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5. O FENÔMENO ESTATAL

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5 - O fenômeno estatal
        5.1 - Noções introdutórias 
A palavra Estado vem do latim (status), que significa estar firme, designando uma convivência permanente e constante, relacionada às sociedades de uma forma geral.
Mas, sobretudo a partir do século XVI, a expressão Estado estava atrelada à noção de sociedade política.
Assim, o Estado, do ponto de vista jurídico, pode ser explicado como uma sociedade política, na qual há uma reunião de pessoas, que estão ali aglomeradas em prol da realização seus interesses, que somente se tornarão possíveis devido ao controle e poder exercido pelo Estado.
O objetivo genérico do Estado é o bem comum, que será alcançado mediante limites e regras pré- estabelecidas na ordem jurídica.
É importante dizer que a palavra Estado poderá ser usada em vários outros sentidos.
Pode se referir, também, ao modo de ser ou de estar de uma pessoa. Exemplo: estado civil: solteiro, casado ou divorciado.
Normalmente, quando é usada nesse sentido, a expressão vem com a letra minúscula.
Já, quando for designar uma sociedade política, normalmente será escrito com a primeira letra maiúscula.
5.2 - O surgimento dos Estados 
Muitas teorias tentam explicar o surgimento dos Estados. Há três posições principais.
A primeira delas sustenta a posição de que o Estado sempre existiu, pois desde as sociedades primitivas há a existência de um controle e organização, para viabilizar uma convivência pacífica.
Uma segunda corrente entende que a sociedade é anterior ao surgimento do Estado, uma vez que existiu um determinado tempo sem o Estado.
Mas, pouco depois em razão das várias necessidades de determinada sociedade, surgiram os Estados.
Já a terceira posição somente admite a existência dos Estados a partir do século XVII, uma vez que o conceito de Estado é totalmente determinado. Da forma como é conceituado, só se pode falar em Estados a partir dessa época.
No que diz respeito à própria formação dos Estados, pode-se dizer esta será originária ou derivada, dependendo do processo que o gerou.
A formação originária poderá ser natural ou contratual.
A formação originária natural, como o próprio nome já diz, decorre de um processo espontâneo, que não teria relação com a vontade, mas por várias causas livres.
Já pela formação originária contratual haveria a participação da vontade dos membros que compõem a sociedade de constituírem os Estados.
Conforme já foi explicado, cada pensador apresenta diferenciadas razões para que os homens queiram a formação dos Estados, mas todas as teorias contratualistas têm em comum o fato de dependerem de um acordo dos homens.
Dessa forma, os Estados poderão se formar, considerando duas maneiras principais.
Assim, o processo originário de formação dos Estados (que não dependeram de um contrato) podem ser verificados em várias hipóteses, como origens familial ou patriarcal, atos de conquista e por causas econômicas e patrimoniais e origem no desenvolvimento interno da sociedade.
A origem familial ou patriarcal, se relaciona à família, unidade básica do grupo social. Nesse tipo de formação do Estado, a família, que, normalmente, é controlada por um poder patriarcal, teria se ampliado, dando origem ao Estado.
Já a origem em atos de conquista, possui relação com a força e a violência de um determinado segmento social que domina e impõe seu poder perante os demais.
O Estado, então, surgiria para disciplinar as relações entre os dominadores e dominados.
Por fim a origem por causas econômicas ou patrimoniais decorre da vontade e necessidade dos homens em se associarem.
Essa associação objetiva, principalmente, que cada indivíduo consiga, de forma mais fácil, atingir seus objetivos.
Cada indivíduo irá auxiliar o outro dentro da sociedade, fazendo com que todas as pessoas sejam beneficiadas pelo grupo, uma vez que as necessidades humanas, mesmo que sejam inúmeras, possam ser devidamente satisfeitas.
Dessa forma, os vários membros associados serão designados de cidade e posteriormente Estado. O Estado, então, irá avaliar e controlar a divisão do trabalho, relacionado as várias atividades profissionais.
Já o processo de formação dos Estados por forma derivada, é aquele pelo qual os Estados são formados por a partir de um Estado pré- existente.
Vale dizer que, atualmente, são mais comuns os processos de formação dos Estados pela forma derivada.
A formação dos Estados pela forma originária, atualmente, é mais difícil pois não se concebe, nos dias de hoje, uma sociedade que se encontre em situação primitiva.
A formação derivada de Estados poderá se dar, também, por dois processos distintos: por fracionamento ou por união.
O fracionamento ocorre quando um Estado tem parte de seu território separado, e essa parte forma, sozinha, um novo Estado.
Um exemplo desse tipo de formação é o caso das colônias, que eram territórios conquistados por países poderosos, que ficavam sobre o seu domínio.
Eram consideradas parte do território do Estado que as dominavam, numa relação de submissão para com eles. Era fonte de renda explorada.
Mas quando essas colônias se tornam independentes, há a formação de novos Estados por fracionamento.
Outro exemplo de formação derivada por fracionamento são os movimentos separatistas dentro de um Estado, que ocasionam a formação de novos Estados.
Acrescenta-se que em ambos os exemplos, os processos de formação podem ser pacíficos ou violentos.
Já o processo de formação derivada por meio de união de Estados é aquele que dois Estados ou mais estados resolvem se unem, formando um novo Estado, distinto dos anteriores.
Vale dizer que no ato de união, os Estados que se unem, perdem a condição de Estados independentes, para formar um Estado totalmente novo.
Há ainda processos de formação atípicos, que ocasionam a formação de novos Estados de forma diferenciada e menos comuns.
Esses processos ocorrem, por exemplo, em situações de guerra, na qual o vencedor cria, no território do vencido, um Estado, objetivando a ampliação do território ou o enfraquecimento do vencido.
Outro exemplo seria a criação do Estado da Cidade do Vaticano, por motivos religiosos.
Quanto ao momento em que se considera formado um Estado, há divergência por parte dos vários autores.
Há autores que acreditam que esse momento se dará a partir do instante que determinada sociedade reunir as características e elementos essenciais para a sua conceituação como Estado, atuando de forma independe externamente e mantendo a ordem internamente.
Já outros autores discordam dessa posição, e acreditam que esse momento somente se daria a partir do reconhecimento da condição de Estado por parte dos demais já existentes.
5.3 - Evolução Histórica 
        5.3.1 - Introdução 
O estudo da evolução histórica dos Estados é de extrema importância pois estudando os diferentes processos de formação, e as variadas características, chaga-se a uma noção geral do fenômeno estatal.
Vale dizer que, por mais variados que sejam os Estados entre si, há elementos que os assemelham. Embora, em alguns casos seja mais ou menos evidente, sempre haverá influência de determinados fatores históricos na formação de um Estado.
Dessa forma, essa visão geral se faz de tamanha importância.
Para uma melhor compreensão, será objeto de estudo as algumas formas de Estado, seguindo uma ordem cronológica, ou seja, respeitando a ordem dos acontecimentos histórico. São elas: Estado Antigo, Estado Grego, Estado Romano, Estado Medieval e Estado Moderno.
5.3.2 - Estado Antigo 
Estados Antigos é a mais remota forma de estado que se têm notícia. Seria a forma de estado existente nas antigas civilizações do oriente.
Pode-se dizer que há dois traços marcantes nessa forma de estado, quais sejam, a característica da unidade e o caráter religioso.
Pela característica da unidade, verifica-se que os Estados Antigos consistiam num todo, que não comportava quaisquer divisões. Em outras palavras, pode- sedizer que, nessa forma de Estado, não havia qualquer divisão de poder ou de funções, sendo tudo concentrado nas mãos daquele que detinha o poder.
Já o caráter religioso aponta para a existência das influências divinas no poder.
A vontade do soberano, muitas vezes, poderia ser confundida com a da divindade, ou ser limitada por ela, e nesse caso, seria exercida por uma classe específica, que era a dos sacerdotes.
Dessa forma, os homens obedeciam por temer os castigos divinos.
5.3.3 - Estado Grego 
A designação Estado Grego, embora se refira a uma forma de Estado, não significa que houve um único Estado na Grécia, que abrangesse a totalidade do território e da população.
Mas, embora tenham existido diversos estados gregos, os principais guardam entre si características tão semelhantes, que podem ser tratados da mesma forma.
Assim, a expressão Estado Grego significa a reunião de características comuns que fizeram parte dos Estados gregos.
Primeiramente, então, deve-se dizer que a principal característica comum é a existência da polis, ou seja, cidades- Estados ou sociedades políticas, organizada em "pequenos burgos", que, juntos, formavam as cidades.
Vale dizer que, naquela época, a cultura que dominava era a da subsistência, ou seja, toda cidade deveria, em si, ter meios que sustente e abasteça as necessidades de si mesma, sem o auxílio externo.
Dessa forma, essa cultura foi responsável por manter a integridade do Estado.
Acrescenta-se que apenas uma pequena parte da população tinha participação política, ou seja, participava das decisões tomadas pelo governo do Estado.
5.3.4 - Estado Romano 
Da mesma forma que foi observado no Estado Grego, não se pode atribuir um caráter absoluto à expressão Esatdo Romano, e isso se deve ao fato de não existir, totalmente delimitadas as características fundamentais dessa forma de Estado.
Pode-se dizer que o Estado Romano possuía como característica marcante a sua base de formação, que partiu de entidades familiares, que foram se expandindo, até a formação de um verdadeiro Estado.
Outro ponto que aproxima o Estado Romano do Estado Grego é a participação do povo nas decisões políticas de seu Estado. Mas o conceito de povo é restrito, englobando apenas uma parte da população.
Pode-se dizer que a estrutura familiar sempre se manteve, ainda que outras classes tenham, ao longo do tempo adquirido outros direitos.
É importante dizer que o Estado Romano, a princípio, não efetuou nenhuma forma de integração dos romanos, com os povos conquistados.
Somente depois de muito tempo, nos anos 212, é que se fez a referida integração, de forma que seriam naturalizados todos os indivíduos pertencentes aos estados dominados pelo Império Romano.
Por fim, pode-se dizer que, embora tenha havido essa integração dos povos, o romano possuía o sentimento de superioridade em relação aos demais povos.
Dessa forma, essa integração representou a primeiro passo rumo a decadência do Império Romano.
5.3.5 - Estado Medieval 
Primeiramente é importante dizer que o período medieval foi de extrema instabilidade e mudanças, sendo, portanto difícil fazer uma conceituação exata dessa forma de estado.
Pode-se dizer também, que inúmeros fatores influenciaram na criação dessa forma de Estado, contudo, três fatores se sobressaem: o cristianismo, as invasões bárbaras e o feudalismo.
A doutrina cristã vai fornecer o apoio necessário para o surgimento de idéias que visam a universalidade e integração de todos os cristãos num só império.
Mas é certo que a pluralidade de poderea, ou seja, os vários focos de poder iriam frustrar essa integração, pois o poder não estaria centralizado, mas descentralizado nos vários segmentos, como nos reinos, comunas, organizações religiosas e outros.
Outro aspecto que comprometeu a idéia de universalidade de um império cristão seria o fato dos governantes não se submeterem à vontade da Igreja, ocasionando muitos conflitos na relação Estado X Igreja, que, somente serão solucionadas, nos Estados Modernos.
As invasões bárbaras, por sua vez, ou seja, as invasões de homens armados pelos territórios romanos, causaram profunda crise na ordem daquele império, e foi responsável por inserir uma nova cultura, que acabou sendo misturada com a cultura romana.
Em algumas regiões, as invasões bárbaras também geraram crise entre os próprios cristãos, quebrando a união de determinados grupos que se dividiram.
Alguns cristãos até firmaram acordos com os bárbaros, com objetivos econômicos, demonstrando a profunda crise entre os cristãos.
As invasões bárbaras também dificultaram as relações de comercio, devido à insegurança de um estado manter relações comerciais com outros pelas constantes guerras, instabilidades e mudanças na ordem existente.
Dessa forma, a posse da terra se tornou demasiadamente valorizada, principalmente para suprir as necessidades dos povos, diante a dificuldade das relações comerciais.
A cultura da subsistência, então, torna-se de extrema importância, pois dentro de cada terra, haveria de ter todos os meios necessários para o sustento dos que nela habitam.
Vale dizer que as pessoas pobres, por temor às guerras trazidas com as invasões bárbaras, procuravam os donos das porções de terra, para trabalharem na propriedade em troca de proteção e sustento.
Essas porções de terras, então, eram denominadas feudos, e os donos de cada terra, eram denominados senhores feudais.
Dessa forma, um novo sistema era delineado: o feudalismo.
No feudalismo, as relações entre o povo e o senhor feudal eram reguladas por três institutos, a saber.
A vassalagem era uma forma de relação em que os proprietários menos poderosos se colocavam a disposição do senhor feudal, apoiando-o nas guerras e entregando contribuição de valor pecuniário (de apreciação econômica), tendo, em troca, proteção do senhor feudal.
O benefício, outro instituto das relações sociais da época, era o meio pelo qual os chefes das famílias desprovidas de recursos firmavam um acordo com o senhor feudal, segundo o qual era concedida uma faixa de terra para a família se sustentar.
Em contrapartida, o senhor feudal teria direito a uma parte da produção, exercendo um poder ilimitado e incontestado sobre a vida dos súditos.
O último instituto seria a imunidade, segundo a qual haveria isenção de tributos sobre às terras sujeitas ao benefício, ou seja, que se encontravam na posse das famílias.
Vale dizer que em qualquer desses institutos, o senhor feudal exercia um profundo poder sobre aqueles que viviam sob sua proteção.
É importante dizer que a pluralidade de poderes exercidos no período medieval (poder do imperador X poder dos senhores feudais) acarretava grande instabilidade na ordem política, econômica e social, e esse fato trazia a necessidade de uma autoridade e ordem que acabasse com a instabilidade.
5.3.6 - Estado Moderno 
O período medieval por sua instabilidade, tornava clara a necessidade de um poder central que organizasse a ordem política, econômica e social.
É no Estado Moderno, então, que serão reunidos todos os elementos necessários para a configuração do Estado, para que, assim, possa ser exercido um poder central.
Há muita polêmica na doutrina a cerca dos elementos do Estado. Muitos autores apontam diferenciados, cada qual defendendo uma teoria específica.
Como o objetivo do presente curso não será explicar as diversas teorias, passa-se ao estudo dos elementos mais citados pelos autores: soberania, povo, território e finalidade.

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