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1 Acupuntura Para Tratamento de Síndrome das Pernas Inquietas Alberto Augusto Lima de Farias jacarta_blue@yahoo.com.br Pós-graduação em Acupuntura – Faculdade Ávila Resumo A acupuntura visa à terapia e à cura das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos, porém essa técnica ainda é anticientífica apesar de sua eficácia ter levado a Organização Mundial de Saúde a listar enfermidades que podem ser tratadas pela acupuntura, tanto para seres humanos quanto para os animais. A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é uma condição constrangedora, com efeitos negativos do sono durante o dia e atividades que afetam a vida pessoal, familiar e vida profissional. O erro no diagnóstico e o tratamento inadequado desta doença podem aumentar o sofrimento dos doentes, com tratamentos invasivos e dolorosos desnecessários. O objetivo é apresentar uma síntese dos principais temas na literatura sobre acupuntura e sobre a síndrome das pernas inquietas (SPI). A coleta de dados dar-se-á através da técnica da pesquisa bibliográfica, em artigos considerando a enfermidade e a técnica, escritos no período (1990-2011), configurados em estudos de casos ou revisões, tendo como critérios de inclusão artigos escritos no período de 1990 a 2011 e critérios de exclusão bibliográfica com data inferior ou superior a esta. Concluiu-se que a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e a acupuntura observam, de forma muito mais acentuada que a medicina ocidental, os fenômenos naturais que agem e interagem no e com o corpo humano, por isso são muito menos invasivas. Acredita-se também que uma visão holística ou global por parte da medicina ocidental é muito superior à percepção fragmentada ou exageradamente particularizada que normalmente a caracteriza. Palavras-chave: Acupuntura; Síndrome das Pernas Inquietas; Visão holística. 1. INTRODUÇÃO A medicina ocidental obteve formidáveis avanços em prol da humanidade, no decorrer dos séculos; vacinas, medicamentos, técnicas cirúrgicas, dentre outros. Nas últimas décadas as tecnologias de diagnósticos vieram fortalecer esse admirável mundo novo da saúde, que permite que a média de vida do ser humano chegue a 80 anos em alguns países desenvolvidos. Entretanto, milhares de doenças ainda espantam essa medicina tradicional, ortodoxa e hermética, dogmática, que reluta em pensar alternativas de tratamento para aquelas doenças de etiologias por ela desconhecidas e incuráveis. Essa fantástica medicina também se espanta quando um pastor analfabeto faz “curas milagrosas” na frente de milhões de pessoas e com o registro da Televisão. Essa medicina não sabe explicar milhares de fenômenos provados e comprovados pelos sentidos humanos como, por exemplo, a mulher estéril que muito deseja um filho e que faz desenvolver uma barriga que imita claramente uma mulher em estado avançado de gravidez. Não entende também como alguém, sob hipnose, se delicia com uma cebola pensando que está comendo uma maçã, ou ainda, sob tal efeito, alguém faz crescer uma bolha d’água onde o hipnotizador encosta o dedo dizendo-lhe que é a ponta de um cigarro aceso. 2 Os seres adoentados ou enfermos devem merecer olhar holístico e humanitário do profissional da saúde, não um olhar apressado e fragmentado da medicina tradicional nem sempre obtém a cura da doença. Ainda existem muitas lacunas no ser humano que nem nossa vã filosofia não conseguiu decifrar, senão vejamos a seguinte notícia na revista Superinteressante: “Placebo pode ser o melhor remédio. A ciência acreditava que uma pílula de açúcar não fazia efeito em nosso corpo. Mas agora estudos mostram que o placebo pode acabar com dores e sensações ruins” (FREGNI, 2010, p.40). A ciência rejeita também o princípio energético, linguagem metafísica e sistema aparentemente primitivo da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), dificultando o engajamento de cientistas na investigação e desenvolvimento da acupuntura (ANDERSSON, 1995). A necessidade de uma linguagem comum para facilitar o ensino, pesquisa, prática médica e troca de informações ao nível global em acupuntura, levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a criar uma nomenclatura internacional padrão (STANDARD, 1990). Stux; Hammershlag apud Gonçalves (2009) abordaram a importante questão da tendência reducionista ocidental de tentar explicar os mecanismos da Medicina Tradicional Chinesa apenas por uma visão anatomofisiológica, destituída do entendimento ou da valorização dos campos eletromagnéticos do ser humano, aos quais sofrem influência inclusive dos pensamentos e sentimentos das pessoas. A atividade elétrica de conjuntos de neurônios que se expressam em pensamento produzem variações de propriedades magnéticas do tecido que podem ser visualizadas pela ressonância magnética funcional. Síndrome das pernas inquietas, por sua vez, é considerada, pela medicina tradicional, uma doença de condição constrangedora, com efeitos negativos que afetam a vida pessoal, familiar e vida profissional. O impacto global da síndrome das pernas inquietas na qualidade de vida é comparável ao de doenças crônicas e frustrantes, como depressão e diabetes. O objetivo geral deste artigo é descrever os princípios e as principais características da Medicina Tradicional Chinesa e da acupuntura, contextualizando a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI). Quanto aos objtevos específicos são os seguintes: examinar os princípios da MTC e as características e indicações principais da acupuntura; analisar a incidência, sintomas, diagnóstico, tratamento, dentre outros, da SPI. O problema aventado neste estudo é: Qual é a eficácia da acupuntura no tratamento da SPI. Tem-se como hipótese para essa questão que grande parte das doenças é multifatorial e necessitam de ação conjunta da medicina tradicional ocidental e tantas outras que tenham ação comprovada no tratamento. Cabe lembrar que o profissional fisioterapeuta não era valorizado num passado recente, porém atualmente é considerado indispensável para a reabilitação de muitas doenças ou traumas. Assim se dará também com a acupuntura. Tal estudo justifica-se pela importância e respeitabilidade crescentes da acupuntura, tanto pela Organização Mundial da Saúde e pela medicina ocidental quanto pelos inúmeros e incontestáveis estudos e relatos de melhora e ou cura de médicos pacientes tratados por esta modalidade da MTC, respectivamente. No que diz respeito à metodologia, trata-se de uma pesquisa de natureza exploratório- descritiva. Utilizou-se a técnica da pesquisa bibliográfica, obtida de fontes secundárias, tais como livros, artigos e meios eletrônicos, tendo características dialéticas, descritivas, reflexivas e analíticas. 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA: ACUPUNTURA Os conhecimentos da acupuntura estiveram isolados do mundo ocidental por cerca de 5000 anos, distanciando a forma de raciocínio e linguagem. Além do empecilho semântico, a prática dessa técnica se depara com deficiências no ensino e difusão científica (CIGNOLINI, 1990). Segundo Gonçalves (2009), os princípios da MTC resistem há mais de 3 mil anos, sendo que em todo o seu desenvolvimento histórico não faltaram os céticos que tentaram falseá-la, nem as mentes verdadeiramente científicas que buscam transformar as idéias sem perder a essência, com coerência admirável no processo de uma busca multiprofissional para equilibrar dinamicamente as diferenças e fazer pontes para integrar os conhecimentos. Conforme Altman (1992), no Oriente, a acupuntura vem sendo usada com finalidades preventiva e terapêutica há vários milênios. De fato, agulhas de pedra e de espinhade peixe foram utilizadas na China durante a Idade da Pedra (cerca de 3000 anos AC). Ney Jing ou “Clássico do Imperador Amarelo sobre Medicina Interna”, texto clássico e fundamental da MTC, descreve aspectos anatômicos, fisiológicos, patológicos, diagnósticos e terapêuticos das moléstias à luz da medicina oriental. Nesse tratado, já se afirmava que o sangue flui continuamente por todo o corpo, sob controle do coração. Cerca de 2000 anos depois, mais precisamente em 1628, William Harvey, proporia sua teoria sobre a circulação sanguínea. A MTC é uma medicina energética, ou seja, toma como base a existência de uma estrutura energética para além do corpo físico, e afirma que no nosso corpo a energia circula por canais que têm pontos específicos que, ao serem puncturados, reorganizam a circulação energética de todo o corpo. A doença, por sua vez, é sempre uma desorganização da energia funcional que controla e dinamiza os órgãos. A concepção filosófica chinesa a respeito do universo está apoiada em três pilares básicos: a teoria do Yang/Yin, dos cinco movimentos e dos Zang Fu (órgãos e vísceras) (MTC, 2006). O conceito de yin-yang (Yin= pólo negativo e Yang= pólo positivo) é provavelmente o mais importante e distintivo da teoria da medicina chinesa, o conceito yin-yang juntamente com o Qi (energia fluídica) tem permeado a filosofia chinesa há séculos. Yin-yang representa qualidades opostas, mas também complementares proporcionando equilíbrio ao organismo (MACIOCIA, 1996). Na China, a acupuntura é utilizada rotineiramente para o tratamento de diversas afecções. A partir de 1970, tiveram início diversos estudos científicos no sentido de comprovar a eficácia da acupuntura. Em 1979, a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou uma lista com 41 doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento de acupuntura. Após vinte e cinco anos de pesquisas em renomadas instituições do mundo, a OMS publicou o documento Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials, no qual expõe os resultados destas pesquisas. Neste documento foi analisada a eficácia da acupuntura – assim como das técnicas de moxabustão, ventosa, sangria, eletro-acupuntura, laser- acupuntura, magneto-acupuntura, massagem shiatsu/tuina e acupressura (pressão digital nos pontos) – em comparação com o tratamento convencional para 147 doenças, sintomas e condições de saúde (BASSO, 2011). Em Medicina Veterinária, a acupuntura também é indicada para o tratamento de diversas doenças, tais como: gastrites, enterites, colites, bronquite, broncopneumonia, pleurisia, miocardites, arritmia cardíaca, nefrites, alterações na micção, prostatite, cistite, hipotiroidismo, hipertiroidismo, diabetes insipidus, espondilopatia hipertrófica, paralisia 4 facial, epilepsia, seqüelas da cinomose, mastite, conjuntivite, otite média, entre outras (ALTMAN, 1997). Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e puncionar, respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos (JAGGAR, 1992; SCHOEN, 1993) chamados acupontos. Trata-se também de uma terapia reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre outra(s). Para este fim, utiliza, principalmente, o estímulo nociceptivo (LUNDEBERG, 1993). Em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), a acupuntura é capaz de promover uma melhora funcional mais intensa que os métodos usuais de fisioterapia. Johansson et al. (1993) estudaram 78 pacientes com hemiparesia severa, tanto direita quanto esquerda, e observaram que aqueles que receberam o estímulo sensitivo se recuperaram mais rapidamente e de forma mais intensa que os controles, com uma diferença significativa no equilíbrio, mobilidade, atividades da vida diária, qualidade de vida e dias dispendidos no hospital ou com cuidados de enfermeiras no domicílio. Yao (1993) estudou o efeito pressor da acupuntura em animais hipotensos. Ratos com hipotensão hemorrágica, ou seja, com pressão arterial média (PAM) correspondente a 60% do valor controle antes da indução da hemorragia, tiveram a PAM elevada a 80% da PAM controle, após aplicação de eletroacupuntura. Houve também um aumento significativo da atividade do nervo esplênico, ou seja, inibição da resposta depressora pós-estimulatória atribuível à inibição simpática. Entretanto, além do sentido restrito de agulhamento, a palavra acupuntura pode ter sentido mais amplo, o do estímulo do acuponto segundo as várias técnicas disponíveis (agulhamento, alterações de temperatura, pressão e outras). A acupuntura faz parte de um conjunto de conhecimentos teórico-empíricos, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui técnicas de massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (Shu- Shieh) e a farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral) (ALTMAN, 1997). É uma característica da acupuntura manter a função imunológica em um estado ótimo, regulando seus mecanismos. Em geral, a acupuntura pode restaurar a homeostase de um organismo, diminuindo hiperfunções e ativando mecanismos em hipofunção. Meng (1992) classifica essa situação como um efeito regulatório de dupla direção, mas essas ações dependem do estado de saúde do organismo em questão. De acordo com Gonçalves (2009), os meridianos da acupuntura são reconhecidos pela MTC como canais que conectam a superfície do corpo com os órgãos internos, sendo que estes canais têm a função de transportar a energia através de todo corpo. Nos últimos anos cerca de 17 teorias tentam compreender o sistema de pontos da acupuntura por uma perspectiva ocidental, procurando principalmente característica histológicas distintas que pudessem diferenciar os pontos de acupuntura do tecido circunvizinho; identificando estruturas, feixes neurovasculares, acessórios neuromusculares e terminações nervo-sensoriais. Esta mesma perspectiva de estudo foi transportada para estudar o sistema de meridianos de acupuntura, tentando identificar as mesmas estruturas no trajeto dos canais de energia da MTC. As regiões da pele onde encontramos uma alta concentração de terminações nervosas sensoriais determinam os acupontos (pontos de aplicação da acupuntura) que se relacionam intimamente com nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteo e cápsulas articulares (WU, 1990). A estimulação dos acupontos possibilita acesso direto ao sistema nervoso central (RISTOL, 1997; FARBER; TIMOIARIA, 1994). 5 Os acupontos possuem propriedades elétricas diversas das áreas adjacentes: condutância elevada, menor resistência, padrões de campo organizados e diferenças de potencial elétrico (ALTMAN, 1992). Por isso, são denominados pontos de baixa resistência elétrica da pele (PBRP) e podem ser localizados na superfície da pele através de um localizador de pontos. Em ratos, há uma correlação positiva entre o desenvolvimento pós-natal de PBRP e o aumento da contagem de mastócitos no tecido conjuntivo da derme nestes PBRP. Estudos morfofuncionais identificaram plexos nervosos, elementos vasculares e feixes musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos. Outros receptores encapsulados, principalmente o órgão de Golgi de tendões e bulbos terminais de Krause, também podem ser observados (HWANG, 1992). Diversos trabalhos têm demonstrado grande número de mastócitos nos acupontos. Nesse sentido, Hwang (1992) verificou que nos ratos adultos a contagem de mastócitos é significativamente mais altas nos acupontos do que quando comparados com outros locais. Além disso, os acupontos possuem propriedades elétricas diversas das áreas adjacentes:condutância elevada, menor resistência, padrões de campo organizados e diferenças de potencial elétrico (ALTMAN, 1992). Os acupontos foram empiricamente determinados no transcorrer de milhares de anos de prática médica (RISTOL, 1997). Acuponto é uma região da pele em que é grande a concentração de terminações nervosas sensoriais. Essa região está em relação íntima com nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares. Sua estimulação possibilita acesso direto ao SNC (FARBER; TIMO-IARIA, 1994). Estudos morfofuncionais identificaram plexos nervosos, elementos vasculares e feixes musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos. Outros receptores encapsulados, principalmente o órgão de Golgi do tendão e bulbos terminais de Krause também podem ser observados (HWANG, 1992). Diversos trabalhos têm demonstrado grande número de mastócitos nos acupontos. Nesse sentido, Zhai apud Hwang (1992) verificou que ratos adultos possuem contagens de mastócitos significativamente mais altas nos acupontos que em outros locais. Funcionalmente, os mastócitos estão intimamente relacionados às reações de hipersensibilidade imediata, inflamação neurogênica e enfermidades parasitárias. Devido à gama de estímulos e agentes capazes de ativar o mastócito, tem sido também sugerida sua participação como adjuvante ou amplificador de respostas inflamatórias agudas não relacionadas com hipersensibilidade imediata. Sabe-se, por exemplo, que os mastócitos produzem interleucina 8 (IL-8), um potente agente quimiotático para neutrófilos (MÖLLER et al., 1993:78). Vários autores sugeriram que pode existir uma correspondência entre os meridianos de Acupuntura e o tecido conectivo. Trabalhos forneceram evidência experimental na sustentação desta hipótese caracterizada por uma resposta do tecido conectivo ao agulhamento que é quantitativamente diferente nos pontos de Acupuntura comparados com os pontos controle, o que pode constituir um importante indício da natureza dos pontos e meridianos de acupuntura (LANGEVIN, et. al. 2001). A manipulação da agulha de acupuntura produz mudanças celulares que se propagam ao longo do tecido conectivo plano. Estas mudanças podem ocorrer mesmo se a agulha for colocada em qualquer ponto mas pode ser realçada quando a agulha é colocada exatamente 6 nos pontos de acupuntura. A anatomia de pontos e de meridianos da Acupuntura pode ser um fator importante na desmistificação desta técnica milenar (LANGEVIN, et. al. 2001). 2.2 A SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS (SPI) A síndrome das pernas inquietas foi descrita inicialmente, por Ekbom, em uma monografia publicada há mais de meio século. Apesar disso, muitos profissionais da saúde ainda a desconhecem e a maioria dos casos permanece sem diagnóstico. Primeiramente descrita por Sir Thomas Willis em 1685. Na década de 1940, Ekbom reconheceu que esta situação leva a um impacto significativo na qualidade do sono e do estado funcional do dia (SYMVOULAKIS, et. al., 2010). De acordo com Teive et. al. (2002), embora tenha sido identificada há quase quatro séculos por Willis (1685), a síndrome é ainda desconhecida por muitos médicos. A SPI foi descrita pela primeira vez pelo neurologista sueco Karl-Axel Ekbom em 1945. Alguns casos especiais de distúrbios que interferem no curso normal do sono de uma pessoa são denominados de parassonias. As parassonias consistem em um grupo de distúrbios motores (que afetam os movimentos) e autonômicos (subjetivos, que fogem ao controle voluntário do paciente) que podem retardar ou desorganizar o curso do sono normal. Muitas destas condições acometem crianças, mas algumas interferem nos padrões de sono de adultos. Trata-se de doença crônica, com maior prevalência acima dos 30 anos de idade (O’KEEFFE, 1996; DANEK et. al., 1996). Porém, pode ocorrer em todas as faixas etárias. A SPI pode se manifestar em qualquer fase da vida, todavia, geralmente ocorre com maior frequência em adultos e nos idosos e em determinadas famílias com predisposição genética para o problema. Segundo as estimativas, calcula-se que 5% da população possam desenvolver esta síndrome (DANEK et. al. 1996; MONTPLAISIR, et. al., 1997). A classificação da SPI ainda é motivo de controvérsia, sendo basicamente dividida em duas categorias: idiopática (primária); sintomática (secundária) e ainda em familial e não-familial. Nas formas primárias pode-se encontrar formas familiares com herança autossômica dominante (O’KEEFFE, 1996; DANEK et. al., 1996). Conforme Poyares (2011), a SPI compromete a qualidade de vida dos portadores e de seus parceiros. Primeiro, porque a agitação motora e os movimentos involuntários das pernas interferem no sono de ambos. Depois, porque muitos pacientes não conseguem assistir a uma simples sessão de cinema, ir ao teatro, ou permanecer sentados por mais tempo durante uma reunião social ou de negócios, nem dentro de um automóvel ou de um avião. Ondo; Jankovic (1996) publicaram um estudo de correlação clínico-etiológica da SPI e sugeriram classificar a síndrome em formas neuropática e familial, pois os resultados do estudo demonstraram que SPI a idiopática apresenta cerca 92% de positividade na história familiar e as formas apresentando lesão neural (neuropática) tinham apenas 13,3% com história familiar. A SPI primária é o tipo mais comum, acomete pacientes sem qualquer outra doença subjacente que possa explicar os sintomas relatados. Aproximadamente seis de cada dez desses pacientes têm uma história familiar de SPI, o que sugere uma predisposição genética. Nestes pacientes, o padrão de herança sugere que o SPI é transmitida autosomally. Uma vez iniciado, torna-se geralmente uma condição clínica variável ao longo da vida com evolução. Pessoas que apresentem sintomas da SPI em tenra idade são mais susceptíveis de ter um histórico familiar da doença do que outros que são afetados em uma idade mais avançada (SYMVOULAKIS, et. al., 2010). 7 A secundária refere-se a SPI que é derivada de algumas condições médicas, tais como a gravidez, insuficiência renal crônica terminal, a deficiência de ferro e polineuropatias. SPI pode aparecer durante a gravidez ou pode ser agravada por esta condição. Em um estudo em 500 mulheres grávidas, 19% apresentaram essa condição. Isso geralmente é uma forma benigna de SPI, com o maior nível de gravidade no terceiro trimestre e uma tendência a desaparecer após o parto (SYMVOULAKIS, et. al., 2010). Segundo O’keeffe (1996); Danek et. al (1996), a SPI pode ter origem secundária, dentre as causas relacionadas estão: deficiência de ferro, folato e vitamina B12 (com ou sem anemia); gravidez; polineuropatia (uremia, diabetes mellitus, artrite reumatóide, doença de Charcot- Marie-Tooth, abuso de álcool, avitaminoses, amiloidose, síndrome de Sjögren, crioglobulinemia, lesões de plexo lombossacral, polineuropatia crônica idiopática); mielopatia crônica; doença de Parkinson; doença pulmonar obstrutiva crônica; gastrectomia parcial; carcinoma; hipotireoidismo; medicações (neurolépticos, lítio, beta-bloqueadores, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, bloqueadores de histamina, cafeína e álcool). Com base nas diretrizes diagnósticas da International Restless Legs Syndrome Study Group, estudos recentes estimam que a SPI é um distúrbio comum que afeta aproximadamente 5-10% dos a população em geral na Europa e nos Estados Unidos. A menor prevalência ocorre entre as populações de origem asiática (SEAH, et. al., 2001) Um grande interesse nesta enfermidade vem sendo observado, talvez pela sua alta incidência, de até 5%, na população em geral segundo alguns estudos (O’KEEFFE, 1996; MONTPLAISIR, 1997). Um estudorealizado por Lavigne e Montplaisir, no Canadá, avaliou cerca de 2.019 adultos. Aproximadamente 17% das mulheres e 13% dos homens relataram sintomas compatíveis com a síndrome, como acordar durante a noite com sensações desagradáveis nas pernas. Estes achados sugerem que a prevalência da doença pode ser elevada em uma população. Um estudo sobre o Reino Unido postos de atenção básica para o período 1994-1998 relataram prevalência muito baixa (0,25%) e SPI incidência de 41 por 100.000 pessoas-ano. Este achado poderia ser um indicativo da falta de consciência de SPI em ajustes da atenção primária, levando ao reconhecimento pobre (VAN DE VIJVER, et. al., 2004). No estudo REST, os autores Hening; Walters; Allen (2004) constataram que a prevalência entre adultos cujos sintomas eram graves o suficiente para informá-los ao atendimento médico primário foi estimado em mais de 3%. A maioria deles estavam experimentando ambos relacionados ao sono e sintomas sensoriais. Cerca de nove em cada dez sofredores SPI relataram pelo menos um dos sintomas relacionados com o sono. Quase sete em cada dez desses pacientes disseram ter tomado mais de 30 minutos para pegar no sono, e aproximadamente seis de cada dez acordou três ou mais vezes por noite. A evidência sugere que a SPI não tem sido gerida de forma adequada, mesmo em casos raros, quando foi reconhecida corretamente. Pacientes continuam a sofrer e são inadequadamente referidos outros especialistas para investigação ou tratados com medicamentos não apropriados para a SPI. Estes dados refletem a falta de boa prática médica orientações relativas a esta doença (HENING, et al., 2004). A SPI é caracterizada, sumariamente, pela sensação de inquietude noturna e ao descanso dos membros inferiores, associados a queixas de parestesias e disestesias. A insônia é uma consequência comum destes sintomas. Caracteriza-se por alterações da sensibilidade e desconforto nos membros inferiores, mas que podem acometer também os braços e melhoram quando a pessoa se movimenta. Embora os sintomas apareçam quase sempre à noite, nos casos avançados podem manifestar-se também durante o dia. 8 Por exemplo, os pacientes podem experimentar um impulso de mover os membros inferiores. De acordo com Allen et. al. (2003), este impulso é frequentemente acompanhado por uma sensação desagradável sentida no fundo do membro afetado o que pode ser descrito como distúrbios sensoriais de “rasteira”, “Crawling”, “queimação”, “puxando” ou “soda borbulhando nas veias”. Quando os sintomas aumentam ou aparecem durante os períodos de descanso são aliviados pelo movimento e ocorrem principalmente durante períodos de inatividade, principalmente à noite. Para alguns pacientes com SPI, os sintomas são leves e causar menor incômodo. A SPI também costuma acompanhar-se das seguintes características clínicas: distúrbios do sono e suas consequências; movimentos involuntários (movimentos periódicos dos membros durante o sono, movimentos involuntários dos membros em vigília e ao repouso); exame neurológico normal; curso clínico apresentando início em qualquer idade, com acometimento mais intenso em pacientes de meia idade e de idade avançada, podendo ter quadro estático ou ainda progressivo; história familiar, sugestiva de herança autossômica dominante (WALTERS, 1995; MONTPLAISIR et. al. 1985). Acreditava-se que a SPI seja uma doença de meia idade e da senilidade, mas estudos recentes mostram que os sintomas frequentemente iniciam na infância e adolescência (MONTPLAISIR, et. al., 1997; DANEK, et. al., 1996). A SPI na adolescência e infância poderia ser confundida com o transtorno de atenção, com hiperatividade (WALTERS et. al., 2004). Estudos têm demonstrado que os níveis séricos de ferritina abaixo de 50 mcg/l pode estar relacionado à maior intensidade dos sintomas da SPI. Após a terapia de reposição de ferro, há uma melhora nos sintomas (AUL et. al., 2008). Além disso, os pacientes com doença renal terminal são frequentemente afetados. A prevalência da SPI varia 20-57% neste grupo de pacientes. Em alguns casos, a SPI pode se tornar remitente após o transplante renal (YASUDA, et. al., 1986). Polineuropatias também estão associados à SPI. Gemignani et al. constatou que cerca de três em cada dez pacientes em sua coorte com polineuropatia sofria de síndrome das pernas inquietas. Neuropatia sensorial fibra Pequeno foi a ocorrência mais frequente entre os pacientes com SPI (GEMIGNANI, et. al., 2006). De acordo com Lopes (2010), ganha espaço na medicina a neuromodulação, uma técnica que controla por algum tempo os sintomas de certas doenças por meio de choques. O autor descreve experiências com ótimos resultados no tratamento de doença de Parkinson, dor neuropática, epilepsia, depressão, obesidade mórbida e coma. Os dados publicados mostram que alguns medicamentos podem agravar ou desencadear a SPI, como antidepressivos tricíclicos, inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), de lítio, antagonistas da dopamina e cafeína. Para um melhor reconhecimento do SPI, o International Restless Legs Syndrome Study Group (IRLSSG) estabeleceu em 1995 um consenso acerca de critérios diagnósticos essenciais para a SPI, quais sejam: desejo de mover os membros, usualmente associado com parestesias e disestesias; inquietude motora; piora ou presença exclusiva dos sintomas ao repouso (em decúbito ou sentado), com alívio parcial, temporário, pela atividade; piora da sintomatologia a noite e durante a madrugada. Todas as quatro características tem que estar presentes para o diagnóstico ser estabelecido corretamente (WALTERS, 1995). Conforme Almeida (s.d.), um dos recursos utilizados para averiguar o diagnóstico desta síndrome é a polissonografia, exame que realiza um levantamento do que acontece durante o sono, como atividade cerebral, movimentos oculares e contrações musculares. Dessa forma, 9 este exame ainda pode fazer um registro de o exame indica o número de movimentos da SPI e o período em que eles ocorrem. Este mapeamento é importante porque permitirá ao médico responsável pelo caso, em geral, um psiquiatra ou mesmo um neurologista, a definir o tipo e a dosagem de medicamento a serem encaminhados aos seus portadores. O diagnóstico da síndrome é atualmente baseado na história fornecida pelo paciente. Nenhum exame complementar ou teste de laboratório é necessário ou útil para fornecer um diagnóstico mais acurado. Os critérios analisados pelo médico para fornecer o diagnóstico são: o desejo de mover os membros, associado geralmente a parestesias; incoordenação motora; sintomas exacerbados exclusivamente em períodos de descanso; e a piora dos sintomas durante o fim da tarde ou à noite. Determinados movimentos incômodos e periódicos dos membros (pernas) ocorrem durante o sono na maioria dos pacientes portadores desta condição. Esses movimentos também podem ser encontrados em praticamente todos os outros distúrbios do sono e em até cerca de 40% das pessoas idosas sadias e assintomáticas. Na maioria destes casos, o número de movimentos por noite, é menor que na síndrome das pernas inquietas. Embora os sintomas descritos ocorram com frequência e os pacientes vivem suas vidas tendo incapacidade funcional e sofrimento, a SPI ainda é subdiagnosticada (NICHOLS, et. al., 2003). Há quem balance as pernas enquanto lê, escreve ou vê televisão, mas isso nada tem a ver com a síndrome das pernas inquietas. São cacoetes que desaparecem assim que a pessoa se dá conta do que está fazendo. Conforme Almeida (s.d.) faz-se necessário não confundir esse distúrbio com alguns movimentos rítmicos e repetitivos que aparecem, em situações específicas, por exemplo, quando apessoa está distraída, ou ainda, muito tensa, como numa situação de timidez ou mesmo de apaixonamento, onde a pessoa sente suas pernas trêmulas. Estes podem ser interpretados enquanto cacoetes que desaparecem tão logo a pessoa se dá conta do que está fazendo, ou ainda, restritos a uma situação específica e não patológica. O tratamento da SPI apresenta diversas controvérsias devido ao desconhecimento de suas causas. Alguns dos medicamentos mais utilizados são a carbamazepina e a carbidopa- levodopa, um medicamento utilizado no tratamento da doença de Parkinson. Há alguns medicamentos que podem agravar ainda o quadro. O principal recurso que as pessoas empregam no combate desta síndrome é a atividade física em sua grande variedade de nuances possíveis (ALMEIDA, s.d.). As principais medidas gerais no tratamento da SPI incluem diminuição ou parada de ingestão de bebidas com cafeína, parar de fumar, redução na ingestão de álcool. Estas substâncias podem precipitar ou exacerbar a condição clínica. Um banho quente antes de deitar tem ajudado alguns pacientes (O'KEEFFE, 1996). O tratamento da causa básica ou afastamento do fator exacerbante, quando identificados, frequentemente é efetivo no alívio da sintomatologia. Assim, pacientes com deficiência de ferro respondem muito bem à terapia com reposição de ferro. Suplementos de folato também são benéficos em pacientes com essa deficiência, como no caso das mulheres grávidas. Transplante renal e tratamento com eritropoitina para anemia podem aliviar a SPI associada à uremia ou diálise (O'KEEFFE, 1996; DANEK, et. al., 1996). 2.3 SPI E A DOENÇA DE CROHN De acordo com Correio do Brasil (2009), a SPI pode ser manifestação de uma doença inflamatória intestinal chamada doença de Crohn. Um estudo realizado por cientistas norte- americanos, publicado na revista Inflammatory Bowel Disease, avaliou 272 pacientes. O 10 estudo indicou uma associação significativa entre as duas condições. As análises indicaram uma incidência de SPI em pacientes com a doença inflamatória intestinal de 43%. A prevalência do problema neurológico foi de 30 % nos pacientes, e de apenas 9% nos esposos. Comparados àqueles que não tinham pernas inquietas, os pacientes com o distúrbio neurológico tinham maior média de idade (46,8, contra 42,6 anos), maior comprometimento do intestino delgado (78%, contra 66,7%), mais anemia anterior (49%, contra 33%) e menos comprometimento do cólon. Em quase 92% dos pacientes a síndrome das pernas inquietas começou durante ou após o diagnóstico da doença inflamatória intestinal. E mais de 44% daqueles que apresentavam as duas condições afirmaram que havia uma relação entre a melhora dos sintomas das pernas e dos sintomas da doença e Crohn (CORREIO DO BRASIL, 2009:01). Os pesquisadores acreditam que a explicação possa incluir os mecanismos comuns entre as duas condições, que estão associadas à deficiência de ferro, inflamação e crescimento bacteriano excessivo. 2.4 TRATAMENTO DA SPI PELA ACUPUNTURA Conforme Silva Filho (2008) há pouca informação sobre a visão da Medicina Tradicional Chinesa em relação da Síndrome das Pernas Inquietas. No entanto os autores e pesquisadores chineses concordam que esta situação envolve alterações na Circulação do Sangue (Xue), pelos Canais (Jing). Com base nas Teorias da Medicina Tradicional Chinesa, a SPI está principalmente relacionada com a deficiência de sangue(Xue); frio combinado com Estagnação do Sangue (Xue); Estagnação no Aquecedor Inferior (Xia Jiao); Insuficiência da Essência (Jing) do Rim (Shen). O autor tratou cinco pacientes com diagnóstico de SPI com acupuntura, tendo sido avaliados antes e depois do tratamento. Para verificação dos resultados os pacientes foram solicitados a marcar o grau de desconforto em uma escala visual analógica variando de 0 a 10 e responderam a um Questionário de Qualidade de Vida específico para Síndrome das Pernas Inquietas e também mencionaram quaisquer outros sintomas direta ou indiretamente associados com a SPI. Os resultados pré e pós tratamento respectivamente para cada domínio do IAQVSPI foram: Função social = 63,75 – 81,25; + 27,45% Função diária = 60,13 – 82,79; + 37,68% Qualidade de sono = 31,12 – 74,44; + 139,20% Bem estar emocional = 23,37 – 68,33. + 192,38% O autor percebeu que a prática regular da acupuntura pode ser eficiente para aliviar os irritáveis sintomas da Síndrome das Pernas Inquietas, assim como melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Concluiu, com a realização do estudo, com os cinco pacientes mencionados, que a acupuntura pode ser de grande ajuda para os sinais e sintomas direta ou indiretamente associados com a SPI. Recomendou que estudos maiores e mais aprofundados devem ser conduzidos com a finalidade de obter uma compreensão mais precisa dos mecanismos de ação da acupuntura no tratamento desta doença, de modo que os resultados pudessem ser encarados como evidências. 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que a acupuntura se apresenta como tratamento importante, melhorando significativamente a qualidade de vida de pacientes vitimados por diversificadas doenças. Os fortes indícios da relação da síndrome das pernas inquietas com a doença de Crohn, se confirmada, pode se tranformar num formidável achado que comprovará a importância da alimentação saudável para a saúde humana. Estudos com equipe multidisciplinar de psicólogos, massoterapeuta, acupunturista, médico, neurologista, psiquiatras, especialistas em sono, dentre outros, poderiam preencher as lagunas desconhecidas, bem como idendificar a qual profissional cabe os trabalhos mais intensos e frequentes com o paciente. Deve-se ter em mente que todos os profissionais da saúde são importantes, no entanto as origens das doenças estão contidas em inúmeras variáveis. Cada área do conhecimento tem sua missão específica, os pacientes porém preferem um tratamento menos invasivo e doloroso possível. A medicina ocidental tradicional presta inestimáveis serviços à humanidade. Num acidente de trânsito, por exemplo, ela é insubstituível, igualmente as vacinas para prevenir holocaustos epidêmicos. A acupuntura também já provou e comprovou seu valor, sendo este reconhecido pela OMS. Portanto, tanto a MTC, de modo geral, e a acupuntura em particular, quanto a medicina Ocidental, devem trabalhar em conjunto para que os pacientes tenham o tratamento mais apropriado e menos invasivo possível. A medicina brasileira e o SUS estão imersos no caos e na anarquia devido à arrogância e prepotência da medicina, de médicos e dos políticos. Atualmente sobram cirurgiões plásticos e faltam clínicos para atender os milhões de pacientes que precisam aliviar sua dor e seu risco de morte. Trata-se a rigor de um ultrage contra a cidadania e a dignidade humana, princípios fundamentais da Constituição Brasileira que estão sendo desrespeitados de forma massificada e brutal. Portanto, é preciso repensar toda a medicina brasileira, tanto a privada quanto a pública. A globalização precisa atingir todas as áreas humanas, verificando-se o que há de bom em todas as culturas do planeta. É necessário um afastamento saudável do egocentrismo e do etnocentrismo característicos da civilização ocidental. È necessário lembrar que as principais fontes de observação e inspiração da ciência e da tecnologia são os fenômenos da natureza e estes estão espalhados por todo o planeta e não somente no mundo ocidental. REFERÊNCIAS ALLEN, R.P.; PICCHIETTI, D.; HENING, W.A, et al. 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