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Impacto da TI nas variáveis estratégicas organizacionais Feldens (2005) apresenta uma revisão da literatura sobre o assunto, além de propor um modelo de pesquisa para mensuração dos impactos da TI na gestão das cadeias. Como resultado de sua pesquisa, o autor destaca a identificação de algumas variáveis impactadas pelo uso da TI na SCM, sendo elas: Integração• É a extensão da conexão intra e entre as atividades da organização e de seus parceiros. Por meio da TI, as empresas conseguem simplificar seus processos decisórios, mantendo maior intercâmbio de informações entre os parceiros da cadeia e facilitando a integração das atividades de planejamento e controle da produção. Processos de armazenagem, transporte e movimentação• O custo logístico total se divide em: custos de estoque e armazenamento; de transporte e movimentação; e de instalações (NOVAES, 2004). O emprego da TI nos processos pode reduzir os custos de armazenamento e de movimentação da cadeia pelo melhor planejamento destas atividades e pela diminuição de processos administrativos com consequente redução de papéis, pessoal e estoque. • Velocidade A TI proporciona a agilização dos processamentos de informações e eliminação de atividades redundantes, aumentando assim a velocidade dos processos da cadeia. • Competitividade O uso da TI viabiliza iniciativas que resultam em ganhos de vantagem competitiva para a cadeia, como: agilidade, velocidade de resposta às novas demandas do mercado, aumento da flexibilidade, atendimento personalizado, maior satisfação do cliente e atuação em diferentes mercados. • Coordenação Interorganizacional Trata-se do planejamento de ações integradas entre as organizações, tais como a formação de alianças entre os componentes da cadeia. Através da TI, pode-se atingir um nível mais elevado de coordenação entre os membros da cadeia, facilitando a troca de informações e o planejamento colaborativo. Mas como a Tecnologia da Informação está aplicada à Logística? Em uma abordagem mais simples, a tecnologia da informação implica na harmonia dos processos logísticos entre vários departamentos empresariais, tanto na integração cliente/fornecedor, como no desenvolvimento de parcerias e terceirização de serviços, mas para isso é preciso a empresa ter um sistema integrado, pois os fornecedores e clientes podem acessar um só fluxo de informações, confiável, rápido e contínuo, em que as perdas e os custos são minimizados. É possível, através do sistema integrado, atingir o balanceamento de todas as relações fornecedor/cliente da cadeia, pois cada elo só compra, manufatura e vende aquilo que os elos anteriores e posteriores necessitam. A consignação de produtos tornando-se modelo de mercado é outra grande característica dos sistemas logísticos, pois é com terminais dos supermercados se comunicando diretamente com os estoques das empresas que não será mais necessário manter estoques de produtos. Aula 06 quinta-feira, 26 de abril de 2018 12:45 Página 1 de Gestão de Suprimentos Página 2 de Gestão de Suprimentos Pode-se dizer também que a Tecnologia da Informação está associada à Logística para melhorar o fluxo de informação dentro da organização, reduzir custos desnecessários, para obter um fluxo eficiente de bens no canal de distribuição, para eliminar estoques, pois atualmente é um aspecto negativo para empresas porque deixa capital parado e, dentre outros motivos, integrar fabricantes e varejistas no gerenciamento da cadeia produtiva. Princípios básicos operacionais Os sistemas de informação devem abranger alguns princípios básicos, tais como: disponibilidade, precisão, atualização em tempo hábil e flexibilidade. Esses princípios são definidos a seguir, segundo Bowersox (2001): 1- Disponibilidade Por muitos anos, as informações costumavam ser documentadas em papel, o que conduzia a procedimentos de lenta transferência, baixa confiabilidade, assim como uma maior propensão a erros. Pode-se imaginar o baixo grau de satisfação do cliente, em virtude de operações de compra e venda limitadas pela velocidade dos procedimentos dependentes do fluxo de papéis. Nesse sentido, mais tarde, diante dos efeitos da mudança de paradigmas da produção, houve necessidade de disponibilizar as informações logísticas em tempo hábil, e de forma consistente. A própria natureza descentralizada das operações logísticas torna necessário o acesso imediato a informação em qualquer área geográfica. Informações como prazo, status do pedido e do estoque, devem ser disponíveis não só ao acesso interno da empresa, como também a clientes finais. 2- Precisão As informações disponíveis pelos sistemas de informação numa base de dados centralizada precisam ser precisas, ou seja, apresentar conformidade com as novas informações que entram no sistema, tais como status atualizado e contagens físicas. A consistência entre o nível de estoque físico, e o estoque disponibilizado pelos sistemas de informação eliminam a necessidade de manter estoques de segurança, o que gera por decorrência, redução de custos de armazenagem. 3- Atualização em tempo hábil O tempo de atualização pode ser definido como a diferença entre o momento que determinada atividade ocorre, e o tempo em que ela é disponibilizada no sistema de informação. A atualização de informações em tempo hábil proporciona um retorno rápido de informações a nível gerencial. Eventuais atrasos em tal atualização ocasionam inconsistência entre a demanda real e a registrada no sistema, o que muitas vezes implica em perda de vendas, e aumento de estoque. A disposição de informações em tempo real já é possível hoje, graças à adoção de poderosas tecnologias de captura de dados em radiofrequência, tais como os códigos de barras e etiquetas eletrônicas. 4- Flexibilidade Por fim, os sistemas de informação logísticos devem ser flexíveis o suficiente, de forma a promover a satisfação do cliente, e atender suas necessidades mais específicas. Assim por exemplo, em algumas aplicações, o cliente é capaz de realizar o acesso a informações restritas a determinada área geográfica. Os sistemas de informação oferecem uma ampla variedade de aplicações, pelo emprego de tecnologias abrangendo tanto a parte de software quanto de hardware, por meio dos quais, se pode gerenciar, controlar e medir as atividades logísticas. Enquanto o hardware abrange computadores, dispositivos periféricos de entrada e saída e meios de armazenagem de dados, o software inclui sistemas e programas aplicativos, empregados em operações transacionais, gerenciais, bem como na análise de decisão e planejamento estratégico. Essas tecnologias apresentaram uma grande evolução, sobretudo nas últimas décadas, produzindo impactos positivos sobre o planejamento, execução e controle logístico. Tecnologia da Informação na cadeia de suprimentos na prática A tecnologia da informação está sendo compreendida como envolvendo: Página 3 de Gestão de Suprimentos Página 4 de Gestão de Suprimentos A tecnologia da informação está sendo compreendida como envolvendo: “todos os aspectos de computadores (hardware e software), sistemas de informação, telecomunicação e automação de escritórios.” (PALVIA, 1997) A TI tem afetado a competição ao alterar a estrutura do setor, criar novos negócios e proporcionar vantagens competitivas. De acordo com Porter e Millar (1985), a TI permeia toda a cadeia de valor e também o sistema de valor, impactando processos, estruturas e até mesmo produtos. Esses autores defendem que a TI é empregada diferentemente de outros recursos já que possibilita um aumento de velocidade de transmissão e de capacidade de dados e simultaneamente reduz custos. - Níveis de inventário inadequados; - Ordens de entrega e recebimento não cumpridas; - Problemas na transmissão de informações. Os principais problemas enfrentadospelas cadeias de suprimento e que são foco na implantação de tecnologia são: Algumas aplicações da Tecnologia da Informação: Através do uso combinado dessas tecnologias, é possível executar um gerenciamento eficiente e integrado de toda a cadeia de suprimentos. Segundo Bowersox (2001), o desempenho logístico pode ser significativamente elevado, ao se combinar as tecnologias de informação, com os mais modernos meios de comunicação, já hoje amplamente disseminados e cada vez mais rápidos. ► Código de Barras O código de barras é uma tecnologia que vem sendo empregado para melhorar a precisão da informação e a velocidade de transmissão dos dados. A utilização se dá ao longo de todo o processo de negócios (BULZONI e FEE, 1994). A tecnologia veio se tornando cada vez mais visível durante as últimas décadas, graças ao amplo uso na gestão de inventários e depósitos, em supermercados e outras operações principalmente do setor varejista (TIETZ, 1992). ► Coletores de dados Dispositivos de leitura de dados automática, seja através de tecnologias de código de barras ou de radiofrequência, para leitura de Smart Labels. Facilitam operações de contagens de mercadorias e controle de rastreabilidade. ► Intercâmbio Eletrônico de Dados – EDI É a movimentação eletrônica de documentos-padrão de negócios especialmente formatados como: • pedidos, faturas e confirmações, trocados entre parceiros de negócios (Turban et al., 2004). Esse sistema automatiza o processo de compras, dá suporte ao reabastecimento de estoque automático e próxima à relação entre compradores e os fornecedores. Por ter sido originalmente baseado em uma rede provada, o EDI exigiu grande desembolso de capital para ser implementado, e a adição de cada novo fornecedor custava caro (KALAKOTA e ROBINSON, 2002). Mais recentemente a Internet tem sido substituída como meio de intercâmbio de informações do Página 5 de Gestão de Suprimentos Página 6 de Gestão de Suprimentos Mais recentemente a Internet tem sido substituída como meio de intercâmbio de informações do EDI, que muda de nome passando a se chamar WebEDI. Essa mudança reduz os investimentos necessários para a utilização e torna o EDI acessível às empresas de menor porte. Tecnologia que pode ser baseada em transmissão via satélite ou através de telefonia celular muito utilizada em vagões de trem e caminhões para possibilitar o acompanhamento do posicionamento destes. Os dados gerados por esse sistema de rastreamento alimentam sistemas como o TMS e WMS. Gerenciamento de Transportes – TMS Os sistemas de gestão de transportes são responsáveis pelo controle de todo o transporte de cargas ajudando as empresas a atenderem aos requisitos de transporte de produtos. Durante os esforços de planejamento e otimização, o TMS determina os modos de transporte e também gerencia a consolidação dos fretes e coordena as empresas de transporte. Quando utilizado em modo de execução e operação, o TMS é responsável pelo roteamento, escalonamento e rastreamento dos transportes, e pagamento e auditagem dos processos (GILMORE e TOMPKINS, 2000). Sistema de Gestão de Armazém – WMS O sistema de gestão de armazém rastreia e controla o movimento do inventário dentro do depósito. Facilitando o registro, planejamento e o controle dos processos do depósito (VAN DEN BERG e ZIJM, 1999). - Sistema de estoque gerenciado para vendedor - VMI Sistema para comunicar aos fornecedores os níveis de estoque ou de demanda de mercadorias, baseados em dispositivos de leitura de níveis de estoque, de fluxos de consumo ou de transações de vendas (POS ou SCANNER). Tais sistemas hoje já possuem comunicações eletrônicas diretamente com sites especializados ou com próprios sites dos fornecedores. - Geo-positioning systems - GPS Dispositivos que identificam posição de qualquer veículo/pessoa através do uso dos conceitos de latitude e longitude geográfica, em conjunto com mapas digitalizados. São aplicados para controle de desempenho e segurança de transportes. - Identificação por radiofrequência - RFID A tecnologia RFID utiliza uma série de equipamentos como smart cards, etiquetas inteligentes e transponders para possibilitar o rastreamento de produtos através de radiofrequência. Assim como o sistema de código de barras, a tecnologia RFID é uma ferramenta de suporte que automatiza processos e melhora a gestão das operações eliminando falhas humanas. Ao mesmo tempo, dá poder aos tomadores de decisão disponibilizando informações essenciais sobre o status dos produtos. - Sistemas Integrados de Gestão - ERP O sistema integrado de gestão é um sistema centralizado capaz de integrar todos os departamentos e funções das empresas em um sistema unificado de informação, com capacidade de atender a todas as necessidades da organização. Gable (1998) define os sistemas ERP como os pacotes de software que buscam integrar o amplo espectro de processos e funções de modo a apresentar uma visão holística de um negócio a partir de um único sistema de informação com uma única arquitetura de informação. Já Rosenman (1999) define o sistema ERP como um software aplicativo que inclui soluções integradas de negócio para os principais processos (por exemplo, planejamento e controle da produção, gestão de inventario) e as principais funções administrativas (por exemplo, contabilidade, e gestão de recursos humanos) de uma empresa. Os sistemas ERP melhoraram o fluxo de informações através das cadeias de suprimentos em tal grau que se tornaram um padrão de Página 7 de Gestão de Suprimentos Página 8 de Gestão de Suprimentos de informações através das cadeias de suprimentos em tal grau que se tornaram um padrão de operação. - Sistema de Gestão de Relacionamento com Clientes - CRM O sistema de gestão de relacionamento com clientes é uma ferramenta inteligente de gestão capaz de unificar as informações sobre os clientes criando uma visão única centralizando as interações com estes e antecipando às necessidades dos clientes (KALAKOTA e ROBINSON, 2002). Os sistemas de CRM já receberam inúmeras definições (RIGBY et al., 2002), porém existem elementos comuns a todas as definições incluindo aí o fato de serem tecnologias para possibilitar que clientes individualmente possam ter um diálogo que permita que as empresas customizem seus produtos e serviços de modo a atrair, desenvolver e reter consumidores. Página 9 de Gestão de Suprimentos Página 10 de Gestão de Suprimentos
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