Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Alberto Ferreira Donatti Fisioterapia Cardiovascular UNIDADE II – MÉTODOS DIAGNÓSTICOS I Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Cada batimento cardíaco faz com que nova onda de sangue chegue as artérias. Se não fosse pela distensibilidade do sistema arterial, todo esse novo volume de sangue teria de fluir pelos vasos sanguíneos periféricos, quase instantaneamente, apenas durante a sístole cardíaca, e não ocorreria fluxo durante a diástole. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Entretanto, normalmente a complacência da árvore arterial reduz os pulsos de pressão, de modo que quase não ocorrem pulsos quando o sangue atinge os capilares; assim, o fluxo sanguíneo tecidual e essencialmente continuo, com pulsações muito pequenas. No adulto jovem saudável, a pressão no pico de cada pulso chamada de pressão sistólica, e de cerca de 120 mmHg; no ponto mais baixo de cada pulso, chamado pressão diastólica, cai para cerca de 80 mmHg. A diferença entre essas duas pressões de aproximadamente 40 mmHg e chamada pressão de pulso. 1. Introdução Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Dois fatores principais afetam a pressão de pulso: (1) o débito sistólico cardíaco e (2) a complacência (distensibilidade total) da arvore arterial. Um terceiro fator, menos importante, e o caráter da ejeção do coração durante a sístole. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Em geral, quanto maior o debito sistólico, maior será a quantidade de sangue que deve ser acomodada na arvore arterial a cada batimento, e portanto maiores serão o aumento e a queda de pressão durante a sístole e a diástole, resultando em maior pressão de pulso. Por sua vez, quanto menor for a complacência do sistema arterial, maior será o aumento da pressão, provocado por um dado volume de sangue bombeado em cada batimento para as artérias. 1. Introdução Efetivamente, a pressão de pulso é determinada, em termos aproximados, pela razão entre o débito sistólico e a complacência da árvore arterial. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Qualquer condição da circulação que afete um desses dois fatores também afetara a pressão de pulso. Na estenose valvar aórtica, o diâmetro da abertura da valva aórtica e significativamente reduzido, e a pressão de pulso aórtica fica bastante diminuída em virtude da redução do fluxo sanguíneo que e ejetado pela valva estenótica. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Qualquer condição da circulação que afete um desses dois fatores também afetara a pressão de pulso. Na insuficiência aórtica, a valva aórtica esta ausente ou não se fecha de modo completo. Assim, após cada batimento, o sangue bombeado para a aorta flui imediatamente de volta para o ventrículo esquerdo. Isso resulta em queda da pressão aórtica entre os batimentos cardíacos ate atingir o valor zero. Alem disso, não aparece a incisura no traçado do pulso aórtico porque não ocorre o fechamento da valva aórtica. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Qualquer condição da circulação que afete um desses dois fatores também afetara a pressão de pulso. Na persistência do canal arterial, a metade ou mais do sangue bombeado para a aorta pelo ventrículo esquerdo flui imediatamente de volta, pelo canal (ou ducto) arterial que permanece aberto, para a artéria pulmonar e vasos sanguíneos pulmonares, fazendo com que a pressão diastólica caia para valores muito baixos antes do batimento cardíaco seguinte. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica Alterações nas curvas dos pulsos de pressão, a medida que a onda passa em direção aos vasos menores Não e razoável usar aparelhos que utilizem a inserção de agulhas nas artérias para a medida rotineira da pressão arterial em pacientes humanos, embora esses métodos sejam ocasionalmente usados quando são necessários estudos especiais. Em vez disso, o clinico determina as pressões sistólica e diastólica por métodos indiretos, geralmente pelo método auscultatório. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica 2. Métodos Clínicos para as Medidas das Pressões Sistólica e Diastólica Método Auscultatório - Um estetoscópio e posicionado sobre a artéria braquial, e um manguito e inflado sobre a parte superior do braço. Enquanto o manguito comprimir o braço com pressão demasiado baixa, sendo incapaz de fechar a artéria, não serão ouvidos sons pelo estetoscópio sobre ela. Entretanto, quando a pressão do manguito for suficiente para fechar a artéria durante parte do ciclo da pressão arterial, poderá ser ouvido som a cada pulsação. Estes sons são conhecidos como sons de Korotkoff, em homenagem a Nikolai Korotkoff, fisico russo que os descreveu em 1905. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica 2. Métodos Clínicos para as Medidas das Pressões Sistólica e Diastólica Acredita-se que os sons de Korotkoff sejam provocados principalmente pela ejeção de sangue pelo vaso parcialmente ocluído e por vibrações da parede do vaso. O jato de sangue provoca turbulência no vaso após o manguito, o que desencadeia vibrações ouvidas por meio do estetoscópio. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica 2. Métodos Clínicos para as Medidas das Pressões Sistólica e Diastólica Ao determinar a pressão arterial pelo método auscultatório, a pressão no manguito e inicialmente elevada acima da pressão arterial sistólica. Enquanto a pressão do manguito for maior que a pressão sistólica, a artéria braquial permanecera colapsada, de modo que nao ocorrerá ejeção de sangue para a parte inferior da artéria, em nenhuma parte do ciclo de pressão. Portanto, não serão ouvidos sons de Korotkoff na artéria distal inferior. Em seguida, contudo, a pressão do manguito e gradualmente reduzida. Imediatamente antes que a pressão no manguito caia abaixo da pressão sistólica (ponto B), o sangue começa a fluir pela artéria, abaixo do manguito, durante o pico de pressão sistólica, e é possível ouvir sons secos como se fossem pancadas na artéria braquial em sincronia com os batimentos cardíacos. Assim que esses sons começam a ser ouvidos, o nível de pressão indicado pelo manômetro conectado ao manguito equivale a pressão sistólica. A medida que a pressão no manguito e ainda mais reduzida, a qualidade dos sons de Korotkoff se altera, passando a ser menos secos e adquirindo característica mais rítmica e áspera. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica 2. Métodos Clínicos para as Medidas das Pressões Sistólica e Diastólica Então, por fim, quando a pressão no manguito cai próxima a pressão diastólica e os sons repentinamente mudam para uma qualidade abafada (ponto C). A pressão manometrica quando os sons de Korotkoff são alterados para a qualidade abafada e essa pressão é aproximadamente igual a pressão diastólica, embora superestime a pressão diastólica determinada por cateter intra-arterial direto. A medida que a pressão de manguito cai alguns mmHg, a artéria não é mais fechada durante a diástole, o que significa que o fator essencial causador dos sons (o jato de sangue pela artéria comprimida) não está mais presente. Portanto, os sons desaparecem completamente. Muitos médicos acreditam que a pressão na qual os sons de Korotkoff desaparecem completamente deve ser usada como a pressão diastólica, exceto em situações em que o desaparecimento dos sons não pode ser determinado com segurança, pois os sons ainda são audíveis mesmo depois do esvaziamento completo do manguito. Por exemplo, em pacientes com fistulas intravenosas para hemodiálise ou com insuficiência da aorta, os sons de Korotkoff podem ser ouvidos após esvaziamento completo do manguito. Verificação da Pressão Arterial Sistêmica 2. Métodos Clínicospara as Medidas das Pressões Sistólica e Diastólica Monitorização Ambulatorial da PA Monitorização Ambulatorial da PA 1. Introdução A monitorização ambulatorial da PA (MAPA) surgiu em torno da década de 60, como um método suplementar para estudo clínico da hipertensão arterial. O uso do MAPA oferece uma visão dinâmica do comportamento tensional e não apenas um registro estático do momento em que foi registrada a PA. Na atualidade, está amplamente utilizada como método complementar na investigação diagnóstica, seguimento terapêutico e avaliação do prognóstico da hipertensão arterial. Monitorização Ambulatorial da PA 1. Introdução Monitorização Ambulatorial da PA 2. Histórico A monitorização ambulatorial da PA (MAPA) começou a ser estudada por Sokolow – que demonstrou o risco associado com a hipertensão era proporcional à elevação dos níveis tensionais. Sokolow idealizou um modelo de monitor que detectava os sons de Korotkoff por meio de um microfone colocado sobre a artéria braquial. Com isso, em 1966 Sokolow plubicou um dos primeiros estudos com hipertensos – registros de PA por 2 a 3 dias. Monitorização Ambulatorial da PA 2. Histórico O monitoramento da PA ao longo de um período longo Monitorização Ambulatorial da PA 2. Histórico Monitorização Ambulatorial da PA 2. Histórico Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial A variabilidade da PA durante as 24 horas já era assunto de interesse de pesquisadores do pasado. Leonardo Hill, utilizando um plestimógrafo, comprovou a existência de vasodilatação durante o sono, mas somente na década de 60, por meio da medida direta da pressão arterial obtida com a utilização da cateterização intra-arterial que foi demonstrada a existência de níveis tensionais menos elevados durante o sono. Este fato foi importante pois acreditavam na época que o haveria um ritmo cicardiano da PA sendo durante o dia os níveis tensionais mais uniformes e durante a noite mais acompanhados por quedas. Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial Novos estudos vieram demonstrar que não existe um ritmo cicardiano da pressão aterial com descanso noturno autônomo e independente. Foi demonstrado que ocorre uma redução da PA dependente da hora do início do sono e despertar de cada indivíduo. Indivíduos que dormem à noite terão descanso da pressão durante o período noturno Aqueles indivíduos que dormem durante o dia terão redução dos níveis tensionais durante o dia (Ex: plantonistas noturnos). Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial Essa redução observada durante o sono é em torno de 10 a 20% das médias de pressões arteriais sistólicas e diastólicas obtidas com monitorização ambulatorial. Esses padrões são observados tanto em indivíduos normais como hipertensos. Existem evidências de que os pacientes que apresentem queda da pressão arterial durante o período do sono superior a 10% valores observados na vigília poderão retardar ou prevenir o desenvolvimento da hipertrofia ventricular esquerda. Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da PA Apnéia do Sono Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da PA Apnéia do Sono As alterações cíclicas da freqüência cardíaca e da pressão arterial sistêmica que acompanham os eventos apneicos são predominantemente mediadas por flutuações na atividade do sistema nervoso autônomo. Em contraste, crê-se que as elevações cíclicas da pressão sanguínea sistémica resultam de vasoconstrição periférica recorrente mediada pela activação repetitiva do sistema nervoso simpático. A ativação e as pressões máximas coincidem com a interrupção da apneia e com a excitação breve do sono. Estas elevações cíclicas da pressão sistêmica durante o sono aumentam a carga de trabalho ventricular e, assim, podem contribuir para o desenvolvimento de hipertrofia ventricular. A hipertensão arterial sistêmica está presente durante a vigília em aproximadamente 50% dos pacientes com AOS. Embora a idade e a obesidade sejam os fatores de risco predominantes para a hipertensão diurna, a AOS provavelmente faz uma contribuição independente em homens obesos mais jovens. A isquemia miocárdica, o infarto, a morte súbita e o acidente vascular encefálico apresentam variações circadianas semelhantes no tempo de início. As freqüências de pico ocorrem entre 6 da manhã e meio-dia, geralmente dentro de várias horas do despertar. Embora o sono esteja associado a uma diminuição da frequência destes eventos cardiovasculares adversos na população em geral, existem evidências que ligam o sono REM a um risco aumentado de isquemia miocárdica. Em homens que roncam habitualmente, os dados epidemiológicos detectaram um risco aumentado de doença cardíaca isquémica e acidente vascular cerebral. O ronco habitual também tem sido associado a um risco aumentado de morte súbita durante o sono. Em doentes com SAOS clinicamente significativa, existem informações razoáveis indicando mortalidade excessiva na ausência de tratamento. Esta mortalidade é predominantemente cardiovascular e tende a ocorrer durante o sono Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial Apesar dos diversos mecanismos reguladores , a PA apresenta uma variabilidade durante as 24 horas – isso pode ser observado quando o indivíduo vai ao consultório para medição da PA (pressão arterial casual) que não representa os níveis pressórios reais do indivíduo (pressão arterial usual). O próprio ato de medição da PA pode ser suficiente para ocasionar variabilidade dos níveis tensionais (hipertensão do jaleco branco). A variação da PA sistólica e diastólica pode variar em até 10mmHg em situações cotidianas, como distensão de beixiga, relação sexual, aumento do volume urinário, durante conversas relaxantes ou discussões – estudos mostram que a PA sobem em conversa com indivíduo hierarquicamente superio (médico – hipertensão do jaleco branco). Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial Em fumantes, a nicotina aguda no aparelho cardivascular são decorrentes da liberação de norepinefrina pelos nervos adrenérgicos que irá promover elevação dos níveis de PA sistólico e diastólico em até 15 a 30 minutos após o ato de fumar. A cafeína promove aumento agudo dos níveis tensionais em pessoas que normalmente não ingerem bebidas que contém cafeína – porém alguns dias após a utilização desta bebida observa-se uma tolerância e as variaçãoes da pressão são menores. A ingesta grônica de álcool (30g de etanol) ao dia poderá produzir um persistente aumento dos níveis tensionais - e que o ingesta excessiva causa com frequência a hipersensão arterial reversiva. Monitorização Ambulatorial da PA 4. Variabilidade da Pressão Arterial Monitorização Ambulatorial da PA 5. Métodos e Protocolos O equipamento da MAPA disponível no mercao utiliza o método oscilométrico / auscutatório, para obtenção do sinal pressórico. Os métodos oscilométrico registram as variações de pressão que ocorrem no manguito do esfignomanômetro durante a desinsuflação – obtém-se o ponto de oscilação máxima que corresponde a PA média. Os monitores auscutatórios utilizam microfone piezoelétrico (transdutor) na artéria braquial para identificar o primeiro e o quinto sons de Korotkoff (representa a pressão arterial sistólica e diastólica). Monitorização Ambulatorial da PA 5. Métodos e Protocolos Esse método de monitorização (MAPA) é um método não invasivo, pelo qualmúltiplas e indiretas medidas da PA são realizadas automaticamente. A duração é preconizada para o exame é de um a três dias e não deve interferir nas atividades diárias do paciênte. O manguito é insuflado a intervalos predeterminados, usualmente a cada 15-30 minutos durante o dia e a cada 30- 45 minutos durante a noite. As informações são armazenadas no monitor. Monitorização Ambulatorial da PA 6. Indicações, vantagens e limitações Monitorização Ambulatorial da PA 6. Indicações, vantagens e limitações Monitorização Ambulatorial da PA 6. Indicações, vantagens e limitações Monitorização Ambulatorial da PA 7. Realização do MAPA Cateterismo Cardíaco Cateterismo Cardíaco 1. Introdução A colocação de uma sonda plástica maleável (cateter) nos vasos centrais ou cavidades cardíacas tem a finalidade tanto diagnóstica como terapêutica. Cateterismo Cardíaco 1. Introdução 1. Finalidade Diagnóstica Obtenção de valores pressóricos e oximétricos que permitem inferir acerca de doenças subjacentes e estado contrátil do coração; Injeções seletivas de meios de contraste, propiciando o delineamento interno de vasos ou cavidades cardíacas; Biópsia endomiocárdica; Estudos eletrofisiológicos; Observações do trajeto do cateter que permite inferir acerca de alguns defeitos congênitos ou anomalias no trajeto vascular. Cateterismo Cardíaco 1. Introdução 2. Finalidades Terapeuticas Angioplastias: angioplastia coronária transluminal percutânea; aortoplastia; angioplastia de ramos pulmonares; Valvulopatias; Implante de endopróteses vasculares; Ablação de vias de condução do estímulo; Atrisseptostomia; Trombólise intracoronariana; Implante de dispositivos oclusores para alguns defeitos congênitos. Cateterismo Cardíaco 2. Indicações Os objetivos gerais do cateterismo cardíaco incluem: Definição com exatidão, de alterações anatômicas e fisiopatológicas causadas por várias situações clínicas; Gerar importantes informações para o tratamento do paciente; Contribuir para o diagnóstico exato; Promover informações de prognóstico; Cateterismo Cardíaco 2. Indicações Então, por meio do cataterismo cardíaco é possível: Observar o trajeto e a posição do cateter, registrar pressões e oximetrias, obter imagens intravasculares ou intracavitárias, filmá-las (cineangiocardiografia) ou radiografá-las (angiocardiografia), colher amostras sanguíneas seletivas, obter medidas de avaliação da contratilidade miocárdica, medir o débito cardíaco, calcular resistência vascular , fazer estudos eletrofisiológicos e áreas valvares e volumes intracavitárias. Cateterismo Cardíaco 3. Contra-Indicações São raras – o cateterismo com profissionais são seguros, mas as contra-indicações podem ser divididas em absolutas e relativas. Absolutas Relativas Pacientes com ausência de acesso vascular no coração. Reações alérgicas; Insuficiência Cardíaca Grave; Febre associada a processo infeccioso; Anemia severa; Hipertensão arterial pulmonar; Oximetria com PO2 baixo; AVC recente (menos de 1 mês); Hipertenso descontrolado; Cateterismo Cardíaco 5. Complicações As complicações associadas com cateterismo cardíaco terapêutico podem ser classificados em: Maiores Morte (é rara, menos de 1%), Infarto do miocárdio (rara, menos de 0,1%), AVC (0,07%) Vasculares locais Trombose arterial, sangramento de difícil controle. Perfuração do coração e de Grandes Vasos È uma condição rara – ocorre com cateteres mais rígidos. Infecções É uma técnica estéril, assim sendo infecções são raras. Cateterismo Cardíaco 4. Técnica O cateterismo cardíaco consiste na introdução de um cateter que é avançado até a aorta e o ventrículo esquerdo por intermédio de uma punção em artéria braquial ou femoral. A formação de imagens das coronárias se dá por meio da injeção de contraste pelo cateter, sendo este procedimento indicado para avaliação diagnóstica quando há necessidade de confirmação ou demarcação da extensão da cardiopatia, bem como para a definição de sua gravidade. Cateterismo Cardíaco 4. Técnica Em geral, os procedimentos são realizados sob anestesia geral. A via de acesso pode ser a artéria carótida, braquial, femoral (a mais utilizada), e atualmente a radial. Sistema Vascular arterial Sistema Vascular Venoso Cateterismo Cardíaco 4. Técnica Cateterismo Cardíaco Artérias Coronárias Cateterismo Cardíaco Angioplastia Coronariana Em pacientes selecionados, os cirurgiões utilizam angioplastia coronariana em que passam cateter com uma pequena bóia inflável na extremidade da artéria coronária obstruída. Quando o cateter atinge a obstrução, o balão é inflado contra a placa aterosclerótica na parede do vaso. O balão é alongado para aumentar o tamanho do lúmen, melhorando assim a fluxo sanguíneo. Em outros casos, a trombocinase é injetada o cateter; esta enzima dissolve o coágulo sanguíneo. Instrumentos intraluminal com lâminas rotativas e lasers também foram empregado. Após dilatação do vaso, um stent intravascular pode ser introduzido para manter a dilatação. Stents intravasculares são constituídos por malhas tubulares rígidas ou semi-rígidas, durante a introdução. Uma vez no local, eles expandem ou são expandidos com cateter de balão, para manter a permeabilidade luminal. Cateterismo Cardíaco Angioplastia Coronariana Cateterismo Cardíaco Cateterismo Cardíaco Caso Clínico Cateterismo Cardíaco Caso1 Paciente do sexo masculino, com 72 anos de idade, internado com angina pós-infarto do miocárdio de parede inferior. A cinecoronariografia via artéria radial direita revelou artéria coronária direita calcificada, tortuosa, com estenose de 90% e imagem negativa sugestiva de trombo no terço proximal. A artéria circunflexa encontrava- se ocluída e a artéria descendente anterior apresentava estenose de 40%. A artéria coronária direita foi canulada com cateter- guia, através do qual foi realizada infusão intracoronária de abciximab. A estenose foi ultrapassada com fio-guia 0,014 polegada. Não foi possível avançar o cateter de aspiração de trombo, mesmo com o auxílio de um segundo fio-guia 0,014 polegada. A manipulação extensa provocou torção no cateter proximal à estenose-alvo de tratamento. Figura 1 - Em A, coronariografia via radial, evidenciando estenose crítica e trombo em coronária direita proximal. Em B, stent Pro-KineticTM 3,5/ 20 mm (seta branca) esmagado no terço proximal da coronária direita e cateteres "mother" (AL1 6 F) e "child" (marca radiopaca do GuideLinerTM 6 F identificada pela seta preta). Em C, esquema ilustrativo representativo da imagem B. Em D, controle angiográfico final após implante de stent Pro-KineticTM 3,0/20 mm. Fonte: Figura 1C – Parte da brochura do cateter GuideLinerTM. Disponível em: http://www.vascularsolutions.com Teste de Inclinação Teste de Inclinação 1. Introdução A síncope é conceituada como uma perda súbita e temporária da consciência, associada à incapacidade de manutenção do tono postural com recuparação espontânea, não necessitando de cardioversão elétrica ou farmacológica. Teste de Inclinação 1. Introdução É uma entidade comum, podendo ocorrer em até 30% da população adulta. Esse estado aumenta com a idade, passando de 0,7% entre indivíduos entre 35 a 44 anos, a uma incidência anual de 6% e uma taxa de 30% em indivíduos com 75 anos. Apesar da síncope ter sido identificado como entidade clínica, somente nos últimos anos o conhecimentosobre suas causas, abordagem, tratamento e prognóstico desenvolveu-se. Teste de Inclinação 1. Introdução O resultados de três grandes estudos mostraram que as causas mais frequentes eram: • Indeterminada (42%); • Vasovagal ou vasodrepressora (37%); • Cardiovascular (13%); • Neurológica (5%); • Outras (3%). Na década de 90, a introdução de diferentes métodos de investigação de síncope, particularmente o teste de inclinação da cama modificou esse panorama: • Indeterminada (25%); • neurocardiogênica (50%). Teste de Inclinação 1. Introdução Teste de Inclinação 2. Teste de Inclinação da Cama Teste de Inclinação 2. Teste de Inclinação da Cama Método – Deve ser feito sob supervisão de médico, o laboratório tem que estar em ambiente calmo silenciosso e pouca iluminação. A cama deve subir e descer suave e rapidamente até 90º. Tem que haver monitoramento cardíaco (PA, FC). Jejum por 6 horas. O paciente permanece em posição ortostática por 20 minutos e inclina-se a cama e permanece por 45 a 60 minutos. Teste de Inclinação 2. Teste de Inclinação da Cama Teste de Inclinação 2. Teste de Inclinação da Cama Teste de Inclinação 2. Fisiopatologia No teste de inclinação da cama é um método de identificação de pacientes suscetíveis a síncope neurocardiogênica. Fisiologicamente, quando ocorre um represamento sanguíneo produzido nos MMIIs devido ao estresse ortostático pelo TIC, a pressão arterial é mantida através de taquicardia reflexa e vasoconstrição. Entretanto, em indivíduos suscetíveis, essa diminuição de retorno venoso e, consequentemente, o aumento da contratilidade cardíaca em uma cavidade ventricular relativamente vazia, leva a uma resposta paradoxal de bradicardia e vasodilatação – síncope vasovagal. Teste de Inclinação 2. Fisiopatologia Inclinação da mesa Sequestramento periférico do sangre Diminuição do retorno venosos Diminuição do volume do VE Aumento da contração do VE Estimulação dos Barorreceptores Centro vasomotor Diminuição do tônus simpático Vasodilatação periférica e queda da PA Aumento do tônus vagal Bradicardia assistoica Síncope Teste de Inclinação 2. Fisiopatologia Teste de Inclinação Teste de Ergométrico Teste Ergométrico 1. Introdução O teste ergométrico com registro eletrocardiográfico (TE-ECG) é um procedimento ambulatorial, popular, bem estabelecido, barato e útil pro fornecer importantes dados clínicos. É um teste muito utilizilado por cardiologistas e pode ser utilizados em outras metodologias como ergoespirometria, ecocardiografia entre outros. Teste Ergométrico 2. Revisão (Resposta metabólica ao Exercício) 1 – Exercício Intenso de Curta Duração: Esse tipo de exercício utiliza as vias anaeróbicas – sendo dominado as vias ATP-CP ou pela glicólise. Por exemplo, a energia despendida numa corrida de 50 metros ou durante uma jogada numa partida de futebol usa o ATP-CP. Teste Ergométrico 2. Revisão (Resposta metabólica ao Exercício) 2 – Exercício Prolongado A energia para realizar um exercício prolongado (isto é acima de 10 minutos) é originária do metabolismo aeróbico – podendo ser mantido um estado estável de consumo de oxigênio durante exercícios submáximo de duração moderada. Teste Ergométrico 2. Revisão (Resposta metabólica ao Exercício) A capacidade máxima de transporte e de utilização de oxigênio durante o exercício (VO2 máx) é considerado por muitos cientistas do exercício como a medida mais valiosa da adaptação cardiovascular. Os testes de exercício progressivo – ou teste de exercício graduado – são frequentemente empregados por profissionais da saúde (médicos) no exame de pacientes com possível cardiopatia (teste de esteira) e por cientistas do exercício para determinar a aptidão cardiovascular. Porque? 3 – Exercício Progressivo Teste Ergométrico 2. Revisão (Resposta metabólica ao Exercício) 3 – Exercício Progressivo Esta figura mostra as alterações do consumo de oxigênio durante um teste de exercício progressivo típico – o consumo de oxigênio aumenta como um função linear da taxa de trabalho até o VO2 Máx seja atingido. Teste Ergométrico 3. Indicações O teste ergométrico está indicado nas situações de doença arterial coronariana, hipertensão arterial, arritmias, na população sadia ou aparentemente normal ou especial. 1 – Doença Arterial Coronariana • Avaliação de homens assintomáticos com fatores de risco; • Avaliação de homens e mulheres com dor torácica; • Prognóstico da evolução de portadores de doença coronariana, desde que não seja contra indicação (paciente estável). • Pré e pós-angioplastia transluminal coronariana; • Avaliação inicial e seriada de pacientes em programas de reabilitação cardiovascular; Teste Ergométrico 3. Indicações 1 – Doença Arterial Coronariana • Avaliação pós infarto do miocárdio em evolução precoce e tardia, não complicada; • Perícia médica – pesquisa de doença coronariana aterioesclerótica obstrutiva para fins trabalhistas, profissionais e seguros. Teste Ergométrico 3. Indicações 2 – Hipertensão Arterial • Avaliação de hipertensos com dois ou mais fatores de risco para doença arterial coronariana; • Estudo do comportamento da PA em face do esforço – avaliação prognóstica para o desenvolvimento de futuros hipertensos; • Avaliação regular para indivíduos em programa regular de exercícios. Teste Ergométrico 3. Indicações 3 – Arritimas • Estudo da reprodutibilidade e comportamento de arritimias em razão do esforço; • Estabelecimento de correlação entre sintomas e arritimias desencadeadas ou agravadas pelo esforço; • Avaliação de pacientes com arritimias em programas de condicionamento físico; • Recuperados de parada cardiorrespiratória. Teste Ergométrico 3. Indicações 4 – População Sadia ou Aparentemente Normal • Avaliar o indivíduo com histórico familiar de coronariopatia ou morte súbita precoce; • Avaliação de indivíduos com ocupações especiais que possam colocar em risco a vida de terceiros (pilotos de avião, motoristas, etc.); • Candidatos a programas de condicionamento físico com a idade superior a 30 (masculino) 45 (feminino) anos. Teste Ergométrico 3. Indicações 5 – Situações Especiais • Sadios, incluindo atletas para avaliação funcional ou com fins acadêmicos; • Avaliação funcional em portadores de valvopatias – destacando os portadores de prolapso valvar mitral; • Avaliação funcional em em uso de marcapasso artificial; • Avaliação funcional e terapêutica em pacientes com insuficiência cardíaca; • Avaliação funcional em doentes não cardíacos, como pneumopatias, asma e diabetes. https://correquepassa.files.wordpress.com/2014/06/300-340_teste-ergo.jpg Teste Ergométrico 3. Indicações 5 – Situações Especiais Teste Ergométrico 4. Contra-Indicações • Angina instável, arritimias não controladas; • Infarto agudo do miocárdio; • Hipertensão arterial grave, embolia pulmonar; • Estenose aórtica grave; Teste Ergométrico 5. Metodologia Para a realização do teste são necessários: Áresa física; Equipe médica; Equipamento, material e equipamentos de emergência; Orientação ao paciente; Teste Ergométrico 5. Metodologia Laboratório Área física – deve ser iluminada, ventilação e temperatura ambiente em torno de 18 e 22ºC. Material – desfibrilador, oxigênio, seringas, medicamentos para atendimente de emergência cardíaca (parada cardiorespiratório). Equipamento– Os dois ergômetros mais utilizados são a esteira ergométrica e a bicicleta estacionária. Teste Ergométrico 5. Metodologia Laboratório O teste começa com o indivíduo realizando um rápido aquecimento, seguido por um aumento da taxa de trabalho de um a três minutos até que não seja possível manter a potência desejada. Na esteira, este aumento da taxa de trabalho pode ser conseguido com o aumento da velocidade ou inclinação, na bicicleta é feito pelo aumento da resistência. Os protocolos mais eficientes Teste Ergométrico 5. Metodologia Protocolos A maioria das indicações clínicas do teste ergométrico requer um protocolo com incrementos que progridam de baixas cargas a cargas mais alteas, até que seja atingida a frequência cardíaca máxima (220- idade) ou pelo menos a frequência submáxima (195-idade). Na bicicleta, aumenta a resistência de 15 a 25 watts (90 a 150 kpm [metros/min de kg]) a cada dois minutos. Pacientes sedentários requerem incrementos menores. A estimativa de Vo2 máx para cicloergômetro – VO2 máx= 12 x W + 300/peso. Na esteira, as variáveis são o peso do paciente, a velocidade e o grau de inclinação, sendo o trabalho calculado; W=P x V x inclinação). Por análise direta, obtém-se o consumo direto de oxigênio para cada carga e o VO2 máx. Os Teste Ergométrico 5. Metodologia Protocolos Teste Ergométrico 6. Resposta Clínica Frente ao Esforço A capacidade funcional, assim como sintomas e sinais clínicos durante o teste, permitem avaliara tolerância do paciente no esforço - Capacidade Funcional: é calculado pelos gases (ergospirometria) indiretamente por fórmulas VO2 máx = 60 – 0,55 x idade (homens); VO2 máx = 48 – 0,37 x idade (mulheres); - Sintomas – palidez, sudorese, tonturas, estafa física e dispinéia A FC máxima é calculada pela fórmula – FC máx = 220 – idade bpm. A PA é um dos elementos importantes para avaliação indireta a resposta do esforço do coração. Em condições normais a PAS < 220 mmHg e a PAD oscila em 10 mmHg - hipertensos são valores acima acima mencionados. Teste Ergométrico 6. Resposta Clínica Frente ao Esforço O duplo produto – é o índice não invasivo que melhor reflete o consumo de oxigênio do miocárdio (MVO2) e corresponde ao produto da PAS pela FC. A grande importância de sua determinação reside na avaliação da dor torácica e dos esquemas terapêuticos protetores para isquemia miocárdica. Os valores de referência para o duplo produto de um indivíduo variam em média entre 6.000 em repouso até 40.000 em exercícios exaustivos. Teste Ergométrico 6. Resposta Clínica Frente ao Esforço
Compartilhar