Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UFCG / CCT / UAME Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II - Turmas 1 e 3 Notas de Aula - Séries de Potências Professor(a): Rosana M. da Silva 1 Séries de Potências As somas infinitas ∞∑ n=0 cn (x − a)n, onde a e os coeficientes cn, n = 1, 2, · · · , são constantes reais, são chamadas de Séries de Potências. A Expressão ∞∑ n=0 cn (x−a)n, tem a forma de um polinômio, mas difere deste, uma vez que polinômios tem grau finito e não divergem para nenhum valor de x. Observação 1 Assim como os polinômios, séries de potências podem ser somadas, subtraídas, mul- tiplicadas, derivadas e integradas termo a termo. Definição 1 Uma expressão da forma ∞∑ n=0 cn x n = c0 + c1 x+ c2 x 2 + c3 x 3 + · · · , onde cn é uma sequencia numérica, é uma série de potências centrada em x = 0 e ∞∑ n=0 cn (x− a)n = c0 + c1 (x− a) + c2 (x− a)2 + c3 (x− a)3 + · · · é uma série de potências centrada em x = a. Exemplos 1. A série ∞∑ n=0 ( (3x− 2)n n é uma Série de Potências centrada em x = 2 3 e cn = 3n n . ( ∞∑ n=0 ((3x− 2)n n = ∞∑ n=0 3n(x− 2 3 )n n ) . 2. ∞∑ n=0 ( 1 3 )n(x − 2)n = 1 + (x− 2 3 ) + (x− 2 3 )2 + (x− 2 3 )3 + · · · , é uma série de potências centrada em x = 2, com cn = ( 1 3 )n. Observemos que a série ∞∑ n=0 ( 1 3 )n(x − 2)n é uma série geométrica ( ∞∑ n=0 arn ) , onde o primeiro termo a = 1 e r = (x− 2) 3 , que converge quando∣∣∣(x− 2) 3 ∣∣∣ < 1, ou seja, a série converge para 1 1− (x− 2) 3 = 3 5− x , com x variando de 1 a 5. 3. Uma série de potências centrada em x = a, com cn = k (k real), para todo n, ∞∑ n=0 k(x− a)n = k + k(x− a) + k(x− a)2 + k(x− a)3 + · · · , é uma série geométrica de razão (x − a), que converge quando |x − a| < 1, ou seja, 1 − a < x < 1 + a. Se a = 0 a série é uma série geométrica de razão x. Observação 2 Toda série de potências centrada em x = a, ∞∑ n=0 cn (x − a)n = c1 + c2 (x − a) + c3 (x− a)2 + c4 (x− a)3 + · · · , converge quando x assume o valor a (x = a), já que, neste caso, a soma da série é S = c1 + c2 (a− a) + c3 (a− a)2 + c4 (a− a)3 + · · · = c1 + 0 + 0 + 0 + · · · = c1. 1.1 Raio e intervalo de convergência Teorema 2 (Teorema de convergência de séries de potências.) Se ∞∑ n=0 cn (x− a)n é uma série de potências, então uma das três situações sempre ocorre: • A série converge em x = a e diverge para os demais valores de x; • A série converge absolutamente para todo x; • Existe um número positivo R tal que a série converge absolutamente quando x satisfaz a de- sigualdade |x−a| < R e diverge quando´x é tal que |x−a| > R. A série pode ou não convergir quando x = a−R ou x = a+R. O número positivo R é chamado raio de convergência e o intervalo centrado em a de raio R é chamado de intervalo de convergência da série de Potências. Intervalos de Convergência: • Se R é um real positivo, o intervalo de convergência pode ser: – Aberto: (a−R, a+R); – Aberto a esquerda ou a direita: (a−R, a+R] ou [a−R, a+R); – Fechado: [ a−R, a+R ]. • Se R = 0, a série converge apenas no ponto x = a e, neste caso, o intervalo de convergência se degenera no ponto x = a; • SeR =∞, a série converge absolutamente para todo x e, neste caso o intervalo de convergência é (−∞,∞), O raio e o intervalo de convergência podem ser determinados através do teste da razão ou do teste da raiz. Exemplos: Determinar o raio e o intervalo de convergência das séries a seguir: 1. ∞∑ n=1 (3x− 2)n n . Usando o teste da razão temos lim n→∞ ∣∣∣ (3x− 2)n+1 n+ 1 (3x− 2)n n ∣∣∣ = lim n→∞ ( n n+ 1 ) |3x− 2| = |3x− 2|. A série converge absolutamente se |3x − 2| < 1. Resolvendo a inequação obtemos |3x− 2| < 1⇒ |x− 2 3 | < 1 3 ⇒ 1 3 < x < 1. Assim, a série converge absolutamente em ( 1 3 < x < 1) e o Raio de convergência R = 1 3 . O que acontece com a série quando x = 1 3 e quando x = 1? Substituindo o valor de x = 1 3 na série dada, obtemos a série harmômica alternada, ∞∑ n=1 (−1)n n , que converge. Para x = 1, temos a série harmônica, ∞∑ n=1 1 n , que diverge. Conclusão: – A s´erie dada converge absolutamente se 1 3 < x < 1; – Converge condicionalmente se x = 1 3 e – Diverge para outros valores de x. Portanto, a série ∞∑ n=1 (3x− 2)n n converge para x ∈ [1 3 , 1) e diverge caso contrário. O intervalo [ 1 3 , 1) é o intervalo de convergência e R = 1 3 é o raio de convergência. 2. ∞∑ n=0 (2x)n. Usando o teste da raiz temos que lim n→∞ n √ |2x|n = lim n→∞ 2|x| = 2|x| < 1, a série converge absolutamente para −1 2 < x < 1 2 . Para x = −1 2 e para x = 1 2 série diverge pelo teste do n-ésimo termo. Portanto, a série converge para −1 2 < x < 1 2 , com raio de convergência R = 1 2 e intervalo de convergência (−1 2 , 1 2 ). 3. ∞∑ n=0 3n xn n! . Usando o teste de razão temos: lim n→∞ ∣∣∣ 3n+1 xn+1 (n+ 1)! 3n xn n! ∣∣∣ = lim n→∞ 3 n+ 1 |x| = 0 < 1 ∀ x. A série converge absolutamente para todo x, com raio de convergência R = ∞ e intervalo de convergência (−∞,∞). 4. ∞∑ n=1 n! (x− 4)n. Usando o teste da razão, displaystyle limn→∞ ∣∣∣(n+ 1)! (x− 4)n+1 n! (x− 4)n ∣∣∣ = limn→∞(n + 1)|x − 4| = ∞, concluímos que a série converge apenas para x = 4, com raio de convergência R = 0 e intervalo de convergência degenerado no ponto x = 4. 5. ∞∑ n=1 (−1)n (x+ 2)n n . Usando o teste da razão temos: lim n→∞ ∣∣∣ (x+ 2)n+1 n+ 1 (x+ 2)n n ∣∣∣ = lim n→∞ n n+ 1 |x+ 2| = |x+ 2| < 1. Assim, a série converge absolutamente para −3 < x < −1, com raio de convergência R = 1. Verificando a convergência nas extremidades do intervalo. Para x = −3, ∞∑ n=1 (−1)n (−1)n n = ∞∑ n=1 (−1)2n n = ∞∑ n=1 1 n , temos a série harmônica, divergente. Para x = −1, ∞∑ n=1 (−1)n n , temos a série harmônica alternada, que converge. Portanto, a série converge, com raio de convergência R = 1 e intervalo de convergência (−3,−1]. 6. ∞∑ n=2 xn n ln(n) . Usando o teste da razão temos, lim n→∞ ∣∣∣ xn+1 (n+ 1) ln(n+ 1) xn n ln(n) ∣∣∣ = lim n→∞ n n+ 1 ln(n) ln(n+ 1) |x| = |x| < 1. Assim, a série converge absolutamente em (-1,1), com raio de convergência R = 1. Verificando a convergência nas extremidades do intervalo. Para x = −1, a série ∞∑ n=2 (−1)n n ln(n) converge condicionalmente (teorema de Leibniz) e para x = 1, a série ∞∑ n=2 1 n ln(n) diverge (teste da integral). A série ∞∑ n=2 xn n ln(n) converge com raio de convergência R = 1 e intervalo de convergência é igual a [−1, 1). 7. ∞∑ n=1 (−1)n e n+1 nn (x− 1)n. Usando o teste da raiz temos, lim n→∞ n √ en+1 nn (x− 1)n = lim n→∞ e n √ e n |x− 1| = 0. Assim, a série converge absolutamente para todo x. Logo, raio de convergência R = ∞ e o intervalo de convergência é todo o conjunto dos reais. 1.2 Operações em séries de potências Na interseção de seus intervalos de convergência, duas séries de potências podem ser adicionadas (ou subtraídas) termo a termo, da mesma forma que as séries numéricas. Elas também podem ser multiplicadas, da mesma forma que polinômios, mas este último caso é de difícil manipulação. O teorema a seguir nos da uma fórmula para obter os coeficientes no produto. Teorema 3 ( Teorema da multiplicação de séries para séries de potências.) SeA(x) = ∞∑ n=0 an x n e B(x) = ∞∑ n=0 bn x n convergem absolutamente para |x| < R (R é o raio de convergência), e cn = a0 bn + a1 bn−1 + a2 bn−2 + · · ·+ an−1 b1 + an b0 = n∑ k=0 ak bn−k, então ∞∑ n=0 cn x n converge absolutamente paraA(x)B(x) para |x| < R e ( ∞∑ n=0 an x n) ( ∞∑ n=0 bn x n) = ∞∑ n=0 cn x n. 1.3 Representação de funções por séries de potência A série ∞∑ n=0 xn é uma série (de potência) geométrica, com a = 1 e razão r = x, que converge quando |x| < 1, cuja soma é igual a 1 1− x . Portanto, 1 1− x = 1 + x+ x 2 + x3 + x4 + x5 + · · · , para − 1 < x < 1. Ou seja, a série de potências ∞∑ n=0 xn, centrada em x = 0, converge para 1 1− x no intervalo (−1, 1). Ilustrando Graficamente. Figura 1: Aproximação da função y = 1 1−x por y = 1 ; y = 1 + x e y = 1 + x + x 2 ; y = 1 + x + x2 + x3 ; y = 1 + x + x2 + x3 + x4 ; y = 1 + x + x2 + x3 + x4 + · · · + x9 e y = 1 + x+ x2 + x3 + x4 + · · ·+ x12. Uma série de potência ∞∑ n=0 cn x n define uma função f , cujo domínio é o intervalo de convergên- cia da série, onde para cada x no intervalo de convergência f(x) = c1 + c2 x+ c3 x 2 + ... Nestes casos, dizemos que ∞∑ n=0 cn x n é uma representação de f(x) por uma série de potência. Teorema 4 Se ∞∑ n=0 an x n converge absolutamente para |x| < R, então ∞∑ n=0 an (g(x)) n converge absolutamente para qualquer função contínua g em |g(x)| < R. Exemplo: Sabemos que 1 1− x = 1+x+x 2+x3+x4+ · · · , para−1 < x < 1. Substituindo x por g(x) = −4x, obtemos 1 1 + 4x = 1− 4x+ 16x2 + 64x3 + 128x4 + · · · , para − 1 4 < x < 1 4 . Teorema 5 ( Teorema da derivação e integração termo a termo.) Se ∞∑ n=0 cn (x−a)n converge para a−R < x < a+R, para algumR > 0, isto define uma função f(x) = ∞∑ n=0 cn (x−a)n, no intervalo (a−R, a+R). • A função f(x) tem derivadas de todas as ordens em (a − R, a + R). As derivadas podem ser obtidas derivando a série termo a termo. A sua derivada de primeira ordem é dada por: f ′(x) = c1 +2c2 (x− a) + 3c3 (x− a)2 + · · ·+ ncn (x− a)n−1 + · · · . • A integral da função f(x) pode ser obtida integrando a série termo a termo, ou seja,∫ f(t) dt = c0 x+ c1 2 (x− a)2 + c2 3 (x− a)3 + · · ·+ cn n+ 1 (x− a)n+1 + · · · .+ C Exemplos Seja f(x) = 1 1− x e 1 1− x = 1 + x+ x 2 + x3 + x4 + x5 + · · · − 1 < x < 1. Derivando f , temos: f ′(x) = ( 1 1− x )′ = 1 (1− x)2 = 1 + 2x+ 3x 2 + 4x3 + 5x4 + · · · e f ′′(x) = ( 1 1− x )′′ = 2 (1− x)3 = 2 + 6x+ 12x 2 + 20x3 + · · · . Integrando, obtemos∫ x 0 f(t) dt = ∫ x 0 1 1− t dt = − ln(1− x) = x+ x2 2 + x3 3 + x4 4 + · · · , ou ln(1− x) = −x− x 2 2 − x 3 3 − x 4 4 − · · · . Observação 3 Através de uma mudança de variável, da derivação ou da integração termo a termo de séries de potências, que convergem para funções conhecidas, podemos obter outras séries con- vergentes com somas conhecidas. Exemplos: Seja 1 1− x = 1 + x+ x 2 + x3 + x4 + x5 + · · ·+ xn + · · · , −1 < x < 1. 1. Fazendo uma mudança de variável x = −x, obtemos 1 1 + x = 1−x+x2−x3+x4−x5+· · ·+(−1)n xn+· · · , para−1 < (−x) < 1⇒ −1 < x < 1. Derivando ( 1 1 + x )′ = 1 (1 + x)2 = −1 + 2x− 3x2 + 4x3 − 5x4 + · · ·+ (−1)n+1 xn + · · · . Integrando ∫ x 0 1 1 + t dt = ln(1 + x) = x− x 2 2 + x3 3 − x 4 4 + · · ·+ (−1)n x n+1 n+ 1 + · · · . 2. Fazendo x = −(x2) (Mudança de variável) obtemos 1 1 + x2 = 1 − x2 + x4 − x6 + x8 − x10 + · · · + (−1)n x2n + · · · . para −1 < −(x2) < 1 ⇒ |x| < 1⇒ −1 < x < 1. Integrando ∫ x 0 1 1 + t2 dt = arctg(x) = x− x 3 3 + x5 5 − x 7 7 + · · ·+ (−1)n x 2n+1 2n+ 1 + · · · . Livro Texto: Thomas 12a edição. Volume 2 - Capítulo 10. (ou Thomas 11a edição. Volume 2 - Capítulo 11.) • Capítulo 10.7 - página. 51 - Exercícios: 1 - 53. (ou Capítulo 11.7 - p. 111 - Exercícios: 11-43) 2 Série de Taylor e Maclaurin Definição 6 Seja f uma função com as derivadas de todas as ordens em algum intervalo contendo a como um ponto interior. Então a Série de Taylor gerada por f em x = a é ∞∑ n=0 f (k)(a) k! (x− a)k = f(a) + f ′(a) (x− a) + f ′′(a) 2! (x− a)2 + f ′′′(a) 3! (x− a)3 + + · · ·+ f (n)(a) n! (x− a)n + · · · Se a = 0, a Série de Taylor gerada por f em x = 0 é aSérie de Maclaurin gerada por f ∞∑ n=0 f (k)(0) k! xk = f(0) + f ′(0)x+ f ′′(0) 2! x2 + f ′′′(0) 3! x3 + · · ·+ f (n)(0) n! xn + · · · . Exemplo: Escrever a Série de Taylor gerada por f(x) = 1 x , centrada em x = 2. f(x) = 1 x f ′(x) = − 1 x2 f ′′(x) = 2 1 x3 f ′′′(x) = −2.3 1 x4 ... f (n)(x) = (−1)nn! 1 xn+1 f(2) = 1 2 f ′(2) = − 1 22 f ′′(2) = 2! 1 23 f ′′′(2) = −3! 1 24 ... f (n)(2) = (−1)n n! 1 2n+1 A Série de Taylor encontrada ∞∑ n=0 f (n)(2) n! xn = f(2) + f ′(2) (x− 2) + f ′′(2) 2! (x− 2)2 + · · ·+ f (n)(2) n! (x− 2)n + · · · = 1 2 − (x− 2) 2 + (x− 2)2 23 − · · ·+ (−1)n (x− 2) n 2n+1 + · · · . A série obtida é uma série geométrica, cujo primeiro termo igual a 1 2 e a razão r = −(x− 2) 2 , que converge absolutamente para |x− 2| < 2 e sua soma é 1 2 1 + (x− 2) 2 = 1 2 + (x− 2) = 1 x . Neste exemplo, a série gerada converge para f(x) = 1 x , com 0 < x < 4. 2.1 Polinômio de de Taylor Definição 7 Seja f uma função com as derivadas de ordem k, para k = 1, 2, ..., N , em algum intervalo contendo a como um ponto interior. Então para um inteiro n de 0 a N , o polinômio de Taylor de ordem n gerado por f em x = a é: Pn(x) = f(a) + f ′(a) (x− a) + f ′′(a) 2! (x− a)2 + f ′′′(a) 3! (x− a)3 + · · ·+ f (n)(a) n! (x− a)n. Exemplos: 1. Os polinômios de Taylor gerado por f(x) = 1 x , centrados em x = 2, são da forma: P0(x) = 1 2 . P1(x) = 1 2 − (x− 2) 22 . P2(x) = 1 2 − (x− 2) 22 + (x− 2)2 23 . P3(x) = 1 2 − (x− 2) 22 + (x− 2)2 23 − (x− 2) 3 24 . ... Pn(x) = 1 2 − (x− 2) 22 + (x− 2)2 23 − · · ·+ (−1)n (x− 2) n 2n+1 . 2. Encontar a série de Taylor e os polinômios de Taylor gerados por f(x) = 1 x2 centrada em x = 1. f(x) = 1 x2 f ′(x) = − 2 x3 f ′′(x) = 2.3 1 x4 f ′′′(x) = −2.3.4 1 x5 ... f (n)(x) = (−1)n(n+ 1)! 1 xn+2 f(1) = 1 f ′(1) = −2 f ′′(1) = 6 f ′′′(1) = −24 ... f (n)(1) = (−1)n (n+ 1)! A Série de Taylor é ∞∑ n=0 f (n)(1) n! (x− 1)n = f(1) + f ′(1) (x− 1) + f ′′(1) 2! (x− 1)2 + · · ·+ f (n)(1) n! (x− 1)n + · · · = 1− 2(x− 1) + 3(x− 1)2 − 4(x− 1)3 + · · ·+ (−1)n(n+ 1) (x− 1)n + · · · . Os polinômios são da forma Pn(x) = 1−2(x−1)+3(x−1)2−4(x−1)3+ · · ·+(−1)n(n+1) (x−1)n, para n = 0, 1, 2, 3, ..., N. • A série encontrada converge para f(x) = 1 x2 ? Em que intervalo isso ocorre? Usando o teste da razão, obtemos lim n→∞ n+ 1 n |x− 1| = |x− 1| < 1. Portanto, a série converge para x ∈ (0, 2) (Veja Figura abaixo). 3. Encontrar a série de Taylor e os polinômios de Taylor gerados por f(x) = ex, centrados em x = 0. A série de Taylor gerada por f em x = 0 é f(0) + f ′(0)x+ f ′′(0) 2! x2 + · · ·+ f (n)(0) n! xn + · · · = 1 + x+ x 2 2 + · · ·+ x n n! + · · · = ∞∑ k=0 xk k! O polinômio de Taylor de ordem n em x = 0 é Pn(x) = 1 + x+ x2 2 + · · ·+ x n n! . Por definição, a série obtida é a série de Maclaurin para ex. 4. Encontrar a série de Taylor e os polinômios de Taylor gerados por f(x) = cos(x) centrados em x = 0. A série de Taylor gerada por f em x = 0 é f(0) + f ′(0)x+ f ′′(0) 2! x2 + · · ·+ f (n)(0) n! xn + · · · = 1 + 0− x 2 2 + 0 + x4 4! − 0 + · · ·+ (−1)n x 2n (2n)! + · · · = ∞∑ k=0 (−1)k x 2k (2k)! . Como f (2n+1) = 0, o Pilonômio de Taylor de ordem 2n e 2n+ 1 são idênticos, em x = 0 P2n(x) = P2n+1(x) = 1− x 2 2 + x4 4! − · · ·+ (−1)n x 2n (2n)!. Por definição, a série obtida é a série de Maclaurin para cos x. 5. Encontar a série de Taylor, centrada em x = 0, gerada pela função f(x) = 0, se x = 0 − 1 x2 , se x 6= 0 Pode-se mostrar (mas não facilmente) que a função f possui derivadas de todas as ordens em x = 0 e que fn(0) = 0 para todo n. A série de Taylor gerada por f em x = 0 é f(0)+f ′(0)x+ f ′′(0) 2! x2+· · ·+f (n)(0) n! xn+· · · = 0+0x++0x2+· · ·+0xn+· · · = 0+0+0+· · ·+0+· · · • Quando uma Série de Taylor converge para a sua função geradora? • Com que precisão um polinômio de Taylor de uma função se aproxima da função em um dado intervalo? 2.2 Fórmula de Taylor e o Resto Teorema 8 Seja f uma função real contínua em intervalo aberto. Se f tem derivadas de todas as ordens em um intervalo aberto I contendo a, então, para cada inteiro positivo n e para cada x em I , temos f(x) = f(a) + f ′(a) (x− a) + f ′′(a) 2! (x− a)2 + f ′′′(a) 3! (x− a)3 + · · ·+ f (n)(a) n! (x− a)n +Rn(x), onde Rn(x) = f (n+1)(c) (n+ 1)! (x− a)n+1 para algum c entre a e x. Se Rn(x) → 0 quando n → ∞ para todo x ∈ I , dizemos que a série de Taylor gerada por f em x = a converge para f em I , e escrevemos f(x) = ∞∑ k=0 f (k)(a) k! (x− a)k. Exemplo: A série de Taylor gerada por f(x) = ex, centrada em x = 0, converge para f(x)? Em que intervalo isso ocorre? A Fórmula de Taylor para f(x) = ex, em x = 0, é f(x) = Pn(x) +Rn(x) = 1 + x+ x2 2! + · · ·+ x n n! + ec (n+ 1)! xn+1 , para algum c entre 0 e x. Como ex é uma função crescente de x, ec está estre e0 = 1 e ex =M , para cada x fixo. Quando x é negativo, c também é e ec < 1. Neste caso, |Rn(x)| ≤ |x n+1| (n+ 1)! . Quando x é zero, ex = 1 e Rn(x) = 0. Quando x é positivo, c tamém é e ec ≤ ex. |Rn(x)| ≤M |x n+1| (n+ 1)! , quando x ≥ 0. Como lim n→∞ xn+1 (n+ 1)! = 0 para todo x, lim n→∞ Rn(x) = 0, e a série converge para e x para todo x. Assim, escrevemos ex = 1 + x+ x2 2! + · · ·+ x n n! + · · · Teorema 9 (Estimativa do resto) Se existe uma constante positiva M tal que f (n+1)(t), para algum t ∈ [a, x], então o resto Rn(x) na Fórmula de Taylor satisfará a desigualdade |Rn(x)| =M |(x− a)| (n+1) (n+ 1)! . Se essas condições forem válidas para todo n e se f for contínua, com derivadas de todas as ordens em um intervalo aberto contendo [a, x], então a série convergirá para f(x). Exemplo: A série de Taylor gerada por f(x) = cos x, centrada em x = 0, converge para f(x)? Em que intervalo isso ocorre? A fórmula de Taylor para cosx, em x = 0, é f(x) = 1− x 2 2 + x4 4! − · · ·+ (−1)n x 2n (2n)! +R2n(x). Como as derivadas do cosseno tem valor absolute menor ou igual a 1, pelo teorema da estimativa do resto, tomando M = 1, temos |R2n(x)| ≤ 1 |x 2n+1| (2n+ 1)! . Para cada valor de x, R2n(x)→ 0 quando n→∞. Portanto, a série converge para cos x, para todo x. Assim, cos x = ∞∑ n=0 (−1)n x2n (2n)! = 1− x 2 2 + x4 4! − x 6 6! + · · · 2.3 Série de Taylor × Série de Potências Uma função definida pela série de potência ∑ anx n, com um raio de convergência R, possui uma série de Taylor que converge para ela em todos os pontos de (−R,R). A série de Taylor gerada pela função é a própria série ∑ anx n. Exemplos: 1. Escrever a série de Taylor gerada por f(x) = 1 x− 1 , em x = 0. 2. Escreva os quatro primeiros termos da série de Taylor gerada por f(x) em x = a, onde: 2.1. f(x) = √ 1− x, a = 0. 2.2. f(x) = tg(x), a = pi 4 . 2.3. f(x) = sen(x), a = pi 6 . 3. Escreva a série de Taylor de f(x) = sen(x), em x = 0. 4. Encontre a Série de Taylor, em x = 0, das funções abaixo. 4.1. f(x) = sen( pi 6 x). 4.2. f(x) = x sen( pi 6 x). 4.3. f(x) = cos( pi 6 x). 4.4. f(x) = sen2(x). 4.5. f(x) = e−x2 . 2.4 Série Binomial Definição 10 Para −1 < x < 1, (1 + x)m = 1 + ∞∑ k=1 ( m k ) xk onde ( m 1 ) = m, ( m 2 ) = m(m− 1) 2! e( m k ) = m(m− 1)(m− 2) · · · (m− (k − 1)) k! , para k ≤ 3. Exemplos: 1. Se m = −1, (−1 1 ) = −1, (−1 2 ) = −1(−2) 2! e(−1 k ) = 1 (−1− 1) (−1− 2) · · · (1− (k − 1)) k! = (−1)k ( k k ) = (−1)k. Assim (1 + x)−1 = 1 1 + x = 1 + ∞∑ k=0 (−1)k xk = 1− x+ x2 − x3 + · · · . 2. Substituindo x por−x, no item anterior, temos (1−x)−1 = 1 1− x = 1+ ∞∑ k=0 xk = 1+x+x2+x3+ · · · 2.5 Série de Taylor e Aplicações • Estimativas de Erros. • Aproximaçe˜s lineares e quadráticas. • Cálculo de integrais não elementares. • Soluções de equações diferenciais. • Cálculos de limites indeterminados. 1. Determinar o número e, com um erro inferior a 10−6. Tomando ex = 1 + x+ x2 2 + · · ·+ x n n! +Rn(x). Fazendo x = 1, temos e = 1 + 1 + 1 2 + · · ·+ 1 n! +Rn(1), com Rn(1) = ec 1 (n+ 1)! , para 0 < c < 1. Observemos que, neste caso, 1 < ec < e e Rn(1) = ec 1 (n+ 1)! . Sabemos que e < 3, logo 1 < ec < 3 e 1 (n+ 1)! < Rn(1) < 3 (n+ 1)! . Por experimentação, verificamos que 1 9! > 10−6 , e 3 10! < 10−6. Assim, tomando (n + 1) como no mínimo 10 ou n como no mínimo 9, obtemos e = 1 + 1 + 1 2! + 1 3! + · · · + 1 9! = 2, 718282, com um erro inferior a 10−6. 2. Encontrar aproximações polinômiais para √ x+ 1 e estimar o erro. Tomando m = 1 2 , a série binomial nos dá aproximações, juntamente com estimativas de erros obtidas pelo teorema da estimativa de série alternadas: (1 + x) 1 2 = 1 + x 2 + ( 1 2 )(−1 2 ) 2! x2 + ( 1 2 )(−1 2 )(−3 2 ) 3! x3 + ( 1 2 )(−1 2 )(−3 2 )(−5 2 ) 4! x4 + · · · (1 + x) 1 2 = 1 + x 2 − x 2 8 + x3 16 − 5x 4 128 + · · · Truncando nos dois primeiros termos (1 + x) 1 2 ≈ 1 + x 2 , para −1 < x < 1 (x pequeno). Com um erro inferior a x2 8 . (1 + x) 1 2 ≈ 1 + x 2 − x 2 8 , para −1 < x < 1 (x pequeno). Com um erro inferior a x 3 16 . Outras aproximações podem ser obtidas através de substituição de x. Por exemplo: (1− x2) 12 ≈ 1− x 2 2 − x 4 8 , para |x2| pequeno. (1− 1 x ) 1 2 ≈ 1− 1 2x − 1 8x2 , para |x| grande. 3. Para quais valores de x, sen(x) pode ser aproximado de x− x 3 3! com um erro inferior a 3× 10−4. A série de Taylor para sen(x) é uma série alternada para todo valor de x diferente de zero. Pelo teorema da estimativa da soma das séries alternadas, o erro no truncamento da série de Taylor para sen(x) depois de x3 3! não é maior que |x 5 5! | = |x| 5 5! . sen(x) = x− x 3 3! ∣∣∣+ x5 5! − · · · , Assim, o erro será menor ou igual a 3 × 10−4 se |x| 5 5! < 3 × 10−4. Resolvendo a inequação obtemos , |x| < 5√360× 10−4 ≈ 0, 514. 4. Calcular a integral ∫ 1 0 sen(x2) dx, com um erro inferior a 3× 10−6. A partir da série de Taylor para sen(x), sen(x) = ∞∑ n=0 (−1)n x 2n+1 (2n+ 1)! = x− x 3 3! + x5 5! − · · · . Substituindo x por x2, obtemos sen(x2) = x2 − x 6 3! + x10 5! − x 14 7! + x18 9! − · · · Logo, ∫ sen(x2)dx = C + x3 3 − x 7 7.3! + x11 11.5! − x 15 15.7! + x19 19.9! − · · · Calculando ∫ 1 0 sen(x2)dx = 1 3 − 1 7.3! + 1 11.5! − 1 15.7! + 1 19.9! − · · · Pelo teorema da estimativa da soma de séries alternadas, a soma dos dois primeiros termos nos dá∫ 1 0 sen(x2)dx ≈ 1 3 − 1 7.3! ≈ 0, 310, com um erro menor que 1 11.5! ≈ 0, 00076 ≈ 10−4. Com mais dois termos a soma é aproximadamente∫ 1 0 sen(x2)dx ≈ 1 3 − 1 7.3! + 1 11.5! − 1 15.7! ≈ 0, 310268, com um erro menor que 1 19.9! ≈ 1, 450× 10−7 ≈ 10−6. Livro Texto:Thomas 12a edição. Volume 2 - Capítulo 10. (ou Thomas 11a edição. Volume 2 - Capítulo 11.) • Capítulo 10.8 - página. 56 - Exercícios: 1 - 18; 23 - 29; 33-36 e 41-46. (ou Capítulo 11.8 - p. 127 - Exercícios: 1-16; 23 - 31; 33-38.) • Capítulo 10.9 - página. 62 - Exercícios: 1 - 44. (ou Capítulo 11.9 - p. 135 - Exercícios: 1 - 38.) • Capítulo 10.10 - página. 64 - Exercícios: 1 - 18; 23 - 28; 53-55. (ou Capítulo 11.10 - p. xx - Exercícios: 1 - 14; 33 - 46.)
Compartilhar