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CURSO DE 2ª FASE PENAL 
XXII EXAME DE ORDEM 
Aula 12 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
01. INTRODUÇÃO 
 
O Recurso em Sentido Estrito é o recurso através do qual se busca o reexame da decisão, despacho ou sentença 
do juiz, permitindo a este, um novo pronunciamento, nas hipóteses taxativamente previstas em lei. 
Deve-se ter muito cuidado para não confundir quando será cabível o RESE ou a Apelação. Podemos diferenciar da 
seguinte maneira: 
REGRA GERAL se a decisão for de mérito caberá APELAÇÃO e se for decisão interlocutória caberá RESE. 
Todavia, esta dica NÃO se aplica às decisões proferidas pelo Tribunal do Júri. 
 
02. TIPOS DE SENTENÇA 
 
Para saber se caberá RESE ou APELAÇÃO deve-se verificar se já existe uma sentença, pois, a depender do tipo 
de sentença, caberá um ou outro recurso. 
 
A doutrina ensina que pode haver os seguintes tipos de sentença: 
 
► Sentença Stricto Sensu ou Sentença em termo próprio 
 
É a decisão judicial propriamente dita sobre o mérito do feito, é a sentença que decide o MÉRITO da questão, 
decidindo de forma intrínseca as questões do processo. Desta sentença, via de regra, caberá Apelação. 
Vale lembrar que existe a seguinte classificação deste tipo de sentença: 
 
Sentença Absolutória 
Própria ou Perfeita 
O juiz absolve o réu inocentando-o. É aquela que inocenta o acusado e não acarreta 
mais nenhum ônus do ponto de vista penal. 
Sentença Absolutória 
Imprópria ou Imperfeita 
O réu também é inocentado, mas a ele é imputada alguma medida de segurança, 
normalmente será aplicada esta. 
Sentença Condenatória 
São as sentenças em que o agente é responsabilizado criminalmente, existindo a 
aplicação de uma pena. Há o acolhimento da pretensão punitiva. 
 
 
► Sentença Latu Sensu 
 
É qualquer decisão do juiz que NÃO resolva o MÉRITO, como as decisões interlocutórias. 
Todas as sentenças que foram feitas antes de decidir o feito serão consideradas sentenças latu sensu. 
Tal sentença é sinônimo de toda e qualquer sentença interlocutória, tudo que seja decisão emanada do juiz e que 
não verse sobre o mérito do feito. Como já foi dito, desta sentença, via de regra, caberá RESE. 
Como se pode observar, saber o tipo de sentença que foi proferida é de suma importância para poder identificar se 
será cabível o RESE. 
 
03. HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RESE 
 
O rol das hipóteses de cabimento do RESE é TAXATIVO. 
Vale ressaltar, também, que algumas das situações elencadas no artigo 581 do Código de Processo Penal não 
comportam mais RESE, submetendo-se ao Agravo em Execução. 
Outras, simplesmente não possuem mais aplicação prática ou foram revogadas tacitamente por outros dispositivos 
legais. 
OBSERVAÇÃO: Medida de Segurança NÃO é pena, tendo em vista que a pena tem a ideia de reeducação do 
apenado, já a medida de segurança tem fins curativos. 
 
 
 
 
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Posto isto, vale analisar as hipóteses de cabimento do RESE que ainda estão plenamente em vigor: 
 
DECISÃO QUE NÃO RECEBER DENÚNCIA OU QUEIXA (Art. 581, I, CPP). 
 
Esta hipótese de RESE será cabível todas as vezes que a denúncia ou queixa for rejeitada nos termos do art. 395 
do Código de Processo Penal, ou seja, basta que haja a rejeição liminar da denúncia ou queixa com fundamento 
nas hipóteses deste artigo para ser cabível o RESE. 
 
OBSERVAÇÃO: Admite a jurisprudência, também, ser cabível o RESE com tal fundamento quando a decisão 
rejeita o aditamento da denúncia. 
 
Vale lembrar que não existe recurso previsto expressamente no Código de Processo Penal para a decisão que 
recebe a denúncia ou a queixa, sendo possível a parte intentar habeas corpus como ação autônoma, no intuito de 
trancar a ação penal. 
Por fim, havendo a interposição do RESE por parte da acusação, o denunciado deve ser intimado para apresentar 
suas contrarrazões, ainda que não exista sequer processo, tendo por fundamento a manutenção da ampla defesa. 
 
ATENÇÃO!!! Em caso de infração penal de competência do Juizado Especial Criminal, a rejeição da denúncia ou 
queixa ensejará APELAÇÃO, nos termos do art. 82 da Lei nº 9099/95 e o prazo será de 10 DIAS. 
 
 
DECISÃO QUE CONCLUIR PELA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO (Art. 581, II, CPP) 
 
Aplica-se este caso, quando o reconhecimento da incompetência for feito de ofício pelo juiz, ou seja, o próprio juiz, 
por iniciativa pessoal e sem o requerimento de nenhuma das partes, entende que não é competente para julgar o 
feito e profere decisão alegando a incompetência do juízo. 
Deve-se ficar atento ao detalhe acima, pois caso o reconhecimento da incompetência seja decorrente da arguição 
de uma exceção, NÃO haverá a fundamentação do RESE com base no inciso II do art. 581 do CPP e sim com base 
no inciso III do artigo 581 do CPP. 
 
OBSERVAÇÃO: Caso o magistrado conclua pela competência do juízo, não existe recurso cabível, podendo a 
defesa ingressar com habeas corpus, tendo por fundamento o princípio do juiz natural. 
 
 
DECISÃO QUE JULGAR PROCEDENTE AS EXCEÇÕES, SALVO A DE SUSPEIÇÃO (Art. 581, III, CPP) 
 
As exceções, conforme previsão do art. 95 do CPP, podem ser de suspeição (ou impedimento) incompetência do 
juízo, litispendência, ilegitimidade da parte e coisa julgada. 
No que se refere às exceções de incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade da parte e coisa julgada, elas 
são processadas em apartado e decididas pelo próprio juiz da causa, nos exatos termos do art. 111 do CPP. 
Caso o juiz da causa decida pela procedência destas exceções será cabível a interposição do RESE com funda-
mento no inciso III, do art. 581 do CPP. 
Em relação à decisão que julga procedente a exceção de incompetência do juízo, deve-se ter cuidado, tendo em 
vista que neste caso NÃO é o próprio juiz que decide de ofício pela incompetência do juízo (o que ensejaria a 
interposição do RESE com base no inciso II, do art. 581 do CPP) e sim a decisão de incompetência é motivada pela 
interposição de uma exceção, ou seja, há o reconhecimento da incompetência do juízo através de um requerimento 
da parte. 
Por sua vez, no que diz respeito à decisão que julgar procedente a exceção de suspeição existe uma ressalva 
trazida pelo próprio inciso III, do art. 581 do CPP. 
Neste caso NÃO será cabível a interposição do RESE, tendo em vista que nesta hipótese o duplo grau de jurisdição 
será automático, podendo ocorrer as seguintes situações: 
1ª) Caso o magistrado concorde com a exceção de suspeição, decretará a suspensão do processo e a remessa 
dos autos ao substituto. Neste momento ocorrerá um controle jurisdicional, realizado pelo Tribunal, pois cabe ao 
Presidente designar qual o magistrado será o substituto. 
2ª) Caso o juiz discorde da exceção de suspeição, os autos, obrigatoriamente, devem ser encaminhados a instância 
superior. 
Recomenda-se a leitura dos artigos 99 e 100 do CPP. 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO: Caso o juiz decida pela rejeição da exceção, não existe recurso cabível, podendo ser intentado 
habeas corpus. 
 
 
DECISÃO QUE PRONUNCIAR O RÉU (Art. 581, IV, CPP) 
 
Por expressa disposição legal, da decisão que pronunciar o réu caberá a interposição do RESE com base no inciso, 
IV, do art. 581 do Código de Processo Penal. 
 
OBSERVAÇÃO: Em relação às decisões que podem ser proferidas em sede de Tribunal do Júri, vale lembrar a 
possibilidade de interposição dos seguintes recursos: 
• Pronúncia – cabe RESE com fundamento no art. 581, IV, do CPP. 
• Desclassificação – cabe RESE com fundamento no art. 581, II ou III, do CPP. 
• Impronúncia – cabe APELAÇÃO com fundamento no art. 416 do CPP. 
• Absolvição Sumária – cabe APELAÇÃO com fundamento no art. 416 do CPP. 
 
 
DECISÃO QUE CONCEDER, NEGAR, ARBITRAR, CASSAR OUJULGAR INIDÔNEA A FIANÇA, INDEFERIR 
REQUERIMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA OU REVOGÁ-LA, CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA OU RE-
LAXAR A PRISÃO EM FLAGRANTE; (Art. 581, V, CPP) 
 
Toda vez que couber RESE no caso de fiança deve-se verificar quais são os casos em que não cabe fiança previstos 
nos arts. 323 e 324 do CPP. 
Outro ponto relacionado à fiança que é de grande relevância é o de que o delegado de polícia, atualmente, poderá 
conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas, nos exatos termos 
do art. 322, caput e parágrafo único do Código de Processo Penal. 
Destaca-se que somente caberá RESE do indeferimento da prisão preventiva, caso a sentença venha a decretar a 
preventiva deve-se pedir a revogação da prisão preventiva. 
Recomenda-se a leitura dos artigos 311 a 315 do CPP. 
 
OBSERVAÇÃO: Caso a liberdade provisória seja negada, caberá a defesa intentar habeas corpus. 
 
 
OBSERVAÇÃO: O assistente de acusação não é parte legítima para intentar RESE, nas hipóteses em que o 
juiz conceder liberdade ao réu. 
 
 
DECISÃO QUE JULGAR QUEBRADA A FIANÇA OU PERDIDA SEU VALOR (Art. 581, VI, CPP) 
 
As hipóteses que acarretam a perda ou quebramento da fiança, de acordo com o CPP, estão trazidas nos 341 a 
346 do CPP. 
 
 
DECISÃO QUE DECRETAR A PRESCRIÇÃO OU JULGAR, POR OUTRO MODO EXTINTA A PUNIBILIDADE 
(Art. 581, VIII, CPP) 
 
Normalmente quem utiliza esta hipótese de RESE é o promotor de justiça ou o Assistente de Acusação, já que a 
extinção de punibilidade é benéfica ao agente. 
 
 
DECISÃO QUE INDEFERIR O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO OU DE OUTRA CAUSA EX-
TINTIVA DE PUNIBILIDADE (Art. 581, IX, CPP) 
 
 
 
 
 
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Esta hipótese de RESE ocorrerá nos casos de existir uma decisão que denegar o reconhecimento de uma causa 
extintiva de punibilidade. Deve o candidato sempre ir para o art. 107 do Código Penal para ver quais são as hipóte-
ses de extinção de punibilidade e se houve, no caso concreto, o indeferimento do seu pedido de reconhecimento. 
Ex. Houve decadência ao direito de queixa, mas o juiz NÃO a reconheceu, neste caso será cabível a impetração de 
RESE. 
 
 
DECISÃO QUE CONCEDER OU NEGAR ORDEM DE HABEAS CORPUS (Art. 581, X, CPP) 
 
Desta hipótese de RESE a situação que interessa à defesa é o caso de negação de ordem de habeas corpus. 
Vale ressaltar que a negativa de seguimento do habeas corpus deve ser realizada por um juiz singular para poder 
caber o RESE. 
Deve-se ter cuidado com esta hipótese de RESE, pois caso o habeas corpus seja negado pelo Tribunal de Justiça, 
pelo TRF ou por Tribunais Superiores (STJ, STM ou TSE), NÃO caberá RESE e sim o Recurso Ordinário Constitu-
cional (ROC), nos termos dos artigos 102, II, “a” e 105, II, “a” da Constituição Federal. 
Neste último caso, NÃO haverá supressão de instância em face de previsão constitucional expressa deste último 
recurso. 
Desta forma, sempre que for o caso de denegação de Habeas Corpus deve-se ir para o art. 102 CF e 105 CF para 
verificar se há uma situação que motivaria o Recurso Ordinário Constitucional (ROC) para o STF ou STJ a depender 
do caso. 
No caso de ser hipótese de ROC, este recurso vai ser impetrado diretamente no STF ou STJ, não havendo que se 
falar em supressão de instância. 
 
 
DECISÃO QUE ANULAR, TOTAL OU PARCIALMENTE, O PROCESSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL (Art. 581, 
XIII, CPP) 
 
Nesta hipótese de RESE, segundo a doutrina, o que importa é que houve a anulação de algum ato processual, ou 
de todo o processo, e não apenas a anulação da instrução criminal. 
Ou seja, a expressão “instrução” foi utilizada de forma ampla. Neste caso será cabível a impetração de RESE tanto 
pela acusação, quanto pela defesa, a depender do interesse. 
 
 
DECISÃO QUE INCLUIR OU EXCLUIR JURADO DA LISTA GERAL (Art. 581, XIV, CPP) 
 
Existe uma grande peculiaridade nesta hipótese de RESE, pois o prazo para intentá-lo, neste caso, é de 20 dias, 
nos termos do art. 586, parágrafo único, do CPP, a contar da publicação definitiva da lista de jurados. 
Além disso, o endereçamento da petição de interposição e as das razões é feito diretamente ao Presidente do 
Tribunal e as razões do recurso, exclusivamente nesta hipótese, serão apresentadas dentro do prazo de 20 dias, 
NÃO havendo o prazo de 2 dias para apresentação das razões recursais, como ocorre nas demais hipóteses de 
RESE previstas ao teor do artigo 581 do CPP. 
Vale lembrar que qualquer pessoa é parte legítima para intentar RESE nesta hipótese, tendo em vista que a lista de 
jurados é de interesse coletivo ou difuso. 
 
 
DECISÃO QUE DENEGAR A APELAÇÃO OU JULGÁ-LA DESERTA (Art. 581, XV, CPP) 
 
A hipótese de denegação de apelação ainda está plenamente em vigor e ocorrerá todas as vezes que a apelação 
NÃO for recebida pela ausência de pressupostos recursais de admissibilidade. 
Não é mais cabível o instituto da deserção da apelação em decorrência da revogação do art. 594 CPP. 
Este artigo previa que caso o réu apresentasse apelação e depois viesse a fugir, haveria a deserção da apelação. 
Corroborando com este entendimento, o STJ editou a Súmula 347 que afirma que “o conhecimento de recurso de 
apelação do réu independe de sua prisão”, razão pela qual, também em sede jurisprudencial, a hipótese de cabi-
mento de RESE diante de decisão que julgou a apelação deserta encontra-se superada. 
 
 
 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO: HIPÓTESES DO ARTIGO 581 DO CPP EM QUE NÃO CABE MAIS RESE (VISTAS NA AULA) 
 
Deve-se ter muito cuidado para não cair nas seguintes “cascas de banana”, tendo em vista que nas seguintes 
hipóteses NÃO é cabível mais o RESE: 
 
1ª) Da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena (art. 581, XI, CPP) – caberá 
Agravo ou Apelação a depender de quem decidiu acerca da suspensão condicional da pena. Em caso de decisão, 
na sentença, pelo juiz sentenciante, caberá Apelação, com fundamento no art. 593, I do CPP. Em sendo a decisão 
proferida pelo juízo da execução, caberá Agravo em Execução com fundamento no art. 197 da Lei 7.210/84 – Lei 
de Execuções Penais; 
 
2ª) Da decisão que conceder, negar ou revogar livramento condicional (art. 581, XII, CPP) – caberá Agravo em 
Execução (art. 197 da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ido de intimação e inquirição das testemunhas

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