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AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia PARASITOLOGIA Aula 13: Ascaris sp., Trichuris sp. e Enterobius sp. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Temas/objetivos desta aula 1. Biologia de Ascaris lumbricoides; 2. Biologia de Trichuris trichiura; 3. Biologia de Enterobius vermicularis; 4. Ciclo biológico dos parasitas; 5. Patogenias causadas pelos parasitos; 6. Diagnóstico das doenças; 7. Medidas profiláticas. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Morfologia de Ascaris lumbricoides Cilíndricos, brilhantes e de cor branco-rosada; Machos menores e mais finos do que as fêmeas; Quanto maior o número de vermes, menores eles serão; Extremidade anterior: Boca (3 lábios fortes), esôfago cilíndrico, intestino retilíneo, reto e ânus (posterior); FÊMEAS: 35-40cm; 5,0mm de largura; extremidade posterior retilínea; 27 milhões de óvulos/vida; 200 mil ovos/dia; MACHOS: 20-30cm; 3,0-4,0mm de largura; dimorfismo sexual (encurvamento de cauda). h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 28 66 1 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Morfologia de Ascaris lumbricoides OVOS: 3 membranas resistência; Membrana externa (mucopolissacarídeo): mamilonada (abacaxi); Viável por 6 anos em solo úmido; Resiste ao congelamento, temperaturas de inverno e períodos de dessecação. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 09 15 81 5 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ciclo de vida de Ascaris lumbricoides Após a ingestão dos ovos, larvas infectantes (L3) de Ascaris eclodem no estômago/duodeno, penetram no tecido, alcançam a circulação venosa ou linfática, alcançam o coração e os pulmões. Ali, penetram nos alvéolos e bronquíolos, sendo arrastadas pela corrente de muco da árvore respiratória até a faringe (fim do ciclo pulmonar) e são deglutidas. Só completam o desenvolvimento e alcançam a maturidade sexual quando alcançam o intestino novamente. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 48 14 56 1 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Ascaridíase - Patogenia Durante a penetração das larvas: Poucas: reações hepáticas insignificantes e as pulmonares discretas; Muitas: focos hemorrágicos e necróticos no fígado, com inflamação em torno das larvas aí retidas ou destruídas. SÍNDROME DE LÖEFFLER: Acontece nos pulmões devido à migração das larvas. Envolve quadro de febre, tosse, pigarro, alta eosinofilia sanguínea e quadro radiológico com manchas isoladas ou confluentes. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 48 14 56 1 Larvas de Ascaris no tecido pulmonar AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Ascaridíase - Patogenia Vermes adultos: Ação expoliadora: consumo de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C subnutrição; Ação tóxica: reação entre antígenos parasitários e anticorpos do hospedeiro causando edema, urticária, convulsões etc.; Ação mecânica: irritação na parede intestinal e obstrução; Localizações ectópicas: quando o helminto se desloca de seu hábitat normal para atingir outro local. Ex: eliminação do verme pela boca e narinas. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =4 02 35 36 4 Adulto de Ascaris removido do ducto biliar de um paciente AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ascaridíase – Sinais clínicos Em geral, há em torno de 6 vermes por paciente. Mas esse número pode elevar-se a 500 ou 700 em alguns casos; Na maioria das vezes, a infecção é leve, assintomática e clinicamente benigna; Mas um único helminto introduzindo-se no apêndice, nas vias biliares ou pancreáticas ou em um brônquio, chega a produzir um estado grave e, por vezes, fatal; Mais comum, em crianças (3-10 anos), é a obstrução intestinal por um bolo de áscaris, determinando o quadro de abdome agudo; Raramente os vermes adultos migram para o duodeno, estômago ou outros lugares. Mas, crianças muito parasitadas podem eliminar alguns pela boca ou pelas narinas. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ascaridíase – Sinais clínicos Um, em cada seis portadores do parasito, apresenta sintomatologia clínica pequeno número de parasitos; Desconforto abdominal, anorexia, náuseas e diarreia; Ascaridíase tem sido associada com déficit de crescimento e desnutrição problemas de absorção das proteínas alimentares, lactose, e vitaminas A e C; Superinfecções podem estar associadas ao baixo desenvolvimento cognitivo em crianças em idade escolar; Podem ocorrer migração de vermes adultos pela via biliar. O ducto pancreático pode tornar-se obstruído, levando a pancreatite. Nesses casos, a infecção pode causar: dor abdominal, cólica biliar, colecistite acalculosa, colangite ascendentes, icterícia obstrutiva, ou perfuração do ducto biliar com peritonite. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ascaridíase – Obstrução intestinal A obstrução ocorre mais comumente na válvula ileocecal; Os sintomas incluem dor abdominal com cólicas, vômitos e constipação; A êmese pode conter vermes; Em alguns casos, uma massa abdominal que muda de tamanho e localização pode ser achada no exame físico; Complicações incluem: intussuscepção ileocecal, gangrena e perfuração intestinal; As complicações associadas com infecções por lumbricoides são fatais em cerca de 1% dos casos. Estima-se que, a partir de 20.000 mortes, ocorrem anualmente ascaridíase, devido à obstrução intestinal. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Ascaridíase - Obstrução intestinal Em um estudo, a carga parasitária estimada em indivíduos com obstrução intestinal foi > 60; Aproximadamente 85% das obstruções devido à ascaridíase ocorrem em crianças entre as idades de 1 e 5 anos; A incidência global de obstrução associada à ascaridíase é de aproximadamente 1 em cada 500 crianças. htt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 82 19 95 5 Alça intestinal cheia de vermes adultos de Ascaris AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Ascaridíase - Patogenia h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 82 19 95 6 e h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 82 19 94 7 Alça intestinal obstruída por Ascaris e retirada em momento cirúrgico AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Ascaridíase - Diagnóstico Normalmente, é dada pela visualização de ovos nas fezes ou pela eliminação espontânea de vermes; Hemograma pode mostrar eosinofilia, em especial se na fase de migração pulmonar: 5 a 12%, com relato de até 50%; Exames de imagem podem evidenciar a presença de vermes no intestino. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 86 83 87 8 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Ascaridíase - Diagnóstico h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =4 02 3 53 63 Raio-X de contraste identificando vermes adultos nas alças intestinais . AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ascaridíase – Epidemiologia Incide mais em microclimas quentes e úmidos, assim como onde a higiene e as condições de vida são precárias; O homem é a única fonte de infecção, sendo as crianças em idade escolar e pré-escolar as principais poluidoras do meio e, também, a população de mais alto risco; Pelo hábito de defecarem no chão, o peridomicílio mantém-se sempre rico em ovos. No material de varredura de quintais, podem ser encontrados 100 a 250 ovos por grama de terra. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ascaridíase – Controle Uso constante das instalações sanitárias; Lavar as mãos após defecar, antes de comer ou de preparar alimentos; Lavar as frutas e legumes consumidos crus; Proteger os alimentos contra as poeiras, os insetos e outros vetores de infecção. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Larvas de Ascaris no tecido pulmonar Morfologia de Enterobius vermicularis ADULTOS: A fêmea é cilíndrica e tem extremidades afiladas. Mede cerca de 1 cm. A cutícula lisa forma 2 expansões cervicais. O macho é muito menor e tem a extremidade posterior enrolada ventralmente. OVOS: São mais achatados de um lado e, além de sua dupla casca, contêm uma larva L2 já formada por ocasião da postura. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 50 79 79 ( m o d if ic ad a) e h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 14 12 33 4 e h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 14 12 36 6 Ovo, macho e fêmea de Enterobius vermicuçaris AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ciclo biológico de Enterobius vermicularis Ovos = eclodem no duodeno; Larvas desenvolvem-se enquanto migram pelo intestino grosso (até o ceco); Não há ciclo pulmonar; Ceco = cópula e produção de ovos irritação local; Machos morrem após a cópula e a fêmea fecundada (cheia de ovos) sai do ceco e migra até o reto (esfíncter anal): expulsão de grande quantidade de ovos; Morte da fêmea (35-50 dias) = ocorre junto com a liberação de ovos. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =7 8 13 47 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Enterobíase – Sinais clínicos O principal sinal clínico é o prurido na região anal, que leva o paciente a coçar-se e chega, mesmo, a produzir escoriações; O períneo fica vermelho e congesto, podendo dar lugar a infecções; Também podem surgir lesões na mucosa retal. Em meninas, pode haver prurido vulvar; Irritabilidade, insônia, enurese noturna, sonolência, cansaço. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Enterobíase – Diagnóstico e transmissão O melhor método para o diagnóstico é a busca de ovos (ou vermes) no períneo, de manhã antes do banho, pela técnica da fita adesiva (ou fita gomada); O mecanismo de transmissão é explicado por acumularem-se os ovos no períneo; Durante a noite, esses ovos passam para lençóis, pijamas e roupa íntima. De manhã, ao se movimentar os lençóis, ao se despir ou trocar de roupa (puxando-a pela cabeça), eles são facilmente suspendidos no ar, como poeira, sendo, então, aspirados. A B B C (A) Vermes adultos de Enterobius vermicularis na roupa de cama. (B) Adultos eliminados nas fezes. (C) Ovos de E. vermicularis https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37422620 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=22712116 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3507979 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Enterobíase – Epidemiologia Heteroinfecções X autoinfecções/reinfecções X superinfecções (crianças que chupam dedo e que roem unha); Localidades de clima frio: vive-se em ambientes mais fechados, toma-se pouco banho e as mudas de roupas são menos frequentes reinfecções e superinfecções são facilitadas; Localidades de clima quente: a vida ao ar livre, o uso de pouca roupa e os banhos frequentes (inclusive os de rio) reduzem os riscos da doença. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Enterobíase – Controle Banhos matinais diários de chuveiro; Lavagem cuidadosa das mãos depois de defecar, antes de comer e de preparar alimentos; Manter as unhas curtas e limpas; Mudar frequentemente a roupa de cama, a de dormir e a de baixo, lavando-as com aquecimento a 55°C ou fervendo-as; Evitar superlotação dos quartos, arejá-los bem e remover a poeira com aspirador ou pano úmido. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Morfologia de Trichuris trichiura ADULTOS: São filiformes em sua porção anterior (mais longa) e fusiformes posteriormente; As fêmeas medem 3 a 5 cm e os machos são um pouco menores; A extremidade posterior do macho é enrolada ventralmente em espiral. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11412733 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Morfologia de Trichuris trichiura OVOS: São elípticos, com casca tripla, de tonalidade castanha, e contêm uma célula ainda não dividida; Nos extremos do ovo, há 2 tampões polares de aspecto hialino, por onde se dará a eclosão da futura larva. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 71 92 66 2 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Ciclo biológico de Trichuris trichiura Adultos instalam-se no ceco-apêndice e alimentam-se de líquido intersticial, sangue e tecidos lisados; Fêmea = 3.000 - 7.000 ovos por dia; Ovos embrionam-se no ambiente (quanto mais quente, mais rápido é o desenvolvimento da larva); Larva eclode no intestino grosso e mergulha no tecido, alcançando a maturação sexual em até 3 meses. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =2 9 10 25 7 AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Tricuríase – Sinais clínicos O verme causa irritação da inervação local, interferindo no peristaltismo e absorção intestinal; O númerode parasitos por paciente = 2-10; Crianças: nervosismo, insônia, inapetência, diarreias, dor abdominal, tenesmo, perda de peso e desidratação; Em casos de elevada carga parasitária, ocorre uma irritação intestinal intensa, chegando a produzir prolapso retal. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Tricuríase – Diagnóstico e controle O diagnóstico é dado pelo encontro de ovos nas fezes ou através de exames de imagem; As únicas fontes de infecção são as humanas, cabendo às crianças em idade pré-escolar a maior responsabilidade na transmissão da tricuríase; O peridomicílio é a área mais afetada, devido à poluição fecal do solo, onde as condições de saneamento e de higiene são precárias; Os ovos dos Trichuris são mais sensíveis à desidratação do que os de Ascaris, razão pela qual é nos solos úmidos e sombreados onde permanecem mais tempo vivos. AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Saiba mais Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=PvrainfgFRE e veja o vídeo que mostra a retirada de bolo de vermes adultos de Ascaris sp. ATENÇÃO: cenas fortes! AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia Referências bibliográficas NEVES, David Pereira; MELO, Alan L. de; GENARO, Odair; LINARDI, Pedro M. Parasitologia Humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu. REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. As fontes das imagens estão referenciadas em cada slide e podem ser conferidas em https://commons.wikimedia.org/ AULA 13: ASCARIS SP., TRICHURIS SP. E ENTEROBIUS SP. Parasitologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Formas morfológicas de helmintos causadores de doenças; Microscopicamente as formas morfológicas desses helmintos; Transmissão das doenças causadas por helmintos. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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