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Guia do estudante - HISTORIA2017

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3GE HISTÓRIA 2017 
O passo final é reforçar os estudos sobre atualidades, pois as pro-
vas exigem alunos cada vez mais antenados com os principais fatos 
que ocorrem no Brasil e no mundo. Além disso, é preciso conhecer 
em detalhes o seu processo seletivo – o Enem, por exemplo, é bem 
diferente dos demais vestibulares.
arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE Enem e o GE Fuvest são verda-
deiros “manuais de instrução”, que mantêm você atualizado sobre 
todos os segredos dos dois maiores vestibulares do país. Com duas 
edições no ano, o GE ATUALIDADES traz fatos do noticiário que podem 
cair nas próximas provas – e com explicações claras, para quem não 
tem o costume de ler jornais nem revistas.
Um plano para 
os seus estudos
Este GUIA DO ESTUDANTE HISTÓRIA oferece uma ajuda e tanto para as 
provas, mas é claro que um único guia não abrange toda a preparação necessária 
para o Enem e os demais vestibulares.
É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE tem uma série de publicações que, 
juntas, fornecem um material completo para um ótimo plano de estudos. O ro-
teiro a seguir é uma sugestão de como você pode tirar melhor proveito de nossos 
guias, seguindo uma trilha segura para o sucesso nas provas.
O primeiro passo para todo vestibulando é escolher com clareza 
a carreira e a universidade onde pretende estudar. Conhecendo o 
grau de dificuldade do processo seletivo e as matérias que têm peso 
maior na hora da prova, fica bem mais fácil planejar os seus estudos 
para obter bons resultados.
arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE PROFISSÕES traz todos os 
cursos superiores existentes no Brasil, explica em detalhes as carac-
terísticas de mais de 260 carreiras e ainda indica as instituições que 
oferecem os cursos de melhor qualidade, de acordo com o ranking 
de estrelas do GUIA DO ESTUDANTE e com a avaliação oficial do MEC.
Para começar os estudos, nada melhor do que revisar os pontos 
mais importantes das principais matérias do Ensino Médio. Você 
pode repassar todas as matérias ou focar apenas em algumas delas. 
Além de rever os conteúdos, é fundamental fazer muito exercício 
para praticar.
arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ Além do GE HISTÓRIA, que você já tem 
em mãos, produzimos um guia para cada matéria do Ensino Médio: 
GE Matemática, Geografia, Português, Redação, Biologia, Química 
e Física. Todos reúnem os temas que mais caem nas provas, trazem 
muitas questões de vestibulares para fazer e têm uma linguagem 
fácil de entender, permitindo que você estude sozinho.
Os guias ficam um ano nas bancas – 
com exceção do ATUALIDADES, que é 
semestral. Você pode comprá-los também 
nas lojas on-line das livrarias Saraiva 
e Cultura. 
CAPA: 45 JUJUBAS
1 Decida o que vai prestar
2 Revise as matérias-chave
3 Mantenha-se atualizado
FALE COM A GENTE: 
Av. das Nações Unidas, 7221, 18º andar, 
CEP 05425-902, São Paulo/SP, ou email para: 
guiadoestudante.abril@atleitor.com.br
CALENDÁRIO GE 2016
Veja quando são lançadas 
as nossas publicações
MÊS PUBLICAÇÃO
Janeiro
Fevereiro GE HISTÓRIA
Março GE ATUALIDADES 1
Abril
GE GEOGRAFIA
GE QUÍMICA
Maio
GE PORTUGUÊS
GE BIOLOGIA
Junho
GE ENEM
GE FUVEST
Julho GE REDAÇÃO 
Agosto GE ATUALIDADES 2
Setembro
GE MATEMÁTICA
GE FÍSICA
Outubro GE PROFISSÕES
Novembro
Dezembro
APRESENTAÇÃO
6 GE HISTÓRIA 2017
CARTA AO LEITOR
JE SUIS CHARLIE Em janeiro de 2015, Paris foi tomada por manifestantes em favor da liberdade de expressão
A imagem acima foi captada pelo fotógrafo Stéphane Mahé no dia 11 de janeiro de 2015, quando milhares de pessoas foram às ruas de Paris manifestar seu apoio à liberdade de expressão. A França vivia um período de comoção geral, dias após o aten-tado de extremistas islâmicos à sede do jornal satírico Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos entre jornalistas e cartunistas.Para quem acha que a foto é vagamente familiar, sugiro 
uma consulta rapidinha à imagem da página 56 deste Guia. Vai lá, eu espero...
Além da incrível semelhança, a comparação entre a icônica tela de A Liberdade 
Guiando o Povo, do pintor romântico Eugène Delacroix, e a foto dos manifestan-
tes na Place de la Nation se torna mais forte porque ambas as imagens exaltam 
a liberdade como um valor essencial para uma nação. 
A tela de Delacroix faz alusão à Revolução Liberal de 1830, quando a população 
se revoltou contra a decisão do rei Carlos X de abolir a liberdade de imprensa e 
dissolver a assembleia. A liberdade é representada por uma deusa grega clássica 
segurando a bandeira francesa. Já a fotografia de Mahé nos mostra vários mani-
festantes sobre a escultura O Triunfo da República – um deles segura um enorme 
lápis, simbolizando a liberdade de expressão e as ideias contra a intolerância.
A analogia explica um pouco por que a História é uma disciplina tão fascinante. 
A partir de um acontecimento que chocou o mundo, construímos pontes com 
fatos históricos, ampliando a discussão para os valores democráticos e as ale-
gorias artísticas, o que torna essas relações temáticas muito mais estimulantes.
Nas páginas a seguir, você verá com bastante frequência esse diálogo entre o 
passado e os fatos que movem o mundo de hoje. Trata-se de uma característica 
comum a todas as publicações do GUIA DO ESTUDANTE: a união entre a aborda-
gem jornalística presente no noticiário atual e o didatismo que a preparação para 
os exames exige. É um desafio que encaramos com muito prazer e dedicação há 
quase uma década. E este ano foi ainda mais especial, porque promovemos uma 
reformulação editorial e gráfica no Guia, com a parceria preciosa e indispensável 
do professor Julio Cesar de Souza. 
Boa leitura e sucesso nos exames!
arrow Fábio Akio Sasaki, editor – fabio.sasaki@abril.com.br
A História e a liberdade
8 EM CADA 10
APROVADOS NA 
USP USARAM
SEL O D E Q UA L IDA D E 
G U I A D O E S T U D A N T E
O selo de qualidade acima é resultado de uma pes-
quisa realizada com 351 estudantes aprovados em 
três dos principais cursos da Universidade de São 
Paulo no vestibular 2015. São eles:
� DIREITO, DA FACULDADE DO LARGO 
SÃO FRANCISCO;
� ENGENHARIA, DA ESCOLA POLITÉCNICA; e
� MEDICINA, DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP
dot 8 em cada 10 entrevistados na 
pesquisa usaram algum conteúdo do 
GUIA DO ESTUDANTE durante sua 
preparação para o vestibular. 
dot Entre os que utilizaram versões 
impressas do GUIA DO ESTUDANTE:     
88% disseram que os guias ajudaram 
na preparação. 
97% recomendaram os guias para 
outros estudantes.
TESTADO E APROVADO!
A pesquisa quantitativa por meio de entrevista 
pessoal foi realizada nos dias 11 e 12 de 
fevereiro de 2015, nos campi de matrícula dos 
cursos de Direito, Medicina e Engenharia da 
Universidade de São Paulo (USP).
� Universo total de estudantes aprovados nesses 
 cursos: 1.725 alunos.
� Amostra utilizada na pesquisa: 351 entrevistados.
� Margem de erro amostral: 4,7 pontos percentuais.
ST
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7GE HISTÓRIA 2017 
Sumário
arrow História 
VESTIBULAR + ENEM 
2017
EFEMÉRIDES
8 Os principais eventos históricos que completam aniversário em 2016
ANTIGUIDADE
10 Atentado à história O ataque do Estado Islâmico a sítios arqueológicos
12 Primeiras civilizações Pré-História, Mesopotâmia e Egito
14 Civilizações pré-colombianas A América antes dos europeus 
15 Grécia O berço da civilização ocidental, da democracia e da filosofia
18 Roma A civilização mais poderosa da história
20 Linha do tempo A cronologia dos principais fatos da Antiguidade
22 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
IDADE MÉDIA
24 Sob a autoridade de Deus ou do Estado? O Estado laico em debate 
26 O poder da Igreja A força da principal instituição da Europa medieval
28 Império Árabe A origem do Islamismo e a unificação política
30 Reino
Franco O Império Carolíngio sob o comando de Carlos Magno
31 Feudalismo O sistema político e econômico que predominou na Europa
34 Linha do tempo A cronologia dos principais fatos da Idade Média
36 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
IDADE MODERNA
38 Sem perder a majestade O longo reinado de Elizabeth II 
40 Renascimento O movimento intelectual e artístico que marcou a era
42 Reforma religiosa A contestação dos dogmas da Igreja Católica 
44 Absolutismo e mercantilismo O poder nas mãos dos reis 
46 Expansão marítima e colonização da América As grandes navegações 
e as mudanças decorrentes da chegada de Colombo ao Novo Continente
48 Revoluções inglesas do séc. XVII A burguesia contra o Absolutismo
49 Liberalismo e Iluminismo Uma nova forma de pensar no Ocidente
51 Linha do tempo A cronologia dos principais fatos da Idade Moderna
52 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
IDADE CONTEMPORÂNEA
54 Rota de fuga O drama dos mais de 54 milhões de refugiados
56 Revolução Francesa A revolta burguesa que transformou o mundo
58 Revolução Industrial O capitalismo e as mudanças no trabalho 
60 Independência da América espanhola Liberdade sem rompimento
61 Doutrinas sociais e políticas do séc. XIX As teorias do período
62 Primavera dos Povos e Comuna de Paris Insurgências socialistas
63 Unificação da Alemanha e da Itália O surgimento de novas forças
64 Imperialismo As potências europeias partilham o globo entre si 
66 I Guerra Mundial O choque de imperialismos e o brutal confronto
68 Revolução Russa Surge a primeira nação socialista do planeta
70 Grande Depressão A quebra da bolsa e a pior crise econômica do século
71 Nazifascismo O avanço do totalitarismo na Alemanha e na Itália
72 II Guerra Mundial O maior conflito da história redefine as forças
74 Guerra Fria A ameaça mútua entre duas superpotências
76 Revolução Chinesa Mao Tsé-tung e o nascimento do gigante comunista
77 Revolução Cubana O comunismo desembarca nas Américas
78 Descolonização afro-asiática As colônias obtêm a independência
79 Guerra do Vietnã A derrota dos Estados Unidos nas selvas asiáticas
80 Fim da Guerra Fria O efeito dominó provocado pela derrocada soviética
82 Linha do tempo A cronologia dos marcos da Idade Contemporânea
84 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
BRASIL COLÔNIA
86 Direito sobre a terra A comunidade indígena contra os ruralistas
88 Organização político-administrativa Portugal e o controle da colônia
89 Economia e sociedade colonial As riquezas do Brasil para a metrópole
91 Interiorização Bandeirantes e jesuítas desbravam o interior
92 Escravidão A cruel exploração de índios e negros africanos
94 Independência O Brasil ganha soberania sem alterar a estrutura social
96 Linha do tempo A cronologia dos principais fatos do Brasil Colônia
98 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
BRASIL IMPÉRIO
100 Desafios da integração As divergências entre os membros do Mercosul
102 Primeiro Reinado O breve e conturbado governo de Dom Pedro I
103 Regências Governos provisórios e agitação política
105 Segundo Reinado Dom Pedro II e o último capítulo da monarquia 
108 Linha do tempo A cronologia dos principais fatos do Brasil Império
110 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
BRASIL REPÚBLICA
112 Um governo sob pressão A presidente Dilma e o impeachment
114 República da Espada Os militares comandam um regime centralizador
115 República Oligárquica Minas Gerais e São Paulo dão as cartas
118 Primeiro governo Vargas Desenvolvimento e autoritarismo
120 República Democrática Um período de ameaças institucionais
123 Ditadura militar O golpe de Estado e a violação dos direitos 
126 Nova República A volta da democracia e a busca por estabilidade
128 Linha do tempo A cronologia dos principais fatos do Brasil República
130 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
RAIO X
132 As preciosas informações contidas nos enunciados das questões 
 
SIMULADO
134 29 questões e resoluções passo a passo
EFEMÉRIDES
8 GE HISTÓRIA 2017
500 ANOS - 1516
ȗ�Descoberta do Uruguai
200 ANOS – 1816
ȗ�Independência da Argentina
100 ANOS – 1916
ȗ��-*(0'"�ûç*��*�+-$( $-*�Código Civil Brasileiro
ȗ���!ġ.$�*��' (ç*��'� -/��$)./ $)�+0�'$�����Teoria da Relatividade Geral
ȗ���-�)� . .� ��' (ç .�. � )!- )/�(�)��Batalha de VerdunǼ�0(��*.�+-$)�$+�$.��*)!-*)/*.��
���
��0 --���0)�$�'
ȗ��$(����Guerra do Contestado
90 ANOS – 1926
ȗ�Ascensão do imperador��$�#$)*($4��Hiroito��*�/-*)*��*���+ç*
ȗ�Posse de Washington LuísǼ�ŭ'/$(*�+- .$� )/ ����� +ŭ�'$���� '#�
80 ANOS – 1936
ȗ�
)ġ�$*����Guerra Civil Espanhola
ȗ��� )$/*��0..*'$)$� ���*'!�	$/' -�+-*�'�(�(�*� $3*��*(�Ȑ� -'$(Ǽ���aliança nazifascista
70 ANOS – 1946
ȗ��0�)��*($)"*�Perón�ą� ' $/*�)���-" )/$)�
ȗ����*-���*/*-��*(+�)4�$(+'�)/����automação�)��+-*�0ûç*�� ��0/*(Ł1 $.
ȗ���0-$�*���.+�-�Dutra��..0( ����- .$�Ć)�$�� �+-*(0'"����quinta Constituição brasileira
ȗ�� - �$/*��*�%0'"�( )/*��*�Tribunal de Nuremberg
60 ANOS – 1956
ȗ���$&$/���-0.�# 1Ǽ��$-$" )/ ��������� )/- �ǔǜǘǖ� �ǔǜǙǗǼ�� )0)�$��*.�crimes cometidos por Stálin
ȗ�Tropas soviéticas bombardeiam a Hungria�
ȗ�Juscelino��0�$/.�# &�/*(��+*.. � �'�)û��*�Plano de Metas
50 ANOS – 1966
ȗ�
)ġ�$*����Revolução Cultural na ChinaǼ�$)./$/0ġ���+*-���*��.ąȐ/0)"
40 ANOS – 1976
ȗ�Reunificação do Vietnã��*��*-/ � ��*��0'
ȗ�Início do regime militar na ArgentinaǼ�,0 ��0-�-$���/ą�ǔǜǛǖ
ȗ�Morte de Mao Tsé-tung
ȗ�Morte de Juscelino Kubitschek
ȗ�Morte de João Goulart
30 ANOS – 1986
ȗ��Acidente nuclear em ChernobylǼ�)���)$ç*��*1$ą/$��Ǽ�(�/��ǖǔ�+ ..*�.� �+-*1*���($'#Ń .��
� ���.*.�� ��æ)� -
ȗ����ônibus espacial Challenger explode��0-�)/ �*�1**� �(�/��. / ��./-*)�0/�.��
)*-/ Ȑ�( -$��)*.
ȗ���"*1 -)*��*.ą���-) 4�'�)û��*�Plano Cruzado
20 ANOS – 1996
ȗ���milícia Taliban toma CabulǼ���+$/�'��*��! "�)$./ç*
ȗ���.��$)�*�+*/Ć)�$�.�)0�' �- .��..$)�(�*�Tratado para a Proibição Completa 
de Testes Nucleares
10 ANOS – 2006
ȗ���)/-�� (�1$"*-�*�Protocolo de KyotoǼ�+-$( $-*���*-�*�" -�'�+�-��- �0ûç*�� � ($..ç*�� �
"�. .��*� ! $/*� ./0!�
ȗ�Morte de Saddam Hussein
Fique de olho 
nas efemérides 
em 2016
Efeméride é o nome que 
damos para aquelas datas 
redondas, em que lembramos 
fatos relevantes ocorridos 
10, 50 ou 100 anos atrás. 
Veja quais acontecimentos 
históricos estão celebrando 
aniversário e podem 
ser explorados nos 
principais vestibulares.
10 GE HISTÓRIA 2017
ANTIGUIDADE
1 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULOarrow Primeiras civilizações ....................................................................................12arrow Civilizações Pré-Colombianas .....................................................................14
arrow Grécia ...................................................................................................................15
arrow Roma ....................................................................................................................18
arrow Linha do tempo ................................................................................................20
arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................22
BARBÁRIE NO DESERTO 
Membros do Estado 
Islâmico rendem soldados 
sírios em frente ao 
anfiteatro da cidade 
histórica de Palmira, sob 
controle da organização 
extremista
D esde que se consolidou como uma po-derosa organização militar em 2014, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) 
vem assumindo o controle de amplas áreas nos 
territórios da Síria e do Iraque. Em maio de 
2015, o EI obteve uma de suas mais importan-
tes conquistas: a cidade de Palmira, um oásis 
localizado na região central da Síria. Além de 
ser estratégica por dispor de modernas instala-
ções militares e estar próxima a campos de gás 
e petróleo, Palmira também tem um inestimável
valor histórico. Fundada há pelo menos 4 mil 
anos, a cidade converteu-se em um importante 
polo cultural e comercial nos séculos I e II, 
abrigando uma rica arquitetura que combina 
os estilos greco-romano e persa.
Mas todo esse legado material histórico está 
sendo pulverizado pelo EI. Após conquistar 
Palmira, os insurgentes destruíram relíquias 
milenares, como os Templos de Bel e de Baal- 
Shamin, além do Arco do Triunfo da cidade 
antiga. Esses sítios somam-se à lista de pa-
trimônios históricos e culturais que o EI vem 
transformando em pó nos últimos meses. No 
Iraque, a cidade histórica de Nimrud, ex-capital 
do Império Assírio, e a antiga cidade de Hatra, 
fundada durante o Império Parta, também foram 
destruídas pelo grupo.
Além de promover execuções em massa e sub-
meter comunidades inteiras à sua tática de terror, 
os líderes do EI alegam que estátuas, monumentos 
e templos históricos estimulam a idolatria a falsos 
deuses – sempre guiados por sua visão deturpa-
da da lei islâmica. Quando não são destruídos, 
os artefatos são colocados à venda no mercado 
negro, representando uma expressiva fonte de 
renda para o grupo. Além disso, a aniquilação 
desses sítios históricos servem à estratégia do 
EI de causar um escândalo midiático e chocar o 
mundo, angariando, assim, mais atenção.
Para a Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), enti-
dade responsável por preservar e reconhecer os 
patrimônios da humanidade, as ações do EI são 
“um crime intolerável contra a civilização”. Mas 
a instituição ressalta que a destruição desses te-
souros arqueológicos 
não é capaz de apagar 
a rica história deixada 
pelas civilizações da 
Antiguidade. Nas pá-
ginas seguintes, você 
conhecerá um pouco 
mais sobre a herança 
histórica e cultural 
desses povos.
Monumentos considerados Patrimônio da Humanidade 
pela Unesco no Iraque e na Síria são destruídos pelo 
grupo extremista Estado Islâmico
Atentado à história
11GE HISTÓRIA 2017 
HO/WELAYAT HOMS/AFP
12 GE HISTÓRIA 2017
ANTIGUIDADE PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
O período conhecido como Pré- História teve início cerca de 5,5 milhões de anos atrás, com o 
surgimento dos primeiros hominíde-
os (família de primatas ancestrais do 
homem) e se estendeu até aproxima-
damente o ano de 4000 a.C., quando 
a escrita foi inventada e começaram a 
aparecer as primeiras civilizações. Esses 
milhões de anos foram marcados pela 
evolução das espécies humanas, que 
culminou com o surgimento do homem 
moderno, chamado de Homo sapiens, 
entre 200 mil e 100 mil anos atrás. 
Nesse início da Pré-História, que 
compreende o chamado Período Paleo-
lítico (também conhecido como Idade 
da Pedra Lascada), os humanos viviam 
em grupos nômades, isto é, não estavam 
fixos à terra. Eram essencialmente ca-
çadores e coletores. Entre suas carac-
terísticas culturais, podemos destacar 
a fabricação de objetos de pedra, a uti-
lização do fogo e o desenvolvimento da 
linguagem oral, além de datarem dessa 
época as primeiras pinturas rupestres.
Revolução Agrícola e Urbana
A situação dos grupos humanos foi 
radicalmente alterada por volta do ano 
de 10000 a.C., com o fim da última gla-
ciação. As mudanças climáticas e físicas 
do planeta proporcionaram o surgimento 
de vales férteis e de imensos rios em re-
giões anteriormente áridas. Com isso, os 
homens se fixaram à terra, iniciando as 
primeiras práticas agrícolas e a domesti-
cação de animais por volta de 8000 a.C. 
Essas mudanças, conhecidas como Re-
volução Agrícola ou Neolítica, marcam 
o início do Período Neolítico, também co-
nhecido como Idade da Pedra Polida. Essa 
época é caracterizada pela transformação 
dos grupos humanos de coletores em 
produtores e pela sedentarização desses 
grupos, o que permitiu a ocorrência da 
Revolução Urbana. A sedentarização, o 
crescimento do número de integrantes 
das famílias e a progressiva aproximação 
entre elas conduziram essas comuni-
dades à criação de um espaço de vida 
comum, composto de construções que 
abrigavam e protegiam seus membros. 
Foram criadas, ainda, regras para regular 
o convívio. Construiu-se uma sociedade 
com base no conceito de cooperação – 
a terra, os rebanhos e os instrumentos 
eram de todos, e o indivíduo só poderia 
se considerar dono deles se pertences-
se à comunidade. A economia também 
evoluiu: as tribos passaram a produzir 
mais do que precisavam para consumo 
próprio e a trocar esses excedentes com 
outras comunidades. 
Entre 5000 a.C. e 4000 a.C., alguns 
grupos começaram a utilizar o cobre na 
fabricação de utensílios e armas, no pe-
ríodo que ficou conhecido como Idade 
dos Metais. Posteriormente também 
foram descobertos o bronze (2500 a.C.) 
e o ferro (1.200 a.C.). A superioridade 
militar desses grupos de metalúrgicos 
obrigou outras comunidades a torna-
rem suas sociedades mais complexas, 
sendo atribuída aos governos uma nova 
função: a de proteção de seus membros.
Mesopotâmia e Egito
O surgimento desses núcleos urbanos 
deu origem às primeiras cidades-Es-
tado, que serviram de base para as pri-
meiras civilizações do Oriente Médio: a 
Mesopotâmia e o Egito. Politicamente, 
tanto Egito como Mesopotâmia eram 
organizadas na forma de teocracias, 
na qual o soberano detinha os poderes 
político e religioso e a classe dos sa-
cerdotes possuía privilégios especiais.
De uma forma geral, podemos situar 
as atividades econômicas de Egito e 
Mesopotâmia no chamado Modo de 
Produção Asiático. Por essa definição, 
todas as terras pertenciam ao Estado e 
eram utilizadas pela comunidade, que 
consumia sua própria produção e estava 
obrigada a entregar o excedente para 
os governantes. A obrigação de todos 
os homens livres de prestarem serviços 
ao Estado é conhecida, nessa forma de 
organização, como servidão coletiva. 
Além disso, por estarem situadas ao 
longo de grandes rios – o Egito banhado 
pelo Rio Nilo e a Mesopotâmia desen-
volvida entre os rios Tigre e Eufrates –, 
as comunidades dependiam do controle 
sobre os seus ciclos de cheias e vazões. 
Desenvolveram, assim, as civilizações 
de regadio, com o domínio de técnicas 
de irrigação que envolviam a constru-
ção de diques e canais. 
Ao contrário do Egito, que, desde 
aproximadamente 3200 a.C., se cons-
tituiu como um Estado centralizado, a 
Mesopotâmia foi dominada por sucessi-
vos povos que impunham suas determi-
Surge a vida 
em comunidade
Em cerca de 5 milhões de 
anos, o homem moderno 
dominou a natureza e 
inventou a civilização [1]
13GE HISTÓRIA 2017 
nações aos dominados, mas sem perder 
as características gerais da organização 
da região. Os principais povos a deixa-
rem suas marcas na Mesopotâmia foram 
os sumérios, os amoritas (I Império 
Babilônico), os assírios e os caldeus 
(II Império Babilônico).
A sociedade das duas civilizações 
era rigidamente estratifi cada, dividi-
da entre dominantes (governantes, 
sacerdotes, militares e comerciantes) 
e dominados (camponeses, pequenos 
artesãos e escravos). As semelhanças 
culturais são, fundamentalmente, no 
campo religioso, uma vez que ambas as 
civilizações praticavam o politeísmo – 
crença religiosa em mais de um deus.
Contribuições
As duas civilizações deixaram um 
expressivo legado cultural:
arrow EGITO Elementos da religião do Egito 
antigo podem ser encontrados nas 
mais diversas religiões do mundo 
atual, como a ideia da vida após a 
morte, a reencarnação e o julgamen-
to fi nal. Suas pesquisas voltadas para 
a mumifi cação dos corpos permiti-
ram o desenvolvimento de conhe-
cimentos na medicina. Também de-
senvolveram estudos em astronomia 
e matemática, além de sofi sticadas 
técnicas agrícolas e de construção 
de templos e pirâmides.
arrow MESOPOTÂMIA Os sumérios inventaram 
a escrita cuneiforme, feita com talhes 
em placas de argila.
Entre as princi-
pais contribuições dos babilônios está 
o Código de Hamurabi, um dos mais 
antigos códigos jurídicos escritos, 
que contém a famosa Lei de Talião 
(“olho por olho, dente por dente”). Os 
assírios destacaram-se pela criação 
da Biblioteca de Nínive, com registros 
preciosos sobre o seu modo de vida 
e dos povos que dominaram. box
HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS FORMARAM OUTRAS 
IMPORTANTES CIVILIZAÇÕES NA ANTIGUIDADE
Além dos egípcios e mesopotâmicos, três outros povos tiveram destaque na 
Antiguidade Oriental: os hebreus, os fenícios e o persas.
Os hebreus fixaram-se na região da Palestina por volta de 2000 a.C., mas, devido a uma 
seca prolongada, migraram para o Egito, por volta do século XVII a.C., onde foram escravi-
zados. A fuga do Egito de volta à Palestina (Êxodo) foi comandada por Moisés, que, durante 
o retorno, segundo a tradição religiosa, teria recebido de Deus os Dez Mandamentos. De 
volta à Palestina, foram constantemente invadidos, tendo sido escravizados na Mesopotâmia 
(Cativeiro da Babilônia). Após retornarem, libertados pelos persas, foram dominados pelos 
macedônicos e pelos romanos, que os expulsaram da região por volta de 70 d.C., dando 
início à dispersão hebraica (Diáspora). Os hebreus criaram a primeira religião monoteísta 
da história (judaísmo), base de duas religiões posteriores, o cristianismo e o islamismo.
A Fenícia (atual Líbano) constitui uma civilização diferenciada na Antiguidade Oriental, já 
que tinha o comércio e as trocas como bases de sua economia e se organizava politicamente 
em cidades-Estados, enquanto os outros povos, em geral, dedicavam-se à agricultura e 
possuíam governos centralizados. Entre as principais contribuições dos fenícios está o de-
senvolvimento de uma escrita alfabética, base para grande parte dos alfabetos modernos.
Na Pérsia (atual Irã) surgiu um dos maiores impérios da Antiguidade. Ciro I foi responsável 
pelo início da expansão no século VI a.C. Cambises conquistou o Egito, e Dario I levou o 
império à sua extensão máxima. Os persas conquistaram, além do Egito, a Mesopotâmia, 
a Palestina, a Fenícia, a Ásia Menor (Turquia) e a Índia. Sob o comando de Xerxes, Dario II 
e Dario III, o império declinou, até ser conquistado por Alexandre, o Grande, no século IV 
a.C. A religião persa, o zoroastrismo, defendia que os homens que praticassem boas ações 
deveriam ser recompensados futuramente. Acreditavam no dualismo, a eterna disputa 
entre o bem e o mal, e no livre arbítrio, pelo qual o homem escolhe o caminho a seguir, 
tendo consciência das consequências de seus atos.
O ORIENTE MÉDIO NA ANTIGUIDADE
Mar Mediterrâneo
Mar Arábico
Mar Negro
Mar 
Cáspio
Mar 
de Aral
M
ar Verm
elho
Golfo Pérsico
Rio Nilo
BAIXO 
EGITO
ALTO 
EGITO
FENÍCIA
PALESTINA
MESOPOTÂMIA
IMPÉRIO PERSA
NÚBIA
Algumas das principais civilizações da Antiguidade se estabeleceram entre o Egito e o atual Irã
Tebas
Mênfis
Susa
Ecbatana
Persépolis
Tiro Damasco
Jerusalém
Limite sul
do Antigo Império 
(3200 a.C.-2000 a.C.)
Limite sul
do Médio Império 
(2000 a.C.-1580 a.C.)
Palestina
Egito
Fenícia
Império Persa
Mesopotâmia
Rio Tigre
R
rRioi EuE frff ar tesee
VIDA APÓS A MORTE 
Ilustração de 1.300 
a.C. mostra ritual 
funerário no Egito 
antigo: processo 
de mumifi cação 
permitiu avanços na 
área da medicina
[1] REPRODUÇÃO/MUSEU BRITÂNICO
14 GE HISTÓRIA 2017
ANTIGUIDADE CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS
Ainda não sabemos exatamente quando e como os primeiros hu-manos chegaram ao continente 
americano. Entre as hipóteses mais acei-
tas para a chegada do homem à Amé-
rica, a mais tradicional defende que há 
12 mil anos um grupo vindo da Ásia 
teria atravessado a região congelada 
do Estreito de Bering e de lá se deslo-
cado em direção à América Central e à 
América do Sul. Essa tese é embasada 
em descobertas arqueológicas, como 
a de Luzia, na região de Lagoa Santa 
(MG), o mais antigo esqueleto humano 
brasileiro conhecido, que teria vivido 
entre 11 mil e 11,5 mil anos atrás.
Uma outra tese sugere que os pri-
meiros americanos usaram barcos para 
passar da Ásia para a América do Norte 
cerca de 15 mil anos atrás. Uma tercei-
ra teoria propõe que teriam chegado 
ao continente há mais de 60 mil anos, 
vindos da Oceania, após cruzar o Oce-
ano Pacífico. A evidência para a data 
são ferramentas de pedra e restos de 
fogueira de 58 mil anos achados no sítio 
arqueológico do Boqueirão da Pedra 
Furada, em São Raimundo Nonato (PI). 
Milhares de anos após o homem che-
gar à América surgiram civilizações 
que dominaram boa parte do continen-
te antes da chegada dos europeus. Os 
incas, os maias e os astecas possuíam 
uma organização política, econômica e 
social muito semelhante à das primei-
ras civilizações do Oriente, apesar da 
grande distância entre elas no tempo 
e no espaço.
Maias
A civilização maia foi a primeira a se 
consolidar como império, atingindo o 
auge no fim do século IX, período em 
que dominavam do sul do México à Gua-
temala. Eles já entendiam o conceito do 
número zero, que só posteriormente se-
ria bem compreendido pelos europeus, e 
sua arquitetura era tão grandiosa quanto 
a egípcia e a romana. Na cidade de Tikal, 
havia um templo com 70 metros de altu-
ra, o maior edifício erguido na América 
antiga. Acredita-se que guerras ou o es-
gotamento das terras cultiváveis levaram 
a civilização a um rápido declínio a partir 
do ano 900. No início do século XVI, os 
maias encontrados pelos espanhóis eram 
simples agricultores. 
Astecas
Enquanto os maias entravam em deca-
dência, os astecas começaram a crescer, 
por volta do século XII, na região central 
do México. Seu planejamento urbano 
era impecável. As obras públicas incluí-
am quilômetros de estradas e aquedutos. 
A capital Tenochtitlán foi erguida em 
área pantanosa, cuidadosamente drena-
da e aterrada para comportar cerca de 
100 pirâmides e torres. O império ainda 
estava se expandindo quando ocorreu o 
contato com os espanhóis, em 1519. Em 
apenas dois anos, os europeus domina-
ram o mais importante centro asteca: 
Tenochtitlán, a atual Cidade do México, 
que tinha mais de 140 mil habitantes e 
foi a maior cidade das antigas civiliza-
ções da América. 
Incas
A partir do século XV, os incas cons-
truíram um império com 12 milhões de 
pessoas. Quando os espanhóis chegaram, 
dominavam áreas do norte do Equador 
à região central do Chile. Cuzco, a capi-
tal, e Machu Picchu eram as principais 
cidades. Possuíam conhecimentos astro-
nômicos avançados e eram capazes de 
aplicar conceitos de matemática e geo-
metria em suas edificações. Além disso, 
construíram um complexo sistema de 
estradas que ligava todo o império, com 
cerca de 7 mil km de extensão. Epidemias 
e lutas pela sucessão imperial deixaram 
a civilização enfraquecida para enfrentar 
os europeus. Os espanhóis os derrotaram 
rapidamente, entre 1532 e 1535. box
Impérios do 
Novo Mundo
Na América, os incas, os maias 
e os astecas organizaram 
Estados teocráticos 
semelhantes aos das primeiras 
civilizações do Oriente
Incas (XVI)
No auge da expansão
Maias (IX)
Astecas (XVI)
PLANO DIRETOR 
Mural feito pelo 
artista Diego Rivera 
no Palácio Nacional 
da Cidade do México 
mostra o avançado 
planejamento urbano 
dos astecas[1]
15GE HISTÓRIA 2017 
ANTIGUIDADE GRÉCIA
A civilização grega, na qual fo-ram estabelecidas as bases da política e da cultura ocidentais, 
começou a se formar em torno de 2000 
a.C., na Península Balcânica, e entrou 
em declínio no século II a.C., quando o 
território foi ocupado pelos romanos. 
A história da Grécia antiga é dividida 
em cinco períodos: Pré-Homérico, Ho-
mérico, Arcaico, Clássico e Helenístico. 
Período Pré-Homérico 
(séc. XX a.C. – séc. XII a.C.)
Os mais antigos resquícios da ocu-
pação
humana ao sul dos Bálcãs datam 
de 2000 a.C. A região foi ocupada, su-
cessivamente, pelos aqueus, jônios e 
eólios. Até o século XII a.C., fl oresceu 
na região uma civilização semelhante 
às do Oriente, cujo centro era Micenas, 
situada no norte do Peloponeso. A che-
gada dos dórios, povo guerreiro vindo 
do norte, destruiu a civilização micênica 
e deu início à primeira diáspora grega.
Período Homérico 
(séc. XII a.C. – séc. VIII a.C.)
Recebe esta denominação porque as 
principais fontes que temos desse perí-
odo são os poemas épicos Ilíada e Odis-
seia, atribuídos a Homero. Nessa época, 
a sociedade se organizava em comuni-
dades familiares (genos) lideradas por 
um “pater”, que reinava sobre a família, 
dependentes, escravos e bens. No início 
do séc. VIII a.C., essas comunidades fa-
miliares passaram por processo de fusão 
(cinesismo), originando a pólis (cidade).
Período Arcaico 
(séc. VIII a.C. – séc. VI a.C.)
O que demarca o começo do Período 
Arcaico é o surgimento da pólis. Do 
ponto de vista político, o regime era 
aristocrático, governado pelas famílias 
mais tradicionais, que se apossaram das 
melhores terras. O descompasso entre 
o crescimento da população e a dispo-
nibilidade de áreas férteis deu origem 
a uma série de confl itos sociais. Como 
resultado dessas tensões, houve um 
processo de colonização, que consistiu 
num movimento migratório que visava 
à construção de cidades gregas na Ásia 
Menor, norte da África e sul da Itália 
(Magna Grécia), também conhecido 
como segunda diáspora grega.
Entre as principais cidades que sur-
giram na Grécia no início do Período 
Arcaico, destacam-se Atenas e Esparta. 
� ATENAS Do ponto de vista econômico, 
a principal atividade era a agricultura. 
Devido à escassez de terras férteis na re-
gião, a população logo passou a se dedicar 
também ao comércio marítimo e à pesca.
A sociedade era composta basicamen-
te das seguintes classes: eupátridas (fa-
mílias mais tradicionais e proprietários 
das terras mais férteis); georgóis (pe-
quenos proprietários); thetas (homens 
livres pobres); demiurgos (comercian-
tes); metecos (estrangeiros residentes na 
cidade que exerciam várias atividades, 
como artesãos, professores, artistas e 
comerciantes); e escravos (que predo-
minaram apenas no Período Clássico).
Em relação à política, a principal ca-
racterística da cidade-Estado grega é 
que ela se autogovernava. Em Atenas, a 
monarquia foi extinta logo no início do 
Período Arcaico, e o governo passou a 
ser exercido pela aristocracia, por meio 
do Areópago, um tipo de conselho que 
reunia os representantes da aristocracia.
A desigualdade social marcou a histó-
ria de Atenas, com constantes revoltas e 
instabilidade política. Para tentar resolver 
as sucessivas crises, alguns legisladores 
impuseram reformas. O primeiro foi Drá-
con, que, em 621 a.C., redigiu as leis – até 
então orais –, difi cultando sua manipula-
ção pelos eupátridas. A rigidez do código 
inspirou o adjetivo draconiano.
As reivindicações populares não ces-
saram, e, em 594 a.C., outro legislador 
entrou em ação: Sólon. Ele aboliu a es-
cravidão por dívidas, libertou os devedo-
res e determinou a devolução de terras 
confi scadas pelos credores eupátridas. 
Apesar das reformas, os confl itos so-
ciais se mantiveram, dando origem a uma 
guerra civil. Aproveitando-se da situação 
de crise, em 560 a.C. o eupátrida Psístrato 
tomou o poder, instaurando um novo tipo 
de governo, a tirania (diferentemente de 
hoje, o termo não indicava um governo 
opressor, mas, sim, tomado ilegalmente). 
Em 507 a.C., Atenas foi varrida por uma 
revolta popular liderada pelo aristocrata 
Clístenes. Ele dividiu a cidade em dez tri-
bos e fortaleceu as assembleias populares. 
Com essas mudanças, todos os cidadãos 
de Atenas podiam participar diretamente 
do governo. Esse sistema fi cou conhecido 
Os pais do 
Ocidente
A civilização da Grécia antiga 
deu origem à cultura ocidental 
ao inventar a cidadania, 
a democracia, a fi losofi a, 
a geometria e o teatro
GRUPO DE LAOCOONTE
Uma das esculturas 
mais expressivas do 
Período Helenístico, 
a obra de Agesandro, 
Atenodoro e Polidoro 
representa cena da 
Guerra de Troia[2]
[1] REPRODUÇÃO/DIEGO RIVERA/PALÁCIO NACIONAL–MÉXICO [2] MUSEU DO VATICANO
16 GE HISTÓRIA 2017
ANTIGUIDADE GRÉCIA
como democracia (governo do povo). 
Para manter a ordem, Clístenes criou o 
ostracismo, que era a suspensão dos 
direitos políticos e o exílio de cidadãos 
que ameaçassem o novo sistema. 
Existia em quase todas as pólis um 
espaço público chamado Ágora, no qual 
os cidadãos se reuniam para discutir 
temas ligados a justiça, leis, cultura, 
obras públicas etc. Apesar de a maioria 
das cidades possuírem esse espaço, foi 
em Atenas que a Ágora se destacou.
arrow ESPARTA Localizada no Peloponeso e 
fundada pelos dórios no século IX a.C., 
chamava atenção pelo caráter militar de 
sua sociedade. Até seu desaparecimento, 
no século IV a.C., a cidade manteve a 
estrutura social estratificada (sem mobi-
lidade) e o regime oligárquico. Os espar-
tanos, descendentes dos dórios, eram 
os únicos a possuir direitos políticos e 
monopolizavam o poder; os periecos 
habitavam a periferia e dedicavam-se 
ao comércio e ao artesanato; os hilotas, 
escravos de propriedade do Estado, cul-
tivavam as terras dos espartanos. 
Quem detinha o poder político de fato 
na cidade era o eforato, formado por 
cinco magistrados eleitos anualmente. 
Os demais órgãos administrativos eram 
a diarquia, composta de dois reis here-
ditários que exerciam funções executivas 
e militares; a gerúsia, constituída de 28 
membros vitalícios que apresentavam 
projetos de leis; e a ápela, ou assembleia 
popular, formada pelos espartanos com 
mais de 30 anos, com funções consultivas. 
Período Clássico 
(séc. VI a.C. – séc. IV a.C.)
Nesta fase, a Grécia antiga atingiu o 
apogeu e, por fim, acabou destruída por 
guerras. Atenas, com seu novo sistema de-
mocrático, desenvolveu-se e expandiu-se 
pelo Mar Egeu. Sua política hegemônica, 
no entanto, esbarrou em outra potência: 
a Pérsia. A luta pela supremacia marí-
tima e comercial entre gregos e persas 
(ou medos), conhecida como Guerras 
Médicas, teve como estopim o levante 
das cidades gregas da Ásia Menor, em 
499 a.C., contra a política expansionista 
do imperador Dario, da Pérsia. 
Nesse confronto, os gregos consegui-
ram vencer a expedição de 50 mil persas 
enviada à planície de Maratona. Mas os 
inimigos não desistiram e, em 486 a.C., 
voltaram a atacar as pólis, que se uniram 
para vencê-los novamente nas batalhas 
de Salamina e Plateia. Sabendo que os 
persas poderiam voltar a atacar, várias 
cidades se reuniram e, lideradas por Ate-
nas, formaram a Confederação de Delos. 
Responsável pela administração finan-
ceira da confederação, Atenas usou os 
recursos em benefício próprio, impul-
sionando sua indústria e seu comércio. 
Logo se tornou a cidade mais poderosa 
da Grécia. O apogeu dessa fase ocorreu 
entre 461 a.C. e 431 a.C., quando a pólis 
foi governada por Péricles. Durante o 
século V a.C. (chamado de século de 
Péricles), ele fez reformas para diminuir 
o desemprego e realizou obras públicas. 
VESTÍGIOS DE PALÁCIO MICÊNICO 
SÃO ACHADOS NA GRÉCIA
Da AFP
Vestígios de um palácio da época micêni-
ca (séculos XVII-XVI a.C.), com importantes 
inscrições em grego arcaico, foram desco-
bertos perto de Esparta, no Peloponeso (sul 
da Grécia) (...). 
Esta nova descoberta permitirá obter in-
formações sobre a organização política, ad-
ministrativa, econômica e social da região e 
trará à luz novos elementos sobre as crenças 
e a língua micênicas, segundo o comunicado.
As escavações arqueológicas realizadas 
desde 2009 em Agios Vassilios, uma aldeia 
próxima a Esparta, a 300 km de Atenas, per-
mitiram revelar antigas
inscrições na forma 
mais arcaica do grego antigo.
Nas tabuletas de argila há referências a 
cerimônias religiosas e nomes de lugares. (...)
No norte do Peloponeso se encontra o sítio 
principal da civilização micênica, a cidadela 
de Micenas, descoberta no século XIX. Com-
preende principalmente vestígios do palácio 
real e túmulos monumentais atribuídos a 
heróis da mitologia grega.
G1, 25/8/2015
SAIU NA IMPRENSA
Fonte: Alfredo Boulos Júnior, História: Sociedade & Cidadania – 5ª série, 1 ed., FTD, págs. 214, 220
Mar Adriático
Mar
Tirreno
Massília
Nice
CÓRSEGA
Cartago
Siracusa
ÁFRICA
MA
GN
A G
RÉ
CI
A
SICÍLIA
Crotona
Síbares
Tarento
Península Itálica
EUROPA
Epídamo
Tebas
Corinto
Esparta
Cirene Apolônia
Atenas
Odessa
Heracleia
Bizâncio Calcedônia
Trebizonda
FENÍCIA
Mileto
Éfeso
Mar
Jônio
PELOPONESO
CRETA RODES
CÁRIA
MACEDÔNIA
TRÁCIA
MÍSIA
LÍDIA PERSAS
Mar
Egeu
Mar Negro
Mar Mediterrâneo
ÁTICA
Península
Balcânica
Colonização grega
Grécia antiga
MUNDO GREGO
Veja como era o território da Grécia e por onde se estendiam suas colônias no século VI a.C.
17GE HISTÓRIA 2017 
Nessa época também surgiram grandes 
artistas, filósofos e dramaturgos. Eram 
os “anos de ouro” de Atenas.
Esse sucesso acirrou a rivalidade entre 
as cidades e fez com que Esparta liderasse 
a Liga do Peloponeso, que empreendeu, 
em 431 a.C., uma guerra contra a Confede-
ração de Delos, a Guerra do Peloponeso. 
Com a vitória espartana e a devastação 
de muitas cidades, começou o último 
período da história da Grécia antiga.
Período Helenístico 
(séc. IV a.C.– séc. II a.C.)
Após anos de guerras, acabou a hege-
monia ateniense e teve início a de Es-
parta, que impôs governos oligárquicos 
em todas as pólis da Confederação de 
Delos. Mas o auge espartano foi breve. 
Em 371 a.C., a cidade foi derrotada por 
Tebas, na Batalha de Leutras. 
As constantes lutas arrasaram as cida-
des e desorganizaram o mundo grego. 
Empobrecidas e fracas, as pólis foram 
presas fáceis para o grandioso Exército de 
Felipe II, rei da Macedônia (região norte 
da Grécia Continental). Em 338 a.C., teve 
fim a autonomia das pólis gregas. O filho e 
sucessor de Felipe, Alexandre, o Grande, 
foi ainda mais longe: conquistou o Impé-
rio Persa e dominou vastos territórios, do 
Egito até a Índia. Com ele, houve grande 
aceleração do comércio, da urbanização 
e da mesclagem de valores gregos com os 
dos povos conquistados. Essa mistura deu 
origem à cultura helenística.
Em 323 a.C., com a morte de Alexandre, 
seus generais dividiram o império. No 
século II a.C., a Grécia e a Macedônia 
foram convertidas em províncias da nova 
potência mundial: a civilização romana. box
PARA IR ALÉM Os 300 de Esparta (1998) é uma 
graphic novel escrita por Frank Miller que 
descreve a Batalha das Termópilas, ocorrida em 
480 a.C., na qual o rei Leônidas comanda 300 
soldados espartanos em uma luta contra as forças 
do imperador persa Xerxes.
SAIBA MAIS
FILOSOFIA GREGA
O estudo da filosofia grega antiga, tradicionalmente, divide-se em três períodos: Pré-
Socrático, Clássico e Helenístico. Conheça algumas das principais características e 
autores de cada um deles.
PRÉ-SOCRÁTICO ao contrário do que o nome sugere, os filósofos deste período não 
antecederam a Sócrates necessariamente. Eles são classificados mais pelo objeto de sua 
filosofia do que por sua cronologia, já que alguns nomes são contemporâneos ou posteriores 
a Sócrates. Esses filósofos tinham como objeto a cosmologia – o estudo da origem e da 
evolução do Universo. Eles inauguram uma mentalidade baseada na razão para entender 
os fenômenos da natureza, na qual se baseavam em princípios naturais, rompendo com o 
sobrenatural e a tradição mítica. Com a evolução dos estudos filosóficos surgem os sofistas, 
que mudaram o foco do cosmo para o homem e os problemas 
morais a ele pertinentes. Nesta linha destacam-se Tales de Mileto, 
Anaximenes de Mileto, Anaximandro de Mileto, Heráclito, Pitágoras, 
Xenófanes, Anaxágoras, Demócrito e Diógenes.
CLÁSSICO Sócrates surge como divisor do pensamento filosó-
fico grego. A partir de seus estudos, as questões da natureza e 
do princípio das coisas mudam para o indivíduo, o homem da 
pólis – para ele, mais importantes eram as questões referentes à 
ética e à existência humana. Sócrates desenvolveu a maiêutica, 
método de perguntas e respostas para a busca da verdade. Usa o 
diálogo como método para levar as pessoas a reconhecer a própria 
ignorância – “só sei que nada sei”.
Mas é com Platão e Aristóteles que a filosofia clássica atinge seu 
auge. Para Platão, discípulo de Sócrates, as ideias são o próprio 
objeto do conhecimento intelectual. Ao desenvolver sua Teoria das 
Ideias ou das Formas, afirma que as ideias (formas) não materiais 
(abstratas) possuem o mais alto e fundamental tipo de realidade, 
e não o mundo material, mutável, conhecido pelos homens por 
meio das sensações. O que não se vê é mais real do que o visível, já 
que é captado pelos “olhos da alma” e não pelos “olhos do corpo”. 
Dessa forma criou o conceito da filosofia metafísica.
Já Aristóteles, criador da lógica e da ética filosófica, defendeu a 
supremacia do real sobre as ideias, contrariando seu mestre, Platão. 
Seus estudos tinham por princípio a experimentação, única forma eficiente de comprovar 
fenômenos da natureza. Defendeu que a inteligência humana é a única forma de alcançar a 
verdade. Escreveu sobre vários assuntos: política, lógica, moral, ética, escravidão, teologia, 
metafísica, química, biologia, antropologia, poética, retórica, física, didática... Apesar de 
suas afirmações científicas terem sido desmentidas ao longo dos séculos, seus estudos 
filosóficos influenciaram todo o pensamento ocidental posterior.
HELENÍSTICO As principais escolas filosóficas do Período Helenístico são o cinismo, o ceti-
cismo, o epicurismo e o estoicismo. Todas procuravam, fundamentalmente, estabelecer uma 
série de preceitos racionais para dirigir a vida de cada ser humano e, dessa forma, por meio da 
ausência do sofrimento, atingir a felicidade e o bem-estar. Nesta fase o público foi substituído 
pelo privado como espaço para as reflexões filosóficas. A reflexão política foi abandonada 
pelos filósofos deste período, já que se preocupavam com as questões da felicidade individu-
al. Podemos destacar Plotino, Cícero, Zenão e Epicuro entre seus principais representantes.
Além dos filósofos, outros importantes nomes devem ser lembrados como represen-
tantes da cultura da Grécia antiga: Hipócrates (considerado o pai da medicina), Euclides 
(matemático, fundador da geometria), Homero (poeta, a quem são atribuídas a Ilíada e a 
Odisseia) e Sófocles (dramaturgo, autor de Édipo Rei e Antígona) são os principais destaques.
arrow O QUE ISSO 
TEM A VER COM 
MATEMÁTICA 
Pitágoras foi 
um filósofo e 
matemático 
grego que viveu 
no século VI a.C. 
e criou o teorema 
que leva o seu 
nome. Foi ele 
quem primeiro 
observou a 
relação entre 
as medidas 
dos lados de 
um triângulo 
retângulo: a soma 
dos quadrados 
dos catetos é 
igual ao quadrado 
da hipotenusa. 
Para saber mais, 
veja o GUIA DO 
ESTUDANTE 
MATEMÁTICA.
18 GE HISTÓRIA 2017
ANTIGUIDADE ROMA
F undada no século VIII a.C., Roma desenvolveu um vasto império, cujas leis, monumentos, táticas 
militares e instituições infl uenciaram 
todo o mundo ocidental. Sua queda, em 
476, marcou o fi m da Antiguidade e o 
início da Idade Média. 
A mítica versão para o surgimento de 
Roma conta que a cidade foi fundada em 
753 a.C. pelos gêmeos Rômulo e Remo. 
De acordo com a lenda, os dois irmãos 
foram abandonados ainda bebês no 
Rio Tibre e só conseguiram sobreviver 
graças a uma loba que os amamentou. 
A história romana é dividida pelos es-
tudiosos
em três grandes períodos: o 
monárquico, o republicano e o imperial.
Monarquia 
(753 a.C. – 509 a.C.)
Nessa época, a sociedade romana 
estava dividida, basicamente, em três 
camadas: 
arrow os patrícios, ricos proprietários de 
terra; 
arrow os clientes, parentes pobres ou ser-
viçais desses proprietários;
arrow os plebeus, homens livres sem di-
reitos políticos. 
A economia era baseada em ativida-
des agropastoris. O rei, eleito por uma 
assembleia, tinha seu poder controlado 
pelo Senado (ou Conselho dos Anciãos). 
Durante esse período, Roma foi con-
quistada pelos etruscos. O último rei 
etrusco, Tarquinio, o Soberbo, tentou 
Donos 
do mundo
Nenhuma civilização foi tão 
poderosa, por tanto tempo, 
quanto a romana. Confi ra a 
ascensão e a queda do último 
império da Antiguidade
se aproximar da plebe. Sentindo-se 
ameaçados, os patrícios o derrubaram, 
assumiram o poder e implantaram a 
república em 509 a.C.
República 
(509 a.C. – 27 a.C.)
Entre as principais instituições da 
República destacam-se:
arrow a Assembleia Centuriata, que de-
cidia sobre declarações de guerra e 
votava as leis; 
arrow as Magistraturas (espécie de Mi-
nistério), sendo as principais o Con-
sulado, composto de dois cônsules, 
responsáveis pela política externa 
e interna; os edis, responsáveis pela 
organização da cidade; os pretores, 
pela justiça; e os questores, pelas 
fi nanças;
arrow o Senado, que elaborava os projetos 
de lei e escolhia os magistrados. 
Como apenas os patrícios podiam ser 
senadores ou magistrados, eles contro-
lavam a política durante a República. 
Isso acabou levando a uma série de 
revoltas da plebe, que resultaram em 
várias conquistas sociais e políticas. 
Entre as principais estão:
arrow a criação do cargo de tribuno da 
plebe, que tinha poder de veto no 
Senado; 
arrow a Lei das Doze Tábuas (450 a.C.), 
que compilou o primeiro código de 
leis escritas de Roma; 
arrow a Lei Canuleia, que autorizou o ca-
samento com patrícios; 
arrow a Lei Poetélia Papíria, proibindo a 
escravidão por dívidas.
Com a intensifi cação das lutas entre 
os plebeus e os patrícios, o Senado pa-
trocinou inúmeras guerras de expan-
são. A disputa pelo controle da região 
mediterrânea deu origem às guerras 
contra Cartago (cidade fundada pelos 
fenícios no norte da África), as Guerras 
Púnicas. Elas resultaram na derrota de 
Cartago e na transformação do Medi-
terrâneo no Mare Nostrum (Nosso Mar 
ou Mar Romano).
Com as conquistas do período republi-
cano, os patrícios compraram as terras 
dos plebeus, que se tornavam soldados, 
e formaram grandes propriedades nas 
quais trabalhavam os escravos capturados 
nas guerras. Os mercadores prosperaram, 
e os plebeus, em tempos de paz, não ti-
nham como ganhar a vida, tornando-se 
uma massa de desempregados perigosa 
e instável. Para evitar revoltas da plebe, 
entre 133 a.C. e 27 a.C., foram adotadas 
medidas como a política do pão e cir-
co (distribuição de trigo aos famintos 
e promoção de espetáculos esportivos 
gratuitos). Ao denunciar que essas me-
didas eram paliativas, dois irmãos eleitos 
tribunos da plebe, Tibério e Caio Graco, 
propuseram uma reforma agrária, para 
garantir meios de vida a quem não tinha 
trabalho. A medida, é claro, não agradou 
aos patrícios. Tibério e Caio foram mor-
tos, e a tentativa de reforma fracassou.
POLITEÍSMO Relevo mostra alguns dos deuses da Roma antiga, como Júpiter, Plutão e Netuno
[1]
19GE HISTÓRIA 2017 
A crescente importância do Exército 
romano levou os generais a ambicionar 
o exercício direto do poder. Isso origi-
nou uma série de guerras civis entre 
os chefes militares e disputas de poder 
entre eles e o Senado. Para tentar ame-
nizar os conflitos, foram organizados os 
triunviratos, que dividiam o poder entre 
os chefes militares mais importantes. 
O Primeiro Triunvirato foi formado 
pelos generais Pompeu e Júlio César 
e pelo banqueiro Crasso. Ao tentar 
concentrar os poderes, Júlio César foi 
assassinado pelos senadores. 
O Segundo Triunvirato, constituído 
por Otávio, Marco Antônio e Lépido, 
também fracassou e culminou com a as-
censão de Otávio ao comando de todas 
as legiões romanas. Otávio aproximou- 
se do Senado, que, convencido de que 
ele não representava uma ameaça aos 
seus interesses, concedeu-lhe poderes 
que havia negado a Júlio Cesar, tais 
como os títulos de Príncipe do Senado e 
de “Augusto” (líder supremo da religião 
com ascendência divina). A concentra-
ção desses poderes inaugurou uma nova 
etapa da evolução política de Roma, 
conhecida como Império Romano. 
Império 
(27 a.C. – 476 d.C.)
Esta fase divide-se em duas partes: o 
Alto Império – época de prosperidade 
– e o Baixo Império – tempo de crise.
ALTO IMPÉRIO Otávio Augusto governou 
por 41 anos. No início, ampliou os terri-
tórios e permitiu que mercadores ricos 
tivessem acesso ao Senado. Depois de 
conter a expansão territorial, iniciou- 
se um período de paz, conhecido como 
Pax Romana.
Os sucessores de Otávio retomaram 
as guerras de conquista, e Roma se 
transformou num centro de comércio 
intenso. No início do séc. II, as fron-
SAIBA MAIS
CULTURA E LEGADO
Os romanos nos deixaram uma rica 
herança em diversas áreas. A arqui-
tetura, empregada para exaltar as 
glórias da nação, era a mais desen-
volvida das artes, com destaque para 
a construção de aquedutos, estradas 
e pontes e edifícios de grande valor 
artístico, como o Coliseu e o Pan-
teão de Roma. Ao lado do idioma 
– o latim, que é a base de diversas 
línguas, como o português –, o direi-
to é o maior legado romano, base do 
atual sistema jurídico ocidental. Na 
literatura, merece menção o poeta 
Virgílio, autor de Eneida. Por fim, em 
relação à religião, a pregação de Jesus 
Cristo, nascido no Império Romano, 
deu origem ao cristianismo, cujos fiéis 
eram inicialmente perseguidos. Com 
a conversão de Constantino, em 313, 
a religião cristã ganhou força e, com 
Teodósio, foi oficializada como reli-
gião do Império, o que permitiu o sur-
gimento da poderosa Igreja Católica.
teiras do Império atingiram sua maior 
extensão. Essa época ficou conhecida 
como Idade de Ouro e teve como prin-
cipais governantes Trajano, Adriano, 
Antônio Pio e Marco Aurélio. Entre-
tanto, com o fim das guerras, Roma 
começou a mostrar sinais de crise.
BAIXO IMPÉRIO A principal causa da 
decadência do Império Romano foi a 
crise do sistema escravista. O fim das 
guerras diminuiu a oferta de escravos, 
elevando o seu valor. Como eram a base 
da economia romana, todos os preços 
começaram a subir.
Algumas reformas foram tentadas. 
Diocleciano, em 284, implantou o 
colonato (arrendamento de terra por 
colonos), visando a substituir os es-
cravos. Constantino, em 313, buscou o 
apoio dos cristãos – até então perse-
guidos –, legalizando o cristianismo e 
convertendo-se a ele. Em 330, mudou 
a capital para Constantinopla – atual 
Istambul. Teodósio, em 395, dividiu o 
império em duas partes: Império do 
Ocidente, com a capital em Roma, e 
Império do Oriente, com centro em 
Constantinopla.
Porém, com a intensificação das in-
vasões dos “bárbaros”, que atacavam as 
fronteiras romanas desde o século III, o 
Império do Ocidente não resistiu e caiu 
em 476. O Império do Oriente, também 
conhecido como Império Bizantino, 
duraria até 1453, quando foi dominado 
pelos turco-otomanos.
Com a queda de Roma, ninguém se 
sentia seguro nas cidades. Começou um 
processo de desurbanização e regressão 
do comércio. Do ponto de vista político, 
a grande transformação é que o poder 
político centralizado, que vigorava no 
período do Império, deu lugar a uma 
multiplicidade de reinos bárbaros, frag-
mentando a autoridade no Ocidente. A 
única esfera de poder centralizado que 
sobreviveu foi a Igreja (veja mais no ca-
pítulo Idade
Média, a partir da pág. 26). box
Fonte: José Arruda e Nelson Piletti, Toda a História, 3 ed., Ática, págs. 8, 9, 10
HELVÉCIA
DIVISÃO DE TEODÓSIO
(395 d.C.)
Império Romano do Ocidente Império Romano do Oriente
EGITO
TRIPOLITÂNIA
LÍCIAACAIA
ARÁBIA
JUDEIA
BABILÔNIA
MESOPOTÂMIA
CAPADÓCIA
GALÁCIA
CILÍCIA
SÍRIA
MACEDÔNIA
MÉSIA
TRÁCIA
DÁCIA
REINO DO BÓSFORO
ARMÊNIA
MÉDIA
NUMÍDIA
MAURITÂNIA
HISPÂNIA
LUSITÂNIA AQUITÂNIA
BRITÂNIA
HIBÉRNIA
GÁLIA
CISALPINA
ITÁLIA
ILÍRIA
PANÔNIA
GERMÂNIA
GÁLIA
Jutos
Anglos
Saxões Suevos Godos
Burgúndios
Vândalos
Alamanos Visigodos
Ostrogodos Hunos
Lombardos
Oceano
Atlântico
Mar Mediterrâneo
ConstantinoplaRoma
Cartago
Alexandria
RÉCIA
SICÍLIA
SARDENHA
CÓRSEGA
CIRENAICA
DALMÁCIA
DOMÍNIOS ROMANOS 
Conquistas
1ª metade do século IV a.C.
2ª metade do século IV a.C.
Século III a.C.
Até 44 a.C. (morte de César)
Até o fim do século II
(máxima expansão)
Invasões bárbaras
Confira como evoluiu o território do mais importante império da Antiguidade
[1] DIVULGAÇAO/MUSEU NACIONAL ROMANO
20 GE HISTÓRIA 2017
ANTIGUIDADE LINHA DO TEMPO
11.500 ANOS ATRÁS
Nessa época vive 
Luzia, nome dado ao 
mais antigo fóssil 
humano brasileiro, 
encontrado na 
região de Lagoa 
Santa, em Minas 
Gerais.
5,5 MILHÕES DE 
ANOS ATRÁS
Surgimento 
dos primeiros 
hominídeos, 
ancestrais do 
homem. É o início da 
Pré-História e do 
Período Paleolítico 
ou Idade da Pedra 
Lascada. Pág. 12
4000 a.C. 
Revolução urbana 
com o surgimento 
das primeiras 
civilizações e da 
escrita, o que 
marca o começo da 
Antiguidade. 
A partir da pág. 12
13,7 BILHÕES DE ANOS ATRÁS
Segundo a teoria do Big Bang, 
o Universo surge a partir de uma explosão 
primordial. É o início de toda a matéria, energia, 
espaço e da contagem do tempo.
8000 a.C. 
Começa o Neolítico, 
ou Idade da Pedra 
Polida. Tem início a 
revolução agrícola.
Pág. 12
3200 a.C. 
Os sumérios formam 
a primeira civilização 
da Mesopotâmia.
Pág. 12
Simultaneamente, 
tem início a 
civilização egípcia.
Pág. 12
Confi ra os principais 
eventos da Pré-História e da 
Antiguidade. Os fatos que 
têm indicação de páginas 
(remissões) correspondem aos 
assuntos que mais caem no 
vestibular. 
Pré-História 
e Antiguidade
[1]
150.000 ANOS ATRÁS
Nascem os 
primeiros Homo 
sapiens, a espécie 
a que pertencemos. 
Pág. 12
[4]
[5]
[7]
PR
É-H
IST
ÓR
IA ANTIGUIDADE 3000 a.C.
3000 a.C. 
O atual Líbano 
começa a ser 
povoado por 
tribos semitas, 
que dão origem à 
civilização fenícia. 
Fundam cidades 
como Sidon, Biblos 
e Tiro e, a partir 
do século X a.C., 
colonizam vastas 
áreas nas margens 
do Mediterrâneo. 
Cartago, instalada 
no norte da África 
em 814 a.C., torna-se 
a mais importante 
cidade fenícia após 
a conquista de Tiro 
pelos macedônios, 
em 332 a.C. Em 
146 a.C., Cartago 
é destruída pelos 
romanos nas Guerras 
Púnicas. Págs. 13 e 18
58.000 ANOS ATRÁS
Nessa época, o nordeste brasileiro já seria ocupado por grupos 
humanos, conforme indicam os mais antigos vestígios arqueológicos 
do país, encontrados em São Raimundo Nonato, no Piauí. Mas ainda há 
grande polêmica sobre o assunto: muitos pesquisadores afirmam que a 
povoação da América e do Brasil só começou milhares de anos depois. 
[6]
21GE HISTÓRIA 2017 
MACEDÔNIA
GRÉCIA
EGITO
Mar Mediterrâneo
TRÁCIA
CRETA
M
ar Verm
elho
ARÁBIA
PALESTINA
MESOPOTÂMIA
Mar Negro
ASSÍRIA
ARMÊNIA
M
ar Cáspio
Golfo Pérsico
PÉRSIA
Mar 
de Aral
ARACÓSIA
ÍNDIA
Extensão máxima, 
no século V a.C.
Fontes: José Arruda e Nelson Piletti, Toda a História, 3 ed., Ática, pág. 7
612 a.C. 
Uma aliança entre medos e caldeus derrota 
o Império Assírio, abrindo caminho para o 
surgimento do II Império Babilônico. Pág. 13
359 a.C. 
Surge o Império 
Macedônico, com 
Alexandre, o Grande.
Pág. 16
539 a.C. 
Comandados por Ciro II, os persas derrotam os medos, que habitavam o 
planalto do Irã, e fundam o Império Persa. Sob Dario I, que assume em 
521 a.C., o império atinge a extensão máxima, indo do Egito à Índia. Os 
persas constroem estradas e canais para facilitar o comércio e o transporte. 
Seguem os ensinamentos do profeta Zaratustra, ou Zoroastro, fundador da 
religião dualista denominada zoroastrismo. Pág. 13
1750 a.C. 
Entre 1750 e 1400 a.C., os arianos invadem 
o norte da atual Índia, dando origem à 
civilização hindu. Os hindus praticam a 
agricultura, a metalurgia e o comércio. A 
sociedade divide-se em castas: sacerdotes 
(brâmanes), guerreiros (chátrias), camponeses 
(vaisia) e servos (sudras). Os párias não 
têm casta e podem ser escravizados. 
Politeístas, os hindus seguem os 
Vedas, os mais antigos textos sacros 
conhecidos.
1600 a.C. 
Surgimento da 
mais antiga linha 
dinástica chinesa 
a deixar registros 
históricos: a dinastia 
Shang.
1250 a.C. 
Os hebreus deixam o Egito – onde foram 
escravizados – e migram para a Palestina, 
guiados pelo patriarca Moisés, no episódio 
conhecido como Êxodo. Durante dois 
séculos, lutam contra povos da região pela 
posse da terra. Em 1010 a.C., Saul torna-se o 
primeiro rei hebreu. Seus sucessores, Davi e 
Salomão, impõem um período de expansão e 
prosperidade. Pág. 13
Início da 
Era Cristã, 
segundo o 
calendário 
gregoriano.
753 a.C. 
Fundação lendária 
de Roma, marco da 
civilização romana. 
Pág. 18
476
Fim do Império 
Romano do 
Ocidente, fato que 
marca o início da 
Idade Média. Pág. 19
1792 a.C. 
Hamurabi dá início 
à unificação da 
Mesopotâmia, que 
origina o I Império 
Babilônico.
Pág. 12 
[2]
1200 a.C. 
Ascensão no Golfo do México da civilização 
olmeca, que expande seus domínios até o 
litoral do Pacífico. Os olmecas fornecem a base 
cultural aos povos que habitariam a região nos 
séculos seguintes, como maias e astecas.
Pág. 14
[3]
2000 a.C. 
A chegada dos 
hebreus à Palestina, 
sob a liderança do 
patriarca Abraão, 
segundo a narrativa 
bíblica, é o marco 
da civilização 
hebraica. Pág. 13
[8]
2000 a.C. 
Tem início a 
civilização grega. 
Pág. 15
[9]
[10]
[11]
[12]
2000 a.C. 1000 a.C.
ANO 1
[1] [4] [8] [9] DIVULGAÇÃO [2] [6] [11] MUSEU DO LOUVRE/FRANÇA [3] MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA/MÉXICO 
[5] MARCOS HERMES [7] [12] METROPOLITAN MUSEUM/EUA [10] RUBIN MUSEUM OF ART/EUA
395 
O Império Romano 
divide-se em 
Império Romano do 
Ocidente e Império 
Romano do Oriente. 
Pág. 19
70
Os romanos 
destroem o Templo 
de Jerusalém e 
expulsam os judeus 
da Palestina, dando 
início à segunda 
diáspora judaica. 
Eles migram para 
a Ásia Menor e a 
Europa. Pág. 13
22 GE HISTÓRIA 2017
COMO CAI NA PROVA
1. (UNESP 2016) A maior parte das regiões vizinhas [da antiga Me-
sopotâmia] caracteriza-se pela aridez e pela falta de água, o que de-
sestimulou o povoamento e fez com que fosse ocupada por populações 
organizadas em pequenos grupos que circulavam pelo deserto. Já a 
Mesopotâmia apresenta uma grande diferença: embora marcada pe-
la paisagem desértica, possui uma planície cortada por dois grandes 
rios e diversos afluentes e córregos.
Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002. 
A partir do texto, é correto afirmar que 
a) os povos mesopotâmicos dependiam apenas da caça e do 
extrativismo vegetal para a obtenção de alimentos. 
b) a ocupação da planície mesopotâmica e das áreas vizinhas a ela, 
durante a Antiguidade, teve caráter sedentário e ininterrupto. 
c) a ocupação das áreas vizinhas da Mesopotâmia tinha 
características nômades e os povos mesopotâmicos praticavam a 
agricultura irrigada. 
d) a ocupação sedentária das regiões desérticas representava uma 
ameaça militar aos habitantes da Mesopotâmia.
e) os povos mesopotâmicos jamais puderam se sedentarizar, devido 
às dificuldades de obtenção de alimentos na região. 
RESOLUÇÃO
Questão fundamentalmente interpretativa, cujo texto deixa claro 
que a única alternativa possível é a C. O trecho apresentado 
demonstra que os povos vizinhos da Mesopotâmia eram nômades 
devido à aridez da região, que impedia a fixação da população 
para a prática da agricultura. Já os mesopotâmicos praticavam a 
agricultura, aproveitando as planícies férteis no vale formado pelos 
rios Tigre e Eufrates. Os povos da Mesopotâmia desenvolveram 
sofisticadas técnicas de irrigação para a produção agrícola, 
conseguindo, assim, fixar-se na região. Dessa forma, a geografia 
privilegiada dessa região ajudou no surgimento das primeiras 
cidades-Estado do mundo. 
Resposta: C
2. (ENEM 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os 
seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Tra-
símaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no cer-
to e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras 
da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de inven-
ções humanas.
RACHELS. J. Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A Repú-
blica, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética 
é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes 
humanas.
RESOLUÇÃO
O sofista Trasímaco negava a existência da justiça como algo 
importante. Para ele, a justiça não passava de um artifício do 
mais forte para impor suas determinações e vontades sobre a 
coletividade, não tendo, portanto, papel significativo na vida das 
pessoas por não ser real de fato. Dessa forma, a argumentação de 
Trasímaco reflete a defesa que o próprio Platão fazia da justiça, de 
que ela deveria ser utilizada como um bem coletivo e não individual. 
Por ser utilizada para benefício próprio do mais forte sobre os mais 
fracos, teria perdido seu sentido original e fundamental, que seria o 
de beneficiar a todos, sem distinção.
Resposta: D
3. (FUVEST 2016) O aparecimento da pólis constitui, na história do 
pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no pla-
no intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcança-
rá todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e 
forma variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar en-
tre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo, uma verdadeira inven-
ção; por ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma 
forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos.
Jean Pierre Vernant. As Origens do Pensamento Grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado.
De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações 
provocadas pelo surgimento da pólis foi
a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de 
comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens.
b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o 
convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos.
c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que 
reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca.
d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização 
social dificultava a construção de identidades culturais.
e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que 
ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros.
RESOLUÇÃO
O desenvolvimento das pólis na Grécia antiga foi responsável por 
uma série de transformações, seja do ponto de vista da organização 
política, seja nas mudanças do espaço urbano. Do ponto de vista 
da política, podemos identificar o aumento da participação dos 
cidadãos nas questões referentes à organização da cidade, princípio 
que, com o passar do tempo, levou ao surgimento do regime 
democrático. Do ponto de vista urbanístico, a criação de espaços 
para a participação dos cidadãos em discussões e deliberações, 
principalmente a ágora (espaço central no qual se reuniam as 
assembleias), é a grande característica das pólis. Destaca-se, ainda, 
a construção de anfiteatros para a representação de espetáculos 
que procuravam estimular o civismo e o patriotismo da população. 
Resposta: E
4. (ESAMC 2016) O que muitos cristãos parecem procurar é o martí-
rio. Muitos governadores de províncias, quando recebem cristãos, for-
necem a eles todas as oportunidades para se conformarem com os 
mais básicos requisitos do Estado – uma oferenda de incenso para o 
gênio do imperador, por exemplo – mas muitas vezes têm sido repeli-
dos com repetidas manifestações de fé. Os governadores relutam, mas 
no final são obrigados a expor esses fanáticos às feras e ao martírio. 
23GE HISTÓRIA 2017 
RESUMO
Antiguidade
MESOPOTÂMIA Estado teocrático, cujo poder se ligava à re-
ligião, a Mesopotâmia foi berço das primeiras civilizações na 
Antiguidade. Sua civilização destacou-se pela organização eco-
nômica que, ao lado do Egito, desenvolveu o modo de produção 
asiático – as terras pertenciam ao Estado e eram utilizadas pela 
comunidade, que consumia sua própria produção e entregava 
o excedente para os governantes. Culturalmente, contribuíram 
com a primeira forma de escrita, a cuneiforme, e com o primeiro 
código de leis escritas que se conhece, o Código de Hamurabi.
EGITO O Egito também era um Estado teocrático e tinha sua 
economia baseada na agricultura de regadio, isto é, controlava os 
ciclos de cheias e vazões do Rio Nilo. Os faraós eram venerados 
como o próprio deus vivo. O poder estava concentrado nesses 
representantes, que eram donos das terras, tinham a função de 
proteger seus habitantes e conduziam as atividades produtivas.
CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS São assim denominados 
os povos maias, astecas e incas, que precederam a coloniza-
ção europeia na América do Sul. Eram organizados de forma 
semelhante à das primeiras civilizações do Oriente (estado 
centralizado teocrático, hierarquia rígida, propriedade estatal 
da terra e exploração dos camponeses), apesar das épocas 
diferentes. Esses povos dominavam a astronomia e aplicavam 
conceitos geométricos e matemáticos nas edificações.
GRÉCIA A civilização grega estabeleceu as bases da cultura e da 
política ocidentais. Surgiu por volta de 2000 a.C. e perdurou até 
o século II a.C. A população vivia em cidades-Estados, das quais 
Atenas e Esparta eram as mais importantes. Atenas sobressaía 
pelo desenvolvimento cultural e econômico, enquanto Esparta 
era uma potência militar. Os gregos criaram a democracia e 
acabaram dominados pelos romanos. 
FILOSOFIA GREGA Tradicionalmente, os estudos sobre a 
filosofia da Grécia antiga se dividem em três grupos. Para os 
pré-socráticos, o objeto de estudo era o cosmo, não o indiví-
duo, e buscavam conhecer o princípio das coisas. A partir dos 
filósofos clássicos, o objeto de estudo da filosofia deixa de ser 
o cosmo e passa a ser o indivíduo e suas questões existenciais. 
Neste período destacam-se Platão e Aristóteles. Os helenísticos 
abandonaram as questões políticas e morais, direcionando seus 
estudos para questões que levariam à felicidade dos indivíduos.
ROMA Um dos mais importantes impérios da história, dominou 
quase toda a região do Mar Mediterrâneo. Costuma ser dividido em 
três grandes períodos: o monárquico, o republicano e o imperial. 
O Senado, instituição fundamental da política, originou os atuais 
Parlamentos. Com o fim das guerras de conquista, o número de 
escravos caiu, prejudicando a economia e a supremacia romanas. 
Em 476, foi tomada pelos bárbaros
germânicos. A queda de Roma 
marcou o fim da Antiguidade e o início da Idade Média.
Talvez seja isso o que torna a religião cristã tão atraente para alguns. 
Acima de tudo, eles seguem os preceitos de um fazedor de milagres que 
foi, ele próprio, crucificado como um criminoso.
Fonte: LAURENCE, Ray. Guia do Viajante Pelo Mundo Antigo – Roma no Ano 300 d.C. SP: Ciranda Cultural, 2008, p. 31.
Os cristãos mataram muçulmanos nas Cruzadas. Os cristãos mataram 
judeus em muitos massacres. Enquanto isso, outra dimensão foi adi-
cionada: os cristãos começaram a matar companheiros cristãos acusa-
dos de “hereges”. [...] Em Alexandria, em 415, a grande cientista Hypa-
tia, chefe da Biblioteca de Alexandria, foi espancada até a morte pe-
los monges e outros seguidores de São Cirilo, que viam a ciência dela 
muito como a Igreja, mais tarde, veria a de Galileu.
Fonte: HAUGHT, James A. Perseguições Religiosas – Uma História do Fanatismo e dos Crimes Religiosos. 
RJ: Ediouro, 2003, p. 53.
A relação entre os excertos pode ser encontrada em:
a) Desde os tempos do Império Romano, os cientistas eram alvo de 
perseguições, porém, com o fortalecimento do catolicismo, os 
cientistas cristãos de perseguidos tornaram-se perseguidores.
b) As perseguições aos cristãos no Império Romano apresentavam 
um caráter religioso, enquanto as praticadas pelo catolicismo 
medieval procuravam eliminar cientistas que contestavam seu 
poder, independentemente de sua religião.
c) Os cristãos do Império Romano foram perseguidos por 
não aceitarem a divindade dos imperadores, enquanto os 
professantes de religiões não católicas por defenderem a 
racionalização do pensamento a partir da Idade Média.
d) As perseguições a religiões diferentes da do Estado ocorrem 
desde os tempos do Império Romano, chegando ao seu auge a 
partir da ascensão de católicos aos mais altos cargos políticos na 
Europa Medieval.
e) De perseguidos pelo Império Romano, por suas concepções 
religiosas, os cristãos passaram a perseguidores e, com o 
fortalecimento do catolicismo, cristãos não católicos também 
foram por eles perseguidos. 
RESOLUÇÃO
Em seus primórdios, o cristianismo era visto pelos romanos como 
uma seita a ser combatida. Contrários às guerras, à escravidão e 
se recusando a prestar cultos ao imperador, considerado divino 
pelos romanos, os cristãos foram violentamente perseguidos. 
Entre os séculos II e IV, no entanto, a situação começou a mudar: a 
expansão da religião tornou-se um dos maiores problemas para a 
manutenção do império, uma vez que a plebe oprimida associava 
seu sofrimento ao sofrimento do próprio Cristo. 
Com a liberdade de culto e a proibição das perseguições, 
determinadas pelo imperador Constantino, por meio do Edito 
de Milão, em 313, o número de cristãos aumentou de forma 
substancial. Entre 380 e 381, o imperador Teodósio oficializou 
o cristianismo como religião do império ao publicar o Edito 
de Tessalônica. A partir daí, de perseguidos, os cristãos se 
transformaram em perseguidores de outras religiões, atingindo 
seu auge na Idade Média, quando o poder do catolicismo era 
praticamente incontestável. Incialmente sua fúria se concentrou 
em religiões não cristãs, as chamadas heresias, mas, a partir da 
Reforma Protestante, cristãos não católicos também passaram a ser 
alvo das perseguições do catolicismo.
Resposta: E
24 GE HISTÓRIA 2017
IDADE MÉDIA
2 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULOarrow O poder da Igreja ..............................................................................................26arrow Império Árabe ...................................................................................................28
arrow Reino Franco .....................................................................................................30
arrow Feudalismo .........................................................................................................31
arrow Linha do tempo ................................................................................................34
arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................36
IGREJA E ESTADO 
A escrivã Kim Davis celebra 
a saída da prisão ao lado 
de políticos no Kentucky 
(EUA). Ela havia sido detida 
por se recusar a emitir 
licenças para casamentos 
entre homossexuais
A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos (EUA) de legalizar a união civil entre pessoas do mesmo sexo, em junho 
de 2015, foi saudada como uma importante con-
quista no campo dos direitos civis. No entanto, 
para muitos grupos cristãos, a medida representa 
uma afronta a seus valores religiosos, que consi-
deram como matrimônio apenas a união entre 
um homem e uma mulher. É o que alegou Kim 
Davis, uma escrivã de um cartório do estado do 
Kentucky, que se recusou a emitir licenças para 
casamentos entre homossexuais, em setembro. 
Ao desafiar a decisão da Justiça norte-ameri-
cana, ela acabou sendo detida por desacato. Solta 
seis dias depois, Davis foi saudada por grupos 
conservadores religiosos e chegou, inclusive, a 
receber a visita do papa Francisco, que lhe pres-
tou solidariedade quando esteve nos EUA no fim 
daquele mês. Questionado sobre o que achava da 
decisão de Davis, Francisco disse que funcioná-
rios públicos têm o direito de se recusar a emitir 
licenças de casamento para homossexuais se o ato 
violar a sua consciência. “A objeção de consciência 
deve ser respeitada nas estruturas legais, pois é 
um direito, um direito humano”, justificou o papa.
Por sua vez, o juiz do Kentucky David Bunning 
enfatizou que “a nossa forma de governo não 
sobreviverá a não ser que nós, como sociedade, 
concordemos em respeitar as decisões do Su-
premo Tribunal dos EUA, independentemente 
das nossas opiniões pessoais”.
O episódio coloca em pauta a discussão sobre o 
caráter do chamado Estado laico. Ou seja, até que 
ponto países como os EUA, onde a Constituição es-
tabelece a separação entre religião e administração 
pública, estariam sujeitos à pressão de preceitos 
religiosos. Os dogmas cristãos, por exemplo, são 
fortemente contrários a questões relativas a abor-
to, uso de preservativo, realização de pesquisas 
com células-tronco e casamento entre pessoas 
do mesmo sexo. O debate, que também começa a 
ganhar força no Brasil, é se os interesses da socie-
dade devem estar submetidos a crenças religiosas 
em detrimento de uma discussão mais secular e 
racional sobre essas importantes questões.
A influência da Igreja Católica, que ainda é 
forte em nossa socie-
dade, obteve seu ápice 
durante a Idade Média, 
quando ela se consoli-
dou como a instituição 
mais poderosa do pe-
ríodo. Neste capítulo, 
você também confere 
outros importantes 
marcos dessa época. 
Decisão da Suprema Corte dos EUA de legalizar o 
casamento gay bate de frente com os dogmas cristãos e 
acirra debate sobre o caráter do Estado laico
Sob a autoridade de 
Deus ou do Estado?
Lennon
Realce
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25GE HISTÓRIA 2017 
TY WRIGHT/GETTY IMAGES/AFP
26 GE HISTÓRIA 2017
IDADE MÉDIA O PODER DA IGREJA
N enhuma instituição foi tão rica, bem organizada e pode-rosa durante a Idade Média na 
Europa quanto a Igreja Católica. Com 
a transformação do cristianismo em 
religião oficial do Império Romano, em 
391, durante o reinado de Teodósio, a 
Igreja passou a acumular fortunas e vas-
tos territórios, tornando-se altamente 
influente também no âmbito político. 
No século V, já durante a Idade Média, 
a instituição tinha uma organização hie-
rárquica definida – com padres e sacerdo-
tes na base da pirâmide, bispos logo acima 
e o papa no topo – e estava bem instalada 
no continente. Os religiosos dedicaram-se 
a converter os bárbaros e a promover sua 
integração com os romanos, ganhando 
prestígio e passando a assumir funções

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