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ANAMNESE E CUIDADOS NA HORA DE ENTREVISTAR

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SDE 0180 TEP I 2015.02 
Profª Regina Rangel
O QUE É ANAMNESE ? / CUIDADOS NA HORA DE ENTREVISTAR
O QUE É ANAMNESE ? 
Anamnese é um termo usado em todas as áreas da saúde para designarmos o relato da doença e toda sua história. É uma entrevista que ajuda o profissional no diagnóstico e com isto traçar o objetivo e conduta no tratamento.Consiste numa entrevista com o paciente com perguntas objetivas e com a finalidade de reconstituir os fatos relacionados ao paciente e sua doença.
Nas crianças a entrevista é realizada com a mãe, mas a fala da criança não deixa de ter sua importância clínica. Com adolescentes, em geral, a anamnese é feita em dois tempos: num primeiro momento se faz com a família; e no segundo momento se faz apenas com o adolescente. É importante que o profissional garanta que haverá sigilo das informações às duas partes a menos que a comunicação de informação de uma a outra parte seja realmente muito importante para o tratamento.
A Anamnese é uma recuperação da memória, o processamento de informações preestabelecidas que são informadas pelo paciente, um resumo de todo um histórico de seu processo saúde-doença. Não é uma história qualquer, a anamnese, juntamente com a entrevista, precisa ter um foco para a investigação ser bem sucedida e as informações adquiridas serem bem aproveitadas. Dependendo da área em que o psicólogo trabalhe, alguns aspectos de anamnese são mais importantes que outros, cabe ao psicólogo ter uma negligência seletiva para separar o que é fundamental do que pode ser negligenciado em sua investigação.Diferente da entrevista, busca informações que o paciente não está ciente. 
A anamnese pode ser feita dentro do processo de entrevista.
Antes de obter qualquer informação, é necessário estabelecer uma boa relação com o cliente, mostrar interesse pelo que ele tem para contar é de fundamental importância para que a conversa flua naturalmente, em alguns casos se deter ao roteiro pode passar uma impressão de desinteresse pelo que o cliente tem a dizer, e isto pode resultar em respostas vazias por parte do cliente. 
Algumas palavras e expressões são perigosas para se usar em uma anamnese, evitem o uso de expressões e entonações que sugerem julgamento à fala do cliente, como também frases que cobram justificativas de alguns comportamentos do sujeito.
Evite: Perguntar “por quê?”; induzir alguma coisa, por palavras na boca do cliente. 
Respeite o silêncio em perguntas polêmicas e dê espaço para o cliente chorar, respeitando aquele momento, pode dar uma pausa na entrevista se necessário.
CUIDADOS NA HORA DE ENTREVISTAR
Segundo Eriksson (apud Scheeffer, 1977), existem algumas recomendações para o processo de entrevista psicológica:
O entrevistador deve ter cuidado para não transformar a entrevista numa conversa social;
O entrevistador não deve completar as frases do entrevistado, e evitar perguntas que tenham respostas do tipo sim/não. Não deve interromper também o fluxo de pensamentos do entrevistado;
A atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências do entrevistado
As pausas e silêncio podem ser embaraçosas para o entrevistador, porém, o entrevistado poderá estar revivendo experiências ou refletindo acerca da questão. 
Se a pausa for longa, o entrevistador pode retomar um tópico anterior;
O tempo de entrevista deverá ser marcado, e o entrevistado comunicado sobre o tempo que dispõe;
É necessário trocar o pronome pessoal ‘eu’ por expressões mas vagas, como “parece-me que…”
É necessário fazer uma síntese do que foi conversado ao final de cada entrevista;
 Além disso, o entrevistador deverá atentar:
para a adequação da linguagem ao entendimento do entrevistado; perceber a influência que exerce na resposta do entrevistado (através da entonação de voz que faz ao perguntar, por exemplo, ou mesmo expressões faciais de reação à resposta do entrevistado); 
levar em consideração o contexto sócio-econômico, idade, sexo e classe social para adequar as perguntas e compreender as respostas; 
considerar a diferença entre o que as pessoas relatam e o que realmente fazem; 
tomar cuidado com as especificidades de perguntas que se relacionem com atitudes, crenças e hábitos; 
compreender que respostas anteriores afetam as respostas à perguntas seguintes; 
que as pessoas podem ter dificuldade para emitir suas opiniões; 
evitar termos técnicos e jargões profissionais; 
começar com perguntas mais genéricas, deixando as específicas ou que provoquem maior mobilização emocional para o final.

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