Buscar

Língua Brasileira de Sinais - Libras - Unidade 6

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
41
Prezado(a) aluno(a), vamos observar como é 
a estrutura da Libras.
Buscando compreender a estrutura de uma 
língua, devemos observar seus aspectos: 
ƒƒ Morfológico – Morfologia é a ciência 
que estuda a estrutura interna das pa-
lavras; 
ƒƒ Fonético – Fonologia é uma área que 
busca interpretar sons da fala, tendo 
sempre por base os sistemas de sons 
das línguas e os modelos teóricos dis-
poníveis.
Em relação à língua de sinais, esses estu-
dos também são realizados, porém essas áreas 
da Linguística se detêm no estudo das unidades 
mínimas dos sinais. A preocupação da Fonética 
é “descrever as unidades mínimas dos sinais” e a 
ESTRUTURA LINGUÍSTICA DA LIBRAS7
Morfologia “é o estudo da estrutura da palavra ou 
do sinal, assim como as regras que determinam 
a formação de palavras.” (QUADROS; KARNOPP, 
2004, p. 83;86).
Quando aprendemos a Língua Portuguesa, 
temos o som, os fonemas e a sua representação 
através de letras, como, por exemplo, na palavra 
‘certo’. Falamos “/sertu/” e escrevemos ‘certo’. Te-
mos, aqui, cinco letras ou grafemas componentes 
da palavra escrita; não consideramos a letra uma 
unidade mínima, como o fonema, porque o fone-
ma, às vezes, é representado, na escrita, por mais 
de uma letra.
Assim, como vimos acima, são cinco os 
componentes ou as unidades mínimas constitu-
tivas das palavras em Português. Essas unidades 
mínimas são chamadas fonemas, que sabemos 
serem sequencialmente combinadas para formar 
as palavras. 
                            
certo -   /s e r t u/ 
Em LIBRAS, as unidades mínimas ou com-
ponentes da palavra ou sinal CERTO são 
os seguintes: 
CM = configuração de mãos; 
M =  é o movimento linear, para baixo 
com retenção final; 
AtençãoAtenção
“A LIBRAS é dotada de uma gramática constituída 
a partir de elementos constitutivos das palavras 
ou itens lexicais e de um léxico (o conjunto das 
palavras da língua) que se estruturam a partir de 
mecanismos morfológicos, sintáticos e semânti-
cos que apresentam especificidade, mas seguem 
também princípios básicos gerais. Estes são usa-
dos na geração de estruturas linguísticas de for-
ma produtiva, possibilitando a produção de um 
número infinito de construções a partir de um 
número finito de regras. É dotada também de 
componentes pragmáticos convencionais, codi-
ficados no léxico e nas estruturas da LIBRAS e de 
princípios pragmáticos que permitem a geração 
de implícitos sentidos metafóricos, ironias e ou-
tros significados não literais.” (BRITO, 2006).
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
42
PA =  é o ponto de articulação do sinal, 
isto é tronco, busto, lado direito; 
O = é a orientação da palma da mão para 
a esquerda; 
S = é a simetria no movimento ou uso da 
mão esquerda, realizando o mesmo mo-
vimento que a esquerda, também como 
articulador e não apenas como mão de 
apoio; 
Em português, as unidades mínimas ou 
componentes da palavra certo /sertu/ 
podem ser descritas da seguinte forma: 
/s/  som com passagem obstruída (con-
soante), surdo, fricativo; 
/e/  som com passagem livre (vogal), so-
noro, aberto, médio; 
/r/  som com passagem obstruída (con-
soante), sonoro, vibrante; 
/t/  som com passagem obstruída (con-
soante), surdo, oclusivo; 
/u/ som com passagem livre (vogal) sono-
ro, fechado, posterior. (BRITO, 2006).
Você percebeu a diferença entre a descri-
ção das unidades mínimas de “certo” em Libras 
e em Português. Na Libras, as características dos 
sinais são espaciais (configuração de mão, pon-
to de articulação, movimento e orientação) e, no 
Português, as unidades da palavra são acústico-
-sonoras.
Como pudemos verificar, as palavras na Li-
bras também se utilizam de unidades mínimas. 
Quando uma dessas unidades é modificada, gera 
um novo significado.
Os Pares Mínimos
Veja, agora, várias possibilidades de modifi-
cação dos sinais a partir dos pares mínimos!
Os pares mínimos, na língua de sinais, acon-
tecem quando temos um dos parâmetros dos si-
nais modificados. Essas modificações podem ser 
quanto a:
Configuração de mãos
 Educar Acostumar
Fonte: Brito (2006).
No sinal de educar, a configuração da mão 
direita é em “L” e, no sinal de acostumar, a confi-
guração da mão direita é “mão aberta”. É uma dife-
renciação pequena, porém significativa;
1. Ponto de articulação:
 
Fonte: Brito (2006).
As duas palavras apresentadas nesse exem-
plo – ‘aprender’ e ‘sábado’ –, possuem a mesma 
configuração de mão e, também, o mesmo mo-
vimento, porém o que as distingue é o local onde 
cada uma delas é realizada. Na palavra ‘aprender’, 
a localização do sinal é na testa e, no sinal de sá-
bado, o ponto de articulação é em frente à boca. A 
alteração desse parâmetro modifica o significado 
das palavras.
AtençãoAtenção
Na Libras, assim como na língua portuguesa, a 
modificação de um parâmetro modifica o vocá-
bulo. Por exemplo, se na palavra “lobo” mudar o 
lugar de uma letra, “b” por “l”, teremos outra pa-
lavra, “bolo” e não mais “lobo”. Da mesma forma 
na língua de sinais, se modificarmos um dos pa-
râmetros (configuração de mãos, ponto de arti-
culação, movimento, ou orientação) estaremos 
mudando o sinal.
Libras
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
43
2. Movimento:
 Verde (SP)                 Gelado (SP)
Fonte: Brito (2006).
As palavras ‘verde’ e ‘gelado’ são também 
pares mínimos, pois há a modificação de um pa-
râmetro; nesse caso, a diferença é o movimento.
Como pudemos observar, pelos exemplos 
citados, que, tanto na Libras quanto no Portu-
guês, as palavras são constituídas a partir de uni-
dades mínimas. Apesar de o número dessas uni-
dades ser finito e pequeno, combinados, geram 
um número infinito de palavras. Assim, o léxico da 
Libras, como de qualquer outra língua, é infinito, 
pois sempre há a possibilidade de novas palavras. 
O fato de, em algumas línguas, não haver vocábu-
los para designar alguns campos semânticos não 
quer dizer que a língua seja “pobre”, pois ela pos-
sui todos os mecanismos para criar palavras para 
qualquer conceito que venha a ser utilizado pela 
comunidade. 
Verifica-se, também, que os princípios e 
mecanismos utilizados na Libras são os mesmos 
utilizados em qualquer outra língua. A grande di-
ferenciação entre a Libras e outras línguas é sua 
característica visual. 
Preste atenção!
Saiba maisSaiba mais
Uma das possibilidades de alteração de parâmetro é 
a mudança no ponto de articulação. “Isto é, há uma 
característica espacial distinta nos sinais, o ponto de 
articulação, que os distingue. Essas características, /na 
testa/ e /na boca/, são unidades mínimas distintivas 
equivalentes aos fonemas das palavras pata e bata do 
português, /p/ e /b/, que também distinguem as for-
mas linguísticas e seus significados.” (BRITO, 2006).
É devido às mesmas restrições que as uni-
dades ou fonemas do português se orga-
nizam ou estruturam seqüencialmente 
ou linearmente no tempo, enquanto que 
as unidades ou ‘fonemas’ da LIBRAS se es-
truturam simultaneamente ou ao mesmo 
tempo no espaço. (BRITO, 2006).
Morfemas e Formação de Palavras por 
Derivação
As duas linguistas Quadros e Karnopp 
(2004) apontam que uma das principais funções 
da Morfologia é a utilização de uma ideia de uma 
palavra em outra classe gramatical. Na Libras, a 
função de derivação é muito utilizada; por exem-
plo: derivar nomes de verbos ou vice-versa.
“[...] observa-se que a Língua de Sinais Bra-
sileira pode derivar nomes de verbos pela mu-
dança no tipo de movimento. Este pode ser en-
curtado no caso do verbo e repetido no caso do 
nome.” (BRITO, 2006). Por exemplo, no verbo ‘sen-
tar’, o sinal é realizadouma única vez. Já no subs-
tantivo ‘cadeira’, é utilizado o mesmo sinal de sen-
tar, mas ele possui movimento repetido, ou seja, 
o sinal de sentar é realizado duas vezes. Portanto, 
o sinal de cadeira é derivado do sinal de sentar.
Se observarmos o exemplo a seguir (BRITO, 
2006), nos sinais de “falar” e de “falar muito”, ou 
“falar pelos cotovelos”, a modificação acontece na 
sua duração.
Fonte: Brito (2006).
No exemplo a seguir (BRITO, 2006), pode-
mos perceber que o sinal de “saber” possui uma 
FALAR
FALAR SEM PARAR
FALAR PELOS COTOVE-
LOS 
FALAR + aspecto conti-
nuativo
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
44
configuração de “mão aberta”. A modificação do 
sinal para a negativa “não saber” altera a configu-
ração de mão; a configuração de mão utilizada 
nesta palavra é a configuração número treze (13), 
o que modifica o sinal e incorpora a negativa. 
SABER                      NãO SABER
Fonte: Brito (2006).
Formação de Palavras por Composição
Podemos observar então que, assim como 
na Língua Portuguesa palavras derivam de outras, 
também podemos formar diferentes palavras a 
partir do processo de composição. A composição 
é o processo de juntar duas palavras, como, por 
exemplo, ‘guarda-chuva’; no caso dos sinais, isso 
ocorre pela adjunção de dois sinais simples, trans-
formando-os em formas compostas. 
Por exemplo:
CASA + CRUZ = IGREJA 
MULHER + PEQUENO = MENINA 
HOMEM + PEQUENO = MENINO 
É importante ressaltar que alguns sinais são 
distintos quanto à forma e à categoria e o que vai 
defini-los é a sua função na frase ou, como os sur-
dos nos apontam regularmente, dependerá do 
contexto. 
Aspecto Verbal
Assim como em outras línguas, a Libras vai 
distinguir alguns aspectos dos sinais. Essas modu-
lações são três: pontual, continuativo ou durati-
vo e interativo. 
Podemos apontar, no exemplo a seguir, “Ela 
falou com você semana passada”, que o aspecto 
pontual vai se referir a essa ação que ocorreu em 
um determinado momento definido no passado. 
Nessa frase, podemos dizer que a ação aconte-
ceu em um determinado momento: “semana 
passada”. 
Preste atenção!
Em LIBRAS, temos um sinal FALAR para um 
contexto linguístico similar. Por exemplo, ELE FA-
LAR VOCÊ ONTEM (= ele falou com você ontem). 
Entretanto, temos também o sinal FALAR SEM PA-
RAR que se refere a uma ação que tem uma conti-
nuidade no tempo como no exemplo ELE FALAR 
SEM PARAR AULA (= ele falou sem parar durante a 
aula) (BRITO, 2006).
FALAR      FALAR SEM PARAR     
 (aspecto pontual)  (aspecto continuativo)
Fonte: Brito (2006).
O aspecto durativo vai indicar outro ele-
mento do sinal e da conversação: quando, em 
Libras, queremos mostrar a intensidade do sinal, 
modificamos um ou mais parâmetros e temos 
uma nova palavra. 
Podemos entender melhor com os exem-
plos a seguir, retirados de Brito (2006): 
OLHAR (pontual) 
OLHAR VOCÊ ONTEM VOCÊ NãO ENXER-
GAR (pontual)
Libras
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
45
Já o aspecto interativo pode aparecer em 
contextos em que seja necessário apontar uma 
interação com o meio. Por exemplo, “PAULO 
VIAJAR- MUITAS-VEZES”. O sinal interativo se dá 
quando o evento ou ação acontece repetidas ve-
zes. 
Veja o exemplo a seguir, retirado de Brito 
(2006):
VIAJAR (pontual)                              VIAJAR (interativo)
OLHAR (durativo) 
ELE FICAR OLHANDO LONGAMENTE MAR 
(durativo)
A modificação no parâmetro é o ponto de ar-
ticulação, que mudou do olho para a ponta do 
nariz.
OLHAR (durativo) 
ELA PASSAR TODOS OLHAR CONTINUADA-
MENTE (durativo)
Fonte: Brito (2006).
É importante ressaltar que esse tipo de 
evento não acontece na Língua Portuguesa.   
Itens Lexicais para Tempo e Marca de Tempo 
Um aspecto importante para observarmos 
é que na Libras não há a marcação de tempo no 
sinal.
A língua de sinais não possui marcação de 
tempo verbal como o Português. Para demonstrar 
o tempo verbal, utilizamos os sinais adverbiais 
como ontem, hoje, amanhã, semana passada, 
próximo ano etc. Com a utilização dessa marca-
ção, não há risco de ambiguidade temporal; sabe-
-se exatamente o tempo que está sendo narrado, 
pois, enquanto não aparecer outro item lexical, o 
tempo é o que foi marcado a priori.
Veja o exemplo do que acabamos de expli-
car:
AtençãoAtenção
Os sinais que veiculam conceito temporal, em 
geral, vêm seguidos de uma marca de passado, 
futuro ou presente da seguinte forma: Movimen-
to para trás, para o passado; Movimento para 
frente, para o futuro; e Movimento no plano do 
corpo, para presente. Alguns desses sinais, en-
tretanto, incorporam essa marca de tempo não 
requerendo, pois, uma marca isolada como é o 
caso dos sinais ONTEM e ANTEONTEM.
 ONTEM                           ANTEONTEM
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
46
Outros sinais como ANO requerem o 
acompanhamento de um sinal de futuro 
ou de presente, mas, quando se trata de 
passado, ele sofre uma alteração na di-
reção do movimento de para frente para 
trás e, por si só já significa ‘ano passado’. 
Os sinais de ANO e ANO-PASSADO po-
dem ser observados nas ilustrações que 
se seguem:  
Fonte: Brito (2006).
Quantificação e Intensidade 
Quando precisamos apontar uma quantifi-
cação em Português, normalmente dizemos “há 
muitas pessoas nesta festa” ou “há pouco espaço 
nesta escola”. Essas expressões não são utiliza-
das na Libras. Utilizamos a configuração de mãos 
para mostrar a diferença; por exemplo: se for uma 
única pessoa, será apenas um dedo para mostrar 
quem é; se forem muitas pessoas, vamos utilizar 
as duas mãos, apontando para o espaço, mos-
trando “todos”.
Se for necessário utilizarmos alguma marca-
ção com número, como para horas, meses, dias, 
semanas ou pessoas, podemos nos referir a até 
três incorporados ao sinal. No exemplo a seguir, 
a figura está mostrando uma vez com o numeral 
um, dois e três. Há a modificação do parâmetro, 
o que modifica o sinal. Se a quantidade for acima 
de cinco, faz-se o sinal do número e, em seguida, 
o sinal referente ao vocábulo. Observe no exem-
plo do desenho:
    ANO                                            ANO-PASSADO
UMA-VEZ                    DUAS-VEZES             TRÊS-VEZES
Fonte: Brito (2006).
Em alguns momentos, alongando o movi-
mento do sinal e acelerando-o, estamos marcan-
do sua intensidade ou quantidade. No exemplo a 
seguir, temos o sinal de longe e, com a intensifica-
ção do movimento e seu alongamento, temos a 
expressão “muito longe”.
 LONGE                        MUITO-LONGE
Fonte: Brito (2006).
Como você pode ver, pudemos verificar vá-
rias formas de utilizar a linguagem que é carac-
terística da língua de sinais e não é utilizada nas 
línguas orais.
Classificadores 
 
Muitas pessoas dizem que os surdos fazem 
“mímica”. Na verdade isso não acontece, mas exis-
te um componente da gramática da língua de si-
nais que se chama classificadores.
Os classificadores compõem um aspecto 
que pode ser encontrado também nas línguas 
orais. Segundo Brito (2006): 
Libras
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
47
[...] como algumas línguas orais e como 
várias línguas de sinais, a LIBRAS pos-
sui classificadores, um tipo de morfema 
gramatical que é afixado a um morfema 
lexical ou sinal para mencionar a classe a 
que pertence o referente desse sinal, para 
descrevê-lo quanto à forma e tamanho, 
ou para descrever a maneira como esse 
referente é segurado ou se comporta na 
ação verbal.
Em Libras, os classificadores são incorpo-
rados ao sinal e têm como característica atribuir 
uma qualidade a um objeto, pessoa, animal.Por 
exemplo: se queremos demonstrar que o “copo 
é quadrado”, utilizaremos os classificadores para 
designar a forma e o tamanho do copo.
Ao se atribuir uma qualidade a uma coi-
sa, por exemplo: arredondada, quadrado, 
cheio de bolas, de listras, entre outras, 
isso representa um tipo de qualificação. 
Assim, classificadores são formas que, 
substituindo o nome que as precede, 
vêm do verbo. Portanto, os classificado-
res na LIBRAS são marcadores de concor-
dância de gênero: pessoa, animal, coisa. 
Os classificadores para pessoa ou animal 
podem ter plural, que é marcado ao se re-
presentar duas pessoas ou animais simul-
taneamente com as duas mãos ou fazen-
do um movimento repetido em relação 
ao número. Os classificadores para coisa 
representam, através de concordância, 
uma característica desta coisa que está 
sendo o objeto da ação verbal. (FELIPE, 
2007, p. 150).
A Estruturação de Sentenças em Libras 
Não é difícil encontrar pessoas que apon-
tam que a constituição da estrutura das senten-
ças em Libras é completamente diferente no Por-
AtençãoAtenção
Os classificadores não são “mímica”, mas sim a 
atribuição de uma qualidade ou característica ao 
sinal.
tuguês. Realmente, no que diz respeito à ordem 
das palavras, há uma diferença, pois o Português 
é uma língua de base sujeito-verbo-predicado, 
enquanto que a Libras é uma língua do tipo tópi-
co comentário.
Quadros e Karnopp (2004) mencionam dois 
trabalhos que mostram a flexibilidade na ordem 
das frases na Libras. Para eles, Felipe e Ferreira 
Brito apontam que há várias possibilidades de 
ordenação das palavras nas sentenças, mas que, 
apesar da flexibilidade, há uma ordenação bási-
ca, que seria sujeito-verbo-objeto. Todas as frases 
que utilizam essa organização são gramaticais.
Veja alguns exemplos de possibilidades de 
frases em Libras, retirados de Quadros e Karnopp 
(2004, p. 140-143):
1- Ela gosta de futebol
 S V O
Nessa frase, há uma marca não manual, ou 
seja, o narrador marca com a direção dos olhos, 
que acompanha a concordância de pessoa asso-
ciada ao verbo. 
2 - TV ela assiste
O S V
 
3 - Futebol ele gosta 
O S V
 
Ele futebol gosta
S O V
Essas construções de frases mostram frases 
simples em que o referente não está presente; po-
rém, se a frase tiver uma estrutura mais complexa, 
não será possível mudar o objeto da ordem.
Por exemplo:
Eu querer Maria trabalhar melhor
 S V O
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
48
Uma possível explicação para a flexibilida-
de da ordem das frases na língua de sinais está 
relacionada à topicalização, que está associada à 
marcação não manual.
A seguir, você poderá verificar o estudo de 
Quadros e Karnopp (2004) a respeito das formas 
pronominais para marcar as pessoas no discurso. 
Os desenhos e texto citados são da Professora Ro-
nice Quadros em seu estudo sobre Linguística da 
Libras (1997).
Figura 5 – Formas pronominais usadas com referentes presentes.
Fonte: Quadros (1997, p. 49-64).
O desenho apresentado anteriormente 
aponta como as relações na Libras podem ser 
complexas, ou seja, de 
que forma o sinalizador 
pode marcar as pessoas 
do discurso. Essas pessoas 
podem estar presentes ou 
não no diálogo; quando 
presentes, a sinalização 
acontece apontando-se 
diretamente ao referente. 
Se o referente não estiver 
presente, ou tempora-
riamente ausente, é realizado o mecanismo de 
apontação, que é direcionado para um local es-
pecífico, sempre na horizontal defronte ao corpo 
do sinalizador. A apontação pode designar, tam-
bém, lugares e/ou objetos no espaço.
O exemplo a seguir 
esclarece como o sinali-
zador atua para marcar 
referentes não presentes. 
O sinalizador irá relacio-
nar um local à sua direita 
e irá nomeá-lo; por exem-
plo: João à direita e à sua 
esquerda Maria. Todas as 
vezes que ele mostrar ou 
referir-se à sua direita es-
tará se referindo a João e, à esquerda, Maria. Ob-
serve o desenho:
Saiba maisSaiba mais
“A referência anafórica requer que o sinalizador aponte 
(olhe ou gire o corpo) um local pré-estabelecido, isto 
é, após a introdução de um nominal co-referente a um 
ponto estabelecido no espaço, esse ponto no espaço 
referir-se-á àquele nominal, mesmo depois de outros 
sinais serem introduzidos no discurso.” (QUADROS, 
1997, p. 50).
Figura 6 – Formas pronominais para marcar as pessoas do discurso.
Fonte: Quadros (1997, p. 193).
Libras
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
49
Como você pode observar, o sinalizador 
não distribui os locais referentes aleatoriamente. 
Os referentes somente serão arbitrários, segun-
do Lilo-Martin e Klima (1990), se forem referentes 
abstratos (parlamentarismo, presidencialismo) ou 
para referentes descritos individualmente não in-
teragindo com outros (diferentes turmas dentro 
de uma escola). Os locais devem distribuídos no 
espaço, de forma que possam ser diferenciados, 
ou seja, que não gere confusão nos interlocuto-
res. É importante, também, ressaltar a importân-
cia do olhar do sinalizador, pois, se o sinalizador 
estiver olhando para o interlocutor A (exemplo a 
seguir), ele estará se referindo a “você\tu”. 
Figura 7 – Pronome de 2ª pessoa: VOCÊ/TU.
Fonte: Quadros (1997, p. 53).
É importante ressaltar que, se o sinalizador 
estiver olhando para B quando apontar para A, 
significa que serão ambos ele/ela.
Figura 8 – Pronome de 3ª pessoa: ELE(A).
Fonte: Quadros (1997, p. 53).
Atenção agora!!!
Vamos mostrar, agora, alguns mecanismos 
utilizados para estabelecer referentes no espaço. 
São eles:
a) fazer o sinal em uma localização parti-
cular (se a forma do sinal permitir);
b) apontar um substantivo em uma locali-
zação particular;
c) direcionar a cabeça e os olhos (e talvez 
o corpo) em direção a uma localização 
particular, fazendo o sinal de um subs-
tantivo ou apontando para o substanti-
vo;
d) usar um pronome antes de um sinal 
para um referente;
e) usar um pronome numa localização 
particular quando é óbvio o referente;
f ) usar um classificador (que representa 
aquele referente) em uma localização 
particular;
g) usar um verbo direcional quando é ób-
vio o referente. (QUADROS, 1997, p. 53).
Ressaltamos que, se o sinalizador modificar 
sua localização no espaço, todos os envolvidos no 
discurso também sofrerão alteração. 
Concordância Verbal
A concordância verbal é um aspecto impor-
tante em qualquer língua. Quadros (1997) aponta 
as diversas classificações dos verbos. Para a auto-
ra, os verbos, na Libras, apresentam a flexão e a 
concordância através do sinalizador, que é iden-
tificado como primeira pessoa se a orientação do 
movimento for do sinalizador para outra pessoa 
ou pessoas. Se a direção do sinal for de outro local 
(referencial não presente), o sinalizador será con-
siderado segunda pessoa do discurso, pois ele 
estará “sofrendo” a ação. Outras localizações uti-
lizadas no discurso podem identificar as terceiras 
pessoas do discurso. Vamos visualizar o exemplo 
do verbo ‘dizer’. 
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
50
Salientando a observação de Baker e Co-
kely, Padden (1983 apud QUADROS, 1997, p. 61) 
apresenta as seguintes formas de concordância 
pessoal:
a) Primeira Pessoa: próximo ao corpo do 
sinalizador;
b) Segunda Pessoa: na direção do interlo-
cutor, determinado pelo contato do olhar 
com o interlocutor real ou marcado dis-
cursivamente;
c) Terceira Pessoa: o marcador de concor-
dância terá o mesmo ponto no espaço 
neutro assinalado 3º pessoa.
Figura 9 – Verbo ‘dizer’ em concordância na Libras.
Fonte: Quadros (1997, p. 61).
A autora apontaainda que, segundo Pad-
den, a primeira pessoa do discurso é sempre fixa 
e que a segunda e a terceira podem ter infinitas 
possibilidades a partir da localização que ocu-
pam. Assim, a concordância do verbo se dará a 
partir do movimento e orientação do sinal.
No exemplo anterior, com dizer, no primei-
ro quadro, o sujeito é o próprio sinalizador. A per-
sonagem está dizendo algo a alguém; sabemos 
disso pela orientação e pelo movimento do sinal 
(ele sai dela, sinalizador, para outra pessoa). No 
quadro B, a sinalização se inicia em outro local 
marcado no espaço, portanto a primeira pessoa 
do discurso é uma pessoa não presente, mas diz 
algo ao sinalizador, que é a segunda pessoa do 
discurso.
No quadro C, a primeira pessoa é alguém 
não presente, nomeado como “c”, que diz algo 
para “a”, que também é um referencial não pre-
sente. No quadro D, a primeira pessoa é o sinaliza-
dor, que diz algo a todos os interlocutores desse 
diálogo.
Podemos observar o mesmo fenômeno 
descrito com o verbo ‘dizer’ nos exemplos a se-
guir: 
Libras
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
51
DAR:
Figura 10 – Verbo ‘dar’ com concordância na ASL e na Libras.
Fonte: Quadros (1997, p. 63).
AJUDAR e OLHAR:
Figura 11 – Variações do verbo “olhar”.
Fonte: Quadros (1997, p. 49-64).
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
52
Após todos os exemplos apontados, pode-
mos dizer:
Libras é uma língua, não uma linguagem, e possui re-
cursos infinitos para designar quaisquer que sejam os 
assuntos a serem discutidos.
Quando pensamos então em uma aborda-
gem de ensino bilíngue, que é a proposta de ensi-
no aos surdos no Brasil, cabe a nós, profissionais, 
adquirirmos e desenvolvermos proficiência nessa 
língua, para que a interação com o aluno ocorra 
verdadeiramente.
Este capítulo foi longo e por meio dele pudemos compreender aspectos da gramática da língua de 
sinais. Observamos novamente a importância dos parâmetros dos sinais em comparação com a língua 
portuguesa e sua característica dos sinais serem espaciais. Os pares mínimos que são elementos da lín-
gua de sinais e são caracterizados quando há a alteração de somente um dos parâmetros modificando 
assim o sinal seu significado e significante. 
Outros aspectos da língua de sinais que pode ser observado também na língua portuguesa oral e 
escrita são as palavras por derivação, ou seja, quando uma modificação no parâmetro modifica a palavra 
inicial, por exemplo ‘cadeira’ e ‘sentar’. 
As palavras em sinais podem ser formadas a partir do processo de composição, ou seja, dois sinais 
diferentes juntos possuem um significado diferente, por exemplo ‘casa’ + ‘estudar’ = escola. 
A intensidade do sinal também pode modificar sua característica inicial. A organização das frases 
em Libras é diferenciada do português e finalmente pudemos aprender sobre os classificadores, que são 
aspectos importantes na comunicação dos surdos.
7.1 Resumo do Capítulo
7.2 Atividades Propostas
Vamos retomar agora, para que você fixe bem o conteúdo.
Responda:
1. Quais são, em Libras, as unidades mínimas ou componentes do sinal?
2. O que são pares mínimos?
3. O que são palavras por composição?
4. O que é a apontação?
5. O que são os classificadores?
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
53
Prezado(a) aluno(a), 
Temos a certeza de que a aprendizagem da Libras está apenas começando e que, nesta apostila, 
não esgotamos o assunto. O importante é que este momento tenha servido para reflexão acerca do ou-
tro diverso, do diferente e do quanto temos a aprender com ele; isso já foi válido. 
Nossa posição, enquanto professores, não é dizer o que é certo ou errado, mas entender que não 
existe uma única realidade. O mundo não é nem ouvinte nem surdo, mas é da forma como o criamos, 
mediante nossa percepção, disposição e possibilidade de relação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS8
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
55
Caro(a) aluno(a),
Apresentamos, a seguir, as respostas esperadas para as atividades propostas.
CAPÍTULO 1
1. Como vimos no decorrer do capítulo, o Decreto nº 5.626, considera surdo a pessoa que, por 
ter perda auditiva, interage e compreende o mundo utilizando-se de experiências visuais e 
manifestando sua cultura, principalmente, pela Libras. Nessa legislação, não se leva em consi-
deração somente a perda auditiva, mas principalmente a utilização da cultura surda por meio 
da língua.
CAPÍTULO 2 
1. O personagem mais importante na educação dos surdos foi o Abade L’Epèe, pois ele modifi-
cou a visão da educação dos surdos em sua época e possibilitou o acesso ao conhecimento 
historicamente acumulado dessa população. Como você pôde perceber ao longo da apostila, 
várias pessoas tentaram educar os surdos utilizando recursos de gestos, mas somente o Aba-
de L’Epèe é quem conseguiu reconhecimento. 
2. Para completarmos essas perguntas, é necessário voltarmos ao texto. Releia e compreenda 
bem o que ali está dito.
a) Em 1880, ocorre o Congresso de Milão, que modifica a educação dos surdos, para o oralis-
mo. O Congresso de Milão conforme vimos no texto foi um marco histórico na educação 
dos surdos, pois modificou a visão dessas pessoas e suas possibilidades de aprendizagem. 
b) Hoje, o Brasil busca a metodologia do bilinguismo na educação dos surdos. O Brasil, assim 
como outros países, busca o bilinguismo como metodologia de ensino, tendo em vista o 
fato de que pesquisas foram realizadas e constatou-se que essa é a melhor forma de apren-
dizagem desses alunos.
3. Espero que sua resposta tenha sido Sim. As crianças surdas que aprendem a língua de sinais 
na primeira infância e têm acesso a falantes nativos da língua terão um desenvolvimento sem 
atrasos, de forma similar às crianças ouvintes, porém em uma língua de modalidade visomo-
tora. É importantíssimo que, para que se desenvolva a língua, as crianças tenham vivência 
com pessoas proficientes; o que irá modificar sua forma de aprendizagem e de apreensão do 
mundo que a cerca.
RESPOSTAS COMENTADAS DAS 
ATIVIDADES PROPOSTAS
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
56
CAPÍTULO 3
1. Descreva brevemente:
a) Como pudemos verificar durante nossos estudos, o oralismo foi a forma de ensino empre-
gada após o Congresso de Milão. Ele visa ao desenvolvimento da fala como objetivo pri-
mordial. Utiliza-se de próteses de amplificação sonora, pistas visuais, treinamento e desen-
volvimento da fala, emissão e recepção de fonemas. Essa forma de ensino perdura até os 
dias de hoje, porém não necessariamente traz benefícios para a aprendizagem dos surdos.
b) Veja: a Comunicação Total é uma metodologia de ensino desenvolvida após quase um sé-
culo de fracasso na educação dos surdos, que buscou alternativas para sua aprendizagem. 
A Comunicação Total tem como objetivo estimular o desenvolvimento linguístico, utilizan-
do-se de todas as modalidades possíveis de comunicação, como: língua oral sinalizada, 
utilização de AASI, fala, leitura orofacial, leitura e escrita. Considera o desenvolvimento da 
língua oral imprescindível para o surdo. Além disso, a Comunicação Total foi importantís-
sima historicamente, pois trouxe nova luz sobre a educação dos surdos após tantos anos 
utilizando o oralismo, mas hoje não é mais utilizada.
c) Conforme discutimos, o bilinguismo é a forma mais completa de ensino para pessoas sur-
das, ele possibilita a aprendizagem de duas línguas, a primeira de sinais e a segunda prin-
cipalmente na modalidade escrita. Bilinguismo: é a utilização da língua de sinais como pri-
meira língua na primeira infância e o ensino da língua escrita e oral do país como segunda 
língua. Essa metodologia de ensino é hoje considerada a melhor forma de proporcionar 
acesso ao conhecimento.
CAPÍTULO 4
1. Conforme estudamos, a línguae a linguagem são aspectos fundamentais para o desenvolvi-
mento dos seres humanos. A grande diferenciação dos seres humanos em relação aos ani-
mais é o potencial de desenvolvimento da língua e linguagem.
a) Atenção: refere-se ao conhecimento interno dos falantes-ouvintes de uma língua. Também 
pode ser entendida num sentido mais amplo, ou seja, incluindo qualquer tipo de manifes-
tação de intenção comunicativa. Estamos falando sobre a Linguagem.
b) Observe atentamente: é um sistema de signos compartilhado por uma comunidade lin-
guística comum. A fala ou os sinais são expressões de diferentes línguas. A língua é um fato 
social, ou seja, um sistema coletivo de uma determinada comunidade linguística.
CAPÍTULO 5 
1. Você deve observar que os parâmetros na língua de sinais são fundamentais, pois é por meio 
deles que os sinais podem ser realizados. São cinco os parâmetros que formam os sinais: confi-
guração de mãos, ponto de articulação, movimento, orientação e direcionalidade, e expressão 
facial e corporal. 
2. Espera-se que sua resposta tenha sido negativa. Muitas vezes as pessoas confundem a mímica 
ou outras formas de gestos cotidianos com a comunicação em Libras, mas elas são absolu-
tamente diferentes. As línguas de sinais, como a Libras, são a utilização de uma combinação 
de elementos que produzirá sinais, os quais, combinados, formarão frases em um contexto. 
É importante lembrar que, como a Libras é uma língua, vai transmitir todas as informações 
necessárias, utilizando os sinais.
Libras
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
57
CAPÍTULO 6
1. Conforme observamos, o alfabeto datilológico tem uma função importantíssima na língua 
de sinais, porém utilizá-lo não quer dizer comunicar-se em Libras. Lembre-se que o alfabeto é 
utilizado somente em algumas situações, mas a maioria das vezes a comunicação em Libras é 
realizada em sinais.
a) O alfabeto datilológico é utilizado quando precisamos apresentar o nome de uma pessoa 
ou designar uma palavra que não possui um sinal próprio. 
CAPÍTULO 7
1. Lembre-se que para realizarmos os sinais, é fundamental levarmos em consideração onde, 
como e com quais movimentos eles devem ser realizados. Para isso existem os parâmetros da 
língua de sinais, que são: configuração de mãos, movimento, ponto de articulação, orientação 
e simetria.
2. Espera-se que você tenha respondido que os pares mínimos ocorrem quando temos um dos 
critérios do sinal modificado; quando se dá esse fato temos um outro sinal. Essa modificação é 
chamada de pares mínimos. Na língua de sinais, acontece quando temos um dos parâmetros 
dos sinais modificados, transformando-o em outro sinal. Por exemplo: no sinal de educar, a 
configuração da mão direita em “L” e, no sinal de acostumar, a configuração d da mão direita é 
“aberta”. Os outros parâmetros são os mesmos.
3. Como estudamos, as palavras compostas expressam um único vocábulo, porém necessitam 
de mais de um sinal para expressá-las. As palavras por composição são aquelas que são forma-
das no processo de junção de duas palavras. No caso dos sinais, esse fato ocorre com a junção 
de dois sinais simples e a transformação deles em formas compostas. Por exemplo, a palavra 
‘escola’: sinal de casa + estudar.
4. Você deve ter se lembrado de que a apontação é um fenômeno que ocorre somente nas 
línguas de sinais, nas línguas orais ela não existe, pois não nos utilizamos do espaço para 
manifestar uma ideia. A apontação pode designar um lugar, objeto ou pessoa. Esse ponto, no 
espaço, refere-se àquele nominal do discurso. Esse recurso na língua de sinais é fundamental, 
pois a língua é espacial e, portanto, marca no espaço onde estão os personagens do diálogo 
ou narrativa.
5. Espero que você tenha se lembrado de que os classificadores são ferramentas importantíssi-
mas na língua de sinais, é por meio deles que designamos informações. São por meio deles 
que podemos expressar uma ideia utilizando formas inequívocas de compreensão, por exem-
plo, para expressar o termo ‘lavar louça’, o sinal será realizado mostrando de forma icônica o 
lavar um prato, por exemplo, que será diferente de quando vamos lavar o chão. Os classifica-
dores são a atribuição de qualidades ao objeto animal ou pessoa. Utilizamos os classificadores 
quando queremos designar forma, tamanho ou características particulares ao objeto.
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
59
ABAURRE, M. B. M. Horizontes e limites de um programa de investigação em aquisição da escrita. In: 
LAMPRECHT, R. R. (Org.). Aquisição da linguagem: questões e análises. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999. p. 
17-38. 
BRASIL. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a 
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2000. 
______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002.
______. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril 
de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de 
dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2005.
BRITO, L. F. Estrutura Linguística da LIBRAS. Instituto Nacional de Educação de Surdos. 2006. 
Disponível em: <http://www.ines.gov.br/ines_livros/35/35_PRINCIPAL.HTM>. Acesso em: 1 out. 2008. 
CAPOVILLA, F. C. Filosofias educacionais em relação ao surdo: do oralismo a comunicação total ao 
bilinguismo. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 6, n. 1, p. 99-116, 2000.
CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilingue língua de sinais 
brasileira. São Paulo. EDUSP, 2006.
COUTINHO, A. E. Surdo, professor de surdos: perspectiva histórica e situação atual. In: ARENA, S. A. et al. 
Educação para surdos: práticas e perspectivas. São Paulo: Santos, 2008.
COUTINHO, D. LIBRAS e língua portuguesa (semelhanças e diferenças). João Pessoa: Arpoador, 2000.
DAMAZIO, M. F. M. Atendimento educacional especializado: pessoa com surdez. Brasília, DF: MEC, 
2007.
DORZIAT, A. Metodologias específicas ao ensino de surdos: análise crítica. Instituto Nacional de 
Educação de Surdos. Disponível em: <http://www.ines.gov.br/ines_livros/13/13_PRINCIPAL.HTM>. 
Acesso: 1 out. 2008.
FELIPE, T. A. LIBRAS em contexto. Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos. Brasília, DF: 
MEC/SEESP, 2007. 
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI, J. W. (Org.). O texto na 
sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. p. 39-56.
GOÉS, M. C. R. Linguagem, surdez e educação. Campinas: Autores Associados, 1999.
KOBER, D. C. Práticas de letramento do surdo. In: ARENA, S. A. et al. Educação para surdos: práticas e 
perspectivas. São Paulo: Santos, 2008.
REFERÊNCIAS
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
60
MONTEIRO, M. S. História dos movimentos dos surdos e o reconhecimento da LIBRAS no Brasil. EDT – 
Educação Temática Digital, Campinas, v. 7, p. 279-289, 2006.
MCCLEARY, L. E. Oralidade visual: implicações para a história oral. In: ENCONTRO DE HISTÓRIA ORAL 
DO NORDESTE, 2., 2000, Salvador. Do oral ao escrito 500 aos de história do Brasil. Anais... Salvador: 
Universidade do Estado da Bahia, 2000.
______. Projeto EMEE: breve descrição. São Paulo: Núcleo de Pesquisa Escola do Futuro/USP, 2000.
QUADROS, R. M. Educação de surdos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
______. O tradutor e intérprete da língua brasileira de sinais. Brasília, DF: MEC, 2002.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 
2004.
SACKS, O. Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dossurdos. Rio de Janeiro: Imago, 1990.
SAUSSURE, F. Curso de lingüística geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro 
Blikstein. São Paulo: Cultrix, 1995.
TRENCHE, M. C. B. A criança surda e a linguagem no contexto escolar. 1995. Tese (Doutorado em 
Filosofia da Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1995.
WILCOX, S.; WILCOX, P. P. O ensino da língua de sinais americana como segunda língua. Rio de 
Janeiro: Arara Azul, 2005.

Outros materiais