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Poder Judiciário: disposições gerais, órgãos e competências

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Direito Constitucional p/AFT 
Profa. Nádia Carolina – Aula 07 
 
 
 
Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 42 
 
 
AULA 07: Poder Judiciário: disposições gerais, 
órgãos, organização e competências. Conselho 
Nacional de Justiça. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Teoria e questões comentadas 1-36 
2- Lista de Questões 37-39 
3- Gabarito 40 
Disposições Gerais 
 Como você sabe, o Poder Judiciário é um dos três Poderes que compõem 
a República Federativa do Brasil (art. 2º, CF). Cabe a ele defender a 
Constituição, garantindo a integridade do ordenamento jurídico, bem como dar 
solução aos conflitos, assegurando a efetiva aplicação do direito. 
 Cabe ao Judiciário exercer a função jurisdicional, de “dizer o direito” 
(jus dicere), aplicando a lei aos casos concretos. Por isso, em qualquer sistema 
de governo – presidencialista ou parlamentarista – o Poder Judiciário é 
plenamente independente, a fim de evitar que ingerências políticas 
prejudiquem o exercício de sua função. 
 O Poder Judiciário tem o monopólio da jurisdição. Isso porque a 
Constituição determina, no art. 5º, XXXV, que “a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Com isso, garante-se a tutela 
dos direitos fundamentais e a aplicação da Justiça. 
 Com o propósito de proporcionar ao Estado brasileiro um Judiciário 
imparcial e independente, a Constituição Federal conferiu diversas 
garantias ao Judiciário, afastando-o da influência dos outros Poderes e dos 
particulares. Isso porque, nas palavras de Gilmar Mendes 1 “ao Poder Judiciário 
incumbe exercer o último controle da atividade estatal, manifeste-se ela por 
ato da Administração ou do próprio Poder Legislativo (controle de 
constitucionalidade).” 
 São exemplos dessas garantias a disposição constitucional de que 
constituem crime de responsabilidade do Presidente da República os atos que 
atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II, CF) e a 
vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos 
magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, § 1º, I, CF). Outra importante 
garantia é a previsão constitucional de que ao Judiciário é assegurada 
autonomia administrativa e financeira (art. 99, CF). 
 
1
 Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva, 6ª Edição, 2011. 
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 A autonomia financeira se traduz na elaboração, pelos tribunais, de suas 
respectivas propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados pela Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. Além disso, essa autonomia é fortalecida pela 
disposição constitucional de que os recursos provenientes das custas e 
emolumentos sejam destinados exclusivamente ao custeio dos serviços 
afetos às atividades específicas da Justiça (art. 98, § 2º, CF). 
 Nesse sentido, reza a CF/88 que: 
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia 
administrativa e financeira. 
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias 
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais 
Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. 
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros 
tribunais interessados, compete: 
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal 
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos 
respectivos tribunais; 
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e 
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a 
aprovação dos respectivos tribunais. 
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as 
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo 
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder 
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária 
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na 
forma do § 1º deste artigo. 
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo 
forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados 
na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes 
necessários para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual. 
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não 
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de 
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, 
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. 
 Note que a CF/88 fixa uma exceção para a realização de despesas ou a 
assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de 
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diretrizes orçamentárias (LDO): despesas previamente autorizadas pela 
abertura de créditos suplementares ou especiais. 
 A autonomia administrativa do Judiciário, por sua vez, se reflete na 
previsão constitucional de que aos tribunais do Poder Judiciário compete: 
Compete aos 
tribunais 
(autonomia 
administrativa) 
 Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus 
regimentos internos, com observância das normas de 
processo e das garantias das partes, dispondo sobre a 
competência e funcionamento dos respectivos órgãos 
jurisdicionais e administrativos; 
 Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os 
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo 
exercício da respectiva atividade correicional; 
 Prover, segundo a forma prevista na Constituição, os 
cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
 Propor a criação de novas varas judiciárias; 
 Prover, por concurso público, os cargos necessários à 
administração da Justiça, exceto os de confiança, assim 
definidos em lei; 
 Conceder licença, férias e outros afastamentos a 
seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem 
diretamente vinculados. 
 O STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça podem, ainda, 
propor ao Legislativo, observados os limites estabelecidos na Lei de 
Responsabilidade Fiscal: 
 A alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
 A criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços 
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados; 
 A fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos 
tribunais inferiores, onde houver; 
 A criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
 A alteração da organização e da divisão judiciárias. 
 Questões de concurso: 
1. (Cespe/2012/TJ-AL) O Supremo Tribunal Federal, os tribunais 
superiores e os tribunais de justiça podem, mediante ato 
administrativo devidamente motivado, criar e extinguir cargos e 
estabelecer a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos 
que lhes forem vinculados, bem como fixar o subsídio dos juízes. 
Comentários: 
O Supremo Tribunal Federal, os tribunais superiores e os tribunais de justiça 
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detêm a iniciativa de lei para a criação e a extinção de cargos e a 
remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem 
vinculados. Questão incorreta. 
2. (Cespe/2012/TJ-AL) A CF confere aos tribunais de justiça a 
competência para alterar sua própria organização e divisão 
judiciárias. 
Comentários: 
Compete aos tribunais de justiça propor ao Poder Legislativo estadual a 
alteraçãode sua própria organização e divisão judiciárias (art. 96, II, “d”, CF). 
Essa alteração não é de competência desses órgãos. Questão incorreta. 
3. (Cespe/2013/TRE-MS) O Poder Judiciário brasileiro tem 
autonomia administrativa, mas não autonomia financeira. 
Comentários: 
A Constituição Federal assegura ao Poder Judiciário tanto a autonomia 
administrativa quanto a financeira (art. 99, “caput”). Questão incorreta. 
As Garantias do Poder Judiciário 
 A Constituição Federal prevê que lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, com 
observância de vários princípios, que enumeraremos a seguir. 
 O primeiro deles diz respeito ao ingresso na carreira. Determina a 
Constituição que o cargo inicial será o de juiz substituto e que o ingresso se 
dará mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da 
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas 
nomeações, à ordem de classificação. 
 Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), considera-se atividade 
jurídica (art. 59, Resolução n. 75/2009-CNJ): 
 Aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; 
 O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a 
participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado (Lei 
8.906/94) em causas ou questões distintas; 
 O exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério 
superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico; 
 O exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados 
especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, 
no mínimo de 16 horas mensais e durante 1 ano; 
 O exercício de atividade de mediação ou de arbitragem na composição de 
litígios. 
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 Digna de nota é a vedação, nessa Resolução, da contagem do estágio 
acadêmico ou de qualquer outra atividade anterior à colação de grau de 
bacharel em Direito para efeito de comprovação de atividade jurídica. 
 Essa posição é corroborada pelo STF. Entende a Corte que os três anos 
de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito e que 
a expressão “atividade jurídica” corresponde ao desempenho de atividades 
privativas de bacharel em Direito, devendo a comprovação desses requisitos 
ocorrer na data da inscrição no concurso (ADI 3.460/DF, 31.08.2006, DJ de 
15.06.2007). 
 Destaca-se, ainda, a decisão do STF de que é constitucional o requisito 
de dois anos de bacharelado em Direito para que os candidatos possam se 
inscrever no concurso público para o cargo de Procurador da República (ADI 
1.040/ Notícias STF, 11.11.2004). 
 Outro importante princípio a ser observado no Estatuto da Magistratura é 
o da promoção na carreira, de entrância para entrância, alternadamente, por 
antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes regras: 
 Promoção obrigatória do juiz que figurar por três vezes consecutivas 
ou cinco alternadas em lista de merecimento; 
 Promoção por merecimento com requisitos de dois anos de exercício na 
respectiva entrância e integrar, o juiz, o primeiro quinto da lista de 
antiguidade desta, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o 
lugar vago; 
 Merecimento avaliado por desempenho e critérios objetivos de 
produtividade e presteza no exercício da jurisdição, bem como pela frequência 
e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; 
 Recusa do juiz mais antigo, na apuração da antiguidade, somente pelo 
voto fundamentado de dois terços dos membros do respectivo tribunal, 
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até se fixar a indicação; 
 Não promoção de juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu 
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o 
respectivo despacho ou decisão. 
 Questão de prova: 
4. (Cespe/2012/TJ-AL) A promoção do magistrado se faz 
alternadamente, por antiguidade e merecimento, sendo obrigatória a 
promoção do juiz que figure por duas vezes consecutivas, ou três 
alternadas, em lista de merecimento. 
Comentários: 
É obrigatória a promoção do juiz que figurar por três vezes consecutivas ou 
cinco alternadas em lista de merecimento. Questão incorreta. 
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 O Estatuto também deverá prever acesso aos tribunais de segundo grau 
alternadamente por antiguidade e merecimento, apurados na última ou única 
instância. É o caso do acesso dos desembargadores aos Tribunais Regionais 
Federais, do Trabalho e Eleitorais, por exemplo. 
 Também deverá o Estatuto determinar a previsão de cursos oficiais de 
preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, sendo etapa 
obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em cursos oficiais ou 
reconhecidos por escola de formação e aperfeiçoamento de magistrados. 
 Outro princípio a ser previsto no Estatuto é a residência do juiz na 
respectiva comarca, salvo autorização do tribunal. Além disso, o ato de 
remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, 
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou 
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. 
 O Estatuto da Magistratura também deverá garantir a publicidade e a 
motivação das decisões. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a 
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público 
à informação. As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em 
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta 
de seus membros. 
 Outra importante previsão é a que se refere ao órgão especial. Nos 
tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser 
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco 
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais 
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas 
por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. 
 Questão de prova: 
5. (Cespe/2012/TJ-PI) Nos tribunais com número superior a vinte 
e cinco julgadores, deverá ser constituído órgão especial, com o 
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o 
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais da 
competência do tribunal pleno. 
Comentários: 
Reza a Constituição que nos tribunais com número superior a vinte e cinco 
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o 
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições 
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, 
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição 
pelo tribunal pleno (art. 93, XI, CF). A criação desse órgão especial é uma 
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faculdade do tribunal, não uma imposição constitucional. Questão incorreta. 
 Também deverá ser assegurada a atividade jurisdicional ininterrupta,sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, 
funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes 
em plantão permanente. Trata-se do princípio da ininterruptabilidade da 
jurisdição, que não permite exceção nem mesmo por Resolução do CNJ (ADI 
3.823-MC, DJ de 23.11.2007, pendente de julgamento). Observe que essa 
regra não se aplica aos Tribunais Superiores. 
 Além disso, visando a garantir a eficiência do Judiciário, o número de 
juízes na unidade jurisdicional deverá ser proporcional à efetiva demanda 
judicial e à respectiva população. Também os servidores receberão delegação 
para a prática de atos de administração E atos de mero expediente sem 
caráter decisório. Além disso, a distribuição de processos será imediata, em 
todos os graus de jurisdição. 
 Outra importante exigência da Carta Magna diz respeito ao quinto 
constitucional. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos 
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios, bem como do 
Tribunal Superior do Trabalho, será composto de membros, do Ministério 
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber 
jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das 
respectivas classes. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, 
enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá 
um de seus integrantes para nomeação. 
 Essa regra, apesar de o art. 94 só fazer referência explícita aos Tribunais 
Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados, Distrito Federal e 
Territórios, aplica-se também aos tribunais do trabalho, inclusive ao TST. 
 Na escolha desses membros, os órgãos de representação dos advogados 
e Ministério Público elaboram lista sêxtupla (com seis indicações) com 
candidatos que preencham os requisitos constitucionais, sendo três deles 
escolhidos pelo tribunal, que forma lista tríplice e a encaminha ao Chefe do 
Executivo. Este escolherá um dos três candidatos para nomeação. 
 É importante destacar que entende o STF que, não havendo membros do 
Ministério Público que preencham os requisitos constitucionais, pode haver 
preenchimento da lista sêxtupla (elaborada pelo órgão de representação do 
Ministério Público) com candidatos com menos de dez anos de carreira (ADI 
1.289, Inf. 304/STF) Também entende o STF que o Tribunal pode recusar a 
lista sêxtupla, desde que fundada a recusa em razões objetivas. Não cabe, 
entretanto, ao Tribunal, substituir a lista sêxtupla encaminhada pela entidade 
de classe por outra que o próprio órgão componha. A lista deverá ser devolvida 
à organização para que esta a refaça, total ou parcialmente (MS 25.624, DJ de 
19.12.2006). 
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 Por fim, determina a Constituição que o subsídio dos Ministros dos 
Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio 
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios 
dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e 
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, 
não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou 
inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio 
mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o 
disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º. Note que existem dois tetos: um para os 
Ministros dos Tribunais Superiores (95% do subsídio dos Ministros do STF) e 
outro para os demais magistrados (95% do subsídio dos Ministros dos 
Tribunais Superiores). 
As Garantias dos Magistrados 
 De acordo com José Afonso da Silva, as garantias do Judiciário podem 
ser de dois tipos: institucionais (que protegem o Judiciário como instituição) 
e funcionais ou de órgãos, que abrange a vitaliciedade, a inamovibilidade, a 
irredutibilidade dos subsídios e a imparcialidade dos membros do Judiciário (na 
forma de vedações). Como eu adoro esquematizar a matéria, vou sintetizar as 
três principais garantias funcionais em um gráfico: 
 
 A vitaliciedade confere a garantia, ao magistrado, de que ele só 
perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado, com todas as 
garantias inerentes ao processo. Essa regra, entretanto, comporta uma 
VITALICIEDADE 
•AQUISIÇÃO: APÓS DOIS ANOS DE EXERCÍCIO PARA OS 
MAGISTRADOS DO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO E A 
PARTIR DA POSSE PARA OS DEMAIS. 
IRREDUTIBILIDADE 
DE SUBSÍDIOS 
•EVITA QUE O MAGISTRADO SOFRA PRESSÕES POR MEIO DA 
REDUÇÃO DE SEU SUBSÍDIO, GARANTINDO-SE, COM ISSO, 
A INDEPENDÊNCIA NECESSÁRIA AO EXERCÍCIO 
JURISDICIONAL. 
INAMOVIBILIDADE 
•GARANTIA DE QUE O MAGISTRADO PERMANECERÁ EM SUA 
SEDE DE ATIVIDADE. CASOS EM QUE É POSSÍVEL A 
REMOÇÃO: 
-> COM SUA CONCORDÂNCIA; 
-> POR INTERESSE PÚBLICO (DECISÃO DA MAIORIA 
ABSOLUTA DO RESPECTIVO TRIBUNAL OU DO CNJ, 
ASSEGURADA AMPLA DEFESA) 
•EXCEÇÃO: OS JUÍZES MILITARES, MESMO TENDO ESSA 
GARANTIA, DEVERÃO ACOMPANHAR AS FORÇAS EM 
OPERAÇÃO JUNTO ÀS QUAIS TENHAM DE SERVIR. 
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exceção, que é a perda de cargo por determinação do Senado Federal, no caso 
de crime de responsabilidade cometido pelos Ministros do STF ou pelos 
membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 
 Essa garantia é adquirida após dois anos de efetivo exercício do cargo, 
no caso de juiz que ingressou na carreira por meio de concurso público de 
provas e títulos e imediatamente para os membros dos Tribunais. Assim, o 
empossado pela regra do quinto constitucional adquire vitaliciedade no 
momento da posse, estando dispensado de estágio probatório. 
 Questão de prova: 
6. (Cespe/2013/TRE-MS) Os juízes de direito, órgãos jurisdicionais 
de primeiro grau das justiças estaduais ordinárias, são togados, mas 
não são vitalícios, visto que devem aposentar-se, compulsoriamente, 
aos setenta anos de idade. 
Comentários: 
A vitaliciedade é garantida aos juízes pela Constituição Federal. Questão 
incorreta. 
 A garantia da inamovibilidade assegura ao juiz que este não será 
removido, de uma localidade para outra (ou mesmo de uma comarca ou sede 
para outra), sem o seu consentimento. Assegura, também, que ele não será 
afastado da apreciação de um caso ou de um processo por mecanismos 
institucionais. A remoção, em regra, só poderá se dar com a concordância do 
magistrado. 
 Há, contudo, uma exceção, prevista constitucionalmente: a remoção (ou 
mesmo disponibilidade ou aposentadoria) do magistrado por interesse público. 
Nesse caso, deverá haver decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal 
ou do CNJ, assegurada ampla defesa. 
 Por fim, a irredutibilidade de vencimentos afasta a possibilidade de que 
lei reduza os subsídios pagos aos juízes. Visa-se, com isso, proteger o 
Judiciário contra pressões do Legislativo. 
 A irredutibilidade dos subsídios é nominal, não real. Protege o subsídio 
contra sua redução por ato legal, não contra a perda de valor em decorrência 
da inflação. 
 Questão de prova: 
7. (Cespe/2012/TRE-RJ) O magistrado fará jus à irredutibilidade 
de vencimentos, garantia prevista na CF, somente após o 
cumprimento do estágio probatório. 
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A irredutibilidade de vencimentos é garantida ao magistrado mesmo durante 
o estágio probatório. Questão incorreta. 
Vedações aos Magistrados 
 Além das garantias da magistratura, a Constituição estabelece algumas 
vedações aos juízes, com o objetivo de preservar a função judicante, 
garantindo aos magistrados a imparcialidade necessária à correta aplicação da 
Justiça. São elas: 
 
 A primeira vedação visa a proteger o sistema remuneratório do juiz, ao 
impedir-lhe o exercício de qualquer atividade remunerada, exceto a de 
magistério. Segundo o STF, a atividade de magistério pode ser realizada pelo 
magistrado inclusive no horário do expediente do juízo ou tribunal, uma vez 
que ele poderá compensar suas atividades jurisdicionais de outras maneiras, 
sem comprometimento das mesmas. 
 Por sua vez, a vedação à dedicação à atividade político-partidária tem 
como objetivo garantir a imparcialidade do juiz. Caso decida se dedicar a essa 
atividade, deverá o juiz se afastar definitivamente da magistratura, mediante 
aposentadoria ou exoneração, sob pena de perda do cargo (LC no 35/79, art. 
26, II, “c”). Segundo o TSE, o magistrado não pode sequer se filiar a partido 
político2. 
 A vedação ao exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se 
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração consiste na chamada “quarentena”. Visa a evitar 
 
2 Resolução nº 19.978 , de 1997. 
Vedações aos magistrados 
-> Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, 
salvo a de magistério; 
-> Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em 
processo; 
-> Dedicar-se à atividade político-partidária; 
-> Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições 
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as 
exceções previstas em lei; 
-> Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes 
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria 
ou exoneração 
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situações de suspeição quanto ao bom funcionamento do Judiciário, garantindo 
a este, mais uma vez, independência e imparcialidade. 
Estrutura 
 A Constituição Federal determina, em seu artigo 92, que são órgãos do 
Judiciário: 
 Supremo Tribunal Federal (STF) 
 Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
 Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
 Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais 
 Tribunais e Juízes do Trabalho 
 Tribunais e Juízes Eleitorais 
 Tribunais (TJMs) e Juízes Militares 
 Tribunais (TJs) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios 
 Esses órgãos se dispõem hierarquicamente da seguinte forma: 
 
STF 
STJ TST TSE STM 
TJs 
 
TJMs ou 
TJs 
 
TRFs TRTs TREs 
Conselhos de Justiça 
(Auditorias Militares 
da União) 
Juízes dos 
Estados, 
DF e 
Territórios 
Juízes de 
Direito e 
Conselhos 
de Justiça 
(Auditorias 
Militares 
dos 
Estados, 
DF e 
Territórios) 
Juízes 
Federais 
Juízes 
do 
Trabalho 
Juízes e 
Juntas 
Eleitorais 
 
 O STF é o órgão máximo do Poder Judiciário, sendo o guardião da 
Constituição Federal. Tanto essa Corte quanto os Tribunais Superiores (STJ, 
TST, TSE e STM) têm jurisdição em todo o território nacional e sede na Capital 
Federal. São, por isso, chamados órgãos de convergência. Destaca-se que o 
STF e o STJ são, segundo a doutrina, não só órgãos de convergência como 
CNJ 
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também órgãos de superposição, pois, embora não pertençam a nenhuma 
Justiça, suas decisões se sobrepõem às proferidas pelos órgãos inferiores das 
Justiças comum e especial. 
 O Conselho Nacional de Justiça não se insere na hierarquia do Judiciário, 
pois não tem competência jurisdicional. É órgão de controle administrativo e 
financeiro do Judiciário, cabendo-lhe zelar pelo cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes. 
 
O Conselho Nacional de Justiça 
O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela EC no 45 de 2004, com a 
finalidade de exercer o controle da atuação administrativa e financeira do 
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. 
 De acordo com o art. 103-B da Constituição, o CNJ compõe-se de 
quinze membros com mandato de dois anos, admitida uma recondução, 
sendo: 
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo 
respectivo tribunal; 
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado 
pelo respectivo tribunal; 
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo 
Supremo Tribunal Federal; 
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo 
Tribunal Superior do Trabalho; 
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do 
Trabalho; 
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo 
Procurador-Geral da República; 
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XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo 
Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo 
órgão competente de cada instituição estadual; 
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil; 
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal. 
O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, 
nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da 
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado 
Federal. Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas anteriormente, 
caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. 
O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-
Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, 
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto 
da Magistratura, as seguintes: 
 Receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, 
relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; 
 Exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição 
geral; 
 Requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e 
requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, 
Distrito Federal e Territórios. 
Vamos memorizar essa informação? 
Ministro do STJ no CNJ 
 Exercerá a função de Ministro-Corregedor 
 Ficará excluído da distribuição de processos 
 Exercerá as funções a ele conferidas pelo Estatuto da 
Magistratura, além das seguintes: 
 Receber as reclamações e denúncias, de qualquer 
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços 
judiciários; 
 Exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de 
correição geral; 
 Requisitar e designar magistrados, delegando-lhes 
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, 
inclusivenos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
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Destaca-se que junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República 
e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Para memorizar o número de membros do CNJ, lembre-se da frase “Coroa 
na Jovem”. Pense numa moça de 15 anos, sendo coroada em sua festa de 
debutantes! 
Questão de prova: 
8. (Cespe/2012/TRE-RJ) O presidente do Supremo Tribunal Federal 
exerce também a presidência do Conselho Nacional de Justiça. 
Comentários: 
De fato, o CNJ é presidido pelo Presidente do STF. Questão correta. 
9. (Cespe/2012/Anatel) Incluem-se entre os membros do Conselho 
Nacional de Justiça dois cidadãos, de notável saber jurídico e 
reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro 
pelo Senado Federal. 
Comentários: 
É o que determina o art. 103-B, XIII, da Constituição Federal. Questão 
correta. 
10. (Cespe/2012/TJ-RR) O Conselho Nacional de Justiça, órgão do 
Poder Judiciário, tem função jurisdicional em todo território nacional. 
Comentários: 
O CNJ não tem função jurisdicional. Questão incorreta. 
As competências do CNJ encontram-se dispostas na tabela abaixo: 
Competências do CNJ (rol exemplificativo) 
 Exercer o controle da atuação administrativa e financeira do 
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes; 
 Zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do 
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no 
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
 Zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou 
mediante provocação, a legalidade dos ATOS ADMINISTRATIVOS 
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo 
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo 
da competência do Tribunal de Contas da União; 
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 Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos 
do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, 
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro 
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem 
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, 
podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a 
remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou 
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa; 
 Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a 
administração pública ou de abuso de autoridade; 
 Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos 
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados HÁ MENOS DE 
UM ANO; 
 Elaborar SEMESTRALMENTE relatório estatístico sobre processos 
e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes 
órgãos do Poder Judiciário; 
 Elaborar RELATÓRIO ANUAL, propondo as providências que 
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as 
atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente 
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, 
por ocasião da abertura da sessão legislativa. 
 
O CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros. 
Segundo o Pretório Excelso, a função do CNJ é controlar apenas a atividade 
administrativa, financeira e disciplinar dos órgãos situados abaixo do STF, 
órgão máximo do Poder Judiciário. 
Nesse sentido, considerou constitucional a previsão de realização de 
controle administrativo e ético-disciplinar do Poder Judiciário pelo Conselho 
Nacional de Justiça. Isso porque o primeiro controle não atinge o autogoverno 
do Judiciário, uma vez que, da totalidade das competências privativas dos 
tribunais (art. 96, CF), nenhuma lhes foi usurpada. No que se refere ao 
segundo controle, este foi considerado expressiva conquista do Estado 
democrático de direito, devido à consciência de que os mecanismos de 
responsabilização dos juízes, por inobservância das obrigações funcionais, são 
imprescindíveis à boa prestação jurisdicional. Acrescentou-se que a existência, 
no CNJ, de membros alheios ao corpo da magistratura, além de viabilizar a 
 
O CNJ não dispõe de 
competências jurisdicionais, 
tampouco de competência para 
fiscalizar a atuação jurisdicional dos 
juízes. 
 
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erradicação do corporativismo, estende uma ponte entre o Judiciário e a 
sociedade.3 
Além disso, entende o STF que, no âmbito das matérias afetas ao CNJ, 
este tem competência para expedir normas primárias para regulamentação do 
texto constitucional. 
Outro ponto importante é que o STF entende ser inconstitucional a 
criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo do 
Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades 
(súmula 649). Isso porque a magistratura tem caráter nacional e unitário. 
Portanto, o controle administrativo, financeiro e disciplinar de toda a Justiça, 
inclusive a Estadual, cabe ao CNJ. 
 Finalmente, a União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará 
ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de 
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra 
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de 
Justiça. 
Supremo Tribunal Federal (STF) 
O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos 
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos 
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101, “caput”, CF). 
Como você vê, não há necessidade de ser bacharel em Direito para ser 
Ministro do STF. Para se lembrar do número de membros do STF, a dica é a 
frase “Somos Todos do Futebol”, com as iniciais da Corte Máxima. Quantos 
jogadores tem cada time? Isso mesmo, onze! Assim fica fácil, não? 
Para ser Ministro do STF, é necessário o cumprimento de cinco 
requisitos: 
• Requisito administrativo: ser indicado pelo Presidente da República e 
obter, posteriormente, aprovação, após sabatina, pela maioria absoluta do 
Senado Federal; 
• Requisito civil: ter mais de 35 e menos de 65 anos; 
• Requisito político: estar em pleno gozo dos direitos políticos; 
• Requisito jurídico: ser brasileiro nato; 
• Requisito moral: possuir reputação ilibada. 
Questão de prova: 
11. (Cespe/2012/TJ-AL) O ingresso no cargo de ministro do 
Supremo Tribunal Federal ocorre por nomeação do presidente da 
República, aprovada a escolha por maioria simples do Senado 
Federal, entre cidadãos com mais de trinta e cinco anos de idade e 
 
3
 STF, Pleno, ADI 3.367/DF, rel. Min. César Peluso, 13.04.2005, Informativo STF n
o
 383. 
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menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e 
ilibada reputação. 
Comentários: 
A escolha do Presidente da República deverá ser aprovada pela maioria 
absoluta do Senado Federal. Questão incorreta. 
O STF tem afunção precípua de guardar a Constituição. Entretanto, a 
jurisdição constitucional não é privativa desse Tribunal, pois além do controle 
concentrado (exercido exclusivamente pela Corte Máxima), nossa Carta Magna 
instituiu o controle difuso de constitucionalidade, permitindo que outros 
tribunais apreciem a constitucionalidade de normas avaliando casos concretos. 
Embora a Constituição de 1988 não autorize o STF a editar normas 
regimentais sobre processo e decisão, admite-se, até a promulgação de novas 
leis processuais, a aplicação do Regimento Interno do STF na regulamentação 
do processo perante a Corte Suprema, com base no princípio da continuidade 
da ordem jurídica. Isso porque a Lei 8.038/90, embora tenha disciplinado 
alguns aspectos do processo perante o STF e o STJ, não disciplinou, de forma 
completa, o processo perante o STF. 
No que se refere à estrutura interna do Supremo Tribunal Federal, cada 
Ministro integra, formalmente, uma das duas Turmas. As Turmas têm 
competências idênticas. Os processos são distribuídos aos Ministros-Relatores, 
não às Turmas. O Presidente de cada Turma é escolhido pelo critério de 
antiguidade. 
O Presidente do STF é eleito diretamente pelos seus pares para um 
mandato de dois anos, sendo vedada a reeleição. Tradicionalmente, são eleitos 
para os cargos de Presidente e Vice-Presidente os dois Ministros mais antigos 
que ainda não os exerceram. 
O Supremo Tribunal Federal apresenta competências originárias e 
recursais, todas elas taxativamente arroladas na Constituição. Nas originárias, 
trata de questões decididas apenas por ele, sendo acionado diretamente e 
julgando em única instância. Essas competências estão previstas no inciso I do 
art. 102 da CF: 
 
 
 
Compete 
originariamente 
ao STF 
processar e 
 A ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de 
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
 Nas infrações penais comuns, o Presidente da 
República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso 
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da 
República; 
 Nas infrações penais comuns e nos crimes de 
responsabilidade, os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, 
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos 
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julgar (rol 
exaustivo) 
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e 
os chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
 O "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das 
pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de 
segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo 
Tribunal Federal; 
 O litígio entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o 
Território; 
 As causas e os conflitos entre a União e os Estados, 
a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, 
inclusive as respectivas entidades da administração 
indireta 
 A extradição solicitada por Estado estrangeiro 
 O “habeas corpus”, quando o coator for Tribunal 
Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade 
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de 
crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; 
 A revisão criminal e a ação rescisória de seus 
julgados; 
 A reclamação para a preservação de sua 
competência e garantia da autoridade de suas decisões; 
 A execução de sentença nas causas de sua 
competência originária, facultada a delegação de 
atribuições para a prática de atos processuais; 
 A ação em que todos os membros da magistratura 
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em 
que mais da metade dos membros do tribunal de origem 
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente 
interessados; 
 Os conflitos de competência entre o Superior 
Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais 
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
 O pedido de medida cautelar das ações diretas de 
inconstitucionalidade; 
 O mandado de injunção, quando a elaboração da 
norma regulamentadora for atribuição do Presidente da 
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas 
Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um 
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal 
Federal; 
 As ações contra o Conselho Nacional de Justiça e 
contra o Conselho Nacional do Ministério Público. 
Questão de prova: 
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12. (Cespe/2011/TJ-PB) Compete ao STF resolver os conflitos de 
competência entre quaisquer tribunais, entre tribunal e juízes a ele 
não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos. 
Comentários: 
Compete ao STF resolver os conflitos de competência entre o Superior 
Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre 
estes e qualquer outro tribunal. Os demais conflitos de competência entre 
tribunais devem ser resolvidos pelo STJ. Questão incorreta. 
 Dentre as competências do STF, uma das mais cobradas em prova é 
aquela para julgar o Presidente da República nas infrações penais comuns. No 
caso de ações civis, a Corte Suprema tem competência para julgar o “habeas 
data” e o mandado de segurança contra atos do Chefe do Executivo, mas não 
a de julgar ação popular contra o mesmo. Isso porque o rol do art. 102 da 
Constituição é exaustivo. Assim, só pode a Corte julgar ações populares em 
dois casos: 
 Caso todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente 
interessados na ação; 
 Caso a demanda envolva conflito entre a União e Estado-membro. 
O Supremo Tribunal Federal apresenta, além dessas competências, uma 
série de outras, implícitas. Na Rcl. 2.069, Velloso, sessão de 27.06.2003, por 
exemplo, o STF reconheceu sua competência para processar todo mandado de 
segurança, qualquer que fosse a autoridade coatora, impetrado por quem teve 
a sua extradição deferida pelo Tribunal. Além disso, dentre outros exemplos, 
adotou-se a interpretação extensiva do texto constitucional nas seguintes 
hipóteses: 
 Mandado de segurança contra Comissão Parlamentar de Inquérito4. 
 “Habeas corpus” contra a Interpol, em face do recebimento de mandado 
de prisão expedido por magistrado estrangeiro, tendo em vista a competência 
do STF para processar e julgar, originariamente, a extradição solicitada por 
Estado estrangeiro (CF, art. 102, I, “g”), conforme HC 80.923/SC, Rel. Min. 
Néri da Silveira, DJ de 21.06.2002. 
 Mandado de segurança contra atos que tenham relação com o pedido de 
extradição (CF, art. 102, I, “g”)5. 
 A competência do STF para julgar mandado de segurança contra atos da 
Mesa da Câmara dos Deputados (art. 102, I, “d”, 2ª parte) alcança os atos 
individuais praticados por parlamentar que profere decisão em nome desta6. 
 
4
 MS 23.619/DF, DJ de 07.12.2000; MS 23.851/DF, MS 23.868/DF e MS 23.964/DF, Rel. Min 
Celso de Mello, DJ de 21.06.2002. 
 
5 Rcl. 2.069/DF, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 01.08.2003 e Rcl. 2.040/DF, Rel. Min. Néri da 
Silveira, DJ de 27.06.2003. 
6 MS-AgRg 24.099/DF, DJ de 02.08.2002. 
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 “Habeas corpus” contra qualquer decisão do STJ, desde que configurado 
o constrangimento ilegal7. 
 Utiliza-se, para isso, a teoria das competências implícitas 
complementares, de Canotilho8. Segundo o autor, existem duas hipóteses de 
competências complementares implícitas: (1) competências implícitas 
complementares, enquadráveis no programa normativo-constitucional de uma 
competência explícita e justificáveis porque não se trata tanto de alargar 
competências, mas de aprofundá-las (exemplo: quem tem competência para 
tomar uma decisão deve, em princípio, ter competência para a preparação e 
formação de decisão); (2) competências implícitas complementares, 
necessárias para preencher lacunas constitucionais patentes através da leitura 
sistemática e analógica de preceitos constitucionais. 
 Na competência recursal, o Supremo decide matérias a ele submetidas 
por meio de recurso ordinário ou extraordinário. Analisa, então, a questão em 
última instância, proferindo a palavra final a respeito. O STF tem competência 
recursal ordinária para julgar: 
 
 
7 HC-QO 78.897/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 20.02.2004. 
8 José Joaquim Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 5ª edição, 
2002. 
Recurso ordinário 
•O "habeas-corpus", o mandado 
de segurança, o "habeas-data" e 
o mandado de injunção decididos 
em única instância pelos 
Tribunais Superiores, se 
denegatória a decisão; 
•O crime político. 
Recurso extraordinário 
•As causas decididas em ÚNICA ou 
ÚLTIMA instância, quando a 
decisão recorrida: 
•a) contrariar dispositivo da 
Constituição; 
•b) declarar a 
inconstitucionalidade de 
tratado ou lei federal; 
•c) julgar válida lei ou ato de 
governo local contestado em 
face desta Constituição. 
•d) julgar válida lei local 
contestada em face de lei 
federal. 
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Destaca-se que o recurso extraordinário é meio excepcional de 
impugnação de decisões judiciais, não equivalendo a um terceiro ou um quarto 
grau de jurisdição. Busca, somente, resguardar a Constituição. Questões de 
natureza meramente processual ou de âmbito infraconstitucional não lhe dão 
ensejo, ainda que, por via reflexa, atentem contra a Carta Magna (STF, RE 
236.333/DF, 14.09.1999). 
No que se refere à repercussão geral, requisito do recurso extraordinário, 
podemos conceitua-la como um “filtro” que serve para impedir que o Supremo 
aprecie recursos extraordinários insignificantes social, econômica, política ou 
juridicamente. Essa exigência foi criada pela EC 45/2004 com o objetivo de 
livrar o Supremo de demandas irrelevantes para a sociedade brasileira, 
deixando a Corte disponível para julgar aquilo que realmente interessa para o 
Brasil. 
Na análise da repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal seleciona 
um recurso extraordinário como modelo e, a partir dele, analisa se a matéria é 
relevante social, econômica, política ou juridicamente. Após a admissão do 
recurso extraordinário (não havendo a recusa por dois terços dos Ministros do 
STF), tem início a pré-triagem. Nessa fase, todos os recursos que estiverem 
tramitando nos tribunais de origem passam a aguardar a decisão da Corte 
sobre o tema. Realizado o julgamento, a decisão do STF deverá ser aplicada 
pelos próprios tribunais de origem, sem necessidade de envio para o Tribunal 
Superior. 
 No que se refere a repercussão geral referente a jurisprudência já 
pacificada pela Corte, poderá o Tribunal se manifestar, quanto ao mérito, pela 
subsistência do entendimento já consolidado ou deliberar pela renovação da 
discussão do tema. No primeiro caso, poderá a Presidência negar distribuição e 
devolver à origem todos os processos idênticos que chegarem ao STF. No 
segundo, o processo será encaminhado à distribuição para, futuramente, ter 
seu mérito analisado pelo Plenário (RE 579.431, DJE 24.10.2008). 
 Questão de prova: 
13. (Cespe/2012/TJ-PI) Compete ao STJ, como guardião do 
ordenamento jurídico infraconstitucional, julgar, em recurso especial, 
as causas decididas, em única ou última instância, pelos tribunais 
regionais federais ou pelos tribunais dos estados, quando a decisão 
recorrida julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Requisitos do 
recurso 
extraordinário 
• O recorrente deverá demonstrar a repercussão 
geral das questões constitucionais discutidas no 
caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal 
examine a admissão do recurso, somente podendo 
recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros; 
• Ofensa direta à Constituição 
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Comentários: 
Compete ao STF julgar, em recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância quando a decisão recorrida julgar válida lei local 
contestada em face de lei federal. Questão incorreta. 
Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três 
Ministros. Esses Ministros são nomeados pelo Presidente da República, dentre 
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de 
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela 
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
 
 
Observe que, diferentemente do que ocorre com os membros do STF, 
todos os membros do STJ têm necessariamente graduação em Direito, pois são 
membros da magistratura ou do Ministério Público ou são advogados. Outro 
ponto importante é que o Tribunal é composto por, no mínimo, trinta e três 
Ministros, podendo este número ser aumentado por lei ordinária federal de 
iniciativa do próprio STJ. Para decorar esse número, utilize a frase “Somos 
Todos de Jesus”, lembrando-se de que Cristo morreu aos 33 anos de idade. 
As competências originárias do STJ, em que este é acionado 
diretamente, realizando o primeiro julgamento, estão sintetizadas no quadro a 
seguir: 
 
 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e 
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os 
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e 
do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas 
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais 
Ministros 
do STJ 
(mínimo 33) 
1/3 de juízes dos TRFs 
1/3 de desembargadores dos TJ estaduais 
1/3 dividido assim: 
-> 1/6 advogados 
-> 1/6 membros do Ministério Público Federal, dos 
Ministérios Públicos Estaduais e do Distrito Federal 
Requisitos 
-> Idade entre 35 e 65 anos; 
-> Brasileiro nato ou naturalizado; 
-> Notável saber jurídico e reputação ilibada 
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Compete 
originariamente 
ao STJ 
processar e 
julgar... 
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de 
Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União 
que oficiem perante tribunais; 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra 
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, 
do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
c) os habeas corpus, quando o coatorou paciente for 
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou 
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, 
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército 
ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral; 
d) os conflitos de competência entre quaisquer 
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem 
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre 
juízes vinculados a tribunais diversos; 
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus 
julgados; 
f) a reclamação para a preservação de sua competência 
e garantia da autoridade de suas decisões; 
g) os conflitos de atribuições entre autoridades 
administrativas e judiciárias da União, ou entre 
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de 
outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da 
norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade 
ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, 
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal 
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça 
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a 
concessão de exequatur às cartas rogatórias. 
“O que é “exequatur”, Nádia?” 
Mesmo esse conceito não sendo cobrado em prova, vou explicá-lo a 
você, a fim de que não se esqueça mais dele. 
A palavra “exequatur” tem origem latina, significando “execute-se”. 
Indica a autorização dada pelo STJ para que possam ser executadas no Brasil, 
na jurisdição do juiz competente, as diligências ou atos processuais 
requisitados por autoridade judiciária estrangeira. 
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Destaca-se que, assim como ocorre com o STF, as competências do STJ 
também são taxativas. Somente por emenda constitucional estas poderão ser 
reduzidas ou ampliadas. 
O STJ apresenta as seguintes competências recursais: 
 
 
 
O recurso especial, assim como o recurso extraordinário (do STF), 
apresenta vários pressupostos de admissibilidade. As questões debatidas já 
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E
C
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S
O
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N
Á
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I
O
 
Os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância 
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for 
denegatória; 
Os mandados de segurança decididos em única instância 
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória 
a decisão 
As causas em que forem partes Estado estrangeiro ou 
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município 
ou pessoa residente ou domiciliada no País 
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Julgar as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou 
pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão recorrida 
Que der a lei federal 
interpretação divergente 
da que lhe haja atribuído 
outro tribunal 
Contrariar tratado ou lei 
federal, ou negar-lhes 
vigência 
Julgar válido ato de 
governo local contestado 
em face de lei federal 
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deverão ter sido apreciadas pelo Tribunal de origem. Além disso, somente cabe 
recurso especial das causas apreciadas pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios. Assim, 
considerando que as Turmas Recursais não podem ser consideradas Tribunais, 
não cabe recurso especial das suas decisões (Súmula 203/STJ). 
Determina a Constituição que funcionarão junto ao STJ a Escola Nacional 
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados e o Conselho da Justiça 
Federal: 
 
 Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-
Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de 
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos 
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento 
de competência para a Justiça Federal. 
Tribunais Regionais e Federais 
São órgãos da Justiça Federal: os Tribunais Regionais Federais (segundo 
grau) e os Juízes Federais (primeiro grau). 
Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Essa previsão 
constitucional (já colocada em prática pelo estado de Santa Catarina, por 
exemplo) visa a facilitar o acesso ao Judiciário, reforçando a própria 
democracia. 
Além disso, os TRFs instalarão a justiça itinerante, com a realização de 
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais 
da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários, 
também como forma de garantir o acesso à Justiça à população que vive 
afastada dos grandes centros urbanos. 
Escola Nacional 
de Formação e 
Aperfeiçoamento 
de Magistrados 
• Tem como uma de suas funções regulamentar os 
cursos oficiais para o ingresso e promoção na 
carreira 
Conselho da 
Justiça Federal 
• Tem como função exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa e orçamentária da 
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como 
órgão central do sistema e com poderes 
correicionais, cujas decisões terão caráter 
vinculante 
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Os TRFs compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando 
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre 
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
 Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de 
carreira; 
 Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco 
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
A competência dos TRFs divide-se em originária e recursal, nos termos 
abaixo: 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da 
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e 
de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da 
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus 
ou dos juízes federais da região; 
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato 
do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz 
federal; 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados 
ao Tribunal; 
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos 
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da 
competência federal da área de sua jurisdição. 
Raramente encontramos questões referentes a TRFs em provas, a não 
ser quando se trata de concursos para cargos do próprio Judiciário. Quando 
aparecem, essas questões costumam cobrar a literalidade da Constituição, 
sendo bastante fáceis. 
Juízes Federais 
Os juízes federais são os membrosda Justiça Federal de primeiro grau 
de jurisdição, que ingressam na carreira mediante concurso público. Tanto o 
concurso quanto a nomeação são de competência do Tribunal Regional Federal 
sob cuja jurisdição seu cargo é provido (CF, art.,. 93, I). 
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No que se refere à organização da Justiça Federal, cada Estado, bem 
como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a 
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei (CF, art. 
110, “caput”). Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas 
aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei (art. 
110, parágrafo único, CF). 
Os juízes federais têm sua competência taxativamente definida pela 
Constituição. Esta competência só pode sofrer modificação por emenda 
constitucional. A eles compete julgar as seguintes matérias (art. 109, CF): 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, 
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de 
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à 
Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente 
no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com 
Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e 
da Justiça Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, 
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou 
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 
5º deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira; 
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua 
competência ou quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a 
outra jurisdição; 
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VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra 
ato de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, 
ressalvada a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de 
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o 
"exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, 
as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva 
opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunais Regionais do 
Trabalho (TRTs) e Juízes do Trabalho 
 São órgãos da Justiça do Trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho, os 
Tribunais Regionais do Trabalho e os juízes do Trabalho. 
O Tribunal Superior do Trabalho, cuja competência será determinada por 
lei, compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com 
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
Federal, sendo: 
 Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da Carta Magna; 
 Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos 
da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
 Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
 A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do 
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais 
para o ingresso e promoção na carreira; 
 O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na 
forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e 
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão 
central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho, de maneira semelhante aos TRFs, 
compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na 
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros 
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
 Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da Carta Magna; 
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 Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e 
merecimento, alternadamente. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho, da mesma forma como previsto para 
os Tribunais Regionais Federais, instalarão a justiça itinerante, com a 
realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos 
limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos 
públicos e comunitários. 
Também de forma semelhante aos TRFs (o que facilita sua 
memorização), os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar 
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o 
pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
A competência da Justiça do Trabalho é determinada pelo art. 114 da CF, 
conforme a tabela a seguir: 
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar... 
 As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes 
de direito público externo e da administração pública direta e indireta 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
 As ações que envolvam exercício do direito de greve; 
 As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
 Os mandados de segurança, “habeas corpus” e “habeas data”, 
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
 Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição 
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o” (os conflitos de 
competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer 
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro 
tribunal 0 julgados pelo STF); 
 As ações de indenização por dano moral ou patrimonial, 
decorrentes da relação de trabalho; 
 As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
 A execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 
195, I, “a” e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças 
que proferir; 
 Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na 
forma da lei. 
O STF entende que a competência da Justiça do Trabalho não alcança o 
julgamento de ações entre o Poder Público e servidores públicos com vínculo 
estatutário, uma vez que o vínculo jurídico de natureza estatutária vigente 
entre servidores públicos ea administração é diferente do conceito de relação 
de trabalho. As ações envolvendo servidores públicos federais regidos por 
regime estatutário (pela Lei nº 8.112/90) são de competência da Justiça 
Federal. 
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Tribunais e Juizes Eleitorais 
São órgãos da Justiça Eleitoral: 
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o órgão de cúpula da Justiça 
Eleitoral. É composto de no mínimo sete membros, escolhidos dentre 
magistrados e advogados, da seguinte forma: 
 
Destaca-se que cada Ministro do TSE tem um substituto, oriundo da 
mesma classe que o titular (Ministro do STJ, do STF ou advogado). Outro 
detalhe importante é que são irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior 
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de 
"habeas-corpus" ou mandado de segurança (art. 120, § 3º, CF). 
Por sua vez, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) apresentam a 
seguinte composição: 
ÓRGÃOS DA 
JUSTIÇA 
ELEITORAL 
TRIBUNAL 
SUPERIOR 
ELEITORAL 
(TSE) 
TRIBUNAIS 
REGIONAIS 
ELEITORAIS 
(TRES) 
JUÍZES 
ELEITORAIS 
JUNTAS 
ELEITORAIS 
TSE 
ELEIÇÃO (VOTO 
SECRETO) 
DOIS JUÍZES DENTRE 
MINISTROS DO STJ (UM 
DELES SERÁ ELEITO 
CORREGEDOR ELEITORAL) 
TRÊS JUÍZES DENTRE 
MINISTROS DO STF (UM 
DELES SERÁ ELEITO 
PRESIDENTE DO TSE E O 
OUTRO, O VICE) 
NOMEAÇÃO DO PR 
DOIS JUÍZES DENTRE SEIS 
ADVOGADOS DE NOTÁVEL 
SABER JURÍDICO E 
IDONEIDADE MORAL, 
INDICADOS PELO STF 
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O TRE elegerá seu presidente e vice-presidente dentre os 
desembargadores (CF, art. 120, § 2º). Destaca-se, ainda, que das decisões 
dos TREs somente caberá recurso quando (CF, art. 120, § 4º, I a V): 
 Forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; 
 Ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais 
eleitorais; 
 Versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições 
federais ou estaduais; 
 Anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais 
ou estaduais; 
 Denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou 
mandado de injunção. 
 
 
14. (Cespe/2010/Abin) O ingresso na carreira de magistratura se dá 
mediante concurso público de provas e títulos, divididas em fases, nas 
quais é obrigatória a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, 
TRES 
ELEIÇÃO 
(VOTO 
SECRETO) 
DOIS JUÍZES DENTRE OS 
DESEMBARGADORES DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA 
DOIS JUÍZES, DENTRE JUÍZES DE 
DIREITO, ESCOLHIDOS PELO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
NOMEAÇÃO 
DO PR 
DOIS JUÍZES DENTRE SEIS 
ADVOGADOS DE NOTÁVEL SABER 
JURÍDICO E IDONEIDADE MORAL, 
INDICADOS PELO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA 
UM JUIZ DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL COM SEDE NA 
CAPITAL DO ESTADO OU NO DISTRITO FEDERAL, OU, NÃO 
HAVENDO, DE JUIZ FEDERAL, ESCOLHIDO, EM QUALQUER 
CASO, PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL RESPECTIVO 
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no mínimo, na primeira fase, podendo aspirar ao cargo os bacharéis 
em direito com, no mínimo, três anos de atividade jurídica. 
Comentários: 
 Determina a Constituição que o cargo inicial será o de juiz substituto e 
que o ingresso se dará mediante concurso público de provas e títulos, com a 
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-
se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e 
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. Questão incorreta. 
15. (Cespe/2011/TJ-ES) O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
compõe-se de quinze membros com mandato de dois anos, admitida 
uma recondução, sendo que, entre eles, haverá necessariamente um 
desembargador de tribunal de justiça, indicado pelo STF, e dois 
advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados 
do Brasil. 
Comentários: 
 Segundo o art. 103-B da Constituição, o Conselho Nacional de Justiça 
compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 
1 (uma) recondução, sendo: 
 O Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 61, de 2009) 
 Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo 
tribunal; 
 Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo 
tribunal; 
 Um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo 
Tribunal Federal; 
 Um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
 Um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
 Um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
 Um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal 
Superior do Trabalho; 
 Um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
 Um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-
Geral da República; 
 Um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-
Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada 
instituição estadual; 
 Dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil; 
 Dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados 
um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
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Questão correta. 
16. (Cespe/2010/TRT 1ª Região) São taxativamente previstas na CF 
as atribuições do Conselho Nacional de Justiça, órgão responsável pelo 
controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e 
do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. 
Comentários: 
 O rol de competências do CNJ previsto pela Constituição é 
exemplificativo (art. 103-B, § 4º, CF). Questão incorreta. 
17. (Cespe/2010/BB Cert) Integra o Poder Judiciário: 
a) a Advocacia Geral da União. 
b) a Advocacia Pública. 
c) o Conselho Nacional de Justiça. 
d) a Defensoria Pública. 
e) o Ministério Público. 
 
Comentários: 
São órgãos do Poder Judiciário, segundo o art. 92 da Constituição: 
 O Supremo Tribunal Federal; 
 O Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
 O Superior Tribunal de Justiça; 
 Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
 Os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
 Os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
 Os Tribunais e Juízes Militares; 
 Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
 A letra C é o gabarito da questão. 
18. (Cespe/2008/TJ-RJ) O CNJ é órgão do Poder Judiciário. 
Comentários: 
 São órgãos do Poder Judiciário, segundo o art. 92 da Constituição: 
 O Supremo Tribunal Federal; 
 O Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
 O Superior Tribunal de Justiça; 
 Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
 Os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
 Os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
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 Os Tribunais e Juízes Militares; 
 Os Tribunais e Juízes dos Estados

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