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MILANO Metodologia do Trabalho Científico

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Metodologia
Lydia Godoy Milano
do Trabalho
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Lydia Godoy Mil
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Revisão de Text
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Dllúbia Santclai
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Revisão de Cont
eúdo
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Diagramação
Ana Flávia Batis
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Tiago Alves Mota
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015
É proibida a rep
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s autorais.
(C) UEG/UnUEAD/CEAR – 2015.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
BR-153 – Quadra Área Km 99, 75.132-903 – Anápolis – GO
Coordenadora de Projetos e Publicações
Coordenadora Editorial: Elisabete Tomomi Kowata
Revisão Técnica: Thalita Gabriele Lacerda Ribeiro
Pró-Reitoria de Graduação
Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede – CEAR
Revisão Linguística
Dllubia Santclair Matias
A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio,
seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98.
Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto nº 1.825,
de 20 de dezembro de 1907.
Catalogação na Fonte
Comissão Técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas Regionais (SIBRE),
Universidade Estadual de Goiás
Esta obra é produto de Fomento ao uso das Tecnologias de Comunicação e Informação no Âmbito do Sistema 
Universidade Aberta do Brasil - UAB, financiado com verba proveniente de Fomento ao uso das Tecnologias de 
Comunicação e Informação nos Cursos de Grafuação/CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior do ano de 2010 a 2015. A exatidão das referências, a revisão gramatical e as ideias expressas e/ou 
defendidas nos textos são de inteira responsabilidades dos autores.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2015
Catalogação na Fonte
Comissão Técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas Regionais (SIBRE), 
Universidade Estadual de Goiás
M637m
 
Milano, Lydia Godoy.
 Metodologia do trabalho científico / Lydia Godoy Milano. - Anápolis : 
Universidade Estadual de Goiás, 2015.
 59 p. 
 ISBN 978-85-63192-82-0
 1. Metodologia científica. 2. Pesquisa científica. 3. Trabalhos
científicos. I. Milano, Lydia Godoy. II. Título 
 
 CDU 001.8
Seja Bem Vindo(a) ao PEAR! 
 
O Programa de Ensino e Aprendizagem em Rede– PEAR é resultado do Convênio 
MEC/UAB/UEG e ao Edital nº 15, de 23 de março de 2010, publicado pela Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, que fomenta o uso das Tecnologias 
de Informação e Comunicação nos cursos de graduação. Em parceria com a Pró-Reitoria 
de Graduação – PrG. O PEAR tem como objetivo promover a integração e convergência de 
disciplinas curriculares dos cursos de graduação presencial dos 41 Câmpus Universitários 
da Universidade Estadual de Goiás - UEG, à modalidade de Educação a Distância com o uso 
das Tecnologias de Informação e Comunicação. 
Vale lembrar-lhe que o PEAR não promove uma simples substituição de 
modalidades, mas propicia alternativas para que você amplie suas oportunidades de 
integralização curricular e acesso às novas tecnologias, que inclusive serão úteis para 
realização de outros cursos. 
O nosso desejo é que você juntamente com os processos formativos propostos, 
construa coletivamente os conhecimentos necessários para a consolidação dos seus estudos 
e a continuação destes. 
 
UNIDADE 1 - Ti p o s d e c on h ec im en t o s 0 9
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO DE CONHECIMENTO 10
 1.1 - O QUE É CONHECIMENTO? 10
 1.2 - O PROCESSO DE CONHECIMENTO: RELAÇÃO ENTRE SUJEITO E OBJETO - O IDEALISMO E O MATERIALISMO 10
 1.3 - AS FONTES DO CONHECIMENTO: EMPIRISMO E/OU RACIONALISMO 11
2. OS VÁRIOS TIPOS DE CONHECIMENTO 12
 2.1 CONHECIMENTO DO SENSO COMUM 12
 2.2. CONHECIMENTO RELIGIOSO 13
 2.3 CONHECIMENTO FILOSÓFICO 13
 2.4. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 15
UNIDADE 2 - Le i t u r a , an á l i s e s e p r od u ç ã o d e t ex t o s c i en t í f i c o s 2 5
1. LEITURA 26
 1.1 COMO LER 26
 1.2 PASSOS DA LEITURA 27
2. PRODUÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 29
 2.1 RESUMO 29
 2.2 - RESENHAS (FILMES, OBRAS, TEXTOS, ARTIGOS ETC) 32
 2.3 - FICHAMENTO (FICHAS E FICHÁRIO) 36
3. A PRODUÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS 37
 3.1. ARTIGO CIENTÍFICO 38
 3.2. ENSAIOS 38
 3.3. RELATÓRIOS (DE ESTÁGIOS E DE PESQUISA) 39
UNIDADE 3 - Apre s en t a ç ã o d e t r a b a l h o s c i en t í f i c o s , p e s q u i s a c i en t í f i c a 4 7
1. APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS 48
 1.1 - SEMINÁRIO 48
 1.2 - PAINEL 49
 1.3 - FÓRUM 50
 1.4 - SIMPÓSIO 50
 1.5 - DRAMATIZAÇÃO 51
2. TIPOS DE PESQUISA 51
 2.1 - PESQUISA QUANTITATIVA 51
 2.2 - PESQUISA QUALITATIVA 52
3. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÕES. 53
 3.1 - POSITIVISMO 53
 3.2 - MATERIALISMO DIALÉTICO 54
 3.3 - FENOMENOLOGIA 56
4. MÉTODOS DE PESQUISA EMPIRÍCA 57
 4.1 - ESTUDO DE COMUNIDADE 57
 4.2 - ETNOGRAFIA 58
 4.3 - ESTUDO DE CASO 58
5. PROJETO DE PESQUISA 58
 5.1 - TEMA 59
 5.2 - PROBLEMA 59
 5.3 - HIPÓTESE 60
 5.4 - JUSTIFICATIVA 60
 5.5 - OBJETIVOS 60
 5.6 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 60
 5.7 - METODOLOGIA 60
 5.8 - CRONOGRAMA 60
 5.9 - BIBLIOGRAFIA 61
Caro estudante!
É com imenso prazer que participo com você dos estudos em Metodologia 
do Trabalho Científico. Espero que todo o conteúdo desta disciplina venha auxiliá-lo 
em suas tarefas acadêmicas no decorrer do seu curso. Durante o curso de graduação, 
os professores exigem muitos trabalhosque requerem técnicas de elaboração e, nesse 
sentido, perguntamos a nós mesmos: como realizar um trabalho de maneira adequada? 
Assim, coloco a importância desta disciplina para orientar você nas suas atividades 
acadêmicas, no saber e no saber fazer em qualquer disciplina, tanto nos cursos de graduação quanto nos de 
pós-graduações. 
O processo do conhecimento não só se respalda na teoria, mas, sobretudo, numa prática 
metodológica. Então, muitos questionam: é muita técnica? Sim, é verdade – muita técnica. É um “saber fazer”. 
Vejamos algumas situações: quando criança; você foi alfabetizada – houve um procedimento da professora 
alfabetizadora para que isto acontecesse, não foi?! Você se lembra? Neste curso, você tem que dominar a 
internet e outros meios digitais, não é? Então, posso adiantar-lhe sobre o que fazemos todos os dias: é aprender 
a fazer! Aprender a escrever; a dirigir um automóvel; a cozinhar; a andar de bicicleta; digitar um texto etc. 
É saber fazer, de forma correta, qualquer tipo de situação quer seja algo comum na vida cotidiana como nas 
atividades intelectuais.
Outro exemplo, conhecido de qualquer professor de colégio ou universidade são os trabalhos 
exigidos para aprimoramento ou avaliação de um determinado conteúdo. Geralmente, pedem-se resumos, 
resenhas ou mesmo a realização de um seminário. Pois bem, a maioria desses trabalhos exige uma prévia 
escrita e, geralmente, os alunos apresentam-na em uma linguagem confusa, obscura e quase misteriosa. Só 
com o tempo, algumas escritas vão adquirido qualidade do estilo científico: clareza, concisão e precisão. A 
compreensão de um texto é questão de esforço e de honestidade intelectual. É claro que temos dificuldades 
na escrita, sobretudo, porque nos ensinaram somente a copiar palavras e a lê-las durante todo o tempo de 
formação, sem que obrigatoriamente fizéssemos a compreensão do texto. Para que possamos compreender um 
texto, há também uma técnica que veremos nessa unidade.
Para que possamos dominar um conteúdo, devemos saber ler, depois saber escrever. Não é uma 
leitura em que nossos olhos percorrem as sílabas ou palavras, mas leitura nas entrelinhas, ou seja, o que está por 
detrás das palavras. Não é fácil estudar, mas estudar e obter conhecimento e ainda realizar um conhecimento 
é algo prazeroso e inerente ao homem. Assim, entramos na engrenagem do conhecimento do mundo e, 
principalmente, de nós mesmo. Como o grande educador Paulo Freire já propalava que o conhecimento do 
mundo permite o conhecimento de nós neste mundo.
 Bons estudos!
Professora
Lygia Godoy Milano
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UNIDADE I
A unidade I tem como título “Tipos de conhecimento”. Para melhor 
apreensão desta unidade, dividimo-la em duas partes: a primeira refere-se ao 
entendimento básico dos conceitos epistemológicos. Na segunda parte, trataremos 
especificamente de três tipos de conhecimento: conhecimento religioso, filosófico e o 
científico. Considero extremamente importante os estudos dos conceitos básicos no 
processo de conhecimento, sobretudo, considero-o uma porta para o entendimento não só dos aspectos teórico 
em que estaremos sempre envolvidos, mas em possibilidades de interpretação da realidade em que vivemos em 
todos os sentidos. 
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1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO DE 
CONHECIMENTO
1.1 - O que é conhecimento?
Antes de responder o que é conhecimento, vamos acrescentar algumas interrogações que, com 
certeza, elas fornecerão pistas para responder o conceito de “conhecimento”. Vejamos: quem é o homem? 
Como ele adquire conhecimento? Qual sua relação com o conhecimento? 
O homem é um ser parte integrante da natureza e, por natureza, entendemos todo espaço físico, 
clima, vegetação, todo tipo de animais, solo etc. Assim, o homem para sobreviver, experimenta todo tipo de 
situação, interagindo de todas as formas com a natureza, ou seja, manipula-a, experimenta-a e modifica-a. 
No ato de interação ou, propriamente, experimentação com a natureza, adquire conhecimentos que serão 
repassados de geração a geração conduzindo, portanto, o processo da existência humana.
No processo de produção da existência humana, o homem, além de construir objetos, desenvolve 
ideias, valores, crenças que se transformarão ao longo dos tempos. A percepção da natureza, de si próprio e de 
seus pares desenvolve-se em diferentes formas como; senso comum, religioso, filosófico, científico, estético etc. 
Você percebeu que praticamente respondemos aquelas questões do início do texto. Pois bem, 
vamos caminhando por partes, ainda temos um pequeno caminho a percorrer. Vamos buscar o entendimento 
da maneira em que o homem interage com a natureza, ou seja, da relação do homem com a natureza num 
processo de conhecimento.
O processo de conhecimento se dá numa relação do sujeito com o objeto. O sujeito então é um 
ser dotado de consciência e de vontade e está sempre de frente com o mundo material, ou seja, um mundo de 
objetos. A função do sujeito é apreender o objeto e a função do objeto é ser apreensível e ser apreendido pelo 
sujeito. No desempenho de conhecer certo objeto, o sujeito se vê diante de duas situações: uma situação de 
objetividade e uma situação de subjetividade. Na objetividade, é a ação do sujeito de observar o objeto. Na 
subjetividade, já é o objeto observado, ou seja, aquilo que o sujeito apreendeu do objeto, algo que já está nas 
suas ideias, em sua consciência. A subjetividade, o que o sujeito sente e pensa, perpassa pela influência da 
cultura, da religião, da educação e pelas experiências adquiridas. No próximo item, veremos a forma como tudo 
isso se processa, sobretudo, a forma como se determina o processo de conhecimento. 
1.2 - O processo de conhecimento: relação entre sujeito e objeto - O Idealismo e o 
Materialismo
Constatamos até o momento que a apreensão do conhecimento é algo inerente do homem para 
sua sobrevivência e se processa numa relação a do sujeito com o objeto. Nesse sentido, durante toda história 
humana, o próprio homem vem indagando como se dá essa relação. Para tanto, volvem as seguintes questões: 
quem primeiro determina o processo de conhecer: a matéria (objetos) ou a consciência (sujeito) – como o 
dito popular: quem nasce primeiro? o ovo ou a galinha? É claro que não temos uma resposta pronta; algumas 
pessoas dirão: é o ovo! E outros dirão: é a galinha! Qualquer que seja a resposta, ela dependerá de cada pessoa 
- do sujeito. No conhecimento científico, isto fica claro: cada pessoa possui uma forma de interpretação da 
realidade. 
O ato de conhecer alguma coisa, desde então, parte dos seguintes pressupostos: qual o fator 
primeiro que determina o conhecimento – o sujeito o abstrato e complexo, considerando-os como “o problema 
fundamental da filosofia”, de forma que, tanto um pressuposto quanto o outro, indicam concepções que se têm 
de homem e de mundo. 
Cada pressuposto então se divide em dois grandes campos no processo de conhecimento: O 
Idealismo e o Materialismo. Tanto o Idealismo quanto o Materialismo subdividem-se em várias doutrinas que 
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não iremos tratar nesta disciplina, pois fazem parte da disciplina de filosofia. No entanto, buscaremos o conceito 
básico de cada pressuposto, lembrando que estes conceitos não devem ser confundidos com o sentido popular e 
moral existentes na vida cotidiana. Para ampliar esse conhecimento, visite o Site: www.mundodosfilosofos.com.
br. Neste site você encontrará vários conteúdos sobre processo de conhecimentos.
Vejamos tanto o conceito básico no processo de 
conhecimento, quanto o conceito popular:
Quadro – 1 Idealismo e Materialismo
Idealismo
(conceito popular)
Idealismo 
(processo deconhecimento)
Materialismo
(conceito popular)
Materialismo
(processo de 
conhecimento)
Significa uma pessoa 
que possui um ideal, um 
objetivo a alcançar.
Significa que a ideia 
ou a consciência existe 
antes da matéria.
Significa uma pessoa 
que tem interesse 
em bens materiais, 
desprezando os bens 
ideais ou espirituais
Significa que a 
matéria existe 
independentemente 
do homem. Significa 
também que as ideias, a 
consciência é reflexo do 
mundo material, ou seja, 
já existem no mundo 
material.
Rosental, (s/d).
Se, no processo de conhecimento, partimos de qualquer um destes 
pressupostos, poderíamos então levantar a seguinte questão: qual a fonte 
que possibilita o sujeito ser tanto materialista quanto ser idealista? A 
resposta encontra-se nos conceitos de – empirismo e/ou racionalismo, que 
veremos no próximo item. 
1.3 - As fontes do conhecimento: Empirismo e/ou Racionalismo
Num momento em que o sujeito busca apreender um determinado objeto, ou seja, buscando obter 
um conhecimento deste objeto, como saber se nesta apreensão ele (o sujeito) apreende de forma fiel e correta 
as qualidades desse objeto? A forma correta é relativa, dependerá de cada sujeito e de cada forma de apreensão.
Vejamos a forma de apreensão empírica, ou o que seja empirismo: consta no Dicionário Filosófico 
de Rosental (s/d) que “os empiristas consideram que o conhecimento empírico, sensível, é obtido por meio dos 
órgãos dos sentidos (tato, paladar, visão, audição e olfato) e, os sentidos são suficientes para obter conhecimento”. 
Para os empiristas, ao nascer, a mente humana está completamente vazia, um papel em branco, uma tábula rasa, 
que a partir das experiências vividas vai adquirindo conhecimentos. 
Outra forma de apreensão do conhecimento é o racionalismo, uma doutrina que afirma que a razão 
humana, o pensamento abstrato é a única fonte do conhecimento. Segundo os racionalistas, um conhecimento 
é verdadeiro somente quando é logicamente necessário e universalmente válido. Esse conhecimento só será 
obtido pela razão.
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Como vimos, tanto o empirismo quanto o racionalismo são doutrinas unilaterais. Enquanto o 
primeiro considera os nossos sentidos (experiência) como base da fonte do conhecimento, o segundo considera 
a razão (pensamento). Na verdade, os cientistas, os pesquisadores, atualmente, buscam fazer a síntese dos 
dois, ou seja, a razão está intimamente ligada aos nossos sentidos, de modo que nós apreendemos a realidade 
concreta e a elaboramos por meio de nossa capacidade de pensar.
Em todo momento de nossa vida, estamos adquirindo e repassando conhecimentos, isto é tão 
comum que nem damos importância a esta situação. No entanto, mesmo que seja conhecer algo comum, em 
situações corriqueiras da vida, estaremos diante de algo que foi construído, adquirido, conceituado ou que 
está em processo de transformação. Consintamos agora que nosso papel de sujeito (estudante) diante de um 
conteúdo ou uma teoria (objeto) a ser estudado. Como você obterá conhecimento deste conteúdo? Muitos 
irão decorá-lo ou memorizá-lo. Mas quero antecipar que para apreender um determinado conteúdo, sobretudo, 
os fundamentos e/ou teorias, é necessário a interpretação do texto. O princípio para interpretar um texto 
científico é captar o sujeito (autor) e de onde ele parte com sua teoria, qual seu objeto, o que ele tem a dizer 
sobre este objeto, ou seja, sua argumentação a respeito deste objeto. Nesse sentido, no próximo item de título 
“Tipos de conhecimentos” iremos conhecer as várias formas de conhecimento e entender o ser humano em 
cada um destes conhecimentos.
A vida real ou, a vida concreta é complexa e cheia de 
contradições. O homem diante da realidade que o cerca, 
interpreta esta realidade e se revela nesta interpretação. 
Assim, diante da vida real e dos conhecimentos adquiridos, 
quer seja do senso comum, do conhecimento religioso, 
filosófico ou científico, o homem vem construindo sua 
cultura, seu jeito de ser, sua história. 
2. OS VÁRIOS TIPOS DE CONHECIMENTO
 Até o momento, procuramos entender como se processa o conhecimento. Assim, na aquisição 
de um determinado conhecimento há uma relação entre o sujeito que busca conhecimento e o objeto a ser 
conhecido. Todo o conhecimento é construído, elaborado em um certo tempo e espaço, isto é, num determinado 
tempo-histórico e numa determinada sociedade, de forma que o homem sempre buscou e ainda busca dar 
respostas aos vários fenômenos da natureza e da vida, sobretudo, sabemos que o homem não consegue viver 
sem respostas.
2.1 - Conhecimento do Senso Comum
No estágio mais antigo, o homem não conhecia as causas reais de alguns fenômenos da natureza. 
Nesse sentido, para explicar o que não era natural para eles, usavam de agentes sobrenaturais (agentes divinos, 
místicos, duendes, espíritos, deuses etc.). Mas, qualquer que seja uma sociedade e em qualquer tempo histórico, 
encontramos um tipo de conhecimento, a que chamamos de senso comum ou conhecimento popular.
O senso comum é uma forma de conhecimento apreendido por meio das experiências empíricas e 
por observações imediatas na vida cotidiana. Esse tipo de conhecimento não busca explicações de suas causas 
ou explicações científicas. Nem sempre o conhecimento do senso comum é errado, mas as pessoas não sabem 
explicar o porquê de tal conhecimento. Por exemplo, muitas pessoas sabem que em tempos de chuvas com 
trovoadas e raios não devemos ter em mãos objetos pontiagudos e/ou nos esconder debaixo de árvores, pois 
estaremos atraindo para nós uma descarga elétrica – o raio, no entanto, não sabem explicar cientificamente este 
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fenômeno. Outro exemplo: tomar chá de camomila para dores de estômago, mas não sabem o principio ativo 
da planta que possibilita combater dores de estômago.
2.2 - Conhecimento Religioso
Podemos chamar o conhecimento religioso de estágio teológico. O estágio teológico compreende 
três fases: fetichismo; politeísmo e monoteísmo. O Fetichismo é a fase mais primitiva. Nesta fase, os homens 
atribuem as causas dos fenômenos às forças mágicas imanentes que existiriam dentro dos objetos (coisas, 
animais ou pessoas). Exemplo: alguns povos adoravam o sol, outros adoravam a vaca e ainda, objetos que 
poderiam fazer o bem ou o mal.
Na fase do Politeísmo o que comandava era a força mágica. Os homens atribuíam as causas dos 
fenômenos à vontade dos deuses (deus do sol, da chuva, dos trovões etc). Na antiga Grécia denominavam o 
deus do amor – Eros; a deusa da beleza – Vênus; a deusa da caça - Diana etc. Se o mar estava agitado, era 
porque o deus Netuno estava zangado. A colheita foi boa porque a deusa Ceres assim o quis. 
Já na fase do Monoteísmo, os homens atribuíam as causas dos fenômenos a um só deus. Por 
exemplo: no Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, etc. Deus é criador de tudo que existe e responsável por tudo 
que acontece no mundo. (ANDERY, 2006)
Se com o passar dos tempos os conhecimentos vão se 
transformando, os homens vão adquirindo mais experiências 
e, consequentemente, mais conhecimentos. Se antes o 
entendimento do mundo perpassava pelo viés da religiosidade, 
posteriormente essa forma foi sendo substituída por uma 
forma mais racionalizada, por concepções mais abstratas. O 
conhecimento, então, passa a ter predominância na metafísica, 
ou seja, pelo período dos “por quês”: por que chove? Por que 
os corpos caem? Por que os homens pensam? A marca deste 
período histórico é o que chamamos de período filosófico. O 
período filosófico se caracteriza pela busca de explicações sobre 
a origem, composição do universo e explicações da existência 
do homem. Vejamos a seguir como é esse tipo de pensamento 
- o filosófico.
2.3 - Conhecimento Filosófico.O conteúdo sobre “Conhecimento filosófico” que estudaremos a seguir faz parte de uma síntese da 
obra clássica de Jean-Pierre Vernant, da editora paulista Difel, referente à 4ª edição em 1984. É importante que 
você possa ampliar os conhecimentos a seguir lendo esta obra e outras que trazem o mesmo tema.
Filosofia (do grego - amor à sabedoria) é o tipo de conhecimento que busca explicações sobre a 
existência do homem e do mundo, a partir de argumentos racionais, desprezando, em princípio, os procedimentos 
empíricos. A filosofia estuda as leis mais gerais sobre o mundo, o homem, a sociedade e o pensamento. A 
filosofia nasceu na antiga Grécia. Naquele tempo não havia ciências particulares e os pensadores da época 
chamavam-se sofos que significa sábios. A sabedoria para os primeiros sábios gregos compreendia não só o que 
hoje denominamos ciência, isto é, as explicações das coisas pelas suas causas reais e naturais. Para os gregos, 
sabedoria seria, propriamente, amor à verdade. A filosofia, então, tinha por finalidade, conhecer o princípio da 
realidade, a origem, a essência das coisas, o valor e o sentido do universo e da vida. A filosofia também tinha 
por intento a conduta do homem, sobretudo, em relação aos seus pares e, igualmente, em relação à própria 
natureza. (ANDERY, 2006; HUHNE, 2002; VERNANT, 1984)
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Podemos então dizer que o conhecimento humano, propriamente, começou com a filosofia. Se 
a filosofia se ocupou e ainda se ocupa de compreender a realidade, por realidade entendemos um todo, ou 
seja, o que é real, o que existe: o mundo, o homem, a sociedade, a natureza etc. Como a realidade é um todo 
inseparável, dificilmente compreenderíamos esse todo. Então, para compreender, separam-se em partes o todo, 
surgindo, portanto, diferentes disciplinas denominadas de ciências particulares, como: a biologia, a física, a 
matemática, a antropologia, a sociologia etc. 
Podemos dizer que cada disciplina ou cada ciência particular possui uma concepção filosófica, 
isto é, uma forma de apreender um determinado conhecimento, ou seja, como vimos anteriormente num 
parágrafo o que seja o sujeito e o objeto – você se lembra? Então, vamos recordar: a filosofia se ocupa de 
alguns princípios básicos na apreensão de um determinado conhecimento, isto é, de duas grandes reflexões: é 
a consciência ou a matéria que vem primeiro? é a consciencia um reflexo e reprodução do mundo exterior, ou, 
ao contrário: o mundo exterior é um reflexo e uma reprodução de nossa consciência? As respostas para tais 
indagações fez que surgissem duas grandes correntes básicas: o materialismo e o idealismo. Pois bem! Por meio 
das reflexões filosoficas, percebemos agora que a apreensão de um conhecimento dependerá do sujeito, quer ele 
seja materialista ou idealista. 
No conhecimento, então filosófico, encontramos também dois aspectos: o teórico e o prático. A 
filosofia teórica, compreende a ontologia e agnosiologia, que se limitam a buscar o conhecimento do objeto 
como tal, como ele é (juízos de realidade). A filosofia prática compreende a axiologia que indica como deve ser 
o ideal nos homens ou, a conduta humana que nada mais é que um juízo de valor. (ROSENTAL, s/d).
 
 Vejamos como é cada aspecto: 
Quadro – 2 Aspectos da filosofia teórica e prática
Filosofia Teórica Filosofia Prática
ONTOLOGIA AGNOSIOLOGIA AXIOLOGIA
• Busca conhecimentos da 
origem, a essência e a 
causa primeira do cosmo, 
da vida e do pensamento;
• Busca conhecimento da 
relação entre o ser e o 
pensamento.
• Busca conhecimento 
da origem, a essência 
e a validade do 
conhecimento.
• Estuda a filosofia do homem 
(antropologia e filosofia);
• Estuda a filosofia da fé 
(teologia);
• Busca conhecimento das 
questões da ética; da estética 
(do belo); do justo (direito, 
política).
 Rosental,( s/d.)
Entre os três aspectos do conhecimento filosófico, destacaremos a gnosiologia, entendo-a como 
base de todo o tipo de conhecimento. Gnosiologia do grego (gnosis = conhecimento) e (logos = ciência) ou 
teoria do conhecimento. Este tipo de conhecimento se divide tambem em três partes: a própria gnosiologia, a 
epistemologia e a metodologia. 
A gnosiologia, propriamente dita, estuda a essência do conhecimento, a possibilidade de conhecer 
a realidade e a validade do conhecimento. A epistemologia (do grego, episteme = ciência) estuda a validade do 
conhecimento científico (das ciências particulares). A metodologia estuda os meios e métodos de investigação 
do pensamento correto e do pensamento verdadeiro. A metodologia divide-se em: lógica formal que estuda 
os princípios formais do pensamento e a lógica dialética que estuda as condições subjetivas e objetivas do 
conhecimento da realidade, ou seja, conjugam a teoria e a prática na busca do conhecimento. (ROSENTAL, 
s/d)
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Vejamos, no quadro, as ciências particulares e seus 
fundadores.
Quadro 3 – Ciências particulares e seus fundadores
DISCIPLINA PERÍODO (Sec.) Fundador
Matemática III a.C Euclides
Astronomia XVI Copérnico
Física XVII Galileu
Quimica XVIII Lavoisier
Biologia XIX C. Bernad e G. Mendel
Biologia XIX Lamarck, Darwin
Antropologia XIX Wundt, Ferchner, Freud
Sociologia XIX Comte, Durkheim, Marx, Engels
Andery, (2006).
2.4 - O conhecimento Científico
O presente texto é uma pequena interpretação da obra “Para compreender a ciência: uma 
perspectiva histórica”, editado pela Garamond, Rio de Janeiro e organizado pela pesquisadora Maria Amália 
Andery. Você também encontrará os conteudos a seguir na obra “Metodologia científica”, da editora Agir, Rio 
de Janeiro, organizado pela pesquisadora Leda Miranda Hühne. 
O conhecimento científico busca estudar as causas e a comprovação de um determinado fenômeno 
(objeto), abandonando as explicações teológicas, dando ao conhecimento, explicações mais laicas. Isto ocorreu 
durante o período medieval, onde toda a vida intelectual e todo o conhecimento produzido ficavam sujeitos 
às determinações da igreja: a teologia, a filosofia e a ciência traziam, umas mais, outras menos explicitamente 
a marca da religião. Nesse contexto, o conhecimento científico começou a intensificar-se a partir do século XI 
com um caráter mais prático que explicativo.
Se considerarmos, o sujeito do conhecimento e a sua forma de relação com o objeto no processo de 
aquisição de conhecimento é na Idade Moderna que a ciência dá seus primeiros passos. Surge uma nova visão 
de mundo e de homem substituindo a visão medieval. O homem agora era fator principal, ou seja, as relações 
Deus e homem enfatizado pelo teocentrismo medieval foram substituídas pela relação homem e a natureza – o 
antropocentrismo. 
O conhecimento científico ou, propriamente, ciência moderna surgiu com o advento do 
capitalismo, ou seja, com a ascensão da burguesia, com o renascimento do comércio, o crescimento das cidades, 
as grandes navegações, a reforma, a contra reforma, a divisão do trabalho etc. Todo tipo de acontecimento: 
social, político e econômico abriu as portas para o conhecimento científico.
Galileu Galilei, filho mais velho de Vicenzio 
Galilei. Nasceu a 15 de Fevereiro de 1564, na 
cidade de Pisa. O seu pai era um brilhante músico, 
que adquiriu alguma notabilidade na sociedade 
italiana. Em 1581, Galileu ingressou no curso de 
medicina, na Universidade de Pisa. Rapidamente 
verificou que o seu verdadeiro interesse era a 
Matemática, e mudou de curso. Galileu apercebeu-
se de que a Ciência só poderia progredir se fossem 
realizadas experiências para provar as teorias. 
Assim afastar-se-iam do modelo de pensamento de Aristóteles, que apenas 
utilizava a lógica para chegar a conclusões.
Fonte: www.suapesquisa.com/biografias/galileu/.
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Foi com Galileu Galilei (astrônomo, filósofo e físico) que o método de investigação científica foi 
formulado, ou seja, o método experimental com observações e demonstrações matemáticas dos dados obtidos. 
Galileu, com suas experiências, colocou dúvida sobre as concepções existentes do universo – hierarquizado e 
finito. Para Galileu, os fatos reais e objetivos como a matemática e sua definição são bases fundamentais para 
a construção do conhecimento e afirmou este pressuposto ao dizer “o grande livro da natureza está escrito em 
caracteres geométricos”. Quanto ao processo de observação, Galileu utilizava o telescópio como instrumento.
René Descartes filho de uma família burguesa 
abastada, e foi nascido em La Haye, na França, 
em Março de 1596. É considerado como um dos 
maiores filósofos de sempre. Com apenas dez 
anos foi estudar num colégio dirigido por padres 
jesuítas, o Colège Royal de la Flèche, considerado 
como um dos melhores estabelecimentos de 
ensino da época. Com 18 anos, deixa o colégio 
para se matricular no curso de Direito em Poitiers, 
completando a sua licenciatura em 1616. Dedica-
se, então, à carreira militar, alistando-se no 
exército protestante holandês de Maurício Nassau, onde conhece o sábio 
Isaac Beeckman. Passa depois pela Dinamarca e daí para a Alemanha onde 
se alista nas tropas católicas do duque Maximiliano da Baviera. 
Fonte: www.ahistoria.com.br/biografia-rene-descartes/.
René Descarte, é uma pessoa notável no desenvolvimento do conhecimento científico. Ele 
acreditava que a razão era fator fundamental no processo de conhecimento. Com a crença na razão, Descartes 
coloca ênfase na “dúvida” como procedimento metódico em qualquer processo de conhecimento. Se de um 
lado Descartes colocava “dúvida” em qualquer coisa a ser conhecida, por outro lado, justificava que a única 
coisa em que não teria dúvida seria o pensamento –“penso, logo existo”.
A contribuição de Descartes ao conhecimento científico, portanto, foi à elaboração do “Método 
cartesiano”, regras metodológicas – a intuição e a dedução. A intuição consiste numa apreensão de evidências 
indubitáveis extraídas da observação por meio dos sentidos. A dedução consiste no processo conclusivo do 
conhecimento, ou seja, por meio das relações em que foram feitas a partir de evidências indubitáveis. Nesse 
sentido, Descartes atribuiu importância aos procedimentos matemáticos, sobretudo, a geometria e a explicação 
mecânica do mundo e ainda, o rigor no processo de conhecimento. (ANDERY, 2006)
Para o desenvolvimento do conhecimento científico, destacamos a contribuição de Isaac Newton. 
Isaac Newton desenvolveu a teoria da gravitação universal (o movimento de corpos celestes e a queda de um 
corpo na superfície da terra). Suas descobertas foram bases para diferentes áreas do conhecimento da natureza, 
como: a matemática, a astronomia e a física. Para fazer ciência, ou obter conhecimento, a base fundamental de 
Isaac Newton era a matemática e a experimentação. 
Com tantas descobertas, desde Galileu Galilei, René Descartes, Isaac Newton dentre outros, o 
conhecimento científico considerado, até então, Ciências da Natureza começou a exercer todo o encanto na 
mentalidade entre o século XVIII ao Século XIX estendendo-se até os dias atuais. Nesse contexto, não só os 
aspectos da natureza eram fundamentais, existia o homem e todo o seu envolvimento político, econômico e 
social a ser desvendado. Assim, nascem as ciências humanas, tendo como objeto o “homem” e como modelo de 
conhecimento as ciências da natureza e o espírito do positivismo. 
O que vem a ser espírito do positivismo? Podemos dizer que o positivismo foi à primeira corrente 
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teórica racionalista da concepção de sociedade desenvolvida por Auguste Comte. As investigações, nesta 
concepção, seguiam aos padrões estabelecidos das ciências da natureza como a física, a geometria (matemática) 
e a biologia. No entanto, a sociologia, como ciência da sociedade, tornou-se, de fato, ciência a partir dos estudos 
de Emile Durkheim, que definiu com precisão o objeto, o método e a metodologia de investigação, ou seja, 
elaborou técnicas de pesquisas utilizadas por muitos pesquisadores. O objeto então da sociologia são os “fatos 
sociais”, que deveriam ser quantificados, observados e comparados sem influência do pesquisador. Assim, nasce 
um dos critérios da cientificidade, ou seja, a neutralidade no processo de conhecimento científico. (ANDERY, 
2006).
Karl Heinrch Marx , filósofo e economista alemão, 
nasceu em Trier ( atual Alemanha Ocidental ) 
a 5 de maio de 1818 . Estudou na Universidade 
de Berlim, interessando-se, principalmente, 
pelas ideias do filósofo Hegel. Formou-se pela 
Universidade de Viena, em 1841. Em 1842, 
assumiu o cargo de redator – chefe do jornal 
alemão Gazeta Renana , editado em Colônia, 
onde tinha a postura de um liberal radical.Ele 
queria descobrir a causa dos conflitos de classes 
provocadas pela revolução Industrial e o meio 
de os resolver. Algumas influências no desenvolvimento do pensamento de 
Marx: leitura crítica da filosofia de Hegel ( método dialético ), contato com 
o pensamento socialista francês e inglês (uma transformação social total). 
No ano de 1843, transferiu-se para Paris. Lá conheceu Engels, um radical 
alemão de quem se tornaria amigo íntimo e com quem escreveria vários 
ensaios e livros. Sua doutrina, a revolução tinha de se realizar não só na 
França e na Inglaterra, mas em todo mundo civilizado ( universal ). De 1845 
a 1848 viveu em Bruxelas, onde participou de organizações clandestinas de 
operários e exilados.
 Fonte: www.suapesquisa.com/biografias/marx/ 
Por fim, temos as contribuições de Karl Marx no processo do conhecimento científico. A partir 
de seus estudos sobre as sociedades, o capitalismo, a economia, a filosofia, a história, a política entre outros, 
desenvolveu um dos mais discutidos procedimentos de investigação – o materialismo histórico dialético. 
O materialismo histórico dialético orienta-se em reflexões sobre o homem e a sociedade, as 
relações entre o indivíduo e a sociedade, entre as ideias e a base material, entre a realidade e sua compreensão 
pela ciência. O conhecimento não é um reflexo passivo e simples da realidade, mas um processo dialético 
e complexo. Por processo dialético, compreende-se que qualquer fenômeno ou objeto de conhecimento é 
constituído de elementos que encerram movimentos contraditórios. Os elementos e movimentos encaminham 
necessariamente a uma solução, a um novo fenômeno, propriamente, uma síntese. No entanto, uma síntese não 
é uma solução definitiva, encerra nela uma nova contradição, um movimento que requer uma nova solução.
(ANDERY, 2006).
Sabemos, portanto, que o homem procura dispor de toda série de 
interpretações sobre si e sobre o mundo e não basta só cogitar o que 
é válido, mas, sobretudo, comprovar a veracidade do conhecimento. 
Para tanto, desenvolveram técnicas e explicações em vários campos de 
conhecimento, possibilitando, portanto, o surgimento de várias disciplinas 
autônomas a partir das normas e regras do conhecimento científico: 
psicologia, sociologia, antropologia, ciencia politica, economia etc. 
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• http://www.clubedeautores.com.br/book/30592--
Metodologia_Cientifica
• http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met01.htm
• http://www.mundodosfilosofos.com.br/ 
• http://www.oficinadapesquisa.com.br
• http://tvcultura.cmais.com.br/cafefilosofico/
A Unidade I, de título “tipos de conhecimentos”, permitiu que fizéssemos uma pequena excursão 
na história humana. Assim, ao percorrer por vários caminhos (os vários tipos de conhecimento), verificamos 
que o homem sempre buscou compreender e explicaro mundo no sentido amplo de dominação e também de 
sobrevivência, apresentando, evidentemente, sua forma de ser e estar no mundo. Este passeio histórico também 
permitiu que verificássemos que a partir do século XVIII, o termo ciência e/ou conhecimento científico aparece 
com um sentido mais preciso, sobretudo, quando emergem os debates a respeito da forma de apreensão da 
realidade — empirismo e/ou racionalismo e a forma de representação e apresentação dessa realidade, ou seja, 
numa concepção de idealismo e/ou materialismo. 
Qualquer que seja a forma de elaborar conhecimento, ou qualquer que seja o tipo de 
conhecimento, é, que na atualidade, deparamos-nos com inúmeros conhecimentos técnico-científicos. No 
processo de conhecimento, há uma relação intencional entre o sujeito que busca conhecimento e o objeto a ser 
conhecido. No desempenho de conhecer certo objeto, o sujeito se vê diante de duas situações: uma situação 
de objetividade e uma situação de subjetividade. Na objetividade, é a ação do sujeito de observar o objeto. 
Na subjetividade, já é o objeto observado, ou seja, aquilo que o sujeito apreendeu do objeto. No processo do 
conhecimento encontramos duas fontes: o empirismo (experiência por meio dos sentidos) e o racionalismo (a 
razão humana, o pensamento abstrato). O que determina o conhecimento é o sujeito ou o objeto? A realidade 
exterior ou a consciência? Tentando solucionar este problema, considerado como o “problema fundamental da 
filosofia”, surgem duas doutrinas o “idealismo e o materialismo”. 
Em nossos estudos, verificamos que o homem em toda sua trajetória histórica sempre procurou 
obter conhecimentos e, em cada tempo histórico, vislumbra um tipo de conhecimento retratando uma forma 
de viver e ser do homem neste mundo. Assim, nós nos deparamos com o conhecimento religioso ou estágio 
teológico que compreende três fases: fetichismo; politeísmo e monoteísmo. O conhecimento filosófico é o tipo 
de conhecimento que busca explicações sobre a existência do homem e do mundo a partir de argumentos 
racionais desprezando, em princípio, os procedimentos empíricos. Nesse tipo de conhecimento, encontramos 
dois aspectos: o teórico e o prático, onde a filosofia teórica compreende a ontologia e agnosiologia e a filosofia 
prática compreende a axiologia, que indica como deve ser o ideal nos homens ou, na conduta humana (juízo 
de valor). 
Já na Idade Moderna principia-se um conhecimento mais elaborado e sistemático: o conhecimento 
científico. A partir deste periodo, o homem torna-se centro das atenções; surge o capitalismo com a ascensão da 
burguesia; o renascimento do comércio; o crescimento das cidades; as grandes navegações; a reforma; a contra 
reforma; a divisão do trabalho, etc, de forma que qualquer que seja a forma de elaborar conhecimento, ou 
qualquer que seja o tipo de conhecimento, é, que na atualidade, nós nos deparamos com inúmeros conhecimentos 
técnico-científicos em prol não só da sobrevivência humana, (como exemplo, o desenvolvimento na área da 
saúde), mas também o desenvolvimento econômico e a manutenção do capitalismo. 
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Espero que esta unidade tenha proporcionado a você o entendimento de como se processa um 
conhecimento. Assim, fica a certeza de que nunca esgotaremos todo o conhecimento produzido e os que serão 
produzidos. No entanto, espero que os conhecimentos que serão repassados a você neste curso sejam eficientes, 
não só para obter uma nota máxima nas suas avaliações, mas que possibilite a compreensão maior do mundo e 
de si mesmo neste mundo. Na próxima unidade, estudaremos com mais detalhes as várias formas de lidar com 
o conhecimento adquirido, ou seja, estudaremos como realizar os inúmeros trabalhos acadêmicos solicitados 
pelos professores. 
O QUE É CONHECIMENTO PARA VOCÊ? 
1) Relate pelo menos um conhecimento científico que você considera importante para a humanidade. Por 
exemplo: no campo da saúde, da economia, da tecnologia, da educação etc. Ao indicar o conhecimento, 
procure saber como ele foi produzido e quem foi o pesquisador deste conhecimento (sua vida, a área de 
conhecimento e outros conhecimentos desse pesquisador que por ventura tenha sido realizado).
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2) Em relação ao processo de conhecimento como você interpretaria a tirinha abaixo?
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3) Faça um quadro resumo das três linhas de conhecimento. Use outras fontes bibliográficas. Os sites 
indicados possuem textos que tratam sobre as várias formas de conhecimentos. Você poderá pesquisar 
outras fontes e, consequentemente, ampliar estes conhecimentos.
Conhecimento religioso Conhecimento filosófico Conhecimento científico
Fonte:http://www.sempretops.com/diversao/tirinhas-da-
mafalda/ 
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4) Interprete o quadro abaixo, considerando um dos princípios do conhecimento filosófico. Procure 
escrever um pequeno texto, dando ênfase à importância deste conhecimento para a formação humana.
 
Fonte: http://www.sempretops.com/diversao/tirinhas-da-mafalda/
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INDICAÇÕES DE FILMES
 
 
 ALEXANDRIA – ÁGORA
•	 Direção: Alejandro Amanábar 
•	 Genero: Drama/histórico.
•	 Origem: Espanha 
•	 Tipo: Longa Metragem.
•	 Sinopse: Alexandria, 391. Hypatia ensina astronomia, matemática e 
filosofia. Seu aluno Orestes está apaixonado por ela, assim como Davus, 
seu escravo pessoal. À medida que o Cristianismo da cidade, chefiado 
por Ammonius e Cyril, ganha poder político, as grandes instituições de 
aprendizagem e administração podem não sobreviver. 20 anos depois, 
Orestes, o prefeito da cidade, tem uma paz intranquila com os Cristãos, 
chefiados por Cyril. Os Cristãos forçam a moralidade pública; primeiro, 
vêm os Judeus como seu obstáculo, depois as mulheres. Hypatia não tem 
interesse na fé; está interessada nos movimentos dos corpos celestes e na 
irmandade de todos.
 A GUERRA DO FOGO 
•	 O filme se passa nos tempos pré-históricos, em torno da descoberta do 
fogo. A tribo Ulam vive em torno de uma fonte natural de fogo. Quando 
este fogo se extingue, três membros saem em busca de uma nova chama. 
Depois de vários dias andando e enfrentando animais pré-históricos, eles 
encontram a tribo Ivakas, que descobriu como fazer fogo. Para que o 
segredo seja revelado, eles sequestram uma mulher Ivaka. 
 QUASE DEUSES 
•	 Título original: (Something the Lord Made)
•	 Lançamento: 2004 (EUA)
•	 Direção: Joseph Sargent 
•	 Atores: Alan Rickman, Mos Def, Mary Stuart Masterson, Kyra 
Sedgwick.
•	 Duração: 110 min
•	 Gênero: Drama
•	 Sinopse: No Filme “Quase Deuses”, podemos observar características 
do conhecimento empírico. O personagem Vivien Thomas, mesmo 
com um limitado grau de educação formal, teve uma participação 
fundamental no desenvolvimento de técnicas usadas para o tratamento 
cardíaco.O Doutor Alfred Blalock (médico pesquisador) usava cães 
como cobaias até obter provas concretas sobre sua pesquisa. No filme, 
podem-se observar características do conhecimento científico e técnicas 
de pesquisas. 
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An t r o p o c e n t r i sm o :(Nome grego: ciência do homem) teoria que considera o homem como centro do universo.
Cap i t a l i sm o : Regime social político que sucedeu ao feudalismo. Modo de produção econômica
Con c e i t o :Forma de pensamento humano que permite captar os caracteres gerais, essenciais das coisas e dos 
fenômenos da realidade.
C i ê n c i a : Sistema de conhecimento sobre a natureza, a sociedade e o pensamento, acumulados no curso da 
História
Con c e p ç ã o d e mund o : Sistema de opiniões, de noções e de representações sobre o mundo, sobre a sociedade, 
idéias filosóficas, sociais, políticas, éticas, estéticas, cientificas etc.
D i a l é t i c a : Arte do dialogo. Maneira de colocar em debate a tese e a antítese na busca de uma síntese. 
Emp i r i sm o : (do grego= experiência) doutrina filosófica que coloca a experiência sensorial como fonte única 
do conhecimento
E s t é t i c a : Ciência que estuda as leis do desenvolvimento da arte, seu papel social e as formas e métodos da 
criação artística.
É t i c a : Do grego moral, caráter, costume. Ciência que trata da moral, das regras e normas de condutas do 
homem 
F e t i c h i sm o : A divinização de certos objetos, atribuição de um poder sobrenatural, místico e mágico aos objetos.
Gn o s i o l o g i a : Do grego = estudo do conhecimento) doutrina filosófica que trata da possibilidade do homem 
conhecer a realidade, as fontes do conhecimento e suas formas de conhecimento.
L ó g i c a : a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar ou do pensar correto, sendo, portanto, 
um instrumento do pensar. A aprendizagem da lógica não constitui um fim em si.
Ma t e r i a l i sm o : Corrente filosófica que considera a matéria como dado primário, e, as idéias, a consciência, 
como dado secundário.
Me t a f í s i c a : Método filosófico de abordar os fenômenos da natureza.
On t o l ó g i c o : Ontologia (em grego onto = ser e logia conhecimento) conhecimento do ser. Trata do ser enquanto 
ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres.
Fonte:Rosental (s/d). 
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ANDERY, Maria Amália (org). Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: 
Garamond, 2006.
CARVALHO, Maria Cecilia M. de. (org). Construindo o saber: metodologia cientifica, fundamentos e 
técnicas. Campinas, SP: Papirus, 1989.
HÜHNE, Leda Miranda. (org). Metodologia científica: caderno de textos e técnicas. Rio de Janeiro: Agir, 
2002.
LÜDKE, Menga & ANDRÈ, Marli, E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 
1986.
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica. São Paulo: Atlas S.A, 2004
OLIVEIRA, Paulo de Salles (org). Metodologia das Ciências Humanas. São Paulo: Hucitec, UNESP, 1998.
ROSENTAL, M. Pequeno Dicionário Filosófico. São Paulo: Livraria Exposição do Livro, s/d.
SAVIANI, Dermeval. Educação: Do senso comum à consciência filosófica. Campinas, São Paulo, 2007
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2003.
VERNANT, Jean-Pierre. As origens do Pensamento grego. São Paulo-SP: Difel, 1984.
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UNIDADE II
 Você sabe que em nossa jornada acadêmica, muitos trabalhos são pedidos 
pelos nossos professores e, às vezes, temos muitas dificuldades em poder realizá-los. 
Pois bem! Esta unidade tem como objetivo ajudar você a compreender várias técnicas 
de trabalhos acadêmicos. Segundo Antônio Joaquim e de acordo com Severino (2002), 
os trabalhos didáticos exigidos, sobretudo, nos cursos de graduação, seguem um caráter 
universal de estruturação lógica e de organização metodológica, ou seja, são procedimentos 
que ainda fazem parte intrínseca da formação técnica ou científica do estudante. Então, essa formação técnica 
ou cientifica que o autor ressalta, são os objetivos desta unidade. Para que você possa compreender como 
são as técnicas de trabalhos acadêmicos, o importante é que você saiba estudar bem o conteúdo e, portanto, 
saber ler bem o texto. Assim, para a compreensão de um texto, como outras atividades, existe uma técnica 
que estudaremos a seguir. Posso adiantar que não é a técnica de memorização igual às que vemos em cursos 
oferecidos à comunidade, mas técnica de compreensão do conteúdo.
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1. LEITURA 
Existem várias formas de realizar leituras. O notável educador Paulo Freire sempre ressaltou a 
importância da “leitura do mundo”. Como seria a “leitura do mundo” para este educador? Resumidamente, 
podemos responder que a “leitura do mundo” está no dia a dia de nossas vidas, ou seja, cotidianamente 
interpretamos e damos significados a uma porção de eventos. Vejamos: quando analisamos as causas e os 
efeitos de algum acontecimento; quando justificamos alguma atitude; quando procuramos entender um texto 
escrito ou mesmo alguma mensagem por meio de ícones; quando estamos diante de uma obra de arte; quando 
tentamos interpretar o balbucio de uma criança, estamos, portanto, realizando um ato de leitura. Ler é o 
eixo fundamental de todo processo de aprendizagem. Aprendemos por meio de nossas experiências cotidianas 
(leitura de vida) e aprendemos também por meio de conhecimentos adquiridos culturalmente e historicamente, 
ou seja, conhecimentos técnicos de alguma atividade prática, conhecimentos teórico/científicos e ou filosóficos. 
Nesse sentido, como ler e apreender os conteúdos de um determinado texto? Simplesmente, como estudar? 
Vejamos alguns critérios:
 ¨ 1º Ter certa disciplina;
 ¨ 2º Adquirir espírito investigativo;
 ¨ 3º Eliminar atitudes mecânicas;
 ¨ 4º Não memorizar o conteúdo, mas saber interpretá-lo;
 ¨ 5º Procurar manter diálogo com o autor.
1.1 Como Ler
A leitura de um texto se dá primeiramente a partir do processo de decodificação, isto é, quando 
temos contato com o “conteúdo” e buscamos compreendê-lo. Segundo Fulgêncio e Liberato (1998, p. 13), 
“a leitura não é a simples decodificação do sinal gráfico que se aprende no início da alfabetização, mas uma 
compreensão de textos”. A decodificação, além dos sons e grafia, refere-se em situarmos autor e conteúdo 
no contexto da produção. Você pode perguntar: como tudo isto se dá? Como posso situar autor e texto num 
contexto? O contexto pode ser o meio social, o meio cultural, o político, o estético em que autor e obra 
estão situados. Por exemplo: para compreendermos de maneira eficiente alguns conteúdos da física: o que 
é o princípio da relatividade? ou: quais são as leis do principio da inércia? ou propriamente: qual é a lei da 
caída livre dos corpos? e ainda: o que é composição das forças? então, para saber todos esses conhecimentos 
é importante contextualizar quando e como surgiram, ou seja, as causas que motivaram a obtenção de tais 
conhecimentos, qual a importância destes conhecimentos, quem foi o sujeito que realizou estes conhecimentos 
e, assim por diante. Dessa forma, continuando o exemplo sugerido, vamos procurar contextualizar, ou seja, 
ir além de decodificar o texto dos conhecimentos da física. Podemos, em princípio, pesquisar na história da 
humanidade quando e como aconteceram estes conhecimentos e estaremos, portanto, situando obra e autor 
num determinado tempo (época) e espaço (sociedade). Assim,na História, durante o século XVI para o século 
XVII vamos encontrar uma personalidade notável em conhecimentos da física, Galileu Galilei (1564-1642). 
Veja como em “Saber mais”
Ao saber sobre Galileu e como sucederam-se seus conhecimentos, fica mais fácil 
de entender o conteúdo sobre a física mecânica. Podemos agora definir o que seja 
contextualizar, que significa em: saber como, de que forma, em qual situação um 
conhecimento foi realizado. 
• Saber como é o mesmo que saber o que levou o autor a pesquisar determinado 
objeto ou assunto. Saber as razões ou o “por quê?” Nesse sentido, existem vários 
acontecimentos de ordem política, econômica, social, cultural, entre outros que levou 
o autor ou o pesquisador a realizar tal fato.
• De que forma? Como foi realizado o trabalho do autor, se ele (o autor ou o 
pesquisador) realizou uma pesquisa de laboratório, um estudo de caso, um estudo 
historiográfico, entre outros tipos de estudos. 
• Em qual situação? Foi por uma necessidade, uma circunstância ou uma ocorrência, 
isto é, um fenômeno que pode ser num meio educacional, na saúde, ou um fenômeno 
da natureza entre outros. 
Outra forma de contextualizar é relacionar o conteúdo de uma disciplina às outras 
disciplinas, o que chamamos de interdisciplinaridade. Por isso, quanto mais variado o 
campo de conhecimento, mais facilidade você encontrará em ler e interpretar textos.
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1.2 Passos da leitura.
Existem várias formas de realizar uma boa leitura, talvez você já tenha uma. Gosto muito de 
escrever ao lado do parágrafo, colocando perguntas ao autor, questionando-o, concordando com ele e, às 
vezes, contradizendo-o. Quando o parágrafo traz algo muito importante, coloco um rostinho feliz; quando, ao 
contrário, coloco um rostinho infeliz. Assim, este é meu jeito de ler e estudar, portanto, sabemos que cada um 
arranja um jeitinho de estudar. O quadro abaixo possui alguns tópicos do texto “Ato de estudar” da professora 
Leda Miranda Hühne (2002). A autora sugere que para uma boa leitura, devemos seguir alguns passos de 
leitura como: leitura seletiva, leitura exploratória, leitura analítica, leitura interpretativa e leitura crítica. 
Vejamos como se procede em cada passo: 
Leitura seletiva
É o mesmo que fazer revisão bibliográfica, isto é, a fase em que você seleciona uma obra entre 
várias outras sobre o mesmo assunto.
 ¨ Buscar em sites e em bibliotecas obras que tratam do assunto a ser estudado;
 ¨ Ler introdução, resumos, folha de rosto das obras;
 ¨ Verificar nas leituras introdutórias se o assunto contempla o que você busca.
Leitura exploratória
É a fase em que se deve prestar atenção à diretriz do pensamento do autor.
 ¨ Realizar uma leitura breve;
 ¨ Poderá procurar dados sobre a vida e obra do autor, sobre momentos históricos em 
que ele viveu;
 ¨ Procurar fazer um esquema das grandes partes do texto: introdução, desenvolvim-
ento e conclusão.
Leitura analítica 
É a fase do exame do texto, ou, o momento de dialogar com o autor.
 ¨ Deixar o autor falar: para tentar perceber o quê e como ele apresenta o assunto;
 ¨ Realizar perguntas: de que fala o texto? Como está problematizado? Que tipo de 
raciocínio o autor segue na argumentação? 
 ¨ Procurar sublinhar a ideia central de cada parágrafo;
 ¨ Sublinhar as ideias secundárias do texto;
 ¨ Procurar, em cada tempo, reconstruir o texto a partir das palavras grifadas.
Leitura interpretativa
É a fase de assimilação do conhecimento. 
 ¨ Elaborar uma síntese do que foi apreendido;
 ¨ Buscar outras fontes para sistematizar o assunto;
 ¨ Descrever a problemática do texto (para tanto, ver o que seja problemática num item 
abaixo).
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Leitura crítica 
É a fase conjunta da leitura exploratória, analítica e interpretativa. É o momento em que você já 
domina o conhecimento. 
 ¨ Desenvolver uma construção lógica do processo em que o tema foi desenvolvido;
 ¨ Saber refazer as linhas de raciocínio (as argumentações) do autor;
 ¨ Analisar e debater com o autor o alcance se suas conclusões e consequências;
 ¨ Refazer o que está subentendido no texto, ou seja, nas entrelinhas das argumentações 
emitidas pelo autor.
É importante saber que criticar uma obra exige de você muito conhecimento do 
assunto, isto é, saber fundamentar, ter certa propriedade do assunto. A crítica de 
um conteúdo não é dizer que o assunto é falso ou verdadeiro; se você gosta ou não 
gosta; se você concorda ou não concorda, mas emitir uma critica é um trabalho 
intelectual sistemático, com finalidade de explicar o conteúdo, relacioná-lo a outras 
interpretações do mesmo assunto e trazer o que não está explícito no discurso do 
texto. Como diz Marilena Chauí (s/d):
A tarefa da crítica é fazer falar o silêncio, colocar em movimento um pensamento 
que possa desvendar todo o silêncio contido em outros pensamentos, em outros 
discursos. “[...] assim, a tarefa da crítica é realizar um trabalho interpretativo 
com relação a pensamentos e discursos dados.” (CHAUÍ, s/d)
O QUE É PROBLEMATIZAÇÃO?
Qualquer que seja um texto: teórico, poético, documentário, literário e outros, o autor, 
ao escrevê-lo, teve como ponto de partida resolver um problema. Assim, procura-se 
responder questões: Por quê? O que fazer? Para quê? Para quem? 
• O “por quê?” é a própria dúvida, a indagação de uma determinada situação problema, 
por exemplo: por que, no Brasil, existe um índice significativo de analfabetos? 
• “O que fazer?” é a própria busca de elementos para verificar tal situação e tentar 
resolvê-la.
• “Para quê?” acompanha a própria precisão e destinação do problema resolvido. 
• “Para quem?” envolvem não só os aspectos pessoais como também os de ordem política, 
econômica, social, educacional, psicológica, sociológica etc. 
É importante saber que qualquer que seja o ato humano, este ato, sempre estará envolvido 
numa situação “problema”, ou seja, uma necessidade, por exemplo: atravessar uma rua 
(por que tenho que atravessar uma rua?); tomar uma decisão política importante (quais 
são os motivos?), o que fazer para o jantar da família? Como cuidar de uma criança? Como 
realizar uma boa aula? Tal necessidade é que fornece a essência do ato ou ação humana, ou 
seja, “o problema” e, para resolver este problema, levantamos todo o contexto, ou seja, 
tudo o que envolve tal problema. De forma que, levantar o contexto de um determinado 
problema é o mesmo que examinar as ocorrências (quer seja no meio social, político, 
econômico, psicológico ou mesmo algo pessoal), a que chamamos de “problematização”. 
Vejamos o exemplo de um texto teórico: o autor antes de elaborar seu texto, verifica a 
seguinte ocorrência: as crianças num período de alfabetização não conseguem apreender 
noções básicas de matemática. Assim, o autor quer saber o “por quê”? nesse caso, ou 
saber deste “problema”. Mas, antes de responder o “por quê”, o autor busca verificar 
toda situação que vem provocando tal problema, ou seja, busca contextualizar tal 
problema (o não aprendizado em matemática das crianças). Ao contextualizar a situação, 
o autor verifica que tal fato pode estar relacionado em vários contextos ou situações, o 
que possibilita o não aprendizado das crianças como: escolas precárias; falta de recursos 
pedagógicos; professores desqualificados; situação econômica baixa dos alunos etc. De 
forma que ao contextualizar o problema o autor estará problematizando o fato.
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2. PRODUÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS.
 
 Até o momento denossos estudos, tratamos sobre como ler e estudar determinado conteúdo. 
Saber estudar é uma arte que requer dedicação, empenho e também um sentido, ou seja, um objetivo a ser 
atingido. Se estudar é uma arte, transmitir o conhecimento também o é. A transmissão de um conhecimento 
não se dá de forma aleatória; existem formas ou regras convencionais para sua apresentação. Nesse sentido, 
como apresentar um relatório, um resumo, uma monografia, um projeto entre outros tipos de trabalhos? A 
orientação para a produção e apresentação de trabalhos acadêmicos, não vem desta sua professora, mas de 
um órgão que estabelece regras e normas para cada tipo de trabalho, desde como fazer um palito de fósforo 
até a construção de um avião. Estou me referindo a ABNT que quer dizer: Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. A ABNT é a única entidade responsável para 
emitir normas e regras para qualquer tipo de produção. Ela é uma entidade privada, sem fins lucrativos e de 
utilidade pública, fundada em 1940. 
 
2.1 Resumo
O resumo acadêmico de um texto, capítulo ou mesmo o resumo de uma obra é na realidade 
a recapitulação da(s) ideia(s) do autor, isto é, “o aluno ao resumir um texto com as próprias palavras deve 
manter-se fiel às ideias do autor em questão” (CARVALHO, 2003; HÜHNE, 2002; SEVERINO, 2002). Como 
fazer um resumo? A primeira coisa é não copiar pedaços do texto. Muitos alunos cometem esta atrocidade, 
sobretudo, alguns professores aceitam este tipo de trabalho, que lhe digo – Isto não é um resumo! 
Vejamos a maneira certa de realizar um bom resumo: ao ler o texto, procure sublinhar as ideias 
centrais do autor. Mas o que vem a ser “ideias centrais”? As ideias centrais num texto, num parágrafo ou mesmo 
numa frase são as argumentações do autor. Podemos, então, chamar de sujeito o autor e o objeto é aquilo que 
ele trata no texto. O sujeito, então, descreve e argumenta sobre o seu objeto, isto é: desenvolve um contexto, 
um assunto. Lembra das aulas de português? Numa frase existe o sujeito e o objeto que pode ser direto ou 
indireto?! É nesse caminho, só que agora estamos tratando no campo filosófico, ou seja, a maneira como se 
apreende um conhecimento.
Pois bem! vamos então recordar a Unidade I, onde estudamos sobre o processo de conhecimento, ou 
seja, como se apreende o conhecimento de algo. “O sujeito que busca conhecimento e o objeto a ser conhecido”. 
Qualquer que seja um texto, nele existe um sujeito, que adquiriu conhecimento sobre um determinado objeto. 
Assim, o sujeito repassa para os leitores, por meio de um texto, todo o processo de conhecimento deste objeto. 
Então: a ideia central no texto está justamente onde o autor situa seu objeto – nas argumentações que trata do 
objeto. 
É importante saber que nem todos os parágrafos há necessidade de sublinhar as ideias centrais, 
pois muitas vem sendo repetidas e, para tanto, devemos estar atentos à leitura. Feito todo este procedimento, 
já é hora de voltarmos ao texto e sistematizar o que foi apreendido. 
Após leitura e sublinhar as ideias centrais, com suas próprias palavras, você escreve um pequeno 
texto. A escrita surge a partir do que foi sublinhado e interpretado por você, assim, você acaba de construir um 
resumo. É necessário lê-lo e (no caso) perceber se não estamos repetindo a mesma coisa entre os parágrafos que 
você está construindo. Assim, um resumo, segundo Medeiros (2004), possui poucas palavras; é a apresentação 
concisa e frequentemente seletiva do texto. A construção, portanto, acontece ao destacar os elementos de 
maior interesse e importância, isto é, as principais ideias (o desenvolvimento do objeto) do autor da obra. 
Modalidades de resumos 
O resumo é um tipo de trabalho que desde o ensino fundamental é solicitado pelos nossos 
professores. Muitos acham que resumir é copiar partes do texto, ou seja, estilhaça o conteúdo, o tornado sem 
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nexo, sem sentido. Existem duas modalidades de resumos: o resumo que geralmente os nossos professores 
pedem como trabalho na faculdade e o resumo técnico-científico. O resumo técnico-científico é feito pelo 
próprio autor da obra com a intenção de apresentá-la de forma breve aos leitores. O resumo como trabalho 
escolar possui o mesmo critério de elaboração do resumo técnico/ científico, ou seja, para apresentá-lo, existe 
uma norma técnica emitida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas de Trabalho). Vejamos como:
Estrutura de um resumo 
 ¨ Cabeçalho, no qual são inseridos os elementos bibliográficos do texto (referência 
bibliográfica);
 ¨ Resumo do conteúdo do texto, abordando: tema, objetivos, métodos e as conclusões 
do autor.
Tipos de resumo 
 ¨ Indicativo ou descritivo: faz referência às partes mais importantes do texto, ou seja, 
quais sejam as ideias centrais do autor. Para que você possa captar as idéias centrais de 
um texto, é importante, em primeiro lugar, saber qual é o assunto do texto, ou seja, de 
que trata o texto, qual é o objeto do autor. Uma dica que vale é a de verificar as argu-
mentações do autor sobre seu objeto. Geralmente, é nas argumentações que encontra-
mos as ideias centrais. Nas argumentações encontramos algumas conjunções, exemplo: 
portanto, por isso, da mesma forma, assim como, da mesma maneira, de outra parte, 
entretanto etc. Um resumo indicativo ou descritivo não é a transcrição direta de pará-
grafos, mas aquilo que você captou do texto. Para realizá-lo, é importante a leitura 
completa do texto, lembrando que nesse tipo de resumo não deve haver citações.
 ¨ Informativo ou analítico: Este tipo de resumo também considerado resumo técnico-
científico. Segundo Severino (2002, p.131), “consiste na apresentação concisa do con-
teúdo de um trabalho de cunho científico (livro, artigo, dissertação, tese, etc.) e tem 
a finalidade específica de passar ao leitor uma ideia completa do teor do documento 
analisado”. Nesse sentido, o resumo deve ser redigido em um só parágrafo, com o máx-
imo de 200 a 250 palavras. Deverá conter todas as informações principais apresentadas 
no texto, como exemplo: indicando o objeto tratado, os objetivos visados, as referências 
teóricas de apoio, os procedimentos metodológicos adotados e as conclusões/resultados 
a que se chegou pelo trabalho pesquisado.
 ¨ Crítico: O resumo crítico segue os mesmos critérios do resumo informativo ou 
analítico, acrescentando, porém, a formulação de um julgamento sobre a obra. O re-
sumo crítico faz parte da estrutura de uma resenha que veremos posteriormente como 
se faz. 
A seguir há um exemplo de resumo descritivo ou 
indicativo de um artigo. Neste resumo, encontramos 
a estrutura formal indicada pela ABNT. Veja bem! Num 
resumo (qualquer que seja a modalidade), a referência 
bibliográfica é o próprio título.
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ENGUITA, Mariano Fernandez. A ambiguidade da docência: entre o profissionalismo e 
a proletarização. Porto Alegre: Teoria & Educação, n. 4, p. 41-61, 1991.
O autor aborda a crise de identidade do professor devido à ambivalência da posição 
do docente, localizado em um lugar intermediário e instável entre a profissionalização 
e a proletarização, no espaço de uma semiprofissão enquanto grupo assalariado, cujo 
nível de formação é similar aos profissionais liberais, mas que, submetido à autoridade 
de seus empregadores, busca manter ou ampliar sua autonomia quanto à distribuição 
de renda, ao poder e ao prestígio. Para o autor, a categoria dos docentes compartilha 
características próprias dos grupos profissionais com outras características da classe 
operária. O autor destaca a natureza específicado trabalho docente, que não se presta 
facilmente à padronização, à fragmentação externa das tarefas. Outros fatores vão à 
mesma direção, a saber: a igualdade de nível de formação entre docentes e profissionais 
liberais, a crescente atenção social dada à problemática da educação, etc. Analisando as 
características básicas de definição de uma profissão, aponta: a competência, a vocação, 
a licença, a independência e a auto-regulação. A seguir, o autor analisa em que medida os 
docentes compartilham essas características. 
[…] conclui afirmando que a solução só poderá vir através de mecanismos que garantam, 
ao mesmo tempo, certa capacidade de controle da sociedade sobre a profissão docente 
e certo campo de autorregulação desta, que assegure um sistema de estímulo e contra-
estímulo. Para tanto, diz da necessidade de a sociedade fixar os fins do ensino e o grupo 
profissional arbitrarem os meios. No plano da carreira docente, apontam o emprego das 
oportunidades de acesso, rebaixamento, diferenciais de salário e os benefícios como 
instrumentos positivos e negativos de sanção, mas de maneira que, uma vez estabelecidos 
os critérios, sejam os próprios docentes quem os apliquem.
 Resumo retirado em: “Formação de Professores no Brasil (1990-1998)”. Organização: Marli Eliza D. A. de André. Brasília: 
MEC/Inep/Comped, 2002. 364 p. : il. (Série Estado do Conhecimento, ISS 1676-0565, n. 6)
 Vejamos, agora, um exemplo de resumo técnico-científico (informativo) feita pelo próprio 
autor da obra.
A ANÁLISE CRÍTICA DA ESCOLA PÚBLICA BRASILEIRA NA VISÃO DE QUATRO AUTORES: O 
QUE EXPLICA O INSUCESSO DA ESCOLA?
MILANO, Lydia Godoy 
Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
Comunicação: Estado e Políticas Educacionais 
 
 
Resumo: 
Este trabalho visa captar a visão de quatro autores sobre os percalços da escola pública 
brasileira nos últimos 20 anos. A motivação para este estudo surgiu de constatações 
de que, a despeito da ampliação dos investimentos públicos na educação, da 
democratização do acesso aos anos iniciais da escola da quase totalidade de crianças e 
jovens, da propaganda dos governos mostrando progressos na educação, da ampliação 
da produção intelectual na área, mantêm-se, no geral baixíssimos níveis de desempenho 
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escolar dos alunos, os quais sinalizam que a educação brasileira tem, ainda, um longo 
caminho a percorrer na oferta de um ensino de efetiva qualidade de ensino, sobretudo, 
no sentido de promoção do desenvolvimento de capacidades intelectuais dos alunos. As 
explicações para essa complexa problemática têm desafiado estudiosos e analistas, e 
não têm alcançado efetividade na mudança da situação. Este estudo é uma parte de um 
levantamento de dados sobre o estado da arte da pesquisa educacional dos últimos 20 
anos sobre a atuação dos fatores intraescolares na determinação do insucesso da escola 
pública. Visa, especificamente, apresentar a visão de quatro autores sobre possíveis 
explicações do insucesso da escola pública e, assim, possibilitar o delineamento de pistas 
de análise para a compreensão mais ampliada do tema. Tais autores são: Freitas (2002); 
Frigotto (2005); Libâneo (2010) e Paiva (2005).
Palavras chaves: Estado, Educação Pública, Fracasso Escolar.
2.2. Resenhas (filmes, obras, textos, artigos etc)
A resenha tem um papel importante em nossa vida de estudante, sobretudo, possibilita que 
possamos compreender a obra do teórico estudado com maior profundidade. Segundo SEVERINO (2002, p. 
131-132), “Resenha ou análise bibliográfica é uma síntese ou um comentário dos livros publicados ou feitos em 
revistas especializadas de várias áreas da ciência, das artes ou da filosofia”. Uma resenha pode ser puramente 
informativa quando apenas expõe o conteúdo do texto; é crítica quando se manifesta sobre o valor e o alcance 
do texto. O aluno, nesse sentido, analisa este conteúdo expondo e construindo comentários sobre o texto 
estudado, abrindo um diálogo com os autores. Nessa perspectiva, o procedimento de uma resenha torna-se 
distinto de um resumo, pois o resenhista pode expor suas ideias coincidentes ou não com as ideias que o autor 
apresentou. Para Severino (2002), “o comentário é normalmente feito como último momento da resenha, após 
a exposição do conteúdo. Mas pode ser distribuído difusamente, junto com os momentos anteriores: expõe-se 
e comentam-se simultaneamente as ideias do autor”. 
É importante lembrar que para a elaboração de 
uma resenha crítica requer-se de certa maturidade 
intelectual, domínio de métodos de investigação ou 
um amplo conhecimento do tema em questão. “Não 
se faz crítica sem fundamentação”. Geralmente, nos 
cursos de graduação, raramente o professor solicita 
esse tipo de resenha. 
Critérios para a elaboração de resenha de uma obra textual 
1. Referência da obra a ser resenhada: sobrenome do autor maiúscula, nome, título da obra, local 
da editora, editora e ano de publicação, número de páginas.
2. Apresentação do autor (os credenciais);
3. Apresentação da obra (salientando objeto, objetivo, gênero se é poesia, prosa, ensaio literário 
etc. Nesse sentido, uma descrição sumária de partes, capítulos, etc.);
4. Resumo da obra 
5. Comentário da obra (Se for resenha crítica, o resenhista deverá preocupar-se em analisar 
aspectos como: a coerência do texto, a originalidade da obra, a validade e a relevância das ideias 
dando destaque à problemática do tema);
6. Identificação do resenhista. 
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 Vejamos um exemplo de resenha informativa. (Lembrando que, de acordo com a ABNT, tanto 
na resenha quanto em qualquer tipo de resumo, o título é a própria referência bibliográfica). 
SHIROMA, Eneida Oto (org). Política educacional. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 140.p 
 Peri Mesquida*
O texto das professoras Eneida Otto Shiroma, Maria Célia Marcondes e Olinda 
Evangelista, da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisadoras do 
CNPq, aborda, a partir de documentos nacionais e internacionais, do Banco 
Mundial, da CEPAL, da UNCESCO, da OREALC, a política educacional no 
Brasil, de 1930 à década de 1990. As autoras percebem a “política” como 
um “conjunto de atividades que, de uma forma ou de outra, são imputadas 
ao Estado moderno capitalista ou dele emanam”, e veem o processo 
educativo como elemento formador de “aptidões e comportamentos que 
lhes são necessários, e a escola como um dos seus locus privilegiados”.
Lançando mão de uma linguagem acadêmica, mas, muitas vezes irônica, as 
pesquisadoras buscam em Gramsci a categoria de “intelectual”, atribuindo-
lhe a tarefa de agir no sentido de formar o “consenso”. Dessa maneira, 
decolam a sua reflexão das reformas da década de1930 e aterrisam no 
“reformismo” dos anos de FHC, com a Reforma da Educação Básica, o 
Ensino Superior e a formação de professores. Não deixam, é claro, de 
fazer uma crítica aguda aos exames nacionais de avaliação, como o SAEB 
e o ENEN, percebendo neles instrumentos que elas chamam de “apartheid 
educacional”, na medida em que utilizam o “mérito” como paradigma 
para definir quem pode ou não “cruzar o portal do shopping educacional”.
As pesquisadoras concluem o texto mostrando como a formação de 
professores, por meio de uma imposição legal, criou uma “corrida” do 
ouro simbolizada pela busca do certificado ou diploma, dando margem à 
expansão da oferta privada

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