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QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 1 Gestão de Pessoas 2° Ciclo Versão 2014/2 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 2 SUMÁRIO AULA 1 ........................................................................................................................ 4 1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS ................................................................ 4 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS ORGANIZAÇÕES ............................................................. 4 1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE PESSOAS ....................................................... 5 1.3 AS PESSOAS COMO PARCEIRAS DA ORGANIZAÇÃO .................................................... 8 1.4 ASPECTOS FUNDAMENTAIS NA MODERNA GESTÃO DE PESSOAS .............................. 9 1.5 CONCEITO DA GESTÃO DE PESSOAS ........................................................................ 10 1.6 OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS ....................................................................... 11 AULA 2 ...................................................................................................................... 15 2. GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS ................................................ 15 2.1 CONTEXTO DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH .......................................................... 15 2.2 FUNÇÕES ESTRATÉGICAS DO RH ............................................................................. 17 2.3 GESTÃO ESTRATÉGICA DO RH: MODELO DOS MÚLTIPLOS PAPÉIS ........................... 17 AULA 3 ...................................................................................................................... 22 3 POLÍTICAS ORGANIZACIONAIS DE RECURSOS HUMANOS ...................................... 22 3.1 CONCEITO ................................................................................................................ 22 3.2 ABRANGÊNCIA .......................................................................................................... 22 3.3 PROCESSOS BÁSICOS ............................................................................................... 24 AULA 4 ...................................................................................................................... 29 4 CULTURA ORGANIZACIONAL (CO) .......................................................................... 29 4.1 CONCEITO ................................................................................................................ 29 4.2 ELEMENTOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL........................................................... 29 4.3 FORMAÇÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL ............................................................ 32 4.4 PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO COMO MANTENEDORA DA “CO” ................................ 33 AULA 5 ...................................................................................................................... 35 5 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ......................................................................... 35 5.1 CONCEITO ................................................................................................................ 35 5.2 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO ............................................................................... 35 5.3 BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO ................................................................................ 37 5.4 FATORES QUE INFLUENCIAM NA COMUNICAÇÃO ..................................................... 38 5.5 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ............................................................ 39 6 PROCESSO DE FEEDBACK ..................................................................................... 39 6.1 CONCEITO ................................................................................................................ 39 6.2 OBJETIVOS DO FEEDBACK ....................................................................................... 40 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 3 6.3 PROCESSO DA COMUNICAÇÃO COM FEEDBACK ...................................................... 40 6.4 TIPOS DE FEEDBACK ................................................................................................ 41 AULA 6 ...................................................................................................................... 42 7 PROGRAMA DE ENDOMARKENTIG ......................................................................... 42 7.1 PREMISSAS BÁSICAS ................................................................................................ 42 7.2 CONCEITO ................................................................................................................ 42 7.3 OBJETIVOS DO ENDOMARKETING ............................................................................ 43 7.4 PROCESSOS GERENCIAIS DO ENDOMARKETING ...................................................... 44 7.5 FORMULAÇÃO DO PROGRAMA DE ENDOMARKETING ............................................... 44 7.6 AÇÕES E INSTRUMENTOS DO ENDOMARKETING ...................................................... 46 AULA 7 ...................................................................................................................... 52 8 MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS E ATITUDES (CHA) .......................................... 52 8.1 CONTEXTO DA COMPETÊNCIA NAS ORGANIZAÇÕES ................................................ 52 8.2 CONCEITO ................................................................................................................ 52 8.3 DIMENSÕES DA COMPETÊNCIA ................................................................................ 54 8.4 CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ........................................................................ 54 8.5 METODOLOGIA DE MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS ............................................ 55 AULA 8 ...................................................................................................................... 57 9 INDICADORES DE PERFORMACE EM RH ................................................................ 57 9.1 RELEVÂNCIA DOS INDICADORES DE PERFORMACE EM RH ...................................... 57 9.2 DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES .................................................................... 57 9.3 PRINCIPAIS INDICADORES DE RH ............................................................................. 58 9.4 APLICAÇÃO DOS INDICADORES DE RH ..................................................................... 58 10 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 65 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 4 AULA 1 1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS ORGANIZAÇÕES Os vários momentos do processo evolutivo da administração nas organizações estão diretamente ligados à evolução histórica da Gestão de Pessoas. A história da administração nos mostrou que não se moderniza uma organização apenas com máquinas, equipamentos,processos e tecnologias. Mas através de compreender os aspectos críticos de cada momento e especialmente no que diz respeito ao tratamento das pessoas dentro desse processo evolutivo nas organizações. Conforme Ferreira (et AL, 2009), podemos identificar claramente quatro estágios bem caracterizados na evolução das organizações: O primeiro estágio é o empirismo, porque precede a orientação cientifica da administração. Baseia-se na intuição, no bom senso e na criatividade. O segundo estágio é o da eficiência. Idealizada por Taylor e Fayol, sua preocupação são os métodos, processos e normas de trabalho. Ser eficiente é, antes de tudo, fazer as coisas corretamente. O terceiro estágio é a eficácia, que é a preocupação com resultados de curto prazo para garantir a sobrevivência. O quarto estágio desse processo evolutivo é a efetividade. Trata-se de garantir a visão de recursos a curto, médio e longo prazo. Para que a organização se perpetue (efetividade) ela precisa sobreviver, garantindo o alcance dos resultados planejados (eficácia) e se organizar de forma lógica e racional (eficiência), estimulando e valorizando a criatividade, o bom senso e a intuição, características básicas do empirismo. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 5 Dois fatores são de suma importância para o pensamento administrativo: - O primeiro é saber conquistar e manter clientes, tornando-os fiéis. - O segundo é contar com colaboradores competentes para o futuro, motivados por uma visão do futuro e motivados por ele. Também, foi identificado que atualmente existe “uma nova era” no processo evolutivo do pensamento administrativo, uma nova consciência nos negócios. Esse novo pensar indica que os indivíduos e seus talentos são decisivos no sucesso do negócio. Somente respeitando o ser, uma empresa conseguirá fazer para que possa ter. Portanto, se a organização quiser obter algum resultado na era atual da consciência, devem preparar a si mesmas e aos indivíduos que as compõe de modo a obter os resultados esperados. Na “Nova Era” do processo evolutivo das organizações, segundo Ferreira (et AL, 2009), agrega-se nos “Estágios da Evolução” um novo estágio, conforme podemos observar no esquema a seguir: Fonte: Ferreira, at Al 2009. 1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE PESSOAS Considerando que para diferentes contextos históricos, as organizações tiveram diferentes modalidades de gestão. Se torna razoável supor, que as ações das QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 6 organizações são determinadas por fatores internos e externos. E que dependem de uma atuação estruturada sobre o comportamento humano. Segundo pesquisa realizada em 1997 pela professora Tose, da Faculdade de Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mostra que é possível destacar cinco fases na evolução do perfil profissional de Recursos Humanos (RH) e suas respectivas épocas, conforme se segue: a) A fase contábil, pioneira da ‘gestão de pessoal’, também chamada de ‘pré- histórica’ por alguns autores, caracterizava-se pela preocupação existente com os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos exclusivamente sob o enfoque contábil: comprava-se a mão-de-obra e, portanto, as entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente. b) A fase legal registrou o aparecimento da função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acompanhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas da era getulista. Uma característica interessante dessa fase: o poder até então unicamente centrado na figura dos feitores (chefes de produção) sobre os empregados passou para as mãos do chefe de pessoal pelo domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). c) A fase tecnicista foi a que implantou no Brasil o modelo americano de gestão de pessoal e alavancou a função de RH ao status orgânico de gerência. Foi nessa oportunidade que o presidente Juscelino Kubitschek implementou a indústria automobilística no nosso país, momento em que os empresários tiveram que QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 7 aceitar em seus organogramas a figura do GRI (Gerente de Relações Industriais). Obviamente algumas modificações tiveram de ser realizadas, devido às características locais do gerenciamento e da cultura organizacional ainda em fase embrionária; contudo, há que se ressaltar que isso representou, para a organização e para os trabalhadores, um grande avanço na qualidade das relações entre capital e trabalho. Foi nessa fase que a área de RH passou a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros. d) A fase administrativa (ou sindicalista, segundo Tose) criou um marco histórico nas relações entre capital e trabalho, na medida em que é berço de uma verdadeira revolução que, movida pelas bases trabalhadoras, que implementaram o movimento sindical denominado ‘novo sindicalismo’. Nessa fase, registrou-se nova mudança – significativa – na denominação e na responsabilidade do até aqui gerente de relações industriais: o cargo passou a se chamar gerente de recursos humanos. Pretendia-se com essa mudança transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e puramente operacionais para as responsabilidades de ordem mais humanísticas, voltadas para os indivíduos e suas relações (com os sindicatos, a sociedade etc.). e) A fase estratégica foi demarcada operacionalmente, pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central das organizações. Foi então, nessa fase, que se registraram as primeiras preocupações de longo prazo, por parte do board das empresas, com os seus trabalhadores. Iniciou-se nova alavancagem organizacional do cargo de GRH, que, de posição gerencial, de terceiro escalão, em nível ainda tático, passou a ser reconhecido como diretoria, em nível estratégico nas organizações. No entanto, para Gil (2001), além das cinco fases já citadas, existe mais uma denominada de fase da “Gestão de Pessoas”. Essa fase é consequência dos desafios lançados às empresas a partir dos anos 80, tanto de natureza ambiental quanto organizacional. Muitas empresas que sobreviveram passaram por experiências como a reengenharia, a terceirização e o downsizing (produzindo consequências dramáticas para seu pessoal). Então, as críticas a esses procedimentos, aliadas a novas concepções acerca do papel dos indivíduos nas organizações, determinaram, sobretudo a partir da década de 90, sérios questionamentos à forma como vinha sendo desenvolvida a administração de Recursos Humanos (incluindo sua terminologia). QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 8 Então, os críticos propõem que as pessoas sejam tratadas como parceiros da organização. Como tais passariam a serem reconhecidas como fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, sobretudo, o mais importante aportepara as organizações: a inteligência. Entendidas desse modo, as pessoas constituiriam o capital intelectual da organização, devendo, portanto, tratar seus empregados como parceiros do negócio e não mais como simples empregados contratados. 1.3 AS PESSOAS COMO PARCEIRAS DA ORGANIZAÇÃO Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando a sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso. Os fornecedores contribuem com matérias- primas, insumos básicos, serviços e tecnologias. Os acionistas e investidores contribuem com o capital e investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos. Os empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização. Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus bens ou serviços colocados no mercado. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 9 Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição. As alianças estratégicas, constituem meios através dos quais a organização obtém a inclusão de novos e diferentes parceiros para consolidar e fortificar seus negócios e expandir suas fronteiras. Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na medida em que obtém retornos e resultados satisfatórios de seus investimentos. Graças ao emergente sistêmico — que é o efeito sinergístico da organização —, esta consegue reunir todos os recursos oferecidos pelos diversos parceiros e alavancar seus resultados. Através dos seus resultados, a organização pode proporcionar um retorno maior às contribuições efetuadas e manter a continuidade do negócio. Geralmente, as organizações procuram privilegiar os parceiros mais importantes. Os acionistas e investidores eram, até há pouco tempo, os mais privilegiados na distribuição e apropriação dos resultados organizacionais. Essa assimetria está sendo substituída por uma visão sistêmica e integrada de todos os parceiros do negócio, já que todos são indispensáveis para o sucesso da empresa. Acontece que o parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele que está dentro dela e que lhe dá vida e dinamismo. 1.4 ASPECTOS FUNDAMENTAIS NA MODERNA GESTÃO DE PESSOAS Assim, a Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamentais: QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 10 1. As pessoas como seres humanos: dotados de personalidade própria, profundamente diferente entre si, com uma história particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da organização. 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais: como elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento e aprendizados indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos. 3. As pessoas como parceiras da organização: capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização — como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos, etc. — na expectativa de colher retornos desses investimentos — como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que o retorno é bom e sustentado, a tendência certamente será a manutenção ou aumento do investimento. Daí o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. E também o caráter de atividade e autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos. 1.5 CONCEITO DA GESTÃO DE PESSOAS A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 11 Conforme Chiavenato (2010), diferentes autores têm diversos conceitos sobre Gestão de Pessoas: Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho (Dessler, 1997, apud Chiavenato 2010). ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento (Dessler, 1998, apud Chiavenato 2010). ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações (Milkovich & Boudreau, 1994, apud Chiavenato 2010). ARH é a função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados (Cenzo e Robbins, 1996, apud Chiavenato 2010). Gestão de Pessoas é a área que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso (Chiavenato, 2010, pg. 9). Gestão de Pessoas é o conjunto integrado de atividades de especialistas e de gestores – como agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas – no sentido de proporcionar competências e competitividade à organização (Chiavenato, 2010, pg.9). 1.6 OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS As pessoas podem ampliar ou limitar as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançados, é necessário que os gerentes tratem as pessoas como elementos básicos para a eficácia organizacional. Os objetivos da Gestão de Pessoas são variados. A QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 12 ARH deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes meios: 1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: A função de RH é um componente fundamental da organização de hoje. Antigamente, a ênfase era coloca¬da no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos aos funcionários e, assim, obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingirobjetivos e resultados. Não se pode imaginar a função de RH sem se conhecer os negócios de uma organização. Cada negócio tem diferentes implicações na ARH. O principal objetivo desta é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e realizar sua missão. 2. Proporcionar competitividade à organização: Isto significa saber empregar as habilidades e capacidades da força de trabalho. A função da ARH é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e empregados. Esta foi a crença que levou Walt Disney a construir a Disney a partir de suas próprias pessoas. No nível macroeconômico, a competitividade é o grau em que uma nação pode, em condições livres e justas de mercado, produzir bens e serviços que sejam bem aceitos nos mercados internacionais, enquanto simultaneamente mantém ou expande os ganhos reais de seus cidadãos. Nesta definição, a palavra nação pode ser substituída pela palavra organização e a palavra cidadãos por empregados. 3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas: Segundo Chiavenato (2010) dois passos são importantes para atingir esse objetivo: - Primeiro: preparar e capacitar continuamente às pessoas. - Segundo: reconhecer as pessoas. Dar reconhecimento às pessoas e não apenas dar dinheiro é o que constitui o elemento básico da motivação humana. Para melhorar o seu desempenho, as pessoas devem perceber justiça nas recompensas que recebem. Recompensar bons resultados e não recompensar pessoas que não tenham um bom desempenho. Tornar claros os objetivos e o modo como eles são medidos. As medidas de eficácia da ARH — e não apenas a medida do chefe — é que devem proporcionar as pessoas certas na fase certa do desempenho de um trabalho e no tempo certo para a organização. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 13 4. Aumentar a autoatualização e a satisfação dos empregados no trabalho: Antigamente, a ênfase era colocada nas necessidades da organização. Hoje, apesar dos computadores e dos balanços contábeis, os empregados precisam ser felizes. Para que sejam produtivos, os empregados devem sentir que o trabalho é adequado às suas capacidades e que estão sendo tratados equitativamente. Para os empregados, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal. As pessoas despendem a maior parte de suas vidas no trabalho e isto requer uma estreita identidade com o trabalho que fazem. Empregados satisfeitos não são necessariamente os mais produtivos, mas empregados insatisfeitos tendem a se desligar da empresa, se ausentar frequentemente e produzir pior qualidade do que empregados satisfeitos. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são fortes determinantes do sucesso organizacional. 5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho: Qualidade de vida no trabalho (QVT) é um conceito que se refere aos aspectos da experiência do trabalho, como estilo de gerência, liberdade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas significativas. Um programa de QVT procura estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de satisfazer a maioria das necessidades individuais do empregado e tornar a organização um local desejável e atraente. A confiança do empregado na organização também é fundamental para a retenção e fixação do pessoal. 6. Administrar a mudança: Nas últimas décadas, houve um período turbulento de mudanças sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e políticas. Essas mudanças e tendências trazem novas abordagens, mais flexíveis e ágeis, que devem ser utilizadas para garantir a sobrevivência das organizações. Os profissionais de ARH devem saber lidar com as mudanças, se querem realmente contribuir para sua organização. São mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem novas estratégias, programas, procedimentos e soluções. 7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável: Toda atividade de ARH deve ser aberta, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas e seus direitos básicos devem ser garantidos. Os princípios éticos devem ser aplicados a todas as atividades da ARH. Tanto as pessoas como as organizações devem seguir QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 14 padrões éticos e de responsabilidade social. A responsabilidade social não é uma exigência feita somente às organizações, mas também, e principalmente, às pessoas que nelas trabalham. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 15 AULA 2 2. GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS 2.1 CONTEXTO DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH As organizações vivem atualmente num contexto constante de mudanças, criando novos desafios nos ambientes e setores em que atuam. E por serem um sistema aberto funcionam cooperando e competindo com outras organizações. Para que assim possam manter seus domínios de mercado. Diante disso, o desafio para organizações está em competir com base na sua capacidade de gerar continuamente inovações e, com isto, criar valor para clientes, investidores, comunidade, fornecedores, etc. Para inovar as empresas tem usado como base o “conhecimento organizacional”. O conhecimento organizacional é todo o conhecimento que uma organização detém, inclui tanto o conhecimento científico-tecnológico, quanto o conhecimento técnico e administrativo. Ou seja, o “Capital intelectual”, que está dividido em capital humano e capital estrutural. O capital humano são os ativos intangíveis, que envolvem as habilidades, experiência, conhecimento e capacidade de criar inovações demonstradas pelos empregados da organização, abrange também sua cultura e filosofia. O capital estrutural são os ativos tangíveis e intangíveis recursos materiais, tecnologias, patentes, marcas registradas e todos os elementos que dão suporte à produtividade da organização. Inclui ainda produtos, serviços e o capital de clientes. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 16 Uma organização para ser competitiva nesse contexto do mercado, precisa de estratégia para interagir com ambiente que a circunda. A estratégia se refere ao comportamento global e integrado da empresa em relação ao ambiente que a cerca. Os aspectos fundamentais que envolvem a estratégia organizacional são: - Definida pelo nível institucional da organização: porque na maioria das vezes tem a ampla participação e negociação de todos os níveis na empresa. - Projetada em longo prazo: determina o futuro e o destino da organização, atendendo à missão, ficado a visão e priorizando os objetivos de longo prazo da organização. - Envolve toda a empresa: significando que a estratégia exige o empenho coordenado e integrado de todos na mesma direção para atingir os resultados pretendidos. - Mecanismo de aprendizagem organizacional: a partir de seus erros e acertos a empresa aprende a tomar as melhores decisões e ações. A estratégia parte de objetivos estratégicos da missão e da visão.A missão se refere à finalidade ou o motivo pelo qual a empresa foi criada e para que deva servir. E a visão representa aquilo que a empresa pretende ser, para tornar claro o sentido de futuro e a compreensão das ações necessárias para se tornar um sucesso. Assim, a estratégia precisa ser planejada. Ou seja, requer um planejamento estratégico para colocar em ação. Normalmente, o planejamento estratégico é desdobrado da seguinte forma: - Planejamento estratégico: refere-se à organização como um todo e indica como a estratégia global deverá ser formulada e executada. - Planejamento tático: refere-se aos departamentos e áreas intermediárias de cada unidade organizacional. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 17 - Planejamento operacional: envolve a cada atividade ou tarefa da empresa. Para que esse planejamento realmente aconteça é necessário que as estratégias traçadas pela direção sejam apoiadas por toda a organização, isso inclui a área de Recursos Humanos, conhecida por suas atividades rotineiras. A área entra em cena como um apoio essencial nas organizações. Conseguir aliar atividades administrativas rotineiras, legislação trabalhista e planejamento estratégico para o capital humano organizacional é o grande desafio. 2.2 FUNÇÕES ESTRATÉGICAS DO RH O RH não é apenas mais um órgão ou área, que trabalha isoladamente na empresa. O desafio agora é fazer a diferença, ser parte integrante do negócio das organizações e prestar consultoria aos gestores e funcionários. Ou seja, estar atento às estratégias das organizações e gerenciar o capital humano. Essa excelência só é possível se o RH conseguir cumprir suas de funções de: Alavancar o capital humano das organizações, a fim de criar e aumentar o valor de seu capital intelectual; Alinhar as decisões e ações relativas à RH com as diretrizes estratégicas da organização; Atuar efetivamente nos processos de mudança organizacional; Auxiliar nos processos de comunicação e disseminação de diretrizes, políticas, informações e conhecimento em todos os níveis da organização; Ajustar os seus processos no sentido de auxiliar na realização dos objetivos organizacionais e individuais, buscando propiciar aos funcionários motivação, comprometimento e realização profissional; 2.3 GESTÃO ESTRATÉGICA DO RH: MODELO DOS MÚLTIPLOS PAPÉIS Para Gestão de RH, Dave Ulrich propõe um ”Modelo de Múltiplos Papéis” , com o objetivo precípuo de criar valor e obter resultados para organização como um todo. Este QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 18 modelo descreve as metas focadas pelo RH e os quatro papéis principais que os profissionais da área de RH devem desempenhar para ajudar a gerar e manter uma organização competitiva, conforme segue abaixo: Administração de Estratégias de Recursos Humanos; Administração da Transformação e Mudanças; Administração da Infraestrutura da Empresa; Administração da Contribuição dos Funcionários. A proposta de Ulrich mostra que RH deve encontrar o ponto ótimo de gerenciamento de suas atividades de modo a balancear adequadamente seus quatro papéis principais numa organização. O RH deve, ao mesmo tempo, ter foco em estratégica de longo prazo e foco operacional de curto prazo, ou seja, ter uma visão e execução estratégica de construção das bases competitivas da empresa no futuro, sem perder de vista a rotina e o cotidiano operacional que sustenta a empresa no momento presente. Da mesma forma, as atividades de RH devem englobar desde a administração de processos (ferramentas e sistemas de RH) até à administração de pessoal tradicional. O RH deve considerar o resultado a ser alcançado na definição de sua atuação. Nesta concepção, o RH teria papéis estabelecidos conforme a meta a ser cumprida, que Ulrich agregou em quatro metáforas, como se segue: QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 19 Parceiro Estratégico: O RH torna-se parceiro estratégico quando participa ativamente do processo de definição da estratégia empresarial e, com isso, desdobra e alinha suas estratégias e práticas empresariais às estratégias do negócio da empresa. O processo de identificação das prioridades das ações de RH é chamado de Diagnóstico Organizacional, através do qual a organização levanta suas forças e fraquezas; Especialista Administrativo: a criação e manutenção de uma infraestrutura organizacional tem sido o papel tradicional de RH, ou seja, prover e administrar com eficiência processos de fluxo e gestão de pessoas na organização. Neste ponto, o RH deve buscar a melhoria contínua de seus processos e atividades visando melhorar sua eficiência administrativa, por meio de tecnologias de gestão como reengenharia e racionalização dos processos, simplificação, redução de custos e eliminação de desperdícios. Com isso, o RH pode aumentar sua eficiência e descobrir e implementar novas e melhores maneiras de realizar as coisas. O exemplo de Ulrich para esta metáfora é a criação dos Serviços Comuns de RH, que são compartilhados com divisões ou áreas de negócio e que buscam maior efetividade dos serviços prestados; Defensor dos Funcionários: com o advento da sociedade do conhecimento ou do Capital Intelectual, cada vez mais o foco das organizações está voltando-se para as pessoas e sua capacidade contínua de contribuição para a geração de valor para as organizações. Mais do que nunca, o RH não deve, mesmo sendo mais estratégico, perder uma de suas atribuições mais nobres, que é a de gerir de forma QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 20 integrada e participativa a contribuição dos funcionários. Isto implica um RH capaz de reconhecer, envolver-se e atender as demandas, preocupações, anseios e necessidades dos funcionários, bem como prover meios e condições propícias que levem as pessoas a darem sua máxima contribuição para o sucesso da organização. Neste papel, o RH deve buscar constantemente melhorar a competência, desempenho e compromisso dos funcionários. Para tanto, RH deve criar e gerir atividades e mecanismos capazes de ouvir, responder e encontrar maneiras de atender as demandas variáveis das pessoas, dotando-as de recursos e meios para que possam realizar seu trabalho da forma requerida e com os resultados esperados; Agente de Mudança: O RH deve atuar na gestão da transformação e da mudança. A transformação implica em mudança cultural da organização e das pessoas. Nesta dimensão, o RH atua como catalisador das mudanças, identificando, implementando e conduzindo processos cruciais de mudança no interior das empresas. O RH deve, portanto, buscar como resultado melhorar e aumentar a capacidade para mudar de uma organização. O conhecimento e a competência para a mudança são fatores essenciais para o gerenciamento da mudança. Lidar e valorizar as tradições e história da empresa e, ao mesmo tempo, focar e conduzir as pessoas em direção ao futuro planejado é uma atividade paradoxal que o RH deve dominar, para garantir a implementação e consecução efetiva da mudançaorganizacional; Ser um parceiro empresarial significa, segundo Ulrich, exercer com habilidade e flexibilidade exigidas, conforme o estágio de maturidade e competitividade do negócio, os quatro múltiplos papéis de RH: parceiro estratégico, especialista administrativo, defensor dos funcionários e agente de mudança. O novo papel de RH, portanto, não se limita a mudar de foco operacional para estratégico, mas sim de identificar, aprender e dominar os papéis múltiplos e complexos que o RH deve executar na empresa, tanto em nível operacional quanto estratégico, bem como nas dimensões de processo e de pessoas. Sob esta perspectiva, RH deve focar sua atenção nas metas e resultados a serem alcançados, com vistas à obtenção de geração de valor real adicionado à empresa, seus produtos e serviços. A combinação inteligente, coerente e alinhada dos papéis múltiplos de RH com os propósitos e objetivos estratégicos da empresa deve dar suporte ao sucesso organizacional de forma sustentada. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 21 Essa excelência só é possível através de uma administração eficaz dos recursos humanos, ou seja, através de uma gestão que se comprometa com o desenvolvimento de pessoas na organização, objetivando a ampliação constante e contínua da capacidade de produzir resultados. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 22 AULA 3 3 POLÍTICAS ORGANIZACIONAIS DE RECURSOS HUMANOS 3.1 CONCEITO Em função da racionalidade organizacional, da filosofia e cultura organizacional surge às políticas. Políticas são regras estabelecidas para governar funções e assegura que elas sejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados. As políticas organizacionais de RH constituem orientação administrativa para impedir que empregados desempenhem funções indesejáveis ou ponham em risco o sucesso de funções específicas. Referem-se às maneiras pelas quais a organização pretende lidar com seus membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo condições para o alcance de objetivos individuais. 3.2 ABRANGÊNCIA Cada organização desenvolve a política de recursos humanos mais adequados à sua filosofia e às suas necessidades. Uma política de recursos humanos deve abranger o que a organização pretende acerca dos seguintes aspectos principais: Políticas de Suprimento de Recursos Humanos; Políticas de Aplicação de Recursos Humanos; Políticas de Manutenção de Recursos Humanos; Políticas de Desenvolvimento de Recursos Humanos; Políticas de Monitoração de Recursos Humanos. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 23 1. Política de Suprimento de Recursos Humanos abrange: Onde recrutar (fontes de recrutamento dentro ou fora da organização), em que condições e como recrutar (técnicas de recrutamento preferidas pela organização para abordar o mercado de recursos humanos) os recursos humanos necessários à organização; Critérios de seleção de recursos humanos e padrões de qualidade para admissão, quanto às aptidões físicas e intelectuais, experiência e potencial de desenvolvimento, tendo-se em vista o universo de cargos dentro da organização; Como integrar os novos participantes ao ambiente interno da organização com rapidez e eficácia. 2. Políticas de Aplicação de Recursos Humanos se refere: Como determinar os requisitos básicos da força de trabalho (requisitos intelectuais, físicos etc.), para o desempenho das tarefas e atribuições do universo de cargos da organização; Critérios de planejamento, alocação e movimentação interna de recursos humanos, considerando-se o posicionamento inicial e o plano de carreiras, definindo as alternativas de oportunidade futuras possíveis dentro da organização; Critérios de avaliação da qualidade e da adequação dos recursos humanos através da avaliação do desempenho. 3. Políticas de Manutenção de Recursos Humanos trata: Critérios de remuneração direta dos participantes, tendo-se em vista a avaliação do cargo e os salários no mercado de trabalho, e posição da organização frente a essas duas variáveis; Critérios de remuneração indireta dos participantes, tendo-se em vista os programas de benefícios sociais mais adequados à diversidade de necessidades existentes no universo de cargos da organização, e considerando a posição da organização frente às práticas do mercado de trabalho; Como manter uma força de trabalho motivada, de moral elevado, participativa e produtiva dentro de um clima organizacional adequado; QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 24 Critérios relativos às condições físicas ambientais de higiene e segurança que envolve o desempenho das tarefas e atribuições do universo de cargos da organização. Relacionamento de bom nível com sindicatos e representações do pessoal. 4. Políticas de Desenvolvimento de Recursos Humanos abrange: Critérios de diagnóstico e programação, de preparação e reciclagem constantes, da força de trabalho para o desempenho de suas tarefas e atribuições dentro da organização; Critérios de desenvolvimento de recursos humanos a médio e longo prazo, visando à contínua realização do potencial humano em posições gradativamente elevadas na organização; Criação e desenvolvimento de condições capazes de garantir a saúde e excelência organizacional, através da mudança do comportamento dos participantes. 5. Políticas de Monitoração de Recursos Humanos: Como manter um banco de dados capaz de fornecer as informações necessárias para as análises quantitativa e qualitativa da força de trabalho disponível na organização; Critérios para auditoria permanente da aplicação e adequação das políticas e dos procedimentos relacionados com os recursos humanos da organização. 3.3 PROCESSOS BÁSICOS Essas políticas e práticas podem ser resumidas em seis processos básicos de Gestão de Pessoas: Processos de Agregar Pessoas; Processos de Aplicar Pessoas; Processos de Recompensar Pessoas; Processos de Desenvolver Pessoas; Processos de Manter Pessoas; Processos de Monitorar Pessoas. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 25 Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. 1. Processos de Agregar Pessoas: As organizações e as pessoas estão em constante processo de atrair uns aos outros. Os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Para realizar esse processo se utilizam do recrutamento e seleção de pessoas. O recrutamento se refere à divulgação da oportunidade de trabalho, tanto interna, externa ou mista, com objetivo de recrutar as pessoas interessadas em participar desse processo. Com relação à seleção, procura avaliar as competências técnicas e comportamentais,história de vida e as características de personalidade que mais de adequam as exigências do cargo e a cultura da organização. Podemos citar algumas técnicas e testes que podem ser utilizados no processo seletivo: - Provas ou testes de conhecimento: avalia os conhecimentos gerais e habilidades, especificas que o profissional adquiriu até aquele momento. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 26 - Testes psicométricos: medi a habilidade atual da pessoa em determinado comportamento ou atividade. - Testes de personalidade: avalia os traços de personalidade do candidato. - Técnicas de simulação: dramatiza uma situação idêntica de trabalho profissional. - Dinâmica de grupo: analisa o comportamento dos candidatos nas atividades em grupo. - Entrevista de seleção: visa colher informações e esclarecimentos sobre o candidato. 2. Processos de Aplicar Pessoas: são os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Nesse processo poderá fazer parte, o programa de indução ou de integração do novo colaborador. Assim, será ambientado à nova organização para assimilar à cultura organizacional de modo a facilitar o seu vínculo com a organização. Incluem, também, o desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação de desempenho. A modelagem de cargos é fundamental para que a empresa possa funcionar de maneira adequada, permitindo que as pessoas desempenhem adequadamente as atividades para as quais foram contratadas. Possibilitando desta fora, que se procure um profissional adequado a vaga, que os programas de treinamento sejam bem conduzidos e por fim se estabeleçam critérios de remuneração que estejam vinculados aos planos de carreira. 3. Processos de Recompensar Pessoas: são os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração, benefícios e serviços sociais. Esses podem ser definidos como um conjunto de ações que visam atender as necessidades pessoais, embora gerem custo, trazem para empresa retorno de outras formas como lealdade, permanência, aumento da satisfação e produtividade dos funcionários. Os benefícios são divididos em: - Compulsórios: que são exigidos pelas normas legais como: 13º salário, salário- família, férias, entre outros. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 27 - Espontâneos: que são oferecidos pela empresa por vontade própria, como por exemplo: plano de participação nos lucros, plano de previdência privada, seguro de vida, entre outros. 4. Processos de Desenvolver Pessoas: são os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal. Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação. O programa de treinamento precisa estar em harmonia com o planejamento estratégico da empresa e deve abordar de forma precisa: quem deve ser treinado, como deve ser treinado, em que treinar, por quem ser treinado, onde será treinado e quando será treinado. Além disso, deverá responder as perguntas de que, como e porque fazer o treinamento a fim de atingir os objetivos do treinamento. Algumas técnicas mais utilizadas são: seminários, workshop, técnicas de simulação, leituras programadas, debates, sessões de brainstorming, estudos de caso, jogos, dinâmica de grupo e aulas expositivas. A escolha dessas dependerá das características do grupo e dos temas que serão abordados. 5. Processos de Manter Pessoas: são os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. Esse processo preza o cumprimento e o respeito aos contratos individuais e coletivos de trabalho, tanto nos seus aspectos formais quanto nos psicológicos, quer sejam tácitos, que sejam escritos, que são celebrados entre as organizações e os seus colaboradores. Tem ainda, a preocupação de garantir condições adequadas de higiene e segurança, inclusive de forma preventiva incluindo as premissas que regem a qualidade de vida. Outros aspectos, desse processo, referem-se ao cumprimento das convenções sindicais e com as relações éticas entre a organização e os diferentes órgãos governamentais. 6. Processos de Monitorar Pessoas: são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. O banco de dados é o sistema de QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 28 armazenamento e acumulação de dados que são codificados e interligados, ficando disponíveis para serem processados, fornecendo as informações solicitadas no momento. Essa informações podem ser: cadastro de pessoal, cadastro de cargos, cadastro de remuneração, cadastro de benefícios, cadastro de treinamentos, entre outros. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 29 AULA 4 4 CULTURA ORGANIZACIONAL (CO) 4.1 CONCEITO É de suma importância ter conhecimento da cultura existente nas empresas para que seja possível entender o processo das mudanças e o impacto nos colaboradores dentro da organização. Assim como os indivíduos de um país são dotados de uma cultura diversificada, as organizações também possuem culturas diferentes uma das outras, até mesmo porque cada colaborador possui personalidade, valores e crenças variadas. A cultura organizacional pode determinar a imagem da organização, pois é por meio desta que os processos internos, produtos ou serviços, convivência e liderança são estabelecidos. Segundo Schein (1998), cultura organizacional é um conjunto de pressupostos básicos, que determinado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender a lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna. Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem considerados válidos, são ensinados aos demais membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação a estes problemas. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira com que ela faz seus negócios, trata seus funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários a respeito da empresa. 4.2 ELEMENTOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL Cultura organizacional caracteriza-se como uma rede de concepções, normas e valores, considerada como certas, que permanecem submersas à vida organizacional. Alguns aspectos da cultura organizacional são percebidos mais facilmente, enquanto outros são menos visíveis e de difícil percepção. A cultura reflete um iceberg, que acima QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S OA S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 30 do nível da água constitui parte visível e a maior parte está oculta sob as águas e fora da visão das pessoas. Essas concepções, normas e valores são firmados na cultura organizacional através dos seguintes elementos: 1. Crenças e pressupostos: Expressam aquilo que é tido como verdade na organização. São naturalizados e inquestionáveis. Vistos como “processo evolutivo”, mas que não muda as coisas já apreendidas. Além disso, possuem a função secundária da estabilidade. 2. Valores: Os valores representam a essência da filosofia da organização para o alcance do sucesso, pois eles fornecem um senso de direção comum para todos os empregados e um guia para o comportamento diário. 3. Ritos, rituais e cerimônias: São exemplos de atividades planejadas que têm consequências práticas e expressivas, tornando a cultura organizacional tangível e coesa. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 31 4. Estórias: Estórias são narrativas baseadas em eventos ocorridos, são simbólicas e flexíveis: Informam sobre a organização; Reforçam comportamento existente; Enfatizam como este comportamento se ajusta ao ambiente organizacional. 5. Mitos: Referem-se a estórias condizentes com a organização, porém, não sustentadas por fatos. 6. Tabus: Os tabus cumprem o papel organizacional de orientar o comportamento, demarcando áreas de proibições. E também coloca em evidência o aspecto disciplinar da cultura com ênfase ao não permitido. 7. Heróis: Os Heróis personificam os valores da organização e, além disso: Condensam a força da organização; São os responsáveis pela criação da organização; Têm coragem e persistência de “fazer o que todos almejam, porém têm medo de tentar”; Tornam o sucesso atingível e ‘humano’; Fornecem modelos; Simboliza a organização para o mundo exterior; Preservam o que há de especial; Estabelecem padrões de desempenho; Motivam os empregados, fornecendo uma influência duradoura. 8. Normas: São os comportamentos esperados, aceitos e apoiados pelo grupo, fixados de modo formal ou informal, através dos quais as pessoas são QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 32 recompensadas ou punidas, confrontadas ou encorajadas, ou postas em ostracismo quando violam as normas. A escolha das normas é guiada pelos pressupostos, valores, tabus; divulgadas através da comunicação, heróis, ritos, rituais, estórias e outros elementos; 9. Sistema de comunicação: Embora esse tema vai ser tratado mais profundamente posteriormente, é importante saber que o Sistema de Comunicação através da interação social cria, sustenta, transmite e muda a cultura organizacional. Para isso conta com alguns papéis que as pessoas na organização ocupam para estabelecer a rede de comunicação organizacional. Esses papéis podem ser descritos como: contadores de Estórias, padres, confidentes, fofoqueiros, espiões e conspiradores. 4.3 FORMAÇÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL A cultura organizacional é formada pelo conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhadas por todos os membros da organização. A cultura organizacional representa o universo simbólico da organização e proporciona um referencial de padrões de desempenho entre funcionários, influenciando a pontualidade, produtividade e a preocupação com a qualidade e serviço ao cliente. A cultura expressa à identidade da organização. Construída ao longo do tempo e passa a impregnar todas as práticas. Em outras palavra s a cultura organiz acional represe nta as norma s informais e não-escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direciona suas ações para o alcance dos objetivos da organização. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 33 4.4 PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO COMO MANTENEDORA DA “CO” O processo de socialização é primordial para manter ou mudar a cultura organizacional. Por isso um programa de socialização para integração de novos funcionários faz com que o novo funcionário se adapte à cultura organizacional. Socialização organizacional é a maneira como a organização recebem os novos funcionários e os integra à sua cultura, ao seu contexto e ao seu sistema. Oportunizando que esses novos funcionários possam se comportar de maneira adequada às expectativas da organização. O novo funcionário provavelmente fará ajustes em suas ações para se adaptar aos preceitos internos da organização, o que exigirá obedecer e concordar ao horário de trabalho, desempenhar uma determinada atividade, seguir orientações do seu gestor, entre outros. Assim, como novo funcionário procura influenciar a organização e o seu gestor criando um ambiente de trabalho que lhe proporcione satisfação e o alcance dos seus objetivos pessoais. Trata-se de um processo de duas mãos, organização e novo funcionário, onde cada uma das partes tenta influenciar e adaptar a outra parte aos seus propósitos e conveniência. Nesse programa poderá ser tratado o histórico, missão, visão, produtos/serviços, normas (direitos/deveres) da empresa, também poderá estar incluso cursos e visitas. Os métodos de socialização mais utilizados são: - Processo seletivo: inicia na entrevista de seleção, onde o candidato no processo seletivo obtenha informações e visualize pessoalmente como funciona a empresa. - Conteúdo do cargo: o novo colaborador recebe tarefas suficientemente solicitadoras e que possibilitarão o sucesso no início da sua carreira na organização, para depois receber gradativamente as mais complexas. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 34 - Supervisor tutor: o novo colaborador fica ligado a um tutor capaz de cuidar de sua integração na organização. - Equipe de trabalho: uma equipe de trabalho pode desempenhar um papel importante na socialização dos novos colaboradores. - Programa de integração: é um programa formal e intensivo de treinamento inicial destinado aos novos membros na organização. Recebe também o nome de programa de indução e constitui o principal método de aculturamento dos novos participantes às práticas correntes da organização. A socialização forma um esquema de recepção e de boas-vindas aos novos funcionários. Criando a oportunidade do início de bom relacionamento a longo prazo entre o indivíduo e a organização. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 35 AULA 5 5 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL 5.1 CONCEITO A Comunicação é um tema muito abrangente e de extrema importância. Pois toda atividade acontece pela comunicação, destacando desta forma sua relevância. A comunicação trata da transmissão de uma informação, entre pessoas ou organizações que tem como intenção influenciaro comportamento. Especificamente a Comunicação Organizacional é o processo de transferência de informações que ocorre dentro da organização. Nas organizações a comunicação é mais do que repassar a cultura da empresa, é também uma forma pragmática de estabelecer e fazer cumprir os objetivos e metas. 5.2 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Em todo ato de comunicação estão envolvidos vários elementos: 1. Emissor ou remetente: É aquele que codifica e envia a mensagem. Ocupa um dos polos do circuito da comunicação. 2. Receptor ou destinatário: É aquele que recebe e decodifica a mensagem. 3. Mensagem: É o conteúdo que se pretende transmitir. 4. Suporte/portador/veículo: É o meio pelo qual a mensagem é transmitida do emissor para o receptor. 5. Código: É um sistema de signos convencionais que permite dar à informação emitida (pelo emissor) uma interpretação adequada (pelo receptor); QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 36 6. Contexto ou referente: Ambientação, situação em que se dá o processo de comunicação. Os principais elementos da comunicação podem ser assim esquematizados: suporte Emissor Receptor Contexto Mensagem Código As mensagens percorrem vários canais ou caminhos diferentes. O importante é saber o canal mais eficiente e apropriado de acordo com cada situação. Os canais de comunicação podem ser orais, escritos e eletrônicos. Conforme Bateman e Snell (1998) afirmam, cada um tem suas vantagens e desvantagens. Na comunicação oral, as vantagens estão na rapidez da comunicação, pois as perguntas podem ser feitas e respondidas de imediato. Nas conversas face a face podem ser sentidas as reações das pessoas e a sua sinceridade, além de ser mais persuasiva e menos dispendiosa. As desvantagens estão em fazer afirmações não refletidas no momento da conversa e também a ausência de registro permanente. Na comunicação escrita, as vantagens estão principalmente no registro das informações, no fato de poder ser revisada várias vezes para se adequar a cada situação. As desvantagens estão na necessidade do tempo que este tipo de comunicação requer, pois precisa conter maiores informações que responda as possíveis perguntas, e também pelo fato de não se ter uma resposta imediata. Nos meios eletrônicos estão incluídos desde e-mail até as teleconferências. O mais popular é o e-mail. Segundo Dubrin (2003), o correio eletrônico trouxe grandes impactos na comunicação interpessoal. As vantagens estão na rapidez e redução de custos na comunicação, não necessitando do contato face a face e abrangendo um maior número de pessoas. As desvantagens estão na dificuldade de se resolver QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 37 problemas mais complexos que exigem o contato pessoal e também no uso indiscriminado do e-mail para enviar mensagens contendo informações triviais, piadas e assuntos de interesse limitado, dentre outros. 5.3 BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO As barreiras na comunicação podem ser originadas do emissor ou do codificador, à transmissão, ao receptor ou seu decodificador. Detalhando essa afirmação podemos dizer: 1. Ruídos decorrentes do emissor: Falta de clareza nas ideias; Comunicação múltipla; Problemas de codificação; Bloqueio emocional; Hábitos de locução; Suposição acerca do receptor. 2. Ruídos decorrentes do receptor: Audição seletiva; Desinteresse; Avaliação prematura; Preocupação com a resposta; Crenças e atitudes; Reação ao emissor, preconceitos e estereótipos; Experiências anteriores, atribuição de intenções e comportamento defensivo. 3. Ruídos decorrentes pelo canal: Barulho excessivo no local; Interrupção em uma conversa; Interferência; QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 38 Erros de transmissão. Uma forma de melhorar a comunicação é superar as barreiras à comunicação. Como Dubrin (2003, p. 218) cita: “A melhoria da comunicação é importante porque as empresas de sucesso são caracterizadas pela abundância da comunicação direta.” Para superar as barreiras, Dubrin (2003, p. 218) faz as seguintes sugestões: Esclarecer as ideias antes de comunicá-las evita distorções na semântica, pois fazer um planejamento e buscar um entendimento melhor sobre as informações a serem transmitidas ajuda na eficácia da comunicação. Motivar o receptor é uma forma de prender a sua atenção no momento da transmissão da mensagem e o melhor meio de fazer isso é apelar para seus interesses ou necessidades. Discutir as diferenças dos paradigmas é uma maneira de entender e lidar com diferenças dos padrões de referência, ou seja, entender que as pessoas têm paradigmas diferentes que interferem no modo como elas interpretam os acontecimentos. Encorajar a comunicação informal e aberta aumenta a confiança na empresa. Transformar a comunicação informal numa aliada e fazer com que encontros casuais dentro da organização se transformem num canal positivo de comunicação informal. Comunicar os sentimentos implícitos nos fatos é uma forma de dar mais força e convicção na mensagem. Tomar cuidado com o comportamento não verbal como tom de voz, expressão facial e outros, pois na comunicação dentro da organização, é preferível expressar os sentimentos de forma verdadeira, sem ser rude, do que expressar algo que de fato nota-se logo que não é verdadeiro. Obter o feedback é fazer perguntas, encorajar o receptor a demonstrar sua reações. Trataremos mais esse tema no próximo capítulo. Adaptar-se ao estilo de comunicação da outra pessoa torna a mensagem mais receptiva. Pela observação atenta ou pela pergunta de como a pessoa prefere receber a informação. 5.4 FATORES QUE INFLUENCIAM NA COMUNICAÇÃO Os fatores que influenciam na comunicação organizacional são: Crescimento Organizacional: faz com que a comunicação aconteça em fluxo livre entre os diversos níveis hierárquicos; QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 39 Estrutura de Autoridade: as diferenças de autoridade e de poder que determina quem irá se comunicar com quem; Especialização do Trabalho: garante maior facilidade a comunicação, pois há o compartilhamento de ideias; Propriedade de Informação: significa que alguns funcionários possuem informações e conhecimentos especiais sobre seus trabalhos o que se torna uma forma de poder. 5.5 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL A comunicação organizacional poderá ser: 1. Comunicação formal: É conscientemente planejada e oficializada através de documentos escritos. Conforme Dubrin (2003) a principal fonte de informação sobre os canais formais é o organograma, pois ele indica o caminho que a mensagem deve seguir. 2. Comunicação informal: Surge espontaneamente na organização, em reação às necessidades de seus membros. O principal canal informal de comunicação é a boataria. A comunicação informal pode ser ruim para a empresa, quando, por exemplo, propaga muitos boatos, ou ser boa, quando facilita a ajuda entre os seus membros. 6 PROCESSO DE FEEDBACK6.1 CONCEITO No processo de desenvolvimento da competência interpessoal o feedback é um processo de ajuda para mudanças de comportamento. É comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 40 Também, pode ser considerado um processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo ajudando-o a melhorar seu desempenho no sentido de atingir seus objetivos. 6.2 OBJETIVOS DO FEEDBACK Feedback é uma ferramenta poderosa e sua intenção não é criticar, mas especialmente, apontar possibilidades de que o erro não seja repetido. Considerando isso, o feedback tem os seguintes objetivos: Direcionar o foco das pessoas; Incentivar e reforçar o bom desempenho; Oferecer alternativas para mudar um comportamento que não se deseja ver repetido, e trabalhar com mais eficácia no futuro; Incentivar as pessoas a buscarem o desenvolvimento. 6.3 PROCESSO DA COMUNICAÇÃO COM FEEDBACK Formule o seu feedback seguindo uma sequência lógica: ele deve ser fundamentado em fatos concretos, e mencionar o impacto da ação sobre os negócios e as pessoas. Por isso para dar um feedback é importante tomar alguns cuidados: 1. Aplicabilidade: A pessoa que recebe deve ter o poder de mudar a situação vigente e evoluir para uma mais favorável ou adequada. 2. Neutralidade: Deverá ser mais descritivo do que avaliativo, pois este não possui impacto sobre quem o recebe. 3. Oportunidade: Deve ser oportuno e obedecer ao melhor momento para ser transmitido. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 41 4. Objetividade: Não deve ter rodeios. Deve ser franco, objetivo e ter naturalidade. 5. Especificidade: Deve ser dado em relação a um comportamento ou desempenho específico, nunca em relação à pessoa como um todo. 6. Assertividade: Ele deve ser dado diretamente à pessoa, jamais por intermédio de terceiros. 6.4 TIPOS DE FEEDBACK O feedback pode ser positivo ou negativo. O positivo tende a enaltecer um processo ou aumentar seu “resultado”. Enquanto feedback negativo tende a desvalorizar um processo aplicado e diminuir seu resultado. Para lidar com um feedback negativo que não gostamos, nossa tendência é interpretar como algo negativo. É preciso saber lidar com a verdade, quando esta não nos rende homenagens. O nosso desafio é mudar o enfoque e entender que a crítica pode ser um indicador de caminhos para a mudança. O fato de nossas ações serem criticadas nos indica, no mínimo, que elas não surtiram o efeito planejado. Então é importante revermos nossa estratégia. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 42 AULA 6 7 PROGRAMA DE ENDOMARKENTIG 7.1 PREMISSAS BÁSICAS Deve-se ressaltar que o endomarketing começa com a noção de que os empregados constituem o primeiro mercado interno para as organizações. Se os bens, os serviços e as campanhas de comunicação externa não conseguirem ser vendido ao grupo-alvo interno, o marketing externo tampouco poderá ser bem sucedido junto aos clientes finais. A premissa do endomarketing é de que uma troca interna entre a organização e a equipe de empregados deve funcionar eficazmente antes que a empresa possa ter êxito no alcance de suas metas. Segundo Bekin (1995), o Endomarketing deve partir de três premissas básicas que são: 1. Conquistar e reter o cliente é possível através de serviço excelente; 2. O funcionário é um ativo valioso, deve ser considerado como o primeiro mercado para a organização e assim sendo, deve ser valorizado e tratado como cliente; 3. Excelência em serviços quer dizer gerenciar recursos humanos que envolvem os funcionários com os objetivos e decisões da organização. 7.2 CONCEITO O endomarketing é um instrumento capaz de melhorar a comunicação e o relacionamento e ainda, fornecer uma base motivacional para o comprometimento entre as pessoas e delas com o sistema organizacional. Utilizando um conjunto de ações e processos voltados para o público interno da organização. Desta forma podemos destacar alguns conceitos de endomarketing: QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 43 O prefixo “endo” provém do grego e significa dentro, portanto, o Endomarketing ou marketing interno é o marketing voltado para dentro das organizações, ou seja, para os funcionários. Este termo foi criado por Saul Beckin em 1975, período em que era gerente de produtos da Johnson & Johnson. “Um conjunto de práticas introduzidas e aprimoradas na organização, e que tem por objetivo obter, ou elevar, o comprometimento de seus funcionários”, decorrendo, desse comprometimento, “mudança nas atitudes e comportamentos que se refletem, positivamente, tanto no público interno, quanto no externo” (Cerqueira, 1994; Nicklas e Wood, 1999). “Uma tarefa bem-sucedida de contratar, treinar e motivar funcionários hábeis que desejam atender bem aos consumidores.” (Kotler, 1998). “Conjunto de ações que a empresa deve utilizar adequadamente para vender a sua imagem aos funcionários e seus familiares” (Brum, 1994). São projetos e ações que uma empresa deve praticar para consolidar a base cultural do comprometimento dos seus funcionários com o desenvolvimento adequado das suas diversas tecnologias, visando, principalmente, a prática dos valores estabelecidos como base da nova cultura, a manutenção de um clima ideal de valorização e reconhecimento das pessoas, o estabelecimento de canais adequados de comunicação interpessoal que permitirão a eliminação de conflitos e insatisfações que possam afetar o sistema organizacional e a implementação de administração participativa.”. 7.3 OBJETIVOS DO ENDOMARKETING Para alcançar os objetivos e metas organizacionais, é necessário que os funcionários tenham uma visão compartilhada do negócio. Desta forma todos devem estar alinhados e comprometidos com a empresa. A visão compartilhada do negócio é possível se todas as áreas da empresa tenham um bom relacionamento entre si, ou seja, um bom clima organizacional. Para Bekin, o objetivo do Endomarketing é “Facilitar e realizar trocas, construindo lealdade no relacionamento com o público interno, compartilhando objetivos empresariais e sociais da organização, cativando e cultivando para harmonizar e fortalecer essas relações e melhorando, assim, sua imagem e seu valor de mercado”. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS G E S T Ã O D E P E S S O A S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 44 Com um mercado cada vez mais competitivo, o Endomarketing tornou-se um instrumento indispensável para as empresas que buscam a sua sobrevivência, permanência e crescimento no mercado. 7.4 PROCESSOS GERENCIAIS DO ENDOMARKETING Os processos gerenciais do endomarketing podem ser: gerenciamento de atitudes e gerenciamento da Comunicação. O gerenciamento de atitudes é considerado como
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