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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO Evolução mundial sociedade pré industrial CASTIGO: o trabalho foi considerado na bíblia como um castigo. Adão teve que trabalhar para comer em razão de ter comido o fruto proibido (Gênesis 3,17-19)”. “Porque deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore que eu te havia proibido comer: a terra será maldita por tua causa; com trabalho penoso tirarás dela o alimento todos os dias de tua vida. ESCRAVIDÃO: foi primeira forma de trabalho. Platão e Aristóteles (Grécia) entendiam que o trabalho tinha sentido pejorativo, compreendia apenas força física. Os escravos eram apenas uma coisa, não possuindo qualquer direito, muito menos trabalhista. Em Roma o trabalho era visto como desonroso (284 a.C); SERVIDÃO: Segunda forma de trabalho, foi no Feudalismo - os servos entregavam parte da produção aos senhores feudais em troca da proteção militar e política e do uso da terra; O trabalho era considerado castigo, os nobres não trabalhavam.; CORPORAÇÕES DE OFÍCIO: ocorreram na idade média. Era um agrupamento de artesões do mesmo ramo, na mesma localidade. Havia três categorias: mestres - companheiros - aprendizes. Mestres: proprietários das oficinas; Companheiros: trabalhadores assalariados; Aprendizes: menores que recebiam ensino metódico do ofício. Recebiam castigos corporais. Características das corporações: estabelecer uma estrutura hierárquica; regular a capacidade produtiva; regulamentar a técnica de produção. LOCAÇÃO: se desdobrava em dois tipos: Locação de serviços e locação de obra ou empreitada. Locação de serviço ou Locatio operarum – contrato pelo qual uma pessoa se obrigava a prestar serviços a outra, durante um certo tempo, mediante remuneração – hoje conhecido como relação de emprego; Locação de obra ou empreitada ou operis faciendi – contrato pelo qual alguém se obriga a executar uma obra a outra pessoa mediante remuneração. EVOLUÇÃO MUNDIAL Jornada de trabalho - antes o trabalho era em média 18 horas, após a invenção do lampião a gás, passou a ser de 12 a 14 horas (1792), várias Indústrias passaram a trabalhar no período noturno; As corporações de ofício foram suprimidas com a Revolução Francesa, em 1789, por serem incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Foi reconhecido o primeiro dos direitos econômicos e sociais: O DIREITO DO TRABALHO. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL século XVII Transformou o trabalho em emprego; A força humana é substituída pela máquina a vapor; Surge o trabalhador assalariado (operadores dás máquinas) e as reivindicações de melhores condições de trabalho e de salário; Liberdade contratual; Estado passa a intervim nas relações do trabalho; A Lei passa estabelecer normas mínimas sobre as condições de trabalho que devem ser respeitadas pelo empregador; Primeiras normas de proteção: Lei de Peel (1802) - Inglaterra; Encíclica “rerum novarum” (1891); Constituição do México (1917); Constituição de Weimar (1919); Tratado de Versalhes (1919) - OIT; “Carta del Lavoro” (1927) - Itália; Declaração dos Direitos do Homem (1948). DIA DO TRABALHO: Em 1º de maio de 1886 em Chicago Trabalhadores organizaram greves e manifestações visando melhorias nas condições de trabalho, especialmente redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas. Houve choque com a polícia e uma pessoa não identificada jogou uma bomba matando 4 manifestantes e 3 policiais. IGREJA CATÓLICA: passou a se manifestar com relação ao trabalho subordinado; Encíclica Rerum novarum (Papa Leão XIII): apoiava o direito dos trabalhadores formarem a sindicatos, mas rejeitava o socialismo defendia os direitos à propriedade privada. CONSTITUCIONALISMO SOCIAL A partir do término da primeira guerra mundial, surge o chamado constitucionalismo social, que é a inclusão nas constituições de preceitos relativos à defesa social da pessoa, incluindo o Direito do Trabalho; A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO - México, em 1917, o art. 123: jornada de trabalho de 08 horas; proibição de menores de 12 anos de idade; limitação da jornada dos menores de 16 anos; descanso semanal; proteção a maternidade, etc.; A SEGUNDA CONSTITUIÇÃO - Weimar, de 1919: que disciplinava a participação do trabalhador nas empresas; representação dos trabalhadores na empresa; seguro social, etc.; TRATADO DE VERSALHES - Em 1919: criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - proteger a relação entre empregadores e empregados no âmbito internacional. CARTA DEL LAVORO – Na Itália em 1927: instituindo um sistema corporativista-fascinista, apresentou as linhas de orientação que deveriam guiar as relações de trabalho na sociedade, nomeadamente entre Os empregadores (patronato), os trabalhadores e o Estado. inspirou outros sistemas políticos, como os de Portugal, Espanha , especialmente o do Brasil; DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM - em 1948: limitação razoável de trabalho; férias remuneradas periódicas; repouso e lazer, etc; NEOLIBERALISMO – Em 1938: prega que os salários devem ser regulados pelo mercado, através da lei da oferta e da procura; O empregado não é igual ao empregador e, portanto, necessita de proteção. Surge nova teoria pregando a necessidade de separação entre o econômico e o social, que é verificado hoje na Constituição Federal. EVOLUÇÃO NO BRASIL PRIMEIRAS CONSTITUIÇÕES - versavam apenas sobre a forma de Estado e o sistema de governo. Posteriormente passou a tratar todos os ramos do direito, especialmente o do Trabalho; CONSTITUIÇÃO 1824 - aboliu as corporações de ofício, pois deveria haver liberdade profissional; LEI DO VENTRE LIVRE (1871) – os filhos dos escravos nasceriam livres, o meninos poderia ficar sob a tutela da sua mãe ou do senhor até os 8 anos, após o Senhor poderia optar em receber uma indenização do governo ou utilizar dos seus serviços até 21 anos; LEI SARAIVA-COTEGIPE (1885) - lei dos sexagenários, os escravos eram libertados com mais de 60 anos, mesmo depois de livres os escravos deveriam prestar serviços por mais 03 anos a seu Senhor; LEI ÁUREA (1888) - ass. pela Princesa Isabel, abolindo a escravatura. A CONSTITUIÇÃO DE 1891: reconheceu a liberdade de associação; POLÍTICA TRABALHISTA – GETÚLIO VARGAS - as transformações que vinham ocorrendo na Europa em decorrência da Primeira Guerra Mundial e o aparecimento da OIT em 1919, incentivaram a criação de normas trabalhistas no Brasil, em 1930; LEIS TRABALHISTAS: 1891 – Trabalho de menores; 1903 – Sindicatos rurais e urbanos; 1907 – Férias; O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foi criado em 1930 e a Justiça do Trabalho em 1939; A Constituição Federal de 1934, foi a primeira a tratar especificamente do Direito do Trabalho; A Carta Constitucional de 1937, marca uma fase intervencionista do Estado, decorrente do golpe de Getúlio Vargas, inspirada na Carta del Lavoro de 1927. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS do TRABALHO e CONSTITUIÇÃ FEDERAL Em 1943, foi editado do Decreto-Lei nº 5.451/1943, que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O objetivo foi reunir as leis esparsas existentes na época, não se trata de um código, pois não é um direito novo, mas uma reunião de leis já existentes. Enfim surge com a Constituição Federal de 1988, os direitos trabalhistas foram incluídos na Capítulo II – “Dos Direito Sociais”, do Título I – “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. CONCEITO DO DIREITO DO TRABALHO Os Conceitos do Direito do Trabalho podem compreender os seguintes aspectos: Subjetivo, Objetivo e mistos. Subjetivo: Tipos de Trabalhadores – o sujeito, a pessoa. Alguns entendem que seriam todos os trabalhadores e outros apenas os trabalhadores subordinados; Objetivo: Todas as relações de trabalho – o objeto, enquanto para algunsautores serão apenas as relações de trabalho subordinado; Misto: abrange as pessoas e o objeto. CONCEITO SEGUNDO A DOUTRINA SÉRGIO PINTO MARTINS: Direito do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhes são destinadas. ORLANDO GOMES E ELSON GOTTSCHLK: Direito do Trabalho é o conjunto de princípios e regras jurídicas aplicáveis ás relações individuais e coletivas que nascem entre os empregadores privados – ou equiparados – e os que trabalham sob sua direção e de ambos com o Estado, por ocasião do trabalho ou eventualmente fora dele. O Direito do Trabalho é composto por princípio e inúmeras regras e instituições, entidades que criam e aplicam o referido Direito; O Estado é o maior criador de normas do Direito do Trabalho; O Ministério do Trabalho edita portarias, resoluções, instruções normativas, etc; A Justiça do Trabalho julga as questões trabalhistas. O Direito do Trabalho tem por funções: a) Tutelar: estabelecer regras mínimas para o trabalhador; b) Social: garantir a condição social do trabalhador.
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