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Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. DENUNCIAÇÃO À LIDE 1. Conceito: É o ato pelo qual a parte, a fim de garantir seu direito de regresso, no caso de que acabe vencida na ação, chama terceiro GARANTIDOR à lide, afim de que este integre o processo. Dessa forma, se por acaso o juiz vier a condenar ou julgar improcedente o pedido do denunciante, deverá, na mesma sentença, declarar se o denunciado, por sua vez, deve ou não indenizá-lo. Com a denunciação se estabelece duas lides no processo; É uma modalidade de INTERVENÇÃO DE TERCEIROS FORÇADA; 2. PREVISÃO: artigo 125 do CPC. § 1o O DIREITO REGRESSIVO será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. Ex: Lei dos Juizados Especiais que veda qualquer modalidade de intervenção de terceiros 3. Cabimento I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; Evicção: Art. 450 CC. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: Ex: “A” vende um bem para “B”. “A” havia vendido parte do mesmo bem para “C” anteriormente a venda para “B”. “C” ajuíza ação cobrando a parte do bem que lhe cabe de “B”. No processo, “B” denuncia “A”, pois naquilo que perder em face da evicção, “A”, será o responsável por indenizá-lo na forma for artigo 450 CC, em ação regressiva. II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. Ex1: acidente de trânsito, entre A e B, em que B, culpado, nega-se a indenizar. A, ajuíza ação de indenização por danos morais e materiais em face de B, que possui seguro do carro em caso de acidentes com prejuízos à terceiros. Citado, B denuncia a seguradora à lide para obter a indenização que eventualmente poderá pagar para A, constante no contrato de seguro. Ex2: (A) ajuíza ação de perdas e danos, por benfeitoria feita pelo locatário do imóvel vizinho (B), que fez um muro e adentrou em seu terreno. Citado o réu, na defesa, denuncia à lide o proprietário do bem (C), pois este lhe assegurou os limites do terreno Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. e deu o devido consentimento para construção. Caso seja condenado, cobrará os danos sofridos do proprietário. 4. Denunciação Sucessiva (artigo 125, §§ 2º CPC) É possível ocorrer “DENUNCIAÇÕES SUCESSIVAS”, ou seja, o denunciado poderá, por apenas uma única vez denunciar terceiro. Este terceiro DENUNCIADO ou DENUNCIADO SUCESSIVO, porem, não poderá fazer nova denunciação, ficando para o denunciado sucessivo o exercício do DIREITO DE REGRESSO EM AÇÃO AUTÔNOMA. A denunciação cabe contra que o anteceda o denunciado na cadeia dominial ou contra quem tenha obrigação de indenização por força de contrato. (incisos I e II do artigo 125 CPC). 5. Legitimidade (artigo 126 CPC) A denunciação pode ser proposta pelo AUTOR e pelo RÉU; O autor deve fazer na PETIÇÃO INICIAL e o réu em sede de CONTESTAÇÃO. 6. Procedimento a. Requerida a denunciação pelo réu na contestação, terá o prazo de 30 dias para promover a citação aos autos, ajustando os elementos devidos como, endereço, recolhimentos de custas de mandado de citação e outros; - artigo 126 CPC. b. Requerida pelo autor, este também promoverá a citação do denunciado ativo; c. Existem dois diferentes vínculos entre denunciante e denunciado: em relação à demanda principal, o denunciado atua como verdadeiro assistente simples do denunciante. Na demanda regressiva o denunciado é o DEMANDADO (E O DENUNCIANTE, É O DEMANDANTE); 6.1. Denunciação feita pelo autor a. Quando a denuncia é feita pelo autor, o CPC considera o denunciante como litisconsorte e lhe dá o direito de acrescentar em petição mais e novos argumentos aos do autor na inicial – artigo 127 CPC; b. Havendo denunciação pelo autor, primeiro, ocorre a CITAÇÃO DO LITISDENUNCIADO, após sua manifestação, ocorre a CITAÇÃO DO RÉU, para sua defesa; netonegrao@outlook.com Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. 6.2. Denunciação feita pelo réu (artigo 128 CPC) a. Temos três possibilidades para o denunciado: a) contestar; b) ficar revel; e, c) confessar. b. Se contestar, o processo segue com a formação de litisconsórcio passivo (em que pese agir de fato como um verdadeiro assistente simples do réu em face do autor); c. Se for revel, o réu – denunciante pode continuar fazendo sua defesa em prol da improcedência da ação; ou, pode não se empenhar na discussão, se voltando para o direito de regresso em face do denunciado; d. Se confessar, os fatos narrados pelo demandante na petição inicial do processo, o réu – denunciante pode continuar sua defesa buscando a improcedência da ação; ou, pode admitir junto com o litisdenunciado os fatos alegados pelo autor na inicial, limitando-se a obter o provimento de regresso favorável para ter o devido ressarcimento do denunciado; 7. Execução ou cumprimento da sentença pelo autor de per saltum (diretamente em face do denunciado, nos limites de sua obrigação e condenação) – Parágrafo único, do artigo 128 do CPC a. Aqui é preciso que a demanda seja procedente condenando o réu em favor do autor, assim, como na demanda de denunciação ou regressiva, seja procedente a condenação do denunciado em favor do denunciante; b. O autor pode promover a execução em conjunto – réu e denunciado pelo réu -; assim, como somente em face do denunciado, nos limites da sua obrigação; c. Caso não seja suficiente para satisfazer o direito do autor, o restante segue a execução direta contra o RÉU – DENUNCIANTE. 8. Demanda regressiva condicional (Enunciado 122, do FPPC) a. DESTACA-SE QUE A DENUNCIAÇÃO À LIDE É UMA DEMANDA REGRESSIVA CONDICIONAL – somente haverá imposição de procedência ao direito de regresso do denunciante em face do denunciado, caso o denunciante seja VENCIDO no processo, seja parte sucumbente na demanda principal, por isso a denunciação é uma demanda condicional. b. Na denunciação haverá apenas uma SENTENÇA, que será decidida por etapa: primeiro o juiz decide a demanda principal; depois a demanda regressiva condicional; após conclui a decisão. Se a primeira for o denunciante vencido; a segunda será procedente em desfavor do denunciado. c. Se na demanda principal o DENUNCIANTE for parte vencedora, o que ficará disposto em tópico próprio da sentença; a DEMANDA netonegrao@outlook.com Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. REGRESSIVA não será examinada, pois restará PREJUDICADA, sendo isto colocado na fundamentação do juiz na sentença. d. Sendo prejudicada a denunciação, o juiz deverá se manifestar quanto ao ônus da sucumbência condenando o denunciante à pagar em favor do denunciado, pois a DENUNCIAÇÃO É UM LIDE INDEPEDENTE EM UM MESMO PROCESSO (despesas processuais adiantadas e honorários advocatícios ao patrono do denunciado). Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. CHAMAMENTO AO PROCESSO1. Conceito: é a intervenção forçada de terceiro que, provocada pelo réu, acarreta a formação de litisconsórcio passivo superveniente entre o demandado original (CHAMANTE) e aquele que é convocado a participar do processo (CHAMADO). É admissível em processos cognitivos, conforme artigo 130 NCPC. 2. Cabimento (artigo 130 NCPC) Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. Inciso I – aqui é o caso em que o credor de uma obrigação garantida por fiança cobra o valor que lhe é devido diretamente do FIADOR. E, este sendo demandado, pode chamar ao processo o AFIANÇADO, que é o DEVEDOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. - O Chamamento é possível mesmo que o fiador tenha renunciado ao BENEFÍCIO DE ORDEM (Art. 828, I, CC), caso em que se estabelece entre o FIADOR e o AFIANÇADO uma relação de SOLIDARIEDADE NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO; - Caso o FIADOR não tenha renunciado ao beneficio de ordem, é fundamental CHAMAR o AFIANÇADO, para que em sentença (titulo executivo judicial) ambos sejam incluídos e, o FIADOR possa invocar no cumprimento de sentença, o BENEFÍCIO DE ORDEM, onde primeiro se executa os bens do devedor – afiançado e, depois, caso não sejam suficientes, a execução recaia sobre os bens do FIADOR. (artigo 827 CC); Inciso II – quando na obrigação tivermos vários fiadores e, apenas um ou alguns deles tenha sido demandados em juízo. Aqui há solidariedade entre os cofiadores (art. 829 CC), SALVO SE FORA RESERVADO EXPRESSAMENTE O BENEFÍCIO DA DIVISÃO. Inciso III – cabe o chamamento dos demais devedores solidários, quando o credor demanda em face de um ou alguns deles em juízo. AQUI EXISTE SOLIDARIEDADE PASSIVA, ficando o credor autorizado a demandar em face de qualquer dos devedores e dele cobrar a integralidade da dívida (art. 275 CC). - A Propositura da ação pelo credor em face de apenas um dos devedores, não importa em RENÚNCIA À SOLIDARIEDADE (artigo 275, parágrafo único do CC); - O devedor escolhido e demandado, tem a possibilidade de chamar os demais devedores ao processo, que assumirão com ele a condição de litisconsorte passivo. E, Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. a lei faculta ao demandado chamar os demais devedores ou apenas alguns deles. 3. Procedimento A citação dos chamados deve ser requerida na peça de CONTESTAÇÃO; A CITAÇÃO deve ser promovida pelo CHAMANTE, no prazo de 30 dias, sob pena de ser tornado INEFICAZ O PEDIDO (art. 131 CPC); Se o chamado residir em outra comarca, seção judiciária, ou ter lugar incerto, o prazo para citação será de 2 meses (parágrafo único, art. 131 CPC); Formado o litisconsórcio passivo com o chamado, o processo prossegue normalmente até a sentença de mérito; Sendo procedente a sentença, o réu (demandado principal) é que arcará com a obrigação. Se for o fiador, terá direito regressivo contra o afiançado. Se for devedor solidário, terá direito de pedir dos demais codevedores no limite de suas quotas-partes. (art. 132 e, 130 e incisos CPC). Art. 132 CPC. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. INTERVENÇÕES DE TERCEIROS ANÔMALAS INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 1. Conceito: é uma modalidade de intervenção forçada, onde que pode acarretar uma ampliação subjetiva da demanda, produzindo um litisconsórcio passivo facultativo. Este incidente vem assegurar o pleno respeito ao CONTRADITÓRIO E AO DEVIDO PROCESSO LEGAL, quanto a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, pois sem este incidente, o sócio ou a sociedade, tinham seus bens apreendidos sem chance de participar do processo, sem influenciar na decisão que recai sobre seu patrimônio pessoal; E, ninguém será privado dos seus bens sem o devido processo legal. 2. Observações a. O incidente de desconsideração de personalidade da pessoa jurídica, não pode ser instaurado de ofício, dependendo sempre a PROVOCAÇÃO DA PARTE INTERESSADA, ou do MINISTÉRIO PÚBLICO quando atue no processo (artigo 133 CPC); Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. b. A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica tem requisitos próprios de acordo com a esfera do Direito. Há requisitos na esfera do direito do consumidor (artigo 28 CDC); No direito Civil (artigo 50) – abuso de personalidade com base ma confusão patrimonial ou no desvio de finalidade; No direito ambiental, pelo artigo 4º da Lei n. 9.605/98 – sociedade sem patrimônio para reparar o dano, pouco importando se o sócio agiu com dolo, culpa, má-fé ou qualquer intenção de praticar o dano. c. Ao CPC cabe apenas regular o PROCEDIMENTO DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA, INDEPENDENTE DA ESFERA DO DIREITO E DA RELAÇÃO JURÍDICA MATERIAL. d. O incidente de desconsideração pode ser instaurado em PROCESSO COGNITIVO OU EXECUTIVO, de RITO COMUM ou ESPECIAL; E, EM QUALQUER FASE OU GRAU DE JURISDIÇÃO. (art. 134 NCPC); e. É possível que seja instaurado nos PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA dos Tribunais, o que será decidido pelo Relator (parágrafo único, do artigo 136 CPC); f. Se deferido o incidente, o sócio ou a sociedade passarão a integrar o processo, constando em futura sentença, podendo recair a condenação sobre seu patrimônio (artigo 790, VI, do CPC); g. Cabe a desconsideração na FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, onde, se deferido, o sócio ou a sociedade integrará o processo como EXECUTADO; h. Instaurado o INCIDENTE, o juiz determinará sua ANOTAÇÃO DO CARTÓRIO DO DISTRIBUIDOR, com registro de dados de que o incidente foi INSTAURADO E QUEM SÃO REQUERENTE E O REQUERIDO (artigo 134, § 4º do CPC); - PUBLICIDADE. i. MOMENTO EM QUE O INCIDENTE É CONSIDERADO INSTAURADO. Somente quando a petição inicial do incidente apresenta DESPACHO DO JUIZ ADMITINDO-A, por ter cumprido os requisitos do artigo 134, § 4º CPC. E nesse despacho o juiz deve determinar a ordem de ANOTAÇÃO JUNTO AO DISTRIBUIDOR, cujo efeito é permitir que TERCEIROS, ESTRANHOS AO PROCESSO, TOMEM CONHECIMENTO DO INCIDENTE, pelo que qualquer alienação ou oneração de bens poderá ser considerada FRAUDE DE EXECUÇÃO, após a citação do terceiro acerca do incidente (Artigo 137 CPC). Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. Art. 134, § 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. j. EXCEÇÃO À REGRA. Há possibilidade de se requerer do pedido de DESCONSIDERAÇÃO VIR NA PETIÇÃO INICIAL, de modo que, se deferido originariamente, haverá imediatamente a CITAÇÃO DO SÓCIO, bem como não há que se falar em incidente, pois a desconsideração será pedido e objeto da ação, sendo decidida em sentença (artigo 134, §2º); Artigo 795, § 4o, CPC. Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. k. NãoCABE O INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO EM GRAU DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO OU ESPECIAL, JUNTO AO STF E STJ, RESPECTIVAMENTE, por não disposição constitucional, mas, é aplicável em caso de processo de competência originária destes tribunais, onde se aplica o CPC. 3. Procedimento no NCPC a. Instaurado o incidente, o juiz SUSPENDERÁ O PROCESSO ATÉ SUA RESOLUÇÃO (art. 134 NCPC); b. § 2º, Art. 134 CPC. Ressalva que não sendo instaurado o incidente não há suspensão, aqui, o sentido aparentemente redundante da norma é que, quando a desconsideração for requerida na inicial, será decidida junto com os demais pedidos na sentença, não suspendendo o processo, para sua inicial resolução; c. A suspensão aqui é IMPRÓPRIA, pois somente os atos relativos ao incidente serão praticados e, os atos processuais reputados urgentes (artigo 312 CPC); d. O requerimento deverá constar os requisitos da lei material sobre a desconsideração; a cognição do juiz é sumária (juízo de probabilidade); sem os requisitos haverá a REJEIÇÃO LIMINAR DO PEDIDO DA DESCONSIDERAÇÃO; e. Decidido o incidente, a decisão cessa os efeitos da suspensão e, esta sujeita ao recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, NÃO DOTADO DE EFEITO SUSPENSIVO; Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. f. O juiz não se convencendo dos requisitos da desconsideração, deverá INTIMAR O REQUERENTE A SE MANIFESTAR ARGUMENTANDO A EXISTÊNCIA DO MESMO, APÓS, ANALISA A MANIFESTAÇÃO E DECIDE PELA REJEIÇÃO LIMINAR OU PELA ADMISSIBILIDADE DO REQUERIMENTO; g. Elementos da decisão do juiz no pedido de desconsideração: 1. Se não se convencer dos requisitos da desconsideração, intima o requerente a se manifestar, após, decide; 2. Se admitir de plano ou após manifestação do requerente, pelo deferimento, determina a suspensão do processo; ordem de anotação no distribuidor; e, manda CITAR O REQUERIDO para integrar o processo, para lhe assegurar o pleno contraditório; 3. REGULARMENTE CITADO, o requerido terá 15 DIAS PARA DEFESA (CONTESTAÇÃO), que omisso, lhe impõe a PENA DE REVELIA, com a presunção relativa de verdade dos fatos (requisitos) alegados pelo requerente para a desconsideração (artigo 135; 344 CPC); 4. Serão fixados pontos controvertidos; haverá instrução probatória; podem ser usados todos os meios legais e moralmente legítimos da legislação (típicos e atípicos); 5. A decisão judicial que resolve o incidente deferindo-o ou indeferindo-o tem natureza de DECISÃO INTERLOCUTÓRIA; É APTA A ALCANÇAR A AUTORIDADE DA COISA JULGADA MATERIAL, TORNANDO-SE IMUTÁVEL; É ATACÁVEL POR AGRAVO DE INSTRUMENTO (artigo 1015, IV NCPC); DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 6. Procedimento nos Tribunais (processos de competência originária) a. Após, instaurado, o RELATOR é quem o processará e decide MONOCRATICAMENTE (artigo 932, VI CPC); b. Cabe ao Relator no Tribunal fazer o juízo de admissibilidade, despachando pela suspensão do processo; pela ordem de anotação nos registros do distribuidor; e, citação do requerido; c. O Relator conduz a instrução probatória (art. 932, I CPC); d. O relator por expedir CARTA DE ORDEM a um juízo singular para colheita de algum prova, até testemunhal (art. 69. IV c.c 69, § 2º, II NCPC); e. Encerrada a instrução probatória, o relator, conclusos os autos, decide monocraticamente o incidente; f. Da decisão cabe AGRAVO DE INTERNO (art. 136, parágrafo único c.c art. 1021 CPC); Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. g. A decisão do incidente permite a extensão da responsabilidade patrimonial para abarcar os bens dos sócios pelas dívidas da sociedade. 7. EFEITOS DA DECISÃO QUE DEFERE A DESCONSIDERAÇÃO (artigo 137 NCPC) Temos 02 efeitos: a. Extensão da responsabilidade patrimonial a um responsável não devedor (o sócio). Aqui a decisão permitir a penhora de bens do sócio (artigo 790, II e VII do CPC c/c art. 795 CPC); O sócio tem direito ao BENEFÍCIO DE ORDEM, pedindo que respondam os bens da sociedade, após, o dele, logo, ele deverá indicar onde estejam tais bens da sociedade na comarca, livres e desembaraçados de ônus (artigo 795, §§ 1º e 2º do CPC); b. Ineficácia dos ATOS DE ALIENAÇÃO E ONERAÇÃO DE BENS PRATICADOS PELOS SÓCIOS, após sua citação do incidente. Os referidos atos serão considerados ineficazes, incorrendo em FRAUDE À EXECUÇÃO, a partir da citação da parte responsável no incidente, qual seja o SÓCIO (conforme artigo 137 c/c art. 792 CPC); Obs: o pedido de desconsideração não inibe outros mecanismos processuais sobre os bens dos sócios, para futura desconsideração, como: medida cautelar de apreensão dos bens do sócio; arresto de bens (art. 301 CPC) e outros. INTERVENÇÃO – AMICUS CURIAE 1. Conceito: é um terceiro que ingressa no processo para fornecer subsídios o órgão jurisdicional para julgamento da causa. Pode ser pessoa natural ou jurídica; pode ser um órgão ou entidade sem personalidade jurídica (art. 138 CPC). Determina a Lei que, para que se possa intervir como amicus curiae, deve ter REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA, ou seja, deve ser alguém capaz de representar, de forma adequada, o interesse que se busca ver protegido no processo; O amicus curiae é um sujeito PARCIAL, pois visa proteger, tutelar algum interesse no processo, tem interesse na decisão favorável de uma das partes do processo, diferindo-se do assistente pelo interesse e legitimidade; O amicus curiae tem INTERESSE INSTITUCIONAL; não é titular de nenhuma relação deduzida em juízo; Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. Trata-se de uma intervenção de terceiro, VOLUNTÁRIA já que aquele que deseja intervir no processo pode requerer seu ingresso (art. 138 CPC); ou FORÇADA, por requerimento das partes ou por decisão de ofício do Relator; 2. Requisitos Relevância da matéria; Especificidade do tema objeto da demanda ou repercussão social da controvérsia. 3. Procedimento Uma vez determinada a intervenção do amicus curiae (de ofício; voluntária; a requerimento das partes), o INTERVENIENTE É INTIMADO A SE MANIFESTAR NO PRAZO DE 15 DIAS; - art.138 CPC; A intervenção não altera a competência da demanda, logo, se a União Federal intervir como amicus curiae em um processo expediente na Justiça Estadual, não atrai o processo para o juízo Federal; O amicus curae somente pode apresentar os seguintes recurso: a. Embargos de declaração; b. Recurso contra decisão que julga o incidente de resolução demandas repetitivas e recursos repetitivos (art. 138, §§ 1º e 3º CPC); c. É IRRECORRÍVEL A DECISÃO DE DEFERE A INTERVENÇÃO DO AMICUS CURIAE; d. Da decisão de INDEFERE A INTERVENÇÃO DO AMICUS CURIAE, CABE AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1.015, IX, CPC), ou pelo terceiro que voluntariamente intervir ou pela parte que pediu a intervenção; e. Cabe ao juiz de primeiro grau ou ao Relator no Tribunal fixa OS LIMITES DE ATUAÇÃO DO AMICUS CURIAE no processo, podendo, limitá-lo a apenas petição juntar documentos; ou pode determinar que apresente quesitos para serem respondidos por perito judicial; fazer sustentação oral perante Tribunal; participar de audiências públicas e outros; A intervenção do AMICUS CURIAE tem relevância pela Lei também em processode precedente vinculante, de demandas massificadas, repetitivas como: a. Incidentes de demandas repetitivas (art. 980 CPC); b. Arguição de inconstitucionalidade (art. 947 CPC); c. Recursos especiais e extraordinários repetitivos (art. 1.035, § 2º CPC).
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