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Historia da educação 1 pedagogia

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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Profa. Esp. Débora Cabrera Novaes 
 
Revisão Textual: 
Profa. Vera Lidia de Sa Cicaroni 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta unidade vamos conhecer os conceitos de História, Educação e Pedagogia e as 
diversas tendências do pensamento educacional, relacionando a história de vida e o contexto 
histórico no qual viveram os autores estudados, para compreender a sua concepção de 
mundo e de educação dentro da época em que estão inseridos. 
 
Faremos também algumas indicações importantes de leitura para que você 
compreenda melhor o que procuramos apresentar no texto. Não deixe de fazer essas leituras, 
com certeza você irá achá-las bem interessantes! 
 
 A Importância da História da Educação 
 Renascimento – Reforma - Século XVI 
 História da Educação 
Nesta unidade, vamos abordar os temas relacionados às concepções 
de História, Educação e de Pedagogia, estudando suas 
interdependências dentro do contexto histórico, político, econômico e 
social e refletindo sobre a importância de estudar a História da 
Educação para a formação do pedagogo 
 Renascimento: Humanismo - Séculos XV E XVI 
 
6 
 
 
 
 
 
Existe apenas um tipo de Educação ou existem vários tipos de Educação? 
 
A relação entre Homem, Educação, Trabalho e História pode ser interpretada da 
seguinte forma: 
 a História é a interpretação da ação transformadora do homem através do tempo; 
 o Trabalho é a ação transformadora do homem sobre a natureza; 
 a Educação é a ação transformadora do conhecimento. 
Existem vários tipos de Educação. Quando se pensa em Educação, imagina-se, em um 
primeiro momento, uma sala de aula com alunos e professores interagindo. É certo ou errado 
pensar dessa forma? O que você pensa sobre o assunto? 
Na realidade a Educação existe em todos os lugares e acontece a todo tempo. Ela é 
livre e pode ser expressa por meio de gestos, modos de agir, problematização de ideias, 
crenças, trabalho, família. Contemplando-a dentro de âmbito maior, verifica-se que a 
Educação se desenvolve de acordo com a geração e a cultura em que o indivíduo está 
inserido. 
Muitas vezes a Educação se processa associada à cultura de um povo. Antigamente a 
Educação era passada entre gerações através de exemplos de comportamentos e crenças que 
seguiam as tradições. Por exemplo: embora os índios não possuíssem escolas nas tribos, os 
ensinamentos dos antepassados eram transmitidos para os mais novos; por meio desse tipo de 
Educação o conhecimento era repassado de geração para geração. Sob esse ponto de vista, 
pode-se dizer que a Educação é um ponto chave dentro da produção de crenças e está 
intrinsecamente ligada à cultura de cada sociedade. 
Entretanto é preciso considerar também a 
existência da Educação com vistas ao 
desenvolvimento intelectual. Nesse caso, podemos 
falar sobre a Educação dada nas escolas, que é 
mais sistematizada, imposta por um sistema 
centralizador de poder, e que, muitas vezes, utiliza 
esse poder para controlar o saber e, assim, 
reforçar a desigualdade social. 
Fonte: http://www.reemediagoo.com 
 
 
7 
Conceito de Educação segundo a LDB 9394/ 96: 
 
“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na 
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de 
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade 
civil e nas manifestações culturais” 
 
Examinando o assunto, é possível discutir a importância da História para a Educação e 
concluir que, na verdade, é a de denunciar as formas ideológicas que utilizam a Educação 
como instrumento de poder. É através da História da Educação que podemos analisar e 
questionar a realidade educacional, por meio de investigações e estudos, tornando, assim, a 
ação educacional mais clara e transparente. Somente agindo de forma reflexiva, criticando os 
valores novos e os decadentes, teremos condições para responder a questões como: ”Que tipo 
de homem queremos formar?” 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
O homem é feito de tempo, ou seja, o homem 
faz a história e é feito de história. Conhecer o homem 
é uma forma de situá-lo no tempo e no espaço, 
acompanhado de seus costumes, línguas e valores 
próprios do espaço e do tempo em que está inserido. 
 
A Educação deve ser concebida em um sentido mais amplo do que aquele que 
imaginamos. Ela está presente em vários aspectos de nossa vida, e é preciso ter ciência de que 
existem vários tipos de educação que atuam sobre o ser humano. Nós recebemos educação 
desde que nascemos, nos mais simples ensinamentos, mas ela também pode ocorrer de forma 
sistematizada ou intelectualizada; o importante é que sempre deverá estar de acordo com a 
cultura em que estamos inseridos. 
 
De acordo com Brandão, 
 
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as 
pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, 
aquilo que é comunitário, como bem, como trabalho ou como vida, é também 
uma geração do modo de vida dos grupos sociais. (BRANDÃO, p25) 
 
 
A Educação participa do processo de produção de crenças e ideias, envolvendo as 
trocas e contribuindo para a formação dos grupos sociais. 
 
 
 
 
 
Fonte: http\\.www.fotofree.com 
 
9 
Pedagogia 
 
É a ação do homem quando ele transmite ou modifica a herança cultural de forma 
crítica, ou seja, a pedagogia pode ser entendida como uma teoria crítica da Educação. 
 
 
História 
 
História é uma palavra de origem grega, que 
significa investigação, informação. 
 
“A história é um profeta com o olhar voltado para trás: 
pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será”. 
(Eduardo Galeano) 
O primeiro recurso de que a História se valeu para explicar fatos e os aspectos gerais 
da condição humana foi o mito, relato simbólico transmitido pela tradição oral. Por exemplo: 
nas sociedades tribais da África, não existiam investigações e o conceito de História era 
apenas passado de geração para geração, dentro de um mesmo contexto. Eles acreditavam 
que os fenômenos eram criação dos mitos, atribuída a deuses. Assim como os índios, 
acreditavam e cultuavam os seus deuses, entre eles o Sol, a Lua, o trovão, etc. 
As crianças, nessas sociedades, aprendiam imitando o comportamento dos adultos nas 
atividades diárias e nas cerimônias dos rituais. 
Para esses povos, os acontecimentos da vida da comunidade não eram significativos, 
porque eles relacionavam o passado aos tempos primordiais, em que os deuses realizavam 
seus feitos extraordinários. Vendo por esse olhar, fazer história é recontar os mitos. 
Nessas sociedades os adultos ocupavam-se da caça e da pesca, do pastoreio e da 
agricultura, e as crianças aprendiam “para a vida e por meio da vida”, sem que houvesse 
alguém destinado a ensiná-las, pois o saber era universal e todos os membros da tribo tinham 
o mesmo conhecimento. 
 
10 
 
O homem primitivo era guerreiro por sua natureza, e daí decorriam os valores 
apreciados pela comunidade e que eram objetos da educação. 
Com as transformações ocorridas nas tribos, como a invenção dos barcos, por 
exemplo, surgia a necessidade de certa especialização, pois a construção de um barco 
implicava em conhecimentos não adquiridos pela e em sociedade. Dessa forma foi preciso 
que alguém aprendesse a construir esse barco. Assim, o saber passou a não ser mais universal, 
mas,sim, um privilégio de quem aprendeu a construir o barco. 
Os gregos também acreditavam na concepção dos deuses como criadores e condutores 
do destino do homem. Na sociedade grega cultivavam-se diversas religiões. 
Para melhor entender a história da Grécia, ela pode ser dividida em quatro períodos. 
1- Tempos Homéricos (Séc. XII ao VIII a. C.) 
 Aristocracia proprietária de terras; 
 Sistema escravista. 
 
2- Período Arcaico (Séc. VIII e VI a. C.) 
 Período marcado pela aparição da filosofia, que surge como uma forma de 
problematizar e discutir a realidade, e não questioná-la através do mito, “Deuses”. 
 
 
Sócrates 
 Os principais filósofos : Sócrates, Platão e Aristóteles. 
 Surgimento das cidades-estados, também 
denominadas “Polis”. 
 10% da população participavam da democracia. 
 
 
Fonte: 
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Socrates
_Louvre.jpg 
 
11 
3- Período Clássico (Séc. IV e V a.c) 
 Apogeu da civilização Grega; 
 Surgimento da Escrita e da Escola; 
 Criação da arte e da literatura; 
 Surgimento dos sofistas – denominados professores da sabedoria, que, por 
exigirem remuneração para ensinar, não eram bem vistos pelos filósofos. 
 
4- Período Helenístico (Séc. III e II a.c) 
 Junção entre Grécia e Roma; 
 Apropriação, pelos romanos, do território e da cultura grega após a morte de 
Alexandre, em 323 a.C.; 
 Conhecimentos como gramática, filosofia, geometria, aritmética, música são 
passados como educação. 
 
 
A Pedagogia Grega e a Concepção de Educação para os Filósofos 
 
O termo “pedagogo”, de origem grega, tem a seguinte explicação etimológica: 
 
Paidagogos 
 Pai (criança), dagogos (conduzir) 
 Refere-se ao escravo que acompanhava a criança à escola. 
A educação grega estava voltada, em um primeiro momento, para o desenvolvimento 
do belo, para a formação do indivíduo de acordo com o ideal de beleza, priorizando a 
educação física direcionada para os esportes. 
Com a aparição dos filósofos, surgiram alguns questionamentos sobre a existência 
humana. Após se descobrir que o homem seria capaz de projetar o seu próprio destino, a 
preocupação voltou-se para a formação desse homem. 
 
 
12 
 
Os filósofos gregos pensavam em algumas questões importantes sobre a Educação. 
Sócrates, por exemplo, questionava os seguintes aspectos: 
 O que é melhor ensinar? 
 Como é melhor ensinar? 
 Para que ensinar? 
 
Para Sócrates, a sabedoria começava com o reconhecimento da própria ignorância, e 
isso ele reflete na sua famosa frase: 
 
“Só sei que nada sei.” 
 
Sócrates não deixou nenhuma obra escrita; quem escreveu sua trajetória foi Platão, seu 
amigo e discípulo. Sócrates acreditava que, para absorver o conhecimento, seria necessário 
definir rigorosamente o que se fala, através dos conceitos. Exemplo: para se compreender o 
enunciado “Diante dos atos de coragem”, é preciso descobrir o que é coragem, e, quando isso 
se dá, chegamos à definição do seu conceito; só, então, compreendemos o seu significado. 
Para ele, a Educação deve estar voltada para a vida moral; o diálogo; a capacidade de pensar; 
a análise do conteúdo. 
Já Platão acreditava que a educação não serviria apenas se alcançar o conhecimento 
de fora para dentro, mas também para despertar, no indivíduo, o que ele já sabia. 
Para Aristóteles, a Educação tinha a finalidade de ajudar o homem a alcançar a 
plenitude e a realização do seu ser; ele acreditava que o elemento essencial para se 
desenvolver a Educação devia estar na natureza, no hábito e na razão. 
Com base nessa reflexão, os gregos descobriram a especificação histórica e iniciaram 
um processo no qual pensavam em escrever somente o que achavam ser verdade. 
 
13 
A história passou a ser vista como mestra da vida, levando os homens a 
compreenderem o seu próprio destino, ou seja, o homem era entendido como resultado da 
produção da sua própria cultura. 
“O homem se insere no tempo: o presente humano não se esgota na ação que 
realiza, mas adquire sentido pelo passado e pelo futuro”. (Aranha, 1996) 
Em 323 a.C., os romanos apropriaram-se do território e da cultura 
grega. Vamos entender como foi esse processo. 
 
 
A Educação Romana 
 
A história de Roma pode ser dividida em três períodos políticos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Colosseum_in_Rome,_Italy_-_April_2007.jpg 
 
14 
 
1- Realeza (de 753 a 509 a.C.) 
 Desenvolvimento do comércio; 
 Realeza em que os reis tinham uma vida mais rural; 
 Substituição da posse de terra pela propriedade privada e surgimento da divisão 
de classes (plebeus e aristocratas); 
 Aristocracia de nascimento denominada (patrícios); 
 Aristocracia determinada pela riqueza, através do enriquecimento dos plebeus. Os 
plebeus eram os camponeses, comerciantes, artesãos. 
 
2- República (de 509 a 27 a. C.) 
 Os patrícios no comando de cargos políticos; 
 O enriquecimento da plebe; 
 A criação das escolas elementares, que recebiam as crianças dos 7 aos 12 anos; 
 Educação mais moral que intelectual; 
 
3- Império (de 27 a.C. a 476 d.C.) 
 Desenvolvimento cultural e urbano; 
 No século I a. C., estímulo à criação de escolas municipais em todo o Império, por 
iniciativa do Estado. 
 Aparição do cristianismo, destinado apenas aos escravos e plebeus; 
 Em 313, permissão para o culto ao cristianismo; 
 Final do séc. IV, estabelecimento do cristianismo como religião oficial; 
 Educação no Império: privilégio da elite dominante; 
 Objetivo do conhecimento estabelecido: dar respostas a questões práticas da 
sociedade; 
 Educação heróico–patrícia: preparação do guerreiro, aos 16 anos, com o 
encaminhamento do jovem para a formação militar ou política; 
 Decadência do Império. 
 
 
 
15 
Idade Média 
 
 
Fonte: http://openphoto.net 
 
A FORMAÇÃO DO HOMEM DE FÉ 
Com a decadência do Império, a religião passou a predominar, exercendo 
influência política e espiritual 
 
 Período de mil anos (de 476 a 1453); 
 Alta Idade Média (período em que surge à formação religiosa e começa existir a 
razão); 
 Baixa Idade Média (burgueses viviam nas cidades, chamadas “burgos”, 
denominação da qual se origina o termo “burguês”, que significa o homem da 
cidade); 
 O escravismo e o feudalismo; 
 Predomínio da agricultura e do artesanato; 
 A Sociedade: na Idade Média, a nobreza era composta por Marqueses, Condes, 
Viscondes, Barões e Cavalheiros; 
 
 
 
 
 
16 
 
A Educação 
 
Os monges eram os únicos letrados; foram eles os responsáveis pelas traduções das obras 
gregas, que foram escondidas pela Igreja. 
 Para os Servos, destinava-se uma formação cristã, com base na poesia, história e música. 
 
 
A Pedagogia e a Religião 
 
Filosofia dos padres da Igreja, que perdurou do séc. II ao V. Duas filosofias 
predominaram nesse período: a Filosofia “Patrística” e a Filosofia “Escolástica”. 
A Filosofia “Patrística” é a filosofia elaborada pelos padres da Igreja. 
A Pedagogia era traduzida através da religião, formando os homens iluminados, ou 
seja, os bons cristãos. 
A educação surgiu com um único fundamento: o da salvação da alma para a vida 
eterna. 
A principal figura desse período foi Santo Agostinho (354-430). 
Para Santo Agostinho, o saber não é transmitido ao aluno, pois a verdade é uma 
experiência que não vem do exterior, mas sim de dentro de cada um. Toda educação é uma 
autoeducação, possibilitada pela iluminação divina. 
A Filosofia “Escolástica”: escolas cristãs - do séc. IXa XIV. 
O termo “escolástico” vem de “escola”, “autoridade – Papa”. 
Era o início do período das trevas. 
A Escolástica é a mais alta expressão da filosofia cristã medieval. 
O método escolástico era constituído por: leitura, comentários, questões, discussões 
sobre o livro sagrado: a “Bíblia”. 
 
17 
 
“Os parâmetros de educação na Idade Média se fundam na concepção do 
homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que devem cuidar, em 
primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna” (Arruda, 1996, p. 73). 
 
A principal figura deste período foi São Tomás de Aquino (1225 -1274). Para ele, a 
Educação é uma atividade que torna realidade aquilo que é potencial, processo que o próprio 
educando desenvolve com o auxílio do mestre, atualizando as suas próprias potencialidades. 
 
 
RENASCIMENTO – REFORMA - Século XVI 
 
O espírito renovador manifesta-se, na religião, através de Martinho Lutero (1483-
1546), e faz surgir, na Alemanha, a Reforma Protestante, com ideais de mudanças. 
Martinho Lutero (1483-1546) nasceu em uma modesta família de mineradores, seguiu 
seus estudos religiosos num mosteiro agostiniano, porém, em uma viagem à Itália, em 1510, 
ficou impressionado com a corrupção dominante nas esferas de poder do clero. A 
repugnância por tudo o que viu fê-lo afastar-se da Igreja Católica. 
Em 1517, publicou 95 teses sobre os abusos e as pretensões da Igreja oficial, iniciando 
uma tormentosa relação com Roma. 
A Reforma valorizava a religiosidade interior e o princípio da liberdade de leitura do 
texto sagrado, resultando, para todo cristão, a posse de instrumentos elementares de cultura e 
a necessidade de difundir essa posse em nível popular. 
O objetivo era o de estabelecer um vínculo direto entre Deus e o fiel. 
Em sua base, havia certa aversão pela hierarquia eclesiástica, considerada responsável 
pela desordem disciplinar e pela corrupção que dominava a Igreja em Roma; 
Martinho Lutero recebia o apoio dos nobres que estavam interessados no confisco do 
clero. 
 
18 
 
A Educação tornou-se importante instrumento para a divulgação da Reforma. 
Lutero priorizou a gratuidade da instrução para todos, defendendo uma educação 
pública, sob responsabilidade do Estado. Propunha uma Educação através de jogos, 
exercícios físicos, música (seus corais tornaram-se famosos), e recomendava o estudo da 
matemática e da história além de valorizar a literatura. 
“Se não existissem nem a alma nem o Paraíso nem o Inferno, e ainda se não 
se deve levar em consideração apenas as questões temporais, haveria 
igualmente necessidade de boas escolas masculinas e femininas, e isso para 
poder dispor de homens capazes de governar bem e mulheres em condições 
de conduzir bem suas casas.” (Martinho Lutero) 
 
Para Lutero, a lei de Deus não podia ser mantida através de punhos e armas, mas 
apenas com a cabeça e com os livros. 
 
 
Contra-Reforma 
 
Com a ruptura realizada pelos protestantes, mais precisamente por Martinho Lutero, a 
Igreja Católica procurou meios para reverter o quadro, pois estava perdendo os seus fiéis. 
Através de uma eleição, o Papa Paulo III Farnese convocou um concílio, chamado 
Concílio de Trento (1546-1563), com o intento de dar corpo às reivindicações. Esse Concílio 
reafirmava os princípios da fé e a supremacia Papal e determinava a criação de seminários 
para formar padres. 
O Concílio procurou determinar alguns pontos essenciais para a Igreja, como estudos 
bíblicos e teológico-filosóficos, com o objetivo de desenvolver as ordens religiosas. 
O objetivo era frear o avanço da heresia protestante e propagar a religião católica nos 
países do Novo Mundo. 
 
19 
Esse movimento teve grande influência tanto cultural quanto pedagógica, pois a Igreja 
passou a dar importância não só à educação eclesiástica, mas também à educação dos jovens 
descendentes dos grupos dirigentes. 
O elemento mais importante da Pedagogia, na Contrarreforma, foi a proliferação de 
modelos de colégios e internatos espalhados pelo mundo. As ordens iniciaram com 144 e 
chegaram a 1749 colégios. 
Em 1534, foi fundada a Companhia de Jesus, por Inácio de Loyola (1491-1556), um 
militar espanhol que, ao recuperar-se de um ferimento ocasionado em uma batalha, colocou-
se a serviço da fé. 
A Pedagogia dos Jesuítas estava voltada ao preparo rigoroso da mente (memorização) 
e direcionava a formação para o magistério através de manuais, normas e informações 
bibliográficas. 
Em 1550, foi fundado o Colégio Romano, para a formação do mestre. O resultado 
dessa experiência definiu-se através do documento “Organização dos Planos de estudos”, 
chamado Ratio Studiorum. Um trecho desse documento mostra o manual de regras: 
 
“Repetições em casa. Todos os dias, exceto os sábados, os dias feriados e os 
festivos, designe uma hora de repetição aos nossos escolásticos para que assim 
se exercitem as inteligências e melhor se esclareçam as dificuldades ocorrentes. 
Assim um ou dois sejam avisados com antecedência para repetir a lição de 
memória, mas só por um quarto de hora; em seguida um ou dois formulem 
objeções e outros tantos respondam; se ainda sobrar tempo, proponham-se 
dúvidas. E para que sobre, procure o professor”. (Franca, 1952, p.145). 
 
Não davam importância à história, à geografia e à matemática, pois consideravam 
ciências vãs. 
 
20 
 
 
“Exclui-se da educação os conhecimentos históricos e os científicos, a 
menos que a história fosse deturpada de tal forma que ficasse 
irreconhecível ou a ciência fosse tão superficial, que mais parecesse uma 
brincadeira de salão”. (PONCE) 
 
Do fim do século XVI até o início do século XVIII, ninguém se atreveu a discordar da 
Companhia de Jesus. 
Em 1549, através de Manuel da Nóbrega, a Companhia de Jesus chegou a Salvador 
com o objetivo de criar a escola de ler e escrever, promover a catequese dos índios e propiciar 
educação aos filhos de colonos e formação de novos sacerdotes e da elite intelectual. 
Por interesses políticos, os jesuítas foram expulsos de vários países, e o Papa Clemente 
XIV extinguiu a Companhia de Jesus em 1773. 
O Sistema educacional sofreu uma desestabilização, porque os jesuítas possuíam 
muitos colégios. 
 
RENASCIMENTO: HUMANISMO - Séculos XV e XVI 
 
Época de transição – educação, religião, ciência, produção filosófica 
A Renascença europeia foi o período compreendido entre os séculos XV e XVI e tem 
esse nome por representar a retomada dos valores greco-romanos. 
Houve uma retomada das fontes da cultura grega, sem a intermediação dos 
comentadores da Igreja. 
A curiosidade era aguçada para a observação direta dos fatos, com redobrado interesse 
pelo corpo e pela natureza. 
Foram ampliados os conhecimentos da anatomia, na medicina, com a prática da 
dissecação de cadáveres humanos, até então proibida pela Igreja. 
 
21 
 
Intensificou-se a criação nas artes em geral, como pintura, arquitetura, escultura e 
literatura. 
A Itália destacou-se como centro da nova produção cultural. 
Esse período da história distinguiu-se pela busca da individualidade, caracterizada pelo 
poder da razão de cada um para estabelecer seu próprio caminho. 
O homem foi buscar, na ciência, a explicação para a sua existência, buscando 
fundamento em uma cultura mais rica de conhecimentos, acesso à qual, na Idade Média, lhe 
foi negado. 
A educação procurou bases não religiosas, a fim de se tornar instrumento adequado 
para a difusão dos valores burgueses. 
 
Dentro do movimento humanístico destacam-se: 
 Juan Luis Vives (1492-1540) - Humanista espanhol, que lecionou na Universidade 
de Oxford e escreveu uma copiosa obra pedagógica. Seu principaltrabalho foi o Tratado do 
Ensino. 
 Embora tivesse escrito sobre a educação da mulher, considerava fundamental sua 
presença no lar. 
Recomendava o cuidado com o corpo e a atenção com o aspecto psicológico no 
ensino. 
Reconhecia a importância da observação dos fatos e da ação como meio de 
aprendizagem 
 Erasmo de Rotterdam (1467-1536) - De origem holandesa, apesar de ser cristão 
pertencente à ordem dos Agostinianos, criticou severamente a Igreja corrupta e autoritária. 
Erasmo buscou, nos clássicos, as fontes da sabedoria grega, embora não desprezasse a 
ciência. 
 
22 
 
Defendia o respeito e o amadurecimento da criança e por isso criticava a educação 
vigente, excessivamente severa. Recomendava o cuidado com a graduação do ensino e o 
abandono das práticas de castigos corporais. Para Erasmo, as crianças deveriam aprender se 
divertindo, sem a preocupação com resultados imediatos. 
 François Rabelais (1494-1553) - Frade beneditino e médico francês. 
Buscou resgatar o saber greco-latino, com igual cuidado pelos estudos da ciência, e 
criticou a tradição escolástica de maneira irônica e saborosa. 
Rabelais não escreveu uma obra propriamente pedagógica, mas, nos romances 
satíricos Gargantua e Pantagruel, deixou transparecer suas ideias a respeito da Educação. 
Michel de Montaigne (1533-1592) - Nasceu no castelo de Montaigne, propriedade 
da sua família; pertencia a uma família francesa da burguesia enriquecida com a posse de 
terras e propriedades, conseguindo, assim, um título de nobreza. 
Montaigne lia com facilidade as obras latinas. Ao descrever a si próprio e refletir sobre 
suas experiências, traçou o perfil da natureza humana, apresentando o homem com suas 
interrogações, dúvidas e contradições, o que encaminhou seu pensamento para certo 
ceticismo. 
Ceticismo é uma doutrina segundo a qual o homem nada pode conhecer com certeza; 
os céticos concluem pela suspensão do juízo e pela dúvida permanente. 
“Só nos esforçamos por guarnecer a memória, deixando de lado, e vazios, 
juízo e consciência. Assim como os pássaros vão, às vezes, em busca de grão 
que trazem aos filhotes sem sequer sentir-lhe o gosto, vão nossos mestres 
pilhando a ciência nos livros e a trazendo na ponta da língua tão somente para 
vomitá-la e lançá-la ao vento. Tudo se submeterá ao exame da criança e nada 
se lhe enfiará na cabeça por simples autoridade e crédito”. (Montaigne, 1972. 
p. 71-78) 
Pode-se perceber, em seu trabalho, a defesa de uma vida laica, diferente do que 
ensinavam os monges da Idade Média. 
Na esfera da Educação, Montaigne critica o trabalho com a memória. 
 
 
23 
 
A Importância da História da Educação 
 
Através dessa visão histórica, foi possível verificar que a trajetória da Educação passa 
por vários contextos, em sua maioria relacionados com a política do período em que estão 
inseridos, portanto uma das principais ideias, ao se estudar a história da Educação, é situá-la 
dentro dos períodos históricos, para que se possa entender o processo educacional, uma vez 
que este sempre se vincula à política de cada período. 
Sendo assim podemos dizer que a Educação é um ato político, porque é intencional. 
Como exemplo, podemos mencionar como o tema da abolição dos escravos foi tratado em 
diferentes períodos. Durante muito tempo, a escola tradicional ensinou que a abolição dos 
escravos foi fruto da ação dos abolicionistas (geralmente brancos) que culminou com a 
assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, pela qual a princesa Isabel outorga a 
liberdade aos negros. Não havia nenhuma menção à ação de Zumbi e de seus companheiros 
nos Quilombos dos Palmares, nem a centenas de outros gestos de rebeldia que 
desapareceram da memória do país como “irrelevantes”. Hoje esse quadro já foi revisto e 
Zumbi está presente em muitos livros didáticos. O objetivo é justamente este: que façamos 
uma reflexão crítica desse ensino histórico, 
 
 
 
 
 
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A importância da HISTÓRIA para a Educação é a de denunciar as formas ideológicas 
que utilizam a Educação como instrumento de poder. 
Dessa forma, podemos levantar questionamentos e elaborar análises da realidade 
educacional, por meio de investigações, tornando, assim, a ação educacional mais clara. 
A história nos traz o conhecimento dos fatos antigos e dos novos, dando-nos 
ferramentas para que a ideia de uma educação inovadora não fique apenas no papel, não 
seja apenas uma intenção e, sim, uma reforma concreta para a educação atual. 
A importância do estudo da história, para o pedagogo, está justamente na identificação 
dessas fases, para que se possa entender os fatos ocorridos no passado e como eles afetam o 
nosso presente, e, através desse entendimento, aprender o que é possível fazer no sentido de 
contribuir para que, no futuro, possamos ter a Educação tão sonhada por todos, que vise a 
uma transformação social. 
O estudo da História da Educação implica na investigação de ordem econômica, 
política e social do país, pois é dessa forma que vamos compreender a problemática 
educacional. 
 
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A bibliografia e os filmes indicados nesta unidade auxiliarão no entendimento dos temas 
abordados. 
É importante que a leitura da bibliografia indicada seja da obra original. 
 
Indicação de leitura: capítulo I: “Educação, educações aprender com o índio”. In: BRANDÃO. 
C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2005. 
 
Bibliografia: 
 
BRANDÃO. C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2005. 
NEGRÃO, Ana Maria, M. O método pedagógico dos jesuítas: o Ratio 
Studiorum. Rev. Bras. Educ., Ago 2000, no.14, p.154-157. ISSN 
1413-2478. Disponível em: http://ref.scielo.org/fx28mb 
 
Filmografia: 
 
1- O nome da Rosa. Disponível em: 
http://www.youtube.com/user/stelaup 
2- Martinho Lutero. Disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=eezenm7Tlps 
 
 
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ARANHA, M.L. A história da educação e da pedagogia: Geral e Brasil. 3.ed. São 
Paulo: Moderna, 2006. 
 
BRANDÃO. C. R. O que é educação. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2005. 
 
CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999. 
 
FRANCA S.J., Leonel. O método pedagógico dos jesuítas: o "Ratio Studiorum": 
Introdução e Tradução. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1952. 
 
PONCE, A. A educação do homem burguês In Educação e Luta de classes. 20ª ed. 
São Paulo: Corte, 2003. p. 113-149. 
 
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