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1. Crimes contra a Administração Pública

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS�
O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos crimes funcionais, praticados por
determinado grupo de pessoas -funcionários públicos - no exercício de sua função, associado ou não com pessoa alheia aos quadros administrativos, impregnando o correto funcionamento dos órgãos do Estado. A propósito, a Administração Pública em geral - direta, indireta e empresas privadas prestadoras de serviços públicos, contratadas ou conveniadas - será vítima primária e constante, podendo, secundariamente, figurar no polo passivo eventual administrado prejudicado.
Crimes funcionais próprios x crimes funcionais impróprios
Funcionário público (conceito penal ≠ conceito administrativo)
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
CUIDADO!!
Tratando-se de Prefeito Municipal, veremos que os delitos trazidos pelo art. 1º do Decreto-lei 201/67
(delitos praticados por prefeitos e seus substitutos), embora funcionais, se desvinculam dos delitos
contra a Administração Pública definidos no Código Penal (arts. 312 a 326), constituindo figuras
penais autônomas e específicas, derrogando as normas gerais (só aplicamos os tipos do CP quando
inexistente, no referido Decreto-lei, tipos específicos).
	PECULATO
Peculato apropriação (art. 312, caput, 1ª parte, CP) e peculato desvio (art. 312, caput, parte final, CP: peculato próprio 
Peculato furto (art. 312, §1º, CP): peculato impróprio
Peculato culposo (art. 312, §2º, CP)
Objetividade jurídica: Em todas as modalidades de peculato, o bem jurídico tutelado é a Administração Pública, tanto em seu aspecto patrimonial, consistente na preservação do erário, como também em sua face moral, representada pela lealdade e probidade dos agentes públicos. Também se protege o patrimônio do particular, nas hipóteses em que seus bens estejam confiados à guarda da Administração Pública. Nesses casos, o crime é denominado de “peculato malversação”.
Objeto material: É o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular.
OBS! O pressuposto material do crime de peculato é a posse da coisa pela Administração Pública. O dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel precisa estar na posse do funcionário público. É necessário que se trate de posse lícita, vale dizer, em conformidade com a legislação em geral.
Núcleo do tipo: 
Art. 312, CP: No peculato apropriação o núcleo do tipo é “apropriar-se”, ou seja, posicionar-se em relação à coisa como se fosse seu proprietário (animus domini). No peculato desvio o núcleo do tipo é “desviar”, equivalente a distrair ou desencaminhar. 
Art. 312, §1º, CP: O tipo penal contém dois núcleos: “subtrair” e “concorrer” para a subtração. Elemento normativo do tipo: O art. 312, § 1.º, do Código Penal contém um elemento normativo, representado pela expressão “valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário”. A facilidade mencionada pelo texto legal é qualquer circunstância fática propícia à prática do delito, tal como a liberdade para ingresso ou permanência na repartição ou local em que estava a coisa subtraída ou a menor vigilância dos bens no tocante aos funcionários públicos em geral. O bem móvel não se encontra sob a posse do agente, mas sua posição funcional torna mais simples e segura a subtração. Daí falar que “a condição de funcionário, na espécie, não é causa, mas ocasião para o crime”.
Sujeito ativo: Funcionário público (crime próprio), em todas as modalidades. 
Sujeito Passivo: o Estado (principal). Secundariamente, a entidade de direito público ou o particular prejudicado pela conduta criminosa. 
Elemento subjetivo: No “peculato desvio” (CP, art. 312, caput, parte final) e no “peculato furto” (CP, art. 312, § 1.º), não há discussão: além do dolo, reclama-se um elemento subjetivo específico, representado pelas expressões “em proveito próprio ou alheio”. No tocante ao “peculato apropriação” (CP, art. 312, caput, 1.ª parte), inclina-se a doutrina no sentido de ser também imprescindível um elemento subjetivo específico, consistente no animus rem sibi habendi, isto é, a intenção definitiva de não restituir o objeto material ao seu titular.
Consumação: O peculato apropriação é crime material ou causal. Consuma-se no instante em que o sujeito passa a se comportar como proprietário da coisa móvel, isto é, quando ele transforma em domínio a posse ou detenção sobre o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel (exemplos: alienação, disposição ou retenção do bem etc.). O peculato desvio igualmente é crime material. Sua consumação depende da produção do resultado naturalístico, o qual se verifica no momento em que o funcionário público confere à coisa móvel destinação diversa da legalmente prevista, pouco importando se a vantagem almejada é por ele alcançada. O peculato furto também é crime material. Sua consumação reclama a efetiva subtração da coisa móvel, com a consequente inversão da posse do bem, que sai da esfera de vigilância da Administração Pública e ingressa na livre disponibilidade do agente, ainda que por breve período. 
Tentativa: é possível em todas as formas do peculato doloso. 
Peculato culposo (art. 312, §2º, CP): Crime de “concurso não intencional” (conduta culposa do funcionário público + conduta dolosa de terceiro)
Reparação do dano no peculato culposo
	PECULATO MEDIANTE O ERRO DE OUTREM
	INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
	MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES
	EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
	EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
	CONCUSSÃO E EXCESSO DE EXAÇÃO
Tutela-se, no caso, a Administração Pública em um de seus princípios básicos: a moralidade. Além disso, em plano secundário, busca-se a proteção do patrimônio do particular constrangido pelo ato criminoso do agente. Em virtude das penas cominadas, nenhum dos benefícios da Lei 9.099/95 será cabível.
Sujeitos do crime: Ativo, será o funcionário público. Passivo, é a Administração Pública, concomitantemente com a pessoa constrangida, podendo ser esta particular, ou mesmo outro funcionário.
Conduta: “exigir” o agente, por si ou por interposta pessoa, explícita ou implicitamente, vantagem indevida, abusando da sua autoridade pública como meio de coação (concussão ≠ corrupção passiva). OBS!! Deve o agente deter competência para a prática do mal temido pela vítima. Faltando­ -lhe poderes para tanto, mesmo que servidor, outro será o crime (extorsão). 
Elemento subjetivo: dolo. Não há previsão de modalidade culposa. 
Consumação e tentativa: o crime se consuma com a exigência feita pelo funcionário público (crime formal). Admite-se a tentativa. 
	CORRUPÇÃO PASSIVA
Objetividade jurídica: é a Administração Pública, em especial a probidade do agente público. 
Objeto material: é a vantagem indevida.
Espécies de corrupção passiva: 1) própria e imprópria; 2) antecedente e subsequente. 
Sujeitos do crime: ativo, é o funcionário público (crime próprio). Passivo, é o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa. 
Núcleo do tipo: “solicitar”, “receber”, “aceitar” (tipo penam misto alternativo). 
Corrupção ativa e corrupção passiva: independênciados tipos penais
Elemento subjetivo: é o dolo, com fim especial de agir (“para si ou para outrem”). 
Consumação e tentativa: no momento em que o funcionário público solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida (crime formal). É possível a tentativa. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL IV
PROFª: ANA KARMEN FONTENELE DE CARVALHO
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�
� Foi aprovada a Lei nº 12.846/13 (em vigor a partir de fevereiro de 2014), que dispõe�a respeito da responsabilização administrativa e civil (não criminal) de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Ad ministração Pública, nacional ou estrangeira. Esta Lei define os atos lesivos�à Ad ministração, que caracterizam, especialmente, corrupção e ilicitude na seara de licitações e�contratos (art. 52). Bem assim, é prevista responsabilização administrativa, consistente em multa e�publicação extraordinária da sentença condenatória (art. 6º). A Lei igual mente estabelece o procedimento para a responsabilização administrativa (arts. 8º a 15), prevê acordo de leniência (arts. 16�e 17) e destaca que a responsabilidade administrativa não afasta a possibilidade de punição na esfera judicial (art. 18), nem im pede as sanções decorrentes de ato de improbidade e da Lei nº 8.666/93�(art. 30). Destaca-se, ademais, que a Lei nº 12.846/13 cria, no âmbito do Poder Executivo federal, o�Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP (art. 22) e determina que os órgãos e entidades dos�Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas devem informar e manter atualizados,�para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, os dados�relativos às sanções administrativas, por eles aplicadas, que decorrerem dos arts. 87 e 88 da Lei�nº 8.666/93. Por fim, estabelece o art. 25 que as infrações de que trata esta Lei prescrevem em cinco�a nos, contados da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada,�do dia em que houver cessado.

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