3 AULA FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

Prévia do material em texto

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
HIERARQUIA DAS NORMAS TRABALHISTAS
Fontes do direito do trabalho
Art.8º da CLT dá uma orientação a respeito das fontes do Direito do Trabalho.
FONTES FORMAIS: Fonte formal significa norma positiva. As fontes formais como já mencionado subdividem em autônomas e heterônomas.
FONTES MATERIAIS: São fontes materiais os acontecimentos econômicos, políticos, sociais que envolvem o direito do trabalho. 
FONTES
FONTES DE ORIGEM ESTATAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Fonte de maior importância para o Direito do Trabalho, porque dela emana todas as normas independente de sua origem ou formação;
LEIS COMPLEMENTARES: Há vários dispositivos constitucionais que não tem aplicação imediata, isto é, não são autoaplicáveis. São Leis Complementares à Constituição;
LEIS DELEGADAS: trata-se de Leis elaboradas pelo Presidente da República por delegação do Congresso Nacional, a quem compete originariamente elaborar lei. Restringe-se as hipóteses ao que determina o art. 68 da CF;
MEDIDAS PROVISÓRIAS: são instrumentos de iniciativa do Presidente da República, nos casos relevantes e urgentes, com força de lei, os termos do art. 62 da CF, tem que ser convertida em Lei pelo Congresso Nacional, em 30 dias de sua edição, sob pena de perderem sua eficácia;
LEIS ORDINÁRIAS: trata-se de Leis cujo processo de elaboração, tramitação e aprovação é ordinário, nos termos do art. 61 da CF. É competência privativa da União legislar sobre o Direito do Trabalho, a teor do art. 22 da CF;
DECRETOS: são instrumentos legais aptos a regulamentar as leis, explicando-as e detalhando-as, mas, como é sabido, não pode alterá-las;
SENTENÇAS NORMATIVAS: trata-se de decisões judiciais, dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do Tribunal Superior do Trabalho. São decições normativas, pois possuem normas aplicáveis a empregados e empregadores;
JURISPRUDÊNCIA: Conjunto das decisões dos Tribunais sobre determinado tema. 
FONTE DE ORIGEM INTERNACIONAL
CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES: da Organização Internacional do Trabalho (OIT), organismo de âmbito nacional, que edita estas convenções e recomendações; É composta por vários países inclusive o Brasil;
Por força do art. 49 da CF, é de competência exclusiva do Congresso nacional a ratificação, ou não das convenções da OIT;
A OIT é composta por: 
CONFERÊNCIA;
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO;
BUREAL INTERNACIONAL DO TRABALHO.
FONTES DE ORIGEM CONTRATUAL
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO: são as tentativas de negociação entre entidades sindicais de empregados e empregadores, que chegam a bom termo e estabelecem regras salariais e de conduta;
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO: são também formas de negociação coletiva de trabalho, mas de âmbito mais restrito que as convenções, envolvendo parte de uma categoria, apenas, ou mesmo uma ou algumas empresas;
 REGULAMENTO DE EMPRESA: são normas internas de uma empresa, que determinam a conduta de empregados e empregador na estruturação interna da empresa, procedimentos, vantagens e obrigações de ambas as partes;
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO: é o instrumento que celebra a negociação individual entre empregado e empregador, fixando direitos e obrigações de ambas s partes, sendo, também, fonte do Direito do Trabalho;
USOS E COSTUMES: trata-se do procedimento usual em determinada comunidade, o que acaba por se tornar, na prática, a norma jurídica que este mesmo grupo acredita existir, embora não faça parte do ordenamento jurídico formal.
APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO DO TRABALHO
Os problemas decorrentes da multiplicidade de fontes e de normas podem ser resolvidos pela HIERARQUIA;
 afastando as antinomias, pela INTEGRAÇÃO DE LACUNAS,;
 quando não há norma específica, e pela INTERPRETAÇÃO, isto é, a compreensão do significado da norma.
HIERARQUIA
Kelsen – pirâmide/CF = fundamentos e validade das normas inferiores;
Princípio da norma mais favorável ao trabalhador = hierarquia dinâmica das normas, salvo disposições estatais imperativas ou de ordem pública.
INTERPRETAÇÃO
Análise da norma jurídica que vai ser aplicada aos casos concretos. Técnicas :
Gramatical ou literal = sentido do texto.
Lógica = estabelece conexão entre vários textos legais.
Teleológica ou finalística = fim objetivado pelo legislador.
Sistemática = com base no sistema no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um dispositivo, mas a seu conjunto.
Extensiva ou ampliativa = em que se dá um sentido mais amplo à norma a ser interpretada do que ela normalmente teria.
Restritiva ou limitativa = sentido mais restrito à interpretação.
Histórica = evolução histórica dos fatos.
Autêntica (legal ou legislativa) = do próprio órgão que editou a norma.
INTEGRAÇÃO 
Para suprir lacunas existentes na norma jurídica. Técnicas:
Analogia: utilização de regra semelhante para solucionar um determinado caso concreto. Norma jurídica destinada ao caso semelhante. 
Ex: Súmula 229 do TST analogia das horas extras de sobreavido do ferroviária em relação ao eletrecitário;
Equidade: Complemento da Lei lacunosa. È uma técnica interpretativa do direito. o Juiz agirá dando a Lei o sentido exato que a realização da justiça exige;
TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO
Denominação do ramos do Direito do Trabalho:
Legislação Industrial: Esse foi o nome dado ao direito do trabalho quando surgiu após a revolução Industrial, depois evoluindo para Direito Industrial, expressão atualmente inutilizada no nosso ordenamento jurídico;
Direito Operário: surgiu com a evolução da proteção, antes dispensada aos trabalhadores da indústria, depois extensível aos operários em geral;
Direito Corporativo: destina-se a unificação econômica nacional, e o direito do trabalho tem fins diferentes, pois a sua principal meta é reger a atividade humana subordinada;
Direito Social: tem sentido amplo, de tal forma que deixa de cumprir sua função principal que é identificar seu exato âmbito de ação;
Direito do Trabalho
PRINCÍPIOS
“Princípios são as proposições básicas que fundamentam as ciências. Para o Direito, princípio é seu fundamento, a base que irá informar e inspirar as normas jurídicas.” (Sergio P. Martins).
FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS
INFORMADORA: Os princípios regentes do Direito do trabalho têm entre suas funções orientar o legislador na edição das normas trabalhistas. Inspiram e dão fundamento ao ordenamento jurídico específico para as relações de trabalho.
NORMATIVA: Na falta de normas formais ou de usos e costumes, os princípios têm a função de servirem como fonte supletiva de Direito do Trabalho (8º CLT).
INTERPRETATIVA: critério orientador para o intérprete e aplicadores da lei, forma de auxilio na interpretação da norma jurídica e também em sua exata compreensão.
Os princípios serão o último elo que o intérprete irá se socorrer para solução do caso que lhe foi apresentado.
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípios Gerais: Cumprem a função primordial de assegurar a unidade do sistema, como um conjunto de valores e partes coordenadas entre si. Ex: Princípio do Respeito à Dignidade Humana, à inviolabilidade à intimidade, à vida privada, a honra e a imagem das pessoas, Enriquecimento sem causa, da razoabilidade, da proprocionalidade, da segurança jurídica.
ESPECÍFICOS: Américo Plá Rodrigues, autor uruguaio, elenca seis princípios :
	- Princípio da primazia da realidade
	- Princípio da irrenunciabilidade dos direitos
	- Princípio da continuidade do trabalho
	- Princípio da razoabilidade
	- Princípio da Proteção
 	- Princípio da boa-fé
PRINCÍPIOS
Princípio da Proteção ou Protecionista: O Principio da Proteção ao Trabalhador constitui o princípio basilar do Direito do Trabalho. É a coluna mestra que dá sustentação ao sistema jurídico trabalhista. Sendo primário, dele se derivaram os outros que comporão a rede de proteção do trabalhador. Deve-se proporcionar uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador em relação ao empregado, dandoa este último a superioridade jurídica. Manifestação em três dimensões distintas, quais sejam:
In dubio pro operario:. Este Princípio consiste em solucionar-se um conflito de interpretação intranorma optando-se pela interpretação mais benéfica para o empregado, ou seja: sempre que uma norma permitir mais de uma interpretação, opta-se pela interpretação que mais beneficia o empregado.
Norma mais favorável: Este Princípio consiste em resolver-se um conflito de interpretação internomas optando-se pela norma mais favorável ao empregado, ou seja: havendo mais de uma norma de classes diferentes e de sentidos diversos e aplicáveis a uma mesma situação jurídica, deve preferir-se a norma que mais favoreça ao empregado. Como exemplo: quando a convenção coletiva de trabalho trata mais generosamente um benefício para o trabalhador que a lei.
Condição mais benéfica: aplicação do Princípio da observância da condição mais benéfica terá mais pertinência casos em que o empregado ainda não tem um direito adquirido, estando em curso o implemento das condições estipuladas pelo empregador para a aquisição de um benefício ou vantagem. 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Protege o empregado e não qualquer trabalhador.
Forma de justificar as desigualdades, equilíbrio entre as partes.
IN DUBIO PRO OPERARIO: 
Interpretação 
mais benéfica; 
Aplicado somente em caso
de dúvida sobre o alcance 
da norma legal.
PREVALÊNCIA DA
 NORMA MAIS FAVORÁVEL:
Está Implícita no art. 7º da CF/88;
Estabelece direitos mínimos
que são contemplados ou 
melhorados pela legislação
Ordinária ou vontade
Das partes.
PREVALÊNCIA DA
 CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA:
Vantagens já conquistadas
Que são mais benéficas
Ao trabalhador não podem
Ser modificadas para pior.
É a aplicação do direito Adquirido 
(art. 5º da, XXXVI, da CF)
PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS: 
Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador.
Ex: O Empregado não pode renunciar suas férias. O trabalhador somente poderá renunciar seus direitos através de conciliação ou transação por escrito, ou ainda se estiver em juízo. Evitando com isso fraudes.
PRINCÍPIOS DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: 
Consiste na maior duração possível do contrato individual de trabalho, já que o contrato individual de emprego fonte de subsistência pessoal e familiar do empregado;
Quanto mais demorada for a relação de emprego, maior será o equilíbrio pessoal e familiar do empregado.
Havendo também significativas vantagens para o empregador, que pode planejar suas rotinas de trabalho sem sobressaltos. 
Podemos encontrar este Princípio expressado no comando do art. 7º, I e XXI, da CF, e também nos art. 10 e 448 CLT
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE:
 Se houver divergência entre a concepção jurídica da relação e a realidade de fato da execução, prevalecerá a realidade de fato, quando favorável ao empregado;
Ocorrendo o oposto e sendo o empregado prejudicado pelo divórcio entre a concepção jurídica e a realidade fática do contrato, não se dá aplicação ao Princípio da primazia da realidade e considerar-se nula a alteração contratual lesiva ao trabalhador, beneficiando-o com a aplicação direta da norma proibidora da alteração prejudicial do contrato de emprego.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: 
Conceito egresso da consciência ética da sociedade. Não se aplica apenas no Direito do Trabalho, como em todos os contratos. 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: 
O ser humano deve proceder conforme a razão, de acordo como procederia qualquer homem médio ou comum.