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DISCIPLINA DE PARASITOLOGIA ESTUDO DIRIGIDO - LARVA MIGRANS LARVA MIGRANS CUTÂNEA CONCEITO: Também conhecida como “bicho geográfico” ou “bicho da areia”. Na natureza, esses parasitos infectam cães e gatos. As larvas filarióides penetram na pele e migram entre a epiderme e a derme sem completar seu ciclo. É um exemplo de parasitismo acidental. AGENTES ETIOLÓGICOS: A maioria dos casos é causada por Ancylostoma braziliense. Mas outros nematódeos como A.caninum, A.ceylanicum, A.stenocephaga também estão envolvidos nesta infecção. MORFOLOGIA: Os vermes adultos de Ancylostoma braziliense medem entre 5 a 10mm eapresentam cápsula bucal com 1 par de dentes. Ancylostoma caninum tem vermes adultos medindo entre 9 a 20mm, e apresentam cápsula bucal com 3 pares de dentes. Os ovos são muito semelhantes com as outras espécies de ancilostomídeos, e apresentam casca delgada com blastômeros no interior. CICLO EVOLUTIVO: Os vermes adultos vivem no intestino delgado de cães e gatos (hospedeiros definitivos), onde as fêmeas produzem os ovos. Os ovos eclodem no meio externo, liberando larvas rabditóides que depois sofrem muda e se transfomam em larvas filarióides (infectantes). A trasmissão se dá pela penetração das larvas infectantes pela pele. AÇÃO PATOGÊNICA: Nas regiões onde ocorre a penetração das larvas filarióides podem surgir pontos eritematosos ou pápulas. A partir daí, as larvas formam túneis que desenham um trajeto irregular, avançando 2 a 5 cm por dia. Enquanto avança, a larva deixa para trás um cordão eritematoso, saliente, irregular e pruriginoso. Com o passar dos dias, a lesão mais antiga tende a desinflamar e desaparecer. A derme constitui o assoalho desse túnel e a camada de células espinhosas, o seu teto. Infecções microbianas secundárias podem ocorrer, resultando no agravamento em piodermite, principalmente quando o paciente, levado pelo intenso prurido, provoca, ao se coçar, escoriações na pele. O número de larvas e trajetos inflamatórios pode variar de um a centenas. As áreas do corpo mais atingidas são pés, pernas, mãos e antebraços. Crianças que brincam sentadas no chão apresentam lesões também na região glútea. O processo inflamatório como um todo pode evoluir para cura espontânea ou durar por semanas ou meses. O sintoma mais evidente é o prurido, sendo mais intenso à noite. EPIDEMIOLOGIA: A ocorrência de larva migrans cutânea está associada à presença de cães e gatos em terrenos arenosos (ex. praças, praias, tanques de areias em escolas e clubes, etc) frequentados pela população humana. A faixa etária mais atingida é a de crianças. DIAGNÓSTICO: O EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES É SEMPRE NEGATIVO. Avaliação do aspecto das lesões e sua evolução. História e contato com terrenos arenosos frequentados por cães e gatos (praias, tanques de areia, etc) ajudam na conclusão diagnóstica. QUESTÕES: Explique a ação patogênica da LMC. Que medidas devem ser tomadas em uma situação de surto de LMC, no sentido de diminuir ou eliminar o foco de transmissão? Quais fatores dificultam o controle da trasmissão de LMC? LARVA MIGRANS VISCERAL CONCEITO: Infecção causada pela ingestão de ovos infectantes de uma espécie de nematódeo da família Ascarididae que tem como hospedeiro definitivo os cães. Após a eclosão dos ovos no interior do tubo digestório humano, as larvas tendem a ficar retidas no fígado, pulmões, etc. É também um exemplo de parasitismo acidental. AGENTE ETIOLÓGICO: Toxocara canis MORFOLOGIA: Os vermes adultos machos medem de 4-10 cm e as fêmeas entre 6-18 cm. Possuem boca provida de 3 lábios e aletas cervicais. Os ovos apresentam formato circular com casca espessa e rugosidades. CICLO EVOLUTIVO: Nos cães, o ciclo evolutivo é semelhante ao do Ascaris lumbricoides. Neste caso também ocorre a transmissão transplacentária, que parece ser a mais importante na transmissão de toxocaríase entre cães. No homem, a transmissão ocorre pela ingestão acidental de ovos presentes em solo ou alimentos contaminados com as fezes dos cães. Nos hospedeiros definitivos pode ocorrer a transmissão pela ingestão de larvas L3 presentes em pequenos animais que servem como hospedeiros paratênicos (neste caso, um refúgio temporário para o parasito). Os ovos presentes nas fezes dos cães ou gatos são embrionados em determinadas condições de temperatura e umidade, quando se tornam infectivos. A infecção no homem se dá por ingestão de terra, alimentos ou água contaminados com os ovos embrionados. A toxocaríase humana tembém pode ocorrer por ingestão das larvas do parasito presentes em fígado, músculos e outros tecidos de hospedeiros paratênicos como bovinos, aves, suínos, ovinos e coelhos que ingeriram os ovos de Toxocara (consumo de carne crua ou mal passada). AÇÃO PATOGÊNICA: Após a ingestão dos ovos e sua eclosão nas porções altas do intestino delgado, as larvas irão migrar para o fígado e posteriormente podem se localizar no coração e pulmões. Essas larvas não sofrem muda. Os órgãos mais afetados, além do fígado, coração e pulmões, são cérebro, olhos e linfonodos. A migração dessas larvas e interrompida pelo processo inflamatório, gerando uma lesão típica de um granuloma alérgico. Nas formas oculares (LARVA MIGRANS OCULAR), as lesões são frequentes no segmento posterior. Tendem a produzir descolamento da retina, opacificação do humor vítreo, acarretando diminuição e perda da visão. Nas formas assintomáticas (infecções leves). As manifestações clínicas dependem da carga parasitária e da localização do processo inflamatório ao redor das larvas. Pode haver eosinofilia simples e persistente, até quadros graves com febre, hipereosinofilia, hepatoesplenomegalia, manifestações pulmonares ou cardíacas, além de sinais de lesões cerebrais. Já foram registrados óbitos decorrentes desta infecção. DIAGNÓSTICO: O EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES É SEMPRE NEGATIVO. Nos casos de LMV, pode tentar a demonstração das larvas nos tecidos, mas este método apresenta baixa sensibilidade. Outra opção é a pesquisa de anticorpos por ELISA e RIFI. Para pacientes com suspeita de LMO, pode-se detectar a presença de anticorpos no soro (pouco eficiente) ou no humor aquoso. EPIDEMIOLOGIA: A síndrome ocorre principalmente em crianças de 18 meses a 5 anos de idade, mais propensos a ingerir ovos de Toxocara. A prevalência de anticorpos contra antígenos de T. canis varia entre 2-80% em diferentes populações. A convivência com animais hospedeiros não é essencial para a transmissão ao homem, pois a LMV é uma parasitose muito relacionada à ingestão de ovos larvados presentes em solo contaminado. Os ovos sobrevivem por um longo tempo no exterior. QUESTÕES: Como ocorre a transmissão de LMV ao homem Que medidas devem ser tomadas em uma situação de surto de Larva Migrans Visceral, no sentido de diminuir ou eliminar o foco de transmissão? Quais fatores dificultam o controle da trasmissão de LMV? _1185263629.doc
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