Buscar

Apostila Português Eli Castro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 169 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 169 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 169 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
CONCURSO: DETRAN 
 
ASSUNTO: 
00. Apresentação...................................................................................................................01 
01. Interpretação de textos. .................................................................................................02 
02. Classes de palavras. .........................................................................................................21 
03. Regência Verbal e Nominal. ............................................................................................34 
04. Crase. ...............................................................................................................................59 
05. Concordância Verbal. ......................................................................................................68 
06. Concordância Nominal. ...................................................................................................84 
07. Pontuação. .......................................................................................................................90 
08. Significação das Palavras...............................................................................................106 
09. Sintaxe da Oração e do Período. ...................................................................................110 
10. Uso do “PORQUE”. ........................................................................................................131 
11. Funções do SE. ...............................................................................................................133 
12. Vozes verbais. ................................................................................................................135 
13. Acentuação gráfica. .......................................................................................................140 
14. Exercícios finais FCC. .....................................................................................................148 
15. Dicas de viagem..............................................................................................................152 
16. SLIDES.............................................................................................................................155 
 
00. Apresentação 
 
Esta apostila foi idealizada com o propósito de fazer com 
que você consiga estudar sozinho e com o máximo de 
rendimento. Procure ler com atenção as dicas, as 
observações e, principalmente, não deixe de fazer todos os 
exercícios que aqui aparecem. 
 
Desejo toda a sorte do mundo a você. E tenha sempre em 
mente que estudar, agora, é um trabalho. Por isso, não 
chegue tarde, não falte, não durma em serviço e sempre 
procure bater metas. Assim, o sucesso é só uma questão de 
tempo. Sincero abraço! 
Eli Castro. 
 
******** 
Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: 
Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso 
Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua 
Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática da 
Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, 
Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A 
Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, 
sugiro a última, uma vez que ela é rica em exercícios e traz 
base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição 
do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no mercado. 
 
******* 
Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará 
(UECE) com licenciatura em Língua Portuguesa, Literatura e 
Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de 
Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É mestre em 
Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade 
Federal do Ceará (UFC), onde foi professor substituto entre 
os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos 
preparatórios para concursos em Fortaleza. Leciona, 
também, em cursos de pós-graduação em faculdades 
particulares. Atualmente, prepara projeto de doutorado 
com fortes inclinações para a psicanálise e a filosofia da 
linguagem. 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
2 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
01. Interpretação de textos 
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Altíssima. 
Muitas vezes, até as questões de gramática dependem da 
interpretação do texto lido. 
 
DICA: Resolva o máximo de questões que você puder. Se 
você resolver três questões por dia, em um mês você estará 
muito mais atento e menos vulnerável a perder questões, 
de um certo modo, simples. 
 
DICA DE ESTUDO: Leia, com bastante atenção, a técnica 
que apresento na sequencia. Não subestime esse tema. 
Muitos alunos pensam que, para se sair bem nas questões 
de interpretação, basta fazer uma boa leitura. Isso não é 
verdade. Há mais coisas que envolvem o gesto de 
interpretar um texto que se encontra numa prova de 
concurso. Há detalhes sutis nos enunciados e nos próprios 
itens. O texto, curiosamente, é o menos perigoso de todos 
os elementos que envolvem a interpretação. 
 
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Alta. Às vezes, 
metade da prova é de interpretação de textos. Por isso, 
esse assunto não pode ser deixado de lado. 
STATUS: Em sala e com o professor. 
 
■ ENTENDENDO O QUE É INTERPRETAR TEXTOS PARA 
UMA PROVA DE CONCURSO. 
O que é interpretar um texto? Como se deve 
proceder quando se está diante de um conjunto de ideias 
arquitetadas em parágrafos? A interpretação seria um 
procedimento igual, sempre, independente do texto e da 
situação em que está inserido o leitor? Antes de responder 
a essas interessantes perguntas, comecemos por uma 
delimitação inevitável: quando se está numa situação de 
prova, não se interpreta apenas o texto, mas tudo aquilo 
que o envolve e o evidencia. Estou querendo dizer que, 
numa prova de concurso, não basta ler atentamente o 
texto que ali se encontra, mas sim considerar que os 
enunciados das questões e os itens (A, B, C, D e E) também 
fazem parte do processo interpretativo. Dessa forma, o 
candidato deve ter a consciência de que seu êxito nas 
questões de interpretação depende fundamentalmente da 
triangulação representada a seguir: 
 Texto 
 
 
 
 
 Enunciado Itens 
 
É com base nessa dinâmica que o candidato pode 
chegar a uma conclusão satisfatória. 
Vamos agora explorar esse triângulo de forma 
mais aprofundada. Comecemos pela ponta da figura: o 
texto. Sugiro, ao ler pela primeira vez o texto da prova, que 
você fique atento a tudo, que se desligue do mundo a sua 
volta e entre no mundo do texto. Se possível, grife, circule 
ou faça qualquer outra marcação quando vir algo que lhe 
chame a atenção, algo inusitado ou alguma coisa que você 
não tenha entendido direito. Esse procedimento faz com 
que o candidato ganhe tempo, já que não precisará mais 
ficar procurando aquela palavra esquisita ou expressão 
importante que acabara de ler. 
Continuemos, agora, com a parte de baixo da 
figura: o enunciado. Ler e interpretar o enunciado de uma 
questão é fundamental. Contudo, esse sucesso depende de 
um simples procedimento: encontre o “comando” da 
questão. Chamo “comando” determinada palavra ou 
expressão que, disfarçadamente ounão, orienta o 
candidato a encontrar o item correto. O “comando”, não 
sendo encontrado ou simplesmente esquecido ─ ou mesmo 
abandonado pelo candidato ─, pode trazer vários prejuízos. 
Por isso, sugiro que você grife o “comando” e não se 
desligue dele um só instante. Assim, sempre que terminar a 
leitura de um item, volte ao “comando” para, só depois, 
começar a leitura do próximo item. Repita esse 
procedimento até o item “E”. Dessa maneira, você terá 
indicativos muito mais satisfatórios para julgar uma 
questão. 
Vamos fazer, agora, um pequeno teste. Você lerá, 
em seguida, alguns enunciados extraídos de provas reais. 
No final deste capítulo, há as respostas. Seu objetivo é 
identificar e grifar os “comandos” de cada um deles. 
Boa sorte. 
01- A analogia estabelecida pelo autor entre a importância 
do computador e a da primeira Revolução Industrial 
deriva do fato de que, em ambos os casos... (FCC). 
 
02- Nessa carta aberta, Einstein demonstra acreditar que a 
ONU... (FCC). 
 
03- O único elemento que não faz parte da estratégia 
argumentativa do texto lido é... (Funrio). 
 
04- Marque a paráfrase do texto de Darcy Ribeiro isenta 
de erros (ESFAF). 
 
05- Assinale a opção que apresenta inferência coerente 
com as ideias do texto (Esaf). 
 
06- É correto deduzir das afirmações do texto que (FCC). 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
3 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
07- De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO 
pertence ao campo semântico de “camelô” é... 
(Funrio). 
08- A afirmação que está no título do texto faz referência 
ao fato de que, para o autor, (FCC). 
Supondo que você já tenha ido conferir as 
respostas, vale a pena insistir um pouco mais nesses 
segundo momento do triângulo. Às vezes, sentimos grande 
dificuldade em interpretar os enunciados por conta de 
determinadas palavras ou expressões que não são de uso 
comum em nosso cotidiano. É o caso, por exemplo, de 
palavras como “inferir”, “aferir”, “subjacente”, “antitético”, 
“coesão”, “nexo”, “léxico”, “lexical”; e de expressões como 
“campo semântico”, “elemento anafórico”, “elemento 
catafórico”, dentre outras. Por esse motivo, é fundamental 
que você saiba o que significa cada uma dessas palavras ou 
expressões. Abaixo, coloco - de forma resumida - o 
significado das que citei anteriormente. 
1. Inferir: concluir a partir de indícios textuais; é uma 
espécie de dedução mais elaborada, em que você usa 
até as suas experiências de vida para realizá-la. 
2. Depreender: embora signifique a mesma coisa que 
“inferir”, em provas, esse verbo acaba sendo utilizado 
de maneira um pouco diferente. Depreender é, na 
visão de muitas bancas, colher (coletar) o que está no 
texto. Só que essa coleta não é simples (óbvia), é 
como se você precisasse de uma lupa para enxergar 
aquilo que está bem escondido no texto. Depreender 
é, portanto, um tipo específico de inferência. 
3. Aferir: pôr em confronto; investigar as diferenças; 
examinar a fundo. 
4. Subjacente: aquilo que fica por baixo; ou, que vem de 
baixo. 
5. Antitético: que conclui ou encerra antítese, ou seja, 
contrariedade. 
6. Coesão: ligação entre os elementos dos um texto. 
7. Nexo: algumas organizadoras, como a Conesul, usam 
essa palavra como sinônimo de conjunção. 
8. Léxico: conjunto de palavras de determinada língua. 
Ou seja, quando uma questão envolver essa palavra, 
pense logo num dicionário, já que é lá que estão as 
palavras do léxico da língua portuguesa. 
9. Campo lexical: que vem do léxico. 
10. Campo semântico: cada contexto comunicativo exige 
um tipo de campo semântico (ou território de 
sentido). Nele, as palavras assumem significados 
próprios. Por exemplo: ao se pensar em fazer um 
churrasco, uma série de palavras surgirá para compor 
esse “campo”: carne, sal grosso, cerveja, festa, brinde, 
família, amigos, música etc. Já para a palavra 
concurso, outro grupo de palavras aparece: prova, 
apostila, questões, aula, professor, estudo, disciplina 
etc. Ou seja: campo semântico é um espaço virtual 
para o qual um grupo afim de palavras converge. 
11. Elemento anafórico: consideremos a seguinte texto 
“Lula não virá mais a Fortaleza, pois o Presidente está 
muito atarefado. Sua viagem à capital cearense fica 
adiada para o segundo semestre”. Note que 
“Presidente” e “Capital cearense” retomam, ou seja, 
fazem referência aos termos Lula e Fortaleza. Assim, 
diz-se que estamos diante de elementos anafóricos, já 
que eles - sem promover repetição - “apontam” para 
palavras que já foram mencionadas. É o que 
chamamos de anáfora. 
12. Elemento catafórico: usa o mesmo princípio do 
anafórico, só que, em vez de “apontar” para trás, 
“aponta” para frente. Por exemplo: “Ele disse que 
nunca mais voltaria ali, Fortaleza”. Note que o 
elemento gramatical “ali” faz referência ao termo que 
surge imediatamente após. Daí termos uma catáfora. 
 
Há outras muitas palavras que podem surgir ao 
longo dos enunciados. Sua postura, agora, é procurar saber 
o que elas significam para que sua interpretação seja 
plausível. Tenha sempre consigo um bom dicionário. 
Bom, já estamos quase no fim desse capítulo. A 
última parte do triângulo que nos falta é da dos itens. 
Talvez seja esta a parte mais complicada do processo de 
interpretação, uma vez que ela é a que costuma tirar a 
concentração dos candidatos com mais frequência. Por 
qual seria o motivo? Isso ocorre porque, geralmente, o 
candidato se desliga do “comando”. Lembre-se sempre de 
que seu objetivo é ligar o item correto ou o falso ao que 
propõe o enunciado da questão. E, para que isso funcione 
bem, sugiro que você descarte os itens “podres” o quanto 
antes. O que são itens “poderes”? São aqueles que 
destoam muito do “comando” da questão. Normalmente, 
eles fogem ao assunto do texto, usam palavras generalistas 
como “apenas”, “tudo”, “nada”, “somente”, “jamais” etc., 
trazem comentários cheios de palavras bonitas ou de 
efeito, ou, finalmente, dizem uma verdade sobre o texto, 
mas uma verdade que não é a que a questão deseja saber. 
Muita atenção para este último caso! 
Por fim, um último esclarecimento sobre 
interpretação é inevitável: se você tiver sido um bom leitor 
ao longo de sua carreira escolar e acadêmica, suas chances 
são bem significativas, e crescem mais ainda quando você 
segue as dicas dadas acima. Por outro lado, se seu contato 
com a leitura não tiver sido dos mais satisfatórios, sugiro 
que você estude mais, resolva mais exercícios e não tenha 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
4 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
medo de ler. Somente a prática dirigida e orientada pode 
fazer com que você, em pouco tempo, recupere o tempo 
perdido. 
Boa sorte! 
Eli castro. 
RESPOSTAS DO TESTE 
01- analogia / deriva do 
02- demonstra 
03- estratégia argumentativa 
04- paráfrase 
05- inferência 
06- deduzir 
07- campo semântico 
08- faz referência a 
 
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. 
 
EXERCÍCIOS 01 
 
 
TEXTO I 
 
Os anônimos 
 
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu 
espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do 
que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são 
um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes 
dividida entre as necessidades de bajular o poder e de 
refletir a realidade.O espelho tentoumudar de assunto, mas 
finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve. 
 
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a 
levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se 
do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o 
lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende 
da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe 
nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma 
versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um 
arquétipo, e os arquétipos não precisam de nome. O 
Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, 
também não precisa. É um símbolo reincidente, talvez nem 
a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. 
Mas o personagem principal da história, sem o qual a 
história não existiria e os outros personagens não se 
tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele só entra na 
trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em 
suspenso até que ele faça a escolha certa, 
pois se fizer a errada não tem história. O lenhador 
compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que 
podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por 
isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece nos 
créditos. 
 
Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos 
que fazem a história, ou como, no fim, é a boa consciência 
que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em que 
conversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, 
e disse que a entrada do lenhador simbolizava um problema 
da humanidade, que é a dificuldade de conseguir 
empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido. 
 
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses) 
 
1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, 
certos personagens anônimos 
 
(A) revestem-se de um caráter eminentemente 
simbólico, ainda que secundário para o 
desenvolvimento da trama. 
(B) representam a desordem do acaso, entendido 
este como o destino que os deuses escolhem 
para a história humana. 
(C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o 
Príncipe, para melhor sublinharem o 
ensinamento de uma fábula. 
(D) têm crucial relevância para a história, ainda que 
relegados à obscuridade de transitórios 
figurantes. 
(E) tornam-se irrelevantes depois de seu 
desempenho, na sequência de eventos 
independentes de sua participação. 
 
2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para 
justificar o modo pelo qual personagens como o 
lenhador são anônimos em muitas histórias: eles 
seriam vistos como responsáveis por 
 
(A) uma escolha pessoal e independente, que não 
deixa de afrontar uma instância superior já 
estabelecida. 
(B) atos de subversão e anarquia, dado que, para 
atender a vontade dos deuses, ignoram a dos 
homens. 
(C) decisões éticas basicamente preocupadas em 
conciliar a justiça terrena e a vontade divina. 
(D) uma escolha irracional, justificável pela precária 
condição cultural que os caracteriza. 
(E) uma reação de tal modo imprevisível que 
impossibilita uma sequência lógica de eventos. 
 
3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os 
arquétipos não precisam de nome é que 
 
(A) seu papel, tal como o do lenhador, já está 
estabelecido pelo Destino. 
(B) sua importância, como a do lenhador, é casual, 
servindo para acentuar o realismo da narrativa. 
(C) sua significação, tal como a do Príncipe 
Encantado, já está estabelecida pela tradição das 
histórias. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
5 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
(D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar 
entre a necessidade pública e o interesse 
privado. 
(E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em 
representar uma rápida indecisão. 
 
4. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um elemento do texto 
em: 
 
(A) dividida entre as necessidades (1º parágrafo) 
__
 
açodada pelos desejos. 
(B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1º 
parágrafo) 
__ 
de cortejar a instância superior e 
obliterar o real. 
(C) Toda a história depende da compaixão (2º 
parágrafo) 
__ 
toda a narrativa suscita um 
compadecimento. 
(D) É um símbolo reincidente (2º parágrafo) 
__ 
simboliza uma reiteração. 
(E) só entra na trama para fazer uma escolha (2º 
parágrafo) 
__ 
não participa do enredo senão para 
assumir uma opção. 
 
 
 
TEXTO II 
 
Pós-11/9 
 
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como 
adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que 
penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o 
mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – 
culminando com o day before [dia anterior], o último dia 
das torres em pé, a última segunda-feira normal e a 
véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. 
Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto 
o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda 
pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um 
sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas 
prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns 
direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos 
estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos 
contra a radicalíssima reação americana são vistos como 
irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. 
 
Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às 
nações se repensarem no bom sentido, não como 
submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a 
oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o 
primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de 
revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel 
e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma 
reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo 
menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não 
se devem esperar exames de consciência mais profundos ou 
atos de contrição mais espetaculares, mas o 
instinto de sobrevivência também é um caminho para a 
virtude. 
 
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de 
me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que 
acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o 
que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, 
já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de 
setembro” na rua. 
 
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) 
 
5. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, 
autor do texto aqui apresentado: "trata-se de um 
escritor que consegue dar seriedade ao humor e 
graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo 
humorista inspirado e ensaísta profundo". 
Essa rara combinação de planos e tons distintos pode 
ser adequadamente ilustrada por meio destes 
segmentos do texto: 
 
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os 
Estados Unidos descobriram um sentimento 
inédito de vulnerabilidade. 
II. Um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – 
fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência 
também é um caminho para a virtude. 
III. Fatos inaugurais como o 11/9 também permitem 
às nações se repensarem e não se devem esperar 
exames de consciência mais profundos. 
Em relação ao texto, atende ao enunciado desta 
questão o que se transcreve em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I e III, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
6. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento em: 
 
(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo) 
__
 conotando nostálgico, recorrente. 
(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las 
(1º parágrafo) 
__ 
ratificam suas metas para as 
estabilizarem.(C) atos de contrição mais espetaculares (2º 
parágrafo) 
__ 
demonstrações mais grandiosas de 
arrependimento. 
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2º 
parágrafo) 
__ 
decorreu de uma irônica 
contradição. 
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo) 
__ 
a que mesmo serviu de pretexto? 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
6 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor 
observa que ela 
 
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de 
muitas outras manifestações terroristas. 
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de 
medidas de segurança muito mais drásticas que 
as então vigentes. 
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar 
mais estreitos os até então frouxos laços de 
solidariedade. 
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos 
venham a se avaliar como nação e a trilhar um 
novo caminho. 
(E) faria com que os americanos passassem a 
ostentar com ainda maior orgulho seu decantado 
nacionalismo. 
 
TEXTO III 
 
Os homens-placa 
 
Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, 
luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge 
numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem 
mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas 
incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque 
ele seja vítima do velho sistema de ficar ensanduichado 
entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou 
espetáculos de teatro, nem porque, numa versão mais 
recente, amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico 
amarelo para avisar que se compra ouro ali por perto. Ele é 
homem-placa porque sua função é mostrar, a cada 
encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa 
para o novo prédio de apartamentos que está sendo 
lançado. 
 
Durante uma época, a prática foi encostar carros 
velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, 
colocando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito 
era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção 
do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu 
depósito de vinho individual, se todo o sonho estava 
montado em cima de um 
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão? 
 
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao 
passado os grandes lançamentos performáticos do mercado 
imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, 
proporções teatrais. Determinado prédio homenageava a 
Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se 
fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto pintado 
de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido 
na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Marilyns e 
Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, 
as ruas do Itaim. 
 
Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer 
ao guardador de carros, que precisa impor certa presença 
ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. 
Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; 
um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho 
já bastam. 
 
(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. 
blogspot.uol.com) 
 
 
8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua 
função, evidenciam o paradoxo 
 
(A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem-
sucedido recurso publicitário obtém nos dias 
atuais. 
(B) de se preservar o romantismo do passado na 
utilização de uma técnica moderna de 
comunicação. 
(C) de se chamar a atenção para a ostensiva 
presença pública de quem está imerso no 
anonimato. 
(D) da teimosa insistência dos empreendedores 
financeiros numa anacrônica tática de vendas. 
(E) da resignação com que fazem de seus próprios 
corpos matéria de propaganda imobiliária. 
 
9. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os 
homens- placa, em sua função mais recente, 
funcionam como meros sinalizadores físicos da 
localização dos negócios. 
II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua 
da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram 
como a propaganda se vale de imagens 
estereotipadas para incutir prestígio em certos 
produtos. 
III. A despersonalização a que se submetem os 
homens e mulheres-placa só não é maior do que 
a que sofre um guardador de carros. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, somente. 
(C) I e III, somente. 
(D) II e III, somente. 
(E) II, somente. 
 
10. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento em: 
 
(A) replica-se em outras dez (1º parágrafo) 
__ 
contesta-se em dez outras. 
(B) incorporações imobiliárias (1º parágrafo) 
__ 
admissões de imóveis. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
7 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
(C) lançamentos performáticos (3º parágrafo) 
__ 
propulsões cuidadosas. 
(D) impor certa presença (4º parágrafo) 
__ 
submeter 
a aparência. 
(E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) 
__ 
devido à falta de sua identidade pública. 
 
11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem 
dúvida, (2o parágrafo) mostrando 
 
(A) o contrassenso de se anunciar um produto 
sofisticado por meio de um recurso grosseiro. 
(B) o modesto resultado financeiro que se obtém 
pela publicidade apoiada em homens-placa. 
(C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada 
voltada para uma clientela de pouco poder 
aquisitivo. 
(D) a impossibilidade de se tentar exaltar 
simultaneamente aspectos contraditórios de um 
produto. 
(E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar 
o que é barato por meio de recursos baratos. 
 
12. No 3º parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa 
referindo-se, precisamente, 
 
(A) à eliminação mais que justificável dos carros-
placa. 
(B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos 
publicitários. 
(C) às características teatrais dos carros-placa. 
(D) aos desempenhos teatrais das campanhas 
imobiliárias. 
(E) ao inesperado crescimento do mercado 
imobiliário. 
 
 
TEXTO IV 
 
Graças à espantosa explosão de teoria e prática da 
informação, novos avanços científicos foram se traduzindo 
numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos 
usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de botões 
que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar 
um procedimento, sem demandar maiores contribuições 
das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do 
ser humano médio. 
 
A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 
tipificava essa eliminação do elemento humano. Não exigia 
do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do 
dinheiro local. Um scanner automático traduzia o código de 
barras do artigo num preço, somava todos os preços, 
deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e dizia ao 
operador quanto dar de troco. O procedimento para 
assegurar essas atividades se baseia numa combinação de 
maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, 
a menos que alguma coisa desse errado, esses milagres de 
tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de 
atenção e uma capacidade um tanto maior de concentrada 
tolerância ao tédio. 
 
Para fins práticos, a situação do operador de caixa do 
supermercado representava a norma humana de fins do 
século XX; não precisamos entender nem modificar os 
milagres da tecnologiacientífica de vanguarda, mesmo que 
saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. 
Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos 
suponhamos especialistas num ou noutro campo 
determinado, diante da maioria dos outros produtos diários 
da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem 
compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido 
saturado de tecnologia da vida humana, demonstra 
diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e 
onipresente. 
 
E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a 
ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e da 
qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu 
contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo. 
 
A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por 
alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreensível; 
o de que suas consequências tanto práticas quanto morais 
eram imprevisíveis e provavelmente catastróficas; o de que 
ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a 
autoridade. 
Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na 
medida em que a ciência interferia na ordem natural das 
coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois 
sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto 
leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora. 
 
(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. 
São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512) 
 
 
13. Segundo o texto, 
 
(A) os grandes avanços provenientes das ciências 
naturais no século XX foram acompanhados pelo 
temor e pela suspeita de que malefícios 
poderiam deles advir. 
(B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de 
obra humana em diversos setores, causando, 
entre outras consequências desastrosas, o 
desemprego. 
(C) em termos morais, o avanço da tecnologia 
trouxe consequências negativas, pois a ciência é 
desprovida de ética e é preocupante o uso que 
se faz dela. 
(D) um dos obstáculos que impedem um maior 
desenvolvimento da ciência até os dias de hoje 
configura-se na crença de que devemos seguir as 
leis da natureza para não corrermos riscos. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
8 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
(E) ainda que possuam conhecimentos específicos 
de outras áreas, os que têm pouca familiaridade 
com a tecnologia e não a compreendem devem 
ficar para trás em um mercado competitivo 
como o dos dias atuais. 
 
14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião 
pessoal ou posicionamento crítico é: 
 
(A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática 
da informação, novos avanços científicos foram 
se traduzindo numa tecnologia que não exigia 
qualquer compreensão dos usuários finais. 
(B) O procedimento para assegurar essas atividades 
se baseia numa combinação de maquinaria 
sofisticada e programação elaborada. 
(C) ... diante da maioria dos outros produtos diários 
da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes 
sem compreender nada. 
(D) ...esses milagres de tecnologia científica não 
exigiam mais que um mínimo de atenção e uma 
capacidade um tanto maior de concentrada 
tolerância ao tédio. 
(E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para 
ativar um procedimento, sem demandar maiores 
contribuições das qualificações e inteligência 
limitadas e inconfiáveis do ser humano médio. 
 
15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da 
informação, novos avanços científicos foram se 
traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer 
compreensão dos usuários finais. 
Identificam-se nas frases acima, respectivamente, 
 
(A) causa e consequência. 
(B) hipótese seguida de conclusão. 
(C) afirmação e concessão. 
(D) argumentação e ressalva. 
(E) temporalidade e finalidade. 
 
 
TEXTO V 
 
Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção 
à anatomia e à fisiologia, para que as crianças se 
formassem com conhecimentos mínimos sobre o 
funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos 
filhos estudem em colégio que não lhes ensine informática. 
Fazemos questão que se familiarizem com os 
computadores, sem os quais serão atropelados pela 
concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a 
organização básica da estrutura da qual dependerão para 
respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em 
despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona 
essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até 
nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção 
natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais 
respeito e sabedoria e não daríamos ouvidos a teorias 
estapafúrdias, a superstições, ao obscurantismo e à 
pseudociência que faz a alegria dos charlatães. 
 
A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a 
estudar os seres vivos e as leis que os regem, não é domínio 
da crença; não é religião. O organismo humano é a 
estrutura mais complexa que conhecemos - alguns o 
consideram mais complexo do que o próprio Universo. 
Estudar os mecanismos responsáveis pela circulação e 
oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter 
uma ideia de como ocorrem as principais reações 
metabólicas e aprender que nosso corpo é uma máquina 
que se aperfeiçoa com o movimento é a melhor forma de 
evitar que ele nos deixe no meio da estrada. 
 
Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o 
ensino de ciências deve começar na pré-escola. Aprendendo 
desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento 
científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e 
mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios 
segundo os quais a natureza se organizou. 
 
(Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, 
p.E 20) 
 
 
16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que 
 
(A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar 
com alegações infundadas. 
(B) o ensino de informática é imprescindível na 
atualidade e deve começar cedo. 
(C) teorias científicas de credibilidade questionável 
deveriam ser banidas da mídia. 
(D) o ensino da biologia tem maior importância na 
vida escolar do que o da informática. 
(E) o conhecimento dos mecanismos que comandam 
o corpo deve ser incentivado desde cedo na 
escola. 
 
17. Leia atentamente o que se afirma abaixo: 
 
I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a 
curiosidade de decifrar como funciona essa 
máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar 
até nós depois de 3,5 bilhões de anos de 
competição e seleção natural, desde pequenos 
trataríamos o corpo com mais respeito e 
sabedoria... 
Infere-se do segmento acima que os cuidados 
com o próprio corpo melhoram à medida que 
aumenta o domínio sobre o seu funcionamento. 
II. Fazemos questão que se familiarizem com os 
computadores, sem os quais serão atropelados 
pela concorrência do futuro, mas aceitamos que 
ignorem a organização básica da estrutura da 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
9 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
qual dependerão para respirar até o dia da 
morte. 
Identifica-se entre as frases acima hipótese 
seguida de confirmação. 
III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que 
desconhecem os princípios segundo os quais a 
natureza se organizou. 
O segmento acima está reescrito com outras 
palavras, mantendo-se a correção, a lógica e, em 
linhas gerais, o sentido original em: Apenas os 
que são capazes de julgar as leis que organizam 
a natureza, com suas belezase mistérios, pode 
se familiarizar com ela. 
 
Está correto o que consta em: 
 
(A) II e III, apenas. 
(B) I e III, apenas. 
(C) II, apenas. 
(D) I, apenas. 
(E) I, II e III. 
EXERCÍCIO 02 
 
De volta à Antártida 
 
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa 
polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para 
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. 
Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um 
documento do governo estabelece uma agenda de 
prioridades para o continente gelado até 2020. A principal 
delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na 
Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, 
recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. 
A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida 
aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a 
potência comunista construiu sete estações de pesquisa no 
continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o 
colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir 
em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que 
Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a 
“paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país 
tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos 
naturais caso haja um desmembramento territorial do 
continente. 
 
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) 
 
1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações 
de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre 
mudanças climáticas, recursos pesqueiros e 
navegação por satélite, entre outros. 
 
O segmento grifado na frase acima tem sentido 
 
(A) adversativo. 
(B) de consequência. 
(C) de finalidade. 
(D) de proporção. 
(E) concessivo. 
 
2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o 
emprego das aspas 
 
(A) indica que esse segmento é transcrição literal do 
documento do governo russo mencionado no 
início do texto. 
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com 
relação aos supostos propósitos da Rússia de 
manter a paz na Antártida. 
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo 
russo ao reconstruir estações de pesquisa na 
Antártida que datam do período soviético. 
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, 
que não devem ser entendidos em sentido 
literal, como o constante dos dicionários. 
(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e 
estabilidade, o que torna impensável a existência 
de uma sem a outra. 
 
3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas 
no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti-
las literalmente, como ocorre em: 
 
I. O continente gelado / a Antártida 
II. Moscou / a Rússia 
III. A revista Science / o blog Science Insider 
IV. A potência comunista a União Soviética Atende 
corretamente ao enunciado da questão o que 
está em 
 
(A) I e III, apenas. 
(B) I e IV, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e IV, apenas. 
(E) I, II, III e IV 
 
Atenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao 
texto abaixo. 
 
Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa 
cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos 
conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes 
talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-
roupa e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito 
porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara ruim 
nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna 
apesar da origem humilde. Minha outra mulher teve uma 
educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca 
entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre 
tantas meninas de uma família distinta. 
 
(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29) 
 
 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
10 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto. 
 
I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade 
“onde todos se cumprimentam e ninguém nos 
conheça”, o narrador incorre numa evidente e 
insolúvel contradição. 
II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma 
educação rigorosa” é reafirmação, por contraste, 
de que aquela a quem o narrador se dirige não a 
teve, o que já estava implícito no propósito de 
“lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes 
talheres e copos de vinho etc.”. 
III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma 
moça digna apesar da origem humilde”, o 
narrador sugere, por meio da concessiva, que a 
dignidade não costuma ser característica 
daqueles cuja origem é humilde. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
(A) I, II e III. 
(B) II e III, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) I e II, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios 
para você ler. 
A expressão grifada na frase acima pode ser 
substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: 
 
(A) pessoalmente. 
(B) de modo incisivo. 
(C) apontando. 
(D) entre outras coisas. 
(E) cuidadosamente 
 
Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas 
mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera 
justamente aquela, entre tantas meninas de uma família 
distinta. 
 
6. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, 
sem que se altere o sentido e a correção originais, e o 
modo verbal, por: 
 
(A) escolheria. 
(B) havia escolhido. 
(C) houvera escolhido. 
(D) escolhesse. 
(E) teria escolhido. 
 
 
Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao 
texto abaixo. 
 
 
Cartão de Natal 
 
Pois que reinaugurando essa criança 
pensam os homens 
reinaugurar a sua vida 
e começar novo caderno, 
fresco como o pão do dia; 
pois que nestes dias a aventura 
parece em ponto de voo, e parece 
que vão enfim poder 
explodir suas sementes: 
que desta vez não perca esse caderno 
sua atração núbil para o dente; 
que o entusiasmo conserve vivas 
suas molas, 
e possa enfim o ferro 
comer a ferrugem 
o sim comer o não. 
João Cabral de Melo Neto 
 
 
7. No poema, João Cabral 
 
(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na 
passagem do Natal as pessoas se tornem 
generosas e façam “o sim comer o não”. 
(B) demonstra a sua aversão às festividades 
natalinas, pois “nestes dias a aventura parece em 
ponto de voo”, mas depois a rotina segue como 
sempre. 
(C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles 
que transformam o Natal em uma apologia ao 
consumo e se esquecem do seu caráter religioso. 
(D) observa com otimismo que o Natal é um 
momento de renovação em que os homens se 
transformam para melhor e fazem o “ferro comer 
a ferrugem”. 
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de 
fato, uma transformação, e que, ao contrário de 
outros natais, seja possível “começar novo 
caderno”. 
 
8. É correto perceber no poema uma equivalência entre 
 
(A) ferrugem e aventura. 
(B) dente e entusiasmo. 
(C) caderno e vida. 
(D) sementes e pão do dia. 
(E) ferro e atração núbil. 
 
9. Pois que reinaugurando essa criança 
O segmento grifado acima pode ser substituído, no 
contexto, por: 
(A) Mesmo que estejam. 
(B) Apesar de estarem. 
(C) Ainda que estejam. 
(D) Como estão. 
(E) Mas estão. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
11 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
10. “que desta vez não perca esse caderno”. 
Com a frase acima o poeta 
 
(A) alude a uma impossibilidade. 
(B) exprime um desejo.(C) demonstra estar confuso. 
(D) revela sua hesitação. 
(E) manifesta desconfiança. 
 
 
EXERCÍCIO 03 
 
Um circo e um antipalhaço 
 
Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados 
Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o 
sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos 
meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi 
então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, 
maravilhas que só para os meninos têm plenitude de 
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, 
confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e 
domadores, senti-me outra vez menino. 
 
O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três 
vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à 
noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-
se o ruído metálico do desmonte da tenda capaz de abrigar 
milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma 
de x, quase iguais às dos teatros e que, como por mágica, 
foram se fechando e formando grupos exatos, tantas 
cadeiras em cada grupo logo transportadas para outros 
vagões de um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo 
transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e 
também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam 
enraizados ao solo como se estivessem num jardim 
zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos 
mais a sair veria esta mágica também de circo: a do próprio 
circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de 
pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima cidade. 
 
O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer 
coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo 
gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de 
criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as 
pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-
se em pouco tempo do solo e tomam como por mágica 
relevos monumentais. 
 
Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço 
principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num 
palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões de 
quarenta com suas piruetas e suas infantilidades. 
 
O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – 
é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não 
faz uma pirueta. Não dá um salto. Não escorrega uma única 
vez. Não cai esparramado no chão como os clowns 
convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas 
vestes de palhaço. 
 
O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é 
olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns 
modos tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do 
clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se na 
verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço 
de circo. E o curioso é que, impressionando os adultos, 
impressiona também os meninos que talvez continuem os 
melhores juízes de circos de cavalinhos. 
 
Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem 
saia do supercirco, juntando às suas impressões das 
maravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de 
feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de 
cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse 
antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão 
com os olhos mais magoados deste mundo. 
 
FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São 
Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda, 
1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O 
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, 
em 8 jul. 1956). Adaptado. 
 
 
1. A palavra monstro (início do 2º parágrafo) aplicada a 
circo deve-se ao fato de este 
(A) possibilitar um deslocamento rápido. 
(B) provocar som alto devido ao desmonte das 
tendas. 
(C) ser capaz de preencher três vagões. 
(D) proporcionar o transporte das cadeiras 
misturadas aos animais. 
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de 
abrigar um zoológico. 
 
2. Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo 
inteiro) e “O gênio de organização [...] 
monumentais.” (3º parágrafo inteiro) caracterizam-
se, quanto ao tipo de texto predominante, por 
serem, respectivamente 
(A) descrição e narração 
(B) narração e argumentação 
(C) narração e descrição 
(D) argumentação e descrição 
(E) argumentação e narração 
 
3. Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber 
que o material com que é basicamente feita a 
estrutura da tenda é 
(A) metal 
(B) madeira 
(C) plástico 
(D) lona 
(E) tijolo 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
12 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
4. Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do 
circo após o espetáculo. 
 
I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente 
num piscar de olhos. 
II – O desmonte do circo era tão organizado que 
parecia um truque de mágica. 
III – Apenas alguns minutos eram necessários para 
desmontar todo o circo. 
 
É correto APENAS o que se afirma em 
 
(A) I 
(B) II 
(C) III 
(D) I e III 
(E) II e III 
 
5. A partir do conhecimento do que é um palhaço, 
infere-se que um antipalhaço age da seguinte 
maneira: 
(A) ri e faz rir. 
(B) expressa sua depressão. 
(C) não tem talento para ser palhaço. 
(D) expressa tristeza. 
(E) veste-se de palhaço. 
 
 
EXERCÍCIO 04 
 
A velhice na sociedade industrial 
 
A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma 
sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que 
fizeram o sentido de sua vida. Perdendo a força de 
trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse 
e a propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa 
contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-
se pela acumulação de bens. Suas propriedades o 
defendem da desvalorização de sua pessoa. 
Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o 
futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má 
fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer 
convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada 
mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe 
de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. Veja-se 
no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em 
manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados “para o 
seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em 
torná-los cada vez mais dependentes, “administrando” sua 
aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar 
de casa (experiência terrível para o velho) e, por fim, 
submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não 
cede à persuasão, à mentira, não se hesitará em usar a 
força. 
Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no 
asilo em que foram abandonados pelos seus? Quando se 
vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade 
engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, que 
exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria 
os velhos operários. Nas épocas de desemprego, os velhos 
são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua 
exigência de salário e aceitar empreitas pesadas e nocivas à 
saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se 
deles o braço servil, mas não o conselho. 
 
(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade) 
 
 
1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o 
argumento central do texto: 
 
(A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne 
a um papel passivo. 
(B) Suas propriedades o defendem da desvalorização 
de sua pessoa. 
(C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o 
homem, a idade engendra desvalorização. 
(D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade 
dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-
los com cuidados “para o seu próprio bem”.(E) Quantos anciãos não pensam estar 
provisoriamente no asilo em que foram 
abandonados pelos seus? 
 
2. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão 
à sua obra, a autora está-se referindo às 
propriedades acumuladas pelo velho da classe 
mais favorecida. 
II. No segundo parágrafo, o contexto permite 
entender que o termo “investe”, entre aspas, 
está empregado na acepção que lhe conferem os 
economistas. 
III. No terceiro parágrafo, a expressão 
racionalização do trabalho identifica o rigor com 
que se planeja e se operacionaliza a produção 
industrial. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II, apenas. 
(E) II e III, apenas. 
 
3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade 
industrial, a sabedoria acumulada pelos velhos 
 
(A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão 
para trabalhar. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
13 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
(B) é menosprezada porque não se costuma 
considerá-la produtiva. 
(C) é cultuada com a mesma complacência com que 
se vê a criança. 
(D) é bem acolhida somente quando eles pertencem 
à classe abastada. 
(E) vale apenas quando eles assumem um papel 
passivo na família. 
 
4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente 
o sentido de um segmento do texto em: 
(A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // 
subestimam seu prestígio pessoal. 
(B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com 
isenção, ora com justiça. 
(C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja 
parcimonioso em suas recomendações. 
(D) especialmente discriminados // particularmente 
depreciados. 
(E) empreitas pesadas // cargos de máxima 
responsabilidade. 
 
 
EXERCÍCIO 05 
 
Bolsa-Floresta 
 
Quando os dados do desmatamento de maio saíram 
esta semana da gaveta da Casa Civil, onde ficaram 
trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio foi 
igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais uma 
área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de 
um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a maior floresta 
tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para 
tentar deter a destruição. 
O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais 
preservada. O número repetido por todos é que lá 98% da 
floresta estão preservados, 157 milhões de hectares, 1/3 da 
Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que uma parte 
do mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e 
renda para a população do estado. Há quem acredite que a 
pressão acabará chegando ao Amazonas depois de 
desmatados os estados mais acessíveis. 
João Batista Tezza, diretor técnico-científico da 
Fundação Amazonas Sustentável, acha que é preciso 
trabalhar duro na prevenção do desmatamento. Esse é o 
projeto da Fundação que foi criada pelo governo, mas não 
é governamental, e que tem a função de implementar o 
Bolsa-Floresta, uma transferência de renda para pessoas 
que vivem perto das áreas de preservação estadual. A idéia 
é que elas sejam envolvidas no projeto de preservação e 
que recebam R$ 50 por mês, por família, como uma forma 
de compensação pelos serviços que prestam. [...] 
Tezza é economista e acha que a economia é que 
trará a solução: 
— A destruição ocorre porque existem incentivos 
econômicos; precisamos criar os incentivos da proteção. 
[...] 
Nas áreas próximas às reservas estaduais, estão 
instaladas 4.000 famílias e, além de ganharem o Bolsa-
Floresta, vão receber recursos para a organização da 
comunidade. 
— Trabalhamos com o conceito dos serviços 
ambientais prestados pela própria floresta em pé e as 
emissões evitadas pela proteção contra o desmatamento. 
Isso é um ativo negociado no mercado voluntário de 
redução das emissões — diz Tezza. 
Atualmente a equipe da Fundação está dedicada a 
um trabalho exaustivo: ir a cada uma das comunidades, 
viajando dias e dias pelos rios, para cadastrar todas as 
famílias. A Fundação trabalha mirando dois mapas. Um 
mostra o desmatamento atual, que é pequeno. Outro 
projeta o que acontecerá em 2050 se nada for feito. 
Mesmo no Amazonas, onde a floresta é mais preservada, os 
riscos são visíveis. Viajei por uma rodovia estadual que liga 
Manaus a Novo Airão. À beira da estrada, vi áreas 
recentemente desmatadas, onde a fumaça ainda sai de 
troncos queimados. [...] 
LEITÃO, Miriam. In: Jornal O Globo. 19 jul. 2008. (adaptado) 
 
1. Bolsa-Floresta, título do texto, é o nome dado a 
um(a) 
 
(A) recurso adotado por empresas privadas para que 
a população dê suporte aos projetos de 
desmatamento. 
(B) mensalidade destinada aos moradores das 
cercanias de áreas de preservação por sua ajuda. 
(C) medida social para apoio às populações da 
floresta, que não têm de onde obter 
sobrevivência. 
(D) doação governamental regular feita às pessoas 
que moram na floresta, como se fosse uma bolsa 
de estudos. 
(E) ajuda realizada por organizações não 
governamentais para que a população de baixa 
renda possa se manter melhor. 
 
2. A expressão em destaque no trecho “Quando os 
dados do desmatamento de maio saíram esta 
semana da gaveta ...” (primeiro parágrafo) pode ser 
adequadamente substituída, sem alteração do 
sentido, por 
 
(A) foram finalmente examinados. 
(B) foram apresentados às autoridades. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
14 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
(C) foram tirados da situação de abandono. 
(D) encaminharam-se ao setor técnico. 
(E) chegaram ao conhecimento público. 
 
3. No 2º parágrafo, o mérito da Zona Franca na 
preservação florestal do estado do Amazonas deve-
se ao fato de ter 
 
(A) oferecido oportunidades de ganho para a 
população, afastando-a do desmatamento. 
(B) atraído compradores de todas as partes do Brasil 
com o seu comércio florescente. 
(C) criado uma área de comércio de bens livres de 
impostos, o que favoreceu novas aquisições para 
a população. 
(D) feito a promoção do desenvolvimento 
econômico da região, melhorando sua 
contribuição para o PIB brasileiro. 
(E) aberto o mercado interno nacional para a 
entrada de produtos estrangeiros de alta 
tecnologia. 
 
4. “No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar 
deter a destruição.” (primeiro parágrafo). Tal 
iniciativa é a(o) 
 
(A) manutenção da Zona Franca. 
(B) criação do Bolsa-Floresta. 
(C) expansão de 1/3 da Amazônia. 
(D) preservação da floresta. 
(E) comprometimento do governo estadual. 
 
5. Com a leitura do parágrafo que contém a oração 
“porque criou alternativa de emprego e renda para a 
população do estado.” (segundo parágrafo) pode-se 
inferir que, no texto, a outra alternativa seria 
 
(A) buscar outra fonte de renda. 
(B) desmatar a floresta. 
(C) emigrar para outro estado. 
(D) trabalhar na Zona Franca. 
(E) ser funcionário público. 
 
 
EXERCÍCIO 06 
 
O futuro do nosso petróleo 
 
A recente confirmação da descoberta, anunciada 
inicialmente em 2006, de reservas expressivas de petróleo 
leve de boa qualidade e gás na Bacia de Santos é uma 
notícia auspiciosa para todos os brasileiros. A possibilidade 
técnica de extrair petróleo a mais de 6 mil metros de 
profundidade eleva o prestígio que a Petrobras já detém, 
com reconhecido mérito, no restrito clubedas mega-
empresas mundiais de petróleo e energia, onde é vista 
como a pequena, mas muito respeitada, irmã. [...] 
O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por 
dois motivos. Mais do que com dificuldades de exploração 
e de extração, o mundo sofre com a falta de capacidade de 
refino moderno, para produzir derivados com baixos teores 
de enxofre e aromáticos. Ao mesmo tempo, confirma-se 
em nosso hemisfério a cruel realidade de que as reservas 
de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão 
esgotando. Isso sem contar o natural aumento da demanda 
argentina por gás. Estas reservas têm sido, até agora, a 
grande fonte de suprimento de resinas termoplásticas para 
toda a região, sendo cerca de um terço delas destinado ao 
Brasil. A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes 
na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando estes dois 
fantasmas nos assombram, abrindo, ao mesmo tempo, 
novas oportunidades. O gás associado de Tupi, na 
proporção de 15% das reservas totais, é úmido e rico em 
etano, excelente matéria-prima para a petroquímica. 
Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou 
para uso veicular seria um enorme desperdício. 
Outra oportunidade reside em investimentos 
maciços em capacidade de refino. O mundo está sedento 
por gasolina e diesel especiais, mais limpos, menos 
poluentes. O maior foco desta demanda são os Estados 
Unidos, que consomem 46% de toda a gasolina do planeta, 
mas esta é uma tendência que se vem espalhando como 
fogo em palha. O Brasil ainda tem a felicidade de dispor de 
etanol de biomassa produzido de forma competitiva, que 
pode somar-se aos derivados de petróleo para gerar 
produtos de alto valor ambiental. 
(Adaptado de Plínio Mario Nastari. O Estado de S. Paulo, Economia, B2, 28 
de dezembro de 2007) 
 
 
1. “Queimá-lo em usinas térmicas para gerar 
eletricidade ou para uso veicular seria um enorme 
desperdício”. (final do 2o parágrafo). A opinião do 
articulista no segmento transcrito acima se justifica 
pelo fato de que 
 
(A) na Argentina, além de haver aumento da 
demanda por petróleo, as reservas de gás 
encontram-se em processo de esgotamento. 
(B) os Estados Unidos são os maiores consumidores 
da gasolina produzida no planeta, tendência que 
ainda vem aumentando. 
(C) as possibilidades técnicas de extração de 
petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade 
ampliam o prestígio mundial da Petrobras. 
(D) as reservas recém-descobertas na Bacia de 
Santos contêm gás de excelente qualidade para a 
indústria petroquímica. 
(E) o Brasil dispõe de etanol de biomassa que, 
somado aos derivados de petróleo, diminui a 
poluição do meio ambiente. 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
15 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
2. “O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por 
dois motivos”. (início do 2º parágrafo). Ocorre no 
contexto a retomada da afirmativa acima na frase: 
 
(A) Mais do que com dificuldades de exploração e de 
extração ... 
(B) ... para produzir derivados com baixos teores de 
enxofre e aromáticos. 
(C) Estas reservas têm sido, até agora, a grande 
fonte de suprimento de resinas termoplásticas 
para toda a região ... 
(D) Estas reservas têm sido, até agora, a grande 
fonte de suprimento de reservas termoplásticas... 
(E) A delimitação do Campo de Tupi e outros 
adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima 
hora, quando estes dois fantasmas nos 
assombram... 
 
3. “Isso sem contar o natural aumento da demanda 
argentina por gás”. (2o parágrafo) O pronome 
grifado substitui corretamente, considerando-se o 
contexto, 
 
(A) as dificuldades de exploração e extração de 
petróleo. 
(B) o esgotamento das reservas argentinas de gás. 
(C) a produção de derivados com baixos teores de 
enxofre e aromáticos. 
(D) a grande oportunidade comercial que o Brasil 
tem pela frente. 
(E) a exportação de gás da Argentina para o Brasil. 
 
4. O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma 
ressalva em: 
 
(A) ....onde é vista como a pequena, mas muito 
respeitada, irmã. 
(B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido 
mérito, no restrito clube... 
(C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao 
sul de Buenos Aires, se estão esgotando. 
(D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas 
oportunidades. 
(E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% 
das reservas totais, é úmido e rico em etano... 
 
 
EXERCÍCIO 07 
 
Riscos da advocacia invadida 
 
Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado 
entradas forçosas em escritórios de advocacia, apreendido 
papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz que 
as chamadas invasões não existem, pois se trata de 
ingressos autorizados por ordem judicial para fins 
determinados, relativos a investigações na apuração de 
responsabilidades graves. 
A regra essencial a esse respeito é, porém, a da 
inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado, 
além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por isso, 
limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da 
Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. 
Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5o da Carta Magna, o 
qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais 
que a lei estabelecer”. A advocacia exige qualificações 
específicas, na Carta Magna e na Lei no 8.906/94, 
consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, 
no registro profissional na Ordem dos Advogados, depois 
da aprovação no Exame da Ordem. 
Não é possível o exercício da profissão advocatícia se 
o cliente não tiver confiança absoluta em que as 
informações e os documentos passados a seu advogado 
sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder 
ser constrangido a informar fatos relativos a seu cliente. 
O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à 
do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei n
o
 8.906/94, no inciso 
19 do artigo 7º, ser direito deste profissional recusar-se a 
depor como testemunha, mesmo quando autorizado pelo 
constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo 
profissional. Se não pode depor, mesmo em juízo, imagine-
se a gravidade de ver apreendido, em seu escritório, 
documento que implique em responsabilidade de seu 
cliente. 
Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede 
de empresas de seus clientes, designando locais, em seu 
espaço interno, para esse efeito. Em outros casos, o 
advogado é diretor de empresa, não se encontrando no 
exercício da profissão. São alternativas diversas das que 
tipificam a atividade profissional, não garantidas pela 
Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, 
invadir o escritório e apreender documentos físicos ou 
eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de 
prova ilícita. 
 
(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005) 
 
 
1. O autor do texto manifesta-se contra práticas 
policiais 
 
(A) a que falta o respaldo básico de uma ordem 
judicial explícita. 
(B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas 
por determinação judicial. 
(C) que ferem direito garantido, inerente a toda 
prática profissional. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
16 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
(D) em que há abuso da autoridade e extrapolação 
de uma ordem judicial.(E) em que se ignora direito já reconhecido pela 
jurisprudência. 
 
2. Considere as seguintes afirmações: 
 
I. Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo 
de médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 
19 do artigo 7o da Lei no 8.906/94 e deveria, 
segundo o autor, ser estendido à prática 
advocatícia. 
II. Para provar sua imparcialidade no tratamento da 
questão central de seu texto, o autor recusa-se a 
se valer de argumentos próprios à sua 
qualificação profissional. 
III. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do 
escritório de advocacia deixa de existir quando 
seu espaço for utilizado para o exercício de 
atividades outras. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma 
APENAS em 
 
(A) III. 
(B) II e III. 
(C) II. 
(D) I e II. 
(E) I. 
 
3. No segundo parágrafo, lê-se: “Por isso, limitarei as 
anotações cabíveis estritamente aos campos da 
Constituição e da lei vigente, sem qualquer 
extrapolação”. 
Deve-se entender que a expressão sublinhada na 
frase remete diretamente a uma informação já 
explicitada no contexto: 
 
(A) a versão oficial nega as entradas forçosas. 
(B) o autor se declara parte interessada na questão 
de que trata. 
(C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de 
jornalista. 
(D) a advocacia exige sempre qualificações 
específicas. 
(E) os dispositivos legais já citados são inequívocos. 
 
4. “Não é possível o exercício da advocacia se o cliente 
não tiver confiança em que as informações passadas 
a seu advogado sejam invioláveis”. 
 
A frase continuará formalmente correta caso se 
substituam as expressões sublinhadas, 
respectivamente, por: 
 
(A) alimentar a desconfiança em que // 
compartilhadas de seu 
(B) presumir de que // confiadas ao seu 
(C) suspeitar de cujas // confidenciadas com seu. 
(D) não supuser que // reveladas a seu. 
(E) não confiar de que // transmitidas a seu. 
 
 
EXERCÍCIOS 08 
 (Padrão CESPE) 
 
Compreensão e interpretação de textos. 
 
► SEDU / ES (2010) “O grande fenômeno da primeira 
década do século XXI na economia mundial foi a ascensão 
da China como protagonista de primeira grandeza na 
produção e nas finanças,com consequências marcantes 
para o resto do mundo. Para o Brasil, a influência mais 
direta deu-se por meio das exportações de commodities, 
que cresceram a ponto de a China ter-se tornado, em 2009, 
o maior mercado para as empresas brasileiras. 
 
O impacto da demanda chinesa nos preços das matérias-
primas foi talvez o principal fator da notável transformação 
das contas externas brasileiras, o que, por sua vez, abriu 
caminho para o crescimento. Uma eventual mudança para 
pior no quadro da expansão chinesa seria danosa para a 
economia global e para o Brasil em particular. A China foi o 
caso mais marcante de superação da crise de 2008, porque 
conseguiu crescer 8,7% no ano passado, enquanto o resto 
do mundo patinhava”. 
 
Folha de S.Paulo, Editorial, 2/3/2010 (com adaptações). 
 
01- Depreende-se das informações do texto que o 
crescimento da economia brasileira foi influenciado 
pelas importações de matérias-primas realizadas pela 
China. 
 
 
► SEDU / ES (2010) “Passados os tremores do sismo, a dor 
da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas 
comuns, a vida no Haiti precisa continuar”. 
 
02- Pelos sentidos do texto, a palavra “sismo” significa 
sinistro, tragédia. 
 
 
► SEDU / ES (2010) “Em decorrência da proliferação 
desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu 
nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo 
urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros 
casos, a situação resulta da falta de princípios elementares 
de educação e do desconhecimento de mínimas noções de 
higiene”. 
 
03- A palavra “proliferação” está sendo empregada com o 
sentido de liberação. 
 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| APOSTILA 2017 – Prof. Eli Castro 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
17 
 
OS: 0174/2/17-Gil 
04- Com o emprego da palavra “consumismo”, confere-se 
à ideia de consumo a noção de exagero. 
 
► “O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de 
domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de 
controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com 
dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais 
dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do 
poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao 
seu caráter positivo de disciplinar, controlar, adestrar, 
aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto 
natural. O que há são relações de poder heterogêneas e em 
constante transformação. O poder é, portanto, uma prática 
social constituída historicamente. 
 
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm barreiras ou 
fronteiras: nós as vivemos a todo momento. 
Consequentemente, podemos ser comandados, 
submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos 
comandá-lo para a realização de sua tarefa, e, assim, 
vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, 
passivamente ou não, as regras políticas da situação em 
que nos encontramos”. 
 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações) 
 
 
05- A preposição “mediante” (início do texto) estabelece 
relação de movimento entre “exercício do poder” e 
“múltiplas dinâmicas”. 
 
06- É correto concluir, a partir da argumentação do texto, 
que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de 
sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou 
negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em 
sociedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os 
que a ele resistem. 
 
07- De acordo com a argumentação do texto, o poder 
“não é um objeto natural” porque é criado 
artificialmente nas relações de opressão social. 
 
08- Na organização da textualidade, é coerente 
subentender-se a noção de possibilidade, antes da 
forma verbal “vivermos”, inserindo-se “podermos”. 
 
 
EXERCÍCIO 09 
(Padrão CESPE) 
 
 
TEXTO I 
 
Bandos de homens armados perpetram anualmente 450 
roubos a bancos e carros-fortes no Brasil. Tais episódios 
põem em risco a vida de clientes, agentes de segurança e 
policiais, mas o prejuízo financeiro é relativamente 
pequeno para as instituições. Para os bancos, a maior 
ameaça está embutida nos serviços prestados pela Internet 
ou por outros meios eletrônicos. As perdas resultantes de 
assaltos são de 50 milhões de reais anuais. Já os crimes 
cujas armas são os computadores devem, em 2010, ser 
responsáveis por perdas de 900 milhões de reais, dezoito 
vezes mais que nos assaltos convencionais. 
 
Os crimes eletrônicos proliferam porque oferecem pouco 
risco aos bandidos, e as autoridades têm dificuldade de 
puni-los. O Código Penal não prevê os crimes virtuais. 
Quando são presos, os criminosos respondem geralmente 
por estelionato, cuja pena máxima é de cinco anos de 
cadeia. Se fossem condenados por assalto a banco, eles 
poderiam ser punidos com até quinze anos de prisão. Por 
causa dessas vantagens, há de 100 a 150 quadrilhas virtuais 
em atividade no país. Para reverter esse quadro, a 
Federação Brasileira de Bancos tenta convencer o 
Congresso Nacional a criar uma legislação específica para 
punir os delitos eletrônicos, semelhante àquela adotada há 
nove anos pela União Europeia. 
 
André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações). 
 
 
1- Afirma-se, no texto, que os crimes eletrônicos 
ocorrem cada vez mais amiúde, porque a falta de 
legislação específica favorece os bandidos. 
 
2- Infere-se do texto que, embora seja uma das mais

Outros materiais