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Direito civil III

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Direito civil III
Professora: Fernanda Louro
fernandalouro2@yahoo.com.br
Material de aula: direitodoscontratos.estacio@gmail.com
Senha: estacio2013
Teoria geral dos contratos
Conceito
Contrato é um acordo de vontades. 
Evolução histórica
- surgimento do contrato se confunde com a própria evolução da sociedade. O que nos interessa é saber em qual momento o contrato passou a possuir uma sistematização jurídica.
 
- a primeira ideia dessa sistematização se encontra no Direito Romano, em que se incluía o contrato como uma das fontes das obrigações.
- mas a origem histórica dos contratos, tal qual concebemos hoje, somente se esclarece à luz da ideologia individualista típica do regime capitalista de produção (GOMES, Orlado apud GAGLIANO; PAMPLONA FILHO: 2009).
- nesse ponto, vale apontar as características do movimento Iluminista, no qual o homem e sua vontade racional são o centro do universo. Valoriza-se a força normativa do contrato, levada a efeito pela vontade das partes (pacta sunt servanta).
- a visão individualista e patrimonialista entre o final do Séc. XIX e o início do Séc. XX tem como consequência desequilíbrios sociais, que somente são contornados pelo dirigismo contratual do Séc. XX.
- nesse contexto, visualizam-se transformações ao longo do Séc. XX resultantes de um processo de solidarização social, como reflexo do princípio fundamental da dignidade humana.
- Estado Democrático de Direitos >> o Direito Civil e a Constituição: fim da dicotomia entre o público e o privado: “o Estado é edificado pela sociedade e deve mirar os valores que ela aponta” (Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald);
- conciliação entre a autonomia privada e os direitos fundamentais: o princípio constitucional da livre iniciativa situado na esfera da ordem econômica (art. 170, CF) nada mais é do que uma derivação do princípio da dignidade humana.
- repersonificação
>> boa-fé objetiva e função social: cláusulas gerais; normais de conteúdo intencionalmente vago e impreciso.
- Boa-fé objetiva: a relação jurídica entre credor e devedor supera o campo da prestação > toda relação obrigacional está também pautada no princípio da boa-fé objetiva e, portanto, além do cumprimento da prestação, credor e devedor se obrigam a observar um modelo de conduta baseado na ética. Deveres anexos.
- função social: também funciona como limite positivo ao exercício da liberdade negocial. Limitação à autonomia privada no sentido de valorizá-la, para que a liberdade contratual não se prenda apenas à liberdade do mais forte em detrimento do contratante mais fraco ou da própria sociedade. Deve se preocupar com a sociabilidade dos interesses e não com a simples satisfação dos interesses particulares do credor.
Natureza jurídica
É um negócio jurídico. Há duas teorias para explicar essa natureza: as teorias objetivistas e as teorias voluntaristas. Para as primeiras, o negócio jurídico é um meio, um instrumento de expressão da vontade. Para as segundas, o que importa é a vontade. O negócio jurídico nada mais é do que a própria vontade. As teorias voluntaristas se subdividem na Teoria da vontade e na Teoria da declaração. 
Para a Teoria da vontade, o que importa realmente é a intenção das partes que celebram o contrato, sua vontade real. É a realidade íntima da vontade humana. Na Teoria da declaração, também há a vontade, mas o que importa é a vontade declarada, expressa.
Plano de existência, validade e eficácia. (escada ponteana)
1º) Existência: manifestação de vontade, agente, objeto e forma.
2º) Validade: vontade livre e de boa-fé, agente capaz (ou devidamente representado ou assistido, se for absolutamente ou relativamente incapaz), objeto lícito e possível, forma prescrita ou não defesa em lei.
3º) Eficácia: em regra, não possui fatores eficácias. Mas, acidentalmente, podem existir. São eles: termo (evento futuro e certo), condição (evento futuro e incerto) e encargo (ônus, um benefício de liberalidade).
Escada ponteana (Pontes de Miranda)
	1º degrau: plano da existência
	Manifestação de vontade;
Agente;
Objeto;
Forma.
	2º degrau: plano de validade
	Vontade livre e de boa-fé;
Agente capaz (ou devidamente representado ou assistido, se incapaz);
Objeto lícito e possível;
Forma prescrita ou não defesa em lei.
	3º degrau: plano de eficácia
	Elementos acidentais:
Condição (evento futuro e certo);
Termo (evento futuro e incerto);
Encargo (ônus).
Princípios
Liberdade de contratar: é poder escolher o que, com quem e quando vai contratar. As partes tem liberdade de escolher. Pode-se escolher o público alvo, mas não se pode fazer acepção.
Autonomia privada/autonomia da vontade: é o princípio que afirma que a vontade das partes devem ser respeitadas. As pessoas devem ter liberdade para contratar se quisessem (não são obrigados), com quem quisessem e sobre o que quisessem.
Liberdade de forma: em regra, as partes tem liberdade de escolher a forma que elas querem contratar, salvo em algumas exceções, se a lei exija uma forma determinada para se contratar (consensualismo). O que for definido em contrato deve ser respeitado. Esse princípio é considerado uma extensão do princípio da autonomia da vontade/autonomia privada.
Função social: art. 241, CC c/c art. 2.035, parágrafo único, CC. O contrato, isto é, seus efeitos não podem ferir direitos da coletividade, ainda que tenha força obrigatória entre os contratantes. Relação com a resolução por onerosidade excessiva (arts. 478 e 479, CC) e a exceção do contrato não cumprido (art. 476, CC).
1º nível: nível intrínseco. O que a função social gera para as partes envolvidas no contrato (movimentar economia, circular riquezas...);
2º nível: nível extrínseco. O que a função social gera para a sociedade como um todo.
OBS: Se um contrato foi firmado antes da publicação do CC/02, ou seja, de acordo com o Código de 1916, vale, para esse contrato, as questões relativas à validade e existência disciplinadas no código antigo. Em relação à eficácia/efeitos do contrato, deve ser respeitado o que foi legislado no novo código (art. 2.035 e parágrafo único, CC).
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Boa-fé objetiva: difere-se da boa-fé subjetiva. Esta tem relação com a consciência humana (o que ele pensa o que ele sente). A boa-fé objetiva se traduz como uma norma de comportamento, uma atuação (como ser humano atua em uma relação jurídica contratual). É baseada na ética, na honradez, na lealdade, na honestidade. A boa-fé objetiva tem três funções:
Função interpretativa: aplica-se tanto paras as partes envolvidas quanto para o magistrado (Estado-Juiz). A boa-fé objetiva serve de orientação para interpretação de um determinado comportamento das partes no contrato. No caso do Estado-Juiz, este se baseará na boa-fé objetiva para resolver um determinado conflito de interesses entre as partes;
Função integrativa: está relacionada com a criação de deveres anexos ao contrato. Todo contrato inclui-se um anexo, a boa-fé objetiva, mesmo que não esteja expresso. São deveres anexos: a transparência, a lealdade, a cooperação, a informação correta;
Função limitadora/controladora de direitos (art. 187, CC): controle do exercício dos direitos. O direito de uma pessoa termina quando o direito da outra pessoa começa.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direitoque, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Figuras que se desdobram da boa-fé objetiva
Venire contra factum proprium: teoria dos atos próprios ou vedação do comportamento contraditório. Veda a atuação da outra parte se esta age com malícia. Os contratantes, ao acordarem, devem manter o comportamento do início ao fim do contrato, ainda que haja condição diferente no contrato. Exemplos: art. 330, CC c/c art. 113, CC e art. 973, CC). Enunciado 362 do CJF.
Supressio e surrectio: a surrectio (aquisição) está relacionada a criação de expectativa pra uma das partes. Há a supressão de um direito do devedor, que ele possuía no princípio do contrato. A posteriori, não se pode reclamar tal direito. A supressio (supressão) é uma atitude do credor, que vai suprimir um direito que ele possuía no princípio do contrato. A posteriori, tal contratante não pode reivindicar esse direito de volta.
Tu quoque: visa tutelar a confiança. É quando há uma quebra de confiança no contrato. (“eu não posso exigir de uma pessoa aquilo que eu não quero que se exija de mim”).
Duty mitigate the loss: É o dever de sempre agir para mitigar a perda. Traz a ideia de mitigar, reduzir as perdas, prejuízos e está relacionado com o princípio de cooperação.
Pacta sunt servanda: princípio da força obrigatória dos contratos. O que é definido num contrato tem força de lei. O contrato precisa ter força obrigatória, senão não produzirá efeitos. Há exceções:
1ª) Exceção do contrato não cumprido (art. 476, CC): se uma parte não cumpre com a sua obrigação, a outra parte também não possui a obrigação de cumprir;
2ª) Resolução por onerosidade excessiva (art. 478 e ss., CC): cláusula desproporcional.
3ª) Teoria do rompimento da base objetiva do negócio (art. 6º, V, Lei nº. 8078/90): implica nas relações de consumo.
Equilíbrio contratual: os contratantes devem ser iguais. A ideia é sempre buscar o equilíbrio na relação contratual. Quando há desequilíbrio, devem-se buscar mecanismos para se estabelecer o equilíbrio.
Dignidade humana: é um princípio constitucional e um valor da sociedade.
Atipicidade: atipicidade é o que não está previsto em lei, não foi positivado. Um contrato atípico é aquele que não encontra respaldo na legislação.
Relatividade dos efeitos: o contrato se relaciona entre as partes, em regra. Há um caso excepcional: o seguro pra terceiro (estipulação em favor de terceiro).
Interpretação dos contratos
Relevância:
 
1) para as partes; 
2) para o juiz, em caso de conflito de interesses.
Métodos de interpretação
Literal: nela busca-se os exatos termos do contrato estabelecido (restringe o sentido);
Sistemática: interpreta-se com as cláusulas em conjunto (o contrato como um todo);
Teleológica: busca-se a finalidade do que foi estabelecido (amplia o sentido);
Histórica: busca o contexto histórico da época em que o contrato foi estabelecido.
>>> nos contratos onerosos: teoria da vontade – interpretação teleológica – art. 112.
>>> nos contratos gratuitos: teoria da declaração – interpretação literal – art. 114.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Espécies
Declaratória: apenas declara algo que já está escrito. o único objetivo é descobrir a intenção comum dos contratantes;
Integrativa: quando objetiva aproveitamento do contrato, suprindo lacunas ou pontos omissos.
Contratos de adesão
É um contrato em que as cláusulas já estão predispostas, cabe ao contratante decidir se aceita ou não. Não se pode modificar as cláusulas existentes (aderente, sem liberdade), as quais são estipuladas pelo proponente.
No CC: arts. 423 e 424, CC.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 423: cláusulas contraditórias e ambíguas. Interpretasse de maneira mais favorável ao aderente, buscando sempre o equilíbrio. É considerada interpretação contra stipulatorem ou contra proferentem.
Art. 424: são nulas as cláusulas de renúncia antecipada. Exemplo: art. 447, CC (evicção). 
No CDC: art. 47, CDC e art.54, CDC. 
Formação dos contratos
Negociações preliminares (pontuação): os contratantes conversam sobre o negócio jurídico a ser firmado, analisando objeto a ser acordado entre as parte, discutindo os elementos preliminares do contrato. A negociação preliminar não se confunde com contrato preliminar. A negociação não gera nenhuma expectativa nas partes, não as vinculam. O contrato preliminar é celebrado na conclusão, já há um vínculo contratual (gerar outro contrato).
Policitação ou proposta: refere-se a fase em que um contratante oferece ao outro as condições de finalização do contrato. Constitui a manifestação da vontade de contratar, por uma das partes, que solicita a concordância da outra.
Requisitos da proposta: a proposta deve ser determinada, completa e séria.
Princípio da força vinculante (art. 427, primeira parte, CC): expectativa legítima que a proposta cria àquele destinatário da proposta.
Seção II
Da Formação dos Contratos
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Exceções:
Art. 427, segunda parte, CC: se o contrário não resultar dos termos dela (proposta sujeita a confirmação – a própria proposta traz uma ressalva, reduz uma expectativa gerada); da natureza do negócio; das circunstâncias do caso (art. 428, CC).
Circunstâncias do caso (art. 428, CC): I – se, feita sem prazo a pessoa presente não aceita de imediato (entre presentes – considera-se entre presentes a proposta feita por telefone, chat, MSN, Skype, WhatsApp,...); II – se, feita sem prazo, a pessoa ausente a pessoa tiver decorrido tempo suficiente pra chegar a resposta ao conhecimento do proponente (apenas o considerado tempo suficiente) – circunstâncias imprevistas (art. 430, CC); III – pessoa ausente/prazo dado (se não houver resposta dentro do prazo, a proposta não será obrigatória); IV – antes ou simultânea retratação ao proponente (a retratação deve chegar antes ou simultaneamente a proposta, para que não se gere expectativa).
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Contra proposta: art. 431, CC. se altera a proposta que recebeu, significa que está formulando uma nova proposta.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Oferta ao público: art. 429, CC c/c arts. 30 e 35, CDC. O oblato é determinável, não determinado. Equivale a proposta se ela traz todos os requisitos essenciais do contrato. É possível revogar a oferta ao público, pela mesma via de publicação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada, isto é, desde que respeitado o dever de informar a outra parte (art. 429, parágrafo único, CC).
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrárioresultar das circunstâncias ou dos usos.
Conclusão:
Aceitação: deve ser completa e integral. É a concordância com os termos da proposta. Se o oblato aceita, essa proposta se transforma em um contrato!
Expressa: feita expressamente.
Tácita (art. 432, CC): 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Duas situações:
Quando o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa: (seria caso do comerciante que semanalmente envia as mercadorias mesmo sem pedido, porque é costume dos contratantes);
Quando o proponente a tiver dispensado: (Carlos Roberto Gonçalves menciona a situação em que o hospede diz que vai chegar no dia X, ficando a data confirmada, caso não haja nenhuma resposta em contrário)
Tardia: aceitação realizada fora do prazo. Não vincula mais o proponente. 
Contrato:
Entre presentes: quando as pessoas estão em contato direto, ainda que não estejam fisicamente no mesmo local;
Entre ausentes: quando não há contato direto entre as pessoas.
Momento da aceitação: 
Relevância para o contrato entre ausentes: divergente!!! Pois a resposta (aceitação) leva algum tempo para chegar ao conhecimento do proponente.
1ª teoria: teoria da informação. O momento da conclusão é o momento em que o policitante toma conhecimento do seu teor. É o momento em que o proponente tem a informação de que o contrato está concluído.
2ª teoria: teoria da declaração/agnição. É a adotada pelo Código Civil. Divide-se em três:
Teoria da agnição propriamente dita: O instante da conclusão coincide com o da redação da resposta (aceitação). É o momento em que o aceitante declara ter aceitado a proposta. Quando o contrato é entre ausentes, haverá um lapso de tempo entre a proposta e a aceitação. 
Teoria da agnição na modalidade expedição (art.434, CC): não basta redigir a resposta, tem que enviá-la, expedi-la. Há exceções (incisos I, II e III).
Teoria da agnição na modalidade recepção (art. 434, CC): além de redigir e enviar a resposta, esta deve que ser entregue ao destinatário (oblato). Ela deve “chegar” ao seu destinatário. Também há exceções (incisos I, II e III).
I – no caso do artigo antecedente – art. 433, CC: quando a retração chega antes ou junto com a proposta. Nesse caso “não existe” aceitação, pois a retratação a estaria revogando.
II – se o proponente se houver comprometido a esperar a resposta: Espera receber a resposta, espera a sua chegada. Logo, para o momento da conclusão do contrato, é possível afirmar que aqui também o CC adotou a teoria da recepção.
III – se não chegar no prazo convencionado: é importante que a proposta chegue à outra parte.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Lugar da formação do contrato (art. 435, CC): lugar em que foi proposto. As partes podem estabelecer, expressamente, um foro de eleição para dirimir as controvérsias. 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Classificação dos contratos
Contratos de direito comum e de direito de consumo.
Contratos de direito comum: as partes atuam em igualdade de condições e têm maior liberdade para estabelecer as regras que regem a relação contratual.
Contrato de direito de consumo: nos contratos de consumo existe presumidamente um desequilíbrio entre os contratantes, pois o consumidor (art.2º, Lei 8.078/90) é naturalmente a parte mais vulnerável da relação jurídica, sujeito aos comandos do fornecedor (art.3º, Lei 8.078/90), que é quem estabelece unilateralmente, na maioria esmagadora dos casos, as cláusulas contratuais.
Contratos unilaterais e bilaterais. (Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas ou quanto à presença de sinalagma)
Unilaterais: apenas um dos contratantes assume deveres em função do outro. Exemplo: doação pura e simples.
Bilaterais: os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores um dos outros, produzindo o negócio direitos e deveres para ambos, de forma proporcional. É também denominado contrato sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é a proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e deveres entre si (relação obrigacional complexa) (Flávio Tartuce). Exemplo: compra e venda.
Quanto aos efeitos, observe-se que:
>> apenas se aplica a exceção do contrato não cumprido aos contratos bilaterais – art. 476, CC.
>> o contrato bilateral tem uma cláusula resolutiva tácita. 
>> somente no contrato bilateral há equivalência entre as prestações.
ATENÇÃO> 
“Unilateral imperfeito” ou “bilateral imperfeito (alguns autores – crítica Orlando Gomes)” > situação em que existe prestação para ambas as partes, mas uma prestação não é causa da outra, isto é, não há sinalagma. Exemplo: doação com encargo > ver art. 538, CC; depósito, quando há despesas com a coisa (art. 643, CC).
Multilaterais ou plurilaterais: é aquele que envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. (Flávio Tartuce). Não há presença de sinalagma. Exemplos: seguro de vida em grupo, contrato de consórcio, sociedade.
Contratos típicos e atípicos. (Quanto à previsão legal)
Típicos: são aqueles contratos regulados por lei.
Atípicos: não contam com previsão legal.
Os contratos típicos são nominados, mas pode haver contrato nominado mas atípico, como ocorre no caso dos contratos de locação de vaga autônoma de garagem ou vaga de estacionamento, nominado no art. 1º, parágrafo único, II, da Lei 8.245/91 (Lei de Locação).
Contratos solenes e não solenes.
Solenes: são aqueles que exigem escritura pública para a sua celebração, como o que se extrai do teor do art. 108, CC.
Não solenes: seriam os contratos que exigem regras especiais para a sua formação, como a exigência de forma escrita.
Contratos gratuitos e onerosos. (Quanto ao sacrifício patrimonial)
Gratuitos ou benéficos: são aqueles que oneram somente uma das partes, proporcionando a outra uma vantagem sem qualquer contra prestação. (Flávio Tartuce). Exemplo: doação pura e simples.
Onerosos: são aqueles que trazem vantagens para ambos os contratantes, pois ambos sofrem o sacrifício patrimonial (ideia de proveito alcançado). Ambas as partes assumem deveres obrigacionais, havendo um direito subjetivo de exigi-lo. Há uma prestação e uma contraprestação. (Flávio Tartuce). Sempre existe um “custo-benefício” para as partes. Exemplo: compra e venda.
ATENÇÃO> todo contrato bilateral é oneroso, mas nem todo contrato unilateral é gratuito. 
Veja-se o mútuo feneratício (empréstimo de coisa fungível remunerado com juros): é contrato unilateral, pois apenas uma das partes assume obrigações, mas é oneroso, na medida em que existe um custo-benefício para ambas as partes.
Para mutuário: obrigação de restituir a quantia emprestada + pagamento dos juros; 
Para o mutuante: aufere a vantagem de receber a remuneração pelo recebimento dos juros .
Contratos cumulativos e aleatórios. (Quanto aos riscos que envolvem a prestação)
Cumulativos ou pré-estimados: quando as partes já sabem quais são as prestações. (Flávio Tartuce). As partes conhecem o conteúdo da prestação assumida desde o momento da sua celebração. Exemplo: compra e venda.
Em relação aos seus efeitos, além de ser oneroso, também deve ser comutativo, para que exista responsabilidade pelos vícios redibitórios e evicção, já que nos contratos aleatórios o risco é inerente ao contrato.
Aleatórios: a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da álea, que é um fator desconhecido. (Flávio Tartuce).O atual CC trata dos contratos aleatórios nos arts. 458 a 461. Exemplos: seguro, aposta.
Podem ser de 2 tipos:
 
Contrato tipicamente aleatório: são aqueles em que, por sua própria natureza, a exatidão das prestações não é conhecida no momento da celebração do negócio. Jogo ou aposta; seguro.
Contratos acidentalmente aleatórios: são aqueles em que a inexatidão não é da natureza do contrato, as partes inserem a inexatidão da prestação por meio da sua manifestação se vontade, como ocorre na compra e venda de coisa futura e compra e venda de coisa presente exposta a risco.
Compra e venda de coisa futura com RISCO TOTAL (emptio spei) > art. 458, CC: Risco da existência da coisa futura – o adquirente deve pagar o preço ainda que a coisa não venha a existir. Aqui, o risco é maior. No caso da compra e venda, essa forma negocial pode ser denominada venda da esperança. (Flávio Tartuce).;
Compra e venda de coisa futura com RISCO PARCIAL (emptio rei speratae) > art. 459, CC: Risco da quantidade da coisa futura – o adquirente deve pagar o preço vindo a coisa a existir em qualquer quantidade. Aqui, o risco, apesar de existente, é menor. Na compra e venda, trata-se da venda da esperança com coisa esperada. (Flávio Tartuce).;
Compra e venda de coisa presente exposta a risco > art.460, CC.
Seção VII
Dos Contratos Aleatórios
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. 
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
Contratos consensuais e reais. (Quanto ao momento de aperfeiçoamento do contrato)
Consensuais: são aqueles negócios que têm aperfeiçoamento pela simples manifestação de vontade das partes envolvidas. (Flávio Tartuce) Exemplos: compra e venda, doação, locação, mandato...
Reais: são aqueles que se apenas se aperfeiçoam com a entrega da coisa (traditio rei), de um contratante para o outro. (Flávio Tartuce) Exemplos: comodato, mútuo, contrato estimatório, depósito.
Contratos de execução imediata, continuada e diferida. (Quanto ao momento de cumprimento)
Execução imediata ou instantâneo: são aqueles que têm aperfeiçoamento e cumprimento de imediato. (Flávio Tartuce). Exemplo: compra e venda à vista.
Execução continuada ou de trato sucessivo: tem o cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no tempo. (Flávio Tartuce). Exemplo: compra e venda cujo pagamento deva ser feito por meio de boleto bancário, com periodicidade mensal, quinzenal, bimestral, trimestral ou qualquer outra forma sucessiva.
Execução diferida: têm o cumprimento previsto de uma só vez no futuro. (Flávio Tartuce). Exemplo: compra e venda pactuada. Com pagamento por cheque pré ou pós-datado.

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