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Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 Prezado(a) aluno(a), vamos observar como é a estrutura da Libras. Buscando compreender a estrutura de uma língua, devemos observar seus aspectos: Morfológico – Morfologia é a ciência que estuda a estrutura interna das pa- lavras; Fonético – Fonologia é uma área que busca interpretar sons da fala, tendo sempre por base os sistemas de sons das línguas e os modelos teóricos dis- poníveis. Em relação à língua de sinais, esses estu- dos também são realizados, porém essas áreas da Linguística se detêm no estudo das unidades mínimas dos sinais. A preocupação da Fonética é “descrever as unidades mínimas dos sinais” e a ESTRUTURA LINGUÍSTICA DA LIBRAS7 Morfologia “é o estudo da estrutura da palavra ou do sinal, assim como as regras que determinam a formação de palavras.” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 83;86). Quando aprendemos a Língua Portuguesa, temos o som, os fonemas e a sua representação através de letras, como, por exemplo, na palavra ‘certo’. Falamos “/sertu/” e escrevemos ‘certo’. Te- mos, aqui, cinco letras ou grafemas componentes da palavra escrita; não consideramos a letra uma unidade mínima, como o fonema, porque o fone- ma, às vezes, é representado, na escrita, por mais de uma letra. Assim, como vimos acima, são cinco os componentes ou as unidades mínimas constitu- tivas das palavras em Português. Essas unidades mínimas são chamadas fonemas, que sabemos serem sequencialmente combinadas para formar as palavras. certo - /s e r t u/ Em LIBRAS, as unidades mínimas ou com- ponentes da palavra ou sinal CERTO são os seguintes: CM = configuração de mãos; M = é o movimento linear, para baixo com retenção final; AtençãoAtenção “A LIBRAS é dotada de uma gramática constituída a partir de elementos constitutivos das palavras ou itens lexicais e de um léxico (o conjunto das palavras da língua) que se estruturam a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos e semânti- cos que apresentam especificidade, mas seguem também princípios básicos gerais. Estes são usa- dos na geração de estruturas linguísticas de for- ma produtiva, possibilitando a produção de um número infinito de construções a partir de um número finito de regras. É dotada também de componentes pragmáticos convencionais, codi- ficados no léxico e nas estruturas da LIBRAS e de princípios pragmáticos que permitem a geração de implícitos sentidos metafóricos, ironias e ou- tros significados não literais.” (BRITO, 2006). Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 42 PA = é o ponto de articulação do sinal, isto é tronco, busto, lado direito; O = é a orientação da palma da mão para a esquerda; S = é a simetria no movimento ou uso da mão esquerda, realizando o mesmo mo- vimento que a esquerda, também como articulador e não apenas como mão de apoio; Em português, as unidades mínimas ou componentes da palavra certo /sertu/ podem ser descritas da seguinte forma: /s/ som com passagem obstruída (con- soante), surdo, fricativo; /e/ som com passagem livre (vogal), so- noro, aberto, médio; /r/ som com passagem obstruída (con- soante), sonoro, vibrante; /t/ som com passagem obstruída (con- soante), surdo, oclusivo; /u/ som com passagem livre (vogal) sono- ro, fechado, posterior. (BRITO, 2006). Você percebeu a diferença entre a descri- ção das unidades mínimas de “certo” em Libras e em Português. Na Libras, as características dos sinais são espaciais (configuração de mão, pon- to de articulação, movimento e orientação) e, no Português, as unidades da palavra são acústico- -sonoras. Como pudemos verificar, as palavras na Li- bras também se utilizam de unidades mínimas. Quando uma dessas unidades é modificada, gera um novo significado. Os Pares Mínimos Veja, agora, várias possibilidades de modifi- cação dos sinais a partir dos pares mínimos! Os pares mínimos, na língua de sinais, acon- tecem quando temos um dos parâmetros dos si- nais modificados. Essas modificações podem ser quanto a: Configuração de mãos Educar Acostumar Fonte: Brito (2006). No sinal de educar, a configuração da mão direita é em “L” e, no sinal de acostumar, a confi- guração da mão direita é “mão aberta”. É uma dife- renciação pequena, porém significativa; 1. Ponto de articulação: Fonte: Brito (2006). As duas palavras apresentadas nesse exem- plo – ‘aprender’ e ‘sábado’ –, possuem a mesma configuração de mão e, também, o mesmo mo- vimento, porém o que as distingue é o local onde cada uma delas é realizada. Na palavra ‘aprender’, a localização do sinal é na testa e, no sinal de sá- bado, o ponto de articulação é em frente à boca. A alteração desse parâmetro modifica o significado das palavras. AtençãoAtenção Na Libras, assim como na língua portuguesa, a modificação de um parâmetro modifica o vocá- bulo. Por exemplo, se na palavra “lobo” mudar o lugar de uma letra, “b” por “l”, teremos outra pa- lavra, “bolo” e não mais “lobo”. Da mesma forma na língua de sinais, se modificarmos um dos pa- râmetros (configuração de mãos, ponto de arti- culação, movimento, ou orientação) estaremos mudando o sinal. Libras Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 2. Movimento: Verde (SP) Gelado (SP) Fonte: Brito (2006). As palavras ‘verde’ e ‘gelado’ são também pares mínimos, pois há a modificação de um pa- râmetro; nesse caso, a diferença é o movimento. Como pudemos observar, pelos exemplos citados, que, tanto na Libras quanto no Portu- guês, as palavras são constituídas a partir de uni- dades mínimas. Apesar de o número dessas uni- dades ser finito e pequeno, combinados, geram um número infinito de palavras. Assim, o léxico da Libras, como de qualquer outra língua, é infinito, pois sempre há a possibilidade de novas palavras. O fato de, em algumas línguas, não haver vocábu- los para designar alguns campos semânticos não quer dizer que a língua seja “pobre”, pois ela pos- sui todos os mecanismos para criar palavras para qualquer conceito que venha a ser utilizado pela comunidade. Verifica-se, também, que os princípios e mecanismos utilizados na Libras são os mesmos utilizados em qualquer outra língua. A grande di- ferenciação entre a Libras e outras línguas é sua característica visual. Preste atenção! Saiba maisSaiba mais Uma das possibilidades de alteração de parâmetro é a mudança no ponto de articulação. “Isto é, há uma característica espacial distinta nos sinais, o ponto de articulação, que os distingue. Essas características, /na testa/ e /na boca/, são unidades mínimas distintivas equivalentes aos fonemas das palavras pata e bata do português, /p/ e /b/, que também distinguem as for- mas linguísticas e seus significados.” (BRITO, 2006). É devido às mesmas restrições que as uni- dades ou fonemas do português se orga- nizam ou estruturam seqüencialmente ou linearmente no tempo, enquanto que as unidades ou ‘fonemas’ da LIBRAS se es- truturam simultaneamente ou ao mesmo tempo no espaço. (BRITO, 2006). Morfemas e Formação de Palavras por Derivação As duas linguistas Quadros e Karnopp (2004) apontam que uma das principais funções da Morfologia é a utilização de uma ideia de uma palavra em outra classe gramatical. Na Libras, a função de derivação é muito utilizada; por exem- plo: derivar nomes de verbos ou vice-versa. “[...] observa-se que a Língua de Sinais Bra- sileira pode derivar nomes de verbos pela mu- dança no tipo de movimento. Este pode ser en- curtado no caso do verbo e repetido no caso do nome.” (BRITO, 2006). Por exemplo, no verbo ‘sen- tar’, o sinal é realizadouma única vez. Já no subs- tantivo ‘cadeira’, é utilizado o mesmo sinal de sen- tar, mas ele possui movimento repetido, ou seja, o sinal de sentar é realizado duas vezes. Portanto, o sinal de cadeira é derivado do sinal de sentar. Se observarmos o exemplo a seguir (BRITO, 2006), nos sinais de “falar” e de “falar muito”, ou “falar pelos cotovelos”, a modificação acontece na sua duração. Fonte: Brito (2006). No exemplo a seguir (BRITO, 2006), pode- mos perceber que o sinal de “saber” possui uma FALAR FALAR SEM PARAR FALAR PELOS COTOVE- LOS FALAR + aspecto conti- nuativo Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 44 configuração de “mão aberta”. A modificação do sinal para a negativa “não saber” altera a configu- ração de mão; a configuração de mão utilizada nesta palavra é a configuração número treze (13), o que modifica o sinal e incorpora a negativa. SABER NãO SABER Fonte: Brito (2006). Formação de Palavras por Composição Podemos observar então que, assim como na Língua Portuguesa palavras derivam de outras, também podemos formar diferentes palavras a partir do processo de composição. A composição é o processo de juntar duas palavras, como, por exemplo, ‘guarda-chuva’; no caso dos sinais, isso ocorre pela adjunção de dois sinais simples, trans- formando-os em formas compostas. Por exemplo: CASA + CRUZ = IGREJA MULHER + PEQUENO = MENINA HOMEM + PEQUENO = MENINO É importante ressaltar que alguns sinais são distintos quanto à forma e à categoria e o que vai defini-los é a sua função na frase ou, como os sur- dos nos apontam regularmente, dependerá do contexto. Aspecto Verbal Assim como em outras línguas, a Libras vai distinguir alguns aspectos dos sinais. Essas modu- lações são três: pontual, continuativo ou durati- vo e interativo. Podemos apontar, no exemplo a seguir, “Ela falou com você semana passada”, que o aspecto pontual vai se referir a essa ação que ocorreu em um determinado momento definido no passado. Nessa frase, podemos dizer que a ação aconte- ceu em um determinado momento: “semana passada”. Preste atenção! Em LIBRAS, temos um sinal FALAR para um contexto linguístico similar. Por exemplo, ELE FA- LAR VOCÊ ONTEM (= ele falou com você ontem). Entretanto, temos também o sinal FALAR SEM PA- RAR que se refere a uma ação que tem uma conti- nuidade no tempo como no exemplo ELE FALAR SEM PARAR AULA (= ele falou sem parar durante a aula) (BRITO, 2006). FALAR FALAR SEM PARAR (aspecto pontual) (aspecto continuativo) Fonte: Brito (2006). O aspecto durativo vai indicar outro ele- mento do sinal e da conversação: quando, em Libras, queremos mostrar a intensidade do sinal, modificamos um ou mais parâmetros e temos uma nova palavra. Podemos entender melhor com os exem- plos a seguir, retirados de Brito (2006): OLHAR (pontual) OLHAR VOCÊ ONTEM VOCÊ NãO ENXER- GAR (pontual) Libras Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 45 Já o aspecto interativo pode aparecer em contextos em que seja necessário apontar uma interação com o meio. Por exemplo, “PAULO VIAJAR- MUITAS-VEZES”. O sinal interativo se dá quando o evento ou ação acontece repetidas ve- zes. Veja o exemplo a seguir, retirado de Brito (2006): VIAJAR (pontual) VIAJAR (interativo) OLHAR (durativo) ELE FICAR OLHANDO LONGAMENTE MAR (durativo) A modificação no parâmetro é o ponto de ar- ticulação, que mudou do olho para a ponta do nariz. OLHAR (durativo) ELA PASSAR TODOS OLHAR CONTINUADA- MENTE (durativo) Fonte: Brito (2006). É importante ressaltar que esse tipo de evento não acontece na Língua Portuguesa. Itens Lexicais para Tempo e Marca de Tempo Um aspecto importante para observarmos é que na Libras não há a marcação de tempo no sinal. A língua de sinais não possui marcação de tempo verbal como o Português. Para demonstrar o tempo verbal, utilizamos os sinais adverbiais como ontem, hoje, amanhã, semana passada, próximo ano etc. Com a utilização dessa marca- ção, não há risco de ambiguidade temporal; sabe- -se exatamente o tempo que está sendo narrado, pois, enquanto não aparecer outro item lexical, o tempo é o que foi marcado a priori. Veja o exemplo do que acabamos de expli- car: AtençãoAtenção Os sinais que veiculam conceito temporal, em geral, vêm seguidos de uma marca de passado, futuro ou presente da seguinte forma: Movimen- to para trás, para o passado; Movimento para frente, para o futuro; e Movimento no plano do corpo, para presente. Alguns desses sinais, en- tretanto, incorporam essa marca de tempo não requerendo, pois, uma marca isolada como é o caso dos sinais ONTEM e ANTEONTEM. ONTEM ANTEONTEM Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 46 Outros sinais como ANO requerem o acompanhamento de um sinal de futuro ou de presente, mas, quando se trata de passado, ele sofre uma alteração na di- reção do movimento de para frente para trás e, por si só já significa ‘ano passado’. Os sinais de ANO e ANO-PASSADO po- dem ser observados nas ilustrações que se seguem: Fonte: Brito (2006). Quantificação e Intensidade Quando precisamos apontar uma quantifi- cação em Português, normalmente dizemos “há muitas pessoas nesta festa” ou “há pouco espaço nesta escola”. Essas expressões não são utiliza- das na Libras. Utilizamos a configuração de mãos para mostrar a diferença; por exemplo: se for uma única pessoa, será apenas um dedo para mostrar quem é; se forem muitas pessoas, vamos utilizar as duas mãos, apontando para o espaço, mos- trando “todos”. Se for necessário utilizarmos alguma marca- ção com número, como para horas, meses, dias, semanas ou pessoas, podemos nos referir a até três incorporados ao sinal. No exemplo a seguir, a figura está mostrando uma vez com o numeral um, dois e três. Há a modificação do parâmetro, o que modifica o sinal. Se a quantidade for acima de cinco, faz-se o sinal do número e, em seguida, o sinal referente ao vocábulo. Observe no exem- plo do desenho: ANO ANO-PASSADO UMA-VEZ DUAS-VEZES TRÊS-VEZES Fonte: Brito (2006). Em alguns momentos, alongando o movi- mento do sinal e acelerando-o, estamos marcan- do sua intensidade ou quantidade. No exemplo a seguir, temos o sinal de longe e, com a intensifica- ção do movimento e seu alongamento, temos a expressão “muito longe”. LONGE MUITO-LONGE Fonte: Brito (2006). Como você pode ver, pudemos verificar vá- rias formas de utilizar a linguagem que é carac- terística da língua de sinais e não é utilizada nas línguas orais. Classificadores Muitas pessoas dizem que os surdos fazem “mímica”. Na verdade isso não acontece, mas exis- te um componente da gramática da língua de si- nais que se chama classificadores. Os classificadores compõem um aspecto que pode ser encontrado também nas línguas orais. Segundo Brito (2006): Libras Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 47 [...] como algumas línguas orais e como várias línguas de sinais, a LIBRAS pos- sui classificadores, um tipo de morfema gramatical que é afixado a um morfema lexical ou sinal para mencionar a classe a que pertence o referente desse sinal, para descrevê-lo quanto à forma e tamanho, ou para descrever a maneira como esse referente é segurado ou se comporta na ação verbal. Em Libras, os classificadores são incorpo- rados ao sinal e têm como característica atribuir uma qualidade a um objeto, pessoa, animal.Por exemplo: se queremos demonstrar que o “copo é quadrado”, utilizaremos os classificadores para designar a forma e o tamanho do copo. Ao se atribuir uma qualidade a uma coi- sa, por exemplo: arredondada, quadrado, cheio de bolas, de listras, entre outras, isso representa um tipo de qualificação. Assim, classificadores são formas que, substituindo o nome que as precede, vêm do verbo. Portanto, os classificado- res na LIBRAS são marcadores de concor- dância de gênero: pessoa, animal, coisa. Os classificadores para pessoa ou animal podem ter plural, que é marcado ao se re- presentar duas pessoas ou animais simul- taneamente com as duas mãos ou fazen- do um movimento repetido em relação ao número. Os classificadores para coisa representam, através de concordância, uma característica desta coisa que está sendo o objeto da ação verbal. (FELIPE, 2007, p. 150). A Estruturação de Sentenças em Libras Não é difícil encontrar pessoas que apon- tam que a constituição da estrutura das senten- ças em Libras é completamente diferente no Por- AtençãoAtenção Os classificadores não são “mímica”, mas sim a atribuição de uma qualidade ou característica ao sinal. tuguês. Realmente, no que diz respeito à ordem das palavras, há uma diferença, pois o Português é uma língua de base sujeito-verbo-predicado, enquanto que a Libras é uma língua do tipo tópi- co comentário. Quadros e Karnopp (2004) mencionam dois trabalhos que mostram a flexibilidade na ordem das frases na Libras. Para eles, Felipe e Ferreira Brito apontam que há várias possibilidades de ordenação das palavras nas sentenças, mas que, apesar da flexibilidade, há uma ordenação bási- ca, que seria sujeito-verbo-objeto. Todas as frases que utilizam essa organização são gramaticais. Veja alguns exemplos de possibilidades de frases em Libras, retirados de Quadros e Karnopp (2004, p. 140-143): 1- Ela gosta de futebol S V O Nessa frase, há uma marca não manual, ou seja, o narrador marca com a direção dos olhos, que acompanha a concordância de pessoa asso- ciada ao verbo. 2 - TV ela assiste O S V 3 - Futebol ele gosta O S V Ele futebol gosta S O V Essas construções de frases mostram frases simples em que o referente não está presente; po- rém, se a frase tiver uma estrutura mais complexa, não será possível mudar o objeto da ordem. Por exemplo: Eu querer Maria trabalhar melhor S V O Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 48 Uma possível explicação para a flexibilida- de da ordem das frases na língua de sinais está relacionada à topicalização, que está associada à marcação não manual. A seguir, você poderá verificar o estudo de Quadros e Karnopp (2004) a respeito das formas pronominais para marcar as pessoas no discurso. Os desenhos e texto citados são da Professora Ro- nice Quadros em seu estudo sobre Linguística da Libras (1997). Figura 5 – Formas pronominais usadas com referentes presentes. Fonte: Quadros (1997, p. 49-64). O desenho apresentado anteriormente aponta como as relações na Libras podem ser complexas, ou seja, de que forma o sinalizador pode marcar as pessoas do discurso. Essas pessoas podem estar presentes ou não no diálogo; quando presentes, a sinalização acontece apontando-se diretamente ao referente. Se o referente não estiver presente, ou tempora- riamente ausente, é realizado o mecanismo de apontação, que é direcionado para um local es- pecífico, sempre na horizontal defronte ao corpo do sinalizador. A apontação pode designar, tam- bém, lugares e/ou objetos no espaço. O exemplo a seguir esclarece como o sinali- zador atua para marcar referentes não presentes. O sinalizador irá relacio- nar um local à sua direita e irá nomeá-lo; por exem- plo: João à direita e à sua esquerda Maria. Todas as vezes que ele mostrar ou referir-se à sua direita es- tará se referindo a João e, à esquerda, Maria. Ob- serve o desenho: Saiba maisSaiba mais “A referência anafórica requer que o sinalizador aponte (olhe ou gire o corpo) um local pré-estabelecido, isto é, após a introdução de um nominal co-referente a um ponto estabelecido no espaço, esse ponto no espaço referir-se-á àquele nominal, mesmo depois de outros sinais serem introduzidos no discurso.” (QUADROS, 1997, p. 50). Figura 6 – Formas pronominais para marcar as pessoas do discurso. Fonte: Quadros (1997, p. 193). Libras Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 49 Como você pode observar, o sinalizador não distribui os locais referentes aleatoriamente. Os referentes somente serão arbitrários, segun- do Lilo-Martin e Klima (1990), se forem referentes abstratos (parlamentarismo, presidencialismo) ou para referentes descritos individualmente não in- teragindo com outros (diferentes turmas dentro de uma escola). Os locais devem distribuídos no espaço, de forma que possam ser diferenciados, ou seja, que não gere confusão nos interlocuto- res. É importante, também, ressaltar a importân- cia do olhar do sinalizador, pois, se o sinalizador estiver olhando para o interlocutor A (exemplo a seguir), ele estará se referindo a “você\tu”. Figura 7 – Pronome de 2ª pessoa: VOCÊ/TU. Fonte: Quadros (1997, p. 53). É importante ressaltar que, se o sinalizador estiver olhando para B quando apontar para A, significa que serão ambos ele/ela. Figura 8 – Pronome de 3ª pessoa: ELE(A). Fonte: Quadros (1997, p. 53). Atenção agora!!! Vamos mostrar, agora, alguns mecanismos utilizados para estabelecer referentes no espaço. São eles: a) fazer o sinal em uma localização parti- cular (se a forma do sinal permitir); b) apontar um substantivo em uma locali- zação particular; c) direcionar a cabeça e os olhos (e talvez o corpo) em direção a uma localização particular, fazendo o sinal de um subs- tantivo ou apontando para o substanti- vo; d) usar um pronome antes de um sinal para um referente; e) usar um pronome numa localização particular quando é óbvio o referente; f ) usar um classificador (que representa aquele referente) em uma localização particular; g) usar um verbo direcional quando é ób- vio o referente. (QUADROS, 1997, p. 53). Ressaltamos que, se o sinalizador modificar sua localização no espaço, todos os envolvidos no discurso também sofrerão alteração. Concordância Verbal A concordância verbal é um aspecto impor- tante em qualquer língua. Quadros (1997) aponta as diversas classificações dos verbos. Para a auto- ra, os verbos, na Libras, apresentam a flexão e a concordância através do sinalizador, que é iden- tificado como primeira pessoa se a orientação do movimento for do sinalizador para outra pessoa ou pessoas. Se a direção do sinal for de outro local (referencial não presente), o sinalizador será con- siderado segunda pessoa do discurso, pois ele estará “sofrendo” a ação. Outras localizações uti- lizadas no discurso podem identificar as terceiras pessoas do discurso. Vamos visualizar o exemplo do verbo ‘dizer’. Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 50 Salientando a observação de Baker e Co- kely, Padden (1983 apud QUADROS, 1997, p. 61) apresenta as seguintes formas de concordância pessoal: a) Primeira Pessoa: próximo ao corpo do sinalizador; b) Segunda Pessoa: na direção do interlo- cutor, determinado pelo contato do olhar com o interlocutor real ou marcado dis- cursivamente; c) Terceira Pessoa: o marcador de concor- dância terá o mesmo ponto no espaço neutro assinalado 3º pessoa. Figura 9 – Verbo ‘dizer’ em concordância na Libras. Fonte: Quadros (1997, p. 61). A autora apontaainda que, segundo Pad- den, a primeira pessoa do discurso é sempre fixa e que a segunda e a terceira podem ter infinitas possibilidades a partir da localização que ocu- pam. Assim, a concordância do verbo se dará a partir do movimento e orientação do sinal. No exemplo anterior, com dizer, no primei- ro quadro, o sujeito é o próprio sinalizador. A per- sonagem está dizendo algo a alguém; sabemos disso pela orientação e pelo movimento do sinal (ele sai dela, sinalizador, para outra pessoa). No quadro B, a sinalização se inicia em outro local marcado no espaço, portanto a primeira pessoa do discurso é uma pessoa não presente, mas diz algo ao sinalizador, que é a segunda pessoa do discurso. No quadro C, a primeira pessoa é alguém não presente, nomeado como “c”, que diz algo para “a”, que também é um referencial não pre- sente. No quadro D, a primeira pessoa é o sinaliza- dor, que diz algo a todos os interlocutores desse diálogo. Podemos observar o mesmo fenômeno descrito com o verbo ‘dizer’ nos exemplos a se- guir: Libras Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 51 DAR: Figura 10 – Verbo ‘dar’ com concordância na ASL e na Libras. Fonte: Quadros (1997, p. 63). AJUDAR e OLHAR: Figura 11 – Variações do verbo “olhar”. Fonte: Quadros (1997, p. 49-64). Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 52 Após todos os exemplos apontados, pode- mos dizer: Libras é uma língua, não uma linguagem, e possui re- cursos infinitos para designar quaisquer que sejam os assuntos a serem discutidos. Quando pensamos então em uma aborda- gem de ensino bilíngue, que é a proposta de ensi- no aos surdos no Brasil, cabe a nós, profissionais, adquirirmos e desenvolvermos proficiência nessa língua, para que a interação com o aluno ocorra verdadeiramente. Este capítulo foi longo e por meio dele pudemos compreender aspectos da gramática da língua de sinais. Observamos novamente a importância dos parâmetros dos sinais em comparação com a língua portuguesa e sua característica dos sinais serem espaciais. Os pares mínimos que são elementos da lín- gua de sinais e são caracterizados quando há a alteração de somente um dos parâmetros modificando assim o sinal seu significado e significante. Outros aspectos da língua de sinais que pode ser observado também na língua portuguesa oral e escrita são as palavras por derivação, ou seja, quando uma modificação no parâmetro modifica a palavra inicial, por exemplo ‘cadeira’ e ‘sentar’. As palavras em sinais podem ser formadas a partir do processo de composição, ou seja, dois sinais diferentes juntos possuem um significado diferente, por exemplo ‘casa’ + ‘estudar’ = escola. A intensidade do sinal também pode modificar sua característica inicial. A organização das frases em Libras é diferenciada do português e finalmente pudemos aprender sobre os classificadores, que são aspectos importantes na comunicação dos surdos. 7.1 Resumo do Capítulo 7.2 Atividades Propostas Vamos retomar agora, para que você fixe bem o conteúdo. Responda: 1. Quais são, em Libras, as unidades mínimas ou componentes do sinal? 2. O que são pares mínimos? 3. O que são palavras por composição? 4. O que é a apontação? 5. O que são os classificadores? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 53 Prezado(a) aluno(a), Temos a certeza de que a aprendizagem da Libras está apenas começando e que, nesta apostila, não esgotamos o assunto. O importante é que este momento tenha servido para reflexão acerca do ou- tro diverso, do diferente e do quanto temos a aprender com ele; isso já foi válido. Nossa posição, enquanto professores, não é dizer o que é certo ou errado, mas entender que não existe uma única realidade. O mundo não é nem ouvinte nem surdo, mas é da forma como o criamos, mediante nossa percepção, disposição e possibilidade de relação. CONSIDERAÇÕES FINAIS8 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 55 Caro(a) aluno(a), Apresentamos, a seguir, as respostas esperadas para as atividades propostas. CAPÍTULO 1 1. Como vimos no decorrer do capítulo, o Decreto nº 5.626, considera surdo a pessoa que, por ter perda auditiva, interage e compreende o mundo utilizando-se de experiências visuais e manifestando sua cultura, principalmente, pela Libras. Nessa legislação, não se leva em consi- deração somente a perda auditiva, mas principalmente a utilização da cultura surda por meio da língua. CAPÍTULO 2 1. O personagem mais importante na educação dos surdos foi o Abade L’Epèe, pois ele modifi- cou a visão da educação dos surdos em sua época e possibilitou o acesso ao conhecimento historicamente acumulado dessa população. Como você pôde perceber ao longo da apostila, várias pessoas tentaram educar os surdos utilizando recursos de gestos, mas somente o Aba- de L’Epèe é quem conseguiu reconhecimento. 2. Para completarmos essas perguntas, é necessário voltarmos ao texto. Releia e compreenda bem o que ali está dito. a) Em 1880, ocorre o Congresso de Milão, que modifica a educação dos surdos, para o oralis- mo. O Congresso de Milão conforme vimos no texto foi um marco histórico na educação dos surdos, pois modificou a visão dessas pessoas e suas possibilidades de aprendizagem. b) Hoje, o Brasil busca a metodologia do bilinguismo na educação dos surdos. O Brasil, assim como outros países, busca o bilinguismo como metodologia de ensino, tendo em vista o fato de que pesquisas foram realizadas e constatou-se que essa é a melhor forma de apren- dizagem desses alunos. 3. Espero que sua resposta tenha sido Sim. As crianças surdas que aprendem a língua de sinais na primeira infância e têm acesso a falantes nativos da língua terão um desenvolvimento sem atrasos, de forma similar às crianças ouvintes, porém em uma língua de modalidade visomo- tora. É importantíssimo que, para que se desenvolva a língua, as crianças tenham vivência com pessoas proficientes; o que irá modificar sua forma de aprendizagem e de apreensão do mundo que a cerca. RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 56 CAPÍTULO 3 1. Descreva brevemente: a) Como pudemos verificar durante nossos estudos, o oralismo foi a forma de ensino empre- gada após o Congresso de Milão. Ele visa ao desenvolvimento da fala como objetivo pri- mordial. Utiliza-se de próteses de amplificação sonora, pistas visuais, treinamento e desen- volvimento da fala, emissão e recepção de fonemas. Essa forma de ensino perdura até os dias de hoje, porém não necessariamente traz benefícios para a aprendizagem dos surdos. b) Veja: a Comunicação Total é uma metodologia de ensino desenvolvida após quase um sé- culo de fracasso na educação dos surdos, que buscou alternativas para sua aprendizagem. A Comunicação Total tem como objetivo estimular o desenvolvimento linguístico, utilizan- do-se de todas as modalidades possíveis de comunicação, como: língua oral sinalizada, utilização de AASI, fala, leitura orofacial, leitura e escrita. Considera o desenvolvimento da língua oral imprescindível para o surdo. Além disso, a Comunicação Total foi importantís- sima historicamente, pois trouxe nova luz sobre a educação dos surdos após tantos anos utilizando o oralismo, mas hoje não é mais utilizada. c) Conforme discutimos, o bilinguismo é a forma mais completa de ensino para pessoas sur- das, ele possibilita a aprendizagem de duas línguas, a primeira de sinais e a segunda prin- cipalmente na modalidade escrita. Bilinguismo: é a utilização da língua de sinais como pri- meira língua na primeira infância e o ensino da língua escrita e oral do país como segunda língua. Essa metodologia de ensino é hoje considerada a melhor forma de proporcionar acesso ao conhecimento. CAPÍTULO 4 1. Conforme estudamos, a línguae a linguagem são aspectos fundamentais para o desenvolvi- mento dos seres humanos. A grande diferenciação dos seres humanos em relação aos ani- mais é o potencial de desenvolvimento da língua e linguagem. a) Atenção: refere-se ao conhecimento interno dos falantes-ouvintes de uma língua. Também pode ser entendida num sentido mais amplo, ou seja, incluindo qualquer tipo de manifes- tação de intenção comunicativa. Estamos falando sobre a Linguagem. b) Observe atentamente: é um sistema de signos compartilhado por uma comunidade lin- guística comum. A fala ou os sinais são expressões de diferentes línguas. A língua é um fato social, ou seja, um sistema coletivo de uma determinada comunidade linguística. CAPÍTULO 5 1. Você deve observar que os parâmetros na língua de sinais são fundamentais, pois é por meio deles que os sinais podem ser realizados. São cinco os parâmetros que formam os sinais: confi- guração de mãos, ponto de articulação, movimento, orientação e direcionalidade, e expressão facial e corporal. 2. Espera-se que sua resposta tenha sido negativa. Muitas vezes as pessoas confundem a mímica ou outras formas de gestos cotidianos com a comunicação em Libras, mas elas são absolu- tamente diferentes. As línguas de sinais, como a Libras, são a utilização de uma combinação de elementos que produzirá sinais, os quais, combinados, formarão frases em um contexto. É importante lembrar que, como a Libras é uma língua, vai transmitir todas as informações necessárias, utilizando os sinais. Libras Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 57 CAPÍTULO 6 1. Conforme observamos, o alfabeto datilológico tem uma função importantíssima na língua de sinais, porém utilizá-lo não quer dizer comunicar-se em Libras. Lembre-se que o alfabeto é utilizado somente em algumas situações, mas a maioria das vezes a comunicação em Libras é realizada em sinais. a) O alfabeto datilológico é utilizado quando precisamos apresentar o nome de uma pessoa ou designar uma palavra que não possui um sinal próprio. CAPÍTULO 7 1. Lembre-se que para realizarmos os sinais, é fundamental levarmos em consideração onde, como e com quais movimentos eles devem ser realizados. Para isso existem os parâmetros da língua de sinais, que são: configuração de mãos, movimento, ponto de articulação, orientação e simetria. 2. Espera-se que você tenha respondido que os pares mínimos ocorrem quando temos um dos critérios do sinal modificado; quando se dá esse fato temos um outro sinal. Essa modificação é chamada de pares mínimos. Na língua de sinais, acontece quando temos um dos parâmetros dos sinais modificados, transformando-o em outro sinal. Por exemplo: no sinal de educar, a configuração da mão direita em “L” e, no sinal de acostumar, a configuração d da mão direita é “aberta”. Os outros parâmetros são os mesmos. 3. Como estudamos, as palavras compostas expressam um único vocábulo, porém necessitam de mais de um sinal para expressá-las. As palavras por composição são aquelas que são forma- das no processo de junção de duas palavras. No caso dos sinais, esse fato ocorre com a junção de dois sinais simples e a transformação deles em formas compostas. Por exemplo, a palavra ‘escola’: sinal de casa + estudar. 4. Você deve ter se lembrado de que a apontação é um fenômeno que ocorre somente nas línguas de sinais, nas línguas orais ela não existe, pois não nos utilizamos do espaço para manifestar uma ideia. A apontação pode designar um lugar, objeto ou pessoa. Esse ponto, no espaço, refere-se àquele nominal do discurso. Esse recurso na língua de sinais é fundamental, pois a língua é espacial e, portanto, marca no espaço onde estão os personagens do diálogo ou narrativa. 5. Espero que você tenha se lembrado de que os classificadores são ferramentas importantíssi- mas na língua de sinais, é por meio deles que designamos informações. São por meio deles que podemos expressar uma ideia utilizando formas inequívocas de compreensão, por exem- plo, para expressar o termo ‘lavar louça’, o sinal será realizado mostrando de forma icônica o lavar um prato, por exemplo, que será diferente de quando vamos lavar o chão. Os classifica- dores são a atribuição de qualidades ao objeto animal ou pessoa. Utilizamos os classificadores quando queremos designar forma, tamanho ou características particulares ao objeto. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 59 ABAURRE, M. B. M. Horizontes e limites de um programa de investigação em aquisição da escrita. In: LAMPRECHT, R. R. (Org.). Aquisição da linguagem: questões e análises. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999. p. 17-38. BRASIL. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2000. ______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002. ______. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2005. BRITO, L. F. Estrutura Linguística da LIBRAS. Instituto Nacional de Educação de Surdos. 2006. Disponível em: <http://www.ines.gov.br/ines_livros/35/35_PRINCIPAL.HTM>. 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