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Concurso Banestes 2015 Conteúdo Programático 1. Introdução e esclarecimento ..................................................... 1 2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional - SFN ........................ 1 3. Mercado Financeiro ................................................................... 2 4. Liquidez ...................................................................................... 2 5. Política Econômica ..................................................................... 2 6. Instrumentos de política monetária .......................................... 2 7. Mercado Primário e Secundário ................................................ 2 8. Mercado Bancário ...................................................................... 2 9. Spread Bancário ......................................................................... 3 10. Conselho Monetário Nacional ................................................... 3 11. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional ............. 4 12. Banco Central do Brasil - BCB ou Bacen ..................................... 4 13. COPOM - Comitê de Política Monetária .................................... 5 14. Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio......................... 5 15. Abertura e movimentação de contas: documentos básicos ...... 7 16. Depósitos a vista ........................................................................ 9 17. Depósitos a Prazo (CDB e RDB) .................................................. 9 18. Caderneta de Poupança ............................................................. 9 19. Financiamento de Capital Fixo ................................................. 10 20. Financiamento de Capital de Giro ............................................ 10 21. Crédito fixo .............................................................................. 10 22. Crédito rotativo ........................................................................ 10 23. Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ....................................... 10 24. Cheque Especial ....................................................................... 11 25. Contas garantidas .................................................................... 11 26. Descontos de títulos ................................................................ 11 27. Hot Money ............................................................................... 11 28. Leasing (tipos, funcionamento, bens) ...................................... 11 29. Cartões de Débito .................................................................... 12 30. Cartões de crédito.................................................................... 12 31. Cobrança .................................................................................. 14 32. Arrecadação de tributos e tarifas públicas .............................. 14 33. Home / Office Banking ............................................................. 15 34. Remote banking ....................................................................... 15 35. Mobile Banking ........................................................................ 15 36. Bancos Comerciais ................................................................... 15 37. Bancos de Investimento ........................................................... 15 38. Bancos de desenvolvimento .................................................... 16 39. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento ........... 16 40. Sociedades de Arrendamento Mercantil ................................. 16 41. Sociedades de Crédito Imobiliário ........................................... 17 42. Bancos Múltiplos ...................................................................... 17 43. Bancos Cooperativos................................................................ 17 44. Caixas Econômicas ................................................................... 17 45. Cooperativas de Crédito .......................................................... 17 46. Cheque - requisitos essenciais, circulação, endosso, cruzamento, compensação ...................................................... 18 47. Nota promissória ..................................................................... 20 48. Duplicata .................................................................................. 20 49. Letra de Câmbio ....................................................................... 21 50. Mercado de Capitais ................................................................ 21 51. Conselho Monetário Nacional ................................................. 21 52. Comissão de Valores Mobiliários - CVM .................................. 21 53. Estrutura e Funcionamento ..................................................... 22 54. Sociedades Anônimas - diferenças entre companhias abertas e fechadas .............................................. 22 55. Ações - características e direitos.............................................. 23 56. Direitos dos Acionistas ............................................................. 23 57. Desdobramento e Grupamento de Ações ............................... 23 58. Valor das Ações ........................................................................ 23 59. Bolsas de Valores ..................................................................... 23 60. Bolsas de mercadorias e de futuros ......................................... 24 61. BM&FBovespa ......................................................................... 24 62. Mercado de balcão .................................................................. 25 63. Negociando com Ações ............................................................ 25 64. Funcionamento do mercado à vista de ações ......................... 25 65. Debêntures .............................................................................. 26 66. Commercial Paper .................................................................... 26 67. Operações de Underwriting ..................................................... 27 68. Fundos Mútuos de Investimento ............................................. 27 69. Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários - SCTVM e Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários - SDTVM ................................................................ 27 70. Sistema de Seguros Privados, Previdência Complementar Aberta Títulos de Capitalização ............................................... 28 71. Conselho Nacional de Seguros Privados .................................. 28 72. Superintendência de Seguros Privados .................................... 28 73. Sociedades Seguradoras .......................................................... 28 74. Planos de seguros .................................................................... 29 75. Corretoras de Seguros ............................................................. 29 76. Entidades Abertas de Previdência Privada............................... 30 77. Planos de aposentadoria e pensão privados abertos .............. 30 78. Sistema de Previdência Complementar Fechada ..................... 31 79. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) ...... 31 80. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) ................................................................................... 31 81. Entidades fechadas de previdência privada ............................. 32 82. Planos de aposentadoria e pensão privados fechados ............ 32 83. Mercado de Câmbio ................................................................ 32 84. Instituições autorizadas a operar ............................................. 32 85. Operações básicas ...................................................................33 86. Contratos de câmbio - características ...................................... 33 87. Taxas de câmbio ...................................................................... 33 88. Posição de Câmbio ................................................................... 34 89. Garantias do Sistema Financeiro Nacional............................... 34 90. Aval ...................................................................................... 34 91. Fiança ...................................................................................... 34 92. Fianças Bancárias ..................................................................... 35 93. Penhor Mercantil ..................................................................... 35 94. Alienação Fiduciária ................................................................. 35 95. Hipoteca ................................................................................... 36 96. Fundo Garantidor do Crédito (FGC) ......................................... 36 97. Sistema de Pagamentos Brasileiro. .......................................... 37 98. Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis ............. 38 99. Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) .................. 38 100. Cetip S.A. - Mercados organizados .......................................... 39 101. Guia de Conduta Ética do Sistema Financeiro Banestes .......... 40 102. Instituições Financeiras Monetárias e Não Monetárias ........... 40 103. Títulos de crédito ..................................................................... 40 104. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................... 40 105. Exercícios - 1ª parte ................................................................. 41 106. Exercícios - 2ª parte ................................................................. 65 107. Exercícios - 3ª parte ................................................................. 89 Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto facebook.com/ConhecimentoBancario 1 1. Introdução e esclarecimento Seja muito bem-vinda(o) ao curso de Conhecimentos Bancários para o concurso do Banestes 2015, para o cargo de Técnico Bancário. Este curso foi elaborado levando em conta o conteúdo exigido no Edital CKM 01/2015, de 08.05.2015. O período de inscrições é de 08 a 25.05.2015. A prova está marcada para 12.07.2015. Ao longo desta apostila e dos nossos encontros em sala de aula ou nas vídeoaulas teremos a oportunidade de trabalhar todo o conteúdo, por meio de aulas teóricas, exemplos da prática bancária e vários exercícios. Estarei à disposição em sala de aula e também no meio virtual. Participem da minha comunidade Conhecimentos Bancários no Facebook, acessando facebook.com/ConhecimentoBancario. Estude e realize os seus sonhos! Conte com a minha experiência profissional, pois trabalho em bancos desde 1968, com o meu auxílio e com a minha parceria. Fique na paz! Prof. Cid Roberto Conhecimentos Bancários 2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional - SFN Entende-se a palavra “estrutura” como o modo pelo qual as diferentes partes de um todo estão dispostas. O termo “financeiro” tem a ver com finanças e à circulação e à gestão do dinheiro e de outros recursos líquidos, segundo o Dicionário Aurélio. Segundo o mesmo dicionário, “nacional” significa de, ou pertencente ou relativo a uma nação, ou próprio dela. A palavra “sistema” é entendida como o conjunto de partes, componentes, que interagem entre si, de forma ordenada, a fim de atingir um objetivo comum. De acordo com o conceito, todos os sistemas têm partes que interagem entre si, possuem ordem ou normas e visam um objetivo comum. Assim, poderíamos fazer as seguintes associações: SISTEMA PARTES ORDENAMENTO/ NORMAS OBJETIVO Solar planetas, estrelas, satélites, etc. leis da gravidade, física, etc. manter o equilíbrio dos corpos celestes Transporte vias, veículos, passageiros, etc. código de trânsito transportar cargas e passageiros Financeiro Nacional órgãos normativos, entidades supervisoras, entidades financeiras, entidades auxiliares, PF e PJ, etc. leis, decretos, resoluções, normas, códigos, etc. circular as finanças da nação brasileira; encontro dos superavitários com os deficitários O Sistema Financeiro Nacional - SFN tem a função básica de fazer o encontro dos superavitários (doadores de recursos) com os deficitários (tomadores de recursos). Para que isso ocorra, existem intermediários financeiros legalmente autorizados a fazerem esses encontros. São os operadores do SFN. Eles fazem com que os que têm sobra de dinheiro encontrem alternativas onde aplicar seus recursos financeiros. Esses recursos são repassados para os agentes econômicos que necessitam de dinheiro para atender as suas necessidades de consumo, que podem ser de caráter pessoal bem como para ampliação da capacidade produtiva das empresas. A intermediação financeira implica em captar os recursos dos superavitários, repassando-os para os deficitários. Os intermediários financeiros ganham juros ou comissões, dependendo da operação financeira que estiver realizando. Os superavitários ao aplicarem seus recursos em geral esperam auferir rendimentos positivos. Os deficitários pagam juros pelos recursos que tomam emprestados. Como consta no sítio do Banco Central do Brasil (bcb.gov.br), o SFN está estruturado basicamente em três subsistemas: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional - CMN Banco Central do Brasil - Bacen Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Comissão de Valores Mobiliários - CVM Bolsas de mercadorias e futuros Bolsas de Valores Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Superin- tendência de Seguros Privados - Susep Ressegu- radores Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitali- zação Entidades Abertas de previdência complementar Conselho Nacional de Previdência Comple- mentar - CNPC Superin- tendência Nacional de Previdência Comple- mentar - Previc Entidades Fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) Órgãos Normativos Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma. São os seguintes: Conselho Monetário Nacional - CMN; Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP; e Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC. Entidades Supervisoras Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e punir os operadores do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas. São os seguintes: Banco Central do Brasil - Bacen; Comissão de Valores Mobiliários - CVM; Superintendência de Seguros Privados - Susep; e Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc. Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto grancursosonline.com.br 2 Operadores (Intermediários Financeiros) São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendo-lhes observar as regras definidas pelosórgãos normativos e que são implementadas pelas entidades supervisoras. 3. Mercado Financeiro O setor financeiro é constituído por quatro segmentos, definidos pelos tipos de operações que os caracterizam e pelos fins a que se destinam. O termo mercado é usualmente empregado na designação desses segmentos. Esta designação resulta da própria essência da intermediação financeira: os intermediários financeiros estão entre os tomadores de recursos, aqueles que exercem a procura por ativos financeiros, e os poupadores, que detêm recursos excedentes e exercem a oferta destes excedentes de ativos financeiros. Termos, portanto, a situação típica de um mercado constituído pelas forças da oferta e da procura. Segundo Newlands Jr, 2009, os quatro segmentos do setor financeiro correspondem a quatro mercados: Monetário, de Crédito, de Câmbio e de Capitais Mercado Monetário É neste mercado que se estabelece o nível de liquidez geral da economia, definido pelo suprimento de moeda, em seu conceito estrito e convencional constituída pelo papel-moeda e pela moeda escritural, esta última correspondendo aos depósitos à vista no sistema bancário. O Banco Central, na qualidade de autoridade monetária, é o regulador do nível dos estoques monetários. Para compatibilizar, no dia a dia, o nível destes estoques com a desejada liquidez da economia, as autoridades monetárias operam neste mercado junto a uma rede de intermediários financeiros, através da qual injeta ou retira recursos. Neste mercado, de alta sensibilidade e de grandes montantes negociados, as operações são de curtíssimo prazo, lastreadas por títulos repassados pelo Banco Central. Também fazem parte deste mercado as operações do chamado interbancário, lastreadas em CDIs. As operações do Banco Central no mercado monetário são denominadas Operações no Mercado Aberto (Open Market). Mercado de Crédito As operações neste mercado têm prazos curto, médio e longo; têm por finalidade o financiamento do consumo das pessoas físicas, do capital fixo e do capital de giro das empresas. Esse processo envolve concessores de crédito (instituições financeiras) e tomadores finais (pessoas físicas e jurídicas), com normas preestabelecidas, tais como valor da operação, destino do uso, custo do crédito, prazo, garantias oferecidas e forma de liquidação: valor da operação: valor em moeda ou percentual do bem a financiar; destino do uso: crédito industrial, rural, imobiliário, capital de giro, pessoal, direto ao consumidor; custo do crédito: refere-se ao custo de captação de recursos, mais impostos e taxas e mais remuneração do agente financeiro (spread); prazo: data de vencimento; garantias: reais - baseadas em bens ou títulos (hipoteca, alienação fiduciária e penhor); fidejussórias - prestadas por terceira pessoa (aval e fiança, garantem até a capacidade do patrimônio do avalista ou fiador); acessórias (seguro do bem); forma de liquidação: de uma só vez ou pagamento parcelado. É também neste mercado de crédito que os poupadores (agentes superavitários quanto aos recursos financeiros) fornecem os recursos que serão repassados. Além desses dois mercados temos ainda o Mercado de Câmbio e o Mercado de Capitais. 4. Liquidez Três conceitos quantidade de dinheiro na economia capacidade de honrar compromissos financeiros possibilidade de transformar algo em dinheiro 5. Política Econômica A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação econômica do Brasil. Os instrumentos da política econômica são: política fiscal - tem a ver com os gastos públicos e os impostos; política monetária - diz respeito à moeda nacional e aos títulos públicos (dívida pública interna); política cambial - tem a ver com as moedas estrangeiras; política creditícia - diz respeito à concessão de créditos. 6. Instrumentos de política monetária São três, basicamente, os instrumentos utilizados pelo governo: compra e venda de títulos públicos (operações do mercado aberto) - quando o governo vende (lança) títulos no mercado ele retira moeda da economia e quando compra títulos ele coloca moeda na economia; depósitos compulsórios - corresponde a um percentual das captações que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central; quanto maior o percentual do compulsório menos moeda na economia e vice-versa; e controle da taxa de juros - quanto maior a taxa de juros menos pessoas estarão dispostas a tomar dinheiro emprestado, resultando em menos moeda na economia. Alguns defendem que o redesconto e a emissão de moeda também são instrumentos de política monetária. 7. Mercado Primário e Secundário Mercado primário As empresas ou o governo emitem títulos e valores mobiliários para captar novos recursos diretamente de investidores. Mercado secundário É composto por títulos e valores mobiliários previamente adquiridos no mercado primário, ocorrendo apenas a troca de titularidade, isto é, a compra e venda. Não envolve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de capital para quem o emitiu. Seu objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos. 8. Mercado Bancário Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra “mercado” em economia, significa o conjunto de compradores e vendedores e sua interação. No Mercado Bancário temos os agentes econômicos comprando e vendendo seus recursos financeiros por meio dos vários produtos e serviços bancários ofertados pelas várias instituições financeiras, de natureza bancária ou não, públicas ou privadas. Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto facebook.com/ConhecimentoBancario 3 Os produtos e serviços bancários podem ser divididos da seguinte forma em três segmentos: Operações passivas Ocorrem quando a instituição financeira capta recursos. Nessa hora o banco passa a ter um passivo, uma obrigação de devolver ao cliente o dinheiro captado. As principais operações passivas são: depósitos a vista, depósitos a prazo e depósitos de caderneta de poupança. Operações ativas Acontecem quando a instituição financeira empresta dinheiro. A partir do momento do empréstimo o banco passa a ter um ativo, o direito de receber do cliente o dinheiro emprestado. São os empréstimos e os financiamentos. As principais operações ativas são: crédito direto ao consumidor, cheque especial, conta garantida, desconto de títulos, operação de arrendamento mercantil e o financiamento imobiliário. Operações acessórias São as prestações de serviços. Não envolve captação nem empréstimo de dinheiro. A instituição financeira por meio da sua rede agências presta serviços aos clientes. Exemplo: cobrança de títulos, carnês e assemelhados, arrecadação de tributos e impostos, ordens de pagamento, consórcios, cartão de crédito e etc. 9. Spread Bancário Em termos simplificados, o Spread Bancário é a diferença entre a taxa de juros cobrada aos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos. Em outras palavras, é a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro. O cliente que deposita dinheiro no banco, em poupança ou outra aplicação, está de fato fazendo um empréstimo ao banco. Portanto o banco remunera os depósitos de clientes a uma certa taxa de juros (chamada taxa de juros de captação ou simplesmente taxa de captação). Analogamente, quando o banco empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo - uma taxa que será certamente superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o chamado Spread Bancário. 10. ConselhoMonetário Nacional O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei nº 4.595, de 31.12.1964. É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Tem a responsabilidade de expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Dentre suas funções estão: fixar a meta anual de inflação; adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia e seu processo de desenvolvimento; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras com vistas a propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e externa; estabelecer a meta de inflação; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro; disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas; regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades no SFN, bem como a aplicação das penalidades previstas; regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária; estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central do Brasil - Bacen em suas transações com títulos públicos; estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros (juro, tarifas, etc); outorgar ao Banco Central o monopólio das operações de câmbio quando necessário; determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; autorizar as emissões de moeda; aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central; aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer-se; determinar o recolhimento de até 60% do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras por: subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, recolhimento em espécie. Em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil; fixar e divulgar a TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo até o último dia do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência (em 31.12, 31.03, 30.06 e 30.09). Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito - Comoc, composta dos seguintes membros: presidente e quatro diretores do Banco Central do Brasil; presidente da Comissão de Valores Mobiliários; secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro Nacional e de Política Econômica do Ministério da Fazenda. A Comoc possui as seguintes competências: propor a regulamentação das matérias tratadas na presente Lei, de competência do Conselho Monetário Nacional; manifestar-se, na forma prevista em seu regimento interno, previamente, sobre as matérias de competência do Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas constantes da Lei nº 4.595; outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Conselho Monetário Nacional. Estão previstas de funcionar também junto ao CMN as seguintes Comissões Consultivas: de Normas e Organização do Sistema Financeiro; de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; de Crédito Rural; de Crédito Industrial; Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto grancursosonline.com.br 4 de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana; de Endividamento Público; e de Política Monetária e Cambial. É constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento Gestão e pelo Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen). Os seus membros reúnem-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente por convocação do seu presidente para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. A data, a hora e o local de cada reunião serão determinados pelo presidente do conselho. Participam das reuniões do CMN: os conselheiros; os membros da Comoc; os diretores do Banco Central do Brasil, não integrantes da COMOC; representantes das Comissões Consultivas, quando convocados pelo Presidente do CMN. Poderão assistir às reuniões do CMN: assessores credenciados individualmente pelos conselheiros; convidados do presidente do conselho; funcionários da secretaria-executiva do conselho, credenciados pelo Presidente do Banco Central do Brasil. Somente aos conselheiros é dado o direito de voto. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. De todas as reuniões são lavradas atas, que informarão o local e a data de sua realização, nomes dos conselheiros presentes e demais participantes e convidados, resumo dos assuntos apresentados e debates ocorridos e as deliberações tomadas, cujo extrato é publicado no Diário Oficial da União - DOU. As decisões de caráter confidencial serão comunicadas somente aos interessados. Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo Bacen. As metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional - CMN, mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda até 30 de junho de cada segundo ano imediatamente anterior ao da meta. 11. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional É um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é constituído por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial. Composição: dois representantes do Ministério da Fazenda (Minifaz); um representante do Banco Central do Brasil (Bacen); um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indicados em lista tríplice Todos os Conselheiros são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez. Fazem parte ainda: Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador- Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo. Um dos representantes do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantesdas entidades de classe que integram o Conselho. Atribuições: julgar em segunda e última instância administrativa os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Secretaria de Comércio Exterior e pelo Coaf - Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Recursos de penalidades examinados: relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de capitais estrangeiros e de crédito rural e industrial; relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de consórcios; referentes à adoção de medidas cautelares; referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural e industrial, e a impedimentos referentes ao Programa de Garantia de Atividade Agropecuária - PROAGRO; e das decisões do Coaf “Conselho de Controle de Atividades Financeiras” relativas às aplicações de penas administrativas. Compete ainda apreciar os recursos de ofício, dos órgãos e entidades competentes, contra decisões de arquivamento dos processos. 12. Banco Central do Brasil - BCB ou Bacen Trata-se de uma autarquia 1 federal vinculada ao Ministério da Fazenda, com diretoria colegiada composta de nove membros (presidente e oito diretores), todos nomeados pelo Presidente da República, sujeitos à aprovação do Senado Federal. É o principal órgão executivo do Sistema Financeiro Nacional. O Bacen faz cumprir todas as determinações do CMN (Conselho Monetário Nacional). É por meio do Bacen que o governo intervém diretamente no Sistema Financeiro. As principais atribuições do Bacen são: executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as diretrizes do Governo Federal; regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional; administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) administrar e sanear o meio circulante; emitir papel moeda; autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras, punindo-as se for o caso; controlar o fluxo de capitais estrangeiros; exercer o controle do crédito executar os serviços de meio circulante; determinar os recolhimentos compulsórios de: até 100% do total de depósitos a vista e até 60% de outros títulos contábeis (também chamados de rubricas contábeis ou contas do balanço patrimonial); seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie (em ambos os 1 Autarquia - entidade de direito público, com autonomia econômica, técnica e administrativa, embora fiscalizada e tutelada pelo Estado, o qual eventualmente lhe fornece recursos, e constitui órgão auxiliar de seus serviços. Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto facebook.com/ConhecimentoBancario 5 casos entregues ao Banco Central do Brasil, podendo ser diferentes em função das regiões geográficas, das prioridades e da natureza das instituições financeiras); receber os recolhimentos compulsórios dos bancos; realizar operações de redesconto; efetuar como instrumento de política monetária a compra e venda títulos públicos federais; e regular o serviço de compensação de cheques e outros papeis. É vedado ao Banco Central: Fazer operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas: de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos, das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras operações em moeda estrangeira, e eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora aplicados por força do disposto na legislação em vigor. O BCB, em função das diversas atividades que desenvolve recebe vários títulos: Banco dos bancos Determina e recolhe Depósitos compulsórios e faz operações de redesconto de liquidez. Gestor do SFN Elabora normas, concede autorizações, fiscaliza e intervém. Executor da política monetária Controla os meios de pagamento, cuida da liquidez do mercado. Banco emissor Executa o orçamento monetário, emite moeda e saneia o meio circulante. Banqueiro do governo Gestor e fiel depositário das reservas internacionais e nacionais do país, e representante do país diante das instituições financeiras internacionais. 13. COPOM - Comitê de Política Monetária O Comitê de Política Monetária (Copom), constituído no âmbito do Bacen, em 20.06.1996, tem como objetivos implementar a política monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés e analisar o Relatório de Inflação. É composto pelo Presidente e os Diretores do Bacen, que se reúnem ordinariamente oito vezes por ano e, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do número de Diretores. As reuniões acontecem com o intervalo em torno de 45 dias. O Copom deliberará por maioria simples de votos, a serem proferidos oralmente, cabendo ao Presidente voto de qualidade. Compete ao Copom avaliar o cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados, com base nos quais são tomadas as decisões de política monetária. As decisões do Copom têm como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional. Se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias. Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. 14. Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio Pessoas Físicas Capacidade e Incapacidade Civil Capacidade de Fato - É aquela que permite o exercício de direitos pelo próprio titular. Confunde-se com o autodiscernimento ou consciência dos próprios atos. Trata-se, portanto, de uma aptidão que não depende de determinação legal, sendo mero atributo da personalidade moral. Capacidade Jurídica - É aquela que possibilita a pessoa a adquirir e exercer direitos e contrair obrigações. Capacidade Plena - É aquela atribuída a todas as pessoas aptas a exercer direitos, isto é, as que completam 18 anos. Da Personalidade e da Capacidade Civil Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: os menores de dezesseis anos; os que, porenfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Obs.: Estes deverão ser representados em seus atos. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos. Obs.: Estes deverão ser assistidos em seus atos. Atenção: A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Cessará, para os menores, a incapacidade: pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; pelo casamento; pelo exercício de emprego público efetivo; pela colação de grau em curso de ensino superior; pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto grancursosonline.com.br 6 aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Pessoas Jurídicas As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. São pessoas jurídicas de direito público interno: a União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as autarquias, inclusive as associações públicas; as demais entidades de caráter público criadas por lei. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil. São pessoas jurídicas de direito público externo: os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os partidos políticos. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades. Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. O registro declarará: a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; o nome e a individualização dos fundadores ou institui dores, e dos diretores; o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Obriga a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-Ihe-á administrador provisório. Desconsideração da Personalidade Jurídica Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. Registro O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. Representação Na sucessão legítima, direito dos descendentes em linha reta, ou colateral, do falecido, de suceder em todos os direitos que a ele competiam; faculdade legal que se atribui a alguém para agir em juízo; a representação é o objetivo do mandato, razão pela qual se diferencia de qualquer contrato. Podem ser representadas as pessoas jurídicas, os incapazes, o interdito, entre outros. Em Juízo, a parte será representada por advogado legalmente habilitado. Outras formas de representação são arroladas pelo Código de Processo Civil em seu art. 12 - autorização dada pela vítima do crime ou seu representante legal, para que a autoridade policial, o promotor público ou o juiz determinem a instauração de inquérito policial, a fim de que o órgão do Ministério Público possa oferecer a denúncia nos crimes de ação pública dependentes dessa formalidade. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. O representante é obrigado a provar às pessoas com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. É anulável o negócio concluído pelo representanteem conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. Mandato Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto facebook.com/ConhecimentoBancario 7 procuração é o instrumento do mandato. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde este foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida. Quando se outorgue mandato por instrumento público, ainda pode substabelecer-se mediante instrumento particular. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder àqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do mandante. O mandato em temos gerais só confere poderes de administração. Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou não tenha poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores. Extinção do Mandato Cessa o mandato: pela revogação ou pela renúncia; pela morte ou interdição de uma das partes; pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se for prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de proceder à substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se este provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável, e que não lhe era dado substabelecer. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem. Domicílio É o local onde a pessoa fixa sua residência com ânimo definitivo O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de mudá-lo. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares que deixar e dos para onde for. Se não fizer tais declarações, a prova resultará da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: da União, o Distrito Federal; dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver- se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 15. Abertura e movimentação de contas: documentos básicos Tipos de Contas Os principais tipos de conta são: depósito à vista - é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do depositante fica à sua disposição para ser sacado a qualquer momento; poupança - foi criada para estimular a economia popular e permite a aplicação de pequenos valores que passam a gerar rendimentos mensalmente; e conta-salário - é um tipo especial de conta de registro e controle de fluxo de recursos, destinada a receber salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. A "conta-salário" não admite outro tipo de depósito além dos créditos da entidade pagadora e não é movimentável por cheques. Abertura Para abertura de conta de depósito, é necessário preencher a ficha- proposta de abertura de conta, que é o contrato firmado entre banco e cliente; dispor de quantia mínima, caso exigida pelo banco; e apresentar os originais dos seguintes documentos: no caso de pessoa física: documento de identificação (carteira de identidade ou equivalente, como, por exemplo, a carteira nacional de habilitação nos moldes previstos na Lei 9.503, de 1997); inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); e comprovante de residência. no caso de pessoa jurídica: Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto grancursosonline.com.br 8 documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial); documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta; e inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). O contrato de abertura de conta um acordo entre as partes, a instituição financeira não é obrigada a abrir uma conta específica. O menor de idade pode ser titular de conta bancária. O jovem menor de 16 anos precisa ser representado pelo pai, mãe ou responsável legal. O maior de 16 e menor de 18 anos não emancipado devem ser assistidos pelo pai, mãe ou pelo responsável legal.O banco deve prestar no ato de abertura conta informações sobre direitos e deveres do correntista e do banco, constantes de contrato, tais como: condições para fornecimento de talonário de cheques; necessidade de você comunicar, por escrito, qualquer mudança de endereço ou número de telefone; condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF); informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos; tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que não podem ser cobrados; saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta. Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas explicativas na ficha-proposta. Antes de abrir uma conta o interessado deve tomar os seguintes cuidados: ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-proposta); não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas as dúvidas, inclusive referentes a tarifas, juros e outros encargos; solicitar cópia dos documentos que assinou. As informações incluídas na ficha-proposta e todos os documentos de identificação devem ser conferidos, nos originais, quando da abertura da conta, pelo funcionário encarregado da abertura da conta, que assina a ficha juntamente com o gerente responsável. Os nomes desses dois funcionários devem estar claramente indicados na ficha-proposta. Em caso de abertura de contas para deficientes visuais o banco deve providenciar a leitura de todo o contrato, em voz alta. O dinheiro depositado em qualquer tipo de conta não pode ser transferido, pelo banco, para qualquer modalidade de investimento sem autorização do correntista. Isso somente pode ocorrer mediante autorização feita por escrito ou por meio eletrônico. O banco não pode fazer débitos em conta sem autorização do cliente. O banco só pode debitar na conta se tiver sido autorizado pelo correntista. Essa autorização pode ocorrer no momento da assinatura do contrato, ou em contratos de financiamento e empréstimo em que o cliente concorde com o débito em sua conta, ou ainda nas situações de agendamento de pagamento solicitado pelo titular da conta. O débito relativo a tarifas bancárias normalmente é autorizado no momento da assinatura do contrato. Observe que, mesmo autorizado, o débito referente à cobrança de tarifa em conta corrente e em conta de poupança não pode ser superior ao saldo disponível, sendo que o saldo disponível compreende o saldo em sua conta mais o limite de cheque especial, quando houver. Sendo um contrato voluntário e por tempo indeterminado, uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma das partes envolvidas. Quando a iniciativa do encerramento for do banco, ele deve: comunicar o fato, solicitando a regularização do saldo e a devolução dos cheques por acaso em poder do correntista; anotar a decisão na ficha-proposta. O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato imediatamente ao Banco Central. No caso da inclusão no CCF, o encerramento da conta depende da decisão do próprio banco, mas não poderá continuar fornecendo talão de cheque a você. Quando a iniciativa do encerramento for sua, você deverá observar os seguintes cuidados: entregar ao banco correspondência solicitando o encerramento da sua conta, exigindo recibo na cópia, ou enviar pelo correio, por meio de carta registrada; verificar se todos os cheques emitidos foram compensados para evitar que seu nome seja incluído no CCF pelo motivo 13 (conta encerrada); entregar ao banco as folhas de cheque ainda em seu poder, ou apresentar declaração de que as inutilizou; manter recursos suficientes para o pagamento de compromissos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de disposições legais. A instituição financeira deve lhe informar a data do efetivo encerramento da conta, por correspondência ou por meio eletrônico. O Banco Central não pode bloquear ou desbloquear valores em contas. Apenas um Juiz pode protocolar ordens de bloqueio, desbloqueio e transferências de valores e/ou contas, solicitar informações sobre endereço, existência de ativos financeiros, saldo, extratos, comunicação de falência e extinção de falência. Para facilitar a comunicação entre o Poder Judiciário e as instituições financeiras, o Banco Central desenvolveu um sistema informatizado chamado Bacen Jud, por meio do qual as ordens judiciais são registradas e transmitidas eletronicamente para as instituições financeiras. Na verdade, os juízes poderiam enviar suas determinações diretamente às instituições financeiras, mas, pela facilidade de comunicação que dispõe com o Sistema Financeiro, o Banco Central auxilia o Poder Judiciário na intermediação desse processo. Movimentação A movimentação de recursos na conta corrente pessoa física ocorre por meio de cheque, guia de retirada, cartão magnético e Internet Banking. Guia de retirada, também chamada de cheque avulso ou saque contra recibo, é um documento de saque exclusivamente para uso na agência bancária, sendo fornecida ao correntista somente no momento do saque. O cartão magnético é um cartão de plástico dotado de uma tarja magnética e/ou um chip, que permite consultas, saques e demais operações bancárias nos terminais eletrônicos dos bancos ou dos estabelecimentos comerciais conveniados. A Internet Banking é uma tecnologia que permite o acesso do cliente à sua conta, para consulta e transações eletrônicas, por meio do site do banco na Internet. Neste contexto, quando falamos de movimentação, estamos nos referindo a saque, retiradas, pagamentos e transferências, ou seja, movimentação a débito. É importante fazer esta diferenciação, pois a movimentação a crédito de uma conta (depósitos, por exemplo) pode ser feita por Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto facebook.com/ConhecimentoBancario 9 qualquer pessoa (qualquer um pode depositar valores em qualquer conta, sua ou de outrem, à sua livre escolha); no entanto, evidentemente apenas o titular de uma conta corrente ou seus representantes podem efetuar saques e pagamentos. Na conta conjunta não solidária, a movimentação se dá exclusivamente por cheques ou guia de retirada. Não é emitido cartão magnético para este tipo de conta, pois o cartão magnético é de uso pessoal e individual e a conta conjunta não solidária só admite saques efetuados por todos os titulares em conjunto. 16. Depósitos a vista A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica e própria dos bancos comerciais, o que os configura como instituições financeiras monetárias ou bancárias. É a chamada captação a custo zero. Como há custos para a abertura e movimentação da conta corrente, os bancos podem estabelecer valores mínimos para a abertura. Os bancos nada podem cobrar a título de manutenção de conta corrente. A conta corrente é o produto básico de relacionamento entre o banco e o cliente, através dela são movimentados os recursos do cliente via depósito, cheques, ordens de pagamento, créditos de salários e benefícios e débitos de contas agendadas (luz, telefone, fatura de cartão de crédito, tv a cabo, internet e etc.). A conta corrente pode ser pode ser pessoal ou conjunta. A conjunta pode ser: simples (exige a assinatura de, no mínimo, dois participantes) ou solidária (exige a assinatura apenas de um participante). 17. Depósitos a Prazo (CDB e RDB) O CDB - Certificado de Depósito Bancário é um título de crédito (físico ou escritural) e o RDB - Recibo de Depósito Bancário é um recibo que ao serem emitidos geram a obrigaçãodas instituições emissoras pagar ao aplicador, ao final do prazo contratado, o capital inicial mais a remuneração prevista. O investidor ao adquirir um CDB ou RDB está concedendo empréstimo ao banco onde é correntista tornando-se credor do banco e o banco, naturalmente, torna-se devedor do investidor. A principal diferença entre os dois é que o CDB, sendo um título, pode ser negociado por meio de transferência. O RDB é inegociável e intransferível. Trata-se de uma dívida do setor privado que permite aos bancos captarem recursos de pessoas físicas e jurídicas. A rentabilidade vem dos juros pagos pela instituição ao cliente pelo empréstimo do dinheiro ao fim do término do contrato. A aplicação inicial varia conforme o banco. Caracterizam uma operação de depósito a prazo, que pode ser formalizada por um banco múltiplo, comercial, de investimento ou sociedade crédito, financiamento e investimento (essa somente na forma de RDB) É um investimento de renda fixa, que pode ser contratado com taxa pré-fixada ou taxa pós-fixada. O CDB pode ser transferido para outra pessoa até o vencimento, possibilitando a sua negociação no mercado secundário. O resgate antes do vencimento pode ocorrer, caso o banco emissor concorde em resgatá-lo antecipadamente. Isso pode gerar a perda dos rendimentos previstos inicialmente. Esses investimentos podem ter a incidência de quatro alíquotas distintas de Imposto de Renda na Fonte sobre os seus rendimentos, conforme o prazo da aplicação: Alíquota Prazo da Aplicação 22,5% até 180 dias 20,0% entre 181 dias e 360 dias 17,5% entre 361 dias e 720 dias 15,0% 721 dias ou mais 18. Caderneta de Poupança É a aplicação mais simples, tradicional, conservadora e popular, onde se pode aplicar pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário da aplicação. Não há restrição para aplicação de grandes valores, mas na poupança prevalece o pequeno investidor, por conta da facilidade operacional, rendimento e a possibilidade de resgatar o valor depositado a qualquer momento. Trata-se de um investimento de renda fixa com taxa pós-fixada. Podem depositar pessoas físicas e jurídicas. Remunera a pessoa física e a pessoa jurídica sem fins lucrativos mensalmente e a pessoa jurídica com fins lucrativos trimestralmente, da seguinte forma: Depósitos Remuneração até 03.05.2012 0,5% a.m. ou 6,17% a.a. + TR a partir de 04.05.2012 Taxa Selic (meta) maior que 8,5% a.a. menor ou igual a 8,5% a.a. 0,5% a.m. ou 6,17% a.a. + TR 70% da Selic a.m. + TR A abertura da poupança e os depósitos podem ser feitos em qualquer dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31, bem como os depósitos realizados nesses dias, começam a contar rendimento a partir do primeiro dia do mês seguinte. Os rendimentos obtidos por pessoas físicas e jurídicas “não tributadas” não pagam imposto de renda. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real pagam o imposto de renda sobre os rendimentos auferidos. Os riscos em aplicar na poupança são quase inexistentes. Não há risco de liquidez, visto que o valor depositado pode ser sacado a qualquer momento. O risco de crédito é minimizado por ser garantido pelo Fundo Garantidor do Crédito - FGC até o limite de R$250.000,00. Os rendimentos de depósitos efetuados em cheque, desde que esses não sejam devolvidos, começam a ser contados a partir do dia depósito e não a partir da liberação do cheque. É vedado às instituições financeiras a cobrança de qualquer remuneração a título de manutenção de contas de poupança, sem exceção. Os bancos só podem cobrar as tarifas previstas na Res. CMN 3.919, de 25.11.2010. Os tipos de serviços prestados pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB são classificados em quatro modalidades: serviços essenciais: aqueles que não podem ser cobrados serviços prioritários; serviços especiais; e Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto grancursosonline.com.br 10 serviços diferenciados. Serviços essenciais (sem cobrança): fornecimento de cartão com função débito; fornecimento de segunda via do cartão de débito, exceto nos casos decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à instituição emitente; realização de até dois saques, por mês, em guichê de caixa ou em terminal de autoatendimento; realização de até duas transferências, por mês, para conta de depósitos de mesma titularidade; fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação dos últimos trinta dias; realização de consultas mediante utilização da internet; fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discriminando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; e prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos. Atenção: A regulamentação estabelece também que a realização de saques em terminais de autoatendimento em intervalo de até trinta minutos é considerada como um único evento. 19. Financiamento de Capital Fixo São os recursos liberados pelas instituições financeiras com a destinação específica de financiar a aquisição dos bens fixos das empresas. Como bens fixos, devemos entender aqueles classificados no ativo imobilizado das empresas. São os veículos, as instalações, os móveis e utensílios, a infra- estrutura da empresa, o maquinário, os computadores, as instalações complementares, ou seja, tudo aquilo que é necessário para que a empresa possa exercer sua atividade produtiva. São operações de longo prazo e com juros mais em conta para viabilizar o desenvolvimento da empresa e até de uma região. Desta forma, as fontes (funding) destas operações têm origem nas entidades e instituições governamentais. Destaca-se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como o grande financiador das empresas no longo prazo. 20. Financiamento de Capital de Giro O capital de giro é o conjunto de valores (dinheiro) necessário para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar) e está diretamente relacionado com o circulante da empresa. Tem a ver com os recebimentos e os pagamentos da empresa. A necessidade de capital de giro acontece quando a empresa tem algum compromisso a pagar e só terá os recursos necessários dali a alguns dias. Estes compromissos podem ser impostos, aluguéis, folha de pagamento, fornecedores e etc. O financiamento de capital de giro visa atender essa necessidade de capital da empresa. Firma-se um contrato específico de abertura de crédito, onde é estabelecido o prazo, taxa, valor e garantias. 21. Crédito fixo O contrato de abertura de crédito fixo é a linha de crédito aberta com determinado valor para que o cliente utilize de uma única vez. É fixo exatamente por ter não ter mobilidade, o cliente é obrigado a usar o valor liberado de uma única vez, sendo o fixado o valor de cada parcela a ser paga periodicamente, devendo restituir ao banco o valor tomado emprestado em prazo também pré-estabelecido contratualmente. Na prática não se formaliza uma operação de crédito fixo, mas alguma das modalidades possíveis de serem realizadas: crédito direto ao consumidor, financiamento imobiliário. 22. Crédito rotativo O contrato de abertura de crédito rotativo é a linha de crédito aberta com determinado limite para que o cliente utilize conforme sua necessidade. É rotativo exatamente por ter mobilidade, o cliente utiliza o quanto necessita, quando quiser,pelo período que precisar, restituindo ao banco assim que puder. Como está pré-estabelecido não há data certa para o uso do crédito nem para devolver (a data-limite é a data de vencimento do contrato). Na prática não se formaliza uma operação de crédito rotativo, mas alguma das modalidades possíveis de serem realizadas: cheque especial, conta garantida ou cartão de crédito. 23. Crédito Direto ao Consumidor (CDC) É a operação realizada pelas financeiras para que seus clientes adquiram bens e serviços. Sua maior utilização é para a aquisição de veículos e eletrodomésticos. O bem financiado geralmente serve como garantia da operação, ficando alienado à financeira, ou seja, o cliente transfere à financeira a propriedade do bem adquirido com o dinheiro emprestado até o pagamento total da dívida. Atualmente, os contratos têm sido firmados com a incidência somente de juros pré-fixados e não há prazo máximo para a sua realização. Existe um tipo especial de CDC, chamado CDC-i, que vem a ser o Crédito Direto ao Consumidor com a interveniência do lojista vendedor. A palavra interveniência significa, segundo o Aurélio, entre outros, que há prática de intervenção. Esse CDC é chamado com interveniência porque o lojista vendedor intervém na operação, garantindo-a. Caso o financiado não pague, caberá ao lojista quitar o financiamento. O financiamento não é realizado somente com a participação da financeira e do cliente comprador do produto que estiver sendo vendido. Esse tipo de operação atende os interesses de lojas varejistas que tradicionalmente fazem vendas a prazo. Como essas lojas não são instituições financeiras elas não podem financiar seus compradores. Assim, esses lojistas firmam contratos com instituições financeiras que assumem o compromisso de financiar as vendas desses varejistas. Quando da formalização do contrato com o lojista, a instituição financeira passa a contar com o lojista garantindo adicionalmente a operação além da garantia real do produto vendido quando ele fica vinculado ao financiamento na forma de alienação fiduciária. O risco de crédito é menor nesse tipo de operação, refletindo numa menor taxa de juros para o financiado. Para o comprador é interessante, pois contrata o financiamento diretamente na loja onde estiver comprando, sem haver a necessidade de procurar alguma financeira que possa financiar suas compras. O lojista tem a vantagem de receber a vista as vendas que serão pagas parceladamente à financeira pelo seu cliente comprador. Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto facebook.com/ConhecimentoBancario 11 24. Cheque Especial Destina-se praticamente às pessoas físicas. É um limite de crédito pré-estabelecido, vinculado à conta corrente do cliente, utilizado de forma automática pela emissão de cheques quando não há saldo disponível. Conforme a conta corrente vai recebendo créditos, os recursos vão sendo transferidos para cobrir o saldo devedor utilizado. Os encargos são os juros e o IOF incidentes sobre os valores utilizados e o respectivo prazo. 25. Contas garantidas São contas de empréstimo separadas, mas vinculadas às contas correntes, com limite de crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro. Geralmente são movimentadas diretamente pelos cheques emitidos pelos clientes, quando não há saldo disponível na conta corrente. São rotativas por que um limite é pré-definido para o cliente utilizar quando necessário e conforme a conta corrente vai recebendo créditos os recursos vão sendo transferidos à conta garantida até cobrir o saldo devedor. Destinam-se às pessoas jurídicas. São garantidas por que o cliente tem um limite de uso garantido previamente e também porque para a abertura da conta o cliente oferece garantias que podem ser: nota promissória com aval dos sócios ou terceiros que possam apresentar algum bem, caução de títulos de crédito (duplicatas ou cheques pré-datados), e/ou alienação fiduciária/hipoteca. Os encargos desta operação são calculados diariamente sobre o saldo devedor e cobrados, normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação. Os encargos são os juros e o IOF incidentes sobre os valores utilizados e o respectivo prazo. 26. Descontos de títulos São os adiantamentos de recursos que os bancos fazem aos clientes, sobre valores de duplicatas de cobrança ou notas promissórias, para antecipar o fluxo de caixa do cliente. O cliente garante o recebimento de recursos que, teoricamente, só teria disponíveis no futuro. Geralmente, o desconto é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias. O banco tem o direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, inclusive de multas e/ou juros de mora por atraso. Descontos também podem ser feitos sobre os recibos de venda com cartões de crédito e os cheques pré-datados (no caso de cheques pré-datados, esses documentos ficam em caução como garantia do empréstimo). 27. Hot Money É o empréstimo de curtíssimo prazo, com prazo mínimo de um dia máximo de 29 dias. Normalmente é realizado por um dia. Têm a finalidade de financiar o capital de giro das empresas para cobrir necessidades imediatas de recursos, sem contrato de empréstimo de caráter complexo. A formação de taxa para o hot money é definida levando em conta a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (ou interfinanceiro) CDI do dia da operação, tributos e ganho pretendido. Por ser uma operação de curto prazo o hot money tem a vantagem de permitir uma rápida mudança de posição no caso de uma variação brusca nas taxas de juros para baixo. O Comunicado Bacen 7.569, diz que para efeito de distinção entre as operações de "hot money" e de capital de giro deve-se classificar como na segunda modalidade aquelas contratadas com prazo igual ou superior a 30 dias. Sendo assim, hot money tem prazo de até 29 dias. Com prazo igual ou superior a 30 dias é operação de capital de giro. 28. Leasing (tipos, funcionamento, bens) O princípio básico que fundamenta a operação de leasing é que o fato gerador de rendimentos para uma empresa é a utilização e não a propriedade de um bem. No Brasil, o leasing é chamado de arrendamento mercantil. Há dois tipos de leasing: financeiro - funciona como uma operação financeira, o total recebido a título de contraprestação mais o VRG, será suficiente para que a arrendadora recupere o valor gasto na aquisição e tenha a rentabilidade financeira esperada na operação representada pela taxa pactuada; e operacional - não funciona como uma operação financeira, o total recebido a título de contraprestação mais a quantia que for apurada ao final do contrato com a venda do bem, deverá ser suficiente para que a arrendadora recupere o valor gasto na aquisição e tenha a rentabilidade financeira esperada no negócio. No leasing financeiro é obrigatória a definição do VRG - Valor Residual Garantido. O VRG Para o cliente exercer uma das três opções que ele pode exercer ao final do contrato: comprar o bem arrendado; renovar o contrato; ou devolver o bem arrendado. Quanto a forma de pagamento, o VRG pode ser pago: antecipado; diluído; misto; ou no final. A descaracterização do contrato de arrendamento mercantil pode ocorrer caso a opção de compra seja exercida antes do prazo mínimo do contrato de leasing. Após o prazo mínimo isso não ocorre. Banestes 2015 - Conhecimentos Bancários - Prof. Cid Roberto grancursosonline.com.br 12 diferenças entre o leasing: financeiro operacional prazo mínimo
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