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Gerência de Importação - Resumo - 1 a 5

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Importância do comércio Exterior – Aula 01
O comércio exterior é indiscutivelmente uma das principais formas para o desenvolvimento socioeconômico de um país. Como consequência de um comércio exterior ativo, há geração de empregos diretos e indiretos, excessos produtivos são absorvidos, há uma redução substancial da ociosidade produtiva das empresas, enfim, diversos fatores auxiliam no crescimento produtivo e tecnológico das empresas atuantes no mercado internacional.
Um fator importante a ser abordado, principalmente quando se fala de Brasil, é o saldo na balança comercial, que pode trazer sérios problemas para a estabilização e funcionamento da economia. Onde infelizmente, por diversas vezes, no Brasil foram utilizadas políticas retrógradas para melhorar as contas externas.
Tais políticas buscavam a redução (Entende-se que a redução ou a eliminação dos déficits devem ser buscados através do desenvolvimento produtivo e favorecimento das exportações, mediante programas e regras destinadas à promoção comercial dos produtos brasileiros no exterior.) dos déficits através de restrições a importações, o que por sua vez diminuía o acesso à tecnologia e em alguns casos a redução das exportações em função das dificuldades em se importar matérias-primas indispensáveis à produção.
Cabe destacar a importância de um planejamento prévio a cada operação realizada no âmbito da logística internacional, que deve ser observado levando-se em conta aspectos de uma cadeia produtiva, ou seja, planejar toda a operação visualizando cada elo compreendido dentro da cadeia. 
Infelizmente, a realidade que vivemos é que somente alguns setores se especializam ou se capacitam para operar no mercado internacional(“Se as empresas brasileiras se dedicarem exclusivamente a produzir para o mercado interno, sofrerão a concorrência das empresas estrangeiras dentro do próprio País. Por conseguinte, para manter a sua participação no mercado interno, deverão modernizar-se e tornar-se competitivas em escala internacional” (Canuto, 2003).), enquanto outros se acomodam na esperança de que os capacitados desenvolvam fluxos de operações sem que eles se esforcem para ofertar serviços especializados.
A acirrada concorrência envolvida no comércio exterior, leva a otimização produtiva, ou seja, uma empresa para atuar nos moldes internacionais deve produzir com qualidade. Porém, com custos que possam ser absorvidos no mercado internacional.
Keedi (2001, p.27), destaca que “o problema está naquilo que no Brasil já virou palavrão, e que nos causa até constrangimento a sua utilização em face do desgaste que ele já sofreu ao longo destes últimos anos, e que nos acostumamos a chamar de Custo Brasil”.
Podemos destacar como fatores de importância para tornar o produto competitivo tanto no mercado doméstico quanto no internacional:
Qualidade na fabricação
Capacitação e competência dos profissionais envolvidos nas operações internacionais
Excelência nos procedimentos logísticos
Consequentemente, deve-se implementar o conceito da cadeia global, ou seja, buscar a redução dos custos em todos os elos componentes do processo tanto produtivo quanto de exportação, porém, não deixando de observar a qualidade exigida pelo mercado.
Segundo Bowersox&Closs (2001, p.122), existem cinco fatores que levam a globalização mundial, ou como ele mesmo descreve, a um mundo sem fronteiras. Esses fatores são:
Crescimento econêmico – Regionalização – Desregulamentação – Tecnologia – Abordagem da cadeia de suprimentos
Crescimento Econômico:
Diversos são os fatores econômicos que levam uma empresa a se aventurar em uma economia globalizada, tais como: escassez de recursos, capacidade ociosa, concorrência local, sazonalidade, saturação de mercado, etc.
Tais fatores podem ser vencidos com a expansão de mercado, ou seja, transportar os produtos para diferentes regiões geográficas, atravessando inclusive fronteiras para tal finalidade.
A expansão de mercado de imediato compensaria as ociosidades produtivas e os excessos de produção, levando a empresa a desenvolver processos produtivos e logísticos capacitados a nível da qualidade internacionalmente exigida.
O nível de qualidade exige das empresas que participam do processo de concorrência global a se modernizarem tecnológicamente, pois em seu bojo traz diversos benefícios às empresas e aos países em que estão estabelecidas.   
Abordagem da Cadeia de Suprimentos
“Históricamente, os executivos sempre se concentraram na redução de custos de aquisição e de custos de fabricação de suas empresas. As despesas incorridas por outros membros da cadeia de suprimentos não eram, normalmente, consideradas importantes nas decisões logísticas e de fornecimento de produtos” (Bowersox&Closs, 2001, p.122).
Atualmente, por experiência de mercado, pode-se concluir que a posição apresentada por Bowersox&Closs (2001) ainda pode ser encontrada na ação da maior parte dos empresários de empresas atuantes no comércio internacional. Poucas empresas olham uma exportação ou uma importação como uma cadeia, ou seja, eles agem isoladamente em cada elo, não atentando para o custo envolvido na cadeia total.
Atencão: A atuação no comércio internacional sem um prévio planejamento e a falta da utilização do conceito de cadeia logística muitas das vezes inviabiliza o ingresso das empresas comercialmente no mercado internacional, devido aos altos custos incorporados no processo.
Regionalização
O fator regionalização se relaciona à importância do desenvolvimento entre regiões, procurando desenvolver economicamente a relação entre áreas geográficas com interesses em trocas produtivas. Exemplos práticos podem ser observados através de Comunidades Econômicas e Acordos Multilaterais entre países, procurando, através de um conjunto de acordos, estabelecer o crescimento ( econômico-social-financeiro (“Esse crescimento no comércio internacional resulta de fatores como adoção de livre comércio por maior número de países, diferenças nos custos de mão-de-obra no mundo, desequilíbrios na distribuição de riqueza e fontes de matérias-primas e eficiência dos diversos sistemas logísticos em nível mundial” - Ballou, 1993, p.375.) dos envolvidos, multilateral ou bilateral.
Tecnologia
Indiscutivelmente o mais importante fator que leva à globalização mundial está relacionado à aquisição e desenvolvimento tecnológico. Sistemas tecnológicos aplicados ao gerenciamento da informação e o desenvolvimento tecnológico produtivo estão determinando quais as empresas que continuam executando suas atividades no mercado.
Empresas não desenvolvidas tecnológicamente estão perdendo espaço em qualidade, tempo produtivo, gerenciamento e aplicação da informação a níveis estratégicos, além de diversos outros fatores que invariavelmente levarão a progressão econômico-financeira dos envolvidos.
Desregulamentação
“A desregulamentação de uma série de indústrias-chaves é o quinto fator que leva a um mundo sem fronteiras” (Bowersox&Closs, 2001, p.122).
Seguindo observância de Bowersox&Closs (2001), os dois principais pontos que devem ser desregulamentados são o Mercado Financeiro e os Transportes, pontos de interesse diretamente envolvidos no progresso das operações internacionais, reduzindo consequentemente a interferência da lei nas relações coletivas de trabalho,permitindo maior desenvoltura das representações de trabalhadores, pleiteando novas normas e condições de trabalho em direto entendimento com as representações empresariais ou com os empregadores.
Território Aduaneiro
Definido como o espaço geográfico que compreende todo o território nacional (É importante destacar que em determinadas oportunidades um território aduaneiro pode ser maior ou menor que o território nacional, de forma a atender interesses econômicos e visando simplificar e desburocratizar os procedimentos de fiscalização aduaneira,tal como acontece com o Mercosul que permite a criação e funcionamento de alfândegas justapostas ou conjuntas, ou seja, num mesmo local teremos a presença de fiscaisde um segundo país atuando no território do primeiro.), incluindo as águas territoriais e o correspondente espaço aéreo, sendo nele aplicadas as normas do direito tributário e os artigos do Decreto no. 4.543, de 26 de dezembro de 2002, mais conhecido como Regulamento Aduaneiro.
Ao analisarmos com maior profundidade o conceito de território aduaneiro, teremos o surgimento dos termos:zona primária e zona secundária . 
O primeiro é constituído pela área terrestre ou aquática, contínua ou não, portos, aeroportos alfandegados e pontos de fronteira alfandegados; o segundo compreende o restante do território nacional.
Será responsabilidade do Ministro da Fazenda demarcar, orla marítima ou faixa de fronteira, zonas de vigilância aduaneira, sujeitas a exigências fiscais, proibições e restrições determinadas em ato específico.
A critério de autoridade aduaneira, a zona primária poderá, total ou parcialmente, ser protegida, de forma que o acesso indiscriminado de pessoas ou veículos seja impedido  ou restrito.
Na zona primaria será permitido: 
Estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior.
Efetuar as operações próprias das mercadorias procedentes do exterior, enviadas ao exterior ou que eventualmente estejam de passagem com destino final a outro país. 
O embarque, desembarque ou trânsito dos viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.
A entrada ou saída de mercadorias procedentes ou destinadas ao exterior somente poderão ser efetuadas em zona primária, nos portos, aeroportos ou zonas de fronteira alfandegados.
Recintos Alfandegados
São aqueles assim declarados por autoridade aduaneira competente onde poderão ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, bagagem de viajantes e remessas postais internacionais.
Portos Secos
São recintos alfandegados, de uso público, onde poderão ser realizadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, procedentes do exterior ou a ele destinadas.
Os portos secos poderão operar com carga de importação e de exportação, ou apenas de exportação, conforme as necessidades locais, e não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados.
O Comércio Exterior, como por diversas vezes já mencionado, é fundamental para o crescimento sócio-econômico de qualquer nação que procure desenvolvê-lo sem políticas restritivas. Empregos, desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento comercial e industrial, enfim, diversos são os benefícios adquiridos pela nação que ingresse no mercado internacional.
Neste sentido, confirma-se a importância da logística para se alcançar a eficiência para que o ingresso no comércio exterior não seja apenas temporário em função dos obstáculos e a concorrência acirrada em um mundo globalizado e sem fronteiras.
	
Tratamento Administrativo na Importação – Aula 03
Tratamento Administrativo
O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes modalidades:
I – Importações Dispensadas de Tratamento: Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo os importadores tão-somente providenciar o registro da Declaração de Importação - DI - no Siscomex, com o objetivo de dar início aos procedimentos de Despacho Aduaneiro junto à unidade local da RFB (Receita Federal do Brasil), porém é IMPORTANTE consultar seu despachante aduaneiro antes de embarcar seu material, pois é comum um produto que antes não necessitava de L.I. (Licença de Importação) passar a ter.
II – Importações Sujeitas a Licenciamento Automático: Existem alguns produtos que necessitam de L.I., porém o seu deferimento é automático pelo SISCOMEX ou será efetivado no prazo máximo de dez dias úteis, contados a partir da data de registro no Siscomex, caso os pedidos de licença sejam apresentados de forma adequada e completa não havendo a necessidade de análise por parte de nenhum órgão regulador. 
Os produtos sujeitos a Licenciamento Automático podem ser consultados no Tratamento Administrativo do Siscomex e também estão disponíveis no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC para simples consulta, porém geralmente o site está desatualizado, prevalecendo então o constante no Tratamento Administrativo em consulta feita pelo SISCOMEX.
III – Importações Sujeitas a Licenciamento Não Automático: Existem alguns produtos que necessitam de L.I. e, também estão disponíveis no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC para simples consulta, porém geralmente o site está desatualizado, prevalecendo então o constante no Tratamento Administrativo em consulta feita pelo SISCOMEX onde estão indicados os órgãos responsáveis pelo exame prévio do licenciamento não automático, por produto.
No Licenciamento não Automático, os pedidos terão tramitação de, no máximo, 60 (sessenta) dias corridos. Este prazo poderá ser ultrapassado, quando impossível o seu cumprimento por razões que escapem ao controle do Órgão anuente do Governo Brasileiro.
Importação de material usado
Portaria Decex 8/1991. A Portaria Secex 21/96 revoga esta Portaria, com exceção dos arts. 19 a 27 e 29 a 32. A Portaria Secex 17/03 revogou os arts. 19 a 21 e 29 a 32. Os artigos 22 ao 27 têm nova redação dada pela Portaria MDIC nº 235, publicada no DOU de 08/12/2006.
Seção IV - (Art. 41 ao 59) - Portaria Secex 23/2011;
Notícia Siscomex nº 0020 (07/07/2004);
Circular Secex nº 83/08 - projeto de Portaria.
Serão autorizadas importações de máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos, ferramentas, moldes e contêineres para utilização como unidade de carga, na condição de usados, desde que não sejam produzidos no País, ou não possam ser substituídos por outros, atualmente fabricados no território nacional, capazes de atender aos fins a que se destina o material a ser importado (Portaria DECEX nº 8, de 13 de maio de 1991, com redação dada pelas Portarias MDIC nº 235, de 7 de dezembro de 2006; nº 77, de 19 de março de 2009; nº 92, de 30 de abril de 2009; nº 171, de 1º de setembro de 2009; nº 207, de 8 de dezembro de 2009; nº 84, de 20 de abril de 2010; e nº 175, de 17 de agosto de 2010).
Poderão ser autorizadas, ainda, importações de partes, peças e acessórios recondicionados, para manutenção de máquinas e equipamentos, desde que o processo de recondicionamento tenha sido efetuado pelo próprio fabricante, ou por empresa por ele credenciada e os bens a importar contem com a mesma garantia de produto novo e não sejam produzidos em território nacional, devendo-se adotar os seguintes procedimentos:
I - O importador deverá apresentar manifestação de entidade representativa da indústria, de âmbito nacional, que comprove a inexistência de produção no País da mercadoria a importar;
II - Deverá constar do licenciamento de importação, da fatura comercial e da embalagem da(s) mercadoria(s), que se trata de produto(s) recondicionado(s);
III - Deverá ser apresentada declaração do fabricante ou da empresa responsável pelo recondicionamento das partes, peças e acessórios, referentes à garantia e ao preço de mercadoria nova, idêntica à recondicionada pretendida, o que poderá constar da própria fatura comercial do aludido material recondicionado.
Licenciamento Não Automático
A importação de mercadorias usadas está sujeita a licenciamento não automático, previamente ao embarque dos bens no exterior.
Poderá ser solicitado o licenciamento não automático posteriormente ao embarque nos casos de nacionalização de unidades de carga, código NCM 8609.00.00, seus equipamentos e acessórios, usados, desde que se trate de contêineres rígidos, padrão ISO/ABNT, utilizados em tráfego internacional mediante a fixação com dispositivos que permitem transferência de um modal de transporte para outro, de comprimento nominal de 20, 40 ou 45 pés, e seus equipamentose acessórios.
Excetua-se a admissão temporária ou reimportação, de recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, racks, clip locks, termógrafos e outros bens retornáveis com finalidade semelhante destes, destinados ao transporte, acondicionamento, preservação, manuseio ou registro de variações de temperatura de mercadoria importada, exportada, a importar ou a exportar, quando reutilizáveis e não destinados à comercialização.
As aeronaves e outros aparelhos aéreos ou espaciais, turborreatores, turbopropulsores e outros motores, aparelhos, instrumentos, ferramentas e bancadas de teste de uso aeronáutico, bem como suas partes, peças e acessórios ficam dispensados de licenciamento não automático no tratamento de material usado, devendo ser observados os seguintes procedimentos:
I - Para os produtos aeronáuticos contidos no capítulo 88 e nos subitens 8407.10.00, 8411.11.00, 8411.12.00, 8411.21.00, 8411.22.00 e 8411.91.00 da NCM, deverá ser assinalado, no módulo de licenciamento do SISCOMEX, o destaque "material usado";
II - Para os demais produtos aeronáuticos relacionados no § 3º, será dispensada a anotação do destaque "material usado" no SISCOMEX, podendo, a critério da RFB, ser incluída a seguinte declaração no campo "Informações Complementares" ou similar da DI: "material de uso aeronáutico - operação dispensada de Licenciamento na forma da Portaria SECEX nº (indicar a Portaria vigente)”.
Dispensa do licenciamento não automático
As máquinas e equipamentos que tenham ingressado no País ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica na condição de novas ficam dispensados de licenciamento não automático no tratamento de material usado, por ocasião da nacionalização, devendo ser observado o seguinte procedimento:
I - será dispensada a anotação do destaque "material usado" no SISCOMEX, podendo, a critério da RFB, ser incluída a seguinte declaração no campo "Informações Complementares" ou similar da DI: "operação dispensada de Licenciamento na forma da Portaria SECEX nº (indicar a Portaria vigente)".
Simultaneamente ao registro do licenciamento, a interessada deverá encaminhar ao DECEX, por correio eletrônico, catálogo técnico ou memorial descritivo do produto a importar.
O catálogo técnico ou memorial descritivo deverá ser enviado, preferencialmente, em arquivo de extensão “.pdf”, para o correio eletrônico materialusado@mdic.gov.br.
A mensagem enviada pela interessada deverá ser intitulada com o número de classificação do produto na NCM e o número do pedido de licença de importação, devendo a interessada informar, ainda: o nome da empresa importadora, o nome do responsável pelo envio da informação, o endereço eletrônico e o telefone para contato; em se tratando de representação, deverá ser anexado o instrumento de procuração válido.
Na hipótese prevista no parágrafo único do art. 41, simultaneamente ao registro do licenciamento, a interessada deverá encaminhar ao DECEX declaração do fabricante ou da empresa responsável pelo recondicionamento das partes, peças e acessórios, referentes à garantia e ao preço de mercadoria nova, idêntica à recondicionada pretendida, o que poderá constar da própria fatura comercial do aludido material recondicionado.
Análise de produção nacional
Para a realização de análise de produção nacional, o DECEX tornará públicos periodicamente, por meio de Consulta Pública, os pedidos de importação na página eletrônica do MDIC na Internet (www.mdic.gov.br), devendo a indústria nacional manifestar-se no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da publicidade da aludida Consulta, para comprovar a fabricação no mercado interno.
As indústrias nacionais deverão encaminhar ao DECEX a manifestação de que trata o caput, por meio do protocolo do MDIC; sendo que a data do protocolo será considerada para fins do início da contagem do prazo de 30 (trinta) dias previsto no caput.
A manifestação da indústria nacional deverá estar acompanhada de catálogos descritivos dos bens, contendo as respectivas características técnicas, bem como informações referentes a percentuais relativos aos requisitos de origem do MERCOSUL e unidades já produzidas no País.
As manifestações da indústria nacional encaminhadas fora do prazo serão desconsideradas.
Caso a indústria nacional entenda que as informações publicadas na consulta pública sejam insuficientes para descrever o produto a importar, deverá manifestar-se dentro de 15 (quinze) dias a contar da publicação da referida consulta, indicando as especificações técnicas que devem ser informadas ou esclarecidas pelo importador.
Na hipótese de as informações serem consideradas indispensáveis, será realizada nova consulta pública para o bem em questão, com todas as características indicadas como necessárias à perfeita identificação da mercadoria.
O resultado da análise de produção nacional terá validade de 180 (cento e oitenta) dias a partir da data de sua emissão.
Para as licenças de importação amparadas por atestado de inexistência de produção nacional, deverá ser informado no campo "Informações Complementares" da LI o número do atestado e a entidade emissora do documento.
Os atestados de inexistência de produção nacional deverão ser encaminhados ao DECEX, na forma determinada pelo art. 257 da Portaria Secex nº 23/2011, em até 10 (dez) dias a partir da data do registro da LI.
Caso o atestado de inexistência de produção nacional não seja encaminhado no prazo, será adotado o procedimento de publicação em Consulta Pública no site do MDIC pelo prazo de 30 dias.
				
Classificação Fiscal de Mercadorias – Aula 04
A Classificação Fiscal de mercadorias é importante não somente para determinar os tributos envolvidos nas operações de importação e exportação, e de saída de produtos industrializados, mas também, em especial no comércio exterior, para fins de controle estatístico e determinação do tratamento administrativo requerido para determinado produto.
O importador deve, em princípio, determinar ele próprio, ou através de um profissional por ele contratado, a respectiva classificação fiscal, o que requer que esteja familiarizado com o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadoria e as Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, através de pesquisa efetuada na TEC ou TIPI, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado e em ementas de Pareceres e Soluções de Consulta publicadas no D.O.U.
É responsabilidade do importador definir a classificação fiscal e seu erro poderá trazer grandes prejuízos financeiros com a aplicação de multa pelo erro da classificação fiscal, recolhimento da diferença dos impostos que deixaram de ser recolhidos no momento do registro da D.I. (Declaração de Importação) acrescido de multa administrativa e juros, se aplicado ou de estar recolhendo mais impostos se a classificação correta do produto possuir alíquotas menores.
A TEC está disponível para o contribuinte no site do MDIC no www.desenvolvimento.gov.br e a TIPI no www.receita.fazenda.gov.br, porém existem algumas empresas que fornecem programas com atualizações diárias. Se você precisar utilizar estas consultas com muita frequência talvez seja melhor adquirir um desses programas disponíveis que irão inclusive te ajudar a encontrar a classificação fiscal. O investimento não é tão barato, então caso sua empresa na possa fazer este investimento no momento, você poderá utilizar o seu Despachante Aduaneiro, que precisa ter um desses programas, para que juntos encontrem a classificação fiscal.
O que é o Sistema Harmonizado (SH)?
O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH), é um método internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de códigos e respectivas descrições.
Este Sistema foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional, assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análisedas estatísticas, particularmente as do comércio exterior. Além disso, o SH facilita as negociações comerciais internacionais, a elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio internacional.
A composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos, permite que sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matéria constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico, crescente e de acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.
Abrangência do Sistema Harmonizado
 - Nomenclatura 
Compreende 21 seções, composta por 96 capítulos, além das Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez, são divididos em posições e subposições, atribuindo-se códigos numéricos a cada um dos desdobramentos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi reservado para uma eventual utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais pelas Partes Contratantes. O Brasil, por exemplo, utiliza o Capítulo 99 para registrar operações especiais na exportação;
 - Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado 
Estabelecem as regras gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura e estão disponíveis mais abaixo para estudo;
 - Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) 
Fornecem esclarecimentos e interpretam o Sistema Harmonizado, estabelecendo, detalhadamente, o alcance e conteúdo da Nomenclatura. As NESH compreendem as Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Trata-se de material extenso e pormenorizado, que estabelece, detalhadamente, o alcance e conteúdo da Nomenclatura abrangida pelo SH. A publicação encontra-se disponível para consulta no site da Receita Federal do Brasil, Instrução Normativa RFB nº 807, de 11 de janeiro de 2008.
Estrutura e composição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)
Desde 1995, os países membros do MERCOSUL adotaram a NCM que toma por base o SH. Oito dígitos compõem a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) sendo que os seis primeiros são formados pelo Sistema Harmonizado enquanto o sétimo e oitavo correspondem a hibridações no âmbito do MERCOSUL. Com isso você pode solicitar ao exportador que informe qual o código tarifário que ele utiliza em seu país, pois os 6 primeiros dígitos são iguais em todos os países que adotam o SH, facilitando sua busca pela correta classificação do seu produto.
P.S. Código Tarifário: Quando o exportador informar a classificação fiscal que ele utiliza, não quer dizer que é a classificação fiscal correta e não poderemos usar isso como argumento em uma desclassificação fiscal. Nem sempre o exportador informa a classificação correta, pois em alguns países este código não tem a mesma importância que aqui no Brasil, dessa forma como já mencionamos anteriormente, é de responsabilidade do importador analisar se esta classificação sugerida pelo exportador está correta de acordo com as normas e regras que vamos ver adiante.
Estrutura e composição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)
A solução de consulta sobre classificação fiscal de mercadorias é competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio da COANA.
COANA: Coordenação – Geral de Administração Aduaneira.
Em caso de dúvida sobre a correta classificação fiscal de mercadorias, o interessado deverá contatar a Unidade da Receita Federal do Brasil do seu domicílio fiscal, formulando consulta por escrito, de acordo com as orientações constantes na Instrução Normativa RFB nº 740, de 2 de maio de 2007.
Dicas para classificação de mercadorias
Busque informações sobre a mercadoria no que diz respeito a: função, marca, tipo, cor, acessório, material constitutivo, composição, utilização e outras disponíveis; Selecione as seções ou capítulos mais adequados; Leia as notas explicativas, elas são orientadoras; Havendo uma classificação específica esta prevalecerá sobre a mais genérica.
Com a aceitação sistemática do Sistema Harmonizado a nível internacional, a Associação Latino-Americana (ALA) de Integração promoveu a elaboração de uma nomenclatura adaptada àquele novo sistema de designação e codificação de mercadorias, para uso dos países-membros nas negociações de preferências tarifárias dentro dos instrumentos de negociação da Associação e para a formulação das suas estatísticas de comércio exterior.
Com a adoção efetiva da nomenclatura, a partir de julho de 1991, todas as negociações realizadas no âmbito da ALADI passaram a observar os novos códigos, devendo os Acordos e Protocolos Adicionais negociados consignar as descrições e classificações da NALADI/SH. Também os documentos da Associação – Certificados de Origem, Certificados de Utilização de Cotas, etc. – e, necessariamente, os dos países-membros têm que indicar a nova codificação.
A NALADI/SH mantém a mesma estrutura do Sistema Harmonizado, com suas 21 Seções e 96 Capítulos, além das Regras Gerais para Interpretação da Nomenclatura, sendo que seus códigos contam de oito dígitos.
Habilitação e Documentação Para Importação – Aula 05
Radar da Receita Federal
Foi disponibilizado em 21 de agosto de 2002, para todas as Unidades Aduaneiras da SRF, o acesso ao sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR).
A concepção geral do sistema objetiva disponibilizar, em tempo real, informações de natureza aduaneira, contábil e fiscal que permitam à fiscalização identificar o comportamento e inferir o perfil de risco dos diversos agentes relacionados ao comércio exterior, tornando-se uma ferramenta fundamental no combate às fraudes.
Com esta sistemática, as operações de comércio exterior, as informações de natureza aduaneira, contábil e fiscal de todas as empresas, são disponibilizadas em tempo real para os auditores fiscais da Receita, que colocam importadores e exportadores sob análise 24h por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.
E como isto funciona na prática? Via de regra, toda e qualquer operação aduaneira, de importação ou de exportação (despacho aduaneiro) deve ser processada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). E para se ter acesso a este sistema, todos precisam estar cadastrados nesse sistema.
Modalidades de credenciamento no Radar
Na atualidade, a Instrução Normativa SRF nº 650/2006 é a norma que disciplina esta habilitação. Nela, foram criadas 4 as modalidades de credenciamento, que variam de acordo com o tipo e a operação do interveniente:
Ordinária: A Habilitação Ordinária é destinada às empresas que possuem habitualidade no comércio exterior, e é o maior foco da Receita Federal. É a modalidade de habilitação mais completa, e também a mais demorada. 
Os auditores da Receita irão averiguar questões desde a existência de fato da empresa, como local, quantidade de funcionários, equipamentos utilizados, armazéns até o porte econômico empresarial.
Este último quesito é um capítulo a parte. Serão analisados pontos como sua capacidade econômica e financeira e o volume de suas operações para atestar (ou não) a compatibilidade com as informações evidenciadas. 
Qualquer inconsistência pode ser ato de procedimento especial de fiscalização, previsto na legislação atual, podendo a empresa ter suspenso o seu direito atuar no comércio exterior.
Simplificada: Na Habilitação Simplificada, não são analisados fatores como capacidade econômica e financeira dos interessados, como na ordinária. Esta é feita de forma sumária, analisando apenas se aos documentos apresentados estão em consonância com a legislação vigente. Mas mesmo sem os ritos burocráticos da outra modalidade, a Receita Federal efetua um monitoramento constante dessas operações.
Essa possibilidade de credenciamento é indicada para as pessoas físicas, as empresas públicas ou sociedades de economia mista, as entidades sem fins lucrativos e, também, para as pessoas jurídicas que se enquadrem nas situações abaixo indicada:
1.Obrigadas a apresentar, mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF);
2. Constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, bem como suas subsidiárias integrais;
3. Habilitadas a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul);
4. Que atuem exclusivamente como pessoa jurídica encomendante;
5. Que realizem apenas importações de bens destinados à incorporação ao seu ativo permanente;
6. Que atuem no comércio exterior em valor de pequena monta.
Especial: A Habilitação Especial possue um campo de atuação muito pequeno, se comparado a todas as operações dos intervenientes de negócios aduaneiros.
É destinada aos órgãos da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo, e organismos internacionais.
Restrita: A Habilitação Restrita, assim como a Habilitação Especial, possue um campo de atuação muito pequeno, se comparado a todas as operações dos intervenientes de negócios aduaneiros.
É para pessoa física ou jurídica que tenha operado anteriormente no comércio exterior, exclusivamente para realização de consulta ou retificação de declaração. Isto significa dizer que a empresa atuava com regularidade, ou não, e por algum motivo deixou de operar. Entretanto, como mesmo depois de liberada a carga o processo não termina perante o fisco, ela precisa fazer algum tipo de consulta ou então correção.
Documentos no comércio exterior
Nas transações internacionais, seja na importação ou na exportação, os documentos desempenham uma importante função de negociação. 
São eles que descrevem o que está sendo vendido, transportados ou atestam a qualidade do produto feita através de um laboratório ou de uma instituição credenciada de renome internacional. E os principais documentos no comércio exterior são:
1. Proforma;
2. Invoice ou Fatura Comercial;
3. Packing List ou Romaneio de Carga;
4. Conhecimento de Embarque (BL, AWB...);
5. Certificado de Origem.
Fatura Proforma
O ato de exportar sempre tem origem em um contato preliminar entre o exportador e o potencial importador de sua mercadoria no exterior. 
Após a manifestação de interesse por parte do importador, o exportador deverá enviar ao importador a Fatura Proforma em que são estipuladas as condições de venda da mercadoria. 
Esse documento é considerado como um contrato de compra e venda, e por este motivo, é necessário que o importador ao receber este documento o analise verificando os termos e condições para então dar o aceite ou ajustar a negociação.
Fatura Comercial
A fatura comercial é o documento que consolida todas as informações sobre a negociação, contendo todas as informações inerentes a este processo. Podemos dizer que é a nota fiscal de venda internacional, pois em relação às questões fiscais e características entre ambos, são bastante parecidos e tem a mesma finalidade.
Itens que a fatura deve conter:
 - Nome e endereço, completos, do exportador;
 - Nome e endereço, completos, do importador;
 - Especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre - Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT), ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis à sua perfeita identificação;
 - Marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;
 - Quantidade e espécie dos volumes;
 - Peso bruto dos volumes, entendendo-se como tal o da mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios;
 - Peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer envoltório;
 - País de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzido a mercadoria, ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;
 - País de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos;
 - País de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição;
 - Preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver o montante e a natureza das reduções e descontos concedidos ao importador;
 - Frete e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura;
 - Condições e moeda de pagamento, e
 - Termo de condição de venda (Incoterm).
Packing List (Romaneio de Carga)
Trata-se de uma relação dos volumes a serem exportados e de seu conteúdo e deve conter os seguintes elementos:
 - Número do documento;
 - Nome e endereço do exportador e do importador;
 - Data da emissão;
 - Descrição da mercadoria, quantidade, unidade, peso bruto e líquido;
 - Local de embarque e desembarque;
 - Nome da transportadora e data de embarque;
 - Número do documento;
 - Número de volumes, identificação dos volumes por ordem numérica, tipo de embalagem, peso bruto e líquido por volume, as dimensões em metros cúbicos.
Conhecimento de Embarque
A empresa de transporte emite, em inglês, o Conhecimento de Embarque, que comprova ter a mercadoria sido colocada a bordo do meio de transporte. Esse é o documento que realmente dar posse da mercadoria. O Conhecimento de Embarque deve conter:
• Nome e endereço do exportador e do importador;
• Locais de embarque e de desembarque;
• Quantidade marca e espécie de volumes, tipo de embalagem;
• NCM (quatro dígitos apenas);
• Peso bruto e líquido;
• Valor da mercadoria;
• Dimensão e cubagem dos volumes;
• Valor do frete.
Certificado de Origem
O objetivo deste documento é o de atestar que o produto é, efetivamente, originário do país exportador. Sua emissão é essencial nas exportações para países que concedem preferências tarifárias. Os Certificados de Origem são fornecidos por entidades credenciadas, mediante a apresentação da fatura comercial. Normalmente, podem ser: 
• Certificado de Origem Mercosul;
• Certificado de Origem ALADI;
• Certificado de Origem SGP (Form A);
• Certificado de Origem SGPC.
Demais Documentos
Documentos básicos no despacho de importação:
Art. 1º da IN 680
A mercadoria que ingresse no País, importada a título definitivo ou não, se sujeita a despacho aduaneiro de importação, que será processado com base em declaração formulada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), salvo exceções previstas nesta Instrução Normativa ou em normas específicas.
Documentos de Instrução da DI:
Art. 18. A DI será instruída com os seguintes documentos:
1. Via original do conhecimento de carga ou documento equivalente;
2. Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;
3. Romaneio de carga (packing list), quando aplicável; 4. Outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica.
Os documentos de instrução da DI devem ser entregues à SRF quando sua apresentação for solicitada, devendo ser mantidos em poder do importador pelo prazo previsto na legislação.
Na prática, no despacho de importação é necessário a montagem de uma pasta para contendo capa e demais documentos necessários para recepção e inicio do tramite pela fiscalização.
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

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