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Apostila Direito Eclesiastico

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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ECLESIÁSTICO 
FACULDADE TEOLÓGICA DE GUARAPARI - FATEG 
Prof. Werter Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI 
I- A IGREJA, POVO DE DEUS. 
 
É cediço que a Igreja, desde seus primórdios, é chamada de “Povo de Deus”, 
não somente pelo seu modus vivendi, mas pela própria formação através da salvação em Jesus 
Cristo, onde aquele que o recebe como seu Salvador, passa a ser filho de Deus. 
Não é o propósito da matéria conhecer sua formação teológica, ou mesmo se 
fazer uma abordagem espiritual da instituição, mas conhecer sua relação jurídica com o 
Estado e a sociedade, como Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
Sob este prisma, uma breve abordagem histórica é necessária, a fim de se 
conhecer o princípio desta relação, desde sua participação social como um braço informal do 
Estado até sua condição nos dias de hoje. 
No campo do Direito, muitos dos institutos jurídicos vigentes foram criados 
em Roma, dentre eles o hábito de registrar os nascimentos de seu povo. 
 Nessa época, a Igreja vinha desempenhando algumas funções de estado, que, 
sem recursos, e diante da extraordinária difusão dos párocos católicos, que tinham por missão 
espalhar a fé a todos os rincões do mundo, se valeu da estrutura eclesiástica para atender aos 
interesses do Império: por um lado ajudava na administração estatal e por outro mantinha a 
coesão do povo sob seus ditames. 
 Assim, com o cristianismo como religião oficial, e diante da contínua 
dissolução do Império, coube a Justianiano1 a edição dos primeiros diplomas legislativos dando 
poderes à Igreja Católica. 
Nessa época o Império Romano ruiu sendo que a Igreja Católica permaneceu 
organizada, suficientemente, para, como instituição, assumir as funções antes exercidas pelos 
funcionários do Império. Na verdade, ela já era braço do Estado Romano, desde o Edito de 
Tessalônica. 
 Os registros imperiais foram destruídos, e a prova de existência das pessoas e 
de seu respectivo estado civil passou a ser feita com base nos registros da Igreja Católica. 
Mesmo porque já lhe tinha sido atribuído esse poder por Justiniano na Novela 74. 
 Isso não quer dizer, entretanto, que a Igreja tenha se estruturado e se 
atribuído, nesse período inicial de sua existência, a função estatal de coleta de informações 
sobre a vida das pessoas. Pelo contrário, ainda nessa época é pouco conhecido seu interesse 
nas inscrições dos atos e fatos do estado civil. 
 Foi no Concílio de Trento que se determinou o registro dos casamentos e dos 
batismos. 
 A iniciativa de criação do registro do casamento lícito, ou seja, a ideia de 
controlar a legalidade do matrimônio era impor a fé católica apostólica romana às pessoas, pela 
simples lógica de que, se para os não professantes fosse vedado o casamento, o que impediria a 
formação da família legítima, os interessados em se casar vir-se-iam obrigados a se converter 
ao catolicismo. Era uma fórmula para deter o protestantismo. 
 
1 Novelas de Justiniano. Compêndio das constituições imperiais mais recentes do próprio imperador Justiniano. As 
novelas podem ser definidas como as “novidades”, pois consistiam em novas leis elaboradas pelo imperador. 
 
 
 
 
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 Assim, no caso do matrimônio, seu registro pela Igreja não se tratava de mera 
recepção da declaração dos consortes, mas verdadeiro controle de legalidade do ato, já que 
permitido somente aos católicos. A atuação do pároco, na análise da licitude do casamento, 
nessa época, não se limitava apenas à recepção das declarações, sem qualquer cognição da 
validade do ato; pelo contrário, ele agia verificando os impedimentos para o casamento, dentre 
os quais não ser adepto da religião católica. 
 Ao que tudo indica, então, é possível dizer que o princípio da legalidade no 
Registro Civil das Pessoas Naturais nasceu do Concílio de Trento, quando se passou a 
controlar a religião dos contraentes, para impedir o casamento de não católicos, ou, pelos 
menos, a formação da família legítima dos não professantes. 
 No Brasil, as funções do registro civil eram da Igreja, em virtude, também, das 
denominadas Ordenações do Reino, as quais viam essa instituição como braço do Estado 
português. 
 Como leciona Antônio Carlos Wolkmer, “ 
“[...]no Brasil colônia, o Direito vigente foi transferência da legislação portuguesa 
contida nas compilações de leis e costumes conhecidos como Ordenações Reais, 
que englobavam as Ordenações Afonsinas (1446), as Ordenações Manuelinas 
(1521) e as Ordenações Filipinas (1603). 
 Assim, a partir das Ordenações Afonsinas e, sucessivamente, durante todo o 
período colonial, incluindo as Ordenações Manuelinas e Filipinas, até o início da República 
Brasileira, à Igreja Católica foi estabelecida a função de braço do Estado português. Cabia aos 
párocos o exercício de funções de servidores públicos. 
 Com efeito, o casamento religioso era aquele feito perante as autoridades 
católicas. 
 Contudo, o problema do registro paroquial consistia no fato de que ele não 
abarcava toda a população local, mas apenas os católicos. 
 Os não-católicos não eram contemplados com tal inscrição. Para eles, o 
registro paroquial era impraticável. Uma vez que seu registro do estado civil não era feito pela 
Igreja Católica, que sequer os reconhecia, os não praticantes do catolicismo eram colocados em 
situação de desigualdade, o que dificultava a demonstração de seu estado civil. 
 Com a liberdade de culto trazida pela Revolução Francesa de 1789, a 
secularização dos registros tornou-se inevitável e necessária. 
 Logo, o que era antes um regime excepcional aplicado aos dissidentes do 
catolicismo, passou a ser o sistema geral para toda a população. 
 
II- A IGREJA NO BRASIL 
 
A chegada da Igreja no Brasil se deu pela necessidade de evangelização dos índios e 
sua proteção das investidas na corrida pelo ouro. 
 
 
 
 
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 A preocupação dos monarcas da Espanha e de Portugal é registrada nas 
muitas correspondências recebidas e enviadas entre os colonizadores e reis, como leciona Earle 
Cairns, p.292: 
“Que estes monarcas sentiam muito profundamente sua responsabilidade pela 
conversão dos índios é demonstrado tanto pela vasta correspondência a respeito deste 
assunto, quanto pelas tentativas feitas para descobrir meios de proteger os índios da 
avareza dos conquistadores. 
[...] As missões no século XVI foram quase exclusivamente obra da Igreja Católica 
Romana. Poderíamos dizer que os protestantes estavam demasiadamente ocupados 
com sua própria sobrevivência para pensarem muito em missões”. 
 Neste período, a Igreja adaptou os costumes dos brancos, negros, índios e as 
demais etnias que se encontravam nas terras da colônia à sua liturgia, promovendo um 
sincretismo de crenças indígena, africana e católica, que acabaram por formar um “catolicismo 
popular”,atraindo todos aqueles que se adaptaram àquela forma de prática religiosa. 
 A Igreja até o século XIX, ainda atuava com um braço do Estado, promovendo 
os registros de nascimento, casamento e óbito, com a discriminação característica da época, 
como se percebe nas palavras de FERREIRA FILHO e OLIVEIRA FILHO, no XXVII SIMPÓSIO 
NACIONAL DE HISTÓRIA: 
 
“Aos nove de maio de 1849 o reverendíssimo superior o padre Jerônimo Gonçalves de 
Macedo da congregação da missão brasileira e visitante ordinário deste bispado de 
Goiás depois de proclamados canonicamente e tomados os depoimentos verbais e sem 
impedimento algum, nesta capela do Campo Belo, da mesma congregação recebe em 
face da Igreja em matrimonio, os contratantes João Arruda, filho legitimo de José 
de Arruda e de Leocádia Maria Francisca, nascido e batizado na vila de Ihi, e 
Josepha escrava de Manoel Garcia Leal, sendo testemunhas João Leal Machado e 
Rita escrava desta capela do Campo Belo da congregação da missão. Para constar fiz 
este acento no qual eu assigno Gonçalves Pe da Missão. (I Livro de Registros de 
Casamento da paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens do Campo Belo, 1849, 
pag. 12)”. 
 
 
“Aos 13 dias do mês de junho de 1884 neste distrito de paz da Paróquia de Nossa 
Senhora do Carmo do Prata, província de Minas Gerais compareceu em meu cartório 
Antônio Jervásio Rimbaud e declarou haver falecido Anastácia crioula de cor parda e 
cativa de sua esposa a senhora Ana Maria Vilela, declarou que faleceu no dia 11 de 
julho do corrente ano de tifo, com 14 anos, de naturalidade brasileira e filia de Eva 
crioula e pai desconhecido, sendo Eva escrava de sua esposa a senhora Ana Maria 
Vilela. (1º. Cartório de registros civis do município do Prata do Imperador)” 
 
Dessa forma a Igreja supria a carência do Estado na prestação de relevante 
serviço registral, e assim permaneceu até sua ruptura com o Estado, tendo este se tornado 
“Laico”. 
“Estado Laico” vem recebendo interpretação equivocada por parte de alguns 
grupos, principalmente daqueles que se contrapõem aos princípios morais proclamados pela 
Igreja, sendo que este termo quer dizer que o Estado se mantém em uma posição neutra no 
campo religioso. Também conhecido como Estado secular, o Estado laico tem como princípio a 
imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião. 
As relações entre o Estado e a Igreja têm criado, no Brasil, problemas às 
vezes de difícil solução, como está acontecendo com o novo Código Civil, acusado de ter 
reduzido as Igrejas a meras “associações civis”, sujeitas a mandamentos estatais. 
 
 
 
 
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 A união entre a Igreja e o Estado no Brasil foi sancionada pela Constituição 
Imperial de 1824, mantendo-se a situação herdada de Portugal. Porém a adoção do catolicismo 
como religião oficial do Império, implicou a exclusão dos não-católicos dos empregos públicos e 
do exercício de cargos de representação popular, como deputados e senadores, e foi 
severamente criticada na época. 
Não é demais lembrar que, com o advento da República de 1889, o Estado 
separou-se da Igreja Católica, que antes era a religião do Império. Essa vinculação deu lugar a 
constantes atritos, chegando mesmo a provocar crises de graves consequências. 
A Constituição de 1891 foi explícita nesse ponto, declarando no § 7º do Art. 
72 que “nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência 
ou aliança com o Governo da União, ou o dos Estados”, e refletindo a mentalidade positivista 
dominante na época, o § 4º do citado Art. 72 proclama que “a República só reconhece o 
casamento civil”. 
 O casamento merece um comentário à parte, e será abordado adiante, pois 
ainda é objeto de confusas interpretações e, se realizado de modo diverso da Lei, é considerado 
um ato nulo. 
 Já a Constituição de 1934 veio abrandar esse dispositivo, estatuindo em seu 
Art. 146 que o “casamento perante ministro de qualquer confissão religiosa produz os mesmos 
efeitos que o casamento civil, desde que observadas as disposições da lei civil, e tomadas as 
medidas estabelecidas”. 
As constituições promulgadas posteriormente, sem fazer maior referência às 
relações entre o Estado e as Religiões, adotaram, com diversas redações, a orientação supra no 
que se refere ao casamento religioso. 
 A Constituição de 1988 voltou a ter disposição relativa à questão religiosa, 
fazendo-o de maneira indireta com o Art. 19, inciso I, o qual dispõe: 
“É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer 
cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou 
manter com elas ou seus representantes relações de dependência ou aliança, 
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. 
Percebe-se claramente que, o Estado se mostra totalmente separado da Igreja 
em relação à profissão de fé e intervenção recíproca, porém a colaboração em relação às ações 
de interesse público continua a ser promovida na forma da Lei, como nos casos das 
associações e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP Lei 9790/99). 
 
III- A ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA, TERRITORIAL E ADMINISTRATIVA 
DA IGREJA. 
 
 A Igreja, quando organizada hierárquica e territorialmente, estabelece sua 
estrutura organizacional a partir de seu Estatuto e Regimento Interno, podendo ter 
abrangência municipal, estadual, nacional ou até mesmo mundial de acordo com seu alcance e 
conveniência. 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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 Neste capítulo será abordada a organização hierárquica, territorial e 
administrativa da Igreja Assembléia de Deus no Brasil, o que não representa ser o único 
modelo praticado pelas Igrejas brasileiras. 
 A Assembleia de Deus no Brasil se organiza de forma hierárquica, a partir de 
seu Órgão máximo a CGADB (Convenção Geral das Assmbléias de Deus no Brasil), que embora 
sem poder deliberativo sobre suas filiadas, como demitir ou nomear pastores, tem por 
finalidade conforme Deivis Vânio Lopes (2008) em sua dissertação de Pós-graduação: 
De direito, segundo seu estatuto, a CGADB é instituída com as seguintes 
prerrogativas: manter e zelar pelo seu patrimônio; promover a união e o intercâmbio 
entre as Assembléias de Deus; atuar no sentido da manutenção dos princípios morais 
e espirituais das Assembléias de Deus no Brasil; zelar pela observância da doutrina 
bíblica, incrementando estudos bíblicos e outros eventos; manter o controle de seus 
órgãos, da Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD) e das demais pessoas 
jurídicas existentes ou que venham a existir, quando necessário, propugnando pelo 
desenvolvimento dos mesmos; promover e incentivar a proclamação do evangelho de 
nosso Senhor Jesus Cristo, através da obra missionária; promover o desenvolvimento 
espiritual e cultural das Assembléias de Deus, mantendo a unidade doutrinária; 
promover a educação em todos os seus níveis e a assistência filantrópica; inscrever e 
credenciar como membros, os ministros das Assembléias de Deus no Brasil, exercendo 
ação disciplinar sobre os mesmos, conforme normas estabelecidas neste Estatuto e 
Regimento Interno; orientar a prática da cidadania dos seus membros; e reconhecer e 
inscrever as Convenções Estaduais ou Regionais da mesma fé e ordem. 
Sendo assim, as convenções estaduais e as Igrejas filiadas devem observar as 
instruções oriundas de seu órgão máximo, sob pena de sansões disciplinares, afim de manter a 
unidade doutrinária e organizacionalda instituição. 
A CGADB inscreve e reconhece as Convenções Estaduais da mesma fé e 
ordem, inscreve e credencia seus ministros, e ainda apresenta em seu rol, Convenções da 
Assembléia de Deus fora do território nacional. 
 Seu alcance se estende através das Igrejas locais e dos campos missionários, 
conforme esta prepara e envia obreiros para desbravar o território ainda não alcançado. 
A Igreja local também possui sua organização interna, sendo esta uma 
atribuição estatutária e regimental, conforme estabelecido em seu nascimento. 
Além de sua organização interna, a Igreja pode se organizar territorialmente 
em qualquer ponto do Brasil e do mundo, sempre obedecendo fielmente ao que foi estabelecido 
em seu Estatuto. 
IV- A IGREJA E O CODIGO CIVIL/2002. 
a. A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA 
 
 Além de ser reconhecidamente um Estado “Laico”, o Brasil é 
reconhecidamente um “Estado Democrático de Direito” que visa a garantia do exercício de 
direitos individuais e sociais, e os poderes instituídos (Legislativo, Executivo e Judiciário) são 
organizados de forma a que um não avance sobre a função precípua do outro 
 Desta forma, a Igreja necessariamente deve se enquadrar como uma 
instituição reconhecida no mundo fático, pois esta mantém relações jurídicas que devem ser 
 
 
 
 
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observadas dentro dos princípios que regem o direito brasileiro, desde uma simples compra, 
onde se emite uma Nota Fiscal, até a aquisição de bens que por sua natureza são passíveis de 
documentação de propriedade. 
 Assim sendo, passa-se ao estudo das formalidades legais para o “nascimento” 
de uma Igreja. 
 A Igreja no Brasil é considerada uma Pessoa Jurídica de Direito Privado 
(gênero) onde detêm ativa ou passivamente, direitos e obrigações, e como uma organização 
religiosa (espécie), assim estabelecida no Código Civil: 
 Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o 
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público 
negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao 
seu funcionamento. 
 
 a) Seu nascimento se dá na reunião de seus membros fundadores que se 
reúnem especificamente para tal ato em Assembleia, lavrando-se a Ata de Fundação 
Eclesiástica, que após lida e assinada por seus membros, deve ser Averbada em Cartório de 
Pessoas Jurídicas. 
 b) Após a Averbação da Ata em Cartório de Pessoas Jurídicas, segue-se a 
Inscrição no Cadastro do CNPJ, conforme a Lei 4.503 de 30/11/64, que institui a 
obrigatoriedade da inscrição do CNPJ no Ministério da Fazenda, da igreja matriz e suas filiais, 
cuja a identificação, no caso das congregações, será pelo número de ordem e barra do referido 
CNPJ. 
 Portanto a Igreja, obrigatoriamente, deve ser registrada no Cartório de 
Pessoas Jurídicas e no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), pois sem os devidos 
registros não está legalizada, portanto, fora da Lei. 
 
b. REGISTROS, LIVROS E CONTABILIDADE 
 
 Muitos Pastores e tesoureiros por acharem que a Igreja tem caráter e objetivo 
espiritual, entendem erroneamente que ela não precisa ser aberta juridicamente e ter registros 
contábeis. 
 Como citado anteriormente, o Código Civil em seu Artigo 44, IV, estabelece 
que são pessoas jurídicas de direito privado as instituições religiosas, necessitando, 
obrigatoriamente seu registro no cartório de Pessoas Jurídicas, e a partir de seu registro no 
Cartório, a Igreja obrigatoriamente deverá possuir alguns documentos, e atender obrigações 
como: 
 
 
 
 
 
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1- ESTATUTO devidamente registrado em Cartório; 
2- Inscrição no Cadastro do CNPJ: Conforme a Lei 4.503/64 que institui a obrigatoriedade de 
inscrição do CNPJ no Ministério da Fazenda, da Igreja Sede e de suas filiais, cuja a 
identificação, no caso das congregações, será pelo número de ordem e barra do referido CNPJ; 
3- Carimbo do CNPJ: O Decreto 61.514/67, tornou obrigatório o Carimbo do CNPJ para a 
Igreja Sede e suas Congregações; 
4- Livro Caixa ou Razão/Diário: Conforme determina o regulamento do Imposto de Renda, a 
Igreja é obrigada a possuir um Livro Caixa, com o balanço de abertura, Termo de Abertura e 
Termo de Encerramento, o qual depois de ser registrado em Cartório, passará a escriturar 
todas as receitas e despesas e as contas patrimoniais; 
5- Livro de Ata: A Igreja é obrigada a possuir Livro de Ata, devidamente registrada em Cartório 
com os devidos Termos de Abertura e de Encerramento; 
6- Rais Negativo: Todas as Igrejas Enumeradas no Decreto 76.900/75, devem apresentar 
anualmente, e dentro do PRAZO LEGAL, a RAIS NEGATIVO (declaração na qual são fornecidos 
somente os dados cadastrais do estabelecimento, cadastrado com CNPJ, quando o mesmo não 
teve empregado durante o ano-base ou que permaneceram inativos no respectivo ano); 
7- Declaração de Isenção: Conforme determina o Decreto 3000/99, todas as Igrejas estão 
obrigadas a entregar anualmente À Receita Federal, até o mês de junho de cada ano, sua 
Declaração de Isenção do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica; 
8- Matrícula no INSS: Após o registro do estatuto e da inscrição do CNPJ, a igreja deve 
providenciar sua matrícula no INSS, a igreja deve fazer o recolhimento na fonte, quando 
aplicável. O pastor e outros membros do ministério devem recolher a contribuição 
normalmente, inclusive para fins de aposentadoria. 
9- Ata de Eleição da Diretoria: A igreja deve transcrever em Ata da Eleição da última diretoria 
e providenciar seu registro em cartório. 
10- Imposto Sindical Patronal: Revestida de natureza jurídica as entidades sem fins 
lucrativos, como no nosso caso as igrejas, são consideradas empregadoras. Portanto, se houver 
empregados, deverão recolher no mês de janeiro de cada ano o imposto sindical patronal ou 
solicitar a sua isenção. 
11- Contrato de locação (se o templo for alugado), Escritura definitiva dos imóveis ou 
Contrato de cessão de direito dos imóveis. 
12- Manter Contabilidade: A contabilidade torna-se obrigatória porque é necessária para a 
prestação de contas perante os membros, como também para fins de isenção do Imposto de 
Renda. Conforme Artigos 9 e 14, CTN: 
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
IV - cobrar imposto sobre: 
[...] 
b) templos de qualquer culto; 
 
 
 
 
 
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Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância 
dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a 
qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus 
objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. 
 O Legislador condicionou a isenção dos impostos às Igrejas e seus templos à 
devida escrituração de receitas em livros revestidos deformalidades, ou seja, o Livro Caixa e o 
Livro de Atas, devidamente registrados e todos os documentos contábeis obrigatórios. 
 Caso ocorra fiscalização da Igreja e não forem encontrados os livros e 
registros contábeis, ou se estes não estiverem em concordância com o patrimônio desta, haverá 
sanções e penalidades estabelecidas em lei tais como notificações, multas, dentre outras. 
 Portanto é de suma importância que a escrituração esteja em perfeita ordem, 
realizada por contador devidamente registrado no Conselho de Contabilidade, para evitar 
problemas com o fisco. 
 
 c. ESTATUTO DA IGREJA 
 
 O Estatuto é regulamento ou conjunto de regras de organização e 
funcionamento de uma coletividade, instituição, órgão, estabelecimento, empresa pública ou 
privada, ou conjunto de leis que disciplinam as relações jurídicas que possam incidir sobre as 
pessoas ou coisas. 
 Portanto, o Estatuto é a Lei que regerá o funcionamento, os direitos e deveres 
de cada membro, sua forma de administração e prestação de contas, devendo, por força do 
Código Civil e sob pena de nulidade, conter o que segue: 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais. 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o 
contrário. 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos 
previstos no estatuto. 
 
 
 
 
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58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha 
sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no 
estatuto. 
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é 
exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo 
quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos 
administradores. 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, 
garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de 
deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único 
do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, 
ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou 
federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, 
podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em 
restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao 
patrimônio da associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em 
que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que 
remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal 
ou da União. 
 A ausência de qualquer desses requisitos, acarretará em recusa de averbação 
do Estatuto pelo Cartório de Pessoas Jurídicas, e caso seja averbado por erro do mesmo, pode 
ser reivindicada a nulidade estatutária por qualquer pessoa interessada, o que pode gerar 
grandes perdas para a Igreja, inclusive seu fechamento. 
 Percebe-se que os artigos que estabelecem os requisitos obrigatórios do 
Estatuto, tratam de Associações, porém, estes são os mesmos exigidos para as Organizações 
Religiosas, pois o Código Civil não havia contemplado as Organizações Religiosas em seu rol, o 
que ocorreu somente em dezembro de 2003. 
 
d. O PECADO À LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
 
Entendemos ser possível prever no estatuto diversos tipos de penalidade para 
o membro que praticar atos que agridam a igreja, sob quaisquer aspectos. Por exemplo, se o 
estatuto proíbe um associado de maiô, deverá também aplicar uma sanção ou pena 
proporcional caso isto aconteça, sem que seja preciso usar a pena de exclusão. 
O pecado não é reconhecido como tal no campo jurídico, portanto, para fins 
de aplicação de disciplina, deve ser considerado como falta às regras estabelecidas no Estatuto, 
pois este é o instrumento reconhecido por lei que rege a Organização Religiosa. 
Por este e outros motivos, a Igreja antes de se estabelecer, deve elaborar seu 
Estatuto, com os deveres e direitos dos membros e obedecendo obrigatoriamente o Artigo 54,II 
do Código Civil, com os requisitos para admissão, demissão e exclusão de seus membros, como 
na proposta a seguir. 
 
 
 
 
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“A exclusão do rol de membros far-se-á em Assembléia, especialmente 
convocada para essa finalidade, onde o mesmo poderá apresentar seus motivos 
de defesa e de recurso, por escrito ou oralmente. 
§1º-Será motivo de exclusão do rol de membros: 
a) o membro que não observar o presente estatuto, ou; 
b) não compactuar com os objetivos, hábitos e costumes morais da Igreja; 
c) bem como não observar a Bíblia como única regra de fé e prática; 
d) perturbar a ordem do culto e as demais atividades da Igreja; 
e) não zelar ou prejudicar sob qualquer pretexto o bom nome da Igreja,” 
 
Caso queira incluir quais os tipos de costumes morais que geram a exclusão, 
pode-se inclui-los assinalando-os pelo nome da prática incompatível, como “crimes tipificados 
no ordenamento jurídico, ou apenas furto, roubo..., adultério, sexo fora do casamento...”, mas 
a dificuldade encontrada neste caso é o rol se tornar taxativo e não exemplificativo, dando 
margem a discussões futuras. 
Nos casos de admissão, demissão e exclusão, a Igreja deve obedecer 
rigorosamente seu Estatuto com o fim de evitar possibilidade de discussões jurídicas, gerando 
desgaste emocional e até mesmo financeiro, com ações de reparação de dano moral. 
 O Código Civil estabelece o procedimento adequado para os casos de exclusão 
de membros da Igreja: 
“Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos 
termos previstos no estatuto.”. 
 Em ação judicial, um ex membro de Igreja teve seu direito de participação dos 
cultos assegurado, pois o ato de exclusão deste pela diretoria da organização, não obedeceu ao 
texto do Artigo citado: 
TJ-SP - Apelação APL 01001306020108260547 SP 0100130-60.2010.8.26.0547 (TJ-
SP) Data de publicação: 23/05/2014 
Ementa: ANULATÓRIA DE ATO DE ASSOCIAÇÃO CIVIL. EXCLUSÃO DO QUADRO 
ASSOCIATIVO. Sentença de parcial procedência, apenas para se vedar a limitação de 
exercício de culto religioso pela autora. Reforma. Inobservância do procedimento 
estatutário de exclusão. Decisão da maioria absoluta da Diretoria, do Conselho 
Deliberativo e do Conselho Fiscal, em reunião convocadaespecialmente para o fim de 
aplicação da pena de eliminação. Necessidade de convocação pelo Presidente da 
Diretoria. Dever de cientificação dos interessados sobre as reuniões da Diretoria. ARs 
enviados à autora posteriormente à reunião de eliminação. Exclusão de associado que 
pressupõe procedimento que assegure direito de defesa e de recurso (art. 57 , CC ). 
Eliminação sem defesa prévia, mas tão somente de prazo de 30 (trinta) dias para 
recurso. Não especificação das condutas irregulares em que incidiu a autora. 
Limitação da defesa da acusada. Procedimento em violação ao artigo 57 do Código 
Civil . Estabelecida a sucumbência da ré. Recurso provido. 
 Em caso de pecado que enseja a exclusão, ou seja, considerada a “justa 
causa”, deverá haver procedimento que assegure o direito de defesa, o que, à luz da palavra, 
também encontra referência (Mt. 18: 15-17), e em se confirmando o caso, não se deve expor a 
pessoa ou sua imagem, porém deve-se oportuniza-la em sua defesa, seja por escrito ou 
oralmente na assembleia, conforme estabelecida no Estatuto. 
 Neste caso, não somente aquele que preside a assembleia deve ser comedido 
nas palavras, mas todos os membros da Igreja, pois esta pode ser responsabilizada pelos atos e 
palavras de seus membros contra aquela pessoa. 
 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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e. O CASAMENTO CIVIL, O CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL 
E O CASAMENTO RELIGIOSO 
 
 O casamento merece destaque, pois se trata de ato que envolve diversos 
ramos do direito como: DIREITO DE FAMÍLIA, DIREITOS REAIS, DIREITO SUCESSÓRIO, e 
tantos outros estabelecidos no Código Civil em seu Livro IV, do Artigo 1511 a 1582, regulando 
os direitos advindos a partir deste instituto. 
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração. 
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão 
serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for 
declarada, sob as penas da lei. (Código Civil) 
 
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher 
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os 
declara casados. 
 
O casamento é um ato Solene, devendo obedecer as formalidades da Lei, pois, 
na ausência destes, se torna nulo de pleno direito. 
 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. (CRFB/88) 
 
Para a celebração do casamento, é aconselhável que o celebrante peça a 
certidão, para não incorrer no erro de celebrar a cerimônia sem que os nubentes tenham 
contraído matrimônio legalmente. 
Apesar de parecer inócuo tal ato, este se torna uma proteção, pois é possível 
que, por desinformação ou mesmo dolo, os contraentes induzam o celebrante ao erro. 
O casamento civil é o único reconhecido legalmente no Brasil, porém existe a 
possibilidade de realização de Casamento Religioso com Efeitos Civis e ainda, o 
reconhecimento de casamento realizado apenas na esfera religiosa, independente da religião 
que o casal professa, mas que tenha havido os requisitos necessários como Registro em Ata de 
Casamentos da Entidade Religiosa, Estado Civil dos noivos condizente com o ato praticado, e 
posterior habilitação e averbação no Registro Civil. 
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos 
requisitos exigidos para o casamento civil. 
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de 
noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício 
competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido 
homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido 
prazo, o registro dependerá de nova habilitação. 
Note-se que após a cerimônia religiosa, o celebrante ou qualquer interessado, 
terá 90 (noventa) dias para comunicar ao ofício competente, que realizará o devido Registro, 
desde que tenha sido homologada previamente a habilitação exigida. 
O parágrafo segundo do mesmo Artigo permite a exceção nos termos da Lei, 
como se verá a seguir. 
Art. 1516.[...] 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas 
neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for 
registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia 
habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 
1.532. (Código Civil) 
Apesar de ser claro e autoexplicativo o dispositivo legal, por não ser muito 
utilizado, os Cartórios podem alegar não haver tal possibilidade, com base na afirmação de que 
o Brasil é um Estado Laico, e não reconhece o casamento realizado apenas no Religioso. 
 Existem situações em que casais possuem uma longa vida em comum, com 
filhos nascidos dentro do relacionamento, e que não estão casados civilmente, e por essa razão, 
alguns direitos ficam comprometidos, como o recebimento de pensão e direito sucessório nos 
casos de falecimento, o direito dos filhos de serem reconhecidos dentro da instituição da 
família, que é protegida pela Constituição, e mesmo da divisão dos bens em caso de separação. 
 
V- A IGREJA DO PONTO DE VISTA ORGANIZACIONAL 
 
Toda instituição necessita de uma forma de governo e organização, sendo 
assim, a Igreja também precisa de se estruturar de alguma forma, e seu funcionamento 
previsto no Estatuto. 
No que tange a vida Espiritual e moral, a Bíblia é o nosso manual, nossa 
regra de prática de vida, porém no campo material, nossa lei que regerá a relação dos membros 
entre si e com a sociedade, é o Estatuto. 
A Igreja tem liberdade de se organizar interna e externamente, na forma 
estabelecida no Estatuto, sendo que, se não estiver previsto, por exemplo, a possibilidade de 
abertura de congregações e sua relação com a Sede, aquela será uma nova instituição que 
deverá ter Estatuto próprio, e em nada será identificada com a Igreja fundadora. 
Juridicamente falando, a Igreja está atrelada ao seu Estatuto, pois este é o 
limitador do alcance e poderes dela, de seus administradores, ministros e membros. 
Por isso, o Estatuto deve ser elaborado antes da Assembleia de sua criação e 
posto em discussão cada artigo, para que assim, os pontos obscuros sejam esclarecidos e 
atenda aos princípios e visão adotada pela Igreja, como também sua organização. 
No Brasil as formas organizacionais mais comuns são a Episcopal, a 
Congregacional, e o Presbitério. 
O modelo de Organização Episcopal é aquele adotado pela Igreja Católica, 
Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e outras, onde Governo é centralizado na figura de 
um dirigente, responsável pelas decisões e destinos da igreja, mas que possui um grupo de 
subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela administração da gestão do sistema. 
 No modelo Congregacional sobressai o autogoverno, ou seja, cada igreja se 
administra mediante a voz da maioria de seus membros, como sucede entre os batistas, os 
congregacionais e alguns outros grupos evangélicos. 
 
 
 
 
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 Nesta forma de governo eclesiástico, a igreja é aquela comunidade local, 
completa e autônoma, não sujeita em termos de Igreja a qualquer outra entidade senão à sua 
própriaassembleia, que se reúne para tratar de questões surgidas no seu dia-a-dia e tomar 
decisões relacionadas ao desenvolvimento de seus trabalhos. O poder de mando de uma Igreja 
Congregacional reside em suas assembleias 
Já o modelo de Governo pelo Presbitério, é uma forma de organização da 
Igreja que se caracteriza pelo governo de uma assembleia de presbíteros, ou anciãos. Esta 
forma de governo foi desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos 
individuais (forma de governo episcopal). Esta forma de governo está fortemente associada com 
os movimentos da Reforma Protestante na Suíça e na Escócia (calvinistas), com as igrejas 
reformadas, e mais particularmente com a Igreja Presbiteriana. 
A forma de governo consiste numa ordem crescente de conselhos. O menor de 
todos os conselhos, porém o mais importante é o Conselho da Igreja Local, formado pelos 
pastores e presbíteros. 
A partir do Conselho da Igreja Local se formarão os demais conselhos. Acima 
dos conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros representantes de 
cada igreja de sua área de abrangência. Envolvendo os Presbitérios e formado por 
representantes dos mesmos, está o Sínodo, de autoridade máxima em sua circunscrição. Como 
estância máxima de apelação e decisões sobre a igreja está a Assembleia Geral ou Supremo 
Concílio, que toma todas as decisões sobre a Igreja e trata dos assuntos externos, ficando a 
cargo de exercer poder jurídico sobre decisões. 
Seja sob qual forma de organização a Igreja esteja estruturada, deve ser 
estabelecido pelo Estatuto, e assim obedecer à sua forma de governo. 
 
VI- REFLEXÕES ACERCA DA LEGISLAÇÃO VIGENTE 
 
 Toda pessoa física ou jurídica está sujeita às leis, e a Igreja, como visto, é 
uma Pessoa Jurídica, e deve guarda-las assim como qualquer outra. 
 Muitos erroneamente declaram que a Igreja por ser uma entidade espiritual, 
não está obrigada a obedecer as Leis, e ainda utilizam da Palavra de Deus para desobriga-la, 
sob o argumento de “cidadania celeste”. 
Jesus pagou imposto (Mt. 17:27), e em seu discurso a respeito do dever do 
cristão em pagar os impostos (Mt. 22:21) não estava falando apenas destes, mas do dever de se 
obedecer as leis desde que estas não contrariem os princípios da palavra de Deus, isso moral e 
eticamente falando. 
O ordenamento jurídico no Brasil é muito amplo, não sendo possível o 
conhecimento de todas as leis em vigor, porém serão analisados alguns aspectos importantes 
que dizem respeito à Igreja, seus membros, e sua relação com a sociedade de um modo geral. 
a- A IGREJA E A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 
 
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Como já abordado anteriormente, a Igreja possui Imunidade Tributária no 
tocante à sua arrecadação de dízimos e ofertas, e também ao Imposto Predial e Territorial 
Urbano (IPTU), mas e quanto àquela loja ou cantina dentro do templo? Possui imunidade 
tributária também? 
O Constituinte decidiu impor limitação do poder de Tributar, na Constituição 
Federal de 1988, insculpindo assim o referido dispositivo: 
Artigo 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
VI - instituir impostos sobre: 
[...] 
b) templos de qualquer culto; 
 Sendo assim, a Igreja possui imunidade tributária sobre sua receita oriunda 
de dízimos e ofertas, bem como dos impostos sobre seu patrimônio móvel ou imóvel. 
 Para tanto a Igreja deverá requerer isenção do IPTU junto à Prefeitura 
Municipal, apresentando cópia autenticada da Escritura Registrada em Cartório, juntamente 
com Cópia do Estatuto, CNPJ, cópia dos documento de seu administrador, caso o templo seja 
alugado, não fará jus à isenção. 
 Tramita na Câmara dos Deputados a PEC 200/16, que isenta do pagamento 
do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) os imóveis alugados para 
templos religiosos e utilizados para cultos. 
Para o pedido de isenção de IPVA dos veículos da Igreja, seu representante 
legal deverá requerer pedidos de imunidade e isenção junto ao DETRAN com os seguintes 
documentos: 
1) Formulário de Requerimento referido na Portaria CAT 27/2015, em 2 
(duas) vias, assinado; 
2) Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo - CRLV ( Frente ) ou 
Certificado de Registro de Veículo - CRV ( Frente e verso ); 
3) Tratando-se de veículo novo: entregar também cópia da Nota Fiscal ou 
DANFE de aquisição e requerimento do Registro Nacional de Veículos Automotores - 
RENAVAM, com a etiqueta da placa do veículo; 
4) Cédula de Identidade, CPF e/ou CNPJ, conforme o caso; 
5) - Estatuto; 
6) - Ata de eleição de seus representantes; 
7) - Declaração sobre o uso efetivo do veículo nas finalidades essenciais da 
entidade; 
(*) A critério da Autoridade Fiscal, os seguintes documentos: 
a) Livros revestidos das formalidades capazes de assegurar a exatidão da 
escrituração de suas receitas e despesas (Termo de abertura de livro diário, livro razão ou 
outros livros da espécie); 
b) Balanço patrimonial do último exercício; 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI 
c) Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física do último exercício. 
Todas as cópias de documentos exigidas deverão ser apresentadas com os 
originais, para conferência e autenticação pelo atendente, dispensando-se autenticação e 
reconhecimento de firma em cartório, salvo se houver dúvida quanto à autenticidade. 
 
b- VENDA DE PRODUTOS E A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
 
Aqui é necessária uma discussão sobre os limites da isenção, pois é muito 
comum na Igreja, aquela cantina, ou loja de vendas de CD’s, DVD’s, Bíblias, e outros mais. 
Estes também estariam isentos de impostos? 
Interessante notar que a própria Constituição especificou os limites da 
imunidade tributária que beneficia as igrejas. O artigo 150, § 4º, dispõe que a vedação de 
instituir impostos sobre os templos religiosos compreende somente o patrimônio, a renda e 
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades. Assim sendo, 
não estão sujeitos ao pagamento de impostos: os imóveis e outros bens que integram o 
patrimônio da igreja; os dízimos, ofertas e contribuições que formam sua renda; e, os cultos e 
demais serviços eclesiásticos desenvolvidos pela igreja. 
Convém frisar que esses bens, valores e serviços, somente estarão amparados 
pela imunidade, desde que estejam relacionados diretamente com as finalidades 
essenciais da organização religiosa. Uma atividade paralela qualquer e os bens nela 
empenhados, ainda que realizada em nome da igreja, a rigor não pode desfrutar dessa 
vedação tributária. Exemplo disso é a prática de comércio e serviços abertos ao público 
nas dependências do templo. 
Portanto há muito que se discutir a respeito da prática de venda dentro das 
dependências do templo, como por exemplo, as cantinas improvisadas e esporádicas para um 
fim determinado da Igreja. Seria tributado ou não? 
Se esta cantina não tem exploração comercial costumeiramente, e sua 
arrecadação tem por objetivo alguma das finalidades constantes do Estatuto, então não há que 
se falar em tributação, porém, a arrecadação desta, deverá constar no movimento diário e no 
livro caixa da Igreja, a fim de caracterizar a utilização nos fins sociais da Organização. 
Esse tipo de venda improvisada, dentro da ótica de razoabilidade, pode até 
não se caracterizar como empreendimento comercial, considerandocritérios de eventualidade, 
improvisação e volume inexpressivo de mercadoria comercializada. No entanto, a partir do 
momento em que essa prática deixa de ser eventual e se torna habitual, aumentando 
consideravelmente a quantidade de mercadoria comercializada, com o consequente aumento 
da receita, a igreja poderá incorrer numa espécie de comércio ambulante no templo. 
Se a finalidade for auferir lucro, ou mesmo se houver a exploração comercial 
de espaço alugado nas dependências do templo, sendo este espaço ocupado tanto de forma 
onerosa como gratuita, deverá ser na forma da Lei, ou seja, que uma Pessoa Jurídica 
devidamente registrada tenha suas atividades no local, pagando os devidos impostos e com 
contrato de locação. 
 
c- A IGREJA E O DIREITO DO TRABALHO 
 
 
 
 
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FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI 
 
A questão trabalhista vem trazendo diversos problemas às Igrejas que não 
reservam o devido cuidado com este aspecto, tendo sido motivo de muitas ações trabalhistas 
que poderiam ser evitadas se o administrador tratar deste assunto de maneira mais legal do 
que social ou fraternal. 
Um erro é comum é acreditar que aquele “irmãozinho(a) abençoado(a) não 
faria nada contra a Igreja do Senhor Jesus Cristo”! Ledo engano daqueles que por acreditar 
demais nas pessoas, deixam de seguir o conselho do próprio Jesus: “Sede prudentes como as 
serpentes, mas simples como as pombas”. 
Dentre as situações que podem ser mais bem administradas nas organizações 
religiosas, destaca-se a do trabalho voluntário. Há pessoas que se apresentam principalmente 
nas pequenas igrejas, para prestar voluntariamente serviços de limpeza, zeladoria, dentre 
outros. Contudo, depois de algum tempo, passam a exigir direitos trabalhistas, promovendo 
inclusive reclamação judicial para receber verbas salariais, sob o argumento de que 
mantinham vínculo empregatício com a igreja. 
 Para corrigir essa situação, pode ser elaborado um Termo de Adesão ao 
Trabalho Voluntário, com amparo na Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Por meio desse 
documento, fica registrado que a atividade desempenhada em favor da igreja é na condição de 
prestador de serviço voluntário, o que não gera vínculo empregatício, nem obrigação de 
natureza trabalhista, previdenciária ou afim. Ressalta-se que esse documento deve ser 
utilizado somente nos casos em que de fato não há vínculo empregatício, isto é, quando o 
serviço é prestado gratuitamente. 
Se a Organização preferir remunerar tal pessoa, que seja na forma de legal, 
por meio de emprego com a devida anotação na CTPS, ou como diarista. 
Se a escolha for remuneração como diarista, que seus serviços sejam 
prestados no máximo duas vezes na semana para que não caracterize vínculo empregatício, 
pois o TST reconheceu o vínculo empregatício quando o empregado doméstico qualificado como 
diarista presta serviços mais de duas vezes por semana, de forma contínua e com 
exclusividade, durante um longo período de tempo. 
No caso de vínculo empregatício em qualquer função, este deverá ser 
elaborado nas bases legais, com o salário da categoria, anotação na CTPS, e todos os encargos 
sociais devidamente pagos. 
Tratamento diferenciado haverá com o Pastor, onde o Tribunal Superior do 
Trabalho possui Jurisprudência Pacifica, de que os Ministros de Confissão Religiosa, qualquer 
seja a crença, quando atuam exclusivamente como obreiros da religião não são amparados 
pela legislação trabalhista pátria, porém se houver desvio de função eclesiástica, poderá haver 
reconhecimento de vínculo trabalhista. 
O Pastor não recebe salário da Igreja, pois seu vínculo com a Igreja não é 
reconhecido como vínculo trabalhista, por este motivo, a nomenclatura da remuneração que 
lhe é dada para contabilização correta é “PREBENDA” OU “RENDA ECLESIÁSTICA”. 
 
 
 
 
 
 
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d- A IGREJA E O CONTRATO DE LOCAÇÃO 
 
A Igreja que não possui templo próprio recebeu tratamento especial do 
Legislador no que diz respeito à locação de imóvel. 
A Lei 8245/91 estabeleceu regras diferenciadas dos demais contratos de 
locação para a retomada do imóvel. 
Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, 
asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder 
Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, o contrato 
somente poderá ser rescindido. 
I - nas hipóteses do art. 9º; 
II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em 
caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja quitado o 
preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietário, 
pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a 
resultar em aumento mínimo de cinquenta por cento da área útil. 
 
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: 
I - por mútuo acordo; 
II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; 
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; 
IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que 
não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel 
ou, podendo, ele se recuse a consenti-las. 
 
Sendo assim, como forma de garantir a continuidade do funcionamento da 
Igreja, a Lei estabeleceu que não haverá a chamada “denúncia vazia” que é um instituto 
aplicável somente nos contratos residenciais e não residenciais diversos do Artigo supra. 
 
 
e- PROTEÇÃO AO LOCAL DE CULTO 
 
A Bíblia alerta para os tempos do fim, e aponta para a perseguição da Igreja, 
e um aspecto que certamente pode gerar perseguição, é no campo das leis, onde satanás fará 
de tudo para desacreditar a Igreja perante a sociedade, e descaracteriza-la como instituição 
Sagrada. 
Ao forçar a aprovação de leis que garantem igualdade de tratamento e 
garantia dos direitos individuais, os movimentos minoritários, principalmente dos que 
praticam o homossexualismo, devendo este termo ser entendido sob o contexto bíblico, se 
referindo a homens e mulheres, buscarão não somente o direito de se manifestarem 
livremente, mas ao que tudo indica, tentarão subverter a Igreja por força da Lei, a aceitar suas 
práticas e ainda buscar posições de liderança dentro da mesma. 
O art. 208, do Código Penal, estabelece o crime de ultraje a culto e 
impedimento ou perturbação de ato a ele relativo. 
A finalidade desse dispositivo legal é proteger o sentimento religioso, e 
também, secundariamente, a liberdade de culto e de crença assegurada pelo art. 5º, inc. VI, da 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI 
Constituição Federal. Estão previstas no texto do artigo 208 do Código Penal três condutas 
típicas distintas, as quais configuram o crime acima citado, conforme detalhamento a seguir: 
1) Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função 
religiosa (art. 208, parte “a”, do Código Penal): escarnecer é o ato de zombar de alguém; para 
configurar o crime, o escárnio precisa ser praticado publicamente, de modo que se a conduta 
for realizada particularmente e sem que o fato chegue ao conhecimento das pessoas, não 
estará caracterizado o delito; além disso, a zombaria deve ser praticada por motivo de crença 
ou de função religiosa da vítima. Exemplo disso temos a zombaria públicade alguém por ser 
um cristão ou ainda por ser um pastor evangélico. 
2) impedir ou perturbar cerimonia ou prática de culto religioso (art. 208, 
parte “b”, do Código Penal): impedir é a atitude capaz de impossibilitar a realização, e 
perturbar é a ação que dificulta o desenvolvimento normal de um ato religioso; essas duas 
formas de ofensa podem ocorrer contra cerimônia religiosa, que é a celebração solene de um 
evento religioso, como um culto público que reúne várias pessoas, ou ainda contra prática de 
culto religioso, que é a atividade realizada de forma não solene, a exemplo de um evangelismo 
efetuado informalmente. 
3) vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso (art. 208, parte “c”, 
do Código Penal): vilipendiar é a ação de aviltar, menosprezar, ultrajar; esse ato precisa ser 
realizado publicamente para configurar crime, e não de modo particular, reservado; o ultraje 
pode ser perpetrado em relação a ato de culto religioso, como um batismo ou uma celebração 
da Ceia do Senhor Jesus, bem como em relação a objeto de culto, a exemplo da Bíblia Sagrada. 
Portanto, aquele que queima publicamente ou pratica qualquer outra forma de ultraje contra a 
Bíblia Sagrada, objeto utilizado pelos evangélicos no culto, incorre no crime em pauta. 
* Pr. Marco Feliciano / Bispo Sergio Von Helder. 
 
Nessas três hipóteses acima, a pena prevista é de detenção, de um mês a um 
ano, ou multa. Se ocorrer o emprego de violência em qualquer dessas hipóteses, a pena será 
aumentada de um terço, e será aplicada ainda a pena correspondente à violência empregada 
contra a vítima. 
 
VII- A IGREJA E SEUS DEVERES JUNTO AO ESTADO E A SOCIEDADE EM 
GERAL 
 
A Igreja é a instituição Sagrada estabelecida por Jesus Cristo aqui na 
terra, portanto surge a questão: Ela deve ou não deve se submeter ao Estado e às suas 
Leis? 
Porém como já vimos, para o Estado a Igreja, ora é vista como uma 
Organização Religiosa, e como tal presta serviços relevantes que lhe asseguram a 
continuidade de tratamento por aquele, ora é a Pessoa Jurídica de Direito Privado que 
possui direitos e deveres perante a Lei. 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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 Os deveres para com o Estado quase se resumem em cumprir com as 
Leis, e seus fins sociais estabelecidos no Estatuto e isso já foi abordado, porém a 
dificuldade se encontra na relação com a sociedade em geral, e os direitos e garantias 
individuais, pois para o Estado a Igreja não passa de Organização Religiosa que deve 
agir dentro da Lei, e para a sociedade, a Igreja é a Instituição Religiosa onde as 
pessoas se reúnem para falar com Deus, e todos devem ser acolhidos, pois “Deus não 
rejeita ninguém”! 
Se observada pelo olhar do leigo, a Igreja não será compreendida como 
uma Instituição estabelecida por Deus, que possui seus princípios baseados na Bíblia, 
mas uma Organização como qualquer outra, onde os costumes proclamados pela 
sociedade devem ser aceitos e incorporados por ela também. 
Diante deste impasse, torna-se indispensável analisar as discussões 
atuais que envolvem Princípios Divinos x Direitos Individuais, à luz do direito 
brasileiro, para que a Igreja esteja protegida de possíveis processos judiciais. 
 
a- A IGREJA E A DISCIPLINA / EXCLUSÃO 
 
 No que diz respeito à disciplina aplicável ao membro, geralmente se pensa em 
sua exclusão, esquecendo-se das demais formas disciplinares como, pratica devocional, 
acompanhamento no discipulado, e sendo que a disciplina pode ser formativa, corretiva e 
cirúrgica, sendo esta a mais grave, devendo ser aplicada com bastante critério para se evitar 
problemas jurídicos. 
 Como estabelece o Código Civil em seu Artigo 54, II, o Estatuto deve conter as 
formas de admissão, demissão e exclusão do membro, portanto todos devem ser conhecedores 
desses requisitos, tanto os membros como aqueles que serão recepcionados pela Igreja. 
 Convém inserir e fazer conhecido pelos candidatos e todos os membros, de 
forma igualmente clara e precisa, as restrições e medidas disciplinares que a igreja poderá 
aplicar à pessoa que mantém ou que passa a manter qualquer comportamento pecaminoso. 
Podem constar, dentre outras medidas, as seguintes: 
 
1) proibição de ser admitido como membro da organização religiosa; 
2) suspensão do exercício de direitos ou da liderança de atividades religiosas; 
3) perda de cargo, função, consagração ou ordenação eclesiástica; 
4) proibição de celebrar liturgias religiosas; 
5) proibição de participar de casamento religioso, batismo e Ceia do Senhor; e, 
6) exclusão do rol de membros. 
 Assim sendo, quem quiser ser membro da Igreja deverá ter ciência das 
condições em que se exige para sua admissão e permanência como membro, as formas de 
disciplina e sua devida aplicação. 
 Ao se tornar necessário a aplicação da disciplina a algum membro, o Pastor 
deverá ter o cuidado em obedecer estritamente ao Estatuto, tanto no motivo como na forma de 
aplicação. 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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 A etapa final do procedimento disciplinar é a divulgação da decisão tomada 
pela comissão ou conselho encarregado da apuração. Essa fase requer alguns cuidados, 
visando não expor desnecessariamente as pessoas envolvidas, nem causar prejuízo à igreja 
maior que o dano decorrente do próprio fato em si. 
 A igreja pode tornar pública (internamente) as suas decisões, porém deve ter 
as cautelas necessárias para não causar dano à imagem das pessoas perante a coletividade. 
Nesse sentido é oportuno relembrar a garantia prevista no art. 5º, inc. X, da CF: “são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”. 
 Para tanto, convém estabelecer critérios para a publicidade das decisões. 
Podemos citar os seguintes exemplos: a) publicar as decisões em reuniões restritas aos 
membros; b) dar conhecimento apenas da decisão final sem discorrer sobre o fato; e, c) 
responsabilizar pessoalmente o membro que divulgar a terceiros qualquer assunto reservado 
aos membros. 
 Portanto, o Estatuto deverá ser elaborado de forma clara e precisa sobre 
alguns aspectos que tem sido tratado com extrema relevância pela mídia, e que tem formado a 
opinião da sociedade e dos legisladores, e se passa a comentar. 
 
b- A IGREJA E O DIREITO DE LIVRE PENSAMENTO E MANIFESTAÇÃO 
 
 Na atualidade muito se tem falado a respeito da liberdade de expressão e 
manifestação de pensamento, o que tem provocado fortes discussões e manifestações sociais 
por todo o país. 
 As liberdades de expressão e de manifestação são direitos individuais 
previstos na Constituição Federal, sendo que liberdade de expressão é o direito de todo e 
qualquer indivíduo de manifestar seu pensamento, opinião, atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, sem censura, como assegurado pelo artigo 5º da Constituição 
Federal. É direito da personalidade, inalienável, irrenunciável, intransmissível e irrevogável, 
essencial para que se concretize o princípio da dignidade humana. É elemento fundamental 
das sociedades democráticas, que têm na igualdade e na liberdade seus pilares. 
 E se neste contesto algum membro decidir se manifestar em um pequeno 
grupo ou diante da Igreja que não concorda com algum ensino do Pastor, ou mesmo 
disseminar um ensino diferente para combatê-lo. O que fazer? Deixa-lo se manifestar e talvez 
causar um dano ainda maior, ou disciplina-lo? E se acontecerdeste irmão se juntar a outros 
para manifestarem contrários ao ensino do Pastor? 
A Constituição Federal em seu Artigo 5° diz estabelece: 
 
Artigo 5°. [...] 
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
IX- é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independente de censura ou licença; 
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais. 
§ 2°. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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 No caso em comento, haverá um direito fundamental sendo exercido, 
portanto caberá uma punição pelo fato de alguém manifestar sua opinião, ou se deixará o caso 
como se nada tivesse acontecido? 
 No caso em tela invoca-se a Lei que rege os direitos e deveres dos membros, o 
Estatuto, e sob sua égide, deve ser examinado, e em sendo contemplada tal atitude como sendo 
passível de disciplina, o Pastor ou quem de direito, deverá obedecer aos trâmites nele 
estabelecidos. 
 Por isso o Estatuto é tão fundamental para a existência da Igreja e 
preservação dos direitos de seus membros, onde tanto os Pastores como a Igreja estarão 
amparados perante a Lei. 
 
c- A IGREJA E O NOVOS ARRANJOS FAMILIARES 
 Dos temas atuais, este merece muita atenção, pois para as pessoas de um 
modo geral, prevalece o ditado popular “amigado com fé, casado é”! 
 O direito das famílias tem sofrido várias mudanças ao longo dos anos, e 
aquele conceito de família formada por pai, mãe e seus filhos vêm sendo substituído por um 
novo conceito denominado “Novos Arranjos Familiares”, ampliando a forma de família, a fim de 
que estas também sejam alcançadas pelos direitos fundamentais e individuais contemplados 
pela CRFB/88. 
 Hoje a família brasileira possui várias formas como “Família Monoparental” 
formada por apenas um dos genitores e filhos, “Família Pluriparental” resultante de 
agrupamento de pessoas advindas de outras famílias, que em função de separações, divórcios e 
novos casamentos, “Família Afetiva ou Socioafetiva” que é considerada aquela cujos laços de 
afinidade e não sanguíneos unem os pertencentes a um determinado grupo de unidade de 
pessoas, dentre outros. 
 Neste diapasão encontramos a família formada pela União Estável entre o 
homem e mulher, que se tornou algo comum em nossos dias, recebendo o “status” de família, 
sendo equiparada ao casamento para fins de lei, havendo ainda a possibilidade de num futuro 
próximo, se tornar a forma mais comum de constituição de família. 
 E o que fazer nestes casos? Abrir as portas para este tipo de constituição 
familiar, ou seguir os princípios cristãos de família? 
 A Igreja do século XXI tem se tornado uma igreja moderna, que tem 
procurado atrair as pessoas, com o discurso de que “Deus deve se tornar acessível a todos, e 
este a ninguém discrimina”, sendo assim, a sociedade espera, e às vezes exige que a Igreja os 
receba nessa condição, sendo que algumas “igrejas” já aceitam esta forma de família. 
 Aqui cabe uma discussão acalorada, pois alguns podem alegar que 
casamento é questão cultural, e a cada tempo se muda os costumes, e nisso há certa razão, 
pois hoje a formação da família se dá de forma diversa da praticada nos tempos bíblicos. 
 Mas afinal, se aceita ou não a União Estável como válida para fins de 
membresia na Igreja? 
 Se sim, estes teriam acesso a cargos de liderança ou ministérios? 
 
 
 
 
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 Se a resposta for negativa, estaria ferindo o disposto no Código Civil onde 
dispõe que todos têm direitos e deveres iguais na Organização Religiosa. 
 Este é mais um assunto a ser definido pelo Estatuto, a fim de garantir que a 
Igreja aplique corretamente as leis que a regem sem, no entanto, descumprir os preceitos 
legais. 
 E cabe ainda a discussão dos casamentos plurais, chamados de poliafetivos, 
com duas mulheres e um homem como nos caso do Rio de Janeiro e Jundiaí (SP). 
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/01/1732932-casais-de-3-ou-mais-parceiros-
obtem-uniao-com-papel-passado-no-brasil.shtml. 
https://noticias.terra.com.br/brasil/poliamor-homem-e-2-mulheres-registram-em-cartorio-
uniao-a-3,2aec7e7abe10835d47cb7168db8979bf93thm8t1.html. 
 
d- A IGREJA E OS DIREITOS INDIVIDUAIS (HOMOSSEXUALISMO, UNIÃO 
HOMOAFETIVA) 
 
Talvez o ponto mais difícil a ser tratado até aqui, pois a sociedade tem 
cobrado cada vez mais do Governo um posicionamento a favor desta prática, e a elaboração de 
leis que garantam aos homossexuais os direitos que reivindicam. 
Neste caso, a grande adversária dos grupos que defendem as mudanças legais 
a favor dos homossexuais, certamente é a Igreja. 
Por ser aquela que tem dificultado o caminho das conquistas dos 
homossexuais, a Igreja vem se tornando cada vez mais o alvo das manifestações e perseguições 
promovidas pelos defensores dos direitos deste grupo ao ponto de alguns adentrarem o 
ambiente de culto e constranger os presentes com insinuações e se fazendo notar pelas 
vestimentas e atitudes. 
E o que dizer sobre a admissão, permanência e exclusão de pessoas que se 
declaram homossexuais? Como a Igreja deve se preparar para evitar problemas judiciais nestas 
situações? 
Em relação à presença de homossexuais no ambiente de culto, o que primeiro 
se deve fazer é respeitar sua presença, e trata-los de forma digna como Jesus faria com 
qualquer outro pecador, e quanto a sua conduta no culto, deverá ser pautada no respeito 
condizente com o local, pois as pessoas presentes também possuem direitos a serem 
respeitados, dentre eles o que diz o Artigo 5°, VI, CRFB/88. 
Pode-se analisar o caso de desrespeito com o culto praticado por religioso que 
adentrava o templo durante a realização do culto prejudicando seu andamento, veja decisão: 
TJ-SP - Cautelar Inominada : 20244525520148260000 SP 2024452-55.2014.8.26.0000. 
No tocante à admissão de homossexual como membro da Igreja, segue-se o 
padrão para qualquer outra pessoa, devendo este se portar de forma a cumprir o Estatuto e os 
princípios bíblicos. 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
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“CASAL GAY PRETENDE PROCESSAR IGREJA QUE NÃO QUIS REALIZAR 
SEU CASAMENTO” disponível em: <http://padom.com.br/casal-gay-pretende-processar-
igreja-que-nao-quis-realizar-seu-casamento/> 19/11/2016. 
Quanto ao pedido de realização de cerimônias de casais do mesmo sexo, 
novamente o Estatuto pode livrar a Igreja de processos judiciais neste sentido. 
Com o advento da RESOLUÇÃO Nº 175, DE 14 DE MAIO DE 2013 do 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os casais homossexuais que desejarem se casar, não 
poderão ter seu pedido recusado pelos cartórios do país, o que levará este procedimento a se 
tornar cada vez mais comum no futuro. 
Porém o próximo passo será a tentativa de formalizar leis que obriguem a 
Igreja na realização de cerimônias religiosas de “casamento” entre homossexuais. 
 
 
6. Referências bibliográficas 
1- Marcelo Gonçalves Tiziani. Breve História do Registro Civil Eclesiástico. Disponível 
em: <https://jus.com.br/artigos/50997/breve-historia-do-registro-civil-eclesiastico#_ftn22>. 
Acesso em 16 nov. 2016.2- CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos: uma história da igreja 
cristã. Trad. Israel Belo de Azevedo. 2.ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. 
3- Aurelino José Ferreira Filho e Pedro Affonso De Oliveira Filho. Registros 
Eclesiásticos E Cartoriais, Fontes E Documentação: Possibilidades, Perspectivas E Desafios 
Para As Pesquisas Em Escravidão No Brasil – Triângulo Mineiro – Mg. Disponível em: 
<http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1370111961_ARQUIVO_REGISTROSE
CLESIASTICOSECARTORIAIS.pdf>. Acesso em 16 nov. 2016. 
4- BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF, Senado, 1998. 
5- Deivis Vânio Lopes. A Organização Eclesiástica Da Assembléia De Deus Em 
Canoas/Rs. Disponível em: 
<http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/4649/1/401954.pdf> . Acesso em 14 nov. 
2016. 
6- BRASIL. Código Civil. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em 18 nov. 2016. 
 
7- BRASIL. Código Tributário Nacional. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em 19.nov. 2016. 
8- JURISPRUDÊNCIA. Disponível em: < 
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Exclus%C3%A3o+do+quadro+associativ
o>. Acesso em 18 nov. 2016. 
 
 
 
 
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 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18) 
 
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI 
9- BRASIL. Lei 8245/99. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm>. Acesso em 18 nov. 2016. 
10- Adiel Teófilo. Blog Defesa do Evangelho. Disponível em: < 
http://adielteofilo.blogspot.com.br/search/label/A%20IGREJA%20DENTRO%20DA%20LEI-
18-Homossexualismo%20%28LGBTTT%29%20e%20Liberdade%20Religiosa> . Acesso em 17 
nov. 2016.

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