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Unidade III Denundiação à lide e outros 1

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Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
DENUNCIAÇÃO À LIDE 
1. Conceito: É o ato pelo qual a parte, a fim de garantir seu direito de regresso, 
no caso de que acabe vencida na ação, chama terceiro GARANTIDOR à lide, 
afim de que este integre o processo. Dessa forma, se por acaso o juiz vier a 
condenar ou julgar improcedente o pedido do denunciante, deverá, na mesma 
sentença, declarar se o denunciado, por sua vez, deve ou não indenizá-lo. 
 
 Com a denunciação se estabelece duas lides no processo; 
 É uma modalidade de INTERVENÇÃO DE TERCEIROS FORÇADA; 
 
2. PREVISÃO: artigo 125 do CPC. 
 
 § 1o O DIREITO REGRESSIVO será exercido por ação autônoma quando a 
denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for 
permitida. 
 
Ex: Lei dos Juizados Especiais que veda qualquer modalidade de intervenção 
de terceiros 
 
3. Cabimento 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da 
evicção lhe resultam; 
Evicção: Art. 450 CC. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da 
restituição integral do preço ou das quantias que pagou: 
Ex: 
“A” vende um bem para “B”. “A” havia vendido parte do mesmo bem para “C” 
anteriormente a venda para “B”. 
“C” ajuíza ação cobrando a parte do bem que lhe cabe de “B”. No processo, “B” 
denuncia “A”, pois naquilo que perder em face da evicção, “A”, será o 
responsável por indenizá-lo na forma for artigo 450 CC, em ação regressiva. 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em 
ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
Ex1: acidente de trânsito, entre A e B, em que B, culpado, nega-se a indenizar. A, 
ajuíza ação de indenização por danos morais e materiais em face de B, que possui 
seguro do carro em caso de acidentes com prejuízos à terceiros. Citado, B denuncia 
a seguradora à lide para obter a indenização que eventualmente poderá pagar 
para A, constante no contrato de seguro. 
Ex2: (A) ajuíza ação de perdas e danos, por benfeitoria feita pelo locatário do imóvel 
vizinho (B), que fez um muro e adentrou em seu terreno. Citado o réu, na defesa, 
denuncia à lide o proprietário do bem (C), pois este lhe assegurou os limites do terreno 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
e deu o devido consentimento para construção. Caso seja condenado, cobrará os 
danos sofridos do proprietário. 
4. Denunciação Sucessiva (artigo 125, §§ 2º CPC) 
 
 É possível ocorrer “DENUNCIAÇÕES SUCESSIVAS”, ou seja, o denunciado 
poderá, por apenas uma única vez denunciar terceiro. Este terceiro 
DENUNCIADO ou DENUNCIADO SUCESSIVO, porem, não poderá fazer 
nova denunciação, ficando para o denunciado sucessivo o exercício do 
DIREITO DE REGRESSO EM AÇÃO AUTÔNOMA. 
 
 A denunciação cabe contra que o anteceda o denunciado na cadeia dominial 
ou contra quem tenha obrigação de indenização por força de contrato. (incisos 
I e II do artigo 125 CPC). 
 
5. Legitimidade (artigo 126 CPC) 
 
 A denunciação pode ser proposta pelo AUTOR e pelo RÉU; 
 O autor deve fazer na PETIÇÃO INICIAL e o réu em sede de 
CONTESTAÇÃO. 
 
6. Procedimento 
 
a. Requerida a denunciação pelo réu na contestação, terá o prazo de 30 dias 
para promover a citação aos autos, ajustando os elementos devidos 
como, endereço, recolhimentos de custas de mandado de citação e 
outros; - artigo 126 CPC. 
b. Requerida pelo autor, este também promoverá a citação do denunciado 
ativo; 
c. Existem dois diferentes vínculos entre denunciante e denunciado: em 
relação à demanda principal, o denunciado atua como verdadeiro assistente 
simples do denunciante. Na demanda regressiva o denunciado é o 
DEMANDADO (E O DENUNCIANTE, É O DEMANDANTE); 
 
6.1. Denunciação feita pelo autor 
 
a. Quando a denuncia é feita pelo autor, o CPC considera o denunciante 
como litisconsorte e lhe dá o direito de acrescentar em petição mais e 
novos argumentos aos do autor na inicial – artigo 127 CPC; 
b. Havendo denunciação pelo autor, primeiro, ocorre a CITAÇÃO DO 
LITISDENUNCIADO, após sua manifestação, ocorre a CITAÇÃO DO RÉU, 
para sua defesa; 
 
 
 
netonegrao@outlook.com
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
6.2. Denunciação feita pelo réu (artigo 128 CPC) 
 
a. Temos três possibilidades para o denunciado: a) contestar; b) ficar revel; e, 
c) confessar. 
b. Se contestar, o processo segue com a formação de litisconsórcio passivo 
(em que pese agir de fato como um verdadeiro assistente simples do réu 
em face do autor); 
c. Se for revel, o réu – denunciante pode continuar fazendo sua defesa em prol 
da improcedência da ação; ou, pode não se empenhar na discussão, se 
voltando para o direito de regresso em face do denunciado; 
d. Se confessar, os fatos narrados pelo demandante na petição inicial do 
processo, o réu – denunciante pode continuar sua defesa buscando a 
improcedência da ação; ou, pode admitir junto com o litisdenunciado os fatos 
alegados pelo autor na inicial, limitando-se a obter o provimento de regresso 
favorável para ter o devido ressarcimento do denunciado; 
 
7. Execução ou cumprimento da sentença pelo autor de per saltum 
(diretamente em face do denunciado, nos limites de sua obrigação e 
condenação) – Parágrafo único, do artigo 128 do CPC 
 
a. Aqui é preciso que a demanda seja procedente condenando o réu em favor 
do autor, assim, como na demanda de denunciação ou regressiva, seja 
procedente a condenação do denunciado em favor do denunciante; 
b. O autor pode promover a execução em conjunto – réu e denunciado pelo 
réu -; assim, como somente em face do denunciado, nos limites da sua 
obrigação; 
c. Caso não seja suficiente para satisfazer o direito do autor, o restante 
segue a execução direta contra o RÉU – DENUNCIANTE. 
 
8. Demanda regressiva condicional (Enunciado 122, do FPPC) 
 
a. DESTACA-SE QUE A DENUNCIAÇÃO À LIDE É UMA DEMANDA 
REGRESSIVA CONDICIONAL – somente haverá imposição de 
procedência ao direito de regresso do denunciante em face do 
denunciado, caso o denunciante seja VENCIDO no processo, seja 
parte sucumbente na demanda principal, por isso a denunciação é 
uma demanda condicional. 
 
b. Na denunciação haverá apenas uma SENTENÇA, que será decidida 
por etapa: primeiro o juiz decide a demanda principal; depois a 
demanda regressiva condicional; após conclui a decisão. Se a 
primeira for o denunciante vencido; a segunda será procedente em 
desfavor do denunciado. 
 
c. Se na demanda principal o DENUNCIANTE for parte vencedora, o 
que ficará disposto em tópico próprio da sentença; a DEMANDA 
netonegrao@outlook.com
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
REGRESSIVA não será examinada, pois restará PREJUDICADA, 
sendo isto colocado na fundamentação do juiz na sentença. 
 
d. Sendo prejudicada a denunciação, o juiz deverá se manifestar quanto 
ao ônus da sucumbência condenando o denunciante à pagar em favor 
do denunciado, pois a DENUNCIAÇÃO É UM LIDE INDEPEDENTE EM 
UM MESMO PROCESSO (despesas processuais adiantadas e 
honorários advocatícios ao patrono do denunciado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
CHAMAMENTO AO PROCESSO1. Conceito: é a intervenção forçada de terceiro que, provocada pelo réu, 
acarreta a formação de litisconsórcio passivo superveniente entre o 
demandado original (CHAMANTE) e aquele que é convocado a participar do 
processo (CHAMADO). 
 
 É admissível em processos cognitivos, conforme artigo 130 NCPC. 
 
2. Cabimento (artigo 130 NCPC) 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido 
pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns 
deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de 
um ou de alguns o pagamento da dívida comum. 
 Inciso I – aqui é o caso em que o credor de uma obrigação garantida por 
fiança cobra o valor que lhe é devido diretamente do FIADOR. E, este sendo 
demandado, pode chamar ao processo o AFIANÇADO, que é o DEVEDOR 
DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. 
- O Chamamento é possível mesmo que o fiador tenha renunciado ao BENEFÍCIO DE 
ORDEM (Art. 828, I, CC), caso em que se estabelece entre o FIADOR e o 
AFIANÇADO uma relação de SOLIDARIEDADE NO CUMPRIMENTO DA 
OBRIGAÇÃO; 
- Caso o FIADOR não tenha renunciado ao beneficio de ordem, é fundamental 
CHAMAR o AFIANÇADO, para que em sentença (titulo executivo judicial) ambos 
sejam incluídos e, o FIADOR possa invocar no cumprimento de sentença, o 
BENEFÍCIO DE ORDEM, onde primeiro se executa os bens do devedor – afiançado e, 
depois, caso não sejam suficientes, a execução recaia sobre os bens do FIADOR. 
(artigo 827 CC); 
 Inciso II – quando na obrigação tivermos vários fiadores e, apenas um ou 
alguns deles tenha sido demandados em juízo. Aqui há solidariedade entre os 
cofiadores (art. 829 CC), SALVO SE FORA RESERVADO EXPRESSAMENTE 
O BENEFÍCIO DA DIVISÃO. 
 Inciso III – cabe o chamamento dos demais devedores solidários, quando o 
credor demanda em face de um ou alguns deles em juízo. AQUI EXISTE 
SOLIDARIEDADE PASSIVA, ficando o credor autorizado a demandar em face 
de qualquer dos devedores e dele cobrar a integralidade da dívida (art. 275 
CC). 
- A Propositura da ação pelo credor em face de apenas um dos devedores, não 
importa em RENÚNCIA À SOLIDARIEDADE (artigo 275, parágrafo único do CC); 
- O devedor escolhido e demandado, tem a possibilidade de chamar os demais 
devedores ao processo, que assumirão com ele a condição de litisconsorte passivo. E, 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
a lei faculta ao demandado chamar os demais devedores ou apenas alguns 
deles. 
3. Procedimento 
 A citação dos chamados deve ser requerida na peça de CONTESTAÇÃO; 
 A CITAÇÃO deve ser promovida pelo CHAMANTE, no prazo de 30 dias, sob 
pena de ser tornado INEFICAZ O PEDIDO (art. 131 CPC); 
 Se o chamado residir em outra comarca, seção judiciária, ou ter lugar incerto, o 
prazo para citação será de 2 meses (parágrafo único, art. 131 CPC); 
 Formado o litisconsórcio passivo com o chamado, o processo prossegue 
normalmente até a sentença de mérito; 
 Sendo procedente a sentença, o réu (demandado principal) é que arcará com a 
obrigação. Se for o fiador, terá direito regressivo contra o afiançado. Se for 
devedor solidário, terá direito de pedir dos demais codevedores no limite de 
suas quotas-partes. (art. 132 e, 130 e incisos CPC). 
Art. 132 CPC. A sentença de procedência valerá como título 
executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que 
possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um 
dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 
 
INTERVENÇÕES DE TERCEIROS ANÔMALAS 
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
1. Conceito: é uma modalidade de intervenção forçada, onde que pode acarretar 
uma ampliação subjetiva da demanda, produzindo um litisconsórcio passivo 
facultativo. 
 
 Este incidente vem assegurar o pleno respeito ao CONTRADITÓRIO E AO 
DEVIDO PROCESSO LEGAL, quanto a desconsideração da personalidade da 
pessoa jurídica, pois sem este incidente, o sócio ou a sociedade, tinham 
seus bens apreendidos sem chance de participar do processo, sem 
influenciar na decisão que recai sobre seu patrimônio pessoal; 
 
 E, ninguém será privado dos seus bens sem o devido processo legal. 
 
2. Observações 
 
a. O incidente de desconsideração de personalidade da pessoa jurídica, não pode 
ser instaurado de ofício, dependendo sempre a PROVOCAÇÃO DA PARTE 
INTERESSADA, ou do MINISTÉRIO PÚBLICO quando atue no processo 
(artigo 133 CPC); 
 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
b. A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica tem requisitos próprios 
de acordo com a esfera do Direito. Há requisitos na esfera do direito do 
consumidor (artigo 28 CDC); No direito Civil (artigo 50) – abuso de 
personalidade com base ma confusão patrimonial ou no desvio de 
finalidade; No direito ambiental, pelo artigo 4º da Lei n. 9.605/98 – 
sociedade sem patrimônio para reparar o dano, pouco importando se o 
sócio agiu com dolo, culpa, má-fé ou qualquer intenção de praticar o 
dano. 
 
c. Ao CPC cabe apenas regular o PROCEDIMENTO DO INCIDENTE DE 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA, 
INDEPENDENTE DA ESFERA DO DIREITO E DA RELAÇÃO JURÍDICA 
MATERIAL. 
 
d. O incidente de desconsideração pode ser instaurado em PROCESSO 
COGNITIVO OU EXECUTIVO, de RITO COMUM ou ESPECIAL; E, EM 
QUALQUER FASE OU GRAU DE JURISDIÇÃO. (art. 134 NCPC); 
 
e. É possível que seja instaurado nos PROCESSOS DE COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA dos Tribunais, o que será decidido pelo Relator (parágrafo 
único, do artigo 136 CPC); 
 
f. Se deferido o incidente, o sócio ou a sociedade passarão a integrar o processo, 
constando em futura sentença, podendo recair a condenação sobre seu 
patrimônio (artigo 790, VI, do CPC); 
 
g. Cabe a desconsideração na FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, 
onde, se deferido, o sócio ou a sociedade integrará o processo como 
EXECUTADO; 
 
h. Instaurado o INCIDENTE, o juiz determinará sua ANOTAÇÃO DO CARTÓRIO 
DO DISTRIBUIDOR, com registro de dados de que o incidente foi 
INSTAURADO E QUEM SÃO REQUERENTE E O REQUERIDO (artigo 134, § 
4º do CPC); - PUBLICIDADE. 
 
i. MOMENTO EM QUE O INCIDENTE É CONSIDERADO INSTAURADO. 
Somente quando a petição inicial do incidente apresenta DESPACHO DO JUIZ 
ADMITINDO-A, por ter cumprido os requisitos do artigo 134, § 4º CPC. E 
nesse despacho o juiz deve determinar a ordem de ANOTAÇÃO JUNTO AO 
DISTRIBUIDOR, cujo efeito é permitir que TERCEIROS, ESTRANHOS AO 
PROCESSO, TOMEM CONHECIMENTO DO INCIDENTE, pelo que qualquer 
alienação ou oneração de bens poderá ser considerada FRAUDE DE 
EXECUÇÃO, após a citação do terceiro acerca do incidente (Artigo 137 
CPC). 
 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
Art. 134, § 4o O requerimento deve demonstrar o 
preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica. 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a 
alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de 
execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
j. EXCEÇÃO À REGRA. Há possibilidade de se requerer do pedido de 
DESCONSIDERAÇÃO VIR NA PETIÇÃO INICIAL, de modo que, se deferido 
originariamente, haverá imediatamente a CITAÇÃO DO SÓCIO, bem como 
não há que se falar em incidente, pois a desconsideração será pedido e objeto 
da ação, sendo decidida em sentença (artigo 134, §2º); 
Artigo 795, § 4o, CPC. Para a desconsideração da 
personalidade jurídica é obrigatória a observância do 
incidente previsto neste Código. 
 
k. NãoCABE O INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO EM GRAU DE 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO OU ESPECIAL, JUNTO AO STF E STJ, 
RESPECTIVAMENTE, por não disposição constitucional, mas, é aplicável 
em caso de processo de competência originária destes tribunais, onde se 
aplica o CPC. 
 
3. Procedimento no NCPC 
 
a. Instaurado o incidente, o juiz SUSPENDERÁ O PROCESSO ATÉ SUA 
RESOLUÇÃO (art. 134 NCPC); 
 
b. § 2º, Art. 134 CPC. Ressalva que não sendo instaurado o incidente não há 
suspensão, aqui, o sentido aparentemente redundante da norma é que, 
quando a desconsideração for requerida na inicial, será decidida junto com os 
demais pedidos na sentença, não suspendendo o processo, para sua inicial 
resolução; 
 
c. A suspensão aqui é IMPRÓPRIA, pois somente os atos relativos ao incidente 
serão praticados e, os atos processuais reputados urgentes (artigo 312 CPC); 
 
d. O requerimento deverá constar os requisitos da lei material sobre a 
desconsideração; a cognição do juiz é sumária (juízo de probabilidade); sem 
os requisitos haverá a REJEIÇÃO LIMINAR DO PEDIDO DA 
DESCONSIDERAÇÃO; 
 
e. Decidido o incidente, a decisão cessa os efeitos da suspensão e, esta 
sujeita ao recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, NÃO DOTADO DE 
EFEITO SUSPENSIVO; 
 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
f. O juiz não se convencendo dos requisitos da desconsideração, deverá 
INTIMAR O REQUERENTE A SE MANIFESTAR ARGUMENTANDO A 
EXISTÊNCIA DO MESMO, APÓS, ANALISA A MANIFESTAÇÃO E DECIDE 
PELA REJEIÇÃO LIMINAR OU PELA ADMISSIBILIDADE DO 
REQUERIMENTO; 
 
g. Elementos da decisão do juiz no pedido de desconsideração: 
 
1. Se não se convencer dos requisitos da desconsideração, intima o 
requerente a se manifestar, após, decide; 
2. Se admitir de plano ou após manifestação do requerente, pelo deferimento, 
determina a suspensão do processo; ordem de anotação no distribuidor; e, 
manda CITAR O REQUERIDO para integrar o processo, para lhe 
assegurar o pleno contraditório; 
3. REGULARMENTE CITADO, o requerido terá 15 DIAS PARA DEFESA 
(CONTESTAÇÃO), que omisso, lhe impõe a PENA DE REVELIA, com a 
presunção relativa de verdade dos fatos (requisitos) alegados pelo 
requerente para a desconsideração (artigo 135; 344 CPC); 
4. Serão fixados pontos controvertidos; haverá instrução probatória; podem 
ser usados todos os meios legais e moralmente legítimos da legislação 
(típicos e atípicos); 
5. A decisão judicial que resolve o incidente deferindo-o ou indeferindo-o tem 
natureza de DECISÃO INTERLOCUTÓRIA; É APTA A ALCANÇAR A 
AUTORIDADE DA COISA JULGADA MATERIAL, TORNANDO-SE 
IMUTÁVEL; É ATACÁVEL POR AGRAVO DE INSTRUMENTO (artigo 
1015, IV NCPC); 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: 
IV - incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica; 
6. Procedimento nos Tribunais (processos de competência originária) 
 
a. Após, instaurado, o RELATOR é quem o processará e decide 
MONOCRATICAMENTE (artigo 932, VI CPC); 
b. Cabe ao Relator no Tribunal fazer o juízo de admissibilidade, despachando 
pela suspensão do processo; pela ordem de anotação nos registros do 
distribuidor; e, citação do requerido; 
c. O Relator conduz a instrução probatória (art. 932, I CPC); 
d. O relator por expedir CARTA DE ORDEM a um juízo singular para colheita 
de algum prova, até testemunhal (art. 69. IV c.c 69, § 2º, II NCPC); 
e. Encerrada a instrução probatória, o relator, conclusos os autos, decide 
monocraticamente o incidente; 
f. Da decisão cabe AGRAVO DE INTERNO (art. 136, parágrafo único c.c art. 
1021 CPC); 
Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
g. A decisão do incidente permite a extensão da responsabilidade patrimonial 
para abarcar os bens dos sócios pelas dívidas da sociedade. 
 
7. EFEITOS DA DECISÃO QUE DEFERE A DESCONSIDERAÇÃO (artigo 
137 NCPC) 
Temos 02 efeitos: 
a. Extensão da responsabilidade patrimonial a um responsável não devedor 
(o sócio). 
 
 Aqui a decisão permitir a penhora de bens do sócio (artigo 790, II e VII do 
CPC c/c art. 795 CPC); 
 O sócio tem direito ao BENEFÍCIO DE ORDEM, pedindo que respondam os 
bens da sociedade, após, o dele, logo, ele deverá indicar onde estejam tais 
bens da sociedade na comarca, livres e desembaraçados de ônus (artigo 
795, §§ 1º e 2º do CPC); 
 
b. Ineficácia dos ATOS DE ALIENAÇÃO E ONERAÇÃO DE BENS 
PRATICADOS PELOS SÓCIOS, após sua citação do incidente. 
 
 Os referidos atos serão considerados ineficazes, incorrendo em FRAUDE À 
EXECUÇÃO, a partir da citação da parte responsável no incidente, qual 
seja o SÓCIO (conforme artigo 137 c/c art. 792 CPC); 
Obs: o pedido de desconsideração não inibe outros mecanismos processuais 
sobre os bens dos sócios, para futura desconsideração, como: medida cautelar de 
apreensão dos bens do sócio; arresto de bens (art. 301 CPC) e outros. 
 
INTERVENÇÃO – AMICUS CURIAE 
1. Conceito: é um terceiro que ingressa no processo para fornecer subsídios o 
órgão jurisdicional para julgamento da causa. Pode ser pessoa natural ou 
jurídica; pode ser um órgão ou entidade sem personalidade jurídica (art. 
138 CPC). 
 
 Determina a Lei que, para que se possa intervir como amicus curiae, deve ter 
REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA, ou seja, deve ser alguém capaz de 
representar, de forma adequada, o interesse que se busca ver protegido no 
processo; 
 O amicus curiae é um sujeito PARCIAL, pois visa proteger, tutelar algum 
interesse no processo, tem interesse na decisão favorável de uma das partes 
do processo, diferindo-se do assistente pelo interesse e legitimidade; 
 O amicus curiae tem INTERESSE INSTITUCIONAL; não é titular de nenhuma 
relação deduzida em juízo; 
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Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
 Trata-se de uma intervenção de terceiro, VOLUNTÁRIA já que aquele que 
deseja intervir no processo pode requerer seu ingresso (art. 138 CPC); ou 
FORÇADA, por requerimento das partes ou por decisão de ofício do Relator; 
 
2. Requisitos 
 
 Relevância da matéria; 
 Especificidade do tema objeto da demanda ou repercussão social da 
controvérsia. 
 
3. Procedimento 
 
 Uma vez determinada a intervenção do amicus curiae (de ofício; voluntária; a 
requerimento das partes), o INTERVENIENTE É INTIMADO A SE 
MANIFESTAR NO PRAZO DE 15 DIAS; - art.138 CPC; 
 A intervenção não altera a competência da demanda, logo, se a União Federal 
intervir como amicus curiae em um processo expediente na Justiça Estadual, 
não atrai o processo para o juízo Federal; 
 O amicus curae somente pode apresentar os seguintes recurso: 
 
a. Embargos de declaração; 
b. Recurso contra decisão que julga o incidente de resolução demandas 
repetitivas e recursos repetitivos (art. 138, §§ 1º e 3º CPC); 
c. É IRRECORRÍVEL A DECISÃO DE DEFERE A INTERVENÇÃO DO AMICUS 
CURIAE; 
d. Da decisão de INDEFERE A INTERVENÇÃO DO AMICUS CURIAE, CABE 
AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1.015, IX, CPC), ou pelo terceiro que 
voluntariamente intervir ou pela parte que pediu a intervenção; 
e. Cabe ao juiz de primeiro grau ou ao Relator no Tribunal fixa OS LIMITES DE 
ATUAÇÃO DO AMICUS CURIAE no processo, podendo, limitá-lo a apenas 
petição juntar documentos; ou pode determinar que apresente quesitos 
para serem respondidos por perito judicial; fazer sustentação oral perante 
Tribunal; participar de audiências públicas e outros; 
 
 A intervenção do AMICUS CURIAE tem relevância pela Lei também em 
processode precedente vinculante, de demandas massificadas, 
repetitivas como: 
 
a. Incidentes de demandas repetitivas (art. 980 CPC); 
b. Arguição de inconstitucionalidade (art. 947 CPC); 
c. Recursos especiais e extraordinários repetitivos (art. 1.035, § 2º CPC).

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