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The Fog Of War Relatório Letícia Cunha

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​The Fog Of War e os princípios realistas
“The Fog Of War” é um documentário dirigido por Errol Morris, e tem como tema a vida política de Robert S. McNamara que foi secretário de defesa dos Estados Unidos no período entre 1961 e 1968. Tal documentário é pautado através de imagens de arquivo, gravações da casa branca e a própria entrevista com Robert aos seus oitenta e cinco anos. Contando sua história e falando de todo o período que vivenciou em uma posição “poderosa” dentro dos Estados Unidos, ele apresenta onze lições aprendidas. O foco do relatório a seguir é relacionar quatro pontos apresentados no documentário por McNamara à Teorias de Relações Internacionais tanto de Morgenthau como de Kenneth Waltz.
Podemos observar nos onze pontos apresentados por McNamara a presença da Teoria Realista. A teoria Realista tem como um de seus princípios, a sobrevivência.  No 1° princípio de Morgenthau, ele afirma que “A política obedece a leis objetivas que são fruto da natureza humana.” Tal princípio retrata que tanto a natureza humana como a política, não são mudadas de acordo com o tempo, elas obedecem leis objetivas. Desse modo, não se pode ignorar a natureza humana, que é a busca racional pela sobrevivência. Na quarta lição apresentada por McNamara, ele fala sobre a guerra entre Estados Unidos e Japão, e como os Estados Unidos precisava maximizar a eficiência dos ataques ao território japonês. Ao ser questionado por conta de uma baixa no esquadrão, McNamara deixa claro “Killing is sometimes, saving.”  Podemos perceber que apesar de baixas, atingir o objetivo principal – eliminar o Japão o mais rápido possível – significaria a sobrevivência e o fortalecimento dos Estados Unidos.
A lição de número 2 apresentada por McNamara é: “Racionalidade não irá nos salvar”. Robert ressalta que, por muito pouco não houve uma “iminente” guerra nuclear durante a crise dos mísseis. Nesse ponto apresentado pelo mesmo, McNamara enaltece o papel da diplomacia, segundo o entrevistado, Kennedy foi racional, Fidel foi racional e até ele, foi racional, mas por uma questão intuitiva – um diplomata americano que, tinha sido correspondente por anos na Rússia e conviveu com Khruschev, naquele momento presidente da URSS, aconselhou o presidente Kennedy a não atacar Cuba. –  Uma das importantes premissas do Realismo, é agir com base na razão. Com esse argumento, McNamara ressalta que, na realidade, é importante que utilizemos a razão, porém, não como premissa principal, se deve também utilizar os sentimentos humanos, de forma cuidadosa, na hora de tomar decisões
O 4° princípio de Morgenthau, reconhece o papel da moralidade dentro das Relações Internacionais: “O realismo sustenta que os princípios morais universais não podem ser aplicados às ações dos Estados em sua formulação abstrata, mas que devem ser filtrados por meio das circunstâncias concretas de tempo e lugar”... “Desse modo, o realismo considera que a prudência – a avaliação das consequências decorrentes de ações políticas alternativas – representa a virtude suprema na política. A ética, em abstrato, julga uma ação segundo a conformidade da mesma com a lei moral; a ética política julga uma ação tendo em vista suas consequências políticas”...  A 8° lição diz “Estar disposto a reanalisar os seus raciocínios” McNamara no documentário, fala sobre o uso do gás laranja – que matou milhares de pessoas durante a guerra entre Estados Unidos com o Vietnã – ele fala: “Não existe uma regra, um estatuto que diga o que é ou o que não é permitido em uma guerra” o que se aplica com o quarto princípio de Morgenthau, existe um filtro, uma consciência por trás de decisões tomadas pelos Estados e tais decisões, terão consequências. A consciência levará o homem, em seu estado de natureza, a tomar a decisão que poderá ser vista por outros agentes internacionais como imoral, mas para quem toma e decide, é apenas a defesa do interesse nacional, é pelo bem da nação.
 
A última lição a ser analisada é a de número 11: “Não se muda a natureza humana”. Em seu texto “O Homem, O Estado e A Guerra” Waltz traz três imagens para entender os motivos da guerra. Para analisar a lição de número 11, citada por McNamara, usaremos a primeira imagem, que fala sobre a Natureza Humana. A primeira imagem de Waltz tratará a natureza humana como o grande motivo da guerra. O Homem natural, muda de opinião e de comportamento constantemente, o que fará com que ele sempre esteja disposto a buscar seus interesses. No documentário podemos observar a vontade que os Estados Unidos de McNamara tinha de se firmar como principal potência mundial, o que ocasionaria em um maior poder de influência, maior relevância e visibilidade dentro do cenário internacional,  para que tal coisa acontecesse, seria necessário combater de todas as formas possíveis o comunismo liderado pela URSS.
McNamara afirma: “O juízo de compreensão do homem não são adequados e mata-se pessoas desnecessariamente. Não se pode ser ingênuo a ponto de acreditar que se pode acabar com as guerras, a natureza humana não mudará tão cedo.” ​As guerras e acontecimentos políticos, são resultado das vontades de um Estado visando a dominação a outro. Essa vontade de dominar o outro, reflete o instinto pela sobrevivência constituinte da natureza humana.
Letícia Cunha – Estudante de Relações Internacionais – 4° semestre.

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