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Ginecologia baseada em problemas

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Fortaleza – CE
2011
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães  Francisco das Chagas Medeiros
Paulla Vasconcelos Valente  Luciano Silveira Pinheiro
ginecologia
baseada em problemas
Ficha Técnica
Organizadores
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães
Paulla Vasconcelos Valente
Luciano Silveira Pinheiro
Francisco das Chagas Medeiros
Coordenação editorial
Antônio Miguel Furtado Leitão
Revisão ortográfica
Antônio Edson de Alencar Libório
Ana Luisa Nunes Timbó Castro
Editoração eletrônica
Sheila Peixoto dos Santos Furtado
Coordenação de design
Jônatas Barros – John
Capa e projeto gráfico
Juscelino Guilherme
Catalogação na fonte
Tusnelda Maria Barbosa Coutinho - CRB-3 nº 423 /79
Impressão:
GRÁFICA E EDITORA LCR
Tel. 85 3272.7844 | Fax. 85 3272.6069
Rua Israel Bezerra, 633 | Dionísio Torres | Fortaleza | CE
atendimento01@graficalcr.com.br | www.graficalcr.com.br
G492 Ginecologia baseada em problemas. Organizada por Maria
 de Lourdes Caltabiano Magalhães et.all. Fortaleza:
 Fortaleza: Faculdade Christus, 2011.
 470p.
ISBN 978-85-99562-15-4
1. Ginecologia
2. Ginecologia - Problemas
 I. Título
 II. MAGALHÂES, Maria de Lourdes Caltabiano – Org.
 III. MEDEIROS, Francisco das Chagas – Org.
 IV. PINHEIRO, Luciano Silveira – Org.
 V. VALENTE, Paulla Vasconcelos – Org.
 VI. LEITÃO, Antônio Miguel Furtado – Coord.
 
 
 CDD 618.1
AgrAdecimentos
Uma das grandes preocupações da Instituição Christus tem sido, ao longo do tempo, manter 
elevado nível no que tange à instrução e educação dos seus alunos. Com a publicação de atuali-
zado livro-texto de Ginecologia, a responsabilidade dos autores de capítulos, dos organizadores e 
do editor se tornou muito grande, por constituir tarefa nada fácil de ser cumprida. Não obstante os 
óbices inerentes a esse procedimento e que foram pouco a pouco superados, inclusive com a ativa 
participação dos alunos, o livro chegou ao lumen. 
Este livro-texto Ginecologia Baseada em Problemas, resultante da experiência pedagógica, 
clínica e cirúrgica de docentes da Faculdade Christus, curso de Medicina, certamente deve apresen-
tar falhas despropositadas e que deverão ser sanadas nas edições vindouras.
Agradecemos à direção dessa Instituição e à Gráfica LCR, por terem tornado realidade os 
sonhos e os objetivos dos participantes da elaboração de mais um livro-texto que fará parte da 
literatura ginecológica brasileira.
Organizadores 
dedicAtóriA
Como estudantes e profissionais, dedicamos esse livro aos nossos pais, pelo incentivo cons-
tante ao crescimento pessoal e profissional e aos nossos esposos, esposas, filhos e filhas, pelo cari-
nho e pela compreensão nos momentos de privação do convívio e do lazer.
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães
Paulla Vasconcelos Valente
Luciano Silveira Pinheiro
Francisco das Chagas Medeiros
Autores
ÂNGELA CLOTILDE RIBEIRO FALANGA E LIMA
Graduada em Medicina. Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASCO. Título 
de Habilitação em Ultrassonografia na área de ginecologia e obstetrícia conferido pela FEBRASGO 
e Colégio Brasileiro de Radiologia. Mestre em Tocoginecologia pela Faculdade de Medicina da Uni-
versidade Federal do Ceará. Professora do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
ANTÔNIO MIGUEL FURTADO LEITÃO
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Especialista em Anatomia pela Univer-
sidade Federal do Ceará. Atualmente, Coordenador Adjunto do Curso de Medicina da Faculdade 
Christus, Coordenador Pedagógico do Colégio Christus e Professor de Anatomia da Universidade 
Estadual do Ceará.
ANTÔNIO RIBEIRO DA SILVA FILHO
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Mestre em Anatomia pela Escola Pau-
lista de Medicina. Doutor em Anatomia pela Escola Paulista de Medicina. Professor Titular pelo De-
partamento de Morfologia da Universidade Federal do Ceará. Coordenador do Curso de Medicina 
da Faculdade Christus.
DIRLENE MAFALDA IDELFONSO DA SILVEIRA
Graduada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. Especialização em Saúde Pública pela 
Fundação Oswaldo Cruz Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Mestrado em Saúde Pública pela 
Universidade Federal do Ceará. Residência Médica pela Maternidade Escola Assis Chateaubriand 
UFC e Aperfeiçoamento em Introduccion en Salud Publica para El Area Perinat pelo Centro Latino 
Americano de Perinatologia Y Desarrolo Humano. Atualmente é Estatutária da Secretaria de Saúde 
do Estado do Ceará, Autônoma da Clínica São Marcos Assistência Integral em Saúde Ltda, Colabo-
radora da Fundação Instituto Cearense de Saúde Reprodutiva, Professora do Curso de Medicina da 
Faculdade Christus e Professora da Faculdade Integrada do Ceará.
FRANCISCO DAS CHAGAS MEDEIROS
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Mestre em Farmacologia pela Univer-
sidade Federal do Ceará. Doutor em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará. Atualmente 
é Chefe do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade 
Federal do Ceará e Professor do Curso de Medicina da Faculdade Christus. Tem experiência na área 
de Medicina, com ênfase em Reprodução Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: 
Endometriose, Infertilidade, Histeroscopia, Ginecologia e Educação Médica. 
FRANCISCO EDSON XIMENES GOMES PEREIRA
Graduado em Medicina. Especialista em Ginecologia. Preceptor do estágio de Cirurgia Ginecoló-
gico da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza. Staff do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do 
Hospital Geral César Cals. Plantonista de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Distrital Governador 
Gonzaga Mota José Walter. Preceptor, Professor e Coordenador do Módulo de Ginecologia e Obs-
tetrícia do Internato do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
HELENA MARIA BARBOSA CARVALHO
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Atualmente é Coordenadora de Me-
dicina Legal da Perícia Forense do Estado do Ceará, Professora da Faculdade de Medicina Christus 
e Médica Pediatra, com atuação em Clínica Particular. Tem experiência na área de Medicina Legal 
e Pediatria, com ênfase em Neonatologia e Puericultura, atuando principalmente nos seguintes 
temas: recém-nascido, nutrição infantil, pacientes cirúrgicos, suporte nutricional e saúde perinatal. 
É mestre em “Saúde da Criança e do Adolescente” e doutora em Saúde Pública pela Faculdade de 
Saúde Pública da USP.
JOÃO MARCOS DE MENESES E SILVA
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Residência Médica em Ginecologia e 
Obstetrícia pelo Hospital Regional da Asa Sul – Brasília-DF e Hospital Geral de Fortaleza-CE. Mestre 
em Saúde Coletiva pela UFC. Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal do Ceará. Especialista 
em Biotecnologia em Saúde, HZI-Alemanha e Células-Tronco – Instituto Valenciano de Infertilida-
de – IVI-Espanha. Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Geral do Exército de 
Fortaleza – HGeF. Professor do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
JOSÉ DE ARIMATÉA BARRETO
Graduado em Medicina. Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia na Maternidade-Escola 
Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará. Título de Especialista em Ginecologia e 
Obstetrícia pela FEBRASGO E AMB. Mestre em Tocoginecologia pela Universidade Federal do Ce-
ará. Médico do Serviço de Medicina Materno-fetal da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand da 
Universidade Federal do Ceará e Professor do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
JOSÉ NIVON DA SILVA
Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em Pediatria e Infectologia Pe-
diátrica pela Universidade Federal do Ceará. Mestre em Patologia pela Universidade Federal do Ceará e 
Professor do Cursode Medicina da Faculdade Christus.
LÍGIA HELENA FERREIRA E SILVA
Graduada em Medicina pela Universidade de Catanduva-SP. Residência Médica em Ginecologia 
e Obstetrícia pelo Hospital Regional da Asa Norte – Brasília-DF e Hospital Geral de Fortaleza-CE. 
Especialista em Biotecnologia em Saúde, HZI-Alemanha. Especialista em Ultrassonografia Geral. 
Professora do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
LUCIANO SILVEIRA PINHEIRO
Graduado em Medicina. Mestre e Doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Univer-
sidade de São Paulo. Professor Titular de Ginecologia e Obstetrícia na Faculdade de Medicina da 
Universidade Federal do Ceará. Coordenador do Módulo Concepção e Formação do Ser Humano 
no Curso de Medicina da Faculdade Christus.
MANOEL CLÁUDIO AZEVEDO PATROCINIO
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (1992), Residência Médica pelo Hospi-
tal Geral de Fortaleza (1995), Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (1997) 
e Doutor em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (2004). Atualmente é Professor do 
Curso de Medicina da Faculdade Christus, Anestesiologista do Instituto Dr. José Frota e Anestesio-
logista da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand. Tem experiência na área de Medicina.
MARIA DE LOURDES CALTABIANO MAGALHÃES
Médica Ginecologista e Obstetra – TEGO. Mestre pelo Departamento de Obstetrícia da Escola Pau-
lista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo - Fellow of the International Federation 
of Pediatric and Adolescent Gynecology–FIGIJ. Docente da Faculdade Christus Curso de Medicina. 
Pós-Graduada pelo “Consejo Superior de la Universidad de Buenos Aires”, “Sociedad Argentina 
de Ginecologia Infanto Juvenil”, Argentina. Especialista em Violência Doméstica contra Crianças e 
Adolescência – LACRI – Universidade de São Paulo. Especialista em Educação Sexual – Sociedade 
Brasileira de Sexualidade Humana.
MARIA DO LIVRAMENTO LEITÃO VILAR
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Especialista em Saúde Pública (FIO-
CRUZ/RJ), Clínica Médica (UFC) e Dermatologia (SBD). Mestre em Clínica Médica (UFC). Doutora em 
Medicina e Saúde Humana (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública). Professora e Coordena-
dora do módulo horizontal de Comunicação, Habilidades e Atitudes (CHA) do Curso de Medicina 
da Faculdade Christus.
MARIA JOSÉ ARAÚJO GOMES CERQUEIRA
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Residência em Clínica Médica pela 
Universidade Federal do Ceará. Experiência em nefrologia clínica, diálise e transplante, tendo sido 
aprovada em concurso público federal na UFC na área de Nefrologia, Residência em Endocrinoloi-
ga pela UFC. Mestre em Clínica Médica (área de concentração: Endocrinologia) pela Universidade 
Federal do Ceará e Professora do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
MIGUEL NASSER HISSA
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em Endocrinolo-
gia. Mestre em Medicina e Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal do Ceará. Professor Asso-
ciado de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da UFC. Chefe do Serviço de Endocrinologia e 
Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio – UFC. Coordenador do Centro de pesquisas em 
Diabetes e Doenças Endocrino-metabólicas da UFC. Fellow do Colegio Americano de Endocrinolo-
gista Clínico. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Diabetes e Professor do 
Curso de Medicina da Faculdade Christus.
OLGA VALE OLIVEIRA MACHADO
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (1982), Mestre em Patologia pela Uni-
versidade Federal do Ceará (1996). Atualmente é gestora dos sinais – Secretaria Estadual da Saúde 
atuando principalmente nos seguintes temas: infecção, perfurocortantes, antibióticos, nosocomial 
e bacilos gram negativos, AIDS e tuberculose. Professora e Coordenadora do Centro de Pesquisa e 
Monitoria do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
PAULLA VASCONCELOS VALENTE
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Especialista em Ginecologia e Obste-
trícia (TEGO). Especialista em Mastologia (TEMA). Mestre em Tocoginecologia pela Universidade 
Federal do Ceará e Docente do Curso de Medicina da Faculdade Christus.
RANDAL POMPEU PONTE
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Especialização em Anatomia Humana 
pela Universidade Federal do Ceará. Especialização em Gestão de Organizações e Sistemas de Saúde 
pela Fundação Getúlio Vargas – RJ. Especialização em Ultrassonografia Geral pela Universidade Fede-
ral do Ceará. Residência Médica pela Universidade Federal do Ceará (1994). Atualmente é Professor 
do Curso de Medicina da Faculdade Christus e Médico do Hospital Distrital Dr. Fernandes Távora.
SHEILA MÁRCIA DE ARAÚJO FONTENELE
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Residência e Mestrado em Reumatolo-
gia pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Doutora em Ciências da 
Saúde pela Fiocruz. Médica assistente em Reumatologia e Coordenadora da Unidade de Pesquisa 
Clínica do Hospital Geral César Cals. Professora dos Cursos de Medicina da Universidade Estadual 
do Ceará e Faculdade Christus.
TEREZA DE JESUS PINHEIRO GOMES BANDEIRA
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Mestre em Saúde Pública pela Univer-
sidade Federal do Ceará. Especialista em Patologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Patologia 
Clínica. Atualmente é Diretora Médica Regional (Ceará) do LabPasteur - Diagnósticos da América 
SA e Consultora Técnica e Presidente da CCIH do Hospital de Messejana da Secretaria Estadual de 
Saúde. Professora do Curso de Medicina da Faculdade Christus e Assessora Científica da Associação 
Cearense de Estudos para o Controle de Infecções Hospitalares - ACECIH.
coAutores
Acadêmicos do Curso de Medicina da Faculdade Christus
Ádila Mitzi Oliveira Costa
Adriana Paiva Marques Lima
Adriano Saboia de Andrade
Aline Chaves Freire
Aline Moreira do Vale Mota
Aline Tereza Carneiro Montenegro
Alysson Sales Melo
Ana Cecília de Sousa Silva
Ana Mônica Pinto Moreira
André Luis Nunes Albano de Meneses
André Pinho Sampaio
Andréa Edwirges Pinheiro de Menezes Barreto
Ane Larissa Barreto Martins
Antônio Enéas Vieira Filho
Antônio Pierre Aguiar Júnior
Augusto Saboia Neto
Camilla Viana Goes Arrais
Camylla Felipe Silva
Carla Franco Costa Lima
Caroline Franco Machado
Chiári Teixeira de Mendonça
Dandara Costa Santos
Danilo Santos Guerreiro
Daphinis Diana Brito Cavalcante
Denise Neiva Santos de Aquino
Diego de Queiroz Tavares Ferreira
Diego Lima Vasconcelos
Eulália Diógenes Almeida
Fernanda Luna Neri Benevides 
Fernando Sérgio Mendes Carneiro Filho
Francisco Nilson Fernandes Cardoso Filho
Gabriela Nasser Louvrier
Gabriella Girão Campos de Barros
Germana Barros Oliveira de Freitas Albuquerque
Germana Bastos Pontes
Giovana Araújo Borges
Guilherme Alencar de Medeiros
Guilherme de Holanda Cota
Helena Nogueira Brasil
Igor Siqueira Cavalcante
Ítalo Mendonça Lima
João Henrique Pinheiro de Menezes Barreto
Juliana Costa Alencar
Karolinne Saraiva de Araújo
Larissa Vasconcelos Bastos
Larissa Xavier Santiago da Silva
Leonardo Pereira Cabral
Leonardo Rodrigues de Morais
Lia Maria Bastos Peixoto Leitão
Lia Pontes de Melo
Liana Capelo Costa
Liana Ferreira Alencar Silva
Livia Cintra Medina
Lívia de Freitas Gurgel Alves
Livia Mara Almeida Silveira
Luana Pontes Vasconcelos Lima
Lucas Lima de Albuquerque
Luiz Gustavo Lucena Augusto Lima
Marcella Costa Maia Nogueira
Marcelo Labanca Delgado Perdigão
Maria Thereza da Frota Quinderé
Mariana Rodrigues Landim
Marta Gabriela Silvestre Coelho Carvalho
Nathália Fernandes Rebouças
Patrícia de Freitas França
Paula Neves Pimentel Gomes
Paula Soares de Mattos Carneiro
Paulla Sátiro Timbó
Priscila Lopes Studart da Fonseca
Priscila Luna da Silva
Rafaela Benevides Rodrigues
Raíssa Quezado da Nóbrega
Rálison Yure SoaresMelo
Raoni Carlos Madeiro
Raquel Fernandes Garcia
Rebeca Dourado Porto Figueiredo
Rebeca Mendes de Paula Pessoa
Rebeca Santiago Duarte
Renata Cavalcante Lima
Roberta Vieira da Nóbrega
Rodrigo Carvalho Barroso
Rodrigo Francisco Magalhães Barbosa
Rodrigo Randal Pompeu Sidrim
Rômulo Cesar Costa Barbosa Filho
Samantha Cavalcante de Brito
Sanna Roque Pinheiro
Sara Lourinho Firmino
Sara Menezes Pinheiro
Sarah Portella Costa
Suelen Rios de Melo
Tayná de Lima Freire
Thâmia Martins Marques
Thays Mendes da Silva
Thiago Emannoel Nogueira Ramos
Tiago Toscano Cavalcante
Yuri Oliveira Machado
ApresentAção
Ginecologia Baseada em Problemas é um livro diferente. Temos certeza que será extrema-
mente útil a todos os ginecologistas como um livro objetivo de consultas rápidas como também a 
todos os acadêmicos de medicina na sua formação e nos seus concursos. 
Ele nasceu de um sonho, o de proporcionar uma oportunidade aos alunos de participar de 
uma obra que terá grande repercussão dentro da Ginecologia. Como uma gravidez, foi desejado, 
planejado e construído, passo a passo, com muito carinho. 
Aborda de maneira prática os principais temas da ginecologia, priorizando o raciocínio clíni-
co, sem, no entanto, abrir mão do conhecimento teórico e dando ênfase ao diagnóstico e à prope-
dêutica. Funda-se na experiência de seus autores, com suas especialidades e resulta em uma obra 
de alta qualidade acadêmica e de um guia teórico prático assistencial. Este livro traz ao alcance 
informações sérias, disseminando ao maior número possível de pessoas o conhecimento aprendido 
e sistematizado em vários anos de trabalho dedicado. 
Para nós, profissionais, foi um processo de aprendizagem constante e crescimento contínuo 
escrever com os acadêmicos além de muito gratificante vê-los comprometidos com essa impor-
tante tarefa. 
Agradecemos a todos os colegas que compartilharam do nosso sonho e o tornaram possível. 
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães 
Paulla Vasconcelos Valente 
sumário
Agradecimento ...................................................................................................................................................................3
Dedicatória ............................................................................................................................................................................5
Autores ....................................................................................................................................................................................7
Coautores ............................................................................................................................................................................11
Apresentação .....................................................................................................................................................................13
Prefácio ................................................................................................................................................................................21
CAPÍTULO 1
ANATOMIA APLICADA AO EXAME GINECOLÓGICO .........................................................................................23
Antônio Miguel Furtado Leitão, Antônio Ribeiro da Silva Filho, José de Arimatea Barreto, Tayná de Lima Freire
CAPÍTULO 2
SEMIOLOGIA GINECOLÓGICA ...................................................................................................................................35
Francisco das Chagas Medeiros, Rálison Yure Soares Melo
CAPÍTULO 3
FARMACOLOGIA PARA GINECOLOGIA APLICADA À PRÁTICA GINECOLÓGICA .................................... 45
Manoel Cláudio Azevedo Patrocínio, Paulla Sátiro Timbó, Thiago Emannoel Nogueira Ramos
CAPÍTULO 4
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E O EIXO NEUROENDÓCRINO ....................................................... 57
João Marcos de Meneses e Silva, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Luana Pontes Vasconcelos Lima, 
Sara Lourinho Firmino
CAPÍTULO 5
ENDOCRINOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL .........................................................................................................63
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Liana Capelo Costa, Luiz Gustavo 
Lucena Augusto Lima 
CAPÍTULO 6
A FLORA VAGINAL NORMAL NAS DIVERSAS FASES DA VIDA ......................................................................69
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Giovana Araújo Borges
CAPÍTULO 7
A IMPORTÂNCIA DA CITOLOGIA ONCÓTICA E SUA INTERPRETAÇÃO COLPOSCÓPICA ..................... 73
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, André Luis Nunes Albano de Meneses, 
Carla Franco Costa Lima 
CAPÍTULO 8
COALESCÊNCIA DE PEQUENOS LÁBIOS ................................................................................................................81
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Ângela Clotilde Ribeiro Falanga e Lima, Samantha Cavalcante de Brito
CAPÍTULO 9
VULVOVAGINITES NA INFÂNCIA ..............................................................................................................................85
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Gabriella Girão Campos de Barros, Maria Thereza da Frota 
Quinderé Ribeiro
CAPÍTULO 10
VULVOVAGINITES NA ADOLESCÊNCIA ..................................................................................................................93
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Lívia Mara Almeida Silveira, Marta Gabriela Silvestre Coelho Carvalho
CAPÍTULO 11
VULVOVAGINITES NO MENACME ............................................................................................................................97
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Juliana Costa Alencar
CAPÍTULO 12
VULVOVAGINITES NO CLIMATÉRIO .......................................................................................................................101
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Raoni Carlos Madeiro
CAPÍTULO 13
ÚLCERAS GENITAIS .......................................................................................................................................................103
Olga Vale Oliveira Machado, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Maria do Livramento Leitão Vilar,
Ana Mônica Pinto Moreira, Antônio Pierre Aguiar Júnior
CAPÍTULO 14
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS .....................................................................................................113
José Nivon da Silva, Augusto Saboia Neto
CAPÍTULO 15
HPV .....................................................................................................................................................................................121
Olga Vale Oliveira Machado, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Marcella Costa Maia Nogueira, 
Yuri Oliveira Machado
CAPÍTULO 16
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA ........................................................................................................................127
José de Arimatea Barreto, Dandara Costa Santos
CAPÍTULO 17
DOR PÉLVICA CRÔNICA .............................................................................................................................................133
João Marcos de Meneses e Silva, Lígia Helena Ferreira e Silva, Caroline Franco Machado, Thâmia Martins Marques
CAPÍTULO 18
ENDOMETRIOSE ............................................................................................................................................................141
Francisco das Chagas Medeiros, Diego Lima Vasconcelos
CAPÍTULO 19
DISMENORREIA .............................................................................................................................................................149
Ângela Clotilde Ribeiro Falanga e Lima, AlyssonSales Melo, Thays Mendes da Silva
CAPÍTULO 20
MASSAS PÉLVICAS .......................................................................................................................................................155
Francisco Edson Ximenes Gomes Pereira, Guilherme de Holanda Cota, Sarah Portella Costa
CAPÍTULO 21
ABDOME AGUDO GINECOLÓGICO .......................................................................................................................161
Francisco das Chagas Medeiros, José Albuquerque Landim Junior, Rômulo Cesar Costa Barbosa Filho
CAPÍTULO 22
TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL ........................................................................................................................................169
Lígia Helena Ferreira e Silva, João Marcos de Meneses e Silva, Aline Chaves Freire, Lia Maria Bastos Peixoto Leitão
CAPÍTULO 23
TELARCA E PUBARCA PRECOCE ..............................................................................................................................173
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Adriano Saboia de Andrade
CAPÍTULO 24
PUBERDADE PRECOCE ................................................................................................................................................179
Miguel Nasser Hissa, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Priscila Luna da Silva, Rafaela Benevides Rodrigues
CAPÍTULO 25
PUBERDADE TARDIA ....................................................................................................................................................185
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Aline Moreira do Vale Mota, 
Nathalia Fernandes Rebouças
CAPÍTULO 26
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLIMICROCISTOS
(Síndrome da Anovulação Crônica Hiperandrogênica) .................................................................................195
Francisco das Chagas Medeiros, Idália Luzia Fortaleza Chaves Pedrosa, Valcler Antônio Cabral Rodrigues
CAPÍTULO 27
SÍNDROMES HIPERANDROGÊNICAS ....................................................................................................................203
Miguel Nasser Hissa, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Ádila Mitzi Oliveira Costa, Camylla Felipe Silva
CAPÍTULO 28
PERDA SANGUÍNEA GENITAL NA INFÂNCIA .....................................................................................................209
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Germana Bastos Pontes, Suelen Rios de Melo
CAPÍTULO 29
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL NA ADOLESCÊNCIA .......................................................................213
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Rebeca Santiago Duarte
CAPÍTULO 30
SANGRAMENTO GENITAL NO MENACME ..........................................................................................................219
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Ana Cecília de Sousa Silva
CAPÍTULO 31
SANGRAMENTO GENITAL NO CLIMATÉRIO .......................................................................................................225
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Roberta Vieira da Nóbrega
CAPÍTULO 32
AMENORREIA PRIMÁRIA ...........................................................................................................................................229
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, João Henrique Pinheiro de Menezes Barreto, Karolinne Saraiva de Araújo
CAPÍTULO 33
AMENORREIA SECUNDÁRIA ....................................................................................................................................237
João Marcos de Meneses Silva, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Patrícia de Freitas França, Paula Soares 
de Mattos Carneiro
CAPÍTULO 34
SÍNDROME CLIMATÉRICA .........................................................................................................................................243
Francisco das Chagas Meneses, Ane Larissa Barreto Martins
CAPÍTULO 35
MENOPAUSA ..................................................................................................................................................................249
Francisco das Chagas Meneses, Rodrigo Francisco Magalhães Barbosa
CAPÍTULO 36
MIOMATOSE UTERINA ................................................................................................................................................255
José de Arimatea Barreto, Leonardo Rodrigues de Morais, Lívia de Freitas Gurgel Alves 
CAPÍTULO 37
CÂNCER DO COLO UTERINO ...................................................................................................................................261
Luciano Silveira Pinheiro, Lucas Lima Albuquerque
CAPÍTULO 38
CARCINOMA DE ENDOMÉTRIO ..............................................................................................................................269
Luciano Silveira Pinheiro, Danilo Santos Guerreiro, Sanna Roque Pinheiro
CAPÍTULO 39
SARCOMA UTERINO .....................................................................................................................................................279
Luciano Silveira Pinheiro
CAPÍTULO 40
MASTALGIA .....................................................................................................................................................................285
Paulla Vasconcelos Valente, Daphinis Diana Brito Cavalcante
CAPÍTULO 41
DERRAME PAPILAR ......................................................................................................................................................289
Paulla Vasconcelos Valente, Fernanda Luna Neri Benevides, Germana Barros Oliveira de Freitas Albuquerque
CAPÍTULO 42
NÓDULOS BENIGNOS DA MAMA ..........................................................................................................................293
Paulla Vasconcelos Valente, Chiári Teixeira de Mendonça, Fernanda Luna Neri Benevides
CAPÍTULO 43
TUMORES MALIGNOS DA MAMA .........................................................................................................................299
Paulla Vasconcelos Valente, Helena Nogueira Brasil, Liana Capelo Costa
CAPÍTULO 44
PROLAPSO DOS ÓRGÃOS PÉLVICOS ....................................................................................................................307
Luciano Silveira Pinheiro, Leonardo Pereira Cabral
CAPÍTULO 45
INCONTINÊNCIA URINÁRIA .....................................................................................................................................317
Luciano Silveira Pinheiro, Lia Pontes de Melo
CAPÍTULO 46
INFECÇÃO URINÁRIA NA MULHER (GRÁVIDA E NÃO GRÁVIDA) ..............................................................327
Tereza de Jesus Pinheiro Gomes Bandeira, Antônio Enéas Vieira Filho
CAPÍTULO 47
CONTRACEPÇÃO HORMONAL ...............................................................................................................................337
Francisco das Chagas Medeiros, Livia Cintra Medina
CAPÍTULO 48
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA .......................................................................................................................345
Francisco das Chagas Medeiros, Rebeca Mendes de Paula Pessoa
CAPÍTULO 49
INICIAÇÃO SEXUAL E SEXO SEGURO ....................................................................................................................341
Dirlene Mafalda Idelfonso da Silveira, Ítalo Mendonça Lima, Mariana Rodrigues Landim
CAPÍTULO 50
SEXUALIDADE NA INFÂNCIA ....................................................................................................................................359
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, André Pinho Sampaio, Rebeca Dourado 
Porto Figueiredo
CAPÍTULO51
SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA .......................................................................................................................365
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Marcelo Labanca Delgado Perdigão, 
Sara Menezes Pinheiro
CAPÍTULO 52
SEXUALIDADE NO MENACME .................................................................................................................................373
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Larissa Xavier Santiago da Silva, Paula 
Neves Pimentel Gomes
CAPÍTULO 53
SEXUALIDADE NO CLIMATÉRIO ..............................................................................................................................377
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Guilherme Alencar de Medeiros, 
Renata Cavalcante Lima
CAPÍTULO 54
SEXUALIDADE NA GESTAÇÃO .................................................................................................................................383
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Paulla Vasconcelos Valente, Fernando Sérgio Mendes Carneiro Filho, 
Larissa Vasconcelos Bastos
CAPÍTULO 55
ASSISTÊNCIA À CRIANÇA E À ADOLESCENTE, VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ................................................391
Helena Maria Barbosa Carvalho, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Francisco Nilson Fernandes Cardoso 
Filho, Raquel Fernandes Garcia
CAPÍTULO 56
ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA ............................................................................................399
Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Eulália Diógenes Almeida, Gabriela Nasser Louvrier
CAPÍTULO 57 
INFERTILIDADE CONJUGAL: PRINCIPAIS CAUSAS E IMPLICAÇÕES ..........................................................409
Francisco das Chagas Medeiros, Liana Ferreira Alencar Silva
CAPÍTULO 58
EXAMES DE IMAGEM NA CLÍNICA GINECOLÓGICA .......................................................................................415
Randal Pompeu Ponte, José de Arimatea Barreto, Rodrigo Randal Pompeu Sidrim, Tiago Toscano Cavalcante
CAPÍTULO 59
HISTEROSCOPIA – INDICAÇÕES .............................................................................................................................421
Francisco das Chagas Medeiros, Igor Siqueira Cavalcante, Rodrigo Carvalho Barroso
CAPÍTULO 60
VIDEOLAPAROSCOPIA EM GINECOLOGIA ..........................................................................................................427
Francisco das Chagas Medeiros, Priscila Lopes Studart da Fonseca
CAPÍTULO 61
OBESIDADE NA CLÍNICA GINECOLÓGICA ..........................................................................................................437
Maria José Araújo Gomes Cerqueira, Adriana Paiva Marques Lima, Camilla Viana Goes Arrais
CAPÍTULO 62
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE ...........................................................................................441
Sheila Márcia de Araújo Fontenele, Andréa Edwirges Pinheiro de Menezes Barreto
CAPÍTULO 63
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA ..................................................................................449
Paulla Vasconcelos Valente, Diego de Queiroz Tavares Ferreira, Raissa Quezado da Nóbrega
CAPÍTULO 64
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO .............................................................455
Luciano Silveira Pinheiro, Denise Neiva Santos de Aquino
CAPÍTULO 65
VACINAS NA ADOLESCÊNCIA ...................................................................................................................................463
Olga Vale Oliveira Machado, Maria de Lourdes Caltabiano Magalhães, Aline Tereza Carneiro Montenegro
prefácio
Os cursos de Medicina tradicionais e aqueles surgidos nas duas últimas décadas no Brasil 
têm vivido uma verdadeira profusão de novas metodologias e modelos pedagógicos consequen-
tes, tanto ao desenvolvimento da tecnologia (e da informática, em particular), como da necessida-
de de “ajustar” a formação médica ao modelo de saúde pública adotado no nosso país, tudo isso 
acrescido da necessidade de formar bons profissionais dentro de um prazo limitado (seis anos) a 
partir de um conhecimento científico que cresce em proporções exponenciais. 
Os novos modelos pedagógicos propostos para a graduação em Medicina têm procurado 
“otimizar” a interconexão das disciplinas básicas com as várias disciplinas aplicadas à clínica e 
à cirurgia, facilitando a integração do conhecimento e a abordagem do binômio saúde-doença 
com ênfase na pessoa a partir dos seus aspectos social, psíquico, físico e econômico. Tais avan-
ços, entretanto, não se fizeram acompanhar pela editoração de compêndios que contemplassem 
essa nova realidade.
O livro Ginecologia Baseada em Problemas representa um marco nesse novo paradigma do 
ensino médico – aborda os principais temas da Ginecologia de forma objetiva, estruturada e atual, 
a partir dos objetivos de aprendizagem extraídos dos problemas que simulam as situações mais 
prevalentes relacionadas à saúde da mulher brasileira. Indispensável registrar a relevância dos ca-
pítulos que abordam a sexualidade nas várias fases da vida, bem como aqueles que enfocam um 
grave problema de saúde pública – a violência contra a mulher. 
O livro é igualmente inovador em um outro aspecto marcante – cada capítulo foi editado 
por professores experientes em coautoria com estudantes de Medicina que já haviam cursado a 
disciplina de Ginecologia – o que ensejou o surgimento de um texto com fácil assimilação sem a 
perda da qualidade e da adequada profundidade necessárias para a boa formação de um médico 
generalista de excelência.
 Antônio Ribeiro da Silva Filho
 Antônio Miguel Furtado Leitão
 Grijalva Otávio Ferreira da Costa 
Olga Vale Oliveira Machado 
Marcos Kubrusly
 
Coordenadores do Curso de Medicina
 Faculdade Christus
cApítulo 1
ANATOMIA APLICADA AO
EXAME GINECOLÓGICO
Antônio Miguel Furtado Leitão
Antônio Ribeiro da Silva Filho
José de Arimatea Barreto
Tayná de Lima Freire
A- PROBLEMA
P.M., 63 anos, dona de casa, natural de 
Caucaia-CE, procurou atendimento ginecológico 
devido à sensação de peso no baixo ventre que, 
segundo ela, acentua-se durante esforço físico, 
piora ao longo do dia e melhora com o repouso. 
Refere também obstipação, dificuldade no ato de 
defecar, exteriorização de uma “bola” pela vagina, 
ardor ao urinar, aumento da frequência das mic-
ções e incontinência urinária. Relata dois episó-
dios de infecção urinária nos últimos seis meses.
Paciente G8 P1 A1; seis partos por via va-
ginal e um por via abdominal para realização de 
laqueadura tubária.
Exame ginecológico – Inspeção estática: 
observa-se fenda vulvar entreaberta às custas de 
tumoração rosácea de 5cm de diâmetro. Inspe-
ção dinâmica: através de manobra de Valsalva ou 
pinçamento do colo uterino observa-se distopia.
O médico preceptor fez várias hipóteses 
diagnósticas como pólipos uterinos, mioma pa-
rido, cistocele, retocele, mas resolveu solicitar 
aos alunos uma revisão da Anatomia da pelve 
para melhor entender os achados e confirmar o 
diagnóstico de distopia genital.
B- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. Rever a Anatomia dos órgãos genitais femi-
ninos e suas correlações topográficas.
2. Rever a Anatomia dos sistemas osteoarticu-
lar e muscular da pelve feminina com ênfase 
no suporte dos órgãos intrapélvicos.
3. Rever a Anatomia da genitália externa feminina.
4. Conhecer a vascularização e a inervação dos 
órgãos do Sistema Genital Feminino.
5. Conhecer as formas mais prevalentes de 
distopia genital e suas possíveis causas e fa-
tores predisponentes.
C- ABORDAGEM TEMÁTICA
1. Osteoarticular
O suporte dos órgãos pélvicos é deriva-
do de uma interação dinâmica dos ossos da 
pelve, tecidoconectivo endopélvico e muscu-
latura do assoalho pélvico. Anatomicamente 
é plausível que tanto a perda de suporte ho-
rizontal do assoalho pélvico quanto o alarga-
mento do hiato predispõem ao prolapso de 
órgãos pélvicos. 
A pelve é um anel ósseo interposto entre 
a parte móvel da coluna vertebral, a quem su-
porta, e os membros inferiores sobre os quais 
se apoia. Compõe-se de quatro ossos: os dois 
ossos do quadril (ossos ilíacos) lateral e ventral-
mente, o sacro e o cóccix, dorsalmente. 
Em lactentes e crianças, cada osso do 
quadril é formado por três ossos, o ílio, o ísquio 
e o púbis, unidos por uma cartilagem trirradia-
da no acetábulo que se articula com a cabeça 
do fêmur. Após a puberdade eles se fundem. Os 
dois ossos do quadril são unidos anteriormente 
na sínfise púbica e articulam-se posteriormente 
com o sacro nas articulações sacroilíacas para 
formar o cíngulo do membro inferior.
24 Faculdade christus
Capítulo 1
O ílio é a parte superior do osso do qua-
dril e tem forma de leque. A asa do ílio repre-
senta a abertura do leque; e o corpo do ílio, o 
cabo do leque. A crista ilíaca, a borda do leque, 
possui uma curva que segue o contorno da asa 
entre as espinhas ilíacas ântero-superior e pós-
tero-superior. A face côncava, ântero-medial da 
asa, forma a fossa ilíaca. Posteriormente, a face 
sacropélvica do ílio possui uma face auricular e 
uma tuberosidade ilíaca para, respectivamente, 
realizar a articulação sinovial e sindesmótica 
com o sacro. 
O ísquio possui um corpo e um ramo. O 
corpo do ísquio ajuda a formar o acetábulo e o 
ramo do ísquio forma parte do forame obtura-
do. A grande protuberância póstero-inferior do 
ísquio é o túber isquiático; a pequena projeção 
póstero-medial pontiaguda perto da junção 
do ramo e do corpo é a espinha isquiática. A 
concavidade entre a espinha isquiática e o tú-
ber isquiático é a incisura isquiática menor. A 
concavidade maior, a incisura isquiática maior, 
é superior à espinha isquiática e é parcialmente 
formada pelo ílio.
O púbis é um osso angulado, formado 
por um corpo e dois ramos: o ramo superior do 
púbis, que ajuda a formar o acetábulo, e o ramo 
inferior do púbis, que ajuda a formar o forame 
obturado. Um espessamento na parte anterior 
do corpo do púbis é a crista púbica, que termi-
na lateralmente como um botão ou tumefação 
proeminente, o tubérculo púbico. Na parte late-
ral do ramo superior, o púbis possui uma estria 
oblíqua, a linha pectínea do púbis. 
A pelve é dividida em pelve maior e pelve 
menor por um plano oblíquo que passa através 
da proeminência do sacro, das linhas arqueadas 
e pectíneas (face interna do ílio e margem su-
perior do ramo superior e corpo do púbis, res-
pectivamente) e da margem superior da sínfise 
púbica. A circunferência deste plano é denomi-
nada linha terminal ou borda pelvina. 
A pelve maior ou falsa é a porção expan-
dida da cavidade, situada cranial e ventralmente 
à linha terminal. A pelve menor ou verdadeira é 
a parte da cavidade pélvica situada distalmente 
à linha terminal. Por conveniência de descrição, 
é dividida em uma cavidade, uma entrada limi-
tada pela circunferência superior e uma saída 
limitada pela circunferência inferior.
A circunferência superior equivale à refe-
rida linha terminal. Tem três diâmetros princi-
pais: ântero-posterior, transverso e oblíquo. O 
diâmetro ântero-posterior ou anatômico esten-
de-se do ângulo sacrovertebral à sínfise púbi-
ca; sua medida habitual é de cerca de 11cm na 
mulher. O diâmetro transverso estende-se pela 
maior largura da abertura superior, do meio da 
linha terminal de um lado para o mesmo pon-
to no lado oposto; mede cerca de 13,5cm na 
mulher. O diâmetro oblíquo estende-se da emi-
nência iliopectínea de um lado à articulação sa-
croilíaca do lado oposto; tem cerca de 12,5cm.
A circunferência inferior da pelve é pos-
teriormente delimitada pela ponta do cóccix e 
lateralmente pela tuberosidade do ísquio. Os 
dois diâmetros da saída da pelve são ântero-
-posterior e transverso. O diâmetro ântero-pos-
terior estende-se da ponta do cóccix para a par-
te inferior da sínfise púbica; mede 9 a 11,5cm na 
mulher e o diâmetro transverso, medido entre 
as partes dorsais das tuberosidades dos ísquios, 
tem cerca de 11cm.
Alguns estudos radiológicos dos os-
sos da pelve têm encontrado diferenças sig-
nificativas entre mulheres com prolapso de 
moderado a severo e as com suporte pélvico 
intacto. Nas mulheres que apresentam uma di-
minuição da lordose lombar fisiológica e, por 
conseguinte, uma abertura superior orientada 
mais horizontalmente, a maior parte do peso 
das vísceras abdominais é suportada pelo as-
soalho pélvico. Outro achado importante é o 
fato de que alterações osteoporóticas signifi-
cativas provocam um aumento na cifose dor-
sal fisiológica, que, por sua vez, tem associa-
ção com prolapso. 
Especula-se que mulheres que possuem 
um maior diâmetro transverso (distância en-
tre as faces superiores da linha terminal) e 
uma menor conjugada obstétrica (menor dis-
tância entre o promontório do sacro e a sínfi-
se púbica) podem ser mais propensas a sofrer 
lesões do tecido neuromuscular e conjuntivo 
durante o trabalho de parto, predispondo à 
neuropatia pélvica, prolapso de órgão pélvi-
cos, ou ambos. 
As articulações sacroilíacas são formadas 
por articulação sinovial anterior e sindesmose 
posterior. Elas apresentam mobilidade muito 
limitada e forte união entre os ossos. Os liga-
mentos sacroilíacos anteriores representam a 
parte anterior da cápsula fibrosa do compo-
nente sinovial da articulação. Os ligamentos 
 25 Faculdade christus
 Capítulo 1
sacroilíacos interósseos e posteriores fazem 
parte da massa de tecido fibroso responsável 
pela transferência do peso do esqueleto axial 
para os dois ílios e destes para esqueleto apen-
dicular. Os ligamentos iliolombares são acessó-
rios desse mecanismo. 
O ligamento sacroespinhal insere-se na es-
pinha isquiática. Superiormente à espinha, a inci-
sura isquiática maior é transformada em forame 
pelo ligamento sacroespinhal que dá passagem 
ao músculo piriforme, aos vasos e nervos glúteos 
superiores e inferiores, aos nervos isquiático e 
cutâneo posterior da coxa, aos vasos e nervos pu-
dendos internos, e aos nervos para o obturatório 
interno e quadrado do fêmur. Inferiormente à es-
pinha, a incisura isquiática menor é transformada 
pelos ligamentos sacrotuberal e sacroespinhal em 
forame que dá passagem ao tendão do obturató-
rio interno, ao nervo que supre este músculo e aos 
vasos e nervos pudendos internos. 
A sínfise púbica consiste em um disco 
interpúbico fibrocartilagíneo e ligamentos ad-
jacentes unindo os corpos dos ossos púbis no 
plano mediano. O ligamento púbico superior 
une as faces superiores dos corpos do púbis e 
disco interpúbico, estendendo-se lateralmente 
até os tubérculos púbicos. O ligamento púbico 
inferior (arqueado) une as faces inferiores dos 
componentes articulares.
As vértebras L5 e S1 articulam-se na sín-
fise intervertebral anterior e nas duas articula-
ções dos processos articulares; os ligamentos 
iliolombares fortalecem essas articulações.
A articulação sacrococcígea é formada 
por uma fibrocartilagem e os ligamentos sacro-
coccígeos anteriores e posteriores. 
Até os 10 anos de idade existe um único 
tipo de pelve para ambos os sexos, a antropói-
de. Após essa idade, iniciam-se as diferenças 
sexuais, que se tornam evidentes entre 16 e 18 
anos. Geralmente, nos homens, a pelve se torna 
antropoide ou androide e nas mulheres forma-
-se a pelve ginecoide.
Figura 1- Vista anterior da pelve óssea feminina.
26 Faculdade christus
Capítulo 1
Figura 2- Vista superior da pelve óssea feminina.
Figura 3- Diâmetros pélvicos (pelve feminina).
 27 Faculdade christusCapítulo 1
2. Muscular
As fixações dos músculos obturadores 
internos cobrem e protegem a maior parte 
das paredes laterais da pelve. As fibras con-
vergem posteriormente, atravessando o fora-
me isquiático menor, para se fixarem no tro-
cânter maior do fêmur.
Os músculos piriformes originam-se na 
parte superior do sacro, lateralmente a seus 
forames anteriores. Deixam a pelve menor 
através do forame isquiático maior para se fi-
xarem na margem superior do trocânter maior 
de cada fêmur. Profundamente a esses mús-
culos estão os nervos do plexo sacral.
O assoalho pélvico é constituído pelo 
diafragma da pelve formado pelos músculos 
isquiococcígeo e levantador do ânus e pelas 
fáscias que recobrem as faces superior e infe-
rior desses músculos. Os músculos isquiococ-
cígeos originam-se nas faces laterais da parte 
inferior do sacro e cóccix, suas fibras situam-
-se subjacentes à face profunda do ligamento 
sacroespinhal. O músculo levantador do ânus 
é a parte maior e mais importante do assoalho 
pélvico. Uma abertura anterior entre as mar-
gens mediais dos músculos levantadores do 
ânus de cada lado – o hiato urogenital – dá 
passagem à uretra e, em mulheres, à vagina. 
O tônus basal ativo do músculo levan-
tador do ânus mantém a porção superior da 
vagina e as vísceras pélvicas suportadas pelo 
platô do levantador e conserva o hiato uro-
genital fechado. Esses músculos também se 
contraem reflexamente em resposta à tosse 
ou a outra atividade que aumente a pressão 
intra-abdominal. 
O músculo levantador do ânus possui 
três partes:
 ƒ Puborretal: parte medial, mais estreita e 
mais espessa do músculo levantador do 
ânus. Consiste em fibras contínuas entre as 
faces posteriores dos corpos do púbis di-
reito e esquerdo. Forma uma alça muscu-
lar com formato de U que passa posterior à 
junção anorretal limitando o hiato urogeni-
tal. É tido como o verdadeiro músculo ele-
vador do ânus.
 ƒ Pubococcígeo: parte intermediária com ori-
gem lateral ao músculo puborretal. Segue 
posteriormente; suas fibras laterais fixam-se 
ao cóccix e suas fibras mediais fundem-se 
àquelas do músculo contralateral para for-
mar uma lâmina tendínea.
 ƒ Iliococcígeo: parte póstero-lateral que se 
origina no arco tendíneo posterior e na es-
pinha isquiática. É fina e também se funde, 
posteriormente, ao corpo anococcígeo. 
A cúpula vaginal é sustentada pelo liga-
mento cardinal bilateral que se estende até a 
parede pélvica e pelo ligamento útero-sacro, 
que fixa o ápice vaginal ao sacro. A parede 
vaginal lateral é fixa à pelve pelo paracolpo 
– conjunto de tecidos conectivos constituídos 
de espessamentos de fáscia endopélvica, à 
semelhança do paramétrio, porém mais cur-
tos. Um espessamento da fáscia endopélvica, 
chamado de fáscia vésico-vaginal, é fixado ao 
arco tendíneo, bilateralmente. A fáscia endo-
pélvica que se insere no arco tendíneo con-
tinua caudalmente formando um coxim su-
buretral chamado ligamento uretro-pélvico e 
uma condensação do terço médio da uretra 
com o púbis, o ligamento pubo-uretral. O es-
pessamento da fáscia endopélvica localizado 
entre o reto e a parede vaginal posterior que 
se insere superiormente no ligamento útero-
-sacro, inferiormente no corpo perineal e la-
teralmente no arco tendíneo, é chamado de 
septo retovaginal. 
De grande importância anatomocirúrgi-
ca é o ligamento largo do útero (paramétrio), 
que contém estruturas nobres entre as suas 
duas camadas, como a parte distal dos ure-
teres, os vasos uterinos, o ligamento redondo 
do útero e os vasos linfáticos. É importante ci-
tar que se encontram na parede lateral pélvica 
os vasos ilíacos internos e seus ramos, o plexo 
nervoso hipogástrico, os nervos esplâncnicos 
pélvicos e cadeias de linfonodos ilíacos de im-
portância anatomocirúrgica. 
As cirurgias para correção de distopia 
genital podem ser benéficas por abolirem os 
sintomas causados pela afecção, bem como 
pela reconstituição da Anatomia, mas tais 
procedimentos podem, em contrapartida, de-
sencadear disfunção sexual por causa orgâni-
ca (dano neural, vascular, fibrose ou estenose) 
ou emocional. 
28 Faculdade christus
Capítulo 1
 Figura 4- Genitália externa.
Figura 5- Vista dos músculos superficiais do períneo e do assoalho pélvico feminino.
 29 Faculdade christus
 Capítulo 1
3. Órgãos genitais internos femininos 
3.1 Vagina
É um órgão tubular, ímpar e mediano, que 
no menacme mede cerca de 7 a 8cm de compri-
mento. Prende-se superiormente à cérvice uteri-
na, formando, com sua reflexão, os fórnices vagi-
nais, e estende-se inferiormente até o vestíbulo 
vulvar onde se abre entre os pequenos lábios.
A vagina relaciona-se anteriormente com 
a bexiga e a uretra; posteriormente, no terço 
inferior, com a cunha perineal; no terço médio, 
com o reto pélvico; e superiormente, com o fun-
do-de-saco de Douglas, permitindo uma via de 
acesso à cavidade pélvica, de grande importân-
cia clínica e cirúrgica.
Nesse órgão, distinguem-se histologica-
mente a túnica mucosa, de natureza pavimento-
sa estratificada e pregueada na mulher adulta, a 
túnica muscular e a túnica adventícia.
A vagina da recém-nascida mede aproxi-
madamente 3,5cm e suas paredes apresentam-se 
espessadas, amolecidas e úmidas, estimuladas 
pelos hormônios maternoplacentários; aos 6 
anos de idade, tem cerca de 4 a 5cm, e o epi-
télio vaginal encontra-se adelgaçado, formado 
por algumas camadas celulares; as paredes va-
ginais são secas, atróficas, róseas e pregueadas. 
No período pré-puberal, ocorre um cres-
cimento acelerado da vagina, alcançando 8cm e 
no menacme, ela atinge 10 a 12cm de profun-
didade; aumenta sua elasticidade e apresenta 
leucorreia fisiológica. 
A maior parte da vagina está localizada 
na pelve, recebendo sangue das artérias uterina 
e vaginal, ramos pélvicos da artéria ilíaca interna 
e drenando o sangue venoso diretamente para 
o plexo venoso uterovaginal, enquanto a linfa 
flui através das vias profundas (pélvicas) para 
os linfonodos ilíacos internos, ilíacos externos 
e sacrais. A parte inferior da vagina está loca-
lizada no períneo, recebendo sangue da artéria 
pudenda interna. A drenagem linfática ocorre 
através das vias superficiais (perineais) para os 
linfonodos inguinais superficiais. 
Apenas a quinta ou quarta parte inferior da 
vagina tem inervação somática, que provém do 
nervo perineal profundo, um ramo do nervo pu-
dendo que conduz fibras aferentes somáticas.
Os três quartos a dois quintos superiores 
são de inervação visceral. Os nervos são derivados 
do plexo nervoso uterovaginal, que se estende do 
plexo hipogástrico inferior às vísceras pélvicas.
 
3.2 Útero 
O útero tem o formato de pera invertida, 
normalmente encontra-se antevertido e ante-
fletido, de forma que o corpo fica sobre a bexi-
ga. Recebe sustentação passiva significativa dos 
ligamentos transversos do colo e sustentação 
ativa dos músculos do assoalho pélvico. 
Esta estrutura é formada pela junção dos 
condutos paramesonefros ou de Muller e apre-
senta, às vezes, anomalias de importância prá-
tica – útero didelfo, bicorno, unicervical, bicorno 
duplo, septado – e pode ser, eventualmente, re-
presentado tão somente por um maciço fibroso 
típico da síndrome de Rokitanski-Kuster-Hauser. 
A irrigação arterial se faz principalmente 
pela artéria uterina (ramo da hipogástrica ou ilí-
aca interna) e pela artéria ovárica, ramo da artéria 
aorta abdominal. Os vasos linfáticos oriundos do 
fundo uterino acompanham a artéria ovariana e 
drenam para os linfonodos paraórticos; os pro-
venientes do corpo e da cérvice se destinam aos 
linfonodos pélvicos ilíacos internos e externos. 
A inervação origina-se, principalmente, 
do plexo hipogástrico.
É importante a relação entre o ureter e o 
útero, pois, no seutrajeto pélvico, após cruzar 
anteriormente os vasos ilíacos, o ureter penetra 
na escavação pélvica e cruza a artéria uterina 
cerca de 1,5 a 2cm da cérvice supravaginal.
O útero da recém-nascida pode apresen-
tar-se em ligeira retroversão ou estar retificado, 
sem flexão axial. Está situado na parte estreita 
superior da bacia e pesa cerca de 4g, medin-
do em torno de 3cm de comprimento. O colo 
é relativamente espesso em relação ao corpo e 
constitui dois terços do volume total do útero 
(relação corpo/colo de 1:2). O orifício cervical 
encontra-se aberto. As glândulas cervicais, bem 
desenvolvidas, secretam muco em abundância, 
e seus cristais filiformes constituem o corrimen-
to fisiológico e transparente da recém-nascida 
que, contendo células epiteliais, torna-se es-
branquiçado. Cinco a seis dias após o nasci-
mento pode ocorrer sangramento genital por 
privação dos hormônios maternopla centários.
Na menacme, a relação corpo/colo é de 2:1 
e a consistência do colo é maior que a do corpo.
30 Faculdade christus
Capítulo 1
3.3 Tubas uterinas
São formações tubulares que se estendem 
a partir dos cornos uterinos, uma de cada lado, 
e se abrem na cavidade peritoneal, próximo aos 
ovários. Cada uma tem aproximadamente 10cm 
e localiza-se na margem superior do ligamento 
largo. Descrevem-se quatro porções: a intramu-
ral, a ístmica, a ampular e a fímbrica.
São irrigadas pelas artérias uterinas e 
ovarianas, inervadas pelo plexo hipogástrico e 
possuem vasos linfáticos que drenam para os 
linfonodos ilíacos internos e paraórticos. 
3.4 Ovários
São as gônadas femininas, com formato 
e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa, 
nas quais se desenvolvem os óvulos. 
Estão situados nos cavos retrouterinos, 
na parte lateral da escavação pélvica e atrás do 
ligamento largo. Têm uma extremidade medial 
em relação com o útero, o ligamento útero-ova-
riano, e uma lateral, que se continua com uma 
placa peritoneal lombovariana, o ligamento 
suspensor do ovário, onde penetram os vasos 
ovarianos, nervos e linfáticos, envolvidos por 
um tecido conjuntivo denso (albugínea).
No ovário, observam-se duas camadas: a 
cortical e a medular. A primeira contém os folí-
culos ovarianos – os primordiais, os secundários 
e os terciários (de Graaf) – e as formas em re-
gressão (corpora albicantia). A medular contém 
vasos, nervos, linfáticos (hilo do ovário) e res-
quícios embrionários, área importante na etio-
patogenia dos tumores ovarianos.
Os ovários, nas recém-nascidas, situam-se 
na cavidade abdominal; a partir de mais ou menos 
1 a 1,5 anos, quando a menina começa a caminhar, 
eles se alojam na pelve. Nesta fase, o ovário tem 
de 10 a 15mm de comprimento, 3mm de largura e 
2,5mm de espessura, pesando aproximadamente 
3,5g. Na perimenarca, os ovários alcançam o peso 
de 4g. Na mulher adulta, o ovário possui de 25 a 
26mm de comprimento, 14 a 16mm de largura e 
10 a 12mm de espessura e tem forma ovoide, não 
sendo coberto pelo peritônio. 
4. Órgãos genitais externos femininos 
Correspondem aos lábios maiores, aos lá-
bios menores, ao vestíbulo, ao clitóris e ao monte 
pubiano ou de Vênus que, em seu conjunto, cons-
tituem a vulva.
Os lábios maiores ou grandes lábios são 
pregas cutâneas que delimitam a vulva: terminam 
anteriormente no monte púbico e, posteriormen-
te, ao unirem-se, formam a fúrcula. No bojo dos 
grandes lábios estão o tecido conjuntivo e as fi-
bras terminais do ligamento redondo.
Os lábios menores, pequenos lábios ou 
ninfas, são duas pregas cutâneas dispostas sagi-
talmente, com uma extremidade posterior que 
quase sempre se perde no contorno dos grandes 
lábios. Anteriormente se bifurcam, envolvendo o 
clitóris (prepúcio), e, imediatamente abaixo, for-
mam o freio do clitóris.
O espaço interlabial é virtual e apresenta 
uma fenda – a rima vulvar. Quando os pequenos 
lábios são separados, visualiza-se o espaço cha-
mado vestíbulo que apresenta, anteriormente, o 
orifício externo da uretra ladeado pelas glândulas 
de Skene e, posteriormente, o óstio da glândulas 
de Bartholin (glândulas vestibulares maiores) e, 
em toda a sua extensão, as glândulas vestibulares 
menores ou de Hugurer. Inserido no contorno do 
orifício vaginal, encontra-se o hímen, que pode 
ser bilabiado, fenestrado, puntiforme ou até im-
perfurado.
O clitóris, homólogo ao pênis, é formado 
pela confluência dos órgãos eréteis: raízes dos 
corpos clitoridianos e bulbos do vestíbulo.
Na recém-nascida, a vulva encontra-se hi-
peremiada, os grandes lábios são espessos, ver-
melhos ou levemente cianosados e se visualizam 
os pequenos lábios, o clitóris, o orifício uretral e o 
hímen. A mucosa do vestíbulo é rósea e túrgida. O 
hímen apresenta-se como uma membrana espes-
sa com orifício de 4mm de diâmetro.
Nos primeiros anos da infância, os grandes 
lábios perdem sua turgescência e transformam-
-se em delgadas pregas cutâneas que se tocam e 
cobrem os pequenos lábios; os pequenos lábios 
não recobrem o vestíbulo da vagina; o hímen en-
contra-se adelgaçado e translúcido e a mucosa do 
vestíbulo é vermelha e atrófica.
O crescimento mais pronunciado da vulva e 
do monte-de-vênus inicia-se em torno dos 7 anos 
de idade. Na perimenarca, a vulva é mais poste-
rior e horizontal, os grandes lábios se ingurgitam, 
e os pequenos lábios se pigmentam, o hímen se 
engrossa, seu orifício alcança 1cm de diâmetro e 
sua elasticidade é maior. As mucosas vulvares são 
 31 Faculdade christus
 Capítulo 1
pálidas e úmidas devido à secreção das glândulas 
de Bartholin e das parauretrais de Skene.
A artéria pudenda interna, ramo da artéria 
ilíaca interna, é a principal artéria da vulva, dividin-
do-se em ramos perineais, perianais, retais inferio-
res, dorsal do clitóris e labiais posteriores. A iner-
vação provém principalmente do nervo pudendo, 
que acompanha os vasos pudendos internos por 
baixo do ligamento sacrotuberal, passando pelo 
 Figura 6- Desenho dos órgãos genitais femininos – Hemi-pelve direita.
Figura 7- Órgãos genitais femininos – Hemi-pelve direita.
Fonte: SILVA FILHO, A.R.; LEITÃO, A.M.F.; BRUNO, J.A. Atlas-Texto de Anatomia Humana Aplicada. Fortaleza: LCR, 2009.
canal pudendo e chegando ao períneo abaixo do 
túber isquiático, onde se ramificam.
Os linfáticos estão distribuídos em dois 
grupos: o superior, que recolhe a linfa do clitóris e 
do vestíbulo, drenando para os linfonodos femo-
rais, e o inferior que abrange fúrcula, grandes lá-
bios, pequenos lábios e vestíbulo, drenando para 
os linfonodos inguinais superficiais e femorais.
32 Faculdade christus
Capítulo 1
 Figura 9 – Desenho da genitália externa feminina.
Figura 8 – Genitália externa feminina.
Fonte: SILVA FILHO, A.R.; LEITÃO, A.M.F.; BRUNO, J.A. Atlas-Texto de Anatomia Humana Aplicada. Fortaleza: LCR, 2009.
 33 Faculdade christus
 Capítulo 1
5. Correlações Topográficas 
5.1 O períneo anatômico 
Parte superficial da parede inferior do tron-
co, suavemente encurvada entre o baixo ventre, 
anteriormente, e o cóccix, posteriormente, estan-
do limitada pelas coxas e nádegas, lateralmen-
te. O períneo anatômico é delimitado, anterior-
mente, pelo ângulo púbico; posteriormente, pelo 
cóccix e, lateralmente, pelos túberes isquiáticos, 
apresentando a forma de um losango quando as 
coxas são abduzidas. Uma linha que passa trans-
versalmente na frente das tuberosidades isquiáti-
cas divide o períneo anatômico em um triângulo 
posterior ou anal e outro anterior ou urogenital.
5.2 O períneo ginecológico
É o espaço situado entre a comissura dos 
lábios menores ou fúrcula vaginal e o ânus, em 
forma de cunha triangular, cuja parede anterior 
é formada pela face posterior da vagina peri-
neal e do vestíbulo vulvar. A parede posterior 
corresponde à borda anterior doânus, à face 
anterior do canal anal e do reto perineal. O 
vértice corresponde à extremidade inferior do 
tabique vaginorretal. A base é formada pelo es-
paço entre a fúrcula e o ânus, sendo ocupado 
pela confluência dos músculos esfíncter externo 
(estriado) do ânus, transversos superficial e pro-
fundo, bulbo-esponjoso e fibras retais do levan-
tador do ânus. Importante na estática genital, 
rompe-se frequentemente no trabalho de parto 
e é onde se faz a episiotomia.
5.3 Superfície 
Na rima do pudendo, entre os lábios me-
nores, estão os óstios da vagina e da uretra. Na 
virgem, a abertura vaginal está parcialmente fe-
chada pelo hímen, sendo que depois da cópula 
os resquícios do hímen são representados pelas 
carúnculas himenais. Entre o hímen e os peque-
nos lábios, no vestíbulo vaginal, encontram-se, 
bilateralmente, os óstios das glândulas vesti-
bulares maiores (de Bartholin). Essas glândulas, 
quando aumentadas, são palpáveis na parte 
posterior do óstio vaginal.
5.4 Exame vaginal
A vagina tem paredes anterior, posterior 
e laterais. As paredes anterior e posterior, bas-
tante distensíveis, se acolam abaixo da porção 
vaginal do colo do útero que se salienta no teto 
da cavidade vaginal. Os recessos formados en-
tre o colo e as paredes vaginais são denomina-
dos fórnices vaginais.
A parede anterior, menor que a posterior, 
está separada, na sua parte superior, da bexi-
ga e dos ureteres por tecido conjuntivo frouxo. 
Inferiormente, a parede anterior tem correlação 
topográfica com a uretra, estando dela separa-
da pela fáscia endopélvica.
A parede posterior da vagina estende-se 
do vestíbulo vaginal até o colo uterino e está 
separada do canal anal e do reto por tecido 
conectivo pouco vascularizado. Com um dedo 
na vagina, por um lado, e exercendo-se pres-
são na parede abdominal anterior, por outro, 
pode-se palpar todo o colo e o corpo do útero. 
Se se introduzir um espéculo na vagina, podem 
ser expostas, para o exame visual, as paredes 
do canal vaginal, a porção vaginal do colo e o 
seu óstio externo.
O óstio externo da uretra está situado an-
teriormente à abertura da vagina, no vestíbulo. 
Distante aproximadamente 2,5cm do óstio ex-
terno da uretra, anteriormente, estão a glande 
e o prepúcio do clitóris e, ainda mais anterior e 
externamente, o monte da pube. 
D- Referências Bibliográficas
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34 Faculdade christus
Capítulo 1
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Editora Atheneu, 2004. p.51-59.
cApítulo 2
SEMIOLOGIA GINECOLÓGICA
Francisco das Chagas Medeiros
Rálison Yure Soares Melo
A- PROBLEMA 
Paciente de 35 anos, casada, costureira, 
procedente de Fortaleza, procura a emergência 
de um Hospital com queixa de dor no “baixo 
ventre”. É atendida por um clínico que consta-
ta que a patologia é ginecológica. Como não é 
a sua especialidade e não há ginecologista de 
plantão no momento, tenta se lembrar da se-
miologia correta.
 
B- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. Apropriar-se dos conceitos básicos da co-
municação médico-paciente.
2. Conhecer a consulta centrada na paciente.
3. Refletir sobra a importância da semiologia 
ginecológica no diagnóstico de patologias 
ginecológicas mais comuns.
4. Conhecer os passos do exame físico geral e 
ginecológico, incluindo o das mamas.
C- ABORDAGEM TEMÁTICA
1. Introdução
1.1. Comunicação com pacientes 
A comunicação é definida como a trans-
missão de informações, pensamentos e senti-
mentos para que eles sejam satisfatoriamente 
recebidos ou entendidos. Uma boa comunica-
ção com a paciente envolve reconhecer e res-
ponder à paciente como um todo, sendo essa 
abordagem conhecida como cuidado centra-
do no paciente. Ela implica também em reco-
nhecer que de qualquer interação médico-pa-
ciente dois fatores estão presentes: primeiro, o 
do médico que tem o conhecimento clínico e 
segundo, o do cliente que tem o conhecimen-
to de fatores sociais e cultu rais que influen-
ciam efetivamente o tratamento e o cuidado. 
Abordaremos a seguir o modelo centrado no 
paciente. Apresentaremos algumas estratégias 
simples para promover a boa comunicação 
com o paciente dentro do ambiente clínico 
atual. É sabido que os médicos que acreditam 
na importância dos aspectos psicossociais do 
paciente são mais eficientes na comunicação 
e atendem melhor a suas necessidades. No 
entanto, alguns fatores estressantes como o 
tempo, podem interferir na capacidade de 
comunicação do médico com seus pacientes, 
podendo levar a um mal resultado clínico. As-
sim, deve-se levar em conta o nível social, res-
peitar o ponto de vista da paciente, não fazer 
julgamentos precipitados, evitar suposições, 
demonstrar empatia e respeito, compreender 
as barreiras, ajudá-la a superar obstáculos, 
envolver os familiares e nunca se esquecer de 
tranquilizar a paciente. O médico deve ser par-
ceiro de sua paciente/doente; para isso, deve 
se mostrar flexível, negociar papéis quando 
necessário e trabalhar em conjunto em prol da 
saúde da mesma, devendo sempre explicar a 
ela todo o andar da consulta e sempre se cer-
tificar de que está sendo realmente entendido 
e de que ela também o entende. Um problema 
que pode interferir nessa relação diz respeito a 
questões culturais; então, devemos sempre le-
var em conta a cultura e a crença, assim como 
o ponto de vista da paciente
1.2. Por que uma boa comunicação com o 
paciente é importante
a) Satisfação do paciente. Há evidências de 
que se desenvolve uma associação positiva 
36 Faculdade christus
Capítulo 2
entre a satisfação da paciente com os médi-
cos que demonstram capacidade e vontade 
de se comunicar com elas. 
b) Benefícios para a prática: As estraté-
gias para melhorar a comunicação com a 
paciente podem produzir uma maior efi-
cácia na prática. Por exemplo, perguntar 
às pacientes sobre suas preocupações e 
permitir que elas concluam suas declara-
ções, aumenta em pouco tempo a con-
sulta, enquanto aumenta enormemente 
a possibilidade de adquirir informações 
dos pacientes. 
c) Uma melhor retenção de informação pelos 
pacientese as reduções nas queixas de ne-
gligência são benefícios adicionais das prá-
ticas que têm sido associadas com a comu-
nicação eficaz médico-paciente.
1.3. Estratégias práticas para o ambiente clí-
nico atual 
A implementação de um número simples 
de estratégias que adicionam pouco tempo ao 
encontro clínico pode melhorar a comunicação 
da paciente e ir além, entre eles, os requisitos 
essenciais são ter o cuidado com a comunica-
ção pessoal ao interagir com o paciente e ter 
flexibilidade de saber se adequar à paciente.
1.4. Tornando o encontro com o paciente efi-
caz (consultas, visitas etc.). 
Nos encontros clínicos, como na maioria 
das outras interações humanas, as primeiras im-
pressões são as que ficam. Esteja sempre segu-
ro do que você irá realizar e mantenha sempre 
uma atitude amigável. Cumprimente a paciente 
pelo nome e se refira a ela utilizando o prono-
me de tratamento adequado (Senhora). Per-
gunte como gostaria de ser chamada. Caso haja 
acompanhante, cumprimente-o(a). Algumas es-
tratégias facilitam esse encontro como:
 ƒ Faça contato pessoal; olhe diretamente nos 
olhos, uma exceção para esta regra ocorre em 
casos em que a cultura da paciente pode ver 
essa prática como uma atitude rude e inapro-
priada. Respeite o comportamento da paciente.
 ƒ Sente-se ao nível da paciente, nem mais alto 
nem mais baixo.
 ƒ Use expressões faciais para responder aos co-
mentários da paciente como uma forma de 
demonstrar atenção.
 ƒ Encare a paciente durante a entrevista.
 ƒ Após o exame físico comece o contato tera-
pêutico somente quando a paciente estiver 
completamente vestida.
1.5. Monitore sua linguagem corporal 
Uma boa comunicação contém elemen-
tos verbais e não verbais. A linguagem corporal 
geralmente tem mais significado para o pacien-
te do que a linguagem falada.
 ƒ Mantenha a área do peito aberta e os braços des-
cruzados para evitar a formação de uma barreira 
à comunicação, assim como o corpo relaxado.
 ƒ Olhe sempre para a paciente.
 ƒ Mantenha uma postura fletida em direção à 
paciente e uma distância apropriada.
 ƒ Evite olhar para a paciente por cima dos olhos, 
pois pode demonstrar superioridade; retirar 
os óculos pode demonstrar interesse.
 ƒ Continue focado na paciente que pode lhe estar 
falando algo importante para o caso em questão.
1.6. Pratique habilidades de uma escuta eficiente 
Ser um bom ouvinte é a chave para pro-
ver um cuidado centrado na paciente; demons-
tre empatia, interesse e preocupação com os 
problemas da paciente. A paciente que sente 
que o médico foi um bom ouvinte fica confor-
tada, segura e mais à vontade para fornecer as 
informações sobre seu problema. Estudos mos-
tram que a maioria dos diagnósticos podem ser 
dados somente com a anamnese. Além de ouvir 
o que está sendo falado, devemos mostrar que 
estamos fazendo isso, como uma forma de en-
corajar a paciente a continuar falando. Para isso, 
podemos utilizar:
 ƒ Mudanças súbitas de expressões faciais, uma leve 
abertura de olhos em resposta a uma descrição 
de algo doloroso, isso mostra que você além de 
ouvir, está dando a devida atenção.
 ƒ Acene com cabeça em pontos chaves das fra-
ses da paciente.
 ƒ Incline-se levemente para a frente e faça con-
tato visual.
 ƒ Faça confirmações breves para mostrar que 
você está ouvindo e entendendo.
1.7. Escutando com empatia 
Abordar os elementos emocionais da ex-
periência da paciente pode demonstrar empatia, 
e não leva mais que 30 a 60 segundos, podendo, 
em alguns casos, reduzir o tempo de consulta. 
 37 Faculdade christus
 Capítulo 2
Para isso, é importante dizer frases de amparo 
e suporte do tipo: “você está ansiosa”, deve-se 
perguntar como ela se sente e encorajá-la a falar 
sobre suas preocupações em vez de escondê-las. 
Fazer perguntas é uma forma de demonstrar in-
teresse e também serve para que o médico pos-
sa colher mais dados sobre a paciente ou sobre 
sua doença. É importante que as perguntas se-
jam abertas, a fim de encorajá-la a falar.
1.8. Resultados clínicos 
Resultados que têm como base os cri-
térios objetivos mostram uma melhora da co-
municação quando os prestadores incorporam 
essas técnicas em sua prática diária.
2. A História Clínica 
Antes de iniciar a anamnese é necessário 
que o médico se apresente. Você pode iniciar a 
anamnese com uma conversa sobre a paciente 
como, por exemplo, perguntando o que ela gos-
ta de fazer, como se relaciona com as pessoas 
ou comentando alguma notícia recente; com 
isso, você conseguirá conhecê-la melhor, o que 
interpretar as várias situações que aparecerem 
durante a consulta. Isso repercutirá no grau de 
confiabilidade das informações cedidas pela 
paciente. A identificação da paciente deve ser a 
mais completa possível.
2.1. Motivo da consulta 
Deve ser registrado o motivo que levou a 
paciente à consulta. Nem sempre o motivo da 
consulta é uma queixa principal.
2.2. História da Doença (HDA)/ Problema atual 
Nesse momento é importante deixar a 
paciente falar livremente, o médico só deve in-
terromper com o intuito de esclarecer algo que 
ficou nebuloso ou que necessite mais esclare-
cimentos. É imprescindível que na HDA, todos 
os sintomas/problemas relatados pela paciente 
sejam caracterizados quanto a(aos): localização, 
início, fatores precipitantes, qualidade, irradia-
ção, intensidade, periodicidade, manifestações 
associadas. Nessa parte, as perguntas feitas 
pelo médico devem ser abertas e não devem 
induzir a uma resposta.
3. Sinais e Sintomas em Ginecologia 
Antes de descrevermos os principais si-
nais e sintomas, vamos inicialmente diferenciar 
sinal de sintoma. Sintoma relaciona-se com o 
que a paciente sente, são relatados pela pacien-
te com o intuito de esclarecer sua condição clí-
nica. Sinal é aquilo que o examinador encontra 
na anamnese ou no exame físico. 
Durante a anamnese devem-se enfatizar 
perguntas abertas com a finalidade de esclare-
cer ao máximo possível o problema da paciente, 
exemplos:
 ƒ Dor - Fale-me sobre sua dor! Sente essa dor em 
outro local? Qual? Você nota algum outro pro-
blema quando essa dor aparece? Qual?
 ƒ Sangramento anormal - Como é seu ciclo 
menstrual? Ocorre perda de sangue entre os 
períodos? Quantos absorventes a senhora 
utiliza por dia; eles ficam muito encharcados?
 ƒ Corrimento - Como é esse seu corrimento? 
Qual a cor? Apresenta algum odor? Poderia 
descrever? Seu parceiro apresenta algum sin-
toma que possa associar-se ao seu?
 ƒ Sintomas pré-menstruais - A senhora nota 
algum outro sintoma? Há algo que o alivia? 
Ou que o piora? A senhora utiliza alguma me-
dicação para esse problema? Quanto isso está 
interferindo em suas atividades diárias?
 ƒ Sintomas de menopausa - Quando foi sua 
última regra? A senhora sente algum sintoma 
que associa com o caso atual? A senhora se 
sente feliz com sua vida, atualmente? A se-
nhora faz uso de alguma medicação?
 ƒ Sintomas urinários - A senhora tem algum 
queixa/problema quando vai urinar? Como é 
sua urina, poderia descrever? A senhora sente 
mais algum problema? Está fazendo uso de 
algum remédio? Fale sobre eles!
4. História Médica Pregressa
4.1. História menstrual 
Começa-se buscando informações sobre 
a menarca, como, por exemplo, perguntando 
quando ocorreu e se ela apresentou algum sinto-
ma associado. Se a paciente já estiver no climaté-
rio pergunte acerca da menopausa, como ocor-
reu (cirúrgica ou espontânea), quais sintomas ela 
videnciou, se fez ou faz uso de terapia hormonal. 
Caso a paciente esteja na menacme (período 
reprodutivo), deve-se investigar os ciclos mens-
truais quanto à regularidade, o número de dias, 
38 Faculdade christus
Capítulo 2
a quantidade de sangue eliminado e sobre sinto-
mas associados. Para facilitar essas observações o 
médico pode pedir

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