Buscar

Dor no Idoso (Fisioterapia gerontológica)

Prévia do material em texto

04/11/2012 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DOR DO IDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO 
“ ...EXPERIÊNCIA SENSORIAL E EMOCIONAL 
 DESAGRADÁVEL, DEVIDA À LESÃO 
 EFETIVA OU POTENCIAL DOS TECIDOS... “ 
( MERSKEY, 1986. ) 
“... É UM SINTOMA COMPLEXO, INDIVIDUAL E SUBJETIVO, 
 CUJA INTERPRETAÇÃO ENVOLVE ASPECTOSSENSITIVOS, 
 EMOCIONAIS E CULTURAIS QUE SÓ PODE SER 
 COMPARTILHADA A PARTIR DO RELATO DE QUEM O 
 SENTE.” 
( PIMENTA, 1994.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DA DOR EM PESSOAS IDOSAS 
Distúrbios do aparelho de locomoção: 50% referem dor 
 devido à artrite 
Outros: doenças reumatóides, fibromialgia, dor cervical e 
 lombar devido a processos degenerativos ou à 
 fraturas osteoporóticas, síndromes musculares 
 dolorosas. 
SNC ou Periférico: dor neurogênica 
 dor por desaferentação 
 dor talâmica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DA DOR EM PESSOAS IDOSAS 
Origem Vascular: arterite temporal 
 angina de peito 
 claudicação intermitente 
 enxaqueca 
Dor oncológica: a maioria dos pacientes de câncer 
 sofre dores antes de morrer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOR CRÔNICA 
Idosos da Comunidade: 30 à 40% 
 
Idosos Institucionalizados: 45% à 85% 
10 PRINCIPAIS CONDIÇÕES CRÔNICAS DO IDOSO: 
 
1- ARTRITE 
2- HIPERTENSÃO 
3- COMPROMETIMENTO AUDITIVO 
4- CONDIÇÕES CARDÍACAS 
5- COMPROMETIMENTO ORTOPÉDICO 
6- SINUSITE 
7- CATARATA 
8- DIABETES MELITTUS 
9- COMPROMETIMENTO VISUAL 
10- ZUMBIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES GERAIS 
FATORES EMOCIONAIS 
FATORES COGNITIVOS 
FATORES SÓCIO-CULTURAIS 
FATORES COMPORTAMENTAIS 
+ 
= 
+ 
+ 
PERCEPÇÃO INDIVIDUALIZADA DA DOR 
04/11/2012 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA DOR 
DOR LOCALIZADA: se limita à sua sede de origem – 
 tendinite, bursite, artrite. 
DOR RADICULAR: projeta-se ao longo do trajeto de um nervo 
 no respectivo dermátomo - ciatalgia 
DOR IRRADIADA: tem origem em estruturas somáticas e 
 viscerais e se projeta para outra região 
 dentro do mesmo segmento - infarto 
DOR SIMPÁTICA REFLEXA: não acompanha os dermátomos, 
 hiperalgesia ou hiperestesia 
 acompanha alterações tróficas e 
 vasomotoras. 
DOR PSICOGÊNICA: na ausência de fatores somáticos 
 ou viscerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BASES PSICOFISIOLÓGICAS DA DOR 
TEORIA DO CONTROLE DA BARREIRA 
 
( WALL E MELZACK, 1984.) 
MEDO, ANSIEDADE E MOTIVAÇÃO PARA 
FUGIR DA FONTE CAUSADORA DA DOR. 
LUTA OU FUGA - SN SIMPÁTICO 
 
Liberação de noradrenalina junto ás 
terminações nervosas do SNS, 
sensibiliza os nociceptores, 
intensificando a transmissão e a 
 percepção da dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES DOS SISTEMAS SENSORIAIS E DE 
CONTROLE DA DOR QUE ACOMPANHAM A 
SENESCÊNCIA 
O declínio sensorial progressivo é aceito como parte 
Inevitável do processo envelhecimento. 
Mudanças na morfologia, número, densidade e localização dos 
receptores (corpúsculos de Meissner, Merkel, Ruffini e de Pacini). 
 (THORNBURY e MISTRETTA, 1981) 
Ocorre uma perda de 5 a 8% das fibras nervosas por década, após os 
40 anos de idade. 
(POTIVIN et al., 1980) 
 
O número de fibras mielinizadas que inervam a pele glabra da mão diminui 
em torno de 5% por década, de 17.000 nos adultos jovens à 13.000 na 8a 
década. 
 (THORNBURY e MISTRETTA, 1981) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Encurtamento gradual da distância internodal, como resultado de 
uma desmielinização segmentar. 
(PATTEN e CRAIK, 2002) 
 A percepção do toque leve e pressão passa por uma redução de 
 um quarto do normal em homens acima dos 40 anos de idade. 
 
(PATTEN e CRAIK, 2002) 
 
O limiar cutâneo para a dor também aumenta com a idade. 
 
(PATTEN e CRAIK, 2002) 
 
A degeneração dos dendritos, no SNC, provoca uma diminuição da 
velocidade de condução, alterando assim, a plasticidade neuronal. 
 
(UMPHRED e LEWIS, 2001) 
A formação de placas senis e de emaranhados neurofibrilares, são 
observados com o avançar da idade. 
( LUSTRI e MORELLI, 2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A incidência do infarto cardíaco indolor aumenta com os anos. 
 (Bayer e cols.,1986) 
PERSONALIDADE, 
INTERPRETAÇÃO DA DOR, 
PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO. 
 
 (Harkins e cols.,1990) 
Em um estudo realizado por Vandervoote cols., (1992), demonstrou 
que mulheres idosas apresentaram um desconforto menor do que 
mulheres jovens durante a aplicação de gelo no ante-braço. 
Manifestações encontradas na cutis de pessoas idosas: diminuição 
da dor provocada por estímulos térmicos, da sensibilidade 
vibratória e da capacidade de discriminação de dois pontos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrões semelhantes de degeneração foram encontrados após a 
falta prolongada de atividade. 
 (Herman e Roger,2002) 
De acordo com a teoria da barreira, a dor não seria resultado 
apenas do maior número de estímulos que incidem sobre as fibras 
nociceptivas, ela resultaria também da falta de impulsos recebidos 
por meio das fibras de grande diâmetro. 
Desequilíbrio relativo de estímulos sensoriais recebidos por 
fibras de pequeno e grande diâmetro 
Modulação menos eficiente dos sinais nociceptivos 
04/11/2012 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES PSICOLÓGICOS E EMOCIONAIS 
 As respostas individuais diante da dor variam consideravelmente. 
 
 Depressão ( primária ou secundária) e Dor Crônica. 
 
 Mesmo na ausência de doenças, 10% das pessoas acima de 65 
 anos sofrem de depressão. 
 
 Para os idosos que apresentam patologias associadas estes 
 valores sobem para 30 a 50%. 
 
 Até 83% dos idosos que apresentam a dor crônica, têm 
 depressão. 
 
 
 
 
(Herman e Roger, 2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS COGNITIVOS, COMPORTAMENTAIS E 
FATORES LIGADOS Á PERSONALIDADE 
 A interpretação da dor afeta profundamente sua intensidade bem 
 como, o resultado das intervenções terapêuticas. 
 
 O significado atribuído a dor é capaz de aumentar ou diminuir a 
 intensidade do sofrimento. 
 
 O comportamento adotado durante o período de dor influencia 
 significativamente os pensamentos e sentimentos de uma pessoa. 
 
 A dor provoca distúrbios emocionais e de personalidade. 
 
 
 
 
(Herman e Roger, 2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES PSICOSSOCIAIS 
 O idoso que dispõem de fortes laços sociais com familiares e com 
 amigos encontra menos dificuldade para interpretar sua 
 experiência de dor de forma mais positiva. 
 
 
 A falta de apoio social implica em solidão e isolamento, 
 sentimento de inutilidade, abandono e indignidade 
 
 
 
 
(Chapman e Turner, 1990) 
 
A dor seria um 
companheiro inevitável 
da velhice? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA DOR 
 A dor como principal responsável pela restrição da 
 capacidade funcional. 
 
 
 A DOR NÃO É FUNÇÃO DA IDADE........ 
 
 
 Identificar fatores etiológicos, sempre que possível. 
 
 Descoberta de eventuais fatores que contribuem para a dor. 
 
 Avaliar o impacto que a dor exerce sobre as funções físicas 
 do idoso. 
 
 Entender como o idoso resolve seus problemas. 
 
 Planejamento do tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA 
 Duração 
 Localização 
 Fator desencadeante 
 Caráter (queimação, pontada) 
 Intensidade/ gravidade 
 Evolução 
 Efeito sobre as atividades funcionais 
 Impacto sobre a personalidade 
 Fatores que agravam ou que aliviam 
 Relações com o horário 
 Efeitos sobre o sono 
 Uso de Medicamentos 
 
04/11/2012 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO 
 Aspecto Geral 
 Postura 
 Motricidade 
 Força Muscular 
 Sinais neurológicos 
 Relação da dor com os dermátomos 
 Sistema sômato-sensorial 
 Reflexos 
 Equilíbrio 
 Marcha 
 Cognitivo 
 Papel da dor nas AVDs e AIVDs 
 História de câncer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DA DOR 
Desenhos mostrando a dor, 
Escalas visuais, 
Escalas numéricas, 
Escalas faciais e 
Questionário de dor McGill (MPQ) 
ESCALA VISUAL ANALÓGICA ESCALA NUMÉRICA 
A escala numérica consiste numa régua dividida em onze 
partes iguais, numeradas sucessivamente de 0 a 10. 
 
Esta régua pode apresentar-se ao doente na horizontal ou 
na vertical. 
 
Pretende-se que o doente faça a equivalência entre a 
intensidade da sua dor e uma classificação numérica, 
sendo que o “0” corresponde a classificação “Sem Dor” e 
a 10 a classificação “Dor Máxima” (Dor de intensidade 
máxima imaginável) 
 
A classificação numérica indicada pelo doente será 
assinalada na folha de registro. 
ESCALA QUALITATIVA 
Na escala qualitativa solicita-se ao doente 
que classifique a intensidade da sua Dor de 
acordo com os seguintes adjetivos: “Sem 
Dor”, “Dor Ligeira”, “Dor Moderada”, “Dor 
Intensa” ou “Dor Máxima”. 
 
Estes adjetivos devem ser registrados na 
folha de registro. 
ESCALA DE FACES 
Na escala de faces é solicitado ao doente que classifique 
a intensidade de sua dor de acordo com a mímica 
representada em cada face desenhada, sendo a 
expressão de felicidade corresponde a classificação 
“Sem Dor” e a expressão de máxima tristeza 
corresponde a classificação “Dor Máxima”. 
Registra-se o número equivalente à face selecionada 
pelo doente 
04/11/2012 
5 
 O questionário de dor McGill (MPQ) foi elaborado em 
1975 por Melzack, na Universidade McGill, em 
Montreal, Canadá, com o objetivo de fornecer 
medidas qualitativas de dor que possam ser 
analisadas estatisticamente. Esse é um dos 
questionários mais referenciadosmundialmente e 
usados na prática clínica. 
 
 O MPQ avalia as qualidades sensoriais, afetivas, 
temporais e miscelânea da dor. Além disso, apresenta 
em seu escopo uma avaliação da distribuição espacial 
e da intensidade da dor (“sem dor” a “cruciante”). 
 
 Há grande evidência da validade, confiabilidade e 
habilidade discriminativa do MPQ quando usado com 
adultos jovens. 
• Todos os profissionais da saúde têm a 
responsabilidade moral de promover um 
acompanhamento adequado da dor em 
pacientes. Os pacientes têm direito primário ao 
tratamento, para não sentir uma dor 
desnecessária. Sentir dor é desumano, destrói a 
autonomia e é humilhante. Em seu extremo, a 
dor destrói o espírito e impede o indivíduo de 
viver. 
 (ALEXANDER, 2004) 
• Utilizado para avaliação dos aspectos 
sensoriais, afetivos e avaliativos da dor, 
inclui um diagrama corporal para 
localização da experiência dolorosa, uma 
escala de intensidade e 78 descritores de 
dor agrupados em 4 grandes grupos e 20 
subgrupos. 
Sensorial: 1-10 Avaliativa: 16 
Afetiva: 11-15 Mista: 17-20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 MEDICAMENTOSO 
 
 X 
 
 FISIOTERAPIA 
 
 
 Equilíbrio das vias de 
 transmissão da dor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS ELETROTERMOTERÁPICOS 
TENS 
Impulsos elétricos sobre a pele, de baixa frequência, 
sobre os nervos ou raízes espinhais que inervam a 
sede da dor. 
 
Teoria da barreira para a dor: a ativação seletiva de fibras 
nervosas é capaz de modular a transmissão e a percepção 
dos impulsos dolorosos. 
 
Alguns estudos demonstram que a Tens é menos eficaz 
nas pessoas idosas. 
 
04/11/2012 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O período de eletroestimulação precisa ser muito mais 
 longo – horas. 
 
 Diminuição da produção de opiáceos endógenos pela 
 Tens – atrofia dos sistemas endofinérgicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tens e exercícios físicos possuem bases neurofisiológicas 
 comuns. 
 
 
 È mais eficaz na dor aguda do que na dor crônica. 
 
 
Contra-indicação: uso de marca-passo, demencia ou 
 confusão mental. 
 
 
 AVE, AIT e Epilepsia – monitorização rigorosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CALOR 
 Efeitos analgésicos, antiespasmódicos e sedativos. 
 
 Associado à massagem e/ou à hidroterapia. 
 
 Contra-indicação: diminuição da sensibilidade térmica, 
 áreas de alt. da perfusão vascular – 
 edema ou isquemia, 
 uso de vasodilatadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
Prevenir ou compensar os efeitos nocivo da falta do uso 
 
O fato de se evitar atividade física tem mais a ver com medo 
e ansiedade do que com deficiência propriamente dita. 
 
Cuidado com os traumatismos e prevenir fadiga muscular. 
 
Nível de exigência de acordo com o paciente para evitar o 
fracasso. 
 
O fracasso é capaz de aumentar a percepção da dor. 
 
Técnicas de relaxamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADA UM SABE A DOR E A DELÍCIA 
 DE SER O QUE É...

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes