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Anotações e reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu panorama no Brasil

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Anotações e reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu panorama no Brasil
Eduarda Baciquetti Dani
A Psicologia Jurídica vem motivando inúmeras discussões em torno das distintas demandas que lhe são direcionadas. A autora do artigo “Anotações sobre Psicologia Jurídica”, Leila de Brito, aborda o tema do processo de consolidação dessa área da Psicologia e seu dilemas, trazendo outros autores para complementar o artigo. Como o professor Eliezer Schneider que traz alguns objetos de estudos da área:
“A personalidade do criminoso, o papel da punição, a influência do sistema penal na recuperação, ou não, da delinquência, esses são os temas de seu interesse. Não na formalidade da lei, mas seus efeitos na constituição do indivíduo.” (Schneider, 1999)
No Brasil, os primeiros trabalhos realizados por psicólogos junto ao judiciário seguiram o caminho anteriormente trilhado pelos médicos na elaboração de pericias; já nos anos 80 foi criado o cargo de psicólogo junto ao poder judiciário do Estado de São Paulo. Em 2010, o Conselho Federal de Psicologia emitiu três resoluções que referem-se ao trabalho do psicólogo na área jurídica. A primeira resolução foi a № 008/2010, que regulamenta a atuação do psicólogo como perito e assistente técnico no poder judiciário; a segunda foi a resolução № 009/2010, que rege a atuação no sistema prisional, vendando a realização de exame criminológico; a terceira e última resolução de № 010/2010 apresenta a regulamentação da Escuta Psicológica de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência, na Rede de Proteção, vedando ao psicólogo o papel de inquiridor.
É de fundamental importância levar em consideração também as indagações feitas pelos profissionais que atuam nessa área, apresentadas pela autora. Nessa teia de vocábulos e argumentações próprias de outras áreas de conhecimento, cabe ao psicólogo delimitar, discernir qual a temática que lhe diz respeito, evitando apropriar-se da demanda que lhe chega a partir de nomenclaturas diversas; é importante o psicólogo saber e ter clareza de qual papel está desempenhando em cada contexto, explica Brito. Arantes, também autora de pesquisas relacionadas, complementa o tema pontuando a dificuldade que os profissionais de psicologia encontram trabalhando na área jurídica:
“O mal-estar existente entre os psicólogos que atuam no âmbito judiciário: Indagações de como pensar a relação entre Psicologia e Direito” (Arantes, 2010)
No que se refere as formas de intervenção certamente devem estar de acordo com os estudos e as práticas reconhecidas pela Psicologia, como indica, por exemplo, a Resolução № 007/2003, do CFP:
“O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos desse procedimento (as questões de ordem psicológica) tem determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação.” 
Observa-se que apesar da Psicologia ser ainda uma ciência recente, as articulações da Psicologia com o Direito vem de tempo. Nos últimos anos, cada vez mais, surgem demandas encaminhadas ao sistema de Justiça que despontam em novas e inúmeras possibilidades de atuação na área denominada de Psicologia Jurídica. Entretanto, não se pode perder de vista as incontáveis interrogações que precisam ser respondidas ao se iniciar um trabalho nesse campo.
Já a autora Fátima França, em seu artigo “Reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu panorama no Brasil” aborda as definições da Psicologia Jurídica, apresentando suas interfaces com a área de Direito.
Um psicólogo que escolhe trabalhar na área jurídica pode atuar em diversos setores; devido ao fato de ser uma atuação abrangente; como por exemplo, em fóruns, prisões, mediações e autopsia psíquica; o profissional pode fazer orientações, acompanhamentos, contribuir para políticas preventivas e estudar os efeitos do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo. Seria a psicologia que se relaciona com o sistema de Justiça, sendo conhecida em alguns lugares como Psicologia Forense.
Pode-se dizer então, que
“O objeto de estudo da Psicologia Jurídica são os comportamentos complexos que ocorrem ou podem vir a ocorrer no campo jurídico.” (Popolo, 1996)
A complexidade dos comportamentos se dá pela multiplicidade de fatores que o determinam. Popolo ressalta também a importância de reconhecer os limites, que o conhecimento resultante da perícia não representa a compreensão do indivíduo como um todo, sendo um corte parcial da realidade dele. Além disso, devemos nos atentar para as consequências das ações jurídicas sobre o indivíduo.

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