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3. Crimes contra a Administração. Parte III

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO II. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES
	USURPAÇÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA
	RESISTÊNCIA
A resistência é uma forma mais grave de desobediência, crime tipificado pelo art. 330 do Código Penal, em razão do emprego em sua prática de violência ou ameaça.
Objetividade jurídica: é a Administração Pública, relativamente a sua autoridade e prestígio. 
Objeto material: É o funcionário público competente para a execução do ato legal ou o particular que lhe presta auxílio.
Espécies de resistência:
Resistência ativa (vis corporalis ou vis compulsiva) é a que se caracteriza pelo emprego de violência ou ameaça ao funcionário público ou ao particular que lhe presta auxílio, com o propósito de impedir a execução de ato legal. A conduta se amolda à descrição típica contida no art. 329, caput, do Código Penal, configurando o crime de resistência. Resistência passiva (vis civilis), por sua vez, é a oposição à execução de ato legal sem a utilização de violência ou ameaça ao funcionário público ou a quem lhe auxilia, motivo pelo qual é também chamada de “atitude ghândica”. Não se verifica o crime de resistência, subsistindo, porém, o delito de desobediência (CP, art. 330).
Núcleo do tipo: “opor-se” (impedir ou obstruir a execução de ato legal). 
Sujeitos do crime: ativo, será qualquer pessoa (crime comum). Passivo, será o Estado (União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal), desprestigiado na sua autoridade e função pública, é o sujeito passivo primário. O funcionário público agredido ou ameaçado, bem como o terceiro que lhe presta auxílio (solicitado ou não), podem também ser vítimas (secundárias) do crime de resistência.
Elemento subjetivo: é o dolo, com fim especial de agir. 
Consumação e tentativa: O delito se consuma com a prática da violência ou ameaça, ainda que frustrada a oposição empreendida para impedir a execução do ato (delito formal ou de consumação antecipada). Aliás, o sucesso do opositor redunda em pena qualificada (§ 1 °). 
	DESOBEDIÊNCIA
O crime de desobediência apresenta pontos em comum com o delito de resistência (CP, art. 329). Deste se diferencia, entretanto, pela ausência de emprego de violência ou ameaça ao funcionário público competente, daí resultando o tratamento menos severo dispensado pelo legislador.
Objetividade jurídica: é a Administração Pública, especificamente no tocante à autoridade e ao respeito devidos às ordens legais emitidas pelos funcionários públicos em geral.
Objeto material: é a ordem legal, emanada de funcionário público. 
Sujeitos do crime: ativo, é qualquer pessoa vinculada a ordem (crime comum). Passivo, é o Estado e, mediatamente, o funcionário público emissor da ordem legal injustificadamente descumprida.
Elemento subjetivo: é dolo, sem fim especial de agir. Não há modalidade culposa. 
Consumação e tentativa: A ordem legal emitida pelo funcionário público pode consubstanciar um comportamento comissivo (o particular deve fazer algo) ou omissivo (o particular deve abster-se de fazer algo) da parte do seu destinatário. Na primeira situação, o crime se consuma no momento em que o sujeito deixa de fazer o que fora determinado pelo funcionário público. Na última situação, o crime de desobediência é unissubsistente: consuma-se no instante em que o destinatário da ordem legal realiza a ação que deveria ser evitada. Crime formal. 
	DESACATO
Objetividade jurídica: é a Administração Pública, especialmente no tocante ao desempenho normal, à dignidade e ao prestígio da função exercida em nome ou por delegação do Estado. Secundariamente, também se resguarda a honra do funcionário público.
Objeto material: é o funcionário público contra quem se dirige a conduta criminosa. 
Núcleo do tipo: “desacatar”, ou seja, realizar uma conduta objetivamente capaz de menosprezar a função pública exercida por determinada pessoa. Crime de forma livre. 
Sujeitos do crime: ativo, é qualquer pessoa (crime comum). Passivo, é o Estado, assim como o funcionário público lesado com a conduta criminosa. 
Elemento subjetivo: É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de causar desprestígio à função pública, ofendendo a dignidade do cargo público ocupado pelo agente público.
Consumação: Dá-se no momento em que o agente pratica atos ofensivos ou dirige palavras ultrajantes ao funcionário público, com o propósito de menosprezar as relevantes funções por ele exercidas. Tentativa: não se admite (divergência doutrinária). 
	TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
	CORRUPÇÃO ATIVA
Objetividade jurídica: O bem jurídico penalmente protegido é a Administração Pública. Busca-se impedir a atuação ilícita de particulares na atividade administrativa, que não pode se converter em palco para negociações espúrias relativas aos atos dos funcionários públicos.
Objeto material: é a vantagem indevida.
Núcleo do tipo: “oferecer” e prometer” vantagem indevida.
Sujeitos do crime: é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo: é o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica lesada pela conduta criminosa.
Elemento subjetivo: é o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo específico), consistente em determinar o funcionário público a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Consumação e tentativa: Consuma-se com a oferta ou promessa de vantagem indevida ao funcionário público, independentemente da sua aceitação. Também é prescindível a prática, omissão ou retardamento do ato de ofício. É cabível a tentativa. 
 
	CONTRABANDO E DESCAMINHO
Objetividade jurídica: Em ambos os crimes o bem jurídico penalmente protegido é a Administração Pública. No descaminho, destaca-se o interesse patrimonial do Estado, em face do prejuízo na arrecadação dos tributos devidos. Já no contrabando há ênfase na proteção da saúde, da moralidade administrativa e da ordem pública, como corolário da proibição no território nacional das mercadorias importadas ou exportadas. 
Objeto material: É a mercadoria contrabandeada, ou, no caso do descaminho, os tributos não recolhidos.
OBS! O crime de contrabando, definido na 1.ª parte do art. 334, caput, do Código Penal, tem natureza genérica ou residual, ou seja, somente será aplicado quando a importação ou exportação de mercadoria proibida não configurar algum crime específico.
* Princípio da insignificância: é possível somente quanto ao crime de descaminho. 
Núcleo do tipo: No contrabando, os núcleos do tipo são “importar” e “exportar” mercadoria proibida. No descaminho o núcleo do tipo é iludir, ou seja, enganar, ludibriar, frustrar o pagamento de tributo devido pela entrada ou saída de mercadoria do território nacional. Iludir traz a ideia de fraude: o sujeito se vale de um meio enganoso para dar a impressão, perante as autoridades fiscais, de não praticar conduta tributável. Portanto, se o agente simplesmente deixa de recolher os tributos devidos pela entrada ou saída de mercadoria permitida no território nacional, sem se valer de meio fraudulento, estará concretizado um mero ilícito tributário, e não o crime de descaminho.
Sujeito ativo: O contrabando e o descaminho são crimes comuns ou gerais, pois podem ser praticados por qualquer pessoa, inclusive pelo funcionário público, desde que não possua o especial dever (funcional) de impedir o contrabando ou descaminho (art. 334, caput, CP). 
Sujeito passivo: é o Estado
Elemento subjetivo: dolo, sem finalidade específica. Não há modalidade culposa. 
Consumação e tentativa: 
DESCAMINHO: desnecessidade de esgotamento da via administrativa (constituição definitiva do débito tributário) para consumação do crime de descaminho. O descaminho se aperfeiçoa com a liberação pela alfândega, sem o pagamento dos impostos inerentes. Admite-se a tentativa. 
CONTRABANDO: Na importação ou exportação de mercadoria proibida com passagem pelos órgãosalfandegários, o delito se consuma quando transposta a barreira fiscal (liberada pela autoridade competente), mesmo que mercadoria não tenha chegado ao seu destino. Já na hipótese de ingressa ou sair por meios ocultos (clandestinos), a consumação depende da transposição das fronteiras do país. Se vier por navio, é necessário que este atraque em território nacional. De igual maneira, se transportada a mercadoria por avião, exige-se o pouso. A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando, à semelhança do delito anterior, define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens (Súmula 1 5 1 do STJ). A tentativa pode ocorrer quando, por exemplo, preparado para entrar ou sair do país com a mercadoria proibida, o agente tem sua conduta interrompida por circunstâncias alheias à sua vontade.
	
Sabe-se que o STF consolidou o entendimento de que a constituição definitiva do crédito tributário, nos crimes materiais contra a ordem tributária, é condição para a tipicidade (súmula vinculante n° 24). Daí surge a questão: isso se estende ao descaminho? A resposta pressupõe a solução de outa indagação: o descaminho é crime formal ou material?
O STF tem decidido que se trata de crime formal e, portanto, não se exige efetivo prejuízo ao erário para a consumação; basta a ilusão de direito ou imposto. Em decorrência desse entendimento, a orientação do tribunal se dá na direção de que o esgotamento da via administrativa é dispensável.
Uma sucessão de normas sobre o assunto, além de causar o cancelamento da Súmula 560 do STF ("a extinção da punibilidade, pelo pagamento do tributo devido, estende-se ao crime de contrabando ou descaminho, por força do art. 18, § 2°, do Decreto-lei 157167'', provocou séria dúvida na doutrina e na jurisprudência: será que o recolhimento oportuno do tributo sonegado extingue a punibilidade do delito de descaminho?
Embora a Lei 9.249/95 tenha restaurado a possibilidade de extinção da punibilidade pelo pagamento do tributo apenas com relação aos crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90), nada justifica,à luz do princípio constitucional da igualdade, que tal benefício não se estenda também ao autor do crime de descaminho, dada a sua natureza de deliro contra a ordem tributária em que se objetiva impedir a importação e exportação de bens e produtos sem o pagamento dos impostos e taxas devidos.
	IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO OU FRAUDE EM CONCORRÊNCIA
	INUTILIZAÇÃO DE SELO OU SINAL 
	SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
	SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL IV
PROFª: ANA KARMEN FONTENELE DE CARVALHO
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