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Meio Físico do Estado de Rondônia Dentre os aspectos físicos (ou, meio físico) relativos ao Estado de Rondônia, é importante destacar, ainda que de forma sumária, as principais características do clima, geomorfologia e relevo, solos e hidrografia, tendo em vista a importância das mesmas para o processo de desenvolvimento sustentável. Clima De modo geral, três tipologias climáticas podem ser identificadas em Rondônia. A primeira é o clima equatorial quente e úmido, com três meses de seca, ocorrendo ao Norte do Estado, fronteira com o Amazonas, mais precisamente nos municípios de Machadinho d'Oeste, Candeias do Jamari e Porto Velho. Os outros tipos de clima são o quente e úmido e o quente e semi-úmido, com um a dois meses e quatro a cinco meses de seca, respectivamente. Essas duas tipologias ocorrem em pequena faixa, nos municípios de Colorado do Oeste e Cabixi. As temperaturas médias anuais variam entre 24 a 26ºC. Durante os meses de junho, julho e agosto ocorre o fenômeno da ¨friagem¨, quando uma frente polar passa pela região, registrando mínimos de até 8ºC. Julho é o mês mais seco e, de setembro a maio, o índice pluviométrico ultrapassa 2.000mm/ano. Na seqüência são abordados os principais elementos que integram o clima do Estado de Rondônia, compreendendo temperatura, umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica e radiação solar. Temperatura Os dados a seguir apresentados – bem como dos demais relacionados ao clima – são oriundos de boletins representativos de dados coletados nas estações meteorológicas automáticas, localizadas nos municípios de Porto Velho e Ariquemes, cidades localizadas em pontos distintos do Estado e que podem fornecer uma visão geral desses aspectos. Tomando-se como parâmetro a temperatura média observada em Porto Velho (latitude 08º 47’ 42’’ S; longitude 63º 50’ 45’’ W) entre outubro de 1997 e setembro de 1998, verifica-se que a menor média mensal ocorreu em junho de 1998, com 24,5 º C. A maior foi registrada em dezembro de 1997, com 27,09 º C. No município de Cacoal (latitude 11º 29’ 01’’ S; longitude 61º 22’ 46’’ W), a menor temperatura média ocorreu em junho de 1998, tendo registrado 23,6 º C, enquanto que a maior alcançou 26,86º em outubro de 1997. Constata-se, portanto, elevadas temperaturas médias no Estado, além de regularidade de temperaturas médias ao longo do ano. Umidade Relativa do Ar Os dados relativos a essa característica climática foram obtidos nos mesmos boletins, para idêntico período. Esse indicador é medido em percentual. Assim, em Porto Velho, a umidade relativa do ar média varia muito pouco, tendo apresentado a marca mínima de 81,57% em julho de 1998 e de 94,24% em abril do mesmo ano. Em Cacoal, esse indicador variou de 71,17% em julho de 1998 (mínima) a 89,22 % em março de 1998 (máxima), o que, a exemplo da temperatura, mostra grande regularidade no Estado com respeito à umidade relativa do ar, não obstante, como será examinado a seguir, ocorram grandes variações no regime de chuvas. Precipitação Pluviométrica Usando-se como indicador a precipitação pluviométrica total, constata-se que a menor ocorrência de chuvas, em Porto Velho, verificou-se em julho de 1998, com apenas 4,06 mm, nos três dias em que o fenômeno aconteceu. A maior marca, na casa dos 373,35 mm, foi registrada em dezembro de 1997, mês em que as chuvas ocorreram em 24 dos 31 dias, vale dizer, em 77% dos dias, aproximadamente. No município de Cacoal, a menor marca foi constatada em junho de 1998, quando nada choveu. Em contrapartida, em dezembro de 1997, choveu igualmente em cerca de 77% dos dias do mês, tendo sido registrados 378,95 mm. Como registrado acima, esse indicador apresenta grande variabilidade. A precipitação pluviométrica é um dos parâmetros climáticos mais importantes a ser analisado numa região tropical, tanto em termos de excedente como déficit hídrico, pois induz as características e o comportamento dos outros parâmetros, tais como temperatura, umidade relativa do ar, ventos e assim por diante. Dada a relativa uniformidade de temperatura e a insignificante amplitude térmica anual, conforme verificado anteriormente, a distribuição de chuvas constitui o critério principal para classificar climas tropicais. O verão é o período mais chuvoso em todo o Estado. Durante essa estação, observa-se grande atividade convectiva causada por maior incidência de radiação solar durante o ano (veja item seguinte) e a influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e de Alta da Bolívia (AB), que perde intensidade durante o inverno, quando os principais mecanismos associados às chuvas nesta estação são a brisa fluvial, as Linhas de Instabilidade (Lis) e as atividades convectivas locais de menor intensidade. Dessa forma, o período mais chuvoso do Estado está compreendido entre os meses de novembro e março, estação popularmente chamada de inverno, e o período mais seco, ou seja, com menor atividade convectiva, é registrado entre os meses de maio e setembro, estação usualmente denominada verão. Os meses de abril e outubro são considerados de transição entre um regime e outro. Geomorfologia e Relevo Rondônia é constituída por planícies e planaltos baixos, com altitude variável entre 90 e 1.000 metros. Distribuindo-se o relevo em percentuais, a maior porção do Estado (94%) está situada entre 100 e 600 metros de altitude, enquanto que os 6% restantes correspondem a áreas entre 600 e 1.000 metros de altitude, ultrapassando essa marca em alguns pontos isolados. Assim, o relevo rondoniense divide-se em quatro unidades geomorfológicas naturais: Planície Amazônica, Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro, Chapada dos Parecis e Pacaás Novos e Vale do Guaporé e Mamoré. A Planície Amazônica situa-se desde o extremo norte do Amazonas, com prolongamento nas direções sul e sudeste, onde surgem sinais da Chapada dos Parecis e da Encosta Setentrional, abrangendo a maior parte do Estado. Seus limites não podem ser definidos com precisão, pois, aspectos do relevo local dificultam a determinação. Caracteriza-se por apresentar superfície aplainada, típica de floresta. Este aplainamento ocorreu em virtude das variações climáticas ocorridas no período quaternário, quando climas secos e úmidos sucederam-se, provocando o compartimento da superfície do solo. As altitudes nesta unidade variam de 90 a 200 metros acima do nível do mar. A Encosta Setentrional é integrada por remanescentes do período pré-cambriano, que compõem sua paisagem. Áreas aplainadas que sofreram rebaixamento devido às diversas fases erosivas, acabaram por dividir-se, formando patamares de várias altitudes, algumas com 100 e outras com mais de 500 metros. Dos resquícios destas erosões sofridas originaram cristas esparsas, colinas, algumas com topo plaino. Outras ocorrências com inselbergs (montanhas de ilha), pontões e morros isolados também estão presentes. A Chapada dos Parecis desenvolve-se no sentido noroeste-sudeste, fazendo parte do Maciço Central Brasileiro (planalto mato-grossense). As altitudes da região atingem entre 300 e 1.000 metros, podendo ultrapassar, como por exemplo, o Pico Tracuá com 1.126 m. de altura, ponto culminante do Estado. A origem desta chapada é um depósito antigo, soerguido e entalhado pela erosão formando diaclasamentos e falhamentos. Finalmente, o Vale do Guaporé-Mamoré é constituído por uma estreita faixa baixa onde as altitudes giram em torno de 100 a 200 metros acima do nível do mar. Seus limites naturais são as encostas da Chapada dos Parecis e a margem do Rio Guaporé, estendendo-se até o território boliviano, onde se iniciam as Cordilheiras dos Andes. Solos Dentre as peculiaridades de Rondônia, destaca-se o fato de que mais de 80% da área total se presta a atividades agrosilvopastoris, sendo importanteressaltar que 25% da área do Estado é constituída por solos de média e alta fertilidade e sem qualquer limitação de uso; 15% por solos de média fertilidade que, em alguns casos, demonstram ligeira limitação de uso quanto à erosão, e 38% por solos aptos, porém com limitação quanto à fertilidade natural, exigindo correção de fertilização. Somem-se a estes valores mais 6% da área total do Estado aptos a pastagens cultivadas e naturais e à silvicultura Do ponto de vista de aptidão, os solos com boa potencialidade agrícola localizam-se, predominantemente, numa faixa ao longo da rodovia BR 364. Dados da EMATER (1995) afirmam que os solos desaconselháveis à utilização agrícola, por sua baixa fertilidade, situam-se ao norte e ao sul da microrregião de Porto Velho, estendendo-se pelo sudoeste da microrregião de Guajará-Mirim e ao sul das microrregiões de Cacoal e Colorado do Oeste e, a leste, envolvendo grande parte do município de Vilhena. O Estado de Rondônia conta com cerca de 500 mil hectares de Cerrado, localizados em área contínua, em altitudes entre 400 e 600 metros, o que se traduz num alto potencial de produção de grãos. O Estado detém, atualmente, a maior produtividade média no cultivo de soja do País, com marca ao redor de 3.000 kg/ha. Hidrografia A rede hidrográfica de Rondônia é formada por três bacias principais e uma secundária. A primeira delas – Bacia do Rio Madeira – tem como principal rio o que lhe empresta o nome, importante afluente do Rio Amazonas, pela margem direita, juntamente com seus afluentes. O Madeira, um dos maiores rios do mundo em volume d’água, com vazão média de 23.000 m3/seg, forma-se a partir do encontro dos rios Beni e Mamoré. Seguindo no sentido sudoeste-norte, o Rio Madeira percorre aproximadamente 3.240 km no território de Rondônia. Sua largura varia entre 440 a 9.900 metros e sua profundidade permite a navegação, inclusive de navios de grande calado. O Rio Madeira é navegável desde sua foz, no Rio Amazonas, até a cidade de Porto Velho, numa extensão de 1.056 km. No período de cheias, a profundidade é de 8,20 m e no de estiagem reduz-se a 2,80 m. As condições de manutenção e a mudança dos canais de navegação muito influenciam a situação de navegabilidade desse rio. Em território rondoniense, os afluentes do Rio Madeira, pela margem direita são os rios Ribeirão, Igarapé das Araras, Castanho, Mutum-Paraná, Jaci-Paraná, Caracol, Jamari, Igarapé Mururé e Ji-Paraná, além do Igarapé Cirilo. O Rio Jamari passou a ter grande importância para o Estado, a partir da construção da Usina Hidroelétrica de Samuel. Pela margem esquerda destacam-se os rios Albuná, Ferreiros, Igarapé São Simão, São Lourenço, Caripunas e Aponiã, bem como os igarapés São Simão, Maparaná e Cuniã. O Rio Guaporé, integrante da Bacia dos Rios Guaporé e Mamoré, nasce a 1.800 metros de altitude, na Chapada dos Parecis, em Mato Grosso, percorrendo, ao todo, 1.716 km, dos quais 1.500 km são navegáveis. Já em território rondoniense, encontra-se com o Rio Mamoré, cuja profundidade é variável entre 2 e 10 metros, com largura que vai de 150 a 712 metros, aproximadamente. O rio Guaporé é navegável por cerca de 1.180 km, desde sua foz no Mamoré até a cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no estado do Mato Grosso. Este rio, juntamente com o trecho navegável do Mamoré, forma, em território brasileiro, uma hidrovia de cerca de 1.400 km, com integração modal, possuindo, ainda, linhas regulares de navegação, brasileiras e bolivianas. O Rio Mamoré nasce na Cordilheira Real dos Andes (Bolívia), chamando-se Grande La Plata. Seu curso tem extensão de 1.100 km. Juntos, os rios Guaporé e Mamoré formam a divisa natural entre Rondônia e Bolívia. Seus afluentes da margem direita são os Rios Cabixi, Escondido, Mequéns, Massaco, Baía Rica ou São Simão, Branco, Bacabalzinho, São Miguel, Cautarinho, Igarapé do Coca, Sotério, Igarapé Grande, Pacaás Novos, Bananeiras e da Laje. O Rio Mamoré é navegável desde Porto Grether, na Bolívia, até Guajará-Mirim, num estirão de 1.460 km. De Guajará-Mirim até sua foz, no Rio Madeira, a navegação é interrompida pela presença de numerosas cachoeiras. A nascente do Rio Ji-Paraná, que empresta o nome à bacia do mesmo nome, localiza-se na Chapada dos Parecis, atravessando Rondônia no sentido sudeste-norte. Trata-se do o rio mais extenso do Estado, sendo navegável na planície amazônica, num percurso de 800 km. Seus afluentes da margem esquerda são Igarapé Marreta, Igarapé Luiz de Albuquerque, Igarapé Jassuarana, rios São Pedro, Rolim de Moura ou Antonio João, Muqui ou Ricardo Franco, Igarapé Primavera, Igarapé Bandeira Preta, Rio Urupá, Igarapé Nazaré, Rio Boa Vista, Igarapé Toledo ou Jacaré, além dos rios Juruá e Preto/Jacundá. Os afluentes da margem direita são Riozinho, Igarapé Pirara, Igarapé Grande, Igarapé Leitão, Ribeirão Riachuelo, Igarapé da Prainha, Igarapé Lourdes, Igarapé Jatuarana, Igarapé Água Azul, Igarapé Cajueiro, Igarapé Tarumã, Rio São João, Igarapé Traíra e Igarapé São Rafael. A Bacia do Rio Rooselvet é a única secundária do Estado, sendo que apenas parte dela está localizada em Rondônia. Percorre os Estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas, num curso total cuja extensão é da ordem de 1.409 km. Seus afluentes pela margem direita são Igarapé Três Buritis, Córrego da República e os rios Buritiram, Água Branca e Capitão Cardoso. O Ribeirão Taunay e o Rio Kent são os afluentes pela margem direita. População, Densidade Demográfica e Dinâmica Populacional Segundo dados do Censo 2000, Rondônia possui 1.379.787 habitantes e 52 municípios. Os mais populosos são Porto Velho (314.525), Ji-Paraná (92.728), Cacoal (75.862), Ariquemes (75.098), Vilhena (47.669), Jaru (46.814), Rolim de Moura (43.628), Guajará-Mirim (40.871), Ouro Preto do Oeste (40.378), Machadinho D'Oeste (32.517) (estimativa. 2000). As tabelas a seguir trazem dados relevantes sobre os assuntos tratados neste item. Na Tabela 2 constata-se que a densidade demográfica do Estado de Rondônia é praticamente o dobro da Região Norte, mas é bem inferior à do Brasil, algo em torno de 29%. Examinando-se a Tabela 3, é possível examinar alguns indicadores importantes, cabendo destacar que o Estado abriga parcela expressiva da população rural da Região Norte (12,65%), mas pequena da população urbana (menos de 1%). Tabela 2 - Área, População e Densidade Demográfica em 2000: Valores Absolutos Indicadores Rondônia Região Norte Brasil Área (km2) 238.512,8 3.852.968,0 8.514.215,3 População Total (habitantes) 1.379.787 12.91900.900 169.799.170 - Rural 495.264 3.914.100 31.845.211 - Urbana 884.523 9.0005.800 137.953.959 Densidade Demográfica 5,78 2,93 19,94 Fonte: IBGE, Censo 2000 e www.ibge.gov.br (Geociências/Geografia/Território Nacional) Tabela 3 - Área, População e Densidade Demográfica de Rondônia em Relação à Região Norte e ao Brasil em 2000: Em % Indicadores Região Norte Brasil Área (km2) 6,19 2,80 População Total (mil hab.) 0,11 0,81 - Rural 12,65 1,56 - Urbana 0,98 0,64 Fonte dos dados primários: Tabela 1 Sob outra ótica, o Gráfico 1 indica que a densidade demográfica em Rondônia vem suplantando sistematicamente a da Região Norte a partir do início dos anos oitenta, embora em ambos os casos a evolução desse indicador tenha mostrado certo arrefecimento entre 1990 e 2000, ao contrário do que ocorre no Brasil em seu conjunto. O Gráfico 2 evidencia que a taxa de urbanização em Rondônia, medida pelo percentual da população total que vive nas cidades, a exemplo do que ocorre no Brasil e na Região Norte, vem crescendo ao longo do tempo, chegando a 64,1% no ano 2000. Quando se desagrega esse dado por municípios, verifica-seque algumas localidades rondonienses apresentam taxas de urbanização superiores à média nacional: Vilhena (94,4%); Guajará-Mirim (86,8%); Ji-Paraná (85,2%); Pimenta Bueno (83,2%); Porto Velho (81,8%) e Cerejeiras (81,5%). Considerando-se que nos municípios citados viviam, em 1991, 61,8% da população urbana, percentual que se reduziu para 55,3% em 2000, pode-se concluir que embora o adensamento urbano venha avançando de forma mais expressiva em áreas de menor densidade demográfica, a questão urbana apresenta-se como item importante em qualquer política pública estadual, pois as dez cidades com maior densidade demográfica do Estado abrigavam 72,3% da população no final do ano 2000. A taxa de urbanização em Rondônia ficou muito próxima à média nacional entre 1950 e 1970. De 1970 a 1980, sofreu redução de sete pontos percentuais, tornando-se menor que a do Brasil e também à da Região Norte. Esse comportamento indica que as migrações líquidas ocorridas no Estado direcionaram-se basicamente às atividades rurais. Em termos de taxas anuais de crescimento, a Tabela 4 mostra que, no período 1950/2000, tanto a população rural quanto a urbana cresceram, em Rondônia, a taxas superiores às registradas na Região Norte e no Brasil. Entre 1970 e 1991, o Estado passou por verdadeiro processo de explosão demográfica, embora de forma equilibrada nos meios rural e urbano. Já o exame do período 1991/2000 revela que esse processo perdeu ímpeto na década seguinte, período em que somente a população rural de Rondônia cresceu a taxas superiores às da Região Norte. Tabela 4 – Taxas Médias Anuais de Crescimento Populacional (%) Períodos Rondônia Região Norte Brasil Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total 1950/70 7,58 4,09 5,66 5,54 2,59 2,80 5,23 1,07 2,96 1970/91 12,13 11,14 11,69 5,88 2,58 4,25 3,86 -0,68 2,30 1991/2000 3,32 0,50 2,22 4,77 -0,54 2,85 1,09 -0,59 0,73 1950/2000 8,67 6,32 7,51 3,29 0,98 2,28 1,97 -0,51 1,21 Fonte dos dados primários: IBGE-Censo 2000 e Contagem da População A Tabela 5 pode elucidar alguns fatos que vêm ocorrendo na dinâmica populacional de Rondônia, no contexto da Região Norte. Embora o número de imigrantes tenha suplantado o de migrantes – fluxo migratório positivo – no cômputo global do período (1986/1996), no qüinqüênio 1986/1991, os saldos de Rondônia e Roraima são muito próximos, embora a população de Roraima tenha sido de apenas 19,2% da rondoniense em 1991, com extensão territorial (225.116,1 km2) apenas 5,6% inferior à de Rondônia. Tabela 5 - Fluxos Migratórios na Região Norte – Em Mil Pessoas Movimentos Migratórios Intra-Regional Inter-Regional Total 1986/91 1991/96 1986/91 1991/96 1986/91 1991/96 1986/1996 Imigrantes (A) 144,6 133,9 408,6 310,3 553,2 442,2 995,4 Rondônia 19,6 11,8 107,5 53,1 127,1 64,9 192 Roraima 13,1 13 22,2 16,8 35,3 29,8 65,1 Tocantins 17,7 18,4 64,6 66,3 82,3 84,7 167 Demais 94,2 90,7 214,3 174,1 308,5 262,8 571,3 Migrantes (B) 144,6 133,9 277,3 249,5 421,9 383,4 805,3 Rondônia 11,4 11,4 83,1 56 94,5 67,4 161,9 Roraima 2,6 3 4,1 7,6 6,7 10,6 17,3 Tocantins 23,5 14,7 48,3 41,2 71,8 55,9 127,7 Demais 107,1 104,8 141,8 144,7 248,9 249,5 498,4 Saldo = (A) - (B) 0 0 131,3 60,8 131,3 58,8 190,1 Rondônia 8,2 0,4 24,4 -2,9 32,6 -2,5 30,1 Roraima 10,5 10 18,1 9,2 28,6 19,2 47,8 Tocantins -5,8 3,7 16,3 25,1 10,5 28,8 39,3 Demais -12,9 -14,1 72,5 29,4 59,6 13,3 72,9 Fonte dos dados primários: MOURA, H. A. e MOREIRA, M. M. A População da Região Norte: processos de ocupação e de urbanização recentes. Trabalhos para Discussão n. 112/2001, julho de 2001, Fundação Joaquim Nabuco, disponível no site http://www.fundaj.gov.br/tpd/112.html De fato, no qüinqüênio 1991/96, esses dois Estados absorveram aproximadamente 82% do fluxo migratório líquido da Região Norte, enquanto que, no mesmo período, Rondônia teve um saldo líquido negativo de 2.500 pessoas, o que representa aproximadamente 500 pessoas por ano, resultado de 13.000 migrações contra 13.500 imigrações. Analisando-se os movimentos migratórios intra e inter-regionais, constata-se que no período 1991/96 os migrantes rondonienses transferiram-se para fora da Região Norte, enquanto que Roraima e Tocantins tiveram fluxos migratórios positivos tanto em relação à Região Norte quanto ao Brasil, de forma equilibrada em Roraima, e predominantemente inter-regionais no Tocantins, dois Estados que tendem a reproduzir o ocorrido em Rondônia entre 1970 e 1990. A exemplo de Roraima, o Estado do Tocantins também apresentou fluxo migratório positivo em ambos os qüinqüênios, embora de forma mais acentuada no segundo. Em termos relativos, todavia, os fluxos migratórios líquidos apresentam diferenças marcantes nas três Unidades da Federação. Enquanto em Rondônia o fluxo migratório líquido no período 1991/96 ficou em -2,6% da população residente em 1991, no caso de Roraima esse índice foi de 65% e, no de Tocantins, de 22,4%. Isso significa que mais da metade (65%) do crescimento populacional de Roraima foi explicado pela entrada líquida de migrantes de dentro e de fora da Região Norte, o mesmo ocorrendo no Tocantins, embora em percentual menor, de menos que um quarto (22,4%). Infra-Estrutura de Transportes Possuindo economia voltada à agricultura e ao extrativismo vegetal e mineral, Rondônia conta com uma malha viária composta por rodovias, hidrovias e o porto de Porto Velho. O subsistema rodoviário de Rondônia interliga, basicamente, Porto Velho às capitais do Acre e do Mato Grosso por meio da BR-364 e à capital do Amazonas, pela BR-319, ambas rodovias pavimentadas. O subsistema hidroviário é constituído pelos rios Madeira, Mamoré e Guaporé. O rio Mamoré apresenta-se como mais uma opção de ligação internacional, pois é navegável desde Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, até Porto Grether (Bolívia), num estirão de 1.460 km. No que se refere a ferrovias, cabe a menção à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que, desativada em 1972 e tombada pelo patrimônio da União, é utilizada para fins turísticos pelo Governo de Rondônia. O porto de Porto Velho, que foi delegado ao Estado através do Convênio nº 06/97, de 13/11/97, está localizado a dois km da cidade de Porto Velho, na margem direita do rio Madeira. Conta com acessos rodoviários, pelas BR 319, 364 e 425, e fluvial, pelo rio Madeira. Rodovias Em termos de infra-estrutura viária, deve-se destacar o transporte rodoviário de Rondônia, que conta com 22.433 km de rodovias, sendo apenas 6,32% pavimentadas. Desse total, 1.803 km são federais, 4.289 km estaduais e 16.341 km são municipais, o que evidencia a pequena participação do Governo Federal na implantação de rodovias no Estado. A Tabela 36 apresenta a infra-estrutura rodoviária de Rondônia, por tipo de rodovia, trazendo, na última coluna, a participação de cada uma dessas categorias de estradas no total do Brasil. Se considerarmos que, em termos de área, o Estado possui aproximadamente 2,8% do território nacional, conclui-se que aextensão da malha rodoviária estadual fica abaixo da média nacional, necessitando, evidentemente, de melhorias nesse aspecto. As principais rodovias federais são as BR-174, 319 , 364, 421, 425, e 429. A BR-174 que liga Vilhena ao Estado do Mato Grosso, possui 60 km em revestimento primário. A BR-319, que liga Porto Velho a Manaus (AM), possui 860 km de extensão. Destes, apenas 21 km estão pavimentados e em boas condições, em sua totalidade no território rondoniense. O acesso à BR-319, em Porto Velho, é feito por meio de balsas que atravessam o rio Madeira. Tabela 36 - Rodovias Federais, Estaduais e Municipais em Rondônia - 1999 Situação Federais Estaduais Municipais Rondônia (RO) Brasil (BR) RO/BR Km % Km % Km % Km Km % Pavimentadas 1.253,8 69,5 158,2 3,7 5,0 0,1 1.417,0 164.247,0 0,9 Não Pavimentada 319,0 17,7 4,121,7 96,1 16.336,3 99,9 20.777,0 1.548.905,5 1,3 Em Pavimentação 230 12,8 9 0,2 --- --- 239,0 10.130,0 2,3 Subtotal 1.802,8 100 4.288,9 100 16.341,3 100 22.433,0 1.723.282,5 1,3 Em Implantação --- --- --- --- --- --- --- 1.641,9 --- Planejada 139,6 934,0 --- 3.715,2 4.788,8 151.243,5 3,1 Total 1.942,4 5.222,9 20.056,5 27.221,8 1.876.167,9 1,4 Fonte: DNER, 1999. A BR-364, com extensão de 1.090 km pavimentados, liga a capital Porto Velho a Cuiabá, no Mato Grosso, e a Rio Branco, no Acre, cortando todo o Estado de sudeste a noroeste. Embora pavimentada, essa rodovia necessita de restaurações em alguns trechos críticos. O Programa Brasil em Ação contemplou o Projeto de Recuperação das BR 364/163, orçado em R$ 60 milhões. Este projeto teve por meta restaurar ou mesmo reconstruir trechos dessas rodovias, num total de 520 km, dos quais 210 km em Rondônia, visando melhorar as condições operacionais do tráfego nos trechos que ligam a zona da Chapada dos Parecis (MT) até Rio Branco (AC), passando por Porto Velho (RO). Após aplicados no empreendimento cerca de R$ 12 milhões de recursos da União, ele foi considerado concluído no final de 1999, muito embora se deva ressaltar que essa providência precisa ser repetida de tempos em tempos, em face, sobretudo, do intenso tráfego de caminhões pesados. A BR-421 que liga Ariquemes, no entroncamento com a BR-364, a Guajará-Mirim, está delegada ao Estado, com obras em andamento, com um contrato para pavimentar seus 80 km implantados. A BR-425, que liga Guajará-Mirim a Abuanã, no entroncamento com a BR-364. Guajará-Mirim, às margens do rio Madeira, é ponto de grande importância para conjugação dos transportes rodoviário e fluvial entre o Brasil e a Bolívia. Essa rodovia, com 128 km de extensão, encontra-se pavimentada e em boas condições de tráfego. A BR-429 liga Costa Marques, na margem do rio Guaporé, à BR-364, passando por São Miguel do Guaporé e Alvorada do Oeste. É uma rodovia implantada, cujas obras de pavimentação do trecho de 120 km, entre a BR-364 e São Miguel do Guaporé, estão em andamento. O Ministério dos Transportes implantou o Programa de Revitalização dos Eixos Rodoviários, com o objetivo de revitalizar os principais eixos rodoviários da Malha Federal, sob jurisdição do Governo Federal, responsáveis pelos maiores fluxos de carga e passageiros no País. O valor previsto para o programa em 1999 foi de R$ 42 milhões com extensão da malha a ser atingida de 15.771 km. No estado de Rondônia foram aplicados recursos de R$ 357 mil na BR-364/RO - Divisa MT/RO – entroncamento com a. BR-319 (Porto Velho). Foi realizado, também, o “Programa de Conservação Rotineira”, com o objetivo de executar imediatamente todos os serviços de conservação rotineira dos trechos não atingidos pelo “Programa de Revitalização dos Eixos Rodoviários Nacionais”. O valor previsto para este programa, em 1999, foi de R$ 66,3 milhões, sendo R$ 38,1 milhões para conservação e R$ 28,2 milhões para restauração. No Estado de Rondônia foram aplicados R$ 683 mil em contratos de conservação e R$ 1,1 milhão em contratos de restauração. Hidrovias A rede hidroviária é de fundamental importância para o Estado, pois permite a sua integração com os estados do Amazonas e de Mato Grosso e com a Bolívia. Os principais rios navegáveis são: Madeira, Mamoré e Guaporé. O rio Madeira é navegável desde sua foz, no rio Amazonas, até a cidade de Porto Velho, numa extensão de 1.056 km. No período de cheias, a profundidade é de 8,20 m e no de estiagem, reduz-se a 2,80 m. A falta de manutenção e a própria mudança dos canais de navegação muito influenciam a situação de navegabilidade do rio Madeira. Para que possa ser navegado diuturnamente com segurança, o rio Madeira necessita de pequenas intervenções que não agridem o meio ambiente. Contemplada no Programa “Brasil em Ação” do Governo Federal, a hidrovia do rio Madeira foi considerada obra prioritária e orçada em R$ 24 milhões. O objetivo deste investimento na melhoria da navegação da hidrovia é reduzir o custo de escoamento de grãos produzidos na região compreendida entre o Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, viabilizando condições de navegação segura entre Porto Velho e Itacoatiara. O empreendimento compreende: a) sinalização/balizamento nos 1.056 km da hidrovia, entre Porto Velho (RO) e sua foz, no rio Amazonas; b) realização de dragagens e derrocamentos em pontos críticos da via; e c) instalação de 12 estações fluviométricas em pontos estratégicos. Os serviços de balizamento e sinalização preliminares encontram-se concluídos em toda a extensão da hidrovia. Os serviços de dragagem emergencial foram realizados em 1997 e complementados em 1998, em alguns pontos críticos. Concluído o Estudo de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, foi concedida pelo IBAMA, em março de 1999, a Licença de Instalação para execução das obras. As obras de derrocamento foram licitadas pelo Ministério dos Transportes. A área de influência da hidrovia já está apresentando sinais de desenvolvimento social e econômico, proporcionando aumento de empregos em razão de novas atividades ligadas ao setor. Em 1999 o estado de Rondônia recebeu investimentos da União no valor de R$ 5 milhões para melhoria da navegação da Hidrovia do rio Madeira. O empreendimento encontra-se com 35% das obras concluídos. A exportação pela hidrovia do rio Madeira já proporcionou redução de US$ 32.00/t na soja exportada para a Europa. O rio Mamoré é navegável desde Porto Grether, na Bolívia, até Guajará-Mirim, numa extensão de 1.460 km. De Guajará-Mirim até sua foz, no rio Madeira, a navegação é interrompida pela presença de numerosas cachoeiras. O rio Guaporé é navegável em cerca de 1.180 km, desde sua foz, no Mamoré, até a cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no estado do Mato Grosso. Este rio, juntamente com o trecho navegável do rio Mamoré, forma, em território brasileiro, uma hidrovia de cerca de 1.400 km, nos quais a navegação, embora incipiente na integração modal, processa-se normalmente, possuindo inclusive linhas regulares de navegação, tanto brasileiras quanto bolivianas. Ligações Internacionais O governo brasileiro desenvolveu estudos para analisar as diversas opções de ligações internacionais com dois objetivos básicos: aprofundar as relações, a integração e as trocas comerciais com os países latino-americanos vizinhos e criar condições de acesso ao Oceano Pacífico. A partir do estado de Rondônia, apresentam-se as seguintes opções rodoviárias: Porto Velho - Rio Branco - Assis Brasil/Iñapari - Puerto Maldonado - Juliaca - Puno - Ilo/Matarani O corredor segue de Porto Velho (RO) até Rio Branco (AC) pela BR-364, totalmente pavimentada. De Rio Branco até Assis Brasil (fronteira Brasil/Peru), pela BR-317, com aproximadamente 150 km pavimentadose 200 km em leito de terra, em estado precário. A partir de Iñapari (fronteira Peru/Brasil), o corredor segue em território peruano alternando rodovias pavimentadas e em terra até atingir os portos de Ilo e Matarani. A travessia do rio Acre, na fronteira Brasil/Peru, só é possível no período de águas baixas, pelo leito do rio. Não há sequer serviço de balsa. Este corredor deverá contribuir sobremaneira para o desenvolvimento das áreas por ele atravessadas e para a integração dos estados do Acre e de Rondônia ao sul do Peru e ao norte do Chile. O projeto Carretera Transoceânica do governo peruano deverá ser implantado até à fronteira do Brasil, com a pavimentação do trecho Arequipa - Juliaca e encascalhamento do trecho Juliaca - Puerto Maldonado - Iñapari (fronteira Peru/Brasil). Ao governo brasileiro caberá a pavimentação de 200 km da BR-317, entre Rio Branco e Assis Brasil. Porto Velho - Abunã - Guajará-Mirim/Guayaramerim - Caranavi - La Paz - Patacamaya - Tambo Quemado - Arica/Iquique Partindo de Porto Velho, o corredor segue em direção a Rio Branco, pela BR-364, até Abunã. Daí, pela BR-425, segue até Guajará-Mirim (fronteira Brasil/Bolívia), em trechos totalmente pavimentados. A partir da fronteira Brasil/Bolívia (Guayaramirim) alternam-se rodovias em terra e pavimentadas. A partir da fronteira Bolívia/Chile, até Zapahuira, a estrada, com revestimento primário, encontra-se em regular estado de conservação, com excelente sinalização vertical. Dessa localidade até Arica, o trecho é totalmente pavimentado e está em muito bom estado de conservação. De Arica, no sentido sul, chega-se a Iquique, por rodovia pavimentada. O corredor Porto Velho - Abunã - Guajará-Mirim/Guayaramerim - Caranavi - La Paz - Arica/Iquique é importante para o Estado de Rondônia, particularmente para Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim, e para a Bolívia. Sua implantação definitiva trará o desenvolvimento àquele Estado e a vastas áreas da Bolívia, desde que executada como projeto integrado de desenvolvimento. A implantação, no entanto, deverá ser realizada lentamente e poderá concretizar-se somente a longo prazo, em função de vultosos investimentos necessários em território boliviano. A Economia de Rondônia Em 1999, Rondônia apresentou um PIB de R$ 42.867 milhões e um PIB per capita de R$ 3.657,00, enquanto que os mesmos dados para a Região Norte e o Brasil são, respectivamente: R$ 42.867 milhões e R$ 3.380,00 e R$ 963.868 milhões e R$ 5.740,00. Isso significa que, naquele ano, o PIB do Estado representava 11,6% do da Região Norte e 0,52% do brasileiro, enquanto que o PIB per capita suplantava o da Região Norte em 8,2 % e representava 63,71% do nacional. Entretanto, quando se analisam desses indicadores no período 1985/1999, constata-se que Rondônia apresentou pequeno aumento na participação no PIB nacional, mas decréscimo na participação no PIB da Região Norte. Esse comportamento declinante repete-se de forma ainda mais acentuada quando se analisa o PIB per capita, conforme registrado na Tabela 7. Esse comportamento mostra que tanto Rondônia quanto a Região Norte vêm aumentando sua participação no PIB nacional, mas o crescimento do Estado é superado pelo da região geográfica em que está inserido. Em termos de PIB por habitante, ao contrário, tanto o Estado quanto a Região apresentam participação declinante no contexto nacional, mas, no caso de Rondônia, esse declínio é mais acentuado, chegando a perder, no período analisado, 16,2 pontos percentuais, evidenciando o empobrecimento relativo de ambos. Tabela 7 - Participação de Rondônia no PIB e no PIB per capita - 1985/1999 Indicadores 1985 1990 1995 1999 1999 - 1985 Produto Interno Bruto (PIB) Rondônia/Região Norte 12,37% 9,92% 9,88% 11,60% -0,77 Rondônia/Brasil 0,48% 0,49% 0,46% 0,52% 0,04 Região Norte/Brasil 3,84% 4,94% 4,64% 4,45% 0,61 PIB per capita Rondônia/Região Norte 116,18% 89,94% 90,09% 108,20% -7,98 Rondônia/Brasil 79,91% 65,98% 58,58% 63,71% -16,2 Região Norte/Brasil 68,78% 73,36% 65,02% 58,89% -9,89 Fonte dos dados primários: IBGE, Deptº. Contas Nacionais, Contas Regionais 1985-1999. A composição setorial do PIB é outra ótica relevante de análise. Analisando-se o período 1985 a 1999, os dados constantes da Tabela 8 mostram alterações significativas. Dentre elas cabe destacar a queda de 8,89 pontos percentuais na participação da agropecuária; de 7,9 na indústria de transformação; de 2,14 no comércio e reparação de veículos e objetos pessoais e de uso doméstico; de 2,82 na indústria extrativa mineral e ao redor de meio ponto percentual nos setores de transporte e armazenagem e de intermediação financeira. Por outro lado, o setor de administração pública, defesa e seguridade social apresentou crescimento de 6,37 pontos percentuais, acompanhado de perto pela construção (5,37) e pelas atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (4,53). Num patamar menor de crescimento situam-se os setores de saúde e educação mercantis (2 pontos percentuais); outros serviços coletivos, sociais e pessoais (1,96); eletricidade, gás e água (0,99); comunicações (0,86); alojamento e alimentação (0,56) e serviços domésticos (0,13). Tabela 8 - Composição Setorial do PIB a Custo de Fatores Setores Média 1985/87 (A) Média 1997/99 (B) (B) - (A) Agropecuária 23,77 14,88 -8,89 Administração Pública, Defesa e Seguridade Social 21,58 27,95 6,37 Indústria de Transformação 14,90 7,00 -7,90 Comércio e Reparação de Veículos e Objetos 10,54 8,40 -2,14 Construção 10,01 15,38 5,37 Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços às Empresas 5,80 10,33 4,53 Indústria Extrativa Mineral 3,59 0,77 -2,82 Transporte e Armazenagem 2,29 1,77 -0,52 Intermediação Financeira 1,87 1,37 -0,50 Saúde e Educação Mercantis 1,83 3,83 2,00 Alojamento e Alimentação 1,19 1,75 0,56 Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais 1,16 3,12 1,96 Comunicações 0,70 1,56 0,86 Eletricidade, Gás e Água 0,47 1,46 0,99 Serviços Domésticos 0,30 0,43 0,13 Totais 100 100 --- Fonte dos dados primários: IBGE, Deptº. Contas Nacionais, Contas Regionais 1985-1999. A perda de importância relativa da agricultura e da indústria revela comportamento atípico, uma vez que, usualmente, o declínio da primeira é compensado pelo crescimento da indústria. Em Rondônia, no período analisado, a administração pública tornou-se a atividade mais importante em termos de composição do PIB, provavelmente como resultado do expressivo aparato governamental (institucional, administrativo e de infra-estrutura econômica e social) necessário para dar suporte ao rápido processo de colonização verificado no Estado. De fato, entre os anos 1960 e 1980, Rondônia foi considerada o eldorado brasileiro, tendo atraído milhares de imigrantes da Região Sul, estimulados pela distribuição de terras promovida pelo Governo Federal. Entretanto, com o esgotamento da qualidade da terra, em virtude das constantes queimadas, os pequenos agricultores buscam novas fronteiras agrícolas em outros Estados, especialmente em Roraima e no Tocantins. A construção do porto graneleiro na capital, Porto Velho, em 1995, e a abertura, em 1997, da hidrovia do rio Madeira, mudaram o perfil econômico de Rondônia. Com 1.115 km, a hidrovia liga a capital ao Porto de Itacoatiara, no Amazonas, barateando o transporte de seus produtos agrícolas. Rondônia abastece a Região Nordeste com feijão e milho, destacando-se também como produtor nacional de cacau, café robusta, arroz e soja. A soja é escoada para outras regiões do País e para o exterior sob a formade grãos, com baixo valor agregado. O ideal seria a transformação dessa matéria-prima no próprio Estado e a exportação de derivados como o óleo e o farelo e a produção de carnes e ovos. Por outro lado, vem se expandindo, em Rondônia, o cultivo do café robusta, menos valorizado no mercado que o café arábica. O Estado do Espírito Santo vem igualmente aumentando a produção do robusta, o mesmo ocorrendo em países da Ásia. No mercado interno e também no externo, a redução dos preços relativos do café robusta em relação ao arábica vem se acentuando nos últimos anos. Aliando-se a isso a queda absoluta dos preços do café e tratando-se de cultura perene, há riscos reais de essa atividade tornar-se economicamente inviável. Produção Agrícola e Pecuária A Tabela 9 reúne dados sobre as principais lavouras temporárias cultivadas em Rondônia, suas respectivas produções e o percentual que representam do total produzido no Brasil e na Região Norte, no período 1990/ 2000. Foram calculadas as médias dos três primeiros e três últimos anos da série para se reduzir possíveis efeitos de variações de produção decorrentes de fatores climáticos. Em termos nacionais, a cultura mais importante é o feijão, seguida pelo arroz e a mandioca, as quais respondem, respectivamente, por 2,01%, 1,46% e 1,09% do total produzido no País. No confronto com a Região Norte, algodão (66,77%), feijão (46,37%), milho 22,12%), soja (14,78%) e arroz (14,47%) são os mais importantes. O aspecto que precisa ser ressaltado nessa análise é o de que, exceto no caso da soja, a participação relativa de todos os produtos analisados reduziu-se no período analisado, tanto em relação à produção brasileira quanto à da Região Norte. Tabela 9 - Principais Lavouras Temporárias em Rondônia: Análise Comparativa Produto Unidade de Medida Produção Média % do Brasil % da Região Norte 1990/92 1998/00 1990/92 1998/00 1990/92 1998/00 Algodão herbáceo (em caroço) Tonelada 7.011 1.998 0,37% 0,13% 68,27% 66,77% Feijão (em grão) Tonelada 72.696 54.178 2,80% 2,01% 62,16% 46,37% Milho (em grão) Tonelada 232.256 207.584 0,92% 0,66% 38,82% 22,12% Soja (em grão) Tonelada 7.012 22.704 0,04% 0,07% 27,56% 14,78% Arroz (em casca) Tonelada 156.526 149.037 1,74% 1,46% 21,96% 14,47% Melancia Mil frutos 2.322 1.620 1,65% 0,75% 21,99% 5,99% Mandioca Tonelada 513.896 229.376 2,18% 1,09% 11,89% 4,08% Cana-de-açúcar Tonelada 23.102 20.755 0,01% 0,01% 3,42% 2,72% Abacaxi Mil frutos 5.707 3.000 0,73% 0,24% 18,71% 1,06% Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal (PAM). Com os dados disponíveis para a safra 2001/2002, obtidos junto à Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (SEAPES) de Rondônia, a Tabela 10 indica que, em relação à média 1998/2000, ocorreu queda significativa na produção de algodão herbáceo e, em menor percentual, na de feijão e milho. Por outro lado, a produção de arroz apresentou crescimento de 8,2%, enquanto que a de mandioca foi de 34,2%. O destaque, em termos de crescimento da produção, ocorreu com a soja, com percentual de 330,8%, provavelmente ocupando áreas de outras culturas que apresentaram decréscimo, especialmente o milho. Verifica-se também, na mesma Tabela, a posição ocupada pelo Estado de Rondônia no contexto da agricultura brasileira. Das lavouras temporárias, arroz e feijão são os mais bem posicionados (12º lugar), mas, mesmo assim, relativamente próximos à mandioca (18º lugar). Tabela 10 - Lavouras Temporárias em Rondônia na Safra 2001/2002: Análise Comparativa Produto Média 1998/2000 2001/2002 Variação Posição no Brasil em 2001/2002 Algodão herbáceo (caroço) 1.998 758 -62,1% 15º Feijão (em grão) 54.178 49.373 -8,9% 12º Milho (em grão) 207.584 189.900 -8,5% 14º Soja (em grão) 22.704 97.812 330,8% 14º Arroz (em casca) 149.037 161.292 8,2% 12º Mandioca 229.376 307.901 34,2% 18º Fonte: Tabela 8 e SEAPES/RO. Fazendo-se análise semelhante das culturas perenes, constata-se na Tabela 11 que o café, palmito, cacau e urucum apresentam-se como os mais importantes em termos regionais e nacionais, embora sob a ótica nacional o palmito troque de posição com o café. Palmito e urucum são os grandes destaques em termos de aumento da participação regional e nacional, embora tenha ocorrido expressivo número de culturas em que ocorreu redução na participação relativa na Região Norte e no Brasil, principalmente nos casos do guaraná, banana, borracha, manga, mamão e limão. Repetindo-se a comparação feita no caso das lavouras temporárias, a Tabela 12 evidencia que, no caso das culturas perenes, o Estado é mais bem posicionado no contexto nacional do que nas culturas anuais. Além disso, houve expressivo crescimento na produção de café e, principalmente de cacau, ocorrendo decréscimo na produção de banana. Tabela 11 - Principais Lavouras Permanentes em Rondônia: Análise Comparativa Produto Unidade de Medida Produção Média % do Brasil % da Região Norte 1990/92 1998/00 1990/92 1998/00 1990/92 1998/00 Café (em côco) Tonelada 153.590 164.203 5,38% 4,71% 75,55% 83,05% Palmito Tonelada 0 1.030 0,00% 5,63% 0,00% 70,00% Cacau (em amêndoa) Tonelada 21.206 10.346 6,33% 4,55% 42,00% 24,62% Urucum (semente) Tonelada 0 274 0,00% 2,51% 0,00% 12,75% Goiaba Mil frutos 0 880 0,00% 0,06% 0,00% 9,87% Tangerina Mil frutos 0 4.488 0,00% 0,08% 0,00% 8,46% Borracha (látex coagulado) Tonelada 266 221 0,76% 0,18% 13,95% 6,44% Guaraná (semente) Tonelada 155 106 7,48% 2,39% 23,92% 6,03% Manga Mil frutos 18.497 3.503 1,18% 0,18% 26,14% 5,18% Banana Mil cachos 18.078 5.930 3,25% 1,08% 22,47% 4,19% Limão Mil frutos 45.675 4.112 0,70% 0,05% 29,46% 3,87% Laranja Mil frutos 82.943 57.226 0,09% 0,05% 8,40% 3,68% Côco-da-baía Mil frutos 5.916 3.062 0,72% 0,26% 4,64% 2,06% Maracujá Mil frutos 0 3.880 0,00% 0,15% 0,00% 1,66% Mamão Mil frutos 11.475 1.047 1,53% 0,06% 16,24% 1,23% Pimenta-do-reino Tonelada 6 6 0,01% 0,02% 0,01% 0,02% Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 12 - Culturas Permanentes em Rondônia na Safra 2001/2002: Análise Comparativa Produto Média 1998/2000 2001/2002 Variação Posição no Brasil em 2001/2002 Café (em côco) 164.203 187.000 13,9% 3º Cacau (em amêndoa) 10.346 15.780 52,5% 3º Banana (*) 103.564 48.140 -53,5% 20º Fonte: Tabela 9 e SEAPES/RO. (*) A produção média de 1998/2000, expressa em mil cachos, foi transformado em toneladas pelo fator de conversão 1 cacho = 17,46 kg, indicador calculado com base nos dados do Censo Agropecuário 1996, do IBGE. Para se dispor de uma visão mais detalhada sobre o comportamento das principais atividades agrícolas desenvolvidas em Rondônia, as Tabelas a seguir apresentam a produção e a produtividade do arroz, feijão, milho, mandioca, café e cacau, por zonas, conforme definidas pelo Zoneamento Socioecoômico-Ecológico, assunto tratado mais adiante. No caso do arroz (Tabela 13), verifica-se que a Zona 1 apresenta a maior produção do Estado, seguida pela Zona 3. Em ambos os casos a produção mostra tendência de crescimento no período analisado. Essa tendência também ocorre com relação à produtividade. Na Zona 3 a produção apresenta-se relativamente estável, mas a produtividade vem crescendo (Tabela14). Tabela 13 - Produção de Arroz por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Toneladas) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 82.034 84.777 99.963 107.860 101.683 Zona 2 5.846 4.278 4.313 4.067 4.639 Zona 3 23.787 27.850 31.743 45.158 47.685 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 14 - Produtividade do Arroz por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Kg/ha) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 1.253 1.251 1.349 1.436 1.436 Zona 2 1.300 1.300 1.300 1.500 1.690 Zona 3 1.300 1.307 1.308 1.608 1.602 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Quanto ao feijão, a Tabela 15 evidencia que sua produção vem diminuindo nas Zonas 1 e 2 e mostra certa estabilidade na Zona 3. Com respeito à produtividade (Tabela 16), as três zonas apresentam ou tendência de queda (Zonas 1 e 2) ou de estabilidade (Zona 3). Tabela 15 - Produção de Feijão por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Toneladas) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 43.181 41.415 34.016 36.175 32.601 Zona 2 15.863 9.588 7.671 7.681 6.406 Zona 3 9.149 16.077 12.466 14.775 10.744 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 16 - Produtividade do Feijão por Zonas - Rondônia - 1996/2000 ((Kg/ha) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 657 621 536 526 575 Zona 2 771 705 564 560 600 Zona 3 589 592 418 492 559 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). A principal produtora de milho é a Zona 1, onde a produção mostra crescimento, seguida pela Zona 3, que revela o mesmo comportamento (Tabela 17). Na Zona 2 a produção encontra-se estagnada na casa das 11, 3 mil toneladas. Com relação à produtividade (Tabela 18), verifica-se tendência de modesto crescimento nas três zonas integrantes do Estado. Tabela 17 - Produção de Milho por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Ton) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 123.596 128.203 151.668 160.884 154.911 Zona 2 14.303 9.955 11.465 11.375 11.357 Zona 3 28.225 34.935 37.380 45.833 37.878 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 18 - Produtividade do Milho por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Kg/ha) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 1.411 1.432 1.452 1.489 1.499 Zona 2 1.150 1.150 1.250 1.348 1.348 Zona 3 1.320 1.323 1.361 1.686 1.461 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). No caso da mandioca, a produção (Tabela 19) vem crescendo nas Zonas 1 (principal produtora) e 2, mas vem declinando na Zona 3. A produtividade (Tabela 20) encontra-se estabilizada nas três zonas, sendo entretanto maior nas Zonas 1 e 3. Tabela 19 - Produção de Mandioca por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Toneladas) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 93.394 103.906 159.957 195.790 196.757 Zona 2 11.070 7.377 7.368 8.016 8.016 Zona 3 20.212 24.772 31.908 37.688 42.628 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 20 - Produtividade da Mandioca por Zonas - Rondônia - 1996/2000 (Kg/ha) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 15.286 15.089 16.000 15.559 15.407 Zona 2 13.500 13.500 14.000 14.000 14.000 Zona 3 15.000 16.378 15.308 15.538 15.538 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Analisando-se as duas principais culturas perenes de Rondônia, constata-se que a maior produção de café ocorre na Zona 1, seguida pela Zona 2 (Tabela 21). Em ambas, a produção vem se expandindo de forma consistente. Essa expansão também se verifica na Zona 2. Relativamente à produtividade, pode-se concluir do exame da Tabela 22 que a mesma se encontra praticamente estagnada nas duas principais zonas produtoras (1 e 3), mas apresentou crescimento significativo na Zona 2, no ano de 2000. Tabela 21 - Produção de Café por Zonas Rondônia - 1996/2000 (Toneladas) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 82.715 72.826 72.826 136.514 153.463 Zona 2 6.165 4.193 4.193 10.549 13.132 Zona 3 16.338 19.088 19.088 42.140 40.703 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 22 - Produtividade do Café por Zonas Rondônia - 1996/2000 (Kg/ha) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 1.042 913 913 1.005 975 Zona 2 1.150 999 999 1.150 1.450 Zona 3 1.000 923 923 1.104 1.019 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Quanto ao cacau, a produção praticamente está concentrada na Zona 1, aonde vem apresentando crescimento expressivo no período analisado (Tabela 23). Na Zona 2, a produção é inexpressiva mas relativamente constante, enquanto que na Zona 3 a produção é um pouco maior que na anterior, mas apresentou forte decréscimo em 2000. A produtividade do cacau em Rondônia (Tabela 24) encontra-se relativamente estagnada nas três zonas, embora tenha apresentado crescimento na Zona 1, principal produtora, em 2000. Tabela 23 - Produção de Cacau por Zonas Rondônia - 1996/2000 (Toneladas) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 4.774 6.003 6.522 6.487 17.201 Zona 2 16 14 11 11 23 Zona 3 275 352 363 350 69 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Tabela 24 - Produtividade do Cacau por Zonas Rondônia - 1996/2000 (Kg/ha) Zonas 1996 1997 1998 1999 2000 Zona 1 444 463 447 445 470 Zona 2 419 397 407 407 403 Zona 3 428 462 408 480 437 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal (PAM). Fazendo-se uma análise global das três zonas, conclui-se que a Zona 1 é a principal produtora do Estado nas atividades examinadas, tanto em termos de lavouras temporárias quanto de culturas perenes. Situação semelhante ocorre na pecuária, conforme se verá adiante. Trata-se, portanto, de uma zona com forte vocação agropecuária e na qual está concentrado o maior número de extensionistas, conforme mostra a Tabela 25, muito embora se deva ressaltar que, apesar do pequeno número, a distribuição dos extensionistas rurais e sociais é muito próxima à distribuição da área cultivada com os principais produtos (dados de 2001), como se observa na Tabela 26. Tabela 25 - Número de Extensionistas Rurais por Zonas Rondônia Zonas Extensionista Rural Extensionista Social Administrativo Outros Total Zona 1 140 33 89 -- 262 Zona 2 8 1 8 -- 17 Zona 3 39 11 32 -- 82 Fonte: Escritório Regional da EMATER - PVH - Posição em Março de 2002. Tabela 26 - Comparativo entre Área Cultivada e Número de Extensionistas Rurais e Sociais Rondônia Zona 1 Zona 2 Zona 3 Total Área (ha) 386.408 27.713 110.851 524.972 Extensionistas (nº) 173 9 50 232 Área (%) 73,6% 5,3% 21,1% 100 %1 Extensionistas (%) 74,6% 3,9% 21,6% 100%1 Fontes: Tabela 23 e www.rondonia.ro.gov.br Diante desses dados, cabe reconhecer que a produção agrícola em seu conjunto não mostra o mesmo dinamismo de períodos anteriores em Rondônia, o que tem feito o Estado reduzir sua participação na produção agropecuária, tanto na ótica nacional quanto na regional. A Zona 1 desponta como a principal produtora, mas a produtividade, de modo geral, encontra-se estagnada ou, em alguns casos, com tendência ao declínio, o quesugere a necessidade de estimular sua modernização. A situação do café, que apresenta mais dinamismo produtivo, merece análise mais detalhada, tanto por parte dos produtores quanto do Governo Estadual, diante dos registros feitos anteriormente. De todo modo, é indispensável promover o aumento da produtividade agrícola e, simultaneamente, agregar valor à produção realizada dentro das fronteiras estaduais, para que se reverta o quadro em benefício da economia e da população. O potencial de geração de renda do conjunto de atividades econômicas conectadas direta e indiretamente à produção agropecuária, denominado agronegócio, é cerca de três vezes maior que o da atividade agrícola, com amplas possibilidades de crescimento, uma vez que em países desenvolvidos cada unidade monetária gerada na agropecuária transforma-se em dez quando se considera o agribusiness. Na Tabela 27 constam os efetivos dos rebanhos de Rondônia em 1996 e em 2000, podendo-se notar que os bovinos, aves e suínos destacam-se, nessa ordem, como os mais importantes no Estado. Constata-se também que o crescimento do rebanho mais importante (bovino) apresentou o maior crescimento no período analisado, o que permite concluir que a produção pecuária de Rondônia vem se especializando nessa atividade. A criação de aves e suínos também vem crescendo no Estado, embora em ritmo menor que o rebanho bovino. As demais criações apresentaram crescimento entre 1996 e 2000, mas, de modo geral, têm pequena expressão na pecuária rondoniense. Com a recente expansão da cultura da soja, em Rondônia, é possível que, em futuro bem próximo, haja escala de oferta de matéria-prima suficiente para viabilizar a instalação de indústria esmagadora dessa leguminosa no Estado, viabilizando o crescimento da produção de suínos e de aves com as rações animais gerados a partir do farelo de soja e de outros produtos agrícolas. Tabela 27 - Rebanho Existente em Rondônia: 1996 e 2000 Nº de Cabeças 1996 2000 (1996/2000) % Bovinos (*) 3.937.291 6.584.212 67,23% Aves 4.896.367 5.291.407 8,07% Suínos 410.315 460.868 12,32% Eqüinos 106.602 124.786 17,06% Ovinos 61.799 75.857 22,75% Caprinos 13.505 17.583 30,20% Muares 12.711 15.990 25,80% Bubalinos 10.530 12.347 17,26% Asininos 1.069 1.298 21,42% Fontes: IBGE – Censo Agropecuário 1996 e Produção da Pecuária Municipal - 2000 - IBGE (www.rondonia.ro.gov.br). (*) Informação do IDARON/RO Embora não se disponha de informações para todos os rebanhos, a Tabela 28 mostra a distribuição dos efetivos de bovinos, bubalinos, eqüinos, asininos e muares por zonas. Conforme se pode observar, a Zona 1 abriga mais de dois terços dos efetivos desses animais, exceto os bubalinos, concentrados na Zona 3. Esta zona possui entre 16 e 20% dos demais rebanhos, ficando a Zona 2 com o menor número de cabeças. Tabela 28 - Distribuição dos Efetivos Pecuários em Rondônia: 2000 Zonas Bovinos Bubalinos Equinos Asininos Muares Zona 1 79,5% 17,6% 80,4% 76,5% 79,7% Zona 2 4,7% 1,7% 4,1% 4,0% 4,5% Zona 3 15,8% 80,7% 15,6% 19,6% 15,8% Fonte:www.rondonia.ro.gov.br Aspecto relevante que vem ocorrendo no Estado, principalmente a partir de 2000, é o direcionamento de parcela crescente da produção de carne e leite como matéria-prima para a oferta de charque, queijo, manteiga, leite pasteurizado, iogurte, requeijão e outros derivados, importantes atividades para agregação de valor à produção primária, com efeitos multiplicadores sobre a geração de renda, emprego e receita tributária. Considerações Adicionais sobre a Agropecuária de Rondônia Sendo o café a cultura que mais vem se expandindo em Rondônia, é importante analisar mais detidamente esse produto. A produção predominante no Estado é do conillon (robusta), que vem crescendo no Brasil e nos países produtores a taxas superiores ao arábico, mais valorizado no mercado. Analistas do setor mostram preocupação a esse respeito, principalmente numa fase como a atual, em que os preços do café estão muito baixos e ainda menores no caso do robusta. Sobre isso, é ilustrativo reproduzir, na íntegra – dada sua importância –, comentário contido no Informativo Coffee Break (http://www.cafebr.com) de 23.05.2002, onde destaca a meta vietnamita de erradicar café robusta e priorizar o arábica. Outra medida importante é a melhoria da qualidade dos produtos agropecuários, a atenção ao crescente mercado de produtos orgânicos e outras iniciativas ainda pontuais no Estado e na Região, que precisam ser divulgadas e multiplicadas para que uma nova onda de progresso, mais apoiada na qualidade e no valor agregado do que na quantidade, transforme a realidade de Rondônia. Nessa linha, é interessante reproduzir, na íntegra, três notícias veiculadas recentemente no site http://www.ambientebrasil.com.br , conforme segue (grifo nosso): Extrativismo Vegetal Os principais produtos do extrativismo vegetal em Rondônia estão contidos nas Tabelas 10, 11 e 12, a seguir, por zonas, tomando-se as médias dos períodos 1990/92 e 1998/2000 para se analisar a evolução dessas atividades no Estado. Conforme se verifica, os produtos estão divididos em três grupos: alimentos (açaí, castanha-do-pará e palmito); matérias-primas (látex, madeira em tora e óleo de copaíba) e combustíveis (carvão vegetal e lenha). No primeiro grupo, observa-se, na Tabela 29, que Rondônia não produziu açaí em nenhuma de suas zonas no período 1998/2000, embora tenha ocorrido na Zona 1 entre 1990 e 1992. A extração da castanha-do-pará é predominante na Zona 1, seguida de perto pela Zona 2, ambas com crescimento no período, enquanto que, na Zona 2, encontra-se praticamente paralisada. Quanto ao palmito, há alguma produção apenas na Zona 1 e, mesmo assim, em declínio no período. Tabela 29 - Extrativismo Vegetal em Rondônia: Produtos Alimentícios Zonas Açaí (fruto) Tonelada Castanha-do-Pará Tonelada Palmito Tonelada Média 1990/1992 Média 1998/2000 Média 1990/1992 Média 1998/2000 Média 1990/1992 Média 1998/2000 Zona 1 79 --- 62 145 15 8 Zona 2 --- --- 21 2 --- --- Zona 3 --- --- 92 110 --- --- Fontes dos dados primários: IBGE - Produção Extrativa Vegetal. No grupo matérias-primas, a produção de látex coagulado ocorre nas três zonas, principalmente na 1 e na 3, tratando-se de atividade em declínio, no período, em todos os casos. Situação semelhante ocorre com relação à madeira em tora, embora a Zona 2 seja a mais atuante nesse particular. A extração do óleo de copaíba inexiste na Zona 3, aumentou na 1 e teve início na Zona 3 que, no período 1998/2000, apresentou produção muito próxima à da Zona 1. Tabela 30 - Extrativismo Vegetal em Rondônia: Matérias-Primas Zonas Látex Coagulado Tonelada Madeira em Tora Metro Cúbico Óleo de Copaíba Tonelada Média 1990/1992 Média 1998/2000 Média 1990/1992 Média 1998/2000 Média 1990/1992 Média 1998/2000 Zona 1 349 20 65.180 13.442 0,5 1,9 Zona 2 13 3 71.579 23.069 -- 2,0 Zona 3 69 18 215.620 11.287 -- -- Fontes dos dados primários: IBGE - Produção Extrativa Vegetal. Na extração de matérias-primas combustíveis, a Zona 2 é a única que apresenta crescimento em termos de carvão vegetal, sendo também a mais importante, nessa atividade, no contexto estadual. A produção de lenha vem declinando em todas as zonas, encontrando-se em patamares de produção praticamente idênticos as Zonas 1 e 3, na média do período 1998/2000. Tabela 31 - Extrativismo Vegetal em Rondônia: Combustíveis Zonas Carvão Vegetal Tonelada Lenha MetroCúbico Média 1990/1992 Média 1998/2000 Média 1990/1992 Média 1998/2000 Zona 1 67 14 76.041 14.846 Zona 2 9 60 17.830 3.907 Zona 3 27 23 52.341 13.282 Fontes dos dados primários: IBGE - Produção Extrativa Vegetal. Atividades Industriais Sendo a indústria moveleira o segmento mais importante em Rondônia, é indispensável fazer uma análise geral da dinâmica da produção madeireira do Estado. Para tanto, cabe examinar, inicialmente, o quadro geral do desmatamento na Amazônia Legal, apresentado na Tabela 32. Nela se constata que, em termos absolutos, Pará, Maranhão e Mato Grosso são os Estados que mais desmataram suas florestas, cabendo a Rondônia a quarta posição. Com respeito à vegetação do Cerrado, Tocantins/Goiás, Mato Grosso e Maranhão foram os Estados que mais desmataram, para o cultivo de grãos. Em termos relativos, Rondônia ocupa o terceiro lugar em percentual da floresta desmatado, com 14,62%, atrás do Maranhão (63,69%) e Tocantins/Goiás (22,19%). No que diz respeito ao Cerrado, o Estado apresentava baixo percentual de desmatamento em 1990, com apenas 0,6% da área. Nesse particular, os Estados de Tocantins/Goiás, Maranhão e Mato Grosso ocupam, respectivamente, as primeiras posições. Tabela 32 - Amazônia Legal: Área Florestal (em km2) e Taxas de Desmatamento por Estados - Dados de 1990 Estados Vegetação Original Desmatamento % de Desmatamento Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado Acre 152.589 --- 8.836 --- 5,79% --- Amapá 99.525 42.834 1.016 0 1,02% 0,0% Amazonas 1.562.488 5.465 21.551 0 1,38% 0,0% Maranhão 139.215 121.017 88.664 20.664 63,69% 17,1% Mato Grosso 572.669 308.332 79.549 25.568 13,89% 8,3% Pará 1.180.004 66.829 139.605 1.722 11,83% 2,6% Rondônia 215.259 27.785 31.476 169 14,62% 0,6% Roraima 173.282 51.735 3.621 0 2,09% 0,0% Tocantins/Goiás 100.629 169.282 22.327 34.114 22,19% 20,2% TOTAL 4.195.660 793.279 396.645 82.237 9,45% 10,4% Fonte dos dados primários: Base de Dados Tropical (BDT), Biodiversidade: Perspectivas e Oportunidades Tecnológicas, Niro Higuchi, INPA, Manaus, Amazonas. www.bdt.fat.org.br/publicacoes/padct/cap12/amazonia.html - Capturado em 19.05.2002. A Tabela 33 apresenta a produção de madeira em toras, em intervalos de cinco anos, entre 1975 e 1990. Nesse caso, pode-se constatar que o Estado do Pará, no contexto da Amazônia Legal, foi o maior produtor, seguido por Rondônia. Cabe aqui, uma vez mais, a observação de que, a exemplo da agropecuária e da produção mineral, a extração de madeira é uma atividade que acarreta impactos ambientais expressivos, o que recomenda não apenas promover a exploração sustentável das florestas, mas também agregar valor à madeira extraída, para que se multipliquem, no próprio Estado, os efeitos multiplicadores em termos de geração de renda, emprego e arrecadação tributária. Tabela 33 - Produção de Madeira em Toras, de Florestas Nativas da Amazônia, para Fins Industriais - Dados em mil m3 Estados 1975 1980 1985 1990 1975/1990 Desmatamento Florestal Acre 31 87 23 302 443 8.836 Amapá 330 400 413 340 1.483 1.016 Amazonas 135 325 1.382 * 1.842 21.551 Pará 3.942 10.283 16.361 39.866 70.452 139.605 Rondônia 60 307 1.320 1.904 3.591 31.476 Roraima 14 72 39 33 158 3.621 Tocantins /Goiás - - - 466 466 22.327 TOTAL 4.512 11.474 19.538 42.911 78.435 396.645 Fonte dos dados primários: Tabela 31 (Desmatamento Florestal) e Base de Dados Tropical (BDT), Biodiversidade: Perspectivas e Oportunidades Tecnológicas, Niro Higuchi, INPA, Mamaus, Amazonas, trabalho capturado em 19.05.2002, no site: www.bdt.fat.org.br/publicacoes/padct/cap12/amazonia.html Finalmente, usando-se as duas últimas colunas da Tabela 33, pode-se identificar forte correlação (cerca de 97%) entre as áreas de florestas desmatadas e a produção madeireira, conforme se constata no Gráfico 3, a seguir. Examinada a questão da produção madeireira em Rondônia, cabe agora registrar que as atividades industriais em Rondônia apresentam, no contexto geral da formação do PIB, decréscimo nos últimos anos, conforme analisado em outra parte deste diagnóstico. Entretanto, quando se analisam as possibilidades de agregação de valor à produção agropecuária e extrativa vegetal no Estado, bem como iniciativas já em execução, esse comportamento pode ser alterado em benefício da geração de renda, emprego, base de arrecadação e exportações para Rondônia. Existem, no Estado, diversos pólos agroindustriais localizados em distintas regiões e apoiados pelo Governo Estadual, levando em conta as potencialidades dos recursos naturais e aptidões econômicas existentes. Esses pólos estão assim distribuídos: Vilhena: hortifrutigranjeiro, frigorífico, laticínio, beneficiamento de couro e processamento de soja e de carne de aves. Cacoal: industrialização do café, beneficiamento do algodão, pescado, artefatos de couro, produtos lácteos, alimentícios e confecções. Rolim de Moura: beneficiamento de madeiras, fabricação de móveis e processamento de frutas. Ariquemes: movelaria, laticínios, industrialização do café e cacau, processamento de frutas, beneficiamento de couro, de sabão, de cassiterita (estanho) e aproveitamento de pedras semi-preciosas. Guajará-Mirim: ecoturismo e pescado. Porto Velho: moveleiro, processamento de frutas, minerais metálicos e confecções: Ji-Paraná: indústria madeireira, compensados e laminados, móveis, minerais – não - metálicos, granito, couro e calçados, processamento de frutas e pescado, indústria de carrocerias de madeira. Ouro Preto: moveleiro e laticínios. Jaru: moveleiro e laticínios. Pimenta Bueno: cerâmicos e frigorífico (pescado). A industrialização do leite e de frutas e o setor moveleiro são atividades consideradas prioritárias pelo Governo do Estado, na busca de agregação de valor, valorização das matérias-primas produzidas localmente e na busca de melhoria das condições de renda, emprego e de bem estar da população rondoniense. O setor moveleiro de Rondônia constitui uma das atividades industriais com maior potencial de crescimento. O Perfil Socioeconômico e Industrial do Estado de Rondônia, elaborado em 1997 pela Federação das Indústrias do Estado (FIERO), levantou alguns dados importantes, conforme segue: Em 1989, o número de indústrias, de móveis respondiam por 5,7% de todo o setor industrial, em 1994, cresceu para 7%, sendo que atualmente essa participação chega a 12,94%. Enquanto houve redução no número de madeireiros, no período de 1989/94, o segmento moveleiro cresceu 80% em número de unidades fabris. Quando comparados os períodos de 1989 a 1997 e 1994 a 1997, verifica-se extraordinário crescimento, da ordem de 411% e 146%, respectivamente; A composição do segmento moveleiro é representada, na sua quase totalidade (97,12%), pela fabricação de móveis de madeiras; e A distribuição de segmento moveleiro concentra-se principalmente na Capital (17,91%), em Jí-Paraná (14,81%) e em Ariquemes (10,90%), conforme mostrado no mapa a seguir. É importante registrar a existência, no Estado, de indústrias moveleiras que aproveitam matérias-primas não-convencionais, como o cipó, para a fabricação de cadeiras, inclusive para exportação. A produção de sementes de essências florestais também é outra iniciativa que mereceregistro, por proporcionar, a médio e longo prazos, produção sustentável de matérias-primas de qualidade para a expansão dessa atividade industrial no Estado. Outras iniciativas, implantadas em Estados vizinhos, poderiam ser executadas em Rondônia para fortalecer seu principal segmento industrial e gerar efeitos multiplicadores na economia local, a exemplo da produção sustentável de móveis. 1.4.5 - Produção Mineral A Tabela 34 apresenta o valor da produção dos principais produtos minerais metálicos e não-metálicos de Rondônia, comparado ao total da Região Norte e do Brasil. Conforme se verifica, a cassiterita é o produto mais importante em termos econômicos, seguida pela produção de pedra britada, areia e cascalho, utilizadas na construção civil. Tabela 34 - Valor da Produção Mineral de Rondônia em 2000: Análise Comparativa Produtos Minerais Rondônia (RO) R$ Região Norte (R.N.) R$ mil Brasil (BR) R$ mil R0/R.N. % RO/BR % Metálicos 35.559.125 2.234.635 6.884.819 1,59% 0,52% Estanho (Cassiterita) 35.307.342 Nióbio 246.083 Titânio 5.700 Não-Metálicos 22.408.264 491.869 5.557.072 4,56% 0,40% Pedras Britadas 16.067.090 Areia e Cascalho 3.975.847 Água Mineral 1.038.653 Calcário 625.990 Granito Ornamental 387.083 Argilas 313.601 Total 57.967.389 2.726.504 12.441.891 2,13% 0,47% Fonte dos dados primários: Anuário Mineral Brasileiro 2001 (www.dnpm.gov.br) No início, explorada por garimpos manuais, a cassiterita passou a ser produzida por garimpos mecanizados, a partir de 1988, em Bom Futuro. A produção desse mineral metálico projetou Rondônia como o principal Estado nessa atividade, posição hoje ocupada pelo Amazonas. As minas mais importantes atualmente operadas são as de Santa Bárbara (Grupo Cesbra), Rio Branco (Grupo Best), Bom Futuro (EBESA) e São Lourenço - Macisa (Min. Xacriabá Ltda), sendo as duas últimas operadas de forma mista, ou seja, atuação da empresa de mineração e garimpo administrada por cooperativa de garimpeiros. (dados de 1997). As minas de Oriente Novo, Primavera, Jacundá, Rio Preto, Montenegro, Santo Antônio do Abunã, São Domingos, Massangan, Alto candeias, Cachoeirinha, Liberdade e Riachuelo, importantes em épocas passadas, encontram-se paralisadas. O ouro é o principal mineral garimpado no Brasil e Rondônia não foge á regra. De longa data se tem notícias de garimpos de ouro no Estado. A atividade garimpeira desenvolve-se, principalmente, no Rio Madeira, por meio de balsas e dragas, e nas laterais daquele Rio, com tratores de esteira e bombas de pressão. Muito variável, de ano a ano, a maior produção de ouro registrada em Rondônia ocorreu em 1990, com 9.610 kg, seguindo-se pelos 6.426 kg registrados em 1988. De 1991 a 1995 a produção aurífera do Estado vem declinando: 1991 (5.606 kg); 1991 (4.285 kg); 1993 (3.424 kg); 1994 (3.400 kg) e 1995 (1.935 kg). A atividade garimpeira no Rio Madeira teve início por volta de 1978. O Ministério de Minas e Energia, com a finalidade de regularizar e ordenar o garimpo, criou a Reserva Garimpeira do Rio Madeira, pelas Portarias Ministeriais nº 1345, em 1979 e a nº 1034 em 1980, ocupando área aproximada de 192 km2, compreendendo o trecho entre as cachoeiras do Paredão e Teotônio. Ao longo das margens e leito do Rio Madeira, fora dos limites da Reserva Garimpeira, existem diversos garimpos como Penha, Taquaras, Araras e Periquitos. No caso do calcário, existe apenas uma mina em Rondônia, viabilizada pela CPRM e transferida à Companhia de Mineração de Rondônia, localizada em Pimenta Bueno, onde se produz calcário dolomítico, utilizado para correção da acidez do solo agrícola e, em menor escala, como pedra ornamental para uso em fachadas de residências e calçamentos. A exemplo do que ocorre com a produção agrícola, há necessidade de se agregar valor a determinados produtos minerais, a exemplo do granito ornamental, para que permaneçam no Estado os resultados socioeconômicos dessas atividades, usualmente causadoras de significativos impactos ambientais. O PLANAFLORO O Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia - Planafloro teve sua origem a partir da identificação dos problemas advindos do intenso processo de migração por que passou o Estado, sobretudo na década de 80. O projeto teve seu contrato de empréstimo assinado em 19 de setembro de 1992, entre o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD, e a República Federativa do Brasil, para execução pelo Estado de Rondônia. O principal objetivo do Planafloro consiste na implementação de ações que propiciem o aproveitamento racional dos recursos naturais, de forma a favorecer o desenvolvimento sustentável de Rondônia. DETALHAMENTO SINTÉTICO DO PLANAFLORO O Planafloro é um plano de grande abrangência, estruturado em quatro grandes componentes e quinze sub-componentes, os quais norteiam todo o planejamento das ações demandadas. Está fundamentado no Zoneamento sócio-econômico-ecológico, ainda em sua Primeira Aproximação, o qual definiu a racionalização da ocupação do espaço territorial do Estado, possibilitando a melhor utilização dos seus recursos naturais em consonância com a fertilidade dos solos, e demais fatores de ordem ecológica e sócio-econômica. O ZONEAMENTO SOCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Zona 1 – Acolonização compreende principalmente o eixo da BR-364, onde se concentram os projetos de colonização. É constituída por uma combinação dos melhores solos do Estado e área de moderada fertilidade os quais suportam algumas formas de cultivo sustentável, através de consórcios agroflorestais. Área: 6.195.00 ha Zona 2 - Constituída por áreas de solos com fertilidade moderada e baixa tal qual algumas comunidades têm-se desenvolvido, sem o apoio da colonização oficial, com predominância da atividade pecuária e ocorrência de floresta primária e secundária. Área: 3.015.00 ha Zona 3 - Localizada no eixo dos rios Madeira-Machado e Mamoré-Guaporé, onde populações tradicionais praticam agricultura de várzea, atividade de pesca artesanal e extração florestal não madeireira. Área: 579.000 ha Zona 4 - Indicada para o desenvolvimento da atividade de extrativismo vegetal não madeireiro, com predominância de seringais nativos, associados ou não a castanha e outras essências florestais. Composta de ambientes frágeis, onde o aproveitamento econômico não deve usar alteração dos ecossistemas. Área: 3.500.000 ha Zona 5 - Composta por ecossistemas ligeiramente frágeis, caracterizados por florestas ombrófila densa e aberta, com expressivo potencial madeireiro, indicado para o aproveitamento de espécies madeiráveis em escala comercial. Área: 3.601.000 ha Zona 6 - zona de ecossistema frágeis, únicos ou característicos, que necessita de manejo ambiental adequado, a fim de garantir a manutenção da cobertura vegetal e o equilíbrio ecológico. Estão incluídas nesta Zona as Áreas Indígenas em situação especial. Área: 7.404.000 ha Os dados relativos às diferentes Zonas, foram obtidos através da 1ª Aproximação do Zoneamento Sócio-econômico-ecológico, devendo sofrer alterações quando da 2ª Aproximação, e diferem dos dados fornecidos pelo INCRA, relatados anteriormente. O Zoneamento Sócio-econômico-ecológico foi legalmente instituído pelo Estado de Rondônia, através do Decreto nº 3.782 de 14 de junho de 1988 e, posteriormente convertido em Lei Complementar nº52 de 20 de dezembro de 1991. TRANSPORTE INTERMODAL Numa iniciativa do grupo André Maggi, com apoio do governo do Estado, Porto Velho dispõe de um porto graneleiro recém construído. Desta forma, o grupo Maggi, que produz soja na região do Sapezal, na Chapada dos Parecis,
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