERVIÇOS - ABT - e FEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES, qualificadas nestes
autos, respectivamente, como recorrente e amici curiae,
formalizaram, em caráter de alegada urgência, pedido de
sobrestamento dos "processos em curso nas instâncias ordinárias,
excepcionados os casos ainda em instrução, nos quais se discuta a
validade da terceirização da atividade de call center pelas
concessionárias de telecomunicações, haja vista o disposto no art.
94, II, da Lei 9.472/97, até o julgamento final do presente recurso
extraordinário". O requerimento, formulado à base do art. 328 do
RISTF e do precedente fixado pelo Plenário do Supremo Tribunal
Federal no julgamento da Questão de Ordem no RE 576.155, está
amparado nas seguintes razões: (a) o Tribunal Superior do Trabalho
consolidou linha jurisprudencial arredia à cláusula constitucional de
reserva de plenário que, ao invalidar a legitimidade das
terceirizações realizadas no âmbito dos serviços de call center,
negou vigência ao art. 94, II, da Lei 9.472/97; (b) a uniformização da
jurisprudência trabalhista nesse sentido, com desconsideração
ostensiva da legislação vigente, atingiu aproximadamente 10.000
(dez mil) processos, obrigando as empresas especializadas no
oferecimento desse tipo de serviço a desembolsar vultosas quantias
a título de depósito recursal para prosseguirem resistindo à
aplicação do entendimento; (c) a soma desses fatores tem
implicado embaraços dramáticos às operações empresariais no
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
respectivo segmento econômico, que emprega contingente próximo
de 450 mil trabalhadores, com risco inclusive para as empresas
concessionárias do serviço público, que utilizam em larga escala os
serviços terceirizados; (d) há registro de decisões monocráticas
proferidas por Ministros do Supremo Tribunal Federal que
consideraram estar as decisões do Tribunal Superior do Trabalho
em confronto com o conteúdo da Súmula Vinculante 10/STF; e (e)
com o reconhecimento da repercussão geral do tema no presente
caso, a racionalidade na administração da justiça recomenda sejam
as demais demandas referentes à matéria sobrestadas, para evitar
desperdício de energia jurisdicional.
2. Em 5/5/2014, o Plenário Virtual desta Corte afirmou a existência
de questão constitucional com repercussão geral na controvérsia
veiculada pelo presente recurso, em decisão que veio a ser
tombada no temário informatizado do Tribunal sob a seguinte
epígrafe "Tema 739 - Possibilidade de recusa de aplicação do art.
94, II, da Lei 9.472/1997 em razão da invocação da Súmula 331 do
Tribunal Superior do Trabalho, sem observância da regra de reserva
de plenário". Ao indicar o tema em questão para a análise do
colegiado, lavrei manifestação em que fiz observar seguinte: "(...) o
recurso merece ser conhecido pela alegada ofensa ao art. 97 da
Constituição. Realmente, a questão constitucional mais enfatizada
no recurso extraordinário é a de ofensa ao princípio da reserva de
plenário, previsto no art. 97 da Constituição e na Súmula Vinculante
10, em face da não aplicação, pelas instâncias de origem, do art.
94, II, da Lei 9.472/97, que assim dispõe: Art. 94. No cumprimento
de seus deveres, a concessionária poderá, observadas as
condições e limites estabelecidos pela Agência: II - contratar com
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
complementares ao serviço, bem como a implementação de
projetos associados. 7. Como se vê, a questão possui repercussão
geral do ponto de vista jurídico, já que envolve a declaração ou não
de inconstitucionalidade do citado art. 94, II, da Lei 9.472/97. Além
disso, a matéria transcende os limites subjetivos da causa, eis que
questão semelhante está reproduzida em inúmeras demandas,
muitas delas já em fase de recurso no STF."
3. De fato, no julgamento da Questão de Ordem suscitada no
âmbito do RE 576.155, Rel. o Min. Ricardo Lewandowski, o Plenário
dessa Suprema Corte estabeleceu que o julgamento do recurso
selecionado como paradigma sob a dinâmica de repercussão geral
constitui evento prejudicial à solução dos demais casos que
envolvam matéria idêntica, razão pela qual poderia o Tribunal, por
meio de seu Relator, determinar a suspensão de todas as demais
causas com questão idêntica, valendo-se, para isso, da autorização
colocada no art. 328 do RISTF. Eis o que ficou na ementa do
acórdão: EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM. PREJUDICIALIDADE
CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE
ATIVA. MINISTÉRIO PÚBLICO. TERMO DE ACORDO DE REGIME
ESPECIAL - TARE. LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO.
AFRONTA AO ART. 129, III, DA CF. REPERCUSSÃO GERAL
RECONHECIDA. PREJUDICIALIDADE CONSTITUCIONAL
VERIFICADA. I - A prejudicial suscitada consubstancia-se em uma
prioridade lógica necessária para a solução de casos que versam
sobre a mesma questão. II - Precedente do STF. III - Questão
resolvida, com a determinação de sobrestamento das causas
relativas ao Termo de Acordo de Regime Especial que estiverem
em curso no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e Territórios até o deslinde da matéria pelo
Plenário da Suprema Corte. IV - O Plenário decidiu também que, a
partir desse julgamento, os sobrestamentos poderão ser
determinados pelo Relator, monocraticamente, com base no art.
328 do RISTF. (RE 576155 QO, Relator(a): Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2008, DJe de
12/9/2008) Pouco adiante, em 26/8/2010, o Min. Dias Toffoli proferiu
decisão no RE 591797 em que, acolhendo parecer do Procurador-
Geral da República a respeito da garantia da razoável duração do
processo, limitou o alcance do sobrestamento, excluindo de seu raio
as ações em sede executiva e também aquelas em fase instrutória,
temperamento que veio a ser seguido nas decisões posteriormente
exarada nos RE 626.307, também relatado pelo Min. Dias Toffoli, e
no RE 632.212, Min. Gilmar Mendes.
4. A própria legislação (art. 543-B, §1º, do CPC e art. 328-A, § 1º,
do RISTF) já determina, como decorrência imediata do acórdão que
reconhece a repercussão geral, que fiquem sobrestados os recurso
extraordinários e agravos que envolvam a tese afetada com
representativa. Assim, especificamente quanto a esses casos, nada
há a prover. O juízo a ser formulado se limita a verificar se está
presente motivação idôneaà suspensão da tramitação das
demais causas que compartilhem a mesma questão de direito a
ser decidida aqui. As circunstâncias declinadas pelos
requerentes possuem relevância jurídica suficiente para
determinar o acolhimento do pedido. É importante considerar
que a questão constitucional objeto do recurso compreende
uma indagação revestida de altíssima gravidade, porque
suscita desrespeito a conteúdo de súmula vinculante deste
Supremo Tribunal Federal, hipótese de lesão jurídica
qualificada, tanto que passível de correção não apenas pela via
recursal, mas também por ação constitucional específica.
Portanto, a própria legislação revela a existência de um
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2295/2017 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região 13
Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
interesse público mais pronunciado na neutralização de vícios
como o que está colocado no presente recurso. Há que
também se considerar a especial dinâmica procedimental da
Justiça do Trabalho, que impõe, como encargo indispensável à
interposição de recursos, depósitos de valor elevado, podendo
atingir o valor integral da condenação. Não se pode
desconsiderar, ainda, que a uniformização da jurisprudência no
âmbito do Tribunal Superior do Trabalho gera expectativas nos
empregados pelo setor de call center em telecomunicações e,
com isso, provoca uma mobilização judicial de altas
proporções. Somados, esses efeitos decorrentes da
consolidação da jurisprudência no TST hão de onerar de
maneira acentuada as empresas que se dedicam à exploração
do referido serviço. Além disso, é essencial ter em conta que a
decisão a ser proferida neste processo paradigma não cuida de
mero aspecto acessório que poderá refletir de maneira
assimétrica sobre diferentes processos de natureza trabalhista.
Pelo contrário, a decisão do Supremo Tribunal Federal neste
caso repercutirá decisivamente sobre a qualificação jurídica da
relação de trabalho estabelecida entre as operadoras de
serviços de call center e seus contratados, afetando de modo
categórico e linear o destino de inúmeras reclamações
ajuizadas por trabalhadores enquadrados nesse ramo de
atividades perante a Justiça do Trabalho. Considerado o
concurso de todas essas razões, mostra-se plenamente
justificada a medida de sobrestamento pretendida. Vale
ressaltar, todavia, e na linha do que foi proclamado nas
decisões mencionadas acima, que os efeitos do sobrestamento
não prejudicarão a fase instrutória das causas em curso (que
poderá ser concluída), nem tampouco atingirão aquelas em
momento de execução.
5. Ante o exposto, defiro o pedido formulado, e, com fundamento no
art. 328 do RISTF, determino o sobrestamento de todas a causas
que apresentem questão idêntica à que será resolvida com foros de
repercussão geral no presente caso, sem prejuízo do término de
sua fase instrutória, bem como das execuções já iniciadas." (negritei
e sublinhei)
 Da decisão do Supremo Tribunal Federal nos autos do ARE
791.932/STF, verifica-se que foi determinado o sobrestamento de
todos os feitos, sem prejuízo do término de sua fase instrutória, que
versem sobre a terceir ização pelas concessionárias em
telecomunicação dos serviços de "call center".
Em sua peça inaugural, o autor narra que manteve vínculo
empregatício com a primeira reclamada para prestar serviços de
"call center" à reclamada Vivo S/A.
Nesse passo, não há como prosperar a alegação do impetrante de
que o caso dos autos não é idêntico ao processo objeto da decisão
do Supremo Tribunal Federal ARE 791.932, eis que para aplicar a
Súmula 331 do C. TST há de ser afastada a aplicação do art. 94, II,
da Lei 9.472/1997, que permite a contratação de terceiros para
realizar as atividades de "call center".
Assim, portanto, considerando que o caso dos autos amolda-se
perfeitamente ao tema sobrestado por determinação do Supremo
Tribunal Federal, não há direito líquido e certo violado pela decisão
do Juízo de primeiro grau.
Por tais razões, denego a segurança pretendida, mantida a decisão
da autoridade coatora.
Recurso da parte
Item de recurso
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
ANTE O EXPOSTO, admito o presente mandado; no mérito,
denego a segurança pretendida, por não haver direito líquido e certo
violado, mantendo a decisão da autoridade coatora, nos termos da
fundamentação. Custas, pelo impetrante, no valor de R$20,00,
calculada sobre o valor da causa, das quais fica isento, nos termos
do art. 790 da CLT.
3. CONCLUSÃO
ISTO POSTO,
A C O R D A M O S D E S E M B A R G A D O R E S D A S E Ç Ã O
ESPECIALIZADA-I DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO, UNANIMEMENTE, ADMITIR O
PRESENTE MANDADO; NO MÉRITO, SEM DIVERGÊNCIA,
DENEGAR A SEGURANÇA PRETENDIDA, POR NÃO HAVER
DIREITO LÍQUIDO E CERTO VIOLADO, MANTENDO A DECISÃO
D A A U T O R I D A D E C O A T O R A , N O S T E R M O S D A
FUNDAMENTAÇÃO. CUSTAS, PELO IMPETRANTE, NO VALOR
DE R$20,00, CALCULADA SOBRE O VALOR DA CAUSA, DAS
QUAIS FICA ISENTO, NOS TERMOS DO ART. 790 DA CLT.
 Sala de Sessões da Seção Especializada do Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da Oitava Região. Belém, 10 de agosto de
2017.
GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO
Desembargador Relator
Ministério Público do Trabalho
GSFF/tmc
Cabeçalho do acórdão
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Acórdão
Assinatura
Votos
Acórdão
Processo Nº MS-0000480-38.2017.5.08.0000
Relator GEORGENOR DE SOUSA FRANCO
FILHO
IMPETRANTE STEMAC SA GRUPOS GERADORES
ADVOGADO DANIELA FARNEDA HUMMES(OAB:
36556/RS)
AUTORIDADE
COATORA
ELINAY ALMEIDA FERREIRA DE
MELO
CUSTOS LEGIS PROCURADORIA REGIONAL DO
TRABALHO DA 8ª REGIÃO
LITISCONSORTE FABRICIO ENOCK HINVAITT
FERREIRA
ADVOGADO WELLINGTON FARIAS
MACHADO(OAB: 6945/PA)
ADVOGADO LORENA RAFAELLE FARIAS
LUCAS(OAB: 14626/PA)
Intimado(s)/Citado(s):
 - FABRICIO ENOCK HINVAITT FERREIRA
 PODER JUDICIÁRIO
 JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO PJE TRT-8ª/SE-I/MS 0000480-38.2017.5.08.0000
IMPETRANTE: STEMAC SA GRUPOS GERADORES
 Drª Daniela Farneda Hummes
AUTORIDADE COATORA: JUÍZO DA MM. 7ª VARA DO
TRABALHO DE BELÉM
LITISCONSORTE: FABRÍCIO ENOCK HINVAITT FERREIRA
 Dr. Wellington Farias Machado
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
HONORÁRIOS PERICIAIS. RECOLHIMENTO PRÉVIO. Nos
termos da Orientação Jurisprudencial nº 98 da SDI-2 do TST, e
do art. 790-B da CLT, os honorários periciais são devidas ao
final, aquando da apresentação do laudo pericial, pela parte
sucumbente.
1. Relatório
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de
Segurança, em que são partes, como impetrante, STEMAC SA
GRUPOS GERADORES; como autoridade coatora, JUÍZO DA MM.
7ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM; e, como litisconsorte,
FABRÍCIO ENOCK HINVAITT FERREIRA.
STEMAC SA GRUPOS GERADORES impetra o presente mandado
de segurança, com pedido liminar, contra ato do Exmº Juiz Federal
do Trabalho da MM. 7ª Vara do Trabalho de Belém que, nos autos
do Processo nº 0001074-65.2016.5.08.0007, determinou à
impetrante a antecipação do pagamento dos honorários periciais.
Aduz que a D. Juíza, em audiência de instrução, determinou o
encerramento da instrução processual sem a realização de perícia
técnica para verificação de periculosidade, o que afronta o disposto
no art. 195, § 2º da CLT.
Acresce que não merece prosperar o entendimentoda Magistrada
de que, por não concordar com a antecipação dos honorários
periciais, a impetrante teria desistido da prova pericial, uma vez que
a sua realização decorre de imposição legal.
Sustenta que a perícia tem de ser realizada e os honorários não
podem ser cobrados antecipadamente, uma vez que a
responsabilidade pelo pagamento é da parte sucumbente, a qual só
é conhecida após a conclusão do laudo pericial pelo Perito do Juízo.
Aduz, ainda, que a determinação de antecipação dos honorários
periciais fere direito líquido e certo da impetrante, visto que não há
qualquer previsão legal que permita ao Magistrado atribuir este
ônus à parte reclamada nos autos supracitados, pois somente terá
que arcar com os honorários periciais caso seja sucumbente no
objeto da perícia, nos moldes do art. 790-b da CLT.
Requereu a concessão de medida liminar, tendo em vista o fumus
boni juris e o periculum in mora, pois o ato viola a legislação pátria e
a jurisprudência do TST, para seja determinada a reabertura da
instrução processual com a realização da prova pericial técnica para
a verificação das condições de trabalho do litisconsorte, devendo os
honorários periciais serem pagos apenas ao final pela parte
sucumbente.
Foi deferido o pedido liminar, ao ID 4c17b4d, determinando a
suspensão de quaisquer atos processuais nos autos do processo nº
0001074-65.2016.5.08.0007, até decisão final desta ação.
A autoridade coatora prestou as informações necessárias ao ID
6b3a9a1.
O litisconsorte manifestou-se ao ID ee58fbf pugnando pelo
julgamento do mérito e denegação da segurança.
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2295/2017 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região 17
Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
O Ministério Público do Trabalho emitiu parecer sob ID 9f57b99,
opinando pela concessão da segurança.
2. Fundamentação
Conhecimento
A presente ação está em condições de ser apreciada, porque
apresentada no prazo do art. 23 da Lei nº 12.016/2009.
Preliminar de extinção do processo sem resolução do mérito
O Exmº Desembargador Julianes Moraes das Chagas suscitou a
peliminar em epugrafe como segue:
"Acesso ao sistema PJE-JT/Primeiro grau revela que no Processo
nº 0001074-65.2016.5.08.0007, em que houve a decisão judicial
sob ataque no presente mandamus, foi exarado o seguinte
despacho: "O juízo verifica que a reclamada juntou petição de id
ab7743e requerendo a substituição do perito nomeado e a redução
dos honorário periciais.Além disso, a reclamada se opôs à fixação
de antecipação dos honorários prévios, solicitando que o
pagamento dos honorários periciais sejam pagos na fase de
liquidação do processo.Decido:Indefiro o pedido pelos mesmos
fundamentos do despacho de id aa51f5f. Na ocasião o juízo
concedeu prazo estabelecido no termo de audiência de id 59e50d9,
do qual a reclamada não cumpriu. Assim sendo, considero que a
reclamada desistiu do pedido quanto a realização da prova pericial,
aplicando-lhe as penas do art.400 NCPC. Por conta disso, reputo
que as parte não possuem provas a produzir, exceto as já
constantes nos autos. COM OS PROTESTOS DO PATRONO DA
RECLAMADA. (...) Tendo em vista que essa magistrada gozará de
férias no período de 17.04.2017 a 17.05.2017, o juízo designa o
próximo dia 23.05.2017 para prolação da sentença.Ciente as partes.
Nada mais." (grifei).
Como se vê, data maxima venia do eminente Desembargador
Relator, a impetrante não possui mais interesse jurídico no manejo
do presente mandado de segurança. Assim, impõe-se a extinção do
processo, sem resolução do mérito, na forma do art. 485, inciso VI,
do CPC. Trata-se, enfim, da chamada perda de objeto".
 A Preliminar não propserou por maioria considerando que não ha
prova de ter a sentença de primeira grau sido proferida.
Rejeito a preliminar.
Mérito
Conforme relatado, a impetrante pretende seja sustada a ordem de
depósito prévio para a realização de perícia técnica nos autos do
Processo nº 0001074-65.2016.5.08.0007.
A seu ver, a referida determinação seria ilegal, ferindo o disposto
nos arts. 195, §2º e 790-B, CLT, OJ nº 98 da SDI-2, C. TST, e art.
5º, LIV e LV, CR.
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Dispõe que o pagamento dos honorários periciais devem ser pagos
somente ao final pela parte sucumbente.
Tem razão.
O art. 790-B da CLT dispõe:
"A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é
da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se
beneficiária de justiça gratuita".
Por sua vez, a Orientação Jurisprudencial nº 98 da SDI-2 do TST
estabelece:
"MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR
EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS
PERICIAIS (nova redação) - DJ 22.08.2005. É ilegal a exigência
de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada
a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível
o mandado de segurança visando à realização da perícia,
independentemente do depósito".
Dessa forma, não se pode exigir depósito prévio, ainda que sob a
forma de adiantamento, uma vez que não há como saber quem será
o vencido antes de a perícia ser realizada e concluída pelo expert,
até porque a OJ nº 98, SDI-2 do TST, não faz distinção se a
inexigibilidade se aplica ao reclamante ou à reclamada.
Registro que a Instrução Normativa nº 27/2005 - TST prevê a
possibilidade de exigência pelo juiz do pagamento prévio dos
honorários periciais somente nos casos em que a lide não decorrer
de relação de emprego, o que não é o caso dos autos originários à
presente mandamental, pois o litisconsorte é empregado da
impetrante.
Por outro lado, não há possibilidade de o perito deixar de ser
remunerado, desde que o Juízo monocrático obedeça aos ritos
previstos na Resolução 66/2010 do CSJT, que regulamenta o
pagamento de honorários, no caso de concessão dos benefícios da
justiça gratuita.
No caso, o Juízo tido como coator, concedeu ao reclamante os
benefícios da Justiça Gratuita, aplicando à hipótese o previsto na
Súmula 457, TST:
"HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA
GRATUITA. RESPONSABIL IDADE DA UNIÃO PELO
PAGAMENTO. RESOLUÇÃO Nº 66 /2010 DO CSJT .
OBSERVÂNCIA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº
387 da SBDI-1 com nova redação).
A União é responsável pelo pagamento dos honorários de
perito quando a parte sucumbente no objeto da perícia for
beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o
procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º
66/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT".
Assim, mantenho a segurança deferida liminarmente, conforme
empossado na Decisão de ID 4c17b4d, determinando, em definitivo,
a sustação da ordem de antecipação dos honorários periciais, cujo
recolhimento será efetuado aquando da apresentação do laudo
pericial, pela parte sucumbente no objeto da perícia, observadas as
cautelas legais, bem como a reabertura da instrução processual
para a realização da perícia técnica exigida no caso daqueles autos.
Recurso da parte
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Item de recurso
ANTE O EXPOSTO, admito o presente mandado; no mérito, defiro
a segurança pretendida, determinando, em definitivo, a sustação da
ordem de antecipação dos honorários periciais, cujo recolhimento
será efetuado aquando da apresentação do laudo pericial, pela
parte sucumbente no objeto da perícia, observadas as cautelas
legais, bem como a reabertura da instrução processual para a
realização da perícia técnica exigidano caso daqueles autos, nos
termos da fundamentação. Custas, pela impetrante, arbitradas no
valor de R$60,00, cujo recolhimento fica isenta, por equidade.
3. CONCLUSÃO
ISTO POSTO,
A C O R D A M O S D E S E M B A R G A D O R E S D A S E Ç Ã O
ESPECIALIZADA-I DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA OITAVA REGIÃO, UNANIMEMENTE, ADMITIR O
PRESENTE MANDADO; POR MAIORIA DE VOTOS, VENCIDOS
OS EXMOS. DESEMBARGADORES, PASTORA DO SOCORRO
TEIXEIRA LEAL, ALDA MARIA DE PINHO COUTO E JULIANES
MORAES DAS CHAGAS, REJEITAR A PRELIMINAR DE
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO; NO
MÉRITO, POR MAIORIA DE VOTOS, VENCIDOS OS EXMOS.
DESEMBARGADORES ROSITA DE NAZARÉ SIDRIM NASSAR,
PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA LEAL E JULIANES
MORAES DAS CHAGAS, DEFERIR A SEGURANÇA
PRETENDIDA, DETERMINANDO, EM DEFINITIVO, A SUSTAÇÃO
DA ORDEM DE ANTECIPAÇÃO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS,
CUJO RECOLHIMENTO SERÁ EFETUADO AQUANDO DA
APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL, PELA PARTE
SUCUMBENTE NO OBJETO DA PERÍCIA, OBSERVADAS AS
CAUTELAS LEGAIS, BEM COMO A REABERTURA DA
INSTRUÇÃO PROCESSUAL PARA A REALIZAÇÃO DA PERÍCIA
TÉCNICA EXIGIDA NO CASO DAQUELES AUTOS, NOS
T E R M O S D A F U N D A M E N T A Ç Ã O . C U S T A S , P E L A
IMPETRANTE, ARBITRADAS NO VALOR DE R$60,00, CUJO
RECOLHIMENTO FICA ISENTA, POR EQUIDADE.
Sala de Sessões da Seção Especializada do Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da Oitava Região. Belém, 10 de agosto de
2017.
GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO
Desembargador Relator
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Ministério Público do Trabalho
GSFF/acom
Cabeçalho do acórdão
Acórdão
Assinatura
Votos
Notificação
Notificação
Processo Nº DC-0000731-56.2017.5.08.0000
Relator SUZY ELIZABETH CAVALCANTE
KOURY
SUSCITANTE SINDICATO DOS EMPREGADOS NO
COMERCIO VAREJISTA E
ATACADISTA DE PECAS, PNEUS E
ACESSORIOS PARA VEICULOS
AUTOMOTORES DO ESTADO DO
PARA
ADVOGADO RAPHAEL CHARONE
LOUREIRO(OAB: 12341/PA)
SUSCITADO SINDICATO COM PECAS PNEUS
ACES VEIC ROD MUN BEL ANANIND
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
Intimado(s)/Citado(s):
 - SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMERCIO VAREJISTA
E ATACADISTA DE PECAS, PNEUS E ACESSORIOS PARA
VEICULOS AUTOMOTORES DO ESTADO DO PARA
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
JUSTIÇA DO TRABALHO
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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 8ª REGIÃO
Travessa Dom Pedro I, 746, Umarizal, BELEM - PA - CEP: 66050-
100
PROCESSO: 0000731-56.2017.5.08.0000
CLASSE: DISSÍDIO COLETIVO (987)
SUSCITANTE: SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMERCIO
VAREJISTA E ATACADISTA DE PECAS, PNEUS E ACESSORIOS
PARA VEICULOS AUTOMOTORES DO ESTADO DO PARA
SUSCITADO: SINDICATO COM PECAS PNEUS ACES VEIC ROD
MUN BEL ANANIND
INTIMAÇÃO PJe-JT
DESTINATÁRIO: SINDICATO DOS EMPREGADOS NO
COMERCIO VAREJISTA E ATACADISTA DE PECAS, PNEUS E
ACESSORIOS PARA VEICULOS AUTOMOTORES DO ESTADO
DO PARA
Fica a parte indicada no campo "DESTINATÁRIO" notificada para
tomar ciência de que foi designado o dia 23/08/2017, às 11:00h,
para a Audiência de Conciliação, a ser realizada na sala de gestão
da Presidência, localizada no 3º andar deste E. Tribunal, conforme
r. Decisão ID nº dbee046, a seguir:
"D E C I S Ã O
O SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO VAREJISTA
E ATACADISTA DE PEÇAS, PNEUS E ACESSÓRIOS PARA
VEÍCULOS AUTOMOTORES DO ESTADO DO PARÁ propõe a
instauração de DISSÍDIO COLETIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
em face do SINDICATO DO COMÉRCIO DE PEÇAS, PNEUS E
ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOS RODOVIÁRIOS DE BELÉM E
ANANINDEUA.
Requer seja declarada, liminarmente, a ultratividade das cláusulas
da convenção sindical com validade encerrada em 30/04/2017,
mormente para os contratos individuais de trabalhos dos
empregados abrangidos pela categoria laboral já contratados na
vigência da convenção sindical anterior, até que seja editado novo
instrumento de norma coletiva.
Analiso.
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Primeiramente, quanto ao pedido de declaração de manutenção de
eficácia da norma anterior, esclareço que o Protesto Judicial,
seguido do ajuizamento do Dissídio no prazo máximo de trinta (30)
dias, contados da intimação, possui como efeito a garantia da data-
base de forma indefinida.
Além disso, friso que o C. TST tem ratificado o entendimento de que
a ultratividade das normas coletivas é condicional, "como
mecanismo de manutenção das conquistas trabalhistas, até que as
partes convenentes venham a dispor novamente a respeito",
consoante consta do Acórdão do processo nº TST-RR-1224-
75.2013.5.09.0863, de 21 de outubro de 2015, da lavra do Ministro
Hugo Carlos Scheuermann.
Portanto, a ultratividade só pode ocorrer quanto às cláusulas mais
benéficas e está circunscrita ao contrato individual de trabalho,
impondo-se, ainda, a vedação da extensão de vigência da norma
coletiva por inteiro, por período superior àquele inicialmente
previsto, em respeito ao §3º do art. 614 da CLT.
Ademais, ressalto que está em questionamento junto ao Supremo
Tribunal Federal o entendimento jurisprudencial constante da
Súmula nº 277 do C. TST, que reconhece que cláusulas coletivas
integram contratos individuais mesmo quando elas já expiraram, até
que novo acordo seja firmado, tendo sido concedida liminar,
proferida na ADPF 323, para suspender todos os processos e
efeitos de decisões no âmbito da Justiça do Trabalho que discutam
a aplicação da ultratividade de normas de acordos e de convenções
coletivas.
Nesses termos, indefiro o pedido de declaração da ultratividade das
cláusulas da convenção sindical.
No ensejo, designo audiência de conciliação em dissídio coletivo
para o dia 23/08/2017, às 11h00."
BELEM, 18 de Agosto de 2017
Pauta
Pauta de Julgamento
Pauta da Sessão Ordinária de Julgamento da Seção Especializada I
do dia 24/08/2017 às 10:00
Processo Nº DC-0000019-66.2017.5.08.0000
Complemento Processo Eletrônico - PJE
Relator PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA
LEAL
SUSCITANTE SIND DOS TRAB DO SETOR
PUBLICO AGROPECUARIO E FUND
DO EST DO PA
ADVOGADO JARBAS VASCONCELOS DO
CARMO(OAB: 5206/PA)
ADVOGADO WESLEY LOUREIRO AMARAL(OAB:
10999/PA)
ADVOGADO ANDRE MOREIRA CANTO(OAB:
19610/PA)
SUSCITADO EMPRESA DE ASSIST TECNICA E
EXT RURAL DO ESTADO DO PARA
ADVOGADO JULIANA ROSSI FORCA(OAB:
17706/PA)
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
Intimado(s)/Citado(s):
 - EMPRESA DE ASSIST TECNICA E EXT RURAL DO ESTADO
DO PARA
 - MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
 - SIND DOS TRAB DO SETOR PUBLICO AGROPECUARIO E
FUND DO EST DO PA
O processo constante desta pauta que não for julgado na sessão a
que se refere fica automaticamente adiado para a próxima que se
seguir, independentemente de nova publicação.
Pauta de Julgamento
Pauta da Sessão Ordinária de Julgamento da Seção Especializada I
do dia 24/08/2017 às 10:00
Processo Nº AR-0000130-55.2014.5.08.0000
Complemento Processo Eletrônico - PJE
Relator GABRIEL NAPOLEAO VELLOSO
FILHO
AUTOR MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
RÉU A. J. R. DA SILVA SUPERMERCADO -
ME
RÉU I S A FARD COMERCIO VAREJISTA
LTDA - EPP
RÉU S SAID ZAGHLOUT & CIA LTDA
RÉU SINDICATO DOS EMPREGADOS NO
COMERCIO DO ESTADO DO PARA
ADVOGADO REGIS DO SOCORRO TRINDADE
LOBATO(OAB: 6964/PA)
Intimado(s)/Citado(s):
 - A. J. R. DA SILVA SUPERMERCADO - ME
 - I S A FARD COMERCIO VAREJISTA LTDA - EPP
 - MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
 - S SAID ZAGHLOUT & CIA LTDA
 - SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMERCIO DO
ESTADO DO PARAProcesso Nº AACC-0000179-91.2017.5.08.0000
Complemento Processo Eletrônico - PJE
Relator GEORGENOR DE SOUSA FRANCO
FILHO
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2295/2017 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região 23
Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
AUTOR MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
RÉU SIND DOS T NAS IND MET MEC
ELETROM ELETROEL ELETR DE
MAT ELET DE INF E EMPRE PREST
DE SERV MET MEC ELETROM
ELETROEL ELETR E DE INF DO E
DO PARA
ADVOGADO SELMA LUCIA LOPES LEAO(OAB:
4496/PA)
RÉU SINDICATO DA INDUSTRIA DE
CONSTRUCAO NAVAL DO ESTADO
PA
Intimado(s)/Citado(s):
 - MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
 - SIND DOS T NAS IND MET MEC ELETROM ELETROEL
ELETR DE MAT ELET DE INF E EMPRE PREST DE SERV MET
MEC ELETROM ELETROEL ELETR E DE INF DO E DO PARA
 - SINDICATO DA INDUSTRIA DE CONSTRUCAO NAVAL DO
ESTADO PA
Processo Nº MS-0000244-86.2017.5.08.0000
Complemento Processo Eletrônico - PJE
Relator FRANCISCA OLIVEIRA FORMIGOSA
IMPETRANTE REXAM AMAZONIA LTDA.
ADVOGADO RENATO SIMOES DA CUNHA(OAB:
41734/RS)
AUTORIDADE
COATORA
CRISTIANE SIQUEIRA REBELO
CUSTOS LEGIS PROCURADORIA REGIONAL DO
TRABALHO DA 8ª REGIÃO
LITISCONSORTE RUBIM TAVARES ESTEVES
ADVOGADO HERMANN DUARTE RIBEIRO
FILHO(OAB: 20894/PA)
ADVOGADO CYNTHIA CAMPELLO RODRIGUES
DE ALMEIDA(OAB: 23860/PA)
Intimado(s)/Citado(s):
 - CRISTIANE SIQUEIRA REBELO
 - PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
 - REXAM AMAZONIA LTDA.
 - RUBIM TAVARES ESTEVES
Processo Nº AACC-0000263-29.2016.5.08.0000
Complemento Processo Eletrônico - PJE
Relator GABRIEL NAPOLEAO VELLOSO
FILHO
AUTOR MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
RÉU SIND DOS TRAB DE EMP DE A
CONS HIG LIMP E SIM DO EST PA
RÉU SINDICATO DAS EMPRESAS DE
SERVICOS TERCEIRIZAVEIS
TRABALHO TEMPORARIO LIMPEZA
E CONSERVACAO AMBIENTAL DO
ESTADO DO PARA SEAC
ADVOGADO DANIEL DACIER LOBATO SA
PEREIRA(OAB: 15494/PA)
Intimado(s)/Citado(s):
 - MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO
 - SIND DOS TRAB DE EMP DE A CONS HIG LIMP E SIM DO
EST PA
 - SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVICOS
TERCEIRIZAVEIS TRABALHO TEMPORARIO LIMPEZA E
CONSERVACAO AMBIENTAL DO ESTADO DO PARA SEAC
Processo Nº DC-0000277-76.2017.5.08.0000
Complemento Processo Eletrônico - PJE
Relator PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA
LEAL
SUSCITANTE SINDICATO DOS TRABALHADORES
NO COMERCIO VAREJISTA E
ATACADISTA DE GENEROS
ALIMENTICIOS E SIMILARES DO
ESTADO DO PARA SINTCVAPA
ADVOGADO WINNIE DE FATIMA OLIVEIRA
SOUZA(OAB: 18113/PA)
ADVOGADO JORGEANA DANIELLY RIOS BRITO
RIBEIRO FURTADO(OAB: 17862/PA)
SUSCITADO SINDICATO DO COMERCIO
ATACADISTA DE GENEROS
ALIMENTICIOS DE BELEM
ADVOGADO CAMILA VASCONCELOS DE
OLIVEIRA(OAB: 19029/PA)
CUSTOS LEGIS PROCURADORIA REGIONAL DO
TRABALHO DA 8ª REGIÃO
Intimado(s)/Citado(s):
 - PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
 - SINDICATO DO COMERCIO ATACADISTA DE GENEROS
ALIMENTICIOS DE BELEM
 - SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMERCIO
VAREJISTA E ATACADISTA DE GENEROS ALIMENTICIOS E
SIMILARES DO ESTADO DO PARA SINTCVAPA
Os processos constantes desta pauta que não forem julgados na
sessão a que se referem ficam automaticamente adiados para as
próximas que se seguirem, independentemente de nova publicação.
Quarta Turma
Acórdão
Acórdão
Processo Nº AP-0000006-89.2016.5.08.0004
Relator PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA
LEAL
AGRAVANTE ADALBERTO MAGNO
ADVOGADO BRENO RUBENS SANTOS
LOPES(OAB: 20197-E/PA)
ADVOGADO RAIMUNDO RUBENS FAGUNDES
LOPES(OAB: 4305/PA)
AGRAVADO PEDRO NONATO DA SILVA JUNIOR
AGRAVADO HUMBERTO SOARES DA SILVA
AGRAVADO H. P. LOGISTICA E NAVEGACAO
LTDA
ADVOGADO RUY GUILHERME PACHECO
QUARESMA(OAB: 7803/PA)
Intimado(s)/Citado(s):
 - ADALBERTO MAGNO
 PODER JUDICIÁRIO
 JUSTIÇA DO TRABALHO
Identificação
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2295/2017 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região 24
Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Gab. Des. Pastora Leal
PROCESSO nº 0000006-89.2016.5.08.0004 (AP)
AGRAVANTE: ADALBERTO MAGNO
Dr. Breno Rubens Santos Lopes
Dr. Raimundo Rubens Fagundes Lopes
AGRAVADOS: H. P. LOGÍSTICA E NAVEGAÇÃO LTDA.
Dr. Ruy Guilherme Pacheco Quaresma
HUMBERTO SOARES DA SILVA
PEDRO NONATO DA SILVA JÚNIOR
Ementa
AGRAVO DE PETIÇÃO. NÃO CONHECIMENTO AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA.
Constatado que as razões expostas no apelo nada impugnou a r.
Decisão de não conhecimento dos embargos à execução, não
havendo no recurso qualquer menção a fundamento que pudesse
levar à modificação da decisão exarada pelo juízo de origem, não
deve ser conhecido o agravo de petição, à luz do disposto no artigo
1.010 III, do CPC e da Súmula 422, do Colendo TST.
Relatório
Trata-se de Agravo de Petição, interposto nos autos do Processo nº
0000006-89.2016.5.08.0004, oriundo da Meritíssima Quarta Vara do
Trabalho de Belém, em que são partes os acima identificados.
O exequente interpõe agravo de petição de ID 4e12179,
inconformado com a decisão primária de ID 2fe59d3, que não
conheceu dos embargos à execução e indeferiu o pedido de
vencimento antecipado das parcelas do acordo por não
cumprimento do pactuado nos autos.
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2295/2017 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região 25
Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
A executada apresentou contrarrazões de ID 4fe77ab.
Os autos deixaram de ser encaminhados ao Ministério Público do
Trabalho para emissão de parecer, tendo em vista o disposto no
artigo 103, do regimento interno deste tribunal.
Fundamentação
PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO APELO DA
RECLAMADA, SUSCITADA DE OFÍCIO.
Suscito de ofício o não conhecimento do agravo de petição
interposto, em razão de o apelo não atacar a decisão de não
conhecimento dos embargos à execução, ofendendo o artigo 897, §
1º da CLT c/c artigo 932, III CPC.
Analisando o agravo de petição de ID 4e12179, observo que o
recurso não ataca a decisão de ID 2fe59d3, que não conheceu dos
embargos à execução de ID e3a9f15, não se insurgindo
especificamente contra a decisão de primeiro grau nos termos em
que fora proferida, uma vez que o autor limitou-se a requerer o
vencimento antecipado das parcelas do acordo pelo não pagamento
no prazo da segunda parcela.
Ocorre que a decisão agravada não conheceu dos embargos à
execução, por ter sido "protocolado com status de 'sigiloso', ferindo
de morte o princípio constitucional do contraditório", não sendo esse
fundamento atacado no agravo.
Pode-se ver pela leitura do apelo que em nenhum momento o
apelante faz menção ao não conhecimento dos embargos à
execução agravado, insurgindo-se contra o restante da decisão que
trata de outras medidas para sanear o processo, não tecendo nem
uma linha sequer acerca da parte do despacho que deveria ter sido
impugnada.
Com efeito, não se pode olvidar que é dever do recorrente expor ao
Tribunal o fundamento pelos quais se insurge contra a decisão, os
motivos que a levam ao inconformismo. Aliás, o artigo 1.010 do
diploma processual civil em vigor, ao elencar os pressupostos que
deve conter a apelação (recurso ordinário, no processo trabalhista),
deixa suficientemente explícita a imperiosidade de se trazer as
razões do pedido de reforma ou decretação de nulidade.
Destarte, contraposto ao direito que tem o recorrente ao duplo grau
de jurisdição, está o ônus de apontar o vício em que incorreu a
decisão impugnada e de demonstrar as razões pelas quais não
deve subsistir. Trata-se, verdadeiramente, de elemento formal
indispensável, sem o qual prejudicada ficará a admissibilidade do
recurso.
Reforça o entendimento aqui esposado, a Súmula nº 422, do C.
TST, revisada pela mais alta Corte Trabalhista, que assim dispõe, in
verbis:
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OUDEFICIENTE. NÃO
CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e
III)- Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com
errata publicado no DEJT divulgado em 01.07.2015
I - Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho
se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da
decisão recorrida, nos termos em que proferida.
II - O entendimento referido no item anterior não se aplica em
relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada
em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão
monocrática.
III - Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso
ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto
em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos
fundamentos da sentença. (destaquei)
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Pelas razões supramencionadas, suscito a preliminar em epígrafe e
não conheço do agravo de petição interposto pelo reclamante, à luz
do disposto no artigo 1.010 III, do CPC e da Súmula 422, do
Colendo TST.
ANTE O EXPOSTO, suscito de ofício a preliminar e não conheço do
agravo de petição do reclamante por não atacar os fundamentos da
d. Decisão impugnada, nos termos em que fora proposta. Tudo
conforme os fundamentos.
Mérito
Recurso da parte
Item de recurso
Conclusão do recurso
Acórdão
Cabeçalho do acórdão
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Acórdão
CONCLUSÃO
POSTO ISSO,
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA EGRÉGIA QUARTA
TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA OITAVA
REGIÃO, À UNANIMIDADE, EM ACOLHER A PRELIMINAR
SUSCITADA DE OFÍCIO PELA DESEMBARGADORA RELATORA
e não CONHECER DO AGRAVO DE PETIÇÃO INTERPOSTO por
não atacar OS FUNDAMENTOS DA D. DECISÃO VERGASTADA,
NOS TERMOS EM QUE FORA PROPOSTA. TUDO CONSOANTE
A FUNDAMENTAÇÃO SUPRA. CUSTAS COMO NO PRIMEIRO
GRAU.
Sala de Sessões da Quarta Turma do Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da Oitava Região. Belém, 08 de agosto de 2017.
Assinatura
Relatora Desembargadora Pastora do Socorro Teixeira Leal
Votos
Acórdão
Processo Nº AP-0000006-89.2016.5.08.0004
Relator PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA
LEAL
AGRAVANTE ADALBERTO MAGNO
ADVOGADO BRENO RUBENS SANTOS
LOPES(OAB: 20197-E/PA)
ADVOGADO RAIMUNDO RUBENS FAGUNDES
LOPES(OAB: 4305/PA)
AGRAVADO PEDRO NONATO DA SILVA JUNIOR
AGRAVADO HUMBERTO SOARES DA SILVA
AGRAVADO H. P. LOGISTICA E NAVEGACAO
LTDA
ADVOGADO RUY GUILHERME PACHECO
QUARESMA(OAB: 7803/PA)
Intimado(s)/Citado(s):
 - ADALBERTO MAGNO
 PODER JUDICIÁRIO
 JUSTIÇA DO TRABALHO
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Data da Disponibilização: Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Identificação
Gab. Des. Pastora Leal
PROCESSO nº 0000006-89.2016.5.08.0004 (AP)
AGRAVANTE: ADALBERTO MAGNO
Dr. Breno Rubens Santos Lopes
Dr. Raimundo Rubens Fagundes Lopes
AGRAVADOS: H. P. LOGÍSTICA E NAVEGAÇÃO LTDA.
Dr. Ruy Guilherme Pacheco Quaresma
HUMBERTO SOARES DA SILVA
PEDRO NONATO DA SILVA JÚNIOR
Ementa
AGRAVO DE PETIÇÃO. NÃO CONHECIMENTO AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA.
Constatado que as razões expostas no apelo nada impugnou a r.
Decisão de não conhecimento dos embargos à execução, não
havendo no recurso qualquer menção a fundamento que pudesse
levar à modificação da decisão exarada pelo juízo de origem, não
deve ser conhecido o agravo de petição, à luz do disposto no artigo
1.010 III, do CPC e da Súmula 422, do Colendo TST.
Relatório
Trata-se de Agravo de Petição, interposto nos autos do Processo nº
0000006-89.2016.5.08.0004, oriundo da Meritíssima Quarta Vara do
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Trabalho de Belém, em que são partes os acima identificados.
O exequente interpõe agravo de petição de ID 4e12179,
inconformado com a decisão primária de ID 2fe59d3, que não
conheceu dos embargos à execução e indeferiu o pedido de
vencimento antecipado das parcelas do acordo por não
cumprimento do pactuado nos autos.
A executada apresentou contrarrazões de ID 4fe77ab.
Os autos deixaram de ser encaminhados ao Ministério Público do
Trabalho para emissão de parecer, tendo em vista o disposto no
artigo 103, do regimento interno deste tribunal.
Fundamentação
PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO APELO DA
RECLAMADA, SUSCITADA DE OFÍCIO.
Suscito de ofício o não conhecimento do agravo de petição
interposto, em razão de o apelo não atacar a decisão de não
conhecimento dos embargos à execução, ofendendo o artigo 897, §
1º da CLT c/c artigo 932, III CPC.
Analisando o agravo de petição de ID 4e12179, observo que o
recurso não ataca a decisão de ID 2fe59d3, que não conheceu dos
embargos à execução de ID e3a9f15, não se insurgindo
especificamente contra a decisão de primeiro grau nos termos em
que fora proferida, uma vez que o autor limitou-se a requerer o
vencimento antecipado das parcelas do acordo pelo não pagamento
no prazo da segunda parcela.
Ocorre que a decisão agravada não conheceu dos embargos à
execução, por ter sido "protocolado com status de 'sigiloso', ferindo
de morte o princípio constitucional do contraditório", não sendo esse
fundamento atacado no agravo.
Pode-se ver pela leitura do apelo que em nenhum momento o
apelante faz menção ao não conhecimento dos embargos à
execução agravado, insurgindo-se contra o restante da decisão que
trata de outras medidas para sanear o processo, não tecendo nem
uma linha sequer acerca da parte do despacho que deveria ter sido
impugnada.
Com efeito, não se pode olvidar que é dever do recorrente expor ao
Tribunal o fundamento pelos quais se insurge contra a decisão, os
motivos que a levam ao inconformismo. Aliás, o artigo 1.010 do
diploma processual civil em vigor, ao elencar os pressupostos que
deve conter a apelação (recurso ordinário, no processo trabalhista),
deixa suficientemente explícita a imperiosidade de se trazer as
razões do pedido de reforma ou decretação de nulidade.
Destarte, contraposto ao direito que tem o recorrente ao duplo grau
de jurisdição, está o ônus de apontar o vício em que incorreu a
decisão impugnada e de demonstrar as razões pelas quais não
deve subsistir. Trata-se, verdadeiramente, de elemento formal
indispensável, sem o qual prejudicada ficará a admissibilidade do
recurso.
Reforça o entendimento aqui esposado, a Súmula nº 422, do C.
TST, revisada pela mais alta Corte Trabalhista, que assim dispõe, in
verbis:
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO
CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e
III)- Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com
errata publicado no DEJT divulgado em 01.07.2015
I - Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho
se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da
decisão recorrida, nos termos em que proferida.
II - O entendimento referido no item anterior não se aplica em
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relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada
em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão
monocrática.
III - Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso
ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto
em caso

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