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FACULDADE DE AMERICANA – FAM CURSO DE PSICOLOGIA LUANA DO NASCIMENTO PRIMO RESENHA CRÍTICA DO FILME “TEMPO DE DESPERTAR”. AMERICANA/SP 2017 LUANA DO NASCIMENTO PRIMO - RA: 20142959 RESENHA CRÍTICA DO FILME “TEMPO DE DESPERTAR”. Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de Psicologia Social Instituições e Comunidades, do curso de Psicologia da Faculdade de Americana - FAM, sob a orientação da Professora Aline Aleixo. AMERICANA/SP 2017 RESENHA CRITICA: O filme Tempo de Despertar traz a história de Leonard, um homem portador de uma doença desconhecida que teria sido diagnosticado ainda na infância, e que durante a trama está institucionalizado em um ambiente hospitalar, que atende pessoas com doenças crônicas, e que com a entrada de um novo médico muda algumas questões institucionais perante os pacientes que devido a um tratamento começaram a apresentar melhoras em seus estados de saúde. Frente a esse ambiente hospitalar inicial é possível observarmos descaso, superioridade, uma relação de poder dos médicos que atuavam naquele momento perante os pacientes, tendo uma questão bastante visível de controle diante de uma vigilância constante, assim como a questão do controle exercido até encima do corpo do mesmo, o que é possível compreendermos dentro das ideias abordadas por Foucault que propõe uma instituição na qual existe uma relação de hierarquia gerada pelo meio do controle e da disciplina exercidos em decorrência da constante vigilância desse individuo institucionalizado em posição inferior, assim como o panoptismo que remete a ambientes como o hospitalar, gerando um poder exercido de forma sutil, visto que presa pela individualidade de cada individuo, os tornando submissos através da vigilância, por meio da vigilância sem que o mesmo tenha real dimensionamento disso. No entanto após a entrada do novo médico a trama muda de contexto incidindo numa instituição mais voltada para as necessidades dos pacientes, indo além do cuidar, do vigiar e do comandar para manter a ordem, mas uma abordagem voltada para a busca da cura, o que é retratado na instituição de Bleger que traz a questão da psico-higiene, que ira apontar o psicólogo (no caso do filme o médico) deve ir além das barreiras das atividades psicoterápicas (dos cuidados básicos) buscando assim a cura do individuo que se encontra doente, uma vez que a psico-higiene busca a promoção da saúde e de uma sociedade, instituição sadia. Bleger assinala a necessidade de compreender as atividades humanas, bem como os efeitos que ela tem sobre as pessoas que compõem essa instituição, ponto este que pode ser observado quando o medico passa a notar os efeitos dessa relação de superioridade percebendo então que o tipo de abordagem utilizada estaria errada, pois aqueles pacientes mereciam mais cuidados que mereciam a chance de cura, passando então a trabalhar encima disso. O posicionamento deste acaba gerando alguns conflitos dentro da instituição que inicialmente não acredita na possibilidade de melhora dos pacientes, em seguida com a demonstração de que existiria sim essa probabilidade esses superiores passam a apoiar essa ideia trazendo assim varias mudanças positivas dentro da mesma. Portanto podemos Alencar novamente Bleger ao contexto, já que ele aponta para o conflito como grande ferramenta para o crescimento da instituição e de seus membros, desde que se procure a resolução deste, já que a proposta da mudança ira refletir diretamente em sua organização interna, desestabilizando-a, e quando encontrada a solução ou aceitação desta é possível então propiciar esse desenvolvimento institucional e de componentes. Por fim podemos compreender que o filme demarca-se em dois grandes momentos onde o primeiro compreende uma instituição de poder e submissão onde o sujeito perde inclusive o controle sobre o próprio corpo, e o segundo onde o medico faz a vez do psicólogo segundo a teoria de Bleger trazendo a questão do bem estar, da promoção da saúde para com os pacientes expondo a ideia de cura trazida pela psico-higiene. BIBLIOGRÁFIA: FERREIRA, Marcelo Santana. Polissemia do conceito de instituição: diálogos entre Goffman e Foucault. Revista ECOS - Estudos Contemporâneos da Subjetividade, Volume 2, Nº 1, 2012. https://psicarlaegidio.wordpress.com/2012/09/24/psicologia-institucional- e-psico-higiene-de-jose-bleger/
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