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As origens do existencialismo em Soren Kierkegaard Dinamarquês (1813 a 1855) “Filho da velhice” Considerado o primeiro filósofo existencialista Fontes inspiradoras: cristianismo, filósofos alemães e sua própria vida Sua história de vida Criado em rígidos princípios da religião Luterana proclama a natureza pecaminosa do homem viveu obcecado por esse sentimento 25 anos (após a morte de seu pai): viveu prazeres desregrados, consumo de álcool e ostentação Principal preocupação Encontrar, para si mesmo, uma verdade em que podia se basear a verdade é a própria vida em ação (que a exprime) ele tenta se apropriar de sua própria verdade = a respeito de sua vida, de sua pessoa A existência humana só pode ser explicada através da realidade, a qual é concreta, irracional e subjetiva Principal preocupação A realidade da qual o indivíduo tem maior conhecimento é a sua própria a única que interessa de fato e que o indivíduo pode conhecer: a realidade singular e concreta só podemos nos apropriar da realidade subjetivamente a subjetividade é a verdade, é a realidade Temas centrais Categorias centrais de seu pensamento: a subjetividade a individualidade - a existência Subjetividade A verdade é subjetiva só conheço a verdade quando ela se torna vida em mim Subjetividade = a condição interior pessoal Individualidade O pecador e o homem em estado de graça representam os tipos de indivíduo mais opostos e mais definidos - o contraste da existência culmina nestas duas formas antagônicas da individualidade Individualidade Indivíduo mais rico: o que realizou as possibilidades da existência ao máximo = que chegou a ser cristão em espírito e em verdade - ser cristão: defrontar-se sozinho com Deus, realizando a plenitude individual = o caminho para atingir este ideal está na doutrina das “esferas ou estágios da existência” Existência O existir é a única coisa que há É uma escolha não de bens ou coisas, mas uma escolha de si mesmo de forma necessária e livre O desespero resulta do fracasso dessa escolha - a angústia está associada à possibilidade e à liberdade Existência Há alguns aspectos na vivência do homem que limitam a sua liberdade: uma sensação de que algo o obriga a se escolher de determinada maneira a necessidade de tomar a responsabilidade a respeito daquilo que se escolheu uma tendência do homem a escolher a repetição de decisões anteriores Estágios da existência Apenas o ser humano tem consciência de sua singularidade o homem é espírito, é a síntese de finito e infinito, de temporal e eterno, de liberdade e necessidade Estágios da existência A existência do homem se processa dividindo-se em três estágios: o estético (o homem vive fora de si) o ético (ele começa a entrar em si) religioso (volta-se completamente para si, encontrando-se nas mãos de Deus) Estágios da existência (estético) O homem busca um sentido para sua existência, se deixando dominar pelas sensações e sentimentos próprios - acredita-se totalmente livre, vive ao sabor dos impulsos, desfrutando o máximo prazer possível Estágios da existência (estético) Depois o homem percebe que tudo é passageiro: sente, em seu íntimo, que a permanente disponibilidade para agir segundo seus ditames pessoais não lhe traz a satisfação desejada = a revelação do sentido de sua existência Frustração Estágios da existência (estético) Desespero: não é algo que rebaixe o homem - através do desespero o homem alcança o estágio seguinte = o ético Estágios da existência (ético) Mantendo sua individualidade, descobre que não pode ignorar as exigências do mundo exterior (normas e convenções) assume a responsabilidade de seus atos reconhece os próprios erros e culpas A personalidade do indivíduo permanece livre, mas nos limites estabelecidos pela sociedade Estágios da existência (ético) Exigências éticas: conscientizam o homem de suas falhas, mas não conseguem proporcionar-lhe a existência pela qual anseia - esta, ele só encontrará no próximo estágio = o religioso Estágios da existência (religioso) Fase culminante do desenvolvimento existencial: através da religiosidade, o homem alcança uma relação particular com Deus (o Absoluto) - Deus torna-se a regra para o indivíduo e a única fonte capaz de realizá-lo plenamente Estágios da existência (religioso) Salto do estágio ético para o religioso: o homem tem que escolher entre as exigências racionais, éticas e a fé (repudiar a ética e a razão e escolher a fé) a fé tudo suplanta; ela está acima dos princípios da razão e da ética Estágios da existência (religioso) Trata-se do “estar diante de Deus” = um diálogo misterioso entre Deus e o homem - o chamado de Deus se realiza em cada instante e o homem deve corresponder continuamente, pois só assim existe autenticamente Existência autêntica Existência designa exclusivamente uma maneira de ser, finita e temporal, que está sujeita ao devir daí não ser possível aplicar o termo existência a Deus, se consideramos em seu modo eterno de ser a existência de Deus só pode ser apreendida pela crença: o salto da fé nos dá a certeza desta existência Existência autêntica Somente a fé pode resolver a questão que se apresenta ao homem: a angústia entre o bem e o mal É impossível fugir à liberdade dessa escolha: solução é enfrentar a angústia, pois ela constrói, educa, leva a pessoa à exigência da presença de Deus
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