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26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Orçamento Público Aula 5 - Ciclo Orçamentário Ampliado INTRODUÇÃO O desenvolvimento sustentável de um país pressupõe a existência de um processo de planejamento estruturado que direcione a administração pública para o atendimento das demandas sociais, promova o crescimento econômico sustentável e a melhoria da qualidade de vida. A Constituição Federal de 1988, por meio da instituição de três leis, estabeleceu a relação entre os instrumentos que compõem o processo de planejamento e programação orçamentária do setor público: a Lei do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Essas três leis interagem em um processo integrado, contínuo, dinâmico e �exível, conhecido como ciclo orçamentário ampliado. 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= OBJETIVOS Analisar a inter-relação entre os instrumentos de planejamento e programação orçamentária – PPA, LDO e LOA –, situando seus respectivos tempos funções. 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= CICLO ORÇAMENTÁRIO A Constituição Federal de 1988 (CF/88) introduziu expressivas mudanças no processo de preparação do orçamento público. O planejamento de médio prazo se tornou obrigatório, e os Poderes Executivo e Legislativo foram envolvidos mais efetivamente no processo, interagindo na �xação de metas e prioridades para a administração pública, no estabelecimento de políticas públicas e diretrizes para a elaboração dos orçamentos, e no controle, entre outros aspectos. Essas mudanças derivadas do texto constitucional acarretaram alterações no ciclo orçamentário. Podemos de�nir ciclo orçamentário como uma sequência de etapas, dotadas de características próprias, que se repetem em períodos predeterminados, dentro dos quais os orçamentos são elaborados, discutidos, aprovados, executados, avaliados e julgados. De modo geral, a literatura especializada apresenta o ciclo orçamentário como um processo restrito à LOA, formado por um conjunto integrado por quatro etapas (Figura 5.1), que se repete continuamente ao longo dos anos: Elaboração e apresentação do Projeto De Lei Orçamentária Anual (Ploa); Discussão e aprovação do Ploa, transformando-o na Lei Orçamentária Anual (LOA); Programação e execução da LOA; Avaliação e controle da execução. CICLO ORÇAMENTÁRIO AMPLIADO Com as mudanças introduzidas pela Constituição Federal de 1988, o processo de elaboração do orçamento foi integrado ao planejamento, ampliando a abrangência do ciclo orçamentário. O modelo orçamentário brasileiro de�nido no art. 165 do texto constitucional de 1988 é composto por três instrumentos – o PPA, a LDO e a LOA – que devem funcionar de maneira integrada, como se depreende a partir do que dispõe o art. 166, § 3º, I, e § 4º: As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modi�quem somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes [...]. De igual modo, a necessidade de articulação entre os três instrumentos preconizados pela CF/88 (Figura 5.2) é reforçada pelo art. 167, § 1º, que estabelece: Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício �nanceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. A ARTICULAÇÃO ENTRE OS TRÊS INSTRUMENTOS PRECONIZADOS PELA CF/88. 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Fonte da Imagem: Mognatti (2008) descreve, de modo sucinto, o processo de apreciação do orçamento no Congresso Nacional. Ele reconhece que é o Poder Executivo que determina a formação da agenda para o conjunto de políticas públicas a serem formalizadas no orçamento. No âmbito do Poder Legislativo Federal, a apreciação das peças orçamentárias cabe à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) (Art. 166, § 1º, I e II, CF), composta por 30 deputados federais e dez senadores da República, com igual número de suplentes, regida pela Resolução nº 1 do Congresso Nacional, de 26 de dezembro de 2006 (Resolução nº 1/06-CN). A CMO emite parecer e delibera sobre os projetos de lei do plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e suas alterações (créditos adicionais), além de outras matérias de cunho orçamentário. Em seu âmbito são apresentadas as emendas aos projetos para inclusão dos interesses dos parlamentares, respeitando os prazos, limites e condições determinados pela Resolução. Cada proposta de PPA, LDO ou LOA recebe proposições acessórias durante sua tramitação, que auxiliarão na análise das proposições principais e determinarão regras para a atuação dos relatores e a apresentação de emendas. Dentre essas proposições acessórias destacam-se o parecer preliminar, os relatórios setoriais (somente no caso do projeto da LOA), as emendas e os destaques. (Fonte: Página eletrônica da Câmara dos Deputados Federais) Sanches (1993), a partir dos dispositivos constitucionais, identi�cou um conjunto de oito fases que compõem o ciclo orçamentário ampliado. São elas: Formulação do planejamento plurianual; Apreciação e adequação do plano plurianual; Proposição de metas e prioridades e formulação da política de alocação de recursos; Apreciação e adequação da LDO; Elaboração da proposta de orçamento; Apreciação, adequação e autorização legislativa; Execução dos orçamentos aprovados; Avaliação da execução e julgamento das contas. Clique nos títulos abaixo. FORMULAÇÃO DO PLANEJAMENTO PLURIANUAL Competência: Poder Executivo. Consiste na formulação da proposta do Projeto de Lei do Plano Plurianual (PLPPA), estabelecendo, de forma regionalizada, em atendimento ao art. 165, § 1º, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. A formulação do planejamento plurianual compreende as seguintes etapas: Elaboração de diagnóstico da situação atual; Estabelecimento de uma visão de futuro; De�nição de prioridades; Estabelecimento das estratégias para implementação das políticas públicas; Formulação de programas destinados a alterar a situação atual. APRECIAÇÃO E ADEQUAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL Competência: Poder Legislativo. Consistem no processo de discussão, alteração e aprovação do PLPPA, pelo Poder Legislativo, envolvendo um conjunto de atividades que podem ser classi�cadas em quatro etapas: 1° Recepção do PLPPA – O projeto é recebido pelo Congresso Nacional e remetido à Comissão Mista de Planos e Orçamentos Públicos (CMO); é designado, então, um relator e estabelecido um prazo para a apresentação de emendas; 2° Proposição de emendas – Os parlamentares preparam as propostas de alteração do PLPPA por meio da elaboração de emendas enviadas à CMO; 3° Apreciação do PLPPA e das emendas na CMO – O relator analisa as emendas e emite seu parecer sobre cada uma. Na sequência, o PLPPA é colocado em discussão pelo Plenário da Comissão, que emite o parecer da Comissão e envia ao Presidente do Congresso Nacional o projeto aprovado; 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=4° Decisão pelo Congresso Nacional – Consiste na discussão, votação e aprovação do PLPPA, que é autografado e remetido ao Chefe do Poder Executivo, para sanção. PROPOSIÇÃO DE METAS E PRIORIDADES E FORMULAÇÃO DA POLÍTICA DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS Competência: Poder Executivo. Trata-se da elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que, nos termos do art. 165, § 2º, da CF/88, compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública Federal – incluindo as despesas de capital para o exercício �nanceiro subsequente –, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências �nanceiras o�ciais de fomento. APRECIAÇÃO E ADEQUAÇÃO DA LDO Competência: Poder Legislativo. Consiste no processo de discussão, alteração e aprovação do PLDO pelo Poder Legislativo, de modo a assegurar o alinhamento da lei orçamentária com a lei do plano plurianual. Os deputados e senadores discutem na CMO a proposta enviada pelo Executivo, fazem as modi�cações que julgarem necessárias por meio das emendas e votam o projeto. Estas só são apreciadas se estiverem compatíveis com o PPA e não contrariarem as normas de funcionamento da Comissão. ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE ORÇAMENTO Competência: Poder Executivo. Consiste no processo de elaboração do PLOA para o exercício seguinte, que se desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e engloba um conjunto articulado de tarefas complexas, além de um cronograma gerencial e operacional com especi�cação de etapas, produtos e agentes participantes (os órgãos central e setoriais, bem como as unidades orçamentárias), o que pressupõe a constante necessidade de tomada de decisões nos seus vários níveis; Clique aqui (galeria/aula5/docs/pdf_T5d.pdf) e veja o complemento deste conteúdo. APRECIAÇÃO, ADEQUAÇÃO E AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA Competência: Poder Legislativo. Consiste no debate, na alteração e na aprovação do Ploa, tarefas de elevada complexidade e abrangência. Os trabalhos se iniciam mesmo antes do recebimento da proposta de Ploa e se desdobram em seis etapas: Organização das atividades; Recepção e divulgação do projeto; Estabelecimento de normas e proposição de emendas; Apreciação pelas relatorias parciais e setoriais; Compatibilização e consolidação dos relatórios setoriais; Decisão pelo Congresso Nacional. EXECUÇÃO DOS ORÇAMENTOS APROVADOS Competência: Executivo. É por meio da execução orçamentária que efetivamente são implementadas as políticas públicas. Executar a LOA consiste em um processo complexo e abrangente que ocorre em duas frentes: (1) a arrecadação das receitas previstas; e (2) o gasto das dotações autorizadas. A execução é normatizada por diversas leis, como a Lei nº 4.320/64 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm), a Lei nº 8.666/93 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm) (Lei de Licitações), a Lei Complementar nº 101/00 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm) (LRF) e a LDO, que estabelecem cronogramas, limites e regras do tratamento a ser dado para a obtenção e o gasto dos recursos públicos. Em uma visão mais ampla, a execução orçamentária deve buscar a excelência na arrecadação e utilização dos recursos públicos, de modo a atender com economicidade, e�ciência, e�cácia, e efetividade as necessidades da população, tendo por paradigma os princípios constitucionais que regem a Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e E�ciência. AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO E JULGAMENTO DAS CONTAS Competência: Legislativo. Essa avaliação é um processo permanente, cuja maior parte ocorre concomitantemente à execução orçamentária e está relacionada com o controle externo, que tem como alicerce a independência dos Poderes. Por essa razão, não deve haver hierarquia direta entre eles, mas, sim, funcionar de acordo com o princípio da separação dos Poderes, cada um exercendo suas funções típicas e atípicas, controlando uns aos outros em um sistema de freios e contrapesos. Segundo Hely Lopes Meirelles, o controle externo é o que se realiza por órgão estranho à Administração responsável pelo ato controlado, como, por exemplo: Judiciário controla o Executivo e o Legislativo, veri�cando a constitucionalidade dos atos praticados e dos projetos de lei sancionados; 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= O Executivo controla o Judiciário, indicando membros para o Superior Tribunal Federal (STF); O Legislativo controla o Executivo e o Judiciário, quando pratica o ato de sabatinar os Ministros indicados para o STF; O Executivo controla o Legislativo por meio da sanção ou do veto de dispositivos de leis aprovadas; O Legislativo aprecia as contas do Executivo e do Judiciário. A partir da CF/88, o Tribunal de Contas da União (TCU), como órgão de assessoramento do Poder Legislativo, assumiu competência para exercer a �scalização contábil, �nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade e à �scalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas. DINÂMICA DO CICLO ORÇAMENTÁRIO AMPLIADO Fonte da Imagem: 1ZiMa / Shutterstock O PPA vigora por um período de quatro anos, a cada ano correspondendo uma LDO e uma LOA. Buscando tornar contínuo e encadeado o processo de planejamento e de execução dos programas na dinâmica de sucessão governamental, as datas de início e término do PPA não coincidem com o mandato do Chefe do Poder Executivo. Isso signi�ca que, quando um novo Chefe do Executivo assume, ele tem de executar a LOA correspondente ao último ano do PPA, ambos elaborados por seu antecessor. No transcurso do primeiro ano do seu mandato, ele elabora um novo PPA e uma nova LOA, que executará por três anos, até o �m do seu mandato – deixando para o seu sucessor a execução do último ano de vigor do “seu” PPA e da correspondente LOA. Esse processo tem como balizadores a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei nº 4.320/64. É importante notar que, quanto aos períodos em que os três instrumentos de planejamento e programação orçamentária vigoram (PPA: 4 anos; LDO: 18 meses; LOA: 1 ano), o ciclo de cada um deles se inicia na fase de elaboração – portanto, antes do início do vigor como lei – e se estende para além dos respectivos términos, adentrando a fase de avaliação e julgamento das contas. Clique aqui (glossário) e tenha uma visão abrangente do ciclo orçamentário ampliado, situando a dinâmica dos seus diferentes componentes. 1) A Constituição Federal de 1988 (CF/88) introduziu expressivas mudanças no processo de preparação do orçamento público. Entre elas, é correto a�rmar: O planejamento de longo prazo se tornou obrigatório. O planejamento de médio prazo se tornou obrigatório. Houve a substituição da Lei nº 4.320/64 pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A CF/88 introduziu o conceito de orçamento-programa. 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= A CF/88 introduziu a �gura da sanção presidencial. Justi�cativa 2) A partir dos dispositivos constitucionais, identi�ca-se um conjunto de oito fases que compõem o ciclo orçamentário ampliado. Entre as alternativas a seguir, assinale a que não representa uma dessas fases: Formulação do planejamento plurianual. Apreciação e adequação do plano plurianual. Proposição de metas e prioridades. Apreciação e adequação da LDO. Alinhamento da LDO à Lei de Responsabilidade Fiscal. Justi�cativa 26/04/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048181&classId=931684&topicId=2653393&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=Glossário
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