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INDICE 
Introdução 
Métodos sísmicos
Métodos sísmicos são levantamentos geofísicos mais usados para fins de engenharia. A sísmica de refracção proporciona aos engenheiros e geólogos os mais básicos dos dados geológicos através de procedimentos simples feitos com equipamentos comuns (FERREIRA, 2002).
Ondas Sísmicas
Segundo Ferreira, (2002) Onda sísmica é qualquer vibração mecânica perceptível pelos sentidos humanos, que parte de uma fonte e se propaga até o local onde é percebida.
Sísmica de Refracção
A sísmica refracção é baseada na medida e análise das primeiras chegadas de ondas geradas na superfície, refractadas em subsuperfície e registadas novamente na superfície por receptores bastante sensíveis chamados geofones.
Essa técnica consiste basicamente em se gerar ondas sísmicas (pequenos sismos) artificiais por meio, geralmente, de cargas explosivas enterradas no solo. As ondas geradas pela explosão se propagam em todas as direcções e quando encontram, em profundidade, um meio com pro propriedades físicas distintas, sofrem, entre outros, o fenómeno da refracção.
Quando esse melo mais profundo tiver uma velocidade de propagação de onda maior que o anterior, uma parte da energia refractada sofre denominado refracção total, ou seja, propaga-se pelo contacto entre os meios e retorna a superfície de acordo com o princípio de Huygens.
Baseando-se nesse fato, a técnica da refracção sísmica uti1iza-se de equipamentos e técnicas de campo adequadas para a captação das ondas refractadas. As Figuras 1 e 2 ilustram o fenómeno da refracção para os casos de duas e três camadas.
Figura 1 - Fenómeno da refracção sísmica para o caso de duas camadas (Filho & Braga, S/A).
Figura 2 - Fenómeno da refracção sísmica para o caso de três camadas (Filho & Braga, S/A).
Equipamentos
Os equipamentos necessários para a execução da sísmica de refracção são:
Fonte sísmica;
Sismógrafo;
Sensores (geofones);
Métodos de Interpretação
Os métodos de interpretação da refracção sísmica podem ser agrupados nas três classes seguintes:
Métodos do tempo de intercessão22 (intercept time)
Métodos do tempo inverso ou de tempo de retardo23 (delay time)
Método do ray-tracing24
O nível de computação necessário torna-se progressivamente maior de método a método. Os métodos de tempo de intercessão podem ser feitos com lápis e calculadora (ou até com palmilha de cálculo em computador). Os métodos de tempo inverso variam de versões simples (dada abaixo) até uma versão generalizada que pode ser usada na maioria dos computadores pessoais. Os métodos de ray-tracing, em suas formas mais elaboradas, requerem recursos computacionais significativamente maiores.
Métodos do Tempo de Intercessão
A equação básica para o método do tempo de intercessão foi dada acima, no parágrafo 2b(2). É interessante notar que a equação 7, para a distância de crossover, pode ser também resolvida para profundidade. Esta equação pode ser usada para interpretar dados quando, por alguma razão, o tempo de início do disparo não tenha sido registado (cap25 de retardo desconhecido, etc.).
(1) Caso de camada de um só mergulho. A incorporação do mergulho, como na Figura 5, traz várias complicações:
(a) As velocidades observadas da camada inferior são velocidades aparentes
(correspondentes a V2u e V2d na Figura 5) e variam significativamente com o mergulho (maiores que a velocidade real mergulho-acima, menores mergulho-abaixo).
Figura 5 – Exemplo de interface com mergulho e os conceitos de tiros reversos e velocidades aparentes (Ferreira, 2002).
(b) As profundidades, se determinadas a partir de tempos de intercessão, são inclinadas
(correspondendo a Dd e Du na Figura 5) e não profundidades sob o ponto de disparo.
(c) Os disparos reversos são necessários, pois disparos em uma única direção medem uma velocidade aparente (V2u ou V2d) para a segunda camada.
As equações para o calculo das profundidades inclinadas
Du = V1*Tiu/2cos()
Dd = V1*Tid/2cos()
Onde:
Du - profundidade inclinada sob o disparo mergulho-acima
Dd - profundidade inclinada sob o disparo mergulho-abaixo
V1 - velocidade no material superficial
Tiu - tempo de intercessão mergulho-acima
Tid - tempo de intercessão mergulho-abaixo e
cos() =.(V22 – V12)/V2.....
Uma aproximação útil de V2 (que não pode ser medida directamente a partir das curvas de tempo -distância) é:
V2 = (2*V2u*V2d)/(V2u + V2d)*cos()
onde,
V2 = aproximação da velocidade do meio inferior
V2u = velocidade aparente do meio inferior mergulho-acima
V2d = velocidade aparente do meio inferior mergulho-abaixo
= mergulho aproximado da seção
Uma equação para é:
= (1/2)*sen-1(V1/V2d) - sen-1(V1/V2u)
Aplicação da Sísmica de Refracção
A sísmica de refracção aplica-se na geotecnia para conhecer:
Espessuras e naturezas das camadas de solos sobre o embasamento rochoso;
Natureza, estado de sanidade e aspectos estruturais do embasamento;
Contacto entre diferentes tipos de rochas;
Ninhos de blocos ou matacões mergulhados na capa de solo (tálus);
Capacidade de carga aproximada do solo;
Definição dos materiais em 1ª, 2ª e 3ª categoria (terraplenagem);
Identificação das camadas de materiais cascalhosos;
Presença de água subterrânea;
Presença de grandes espaços vazios nas rochas (fendas e / ou cavernas), principalmente em áreas cársicas (calcários ou rochas calcíferas).
Apesar da grande diversificação de respostas, este processo (sísmica de refracção) não dispensa o auxílio de outros tipos de sondagem, e propicia a redução do número de investigações mecânicas, com a sua realização.
Vantagens 
Altas freqüências (1-300 Hz) podem ser usadas, resultando na definição de camadas muito finas.
A refracção que acompanha velocidades crescentes com a profundidade não é considerada, portanto, as velocidades que decrescem com a profundidade são detectáveis.
Desvantagens
Segundo Ferreira (2002), a sísmica de refracção possui como limitações ou desvantagens:
A suposição de camadas planas existentes entre a fonte e o detector pode não ser Suficientemente correta.
Outros modos de ondas de Rayleigh podem ser registados. A suposição usual de processamento é que apenas o modo fundamental tenha sido medido.
Espalhar os geofones perpendicularmente a uma heterogeneidade traz complicações que o método não contempla.
Frequências muito elevadas podem ser muito difíceis de serem geradas e registadas.
Conclusão 
Referencias Bibliográficas 
FERREIRA, Francisco José Fonseca, Métodos Sísmicos, Departamento de Geologia – UFPR, Curitiba, 2002.
FILHO, Walter Malagutti; BRAGA, Tânia de oliveira; A Técnica de Refracção Sísmica Aplicada à Caracterização Geotécnica do Maciço Rochoso da Jazida Cachoeira - Caetité – BA, S/A.