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Documento assinado pelo Shodo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região - 1º Grau Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região - 1º Grau O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0017525-23.2014.5.16.0005 em 18/04/2018 10:40:42 e assinado por: - JUSELDER CORDEIRO DA MATA 18041810400718900000007596185 Consulte este documento em: https://pje.trt16.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam usando o código: 18041810400718900000007596185 1 EXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE PINHEIRO/MA. AUTOS NÚMERO: 0017525-23.2014.5.16.0005 MINERAÇÃO AURIZONA S/A, qualificada nos autos da RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, em epígrafe, que lhe move SERGIO RODRIGO ALMEIDA QUEIROZ, à vista da sentença proferida nos autos, por seus procuradores, vem opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Com fulcro no art. 897-A da CLT, mediante as seguintes razões articuladas: 1 – DA TEMPESTIVIDADE Inicialmente, cabe esclarecer que os Embargos de Declaração são tempestivos. Conforme se apura da leitura dos autos no PJE e andamento dos diários do TRT da 16ª região, foi publicada sentença em 16/04/2018 (segunda-feira), iniciando o prazo em 17/04/2018 (terça-feira). O prazo para interposição dos Embargos finda-se em 23/04/2018 (segunda-feira). 2 Ante a todo o exposto, comprova-se a tempestividade da presente medida processual. 2 – DO ESPÍRITO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Vale citar o brilhante aresto do Ministro MARCO AURÉLIO, que de forma sensata decidiu: (...) Os embargos declaratórios não consubstanciam crítica ao ofício judicante, mas servem-lhe de aprimoramento. Ao apreciá-los, o órgão deve fazê-lo com espírito de compreensão, atentando para o fato de consubstanciarem em verdadeira contribuição da parte em prol do devido processo legal. (...) (STF – 2ª Turma – AI 163.047-5-PR-AgRg-Edcl, j. 18.12.95, v.u. receberam os embargos, DJU 8.3.96, p. 6.223). É com este espírito, o da compreensão, portanto, que espera a reclamada seja apreciado o seu recurso, cuja finalidade é única e exclusivamente, através do devido processo legal, alcançar a solução correta e justa para a sua situação jurídica posta à apreciação deste d. juízo, além de prequestionar matéria para interposição de recurso à instância superior. 3 – DA CONTRADIÇÃO/OMISSÃO Conforme consta dos autos, a sentença julgou parcialmente procedente o pedido do reclamante e fundamentou da seguinte forma, in verbis: Dos honorários advocatícios Devido o pagamento dos honorários advocatícios, fixando o percentual em 15% sobre o valor da condenação, em observância ao disposto nos arts. 114 e 133 da Constituição Federal, c/c os artigos 22, da Lei nº 8.906/94 e do 206, § 5º, inciso II, do Novo Código Civil, ambos em plena vigência e sem qualquer restrição, objeção ou exceção, na sua aplicabilidade. Com efeito, em que pese respeitável entendimento em sentido contrário, inclusive com jurisprudência sumulada perante o C. TST, entendo que o direito à percepção de honorários tem substrato constitucional, por desempenhar o advogado função essencial à justiça. (...) Da assistência judiciária gratuita (...) Saliente-se, ao final, que a parte reclamada não trouxe aos autos nenhum elemento ou prova capaz de anular a declaração autoral. Logo, não há que se falar em honorários de sucumbência, no esteio do artigo 791-A, parágrafo 4º, da CLT, que dispõe da seguinte forma: § 4º O beneficiário da justiça gratuita não sofrerá condenação em honorários de sucumbência, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outra lide, créditos capazes de suportar a despesa. 3 Pela leitura da decisão em comento, apura-se que há contradição em relação aos honorários de sucumbência. Em razão de sua sucumbência parcial, a reclamada foi condenada ao pagamento de honorários advocatícios no percentual de 15% sobre o valor da condenação. Contudo, mesmo sendo o reclamante parcialmente sucumbente, restou isento de tal condenação. Inclusive, vejamos que redação do §4º do artigo 791-A da CLT, citado no trecho da decisão acima transcrita, dispõe que, tendo o autor recebido algum montante em juízo, como ocorreu no presente caso, deverá utilizar do crédito para suportar a despesa de honorários, ainda quando beneficiário da justiça gratuita. Portanto, ao entender este juízo aplicável ao caso a condenação em honorários sucumbenciais, deve observar a regulação trabalhista própria, nos termos redação do artigo 791-A da CLT. Assim, nos pedidos em que for sucumbente, cabe ao reclamante o pagamento de honorários advocatícios na medida de sua sucumbência. Ao contrário do entendimento firmado na sentença recorrida, o §4º do artigo 791-A da CLT afirma que o beneficiário da justiça gratuita terá a exigibilidade suspensa em relação aos honorários, desde que NÃO tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa, o que NÃO se verifica no presente caso. Assim, evidencia-se a contradição do julgado, data maxima venia, posto que de maneira contrária a literalidade da lei, fundamentou a isenção do reclamante quanto a verba honorária e ainda condenou a reclamada ao pagamento da referida verba. Desta forma, posto a sucumbência recíproca, tendo o reclamante ganhado determinada quantia, deverá ser fixado os honorários advocatícios sucumbenciais, que deverão ser pagos ao advogado da reclamada, podendo o pagamento se dar através do crédito recebido pelo reclamante. Diante de todo o exposto, a embargante esclarece que não pretende protelar o feito, tendo os presentes embargos sido motivados para sanar a contradição, por ela entendida, constante da r. sentença, com o ensejo de conferir EFEITO MODIFICATIVO ao julgado. 4 4 – DO PEDIDO Ante todo o exposto, e por tudo mais que consta dos autos, a reclamada, ora embargante, pede que o presente Embargos de Declaração seja conhecido e integralmente provido por este. d. juízo, de modo a sanar a omissão/contradição apontada, com a manifestação expressa e fundamentadas sobre todas as questões aqui levantadas. Nestes Termos, PEDE DEFERIMENTO. Belo Horizonte, 18 de abril de 2018. JUSELDER CORDEIRO DA MATA OAB/MG 90.557 OAB/MA 16.163-A
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