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AULA I EXTENSIVO DIREITOS HUMANOS DPE RS 2018

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Direitos Humanos 
 
Aula 
 
PROFESSOR MATEUS SILVEIRA 
 
 
Professor Mateus Silveira 
 
Facebook Fanpage: @professormateussilveira 
Instagram: @professormateussilveira 
Canal do You Tube: Professor Mateus Silveira 
Twitter: @profmateuss 
Link utilizado para ver o vídeo “O que são Direitos Humanos?”: 
 
http://br.humanrights.com/#/what-are-human-rights 
 
 Unidos pelos Direitos Humanos é uma organização internacional, sem fins lucrativos 
dedicada à implementação da Declaração Universal dos Direitos do Homem a nível local, regional, 
nacional e internacional. É composta por indivíduos, educadores e grupos em todo o mundo que 
estão ativamente a transmitir o conhecimento e a proteção dos direitos humanos por e para toda 
a Humanidade. 
 
Link do you tube no canal Casa do Saber: 
https://www.youtube.com/watch?v=fMBNL4HFEOQ 
 
DIREITOS HUMANOS 
 Conceito: O conjunto de direitos e garantias assegurados nas 
declarações e tratados internacionais de direitos humanos. 
 
 Conjunto de direitos considerado indispensável para vida 
humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. 
 
 “Dá-se o nome de liberdades públicas, de direitos humanos ou 
individuais àquelas prerrogativas que tem o indivíduo em face do 
Estado.” 
 
Das categorias e Gerações de Direitos Humanos 
 As dimensões ou gerações de DH: A doutrina menciona 3 
dimensões clássicas dos DH: Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade. 
 LIBERDADE: protege os direitos civis e políticos individuais 
(liberdade, vida e segurança); 
 IGUALDADE: protege os direitos econômicos, sociais, 
culturais e trabalhistas; 
 FRATERNIDADE: também conhecida como “princípio da 
solidariedade”, protege os direitos difusos como meio 
ambiente, consumidor e desenvolvimento. 
 A Classificação dos direitos humanos quanto a natureza dos mesmos 
restou fragmentada em dois campos que os próprios tratados 
internacionais criaram uma classificação: a existência de direitos civis e 
políticos, por um lado e de direitos econômicos, sociais e culturais por 
outro. 
 Direitos Civis e Políticos: em regra são direitos relacionados à vida, 
liberdade e participação política dos cidadãos. Também em regra exigem 
uma atitude negativa dos Estados, que não podem coibir a liberdade e 
nem proibir a manifestação política de seus nacionais. 
 Mas, em alguns momentos impõe aos Estados certos deveres 
positivos, como a promoção de eleições periódicas pelos Estados (art. 25 
do PDCP). 
 Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: são os 
denominados direitos sociais, como direito à alimentação, 
saúde, educação e habitação, que por sua vez, obrigam os 
Estados a exercerem prestações positivas, isto é, deverão 
proporcionar aos cidadãos serviços e bens públicos destinados 
ao cumprimento de condições materiais suficientes de 
existência. 
 Há também prestações negativas como a não interferência 
no direito à sindicalização (art. 8º do PIDCP). 
 Uma classificação tradicional dos direitos humanos é aquela 
que divide-os em gerações ou dimensões segundo a doutrina 
mais atual. 
 Direitos de 1º Dimensão ou Geração: nasceu nas 
revoluções burguesas dos séculos XVII E XVIII e envolvem os 
direitos de autonomia, defesa e participação, possuindo 
característica de distribuição de competências entre o Estado e 
o indivíduo. Essa geração refere-se aos direitos civis e políticos, 
também chamados de direitos de liberdade. As liberdades 
públicas negativas que buscavam a abstenção estatal, a não 
interferência do poder público na esfera dos interesses 
privados. 
 Direitos de 2º Dimensão ou Geração: Decorrente dos 
movimentos sociais do século XIX e XX, demandavam um papel 
ativo e interventivo do Estado. Também considerados direitos 
prestacionais, alcançam os direitos econômicos, sociais e 
culturais pautados pelo direito da igualdade. 
 Direitos de 3º Dimensão ou Geração: São os denominados direitos 
de solidariedade ou direitos globais, que incluem o direito ao 
desenvolvimento, o direito a um ambiente sadio e ecologicamente 
equilibrado, o direito à paz, o direito à autodeterminação dos povos e o 
direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade. São 
denominados os direitos transindividuais. 
 Direitos de 4º Dimensão ou Geração: são os direitos decorrentes 
da globalização política e que correspondem à fase de 
institucionalização do Estado Social. Direitos dos povos. 
 5º Dimensão Futuro dos Indivíduos – Paz Universal. 
 6º Dimensão Futuro dos Indivíduos – Acesso à água. 
DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Dimensão ou Geração: 
Direitos das Liberdades; 
Civis e Políticos. 
Vida, liberdade, segurança e 
propriedade. 
2º Dimensão ou Geração: 
Direitos da Igualdade; 
Direitos Sociais e Econômicos. 
Sociais, econômicos, culturais, 
trabalhistas, saúde, educação e 
habitação. 
3º Dimensão ou Geração: 
Fraternidade dos povos; 
Transindividuais/difusos/coletivos 
Paz, meio ambiente, patrimônio 
histórico e cultural, defesa do 
consumidor. 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 INERÊNCIA: os DH pertencem a todos os seres humanos; 
 UNIVERSALIDADE: não importa a raça, a cor, o sexo, a origem, a 
condição social, a língua, a religião ou opção sexual; 
 TRANSNACIONALIDADE: não importa o local em que esteja o 
ser humano; 
 INDIVISIBILIDADE: os DH não são fracionados; implica em 
unicidade, assegurando não ser possível se reconhecer apenas 
alguns direitos humanos (atenção aos direitos sociais). 
 
Universalismo x Relativismo cultural 
 A concepção universal dos direitos humanos delineada pela 
Declaração Universal de 1948 e reafirmada pela Declaração de Viena de 
1993 sofreu e ainda sofre fortes resistências dos adeptos do movimento 
do relativismo cultural. 
 Para os relativistas, a noção de direito está estritamente 
relacionada ao sistema político, econômico, cultural, social e moral 
vigente em determinada sociedade. Segundo os relativistas cada cultura 
possui o seu próprio discurso acerca dos direitos fundamentais, que está 
relacionado às específicas circunstâncias culturais e históricas de cada 
sociedade. Nesse sentido, acreditam os que se filiam ao relativismo 
cultural, que o pluralismo cultural impede a formação de uma moral 
universal, tornando-se necessário que se respeitem as diferenças culturais 
apresentadas por cada sociedade, bem como seu peculiar sistema moral. 
 
 No olhar relativista há o primado do coletivismo. Isto é, o 
ponto de partida é a coletividade, e o indivíduo é percebido 
como parte integrante da sociedade. Já na ótica universalista, 
há o primado do individualismo. O ponto de partida é o 
indivíduo, sua liberdade e autonomia (a dignidade humana 
como elemento individualista), para que, então, se avance na 
percepção dos grupos e das coletividades. 
 INTERDEPENDÊNCIA: muitas vezes para o exercício de um dir. 
humano, passa-se obrigatoriamente pelo anterior de outra 
geração/dimensão. 
 
 INDISPONIBILIDADE: o ser humano não pode abrir mão, dispor 
de um direito humano, por ser inerente a ele e nem os Estados 
podem suprimi-los, a partir do momento que os reconhece; 
 
 IMPRESCRITIBILIDADE: um direito humano não prescreve por 
decurso de prazo. 
 Atualmente a majoritária jurisprudência do STJ está aplicando a 
imprescritibilidade dos direitos humanos. 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO. REPARAÇÃO 
DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. REGIME MILITAR. DISSIDENTE 
POLÍTICO PRESO NA ÉPOCA DO REGIME MILITAR. TORTURA. DANO 
MORAL. FATO NOTÓRIO. NEXO CAUSAL. NÃO INCIDÊNCIA DA 
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - ART. 1º DECRETO 20.910/1932. 
IMPRESCRITIBILIDADE. 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.165.986 - SP (2008/0279634-1) RELATOR : 
MINISTRO LUIZ FUXJulgado em 16/11/2010. 
 
INDIVIDUALIDADE: podem ser exercidos por apenas um indivíduo; 
 
COMPLEMENTARIEDADE: os direitos humanos devem ser 
interpretados em conjunto, não havendo hierarquia entre eles; 
 
INVIOLABILIDADE: esses direitos não podem ser descumpridos por 
nenhuma pessoa ou autoridade; 
 
IRRENUNCIABILIDADE: são irrenunciáveis estes direitos. 
INTERRELACIONARIEDADE: os direitos humanos e os sistemas de 
proteção se inter-relacionam, possibilitando às pessoas escolher 
entre o mecanismo de proteção global ou regional não havendo 
hierarquia entre eles; 
 
HISTORICIDADE: estão vinculados ao desenvolvimento histórico e 
cultural do ser humano; 
 
VEDAÇÃO DO RETROCESSO OU DO REGRESSO: uma vez 
estabelecidos os direitos humanos, não se admite o retrocesso 
visando sua limitação ou diminuição. 
PREVALÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA: na solução de um caso 
concreto deve prevalecer a norma mais benéfica para a vítima da 
violação dos direitos humanos. 
 
ATENÇÃO! 
 O Controle de Convencionalidade das leis, nada mais é do que 
o processo de compatibilização vertical (sobretudo material) das 
normas domésticas com os comandos encontrados nas 
convenções internacionais de direitos humanos em vigor no 
Estado. 
1) Banca: FCC - DPE-PR - Defensor Público - 2017 
No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos direitos humanos. Acerca das 
características principais dos direitos humanos, é correto afirmar: 
a) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser harmonizada com a autonomia da 
vontade, donde se conclui que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção de 
faceta de sua dignidade, a exemplo do famoso caso francês do “arremesso de anões”. 
b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer 
restrições por ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para 
fins paramilitares previsto pelo poder constituinte originário. 
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado 
jus cogens, a universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte 
ideia de respeito ao relativismo cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade 
internacional. 
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação 
econômica decorrente de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a 
direitos humanos ocorridos durante o regime militar. 
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de 
sua divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização 
de sua exigibilidade a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido. 
 
Gabarito: B 
 Os direitos humanos quando comparados entre si, não 
há de imediato uma hierarquia, ou seja, podemos dizer que 
não há um direito humano absoluto, pois eles estão 
adstritos a conflitos e somente no caso concreto o conflito 
poderá ser solucionado. 
 
2) Banca: FCC - DPE-RS - Defensor Público Ano: 2014 
Na teoria geral dos direitos humanos, um dos debates mais relevantes diz respeito 
ao dilema dos seus fundamentos filosóficos. Duas correntes bem distintas lideram 
a discussão: o relativismo cultural e o universalismo. Os adeptos da doutrina 
universalista defendem a visão de que 
a) não há uma moral universal, pois a história do mundo é a história de uma 
pluralidade de culturas. 
b) na medida em que todas as culturas possuem concepções de dignidade 
humana, deve-se aumentar a consciência das incompletudes culturais mútuas, 
como pressuposto para um diálogo intercultural. 
c) a noção de direitos está estritamente relacionada ao sistema político, cultural, 
econômico, moral e social vigente em determinada sociedade. 
d) os direitos humanos decorrem da dignidade humana, na qualidade de valor 
intrínseco à condição humana, concebendo-se uma noção de direitos baseada em 
um mínimo ético irredutível. 
e) a cultura é a única fonte de validade de um direito ou regra moral. 
 
Gabarito: D 
 O mínimo ético irredutível seria uma característica 
universal de todos os seres humanos, o que é defendido 
pelos adeptos da teoria do Universalismo dos direitos 
humanos. 
 
A TUTELA INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA E SEUS TRÊS EIXOS DE 
PROTEÇÃO 
 DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS: proteção do 
ser humano em todos os aspectos, englobando direitos civis e políticos, 
direitos sociais, econômicos, culturais e os direitos transindividuais. 
 
 DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS: age na proteção do 
refugiado, desde a saída do seu local de residência, concessão do refúgio 
e seu eventual término. 
 
 DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO: foca na proteção do ser 
humano na situação específica dos conflitos armados (internacionais ou 
não internacionais – guerras civis). 
O DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO 
 
 É também conhecido como o direito internacional da guerra, 
pois precede a própria formação do direito internacional dos 
direitos humanos. Surge a partir da iniciativa do suíço Henri 
Dunant que, após presenciar o massacre e a desumana situação 
de feridos na Batalha de Solferino (1859), ocorrida em solo 
italiano, decide criar a Cruz Vermelha e iniciar uma campanha 
internacional para a proteção dos militares feridos e doentes. 
 Com o sucesso obtido na sua empreitada em 1864 foi 
aprovada a primeira Convenção de Genebra. 
 A 1º Convenção de Genebra, sucederam-se diversas outras: 
1) Segunda Convenção de Genebra – 1907, que visou a 
proteção de feridos, enfermos e náufragos das forças armadas 
do mar; 
2) Terceira Convenção de Genebra – 1929, que instituiu regime 
jurídico e proteção dos prisioneiros de guerra; 
3) Quarta Convenção de Genebra – 1949, que revisou as 
convenções anteriores e acrescentou a proteção em relação aos 
civis, inclusive em territórios ocupados. 
 Às Convenções de Genebra, seguiram-se três protocolos: 
 
A) Protocolo I de 1977 – proteção das vítimas dos conflitos 
armados internacionais, considerando que conflitos armados 
contra dominação colonial, ocupação estrangeira ou regimes 
racistas devem ser considerados como conflitos internacionais; 
B) Protocolo II de 1977 – proteção de vítimas em conflitos 
armados não internacionais (guerras civis); 
C) Protocolo III de 2007 – adiciona o emblema do cristal 
vermelho ao lado da cruz vermelha e do crescente vermelho. 
 Assim, o Direito Humanitário não visa impedir a guerra, mas tão 
somente regulamentar o uso da força e da violência uma vez que o 
conflito armado é deflagrado. 
- Princípios de Direito Internacional Humanitário: 
A) Princípio da Humanidade: De acordo com esse princípio, a 
dignidade humana deve ser preservada por mais precária e gravosa 
que seja a situação; 
B) Princípio da Necessidade: os bens civis devem ser respeitados e 
não podem ser alvos de ataques e retaliações; 
C) Princípio da Proporcionalidade: as partes devem utilizar de seus 
recursos bélicos de forma proporcional a superar e vencer a parte 
adversa, rejeitando-se um malefício superior aos ganhos militares 
pretendidos. 
 
 
 
 
 
 O COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA (CICV): A 
principal entidade responsável pelo monitoramento do 
cumprimento do direito internacional humanitário pelos 
Estados é o CICV, em realidade, uma organização independente 
e não-governamental cujo status e prerrogativas são 
reconhecidos nas próprias Convenções de Genebra. 
 
 O CICV visa defender e amparar as vítimas de guerras e 
catástrofes naturais, além de auxiliar no contato com familiares 
e na busca por desaparecidos. 
 
 Embora não prevejam um órgão internacional voltado 
para aplicação de sanções,os tratados que compõem o 
direito internacional humanitário podem ser invocados 
perante a CIJ e o TPI. 
 
 Deste modo, o desenvolvimento do direito internacional 
humanitário é considerado como um dos precedentes 
históricos para a internacionalização dos direitos humanos. 
 
 O DIREITO INTENACIONAL DOS REFUGIADOS 
 
 O direito internacional dos refugiados também decorre de 
um “Convenção de Genebra”, que, a não ser pelo nome, não se 
identifica com aquelas relacionadas ao direito internacional 
humanitário. 
 
 O principal instrumento do direito internacional dos 
refugiados é a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto 
dos Refugiados, adotada em 28/07/1951 e com vigência a partir 
de 22/04/1954. 
 Essa Convenção definia o que se compreendia como 
refugiado e ao mesmo tempo estipulava regras para a sua 
proteção e a concessão de asilo político pelos Estados-
membros. Contudo, ela possuía uma grave limitação de tempo: 
somente se aplicava aos refugiados em relação a eventos 
ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951. A esse 
condicionamento denominou-se “reserva temporal”. 
 
 Após um período de discussões internacionais, foi 
elaborado o Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados que 
entrou em vigor em outubro de 1967. 
 
 Com esse protocolo, deixaram de existir limitações geográficas 
e temporais para o reconhecimento do status de refugiado a 
determinadas categorias de pessoas, buscando-se agora conferir 
efetiva proteção a todos aqueles que se deslocam em razão de 
uma crise política. 
 
 Refugiado: é todo o indivíduo que, em decorrência de 
fundados temores de perseguição, seja relacionado a sua raça, 
religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou 
opinião política e também por fenômenos ambientais, encontra-se 
fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não 
pode ou não quer regressar a ele. 
 
 O Alto Comissariado das Nações Unidas para os 
Refugiados (ACNUR) foi criado em 1949 e é órgão integrante do 
Sistema da ONU responsável por garantir e assegurar aos 
refugiados a observância dos seus direitos e por monitorar e 
acompanhar os movimentos de refugiados no globo. 
 
 No Brasil, o direito dos refugiados foi regulamentado pela 
Lei nº 9.474/1997, que também criou o Comitê Nacional para os 
Refugiados (CONARE), órgão colegiado vinculado ao Ministério 
da Justiça. 
 
 De acordo com o art. 1º dessa lei, será reconhecido como 
refugiado todo indivíduo que: 
 Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: 
 I - devido a fundados temores de perseguição por motivos 
de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões 
políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não 
possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; 
 II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde 
antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira 
regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso 
anterior; 
 
 
 III - devido a grave e generalizada violação de direitos 
humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para 
buscar refúgio em outro país. 
Art. 2º Os efeitos da condição dos refugiados serão extensivos 
ao cônjuge, aos ascendentes e descendentes, assim como aos 
demais membros do grupo familiar que do refugiado 
dependerem economicamente, desde que se encontrem em 
território nacional. 
 O direito dos refugiados visa defender o ser humano em 
uma de suas condições mais fragilizadas: quando encontra-se 
desvinculado de sua terra natal e em ameaça de violência (seja 
física, psicológica ou econômica) caso a ela retorne. 
HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS 
 1) A ANTIGUIDADE ORIENTAL (período entre os séculos VIII e II a.C): é o 
primeiro passo rumo á afirmação dos direitos humanos, com a emergência de 
vários filósofos de influência até os dias de hoje (Zaratustra, Buda, Confúcio, 
Dêutero-Isaías), cujo ponto em comum foi a adoção de códigos de 
comportamento baseados no amor e respeito ao outro. 
- Antigo Egito: reconhecimento de direitos de indivíduos na codificação de 
Menes (3100-2850 a.C); 
- Suméria antiga: Código de Hammurabi, na Babilônia (1792-1750 a.C) – 1º 
código de normas de condutas, preceituando esboços de direitos dos 
indivíduos, consolidando os costumes e estendendo a lei a todos os súditos do 
império. 
1. CÓDIGO DE HAMURABI (+/-1700 AC, MESOPOTÂMIA) 
 
 Durante o período de hegemonia do império babilônico 
sobre a Mesopotâmia (1800-1500 a.C.) o rei Hamurabi foi 
responsável por uma das mais importantes contribuições 
culturais daquele povo: a compilação de um código de leis 
escrito quando ainda prevalecia a tradição oral, ou seja, em 
que as leis eram transmitidas oralmente de geração em 
geração ou de forma consuetudinária. 
 Nos seus princípios, que regulam as relações de trabalho, 
família, propriedade e escravatura já se denotam preocupações 
sobre os direitos humanos – estabelece por ex. o direito à 
remuneração através da regulação de determinadas profissões, a 
atribuição de apoios/indenizações quando as pessoas eram 
consideradas beneficiárias e algum membro da família falecesse e a 
diferenciação de classes no pagamento de serviços, sendo que as 
classes mais favorecidas pagavam mais do que outras. 
 No entanto, é fortemente marcado pela Lei de Talião na 
aplicação das penas, que estabelece a equivalência da punição em 
relação ao crime – Olho por olho, dente por dente. 
 
- Suméria e Pérsia: Ciro II, no século VI a.C, aproximadamente em 
539 a.C, os exércitos de Ciro, O Grande, 1º rei da antiga Pérsia, 
conquistou a cidade da Babilônia. Mas foram as suas seguintes 
ações que marcavam um avanço muito importante para o homem. 
Ele libertou os escravos, declarou que todas as pessoas tinham o 
direito de escolher a sua própria religião, e estabeleceu a 
igualdade racial. Estes e outros decretos registrados num cilindro 
de argila na língua acádica. Este documento é conhecido 
atualmente como o Cilindro de Ciro. 
2. CILINDRO DE CIRO (539 AC, BABILÓNIA) 
 Em 539 a.C., os exércitos de Ciro, O Grande, o primeiro rei da antiga 
Pérsia, conquistaram a cidade da Babilônia. Mas foram as suas ações 
posteriores que marcaram um avanço muito importante para o Homem. 
Ciro libertou os escravos, declarou que todas as pessoas tinham o 
direito de escolher a sua própria religião, e estabeleceu a igualdade 
racial. Estes e outros decretos foram registados num cilindro de argila na 
língua acádica em escrita cuneiforme. 
 O Cilindro de Ciro como é hoje conhecido, foi descoberto em 1879 e 
a ONU traduziu o seu conteúdo em 1971 para todas as suas línguas 
oficiais. O Cilindro de Ciro é considerado a primeira declaração de 
direitos humanos, ao permitir que os povos exilados na Babilônia 
regressassem à suas terras de origem. 
 O Cilindro de Ciro (declaração de boa governança) foi agora 
reconhecido como a 1º carta de direitos humanos do mundo. 
Está traduzido nas 6 línguas oficiais da ONU e é análogo aos 
quatro primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos do 
Homem. 
- China: no século VI e V a.C., Confúcio lançou as bases para a 
sua filosofia com ênfase na defesa do amor aos indivíduos. 
- Budismo: introduziu um código de conduta pelo qual se prega 
o bem comum e uma sociedade pacífica, sem prejuízo a 
qualquer ser humano. 
- Islamismo: prescrição da fraternidade e solidariedade aos 
vulneráveis. 
 A visão Grega: Consolidação dos direitos políticos, com a 
participação política dos cidadãos (Atenas a pólis as deliberações em 
praça pública na praça denominada Ágora). 
 - Platão, em sua obra A República (400 a.C), defendeu a igualdade e 
a noção de bem comum; 
 - Aristóteles, na Ética a Nicômaco, salientou a importância do agir 
com justiça, para o bemde todos da pólis, mesmo em face de leis 
injustas. 
 - Antígona (peça de Sófocles) que luta para enterrar o seu irmão 
Polinice mesmo contra a ordem do tirano Creonte que havia realizado 
uma lei proibindo que aqueles que atentassem contra lei da cidade 
fossem enterrados. 
Travando assim uma reflexão sobre a superioridade normativa de 
determinadas normas, mesmo em face da vontade do poder (contra 
a tirania, contra a injustiça e contra o Estado opressor). 
 
 A REPÚBLICA ROMANA: tem grande contribuição na 
sedimentação do princípio da legalidade. A Lei das Doze Tábuas, ao 
estipular a lex scripta como regente de condutas, deu um passo na 
direção da vedação ao arbítrio. 
 Reconhecimento da igualdade entre todos os seres humanos, em 
especial pela aceitação do jus gentium, o direito aplicado a todos 
romanos ou não. 
 
 Marco Túlio Cícero retoma a defesa da razão reta (recta 
ratio), salientando, na República, que a verdadeira lei é a lei da 
razão, inviolável mesmo em face da vontade do poder (apesar 
das diferenças os homens podem permanecer unidos se 
adotarem o “viver reto”). 
 - INFLUÊNCIAS DO CRISTIANISMO (ANTIGO E NOVO 
TESTAMENTO): Os 5 livros de Moisés (Torah): apregoam 
solidariedade e preocupação com o bem-estar de todos (1800-
1500 a.C.). Antigo testamento: faz menção à necessidade de 
respeito a todos, em especial aos vulneráveis. Cristianismo 
contribuiu para a disciplina: há vários trechos da Bíblia (Novo 
Testamento) que pregam a igualdade e solidariedade com o 
semelhante. 
3. LEI DAS XII TÁBUAS (450 AC, ROMA) 
 A Lei das XII Tábuas foi um importante documento não apenas da 
História de Roma, mas para toda a posteridade. Foi o primeiro documento 
legal escrito do direito romano, pedra angular onde se basearam muitos 
instrumentos jurídicos do Ocidente. 
A sua importante contribuição para os direitos humanos prende-se com 
dois fatores: 
- o estabelecimento do princípio da igualdade perante a lei, ao descrever 
como deverá ser o procedimento judicial; 
- e o princípio da informação: as tábuas de madeira eram afixadas no 
Fórum romano, de maneira a que todos pudessem lê-las e conhecê-las, 
contrariando as práticas segundo as quais as leis eram guardadas em 
segredo e os plebeus eram frequentemente surpreendidos com a sua 
execução. 
A IDADE MÉDIA E A IDADE MODERNA 
 
 Na idade média o poder dos governantes era ilimitado, pois era 
fundado na vontade divina (Clero e a nobreza). 
 Surgimento dos primeiros movimentos de reivindicação de 
liberdades a determinados estamentos, como a Declaração das 
Cortes de Leão adotada na Península Ibérica em 1188 (Reino de 
Espanha) e a Magna Carta inglesa de 1215. 
 A Carta Magna (1215) foi possivelmente a influência inicial 
mais significativa no amplo processo histórico que conduziu o 
constitucionalismo ocidental hoje conhecido. 
 Em 1215 depois de que o Rei João Sem-terra da Inglaterra 
violou um número de leis antigas e costumes pelos quais a 
Inglaterra tinha sido governada, seus súditos, principalmente os 
barões revoltados com as arbitrariedades do seu soberano, 
forçaram o rei a assinar a Magna carta que enumera o que mais 
tarde veio a ser considerados como direitos humanos. Entre eles 
estava o direito da igreja de ser livre da interferência 
governamental, os direitos de todos os cidadãos livres de 
possuir e herdar a propriedade e ser protegidos de impostos 
excessivos. Os princípios do devido processo legal e igualdade 
da lei, bem como determinações que proibiam o suborno e a 
má conduta oficial. 
4. MAGNA CARTA (1215, INGLATERRA) 
 
 A Magna Carta é um documento de 1215 que limitou o 
poder dos monarcas de Inglaterra. Com este documento os 
monarcas tiveram que renunciar a certos direitos, respeitar 
determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que 
a vontade do rei estaria sujeita à lei. Impediu assim o exercício 
do poder absoluto pelos monarcas e é amplamente visto como 
um dos documentos legais mais importantes no 
desenvolvimento da democracia moderna. 
 A Magna Carta consagra, entre outros, o direito de todos os 
cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade e serem 
protegidos de impostos excessivos; o direito das viúvas que 
possuíam propriedade a decidir não voltar a casar; o 
estabelecimento dos princípios processuais e a igualdade perante 
a lei e o direito da igreja de estar livre da interferência do governo. 
Contém ainda provisões que proíbem o suborno e a má conduta 
oficial. 
 Considera-se que a Magna Carta é o primeiro capítulo de um 
longo processo histórico que levaria ao surgimento do 
constitucionalismo. 
 - Renascimento e reforma protestante: crise da Idade Média deu 
lugar ao surgimento dos Estados Nacionais absolutistas e a soc. 
estamental (dividida por estamentos, o que impedia a ascensão social) 
medieval foi substituída pela forte centralização do poder na figura do 
rei. Com a erosão da importância dos estamentos (igreja e senhores 
feudais), surge a ideia da igualdade de todos submetidos ao poder 
absoluto do rei, o que não exclui a opressão e a violência, como o 
extermínio perpetrado contra indígenas na América. 
 O Século XVII: o Estado Absolutista foi questionado, em especial na 
Inglaterra. A busca pela limitação do poder é consagrada na Petition Of 
Rights de 1628. 
 A Petição de Direitos afirmou 4 princípios: Nenhum tributo pode ser 
imposto sem o consentimento do Parlamento; Nenhum súdito pode ser 
encarcerado sem motivo demonstrado (a reafirmação do direito de 
habeas corpus); Nenhum soldado poder aquartelado nas casas dos 
cidadãos; A Lei Marcial não pode ser usada em tem de paz. 
 A edição do habeas Corpus Act (1679) formaliza o mandado de 
proteção judicial aos que haviam sido injustamente presos, existente tão 
somente no direito consuetudinário inglês (common law). 
 Em 1689 (após a Revolução Gloriosa): edição da “Declaração Inglesa 
de Direitos”, a “Bill of Rights” (1689), pelo qual o poder autocrático dos 
reis ingleses é reduzido de forma definitiva. 
5. PETIÇÃO DE DIREITO (1628, INGLATERRA) 
 A petição de Direito é um documento produzido pelo 
Parlamento Inglês em resposta à situação que o país atravessava: o 
Rei Carlos I, perante a rejeição do Parlamento em financiar a sua 
política exterior, exigia empréstimos forçados, aquartelava as tropas 
nas casas dos súbditos como medida econômica e impressionava os 
seus opositores políticos. Estas políticas produziram no Parlamento 
uma hostilidade ao Rei e ao Duque de Buckingham, levando a 
redação da Petição de Direito que se baseia em estatutos e cartas 
anteriores e que afirma quatro princípios: 
(1) Nenhum tributo pode ser imposto sem o consentimento do 
Parlamento, 
(2) Nenhum súbdito pode ser encarcerado sem motivo 
demonstrado (a reafirmação do direito de habeas corpus) 
(3) Nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos 
(4) A Lei Marcial não pode ser usada em tempo de paz 
 
 Em 1701: aprovação do Act of Settlement, que enfim fixou a linha 
de sucessão da coroa inglesa, reafirmou o poder do Parlamento e da 
vontade da lei, resguardando-se os direitos dos súditos contra a volta 
da tirania dos monarcas. 
 
 
6. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS EUA (1776) 
 A Declaração da Independência dos Estados Unidos da América foi o 
documento no qual, as treze Colônias na América do Norte declararam a 
sua independência da Grã-Bretanha e onde justificam este ato. Esta 
declaração foi aprovada pelo Congresso dos EUA no dia 4 de julho de 1776, 
dia que ainda hoje se celebra como o Dia da Independência dos EUA. 
 Filosoficamente, a Declaração acentuou dois temas: os direitos 
individuais e o direito de revolução. Estas ideias tornaram–se largamente 
apoiadas pelos americanos e também se difundiram internacionalmente, 
influenciando em particulara Revolução Francesa. 
 A Declaração de Independência inspirou ainda documentos de 
direitos humanos em todo o mundo. 
7. A CONSTITUIÇÃO DOS EUA (1787) E A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS 
(1791) 
 Escrita durante o verão de 1787 em Filadélfia, a Constituição dos 
Estados Unidos da América é a lei fundamental do sistema federal do 
governo dos Estados Unidos e um documento de referência do mundo 
Ocidental. Esta é a mais antiga constituição nacional escrita que está em 
uso e que define os órgãos principais de governo e suas jurisdições e os 
direitos básicos dos cidadãos. 
 As dez primeiras emendas da Constituição, que constituem a 
Declaração dos Direitos (Bill of Rights), entraram em vigor no dia 15 de 
dezembro de 1791, limitando os poderes do governo federal dos Estados 
Unidos e protegendo os direitos de todos os cidadãos, residentes e 
visitantes no território americano. 
 A Declaração dos Direitos protege a liberdade de expressão, a 
liberdade de religião, o direito de guardar e usar armas, a 
liberdade de reunião e a liberdade de petição. Proíbe a busca e 
detenção sem razão, o castigo cruel e insólito e auto – incriminação 
forçada. 
 Entre as proteções legais que proporciona, a Declaração dos 
Direitos proíbe que o Congresso faça qualquer lei que regule a 
escolha da religião e proíbe o governo federal de privar qualquer 
pessoa da vida, da liberdade ou da propriedade sem os devidos 
processos legais. 
8. A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (1789, 
FRANÇA) 
 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é o documento 
culminante da Revolução Francesa, que define os direitos individuais e 
coletivos dos homens (tomada a palavra na acepção de "seres humanos") 
como universais. Influenciada pela doutrina dos "direitos naturais", os 
direitos dos homens são tidos como universais: válidos e exigíveis a 
qualquer tempo e em qualquer lugar, pois pertencem à própria natureza 
humana. 
 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi adotada pela 
Assembleia Constituinte Nacional apenas seis semanas depois da tomada 
da Bastilha, que pôs fim à monarquia absoluta e abriu caminho ao 
estabelecimento da primeira República Francesa. 
 A Declaração proclama que todos os cidadãos devem ter 
garantidos os direitos de “liberdade, propriedade, segurança, e 
resistência à opressão”. Argumenta que os direitos só podem ser 
limitados quando estiver em causa o usufruto dos mesmos 
direitos por outras pessoas: “… o exercício dos direitos naturais de 
cada homem tem só aquelas fronteiras que asseguram a outros 
membros da sociedade o desfrutar destes mesmos direitos”. 
 Portanto, a Declaração vê a lei como “uma expressão da 
vontade geral”, que tem a intenção de promover esta igualdade de 
direitos e proibir “ações prejudiciais para a sociedade”. 
OS DIREITOS HUMANOS ANTES DA ONU 
 A Liga das Nações foi uma organização internacional criada em 
abril de 1919, quando a Conferência de Paz de Paris adotou seu 
pacto fundador, posteriormente inscrito em todos os tratados de 
paz. 
 Ainda durante a Primeira Guerra Mundial, a ideia de criar um 
organismo destinado à preservação da paz e à resolução dos 
conflitos internacionais por meio da mediação e do arbitramento já 
havia sido defendida por alguns estadistas, especialmente o 
presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. Contudo, a recusa 
do Congresso norte-americano em ratificar o Tratado de Versalhes 
acabou impedindo que os Estados Unidos se tornassem membro do 
novo organismo. 
 Com fim da 1º guerra mundial (1914-1918), os países vencedores 
se reuniram em Versalhes, no subúrbio de Paris na França, em janeiro 
de 1919 para firmar um tratado de paz, o Tratado de Versalhes. Um dos 
pontos do tratado era a criação de um organismo internacional que 
tivesse como finalidade assegurar a paz num mundo traumatizado pelas 
dimensões do conflito que se encerrara. 
 Em 15/11/1920, teve lugar em Genebra/Suíça, a 1º Assembleia 
Geral da Liga das Nações. Os objetivos da organização eram impedir as 
guerras e assegurar a paz, a partir de ações diplomáticas, de diálogos e 
negociações para a solução dos litígios. Porém, infelizmente não se 
conseguiu impedir a 2º guerra. 
 A Liga das nações segundo a profa. dra. Flávia Piovesan: tinha como 
finalidade promover a cooperação, paz e segurança internacional, 
condenando agressões externas contra a integridade territorial e a 
independência política dos seus membros. 
 O Brasil aderiu desde o início à Liga das Nações, porém por ato 
isolado do presidente da República Artur Bernardes que após seis anos se 
desligou (denunciou) do tratado sem a anuência do Congresso Nacional. 
 Já os Estados Unidos não ratificaram o tratado. As eleições para 
o congresso americano (Senado) em 1918 deram a vitória ao Partido 
Republicano que era oposição ao Presidente Woodrow Wilson, portanto o 
Partido Republicano que assumiu o controle do Senado 
por duas vezes bloqueou a ratificação do tratado de Versalhes, 
favorecendo o isolamento do país opondo-se à Sociedade das 
Nações. Assim, os Estados Unidos nunca aderiram à Sociedade das 
Nações e negociaram em separado uma paz com a Alemanha: 
o Tratado de Berlim de 1921, que confirmou a pagamento de 
indenizações e de outras disposições do Tratado de Versalhes, mas 
excluiu explicitamente todos os assuntos relacionados com a 
Sociedade das Nações. 
 Sem a participação americana e não possuindo forças armadas 
próprias, o poder de coerção da Liga das Nações baseava-se apenas em 
sanções econômicas e militares. Sua atuação foi bem-sucedida no 
arbitramento de disputas nos Bálcãs e na América Latina, na assistência 
econômica e na proteção a refugiados, na supervisão do sistema de 
mandatos coloniais e na administração de territórios livres como a 
cidade de Dantzig. Mas, ela se revelou impotente para bloquear a 
invasão japonesa da Manchúria (1931), a agressão italiana à Etiópia 
(1935) e o ataque russo à Finlândia (1939). Em abril de 1946, o 
organismo se autodissolveu, transferindo as responsabilidades que 
ainda mantinha para a recém-criada Organização das Nações Unidas, a 
ONU. 
A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO 
 A OIT foi criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes, que 
pôs fim à Primeira Guerra Mundial. 
 A sua constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de 
Versalhes (1919). 
 Fundou-se sobre a convicção primordial de que a paz universal e 
permanente somente pode estar baseada na justiça social. É a única das 
agências do Sistema das Nações Unidas com uma estrutura tripartite, 
composta de representantes de governos e de organizações de 
empregadores e de trabalhadores. A OIT é responsável pela formulação 
e aplicação das normas internacionais do trabalho (convenções e 
recomendações). 
 As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um 
país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico. O Brasil está 
entre os membros fundadores da OIT e participa da Conferência 
Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião. 
Na primeira Conferência Internacional do Trabalho, realizada em 1919, a 
OIT adotou seis convenções. 
 Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão e da 2º Guerra 
Mundial, a OIT adotou a Declaração da Filadélfia como anexo da sua 
Constituição. A Declaração antecipou e serviu de modelo para a Carta 
das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(DUDH). 
 Em junho de 1998 (86º sessão) foi adotada a Declaração da OIT 
sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu 
Seguimento. O documento é uma reafirmação universal da obrigação de 
respeitar, promover e tornar realidade os princípios refletidos nas 
Convenções fundamentais da OIT, ainda que não tenham sido ratificadas 
pelos Estados-membros. 
 Atualmente a OIT estabeleceu um patamar mínimo de proteçãodos 
trabalhadores e conseguiu identificar os sujeitos de proteção, tais como 
crianças, gestantes e idosos. 
 A OIT tem sede em Genebra/Suíça. 
Direito Humanitário: As Convenções de Genebra (1949) e seus 
Protocolos Adicionais são a essência do Direito Internacional 
Humanitário (DIH), o conjunto de leis que rege a conduta dos 
conflitos armados e busca limitar seus efeitos. Eles protegem 
especificamente as pessoas que não participam dos conflitos (civis, 
profissionais de saúde e de socorro) e os que não mais participam 
das hostilidades (soldados feridos, doentes, náufragos e prisioneiros 
de guerra). 
Os Sistemas de Direitos Humanos 
 SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS 
 
Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e das 
Liberdades Fundamentais (CEDH) de 1950 (CONSELHO DA 
EUROPA – 1949) 
Convenção Americana Sobre os Direitos Humanos (CADH) de 
1969 ou Pacto de San José da Costa Rica – OEA (Organização dos 
Estados Americanos – 1948) 
Carta Africana sobre Direitos Humanos e Direitos dos Povos 
(Carta de Banjul de 1981) – Organização da Unidade Africana 
(OUA – 1963 – Hoje subst. Pela União Africana – 2002) 
Declaração Universal Islâmica de Direitos Humanos (1981) e a 
Carta Árabe de Direitos Humanos (1994). Não se configura 
propriamente um sistema nos moldes dos demais. 
Sistema dos Direitos Humanos 
 Sistema Universal: composto pela Carta da ONU (1945), 
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e Pactos 
Internacionais (1966) docs tb chamados de Carta Internacional de 
Direitos Humanos (International Bill of Rights). 
 Sistemas Regionais: temos 3 – Europeu, Americano e Africano. 
Para cada sistema regional temos um documento de referência. 
 Europeu – Convenção Europeia de DH (1950); Americano – 
Convenção Americana sobre DH (1969) conhecida como pacto de 
São José da Costa Rica; Africano – Carta Africana de DH e carta dos 
povos (1981). 
 
 O nosso sistema regional é o americano filiado a OEA. A 
convenção Americana Sobre os DH, conhecida como Pacto de São 
José da Costa Rica, é o documento mais importante de DH no 
âmbito do sistema regional. 
 
 
FIM! 
BOM ESTUDO!

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