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FARMACOLOGIA ATUAL BIOTECNOLOGIA: Desenvolvimento de produtos por processos biológicos: tecnologia do DNA recombinante, a cultura de tecidos, fabricação de proteínas terapêuticas produção de animais transgênicos. FARMACOGENÉTICA: é o conjunto de respostas genéticas na utilização de fármacos. FARMACOGENÔMICA: capacidade de usar informações genéticas para escolha de um fármaco. MEDICAMENTO ALOPÁTICO Medicamento é toda substância química que tem ação profilática, terapêutica ou que atua como auxiliar de diagnóstico. As vacinas têm ação profilática, isso é, atuam na prevenção de doenças e sintomas. Os antibióticos e os antitérmicos têm ação terapêutica, isto é, atuam na cura ou alívio de enfermidades e sintomas Os contrastes radiológicos atuam como auxiliares de diagnósticos Existem ainda medicamentos que são utilizados para evitar complicações (antihipertensivos) ou para suplementação (insulina). CONCEITOS IMPORTANTES Remédio: sentido mais amplo que medicamento. O remédio compreende tudo que é empregado para a cura de uma doença. Pouco empregado em linguagem cientifica. Placebo: tudo que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na ausência). FORMAS FARMACÊUTICAS - Os medicamentos são apresentados pra gente de diferentes formas farmacêuticas, e as formas farmacêuticas são usadas pra nos garantir: segurança na dose precisão, facilidade praticidade controle de liberação controle do tempo de absorção palatabilidade Ou seja, a forma farmacêutica é um instrumento pra nos garantir adesão ao tratamento por parte do nosso paciente. Toda forma farmacêutica tem um princípio ativo, que é a substância responsável pelo efeito farmacológico do medicamento, que tem os excipientes. Excipientes – são as substâncias que ajudam a compor a forma farmacêutica, mas que por definição não tem efeito farmacológico. Esses excipientes ajudam a gente a dividir as formas farmacêuticas em sólidas, líquidas, gasosas e semi-sólidas. SÓLIDAS - Formas farmacêuticas sólidas mais comuns: Comprimidos: Formas sólidas de um pó medicamentoso, preparado por compressão. Comprimidos com ranhura – permitem uma divisão equilibrada da dose Comprimido com revestimento entérico – resiste à dissolução no pH ácido do estômago, mas dissolve-se no pH alcalino do intestino. Utilizados para fármacos que são destruídos ou inativados pelo pH ácido. Não devem mastigados ou triturados. Comprimidos de ação prolongada (retard) ou de libertação controlada – Preparados para serem absorvidos de forma gradual. Drágeas Comprimidos revestidos: proteger fármacos perecíveis contra a decomposição mascarar gosto ou odor desagradável facilitar a deglutição permitir codificação pela cor Cápsulas: e.g. de gelatina, contendo o fármaco em pó ou na forma granulada. Preparados nos quais uma ou mais substâncias são colocadas dentro de um invólucro gelatinoso, que se dissolve no tubo gastrointestinal e liberta o medicamento para ser absorvido. Forma adequada para administração de fármacos com sabor desagradável. Devem ser deglutidas inteiras. Supositórios e outros. LÍQUIDAS - Formas farmacêuticas líquidas: gotas, xaropes, solução, suspensão e os medicamentos usados de maneira injetável. Gotas Aerosóis: Fármacos sólidos ou líquidos em suspensão pulverizada - Aplicações transdérmicas Xaropes: Fármacos dissolvidos numa solução concentrada de açúcar Dissimular o sabor desagradável Solução Suspensão: partículas sólidas do fármaco insolúveis, dispersas em H2O. Misturas de partículas sólidas em meio líquido. As partículas precipitam quando a solução fica em repouso Agitar antes da administração – distribuição uniforme das partículas Emulsão: dispersão de gotículas de solução de fármaco em outro fluido (óleo ou H2O). Comprimidos Efervescentes SEMI-SÓLIDAS: Géis Loções Ungüentos Pastas Cremes Pomadas GASOSAS: aquelas que têm um gás propelente com recipiente. São usadas por VIA INALATÓRIA. ***Essas formas farmacêuticas precisam de um caminho pra chegar no corpo que são chamadas de Via de Administração. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: dividem-se em dois grandes grupos: Vias Enterais e Parenterais. ENTERAIS PARENTERAIS Oral Bucal Sublingual Retal DIRETAS* INDIRETAS** Intravenosa Intramuscular Subcutânea Intradérmica Intra-arterial Intracardíaca Intratecal Peridural Intra-articular Cutânea Respiratória Conjuntival Geniturinária Intracanal *O acesso às mesmas se faz por injeção **O acesso a elas prescinde de injeção Vias Enterais são aquelas que passam pelo trato gastrintestinal. Via Oral – mais segura, mais barata, mais econômica, mais fisiológica e mais flexível, pois permite ação local, sistêmica, indolor e com certeza é a via mais utilizada em todas as esferas na medicina. Desvantagens: absorção variável (ineficiente) período de latência médio a longo ação dos sucos digestivos Interação com alimentos pacientes não colaboradores (inconscientes) sabor Fenômeno de primeira passagem pH do trato gastrintestinal Via Bucal / Via Sublingual: Propicia absorção rápida de pequenas doses de alguns fármacos, devido ao suprimento sanguíneo e a pouca espessura da mucosa absortiva. Fácil acesso e aplicação Circulação sistêmica Latência curta = Emergência Formas farmacêuticas: comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois, etc... Desvantagens: Pacientes inconscientes Irritação da mucosa Dificuldade em pediatria Via Retal: Circulação sistêmica Pacientes não colaboradores (semi-conscientes, vômitos) Impossibilidade da via oral Impossibilidade da via parenteral Ocorre redução da eliminação de primeira passagem (50%). Formas farmacêuticas: supositórios e enemas Desvantagens: Lesão da mucosa Incômodo Expulsão Absorção irregular e incompleta VIAS PARENTERAIS: são aquelas que NÃO passam pelo trato gastrintestinal. Dividem-se em dois grandes grupos: Parenterais Diretas e Indiretas. Diretas: são aquelas injetáveis. Ação sistêmica do medicamento. Intravenosa: O medicamento é aplicado profundamente no musculo. Rápida absorção do medicamento. Praticamente 100% de biodisponibilidade do medicamento. Pode ser tanto pra uso imediato quanto fazer depósito de medicamento garantindo uma ação prolongada desse medicamento. Vantagens: Principal vangatem: efeito imediato, embora a gente não possa deixar de lado o fato de a gente ter um medicamento 100% biodisponível e com precisão de dose. propicia efeito imediato biodisponibilidade de 100% níveis plasmáticos previsíveis não ocorre absorção Indicações: emergências médicas e doenças graves infusão de grandes volumes Desvantagens: Na via intravenosa pode usar qualquer volume embora tenha a restrição de só poder usar soluções aquosas. Efeito imediato necessita pessoal treinado necessita assepsia adequada Incômodo para o paciente menor segurança (efeitos tóxicos e adversos) maior custo a menos segura de todas as vias injeção rápida (em bolo) causa aumento da concentração e portanto maior toxicidade Intramuscular: – mais segura do que a administração intravenosa. Permite aplicações de soluções aquosas, oleosas ou suspensão, mas tem a restrição do volume a ser aplicado. A absorção depende do fluxo sanguíneo local e do grupo muscular utilizado (músculo deltóide > velocidade de absorção). Vantagens: Efeito rápido com segurança Via de depósito ou efeitos sustentados Fácil aplicação Desvantagens: dor desconforto dano tecidual (lesão de nervos) Hematoma Subcutânea: formas farmacêuticas que liberam pequenas e constantes quantidades de droga. Formas Farmacêuticas soluções, suspensões e “pellets”. Limitações: inadequada para grandes volumes (entre 0,5 a 2 mL, máx.) inadequada para substâncias irritantes Inconvenientes dor e fibrose local Indiretas - NÃO passam pelo trato gastrintestinal, mas não são medicamentos injetáveis. Administrações intrapenal, intraocular, intranasal, intravaginal e a aplicação tópica oudérmica. Cutânea: Absorção depende: área de exposição, difusão do fármaco (lipossolubilidade), estado de hidratação da pele. Formas Farmacêuticas: soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, geléias e adesivos sólidos (para absorção sistêmica). Métodos de Administração: aplicação, fricção e banhos. Formas Farmacêuticas: cremes, pomadas, géis, soluções, suspensões Inalatória: Compreende a mucosa nasal até os alvéolos pulmonares. Efeitos locais e sistêmicos. Inalação de gases ou pequenas partículas líquidas ou sólidas geradas por nebulização ou aerossóis Vantagens: permite a aplicação de pequenas doses com diminuição dos efeitos adversos administração local para efeito sistêmico pela mucosa nasal Limitações: obstrução brônquica excreção brônquica aumentada Fatores que determinam a escolha da via: Efeito local ou sistêmico da droga Propriedades da droga e da forma farmacêutica administrada Idade do paciente Conveniência Tempo necessário para início do tratamento Duração do tratamento Obediência do paciente ao regime terapêutico. CURVA DE CONCENTRAÇÃO ***Todas as vias de administração se traduzem no nosso corpo do que a gente chama de curva de concentração plasmática em função do tempo, que é uma tradução de quanto o medicamento vai ficar disponível no corpo. Para a construção da curva de concentração plasmática em função do tempo a gente usa como parâmetros a CME (concentração mínima efetiva), ou seja, quantidade de fármaco a partir do qual ele é capaz de desencadear efeito. CMT (concentração máxima tolerável ou tóxica) – é a concentração a partir da qual o fármaco começa a desencadear efeito tóxico. FAIXA TERAPÊUTICA – é a distância entre a CME e CMT que é um parâmetro de segurança de um fármaco. Quanto mais larga for a faixa terapêutica mais seguro o fármaco é. TEMPO DE LATÊNCIA – é o intervalo necessário entre a tomada do medicamento e inicio do efeito. É um parâmetro que serve para calcular o momento da administração da segunda dose do medicamento para o paciente. Usa-se T2 – Tempo de latência para determinar o tempo exato da aplicação da segunda dose do medicamento. Essa curva de concentração plasmática em função do tempo é na verdade traduzir dos três processos pelos quais o fármaco passa a partir do momento que ele entre no corpo. FASE BIOFARMACOTÉCNICA –FASE FARMACOCINÉTICA – FASE FARMACODINÂMICA FASE BIOFARMACOTÉCNICA – liberação do fármaco a partir da forma farmacêutica e a sua completa dissolução, porque só medicamentos completamente dissolvidos podem atravessar as membranas biológicas e chegar ao sangue e se tornarem disponíveis para interagir com os seus receptores. Quando a gente olha pra fase biofarmacotécnica a gente entende porque medicamentos líquidos fazem efeitos mais rápidos. Fase I - Biofarmacotécnica : Liberação (a partir da forma farmacêutica), Dissolução (dissolvido para ser absorvido), Interação (meio fisiológico - pH estômago) Forma farmacêutica pode interferir no efeito do medicamento EFEITO FARMACOLÓGICO Desempenho dessas 3 fases é que vai determinar o efeito farmacológico. Comprometimento em qualquer uma das fases vai significar comprometimento do efeito farmacológico. Análise global. Para conseguir o efeito farmacológico eu preciso disponibilizar uma certa quantidade de pa, para alcançar nível plasmático efetivo e obter o efeito farmacológico. Nos medicamentos líquidos a fase biofarmacotécnica é mais curta e simples. Quanto mais curta e mais simples for a fase biofarmacotécnica, mais rápido o medicamento faz efeito, explicando por exemplo porque um comprimido efervescente que tem sua fase biofarmacotécnica do lado de fora do nosso organismo vai fazer efeito mais rápido. Depois que o medicamento fica completamente biodissolvido ele pode ser absorvido. Se absorvido, significa transporta-se através de membranas biológicas chegando até a corrente sanguínea. São três características pra o medicamento ser bem absorvido: pequeno, lipossolúvel e apolar. Fase II - Farmacocinética: Estudo quantitativo dos processos de: Absorção, Distribuição Metabolismo e Excreção Todo fármaco é apolar quando esta na sua forma molecular, ou seja, os fármacos ácidos são melhores absorvidos em meio ácido porque estão na sua forma molecular; fármacos básicos são melhor absorvidos em meio básico porque estão na sua forma molecular. Dentro dos fatores que atrapalham ou interferem na absorção a gente pode falar da forma farmacêutica, da via de administração, do efeito de primeira passagem que é a passagem do fármaco pela circulação porta antes de alcançar a circulação sistêmica. Esse efeito de primeira passagem diminui significativamente e alguns casos a quantidade de fármaco que vai conseguir chegar na corrente sanguínea, além da presença de alimentos, da motilidade do trato gastrintestinal. Quando a motilidade esta exageradamente acelerada a gente pode ter falha terapêutica em função da dificuldade de absorver o medicamento. Em contra partida, quando a motilidade é muito lenta a gente corre o risco de ter uma toxicação em função da absorção de uma quantidade maior do que aquela que estava prevista. Fase III - Farmacodinâmica: Compreende os mecanismos envolvidos na interação das moléculas do fármaco com os receptores na biofase, a qual desencadeia o efeito farmacológico. Todos os medicamentos aproveitam-se de mecanismos naturais de absorção do nosso corpo, não existe absorção específica para medicamentos, e eles seguem a regra de ouro das substâncias químicas do nosso corpo. Enquanto a gente tem gradiente de concentração favorável o transporte é passivo, depois a gente começa a ter transporte ativo com gasto de energia. ABSORÇÃO: Transporte Passivo: Não necessita de nenhuma energia celular, visto que o medicamento está se deslocando de uma área de maior concentração para outra de menor concentração – pequenas moléculas difundem-se através das membranas. A difusão é interrompida quando a concentração do medicamento torna-se igual em ambos os lados da membrana. Transporte Ativo: Necessita de energia celular para transportar o medicamento de uma área de menor concentração para outra de maior concentração. É usada na absorção de eletrólitos, por exemplo – Sódio e Potássio. A pinocitose é uma forma de transporte ativo que ocorre na absorção de uma partícula de fármaco (Vitaminas A, D, K e E.) A absorção hoje é considerada como parâmetro para a determinação da biodisponibilidade, que é o maior fator de qualidade para um medicamento. BIODISPONIBILIDADE, BIOEQUIVALÊNCIA E MEDICAMENTOS GENÉRICOS A biodisponibilidade indica a quantidade, a velocidade de absorção de um fármaco a partir de uma forma farmacêutica. Pode ser absoluta, quando a gente fala de administração intravenosa (100%) ou relativa, quando a gente esta comparando a administração oral com a administração por via intravenosa. Quando dois equivalentes farmacêuticos tem a mesma biodisponibilidade a gente diz que esses dois medicamentos são bioequivalentes. FATORES QUE ALTERAM A BIODISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS Relacionados ao Paciente : Idade; pH; motilidade do TGI e tempo de esvaziamento gástrico = Laxantes e diarréia, que aceleram o trânsito pelo trato intestinal, podem reduzir a absorção do medicamento. Alimentos, outros medicamentos e presença de patologias associadas (moléstias GI) influenciam a biodisponibilidade Relacionados à forma farmacêutica Dependentes do fármaco Solubilidade ; Tamanho de partículas Dependentes do processo de fabricação Força de compressão; Processo de revestimento Dependentes dos excipientes Natureza química (hidro ou lipossolúveis); Quantidade empregada na fórmula Dois medicamentos bioequivalentes são intercambiáveis, ou seja, eu posso usar um no lugar do outro sem prejuízo do nosso paciente. Esse é o critério do registro do MEDICAMENTO GENÉRICO do nosso país, que é um medicamento com cópia autorizada de um medicamento original que prova com ele a sua intercambialidade a partir do momento que se torna bioequivalente a esse medicamento.Os medicamentos genéricos no Brasil não têm marca e obrigatoriamente chegam ao mercado mais barato que os medicamentos de referência. Na embalagem dos medicamentos genéricos a gente não encontra a marca, encontra somente a designação do principio ativo seguida do número da lei, tarja amarela e um G de medicamentos genéricos. Os medicamentos genéricos custam mais baratos porque não fizeram pesquisa, não tem propaganda e tem sua qualidade garantida pelo Ministério da Saúde através da agencia nacional de vigilância sanitária, não só pela execução e controle dos testes de bioequivalência mas também pelas boas práticas de fabricação e fiscalização desses medicamentos.
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