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resumo de psicologia

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RESUMO DE PSICOLOGIA 
Estudar a Psicologia na área da Enfermagem faz-se necessário para que os profissionais da 
saúde tenham conhecimento do sujeito como um todo, desde a sua concepção até a terceira 
idade, considerando os aspectos afetivos, emocionais, físicos, cognitivos e sociais, o que dá a 
visão do desenvolvimento integral de cada pessoa. Podemos dizer que a Psicologia científica 
tem como objeto de estudo a mente humana, o comportamento da mente humana. Traz 
como campo de estudo a humanidade. Apresenta várias teorias com linguagens rigorosas, 
objetivas. Mas isso não foi sempre assim. Portanto, para compreender como a Psicologia se 
estabelece como ciência, há a necessidade de compreendermos melhor a história da 
Psicologia. ASPECTOS HISTÓRICOS DA PSICOLOGIA a história da Psicologia tem sua base na 
Antiguidade, na filosofia grega. Naquela época alguns homens tentaram compreender o 
homem em relação aos seus aspectos interiores, e é nesse momento que surge a primeira 
tentativa de pensar de forma sistemática os aspectos da alma, psyché, e da razão, logos, do 
homem. Essas palavras dão origem ao termo Psicologia, que significa “estudo da alma”, que 
quer dizer estudar os sentimentos, as sensações, desejos, percepções e pensamentos dos 
seres humanos. Sócrates, Platão e Aristóteles foram pensadores da Idade Antiga. A 
PSICOLOGIA NO SÉCULO XX a psicologia no século XX, assim como a psicologia do século XIX, 
apresenta inclinações psicológicas que nos ajudam a compreender melhor o desenvolvimento 
humano e suas aprendizagens, essas tendências são: behaviorista, cognitivista, 
sociointeracionista, psicanalista e psicossocial. Teoria cognitiva Jean Piaget As teorias 
cognitivas enfatizam os aspectos mentais do desenvolvimento, esses aspectos envolvem o 
raciocínio, a memória, habilidades motoras, a lógica, a atenção, a capacidade de imaginar e a 
construção do pensamento. Todos os desenvolvimentos ocorrem devido à interação do sujeito 
com o meio que ele está envolvido. O teórico que se destaca nessa perspectiva é Jean Piaget 
(1896-1980). Piaget era biólogo, mas dedicou-se aos estudos da epistemologia genética e 
desenvolvimento do pensamento lógico nas crianças porque queria entender como se dá a 
construção do conhecimento e, para tanto, nada melhor que estudar onde esse conhecimento 
nasce. Para Piaget a construção do conhecimento se dá na interação do sujeito com o meio em 
que está inserido, pois a cada interação os sujeitos desenvolvem conflitos que desencadeiam 
na necessidade de soluções. Essa busca, motivação, leva a novos conhecimentos. 
*Hereditariedade – todo se humano herda estruturas que são necessárias à construção de 
seus conhecimentos, essas estruturas são as físicas, neurológicas, os reflexos e o modus 
operandi. 
* Reflexo – os reflexos são necessários pois eles mostram como cada sujeito irá conhecer o 
mundo e desenvolver as estruturas mais complexas.* Conflito – desequilíbrio. * Equilíbrio – 
posição estável. * Equilibração majorante – sair de um estado menor de conhecimento para 
um estado de maior conhecimento.Assim, Piaget se dedica a compreender os estágios em que 
ocorreram essas grandes modificações. 
Estágio sensório-motor – 0-2 anos Nesse estágio o bebê conhece o mundo pelos seus sentidos 
e habilidades motoras. Estágio pré-operatório – 2-6 anos Esse período se inicia com o uso dos 
símbolos, a capacidade de brincar com o faz de contas e a linguagem. A criança utiliza os 
números, letras e outros símbolos para representar o mundo. Tal representação acontece a 
partir da visão da sua realidade e perspectiva própria. Nesse período, o que de mais 
importante acontece é o aparecimento da linguagem. Como decorrência do aparecimento da 
linguagem, o desenvolvimento do pensamento se acelera. A interação e a comunicação entre 
os indivíduos são as consequências mais evidentes da linguagem. Um dos mais relevantes é o 
respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela. Nesse período, a 
maturação neurofisiológica completa-se, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, 
como a coordenação motora fina (pegar pequenos objetos com as pontas dos dedos, segurar o 
lápis corretamente e conseguir fazer os delicados movimentos exigidos pela escrita). Estágio 
operatório concreto – 6-12 anos No estágio das operações concretas a criança realiza ações 
em pensamento (operações) com base em situações lógicas concretas. Esse estágio se utiliza 
dos símbolos nas formas convencionais e da lógica. Nessa idade a criança está pronta para 
iniciar um processo de aprendizagem sistemática. A criança adquire uma autonomia crescente 
em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios valores morais. A grupalização com o 
sexo oposto diminui. A criança, que no início do período ainda considerava bastante as 
opiniões e as ideias dos adultos, no final passa a enfrentá-los. Estágio operatório formal – 12 
anos em diante Nesse estágio já estamos falando dos adolescentes, para Piaget é o último 
estágio do desenvolvimento da lógica, no qual o sujeito é capaz de lidar e manipular 
abstrações, ideias e hipóteses. As ideias de Piaget serão a base para explicar o 
desenvolvimento cognitivo em cada fase do desenvolvimento mais adiante. O adolescente 
nesse período é capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça etc. É capaz de tirar 
conclusões de puras hipóteses. O alvo de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como 
possível de ser reformada e transformada. No aspecto afetivo, o adolescente vive conflitos. 
Psicanálise: A psicanálise também traz grande contribuição para a compreensão do ser 
humano. Nessa teoria de Freud o desenvolvimento afetivo e da personalidade aparece com 
grande destaque. Freud vai compreender os sujeitos a partir de seu inconsciente. Em um 
primeiro momento ele deixa claro que todo sujeito se comporta a partir dos conteúdos que 
tem em seu inconsciente. E todo sujeito tem uma energia interna, a libido, que proporciona o 
prazer e traz as forças motivadoras para os diferentes comportamentos do sujeito. Isso 
fundamenta a base da personalidade de cada um. Tratando de personalidade, para Freud esta 
se apresenta em três partes: o Id, o ego e o superego. * Id – inteiramente comandado pela 
libido, prazer inconsciente que impulsiona para realizações impulsivas. Opera desde o 
nascimento da criança com a busca da necessidade de se satisfazer. * Superego – se 
desenvolve na segunda infância, aproximadamente nos seis anos, e atua como um juiz moral 
que contém as regras da sociedade. *Ego – esta parte já de caráter consciente se desenvolve 
entre os dois ou três anos a partir das regras e limites impostos pelo superego, porém, sem 
violar o id, mantendo o equilíbrio sem conflitar com as três partes da personalidade. Vejamos 
estas fases ou estágios: 
1ª Fase – oral Do nascimento ao primeiro ano a energia, libido, está centrada na boca, lábios e 
língua. Nesse período o desmame é a principal tarefa, exemplificando melhor, a criança sente 
seu prazer pela boca, compreende o mundo por essa região e constrói relação afetiva a partir 
desse evento, sendo assim, como a criança é alimentada, seu mundo e prazer se resumem à 
mãe ou àquele que a alimenta. Nessa fase as crianças têm a necessidade de colocar tudo na 
boca. Nesse período, como nos demais, há a necessidade de frustrar, adequadamente, as 
ações do bebê e, dependendo da forma que ocorre essa frustração, ocorre a fixação no adulto 
em áreas relacionadas a esse período, como é o caso de fumar, comer muito, beber, ser 
passivo etc. A frustração adequada em cada período se faz necessária para que neuroses sejam 
evitadas.2ª Fase – anal Esta se dá do primeiro aos, aproximadamente, três anos, tendo como 
foco a libidono ânus, trazendo como principal tarefa para o desenvolvimento o controle dos 
esfíncteres e o treinamento da higiene. Nessa fase se exige perceber a importância que a 
criança dá a sua produção, fezes, e com isso valorizar suas ações em direção ao sucesso e 
treinamento da higiene. Frustrações inadequadas nesse período podem caracterizar fixações 
de insegurança, excesso de ordem, obstinação ou o contrário, desordem e desorganização. 
3ª Fase – fálica A fase fálica se dá dos três aos seis anos, aproximadamente. A energia libido 
está centrada nos órgão genitais. E é nesse período que a criança busca a identificação com 
seu genitor do mesmo sexo. Nesse momento também ocorre o Complexo de Édipo. Segundo 
Boyd e Bee: 
4ª Fase – latência Nessa fase, dos seis aos 12 anos, deve-se observar que a libido não tem 
nenhum foco de centração, e por essa razão não há também fixações específicas, porém, é um 
período em que as crianças se identificam com os pares do mesmo sexo, desenvolvem 
atividades voltadas para o aspecto intelectual com grande destreza e também mecanismos de 
defesa. 
5ª Fase – genital Passada a fase de latência, com aproximadamente 12 anos, o foco da energia 
libido são os genitais, por essa razão a principal tarefa do desenvolvimento dessa fase é a 
realização da intimidade sexual madura. Nesse período não encontramos nenhuma 
característica específica de fixação e, se ocorreu a integração dos estágios anteriores, neste 
acontece um sincero interesse pelo outro e o desenvolvimento de uma sexualidade madura. 
1º Estágio Confiança versus desconfiança – de 0 a 1 ano O desafio dessa idade é desenvolver a 
percepção de que o mundo é seguro, um lugar bom. E como essa sensação se desenvolve? 
Para Erikson esse é o período em que a criança desenvolve o apego pelos cuidadores e, quanto 
mais apego essa criança desenvolver, mais facilmente entenderá que o mundo também é 
seguro. Outro fator correspondente a esse período, que implica o desenvolvimento da 
segurança, se relaciona com os cuidados que o bebê recebe do mundo que o cerca. Se os 
cuidados com a higiene não forem adequados, a criança percebe que o mundo a trata com 
desdém e ela não irá confiar nesse mundo instável e hostil. 
2º Estágio Autonomia versus vergonha e dúvida – de 1 a 3 anos Nesse momento a criança 
começa a explorar o espaço que a cerca e, por desenvolver e utilizar suas novas habilidades, 
ela encontrará um ambiente de incentivo que lhe permite fazer escolhas ou um ambiente que 
a reprime, cheio de “nãos” por parte dos cuidadores. No ambiente que lhe possibilita escolhas 
ela desenvolverá a autonomia e independência, aprendendo o autocuidado e a realização de 
sua higiene. 
3º Estágio Iniciativa versus culpa – de 3 a 6 anos As crianças nessa idade desenvolvem novas 
experiências e são capazes de organizar atividades com propósito, o que as leva à 
compreensão de êxito a partir de atitudes iniciadas. Porém, quando há o fracasso, a criança 
tem condições de lidar com eles compreendendo a sua atitude em cada atividade. Nesse 
período Erikson compreende que, devido ao Complexo de Édipo ou de Electra, a criança pode 
se sentir culpada pelo conflito com o progenitor do mesmo sexo. Nessa fase a assertividade 
toma corpo, e a agressividade também. 
4º Estágio Produtividade versus inferioridade – dos 6 anos à adolescência A produtividade 
aqui também deve ser compreendida como competência. A criança nessa fase é capaz de 
desenvolver habilidades e ações competentes, o que a torna produtiva. Contrária a essa 
capacidade seria a incompetência para realizar atividades, o que poderá provocar na criança o 
sentimento de inferioridade. Nesse estágio as crianças são capazes de ter a compreensão das 
normas culturais, habilidades sociais, capacidade de trabalhar com os outros, utilizar e ter 
domínio de ferramentas. 
5º Estágio Identidade versus confusão de identidade – adolescência Com as mudanças no 
desenvolvimento físico, há a necessidade de se adaptar a esse corpo. O mesmo ocorre em 
relação à busca da identidade, ao quem sou eu. O adolescente entra em um conflito emocional 
buscando estabilidade e definições que lhe ajudarão a definir sua identidade. Nessa busca ele 
desenvolve como característica positiva a fidelidade, capacidade de fazer escolhas quanto ao 
futuro e a busca de novos valores. 
6º Estágio Intimidade versus isolamento – início da vida adulta – dos 18 aos 30 anos Essa fase 
trata do período em que a pessoa está pronta para viver com o outro em um relacionamento 
amoroso, ou seja, tem a capacidade de desenvolver um relacionamento íntimo que vai além 
do entusiasmo da adolescência. 
7º Estágio Geratividade versus estagnação – dos 30 anos à velhice O adulto vive a fase de que 
ou produz agora ou ficará parado para o futuro. “Ou faço agora ou não farei mais.” Nessa fase 
da meia-idade o adulto revive o que fez pensando no que ainda pode fazer, como amar, criar 
os filhos, se realizar profissionalmente, se ocupar e se cuidar. Enfim, ele entende que ainda 
pode fazer e auxiliar os outros. 
8º Estágio Integridade versus desespero – velhice Estágio marcado pela sabedoria, pois, ao 
observar a vida que viveu, faz uma avaliação encarando-a como satisfatória. Mas, se foi 
angustiante e não atingiu seus propósitos, tende a entrar em desespero por entender que lhe 
resta pouco tempo para realizar algumas coisas e há outras que não dá mais para fazer, o que 
leva à angústia e ao desespero. De modo geral, a Teoria Psicossocial de Erik Erikson colabora 
para a compreensão do desenvolvimento da personalidade e nos ajuda a explicar os diferentes 
comportamentos do ser humano, pois, para Erikson, cada um dos períodos é um período de 
conflito, crise, que precisa ser superado com equilíbrio e de forma satisfatória, pois a má 
resolução da crise tende a influenciar diretamente na característica da personalidade e o 
mesmo acontece com a resolução satisfatória. Essa teoria se limita a descrever apenas uma 
crise para cada período. 
Formação do vínculo 
O sucesso das relações entre as pessoas depende do entrosamento entre elas, e isso só é 
possível se houver um vínculo que garanta o entendimento e a comunicação. Para melhor 
compreender, vamos às explicações: Aplicada à Fisioterapia O apego é um vínculo emocional 
recíproco e duradouro entre um bebê e um cuidador, cada um deles contribuindo para a 
qualidade do relacionamento. O apego tem valor adaptativo para os bebês, assegurando que 
suas necessidades psicossociais, bem como físicas, sejam atendidas. Segundo a teoria 
etológica, bebês e pais possuem uma predisposição biológica para se ligarem um ao outro. A 
Teoria do Apego propõe que a segurança do apego influencia a competência emocional, social 
e cognitiva das crianças. A pesquisa tende a confirmar isso. Quanto mais seguro é o apego da 
criança a um cuidador, mais fácil parece ser para a criança posteriormente tornar-se 
independente daquele adulto e desenvolver boas relações com os outros. 
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO, COGNITIVO, EMOCIONAL E 
SOCIAL DAS CRIANÇAS DE ZERO A 12 ANOS 
 A fase que compreende os dois primeiros anos de vida é a que apresenta o ritmo de 
desenvolvimento mais acelerado e perceptível. Ao nascer, o neonatal possui uma inabilidade 
relativa e, progressivamente, em um curto período de tempo, torna-se capaz de se 
movimentar com desenvoltura, responder com maior precisão aos estímulos sensoriais e 
perceptivos além de iniciar o desenvolvimento da linguagem oral. 
DESENVOLVIMENTO NEONATAL: O nascimento de todo ser humano traz consigo 
uma série de desafios. Ao sair do útero da mãe, o recém-nascido está diante de um ambiente 
novo e totalmente diferente daquele onde esteve por nove meses. De forma abrupta, modifica 
oseu modo de respirar e alimentar, tendo que assumir funções que antes eram da mãe. A 
nova realidade impõe mudanças decorrentes da diferença entre o meio em que estava e o 
novo, ao qual precisa se adaptar. O bebê mal chega ao mundo e já precisa passar por uma 
série de procedimentos e testes para avaliar a saúde e as condições físicas de adaptação à vida 
extrauterina. Essas medidas adotadas consistem numa assistência preventiva que contribui 
para a redução da mortalidade neonatal e na identificação de possíveis problemas no 
desenvolvimento. Ao nascer, o bebê possui diversos reflexos originados no sistema nervoso 
central (SNC), indispensáveis à sua sobrevivência. Eles são usados como forma de interação e 
adaptação com o meio exterior. Esses reflexos consistem em respostas físicas involuntárias 
promovidas por um estímulo. A ausência, inibição ou excesso de algum deles em uma 
determinada fase do desenvolvimento é um indicativo de problemas neurológicos que podem 
comprometer o desenvolvimento da criança.Desenvolvimento físico-motor O crescimento 
físico nos dois primeiros anos de vida é rápido e notório. Nos primeiros doze meses o bebê 
cresce cerca de 25 cm, triplica o peso e adquire diversas habilidades motoras, amplas e finas. 
Desenvolvimento cognitivo o desenvolvimento cognitivo refere-se aos processos mentais que 
envolvem pensamento, aprendizagem, memória, atenção, percepção e linguagem. A cognição 
é a faculdade responsável pelo processo de aquisição e construção do conhecimento que 
explica. 
1º subestágio – reflexo (nascimento a um mês): a criança exercita e adquire controle de seus 
reflexos primitivos. Coordena e aperfeiçoa, por exemplo, o reflexo de sucção, passando a sugar 
toda vez que os lábios são tocados. São as primeiras respostas aos estímulos recebidos. 2º 
subestágio – reações circulares primárias (um a quatro meses): o nome circular nesta fase se 
deve ao caráter repetitivo de exercitar os esquemas básicos no intuito de acomodá-los. 
Primário porque o bebê pratica e experimenta seus esquemas reflexivos de agarrar, sugar e 
ouvir. Nesse período, é capaz de olhar em direção a um estímulo sonoro, como a voz da mãe. 
3º subestágio – reações circulares secundárias (quatro a oito meses): as ações do bebê não 
estão mais restritas a manutenção dos reflexos primários concentrados ao seu próprio corpo, 
uma vez que se torna mais consciente dos eventos exteriores. Este interesse pelo que ocorre 
no ambiente exterior o leva ao exercício, por tentativa e erro. Por isso, consegue, por exemplo, 
pegar um móbile e acompanhar o movimento de um objeto. Neste período, o bebê descobre, 
por acaso, que consegue fazer certas ações que lhe são agradáveis e as repete inúmeras vezes, 
experimentando suas potencialidades. 4º subestágio – Coordenação de esquemas secundários 
(oito a 12 meses): esta fase é marcada pelo início de um comportamento mais intencional. O 
bebê já é capaz de utilizar os esquemas já assimilados para atingir seus objetivos imediatos, 
como atirar um brinquedo ao chão, várias vezes, para perceber os diferentes barulhos que 
pode produzir. Não é capaz de planejar as suas ações, mas opera sob os fatos percebidos e 
circundantes. 5º subestágio – reações circulares terciárias (12 a 18 meses): ocorre um 
comportamento mais intencional, o que caracteriza a tentativa de um controle voluntário das 
próprias ações. Nesta fase, suas ações têm um caráter mais proposital, o que justifica balançar 
o chocalho para perceber o barulho ou sorrir diante de um rosto conhecido. 6º subestágio – 
primórdios da representação mental (18 a 24 meses): início do pensamento representacional 
ou simbólico. Esta fase é caracterizada pela percepção da existência de símbolos que 
representam eventos e objetos. Em vez de agir por tentativa e erro, a criança já começa a 
utilizar a dedução para resolver pequenos problemas, o que justifica o fato do bebê pensar em 
tirar um objeto que, a seu juízo, constitui um obstáculo ao engatinhar por um caminho. 
Desenvolvimento psicossocial Os fundamentos do desenvolvimento psicossocial nos dois 
primeiros anos de vida residem na compreensão das primeiras emoções e na relação afetiva 
entre o bebê e sua mãe (ou principal cuidador). Papalia (2001) afirma que é possível perceber 
algumas emoções nos recém-nascidos manifestadas pelo volume e intensidade dos gritos, no 
modo como sacodem as pernas e braços e na surpreendente maneira como se acalmam com o 
som da voz da mãe. Segundo Erikson (1976), entre zero e 18 meses a criança vive experiências 
que a permitirão aprender o que é ter ou não confiança. Esse sentimento está intrinsecamente 
ligado com o tipo de interação adquirido entre o bebê e a mãe. As relações afetivas com os 
pais tem um papel decisivo na formação da personalidade e identidade da criança, 
principalmente pela qualidade do cuidado dado aos bebês em relação às suas necessidades 
individuais. 
Desenvolvimento da linguagem: Tendo como pressuposto que a linguagem implica 
comunicação, não se pode dizer que a criança começa a usar a linguagem quando começa a 
dizer as suas primeiras palavras. Há diversas formas de o bebê se comunicar antes de chegar à 
linguagem oral. O choro, em seus diversos estilos, é uma dessas formas que o bebê usa para 
manifestar que está com fome, precisa trocar a fralda, está com cólica, fome, sono ou que está 
sentindo algum desconforto. De igual modo, os resmungos, sorrisos, caretas e gestos 
compõem um grande arsenal de recursos pré-linguísticos ou pré-verbais utilizados pelos bebês 
para se comunicarem. 
Desenvolvimento físico e motor: Ao observar as crianças de dois a seis anos brincando, um 
aspecto que não passa despercebido é a energia com que saltam, pulam, correm e também o 
prazer que sentem em se movimentar. Trata-se de um período em que o desenvolvimento 
físico ocorre de modo constante, porém mais lento, se comparado à fase anterior. O peso e a 
altura aumentam de modo mais previsível, sendo o crescimento anual de cinco a sete 
centímetros e cerca de dois a três quilos. Os profissionais da saúde utilizam uma métrica 
estatística para avaliar o peso e a altura considerados normais em cada idade e sexo: a 
Classificação Percentil. Trata-se de um valor de referência médio em torno do qual se 
distribuem os valores das curvas de referência, o que permite confrontar os dados avaliados 
aos valores de referência esperado para determinada idade. 
Desenvolvimento cognitivo: É também um período em que a curiosidade aumenta e, 
progressivamente, a criança deseja entender o como e o porquê as coisas acontecem, 
denominada “fase dos porquês”. Por volta dos três anos a criança adquire um pouco mais de 
autonomia, sendo que a maioria já deixou a fralda, consegue se alimentar sozinha (embora 
derrame e se suje) e manifesta seus interesses e preferências. Aos quatros anos está no ápice 
da brincadeira simbólica ou faz de conta, possibilitada pela função semiótica. A capacidade de 
usar símbolos, iniciada entre os 2 anos de idade, marca a transição do nível sensório-motor 
para o pré-operatório. Para Piaget a criança de dois a seis anos se encontra no período 
pré-operatório. Esse nome é compatível com um período anterior àquele que a criança 
consegue operar logicamente. 
Desenvolvimento da linguagem: O vocabulário da criança amplia de modo significativo dos 
dois aos seis anos, assim como a compreensão da sintaxe e da gramática da língua materna. 
Por volta dos dois anos a criança tem um vocabulário com cerca de 600 palavras, avançando 
para quase 15.000 palavras aos cinco anos,é de fundamental importância que os adultos que 
convivem com as crianças nessa fase as estimulem, introduzindo palavras novas ao seu 
vocabulário durante as brincadeiras, músicas, contaçõesde histórias e permitindo que elas 
interajam com outras crianças. Também é importante dar atenção e ouvir o que elas dizem, 
perguntando como foi o seu dia ou que relatem o que acharam de uma história ou filme que 
assistiram. 
Desenvolvimento físico-motor, cognitivo e psicossocial da criança de seis 
a 12 anos 
Nesse período as crianças adquirem mais força, velocidade, agilidade e resistência. Melhoram 
no equilíbrio, no controle postural, na coordenação e na precisão dos movimentos. Tornam-se 
mais fortes, rápidas e bem coordenadas, por isso adquirem mais autonomia para a realização 
das tarefas diárias. Também já conseguem desempenhar algumas atividades com um nível de 
execução mais elevado, como, por exemplo, tocar um instrumento musical, caso passem por 
uma instrução específica. Na terceira infância, o desenvolvimento físico não é tão rápido como 
nos períodos anteriores. Entre seis e 12 anos, geralmente, crescem cerca de cinco a sete 
centímetros e ganham 2,5 kg por ano. As meninas passam pelo surto de crescimento, 
atingindo cerca de 94% da altura adulta, enquanto os meninos chegam 84%.Desenvolvimento 
cognitivo Segundo Piaget (1967), na terceira infância a criança desenvolve o pensamento 
operatório-concreto, caracterizado pelo raciocínio indutivo e lógico. Esse desenvolvimento 
modifica a sua linguagem, aperfeiçoando as habilidades de conversação. Maneja a gramática e 
a sintaxe de modo mais refinado; em seus discursos as narrativas se tornam mais complexas, 
são inseridas a voz passiva e sentenças condicionais, bem como frases do tipo “É obvio!”, “É 
claro!” e “Então”. Desenvolvimento psicossocial A terceira infância é uma fase marcada pelo 
desenvolvimento da percepção das próprias competências por parte da criança. A construção 
do autoconceito é proporcionada pela capacidade de realizar uma autoavaliação; um olhar 
mais atento para si mesmo. Por iniciativa pessoal, ela começa a analisar o que consegue ou 
não desempenhar. Os parâmetros utilizados nessas avaliações sobre si estão associados às 
expectativas de aprendizagens e comportamentos para a faixa etária, geralmente 
compartilhados culturalmente. Aprender a ler e andar de bicicleta são exemplos dessas 
expectativas. Desenvolvimento atípico A criança ao longo do processo evolutivo pode 
apresentar algum problema de ordem biológica ou advindo do próprio meio que 
comprometerá o seu desenvolvimento. Algumas dessas alterações são percebidas no aspecto 
emocional, enquanto outras, no comportamento ou nas características físicas. 
O desenvolvimento na adolescência e a puberdade: Enxergar a adolescência para além de um 
tempo de espera para ingressar na vida adulta é recente. O conceito de adolescência ganhou 
força no século XX. Com o desenvolvimento da sociedade atual, cada vez mais complexa, 
estendeu-se a duração da fase adolescente que, até poucas décadas atrás, quase coincidia 
com a puberdade que, em geral, acontece dos 11 aos 13 anos de idade. O primeiro estudo 
publicado sobre essa fase da vida foi em 1904. Nos anos 1920 aparecem vários estudos sobre 
aspectos biológicos da adolescência, que se tornaram cada vez mais importantes para a 
compreensão da puberdade, entendida como o aspecto biológico da adolescência. A 
adolescência se caracteriza por ser uma fase do desenvolvimento em que o indivíduo 
estabelece sua identidade adulta a partir de internalizações e identificações ocorridas na 
infância, principalmente na relação com seus pais, mas também considerando as influências da 
sociedade em que está inserido. A adolescência é uma fase em que o desenvolvimento físico 
apresenta grandes transformações. Você conseguiria explicar quais são as diferenças entre 
adolescência e puberdade? Provavelmente você deve ter uma noção, mas para que possamos 
esclarecer sob o ponto de vista científico, vejamos: em geral, considera-se que a adolescência 
começa com a puberdade, processo que conduz à maturidade sexual ou fertilidade, ou seja, a 
capacidade de reprodução. As mudanças biológicas da puberdade, que sinalizam o fim da 
infância, resultam em rápido crescimento em altura e peso, mudanças nas proporções e na 
forma do corpo e obtenção de maturidade sexual. Essas mudanças físicas radicais fazem parte 
de um longo e complexo processo de amadurecimento que se inicia mesmo antes do 
nascimento, e suas ramificações psicológicas continuam até a idade adulta. 
Puberdade: Os termos puberdade e pubescência – derivados do latim pubertas, a idade da 
maioridade, e pubescere, apresentar cabelos no corpo – muitas vezes são utilizados como 
sinônimos de adolescência. Lembrando do que foi discutido no início desta unidade, a 
adolescência é uma invenção social. O conceito de puberdade está relacionado com 
transformações fisiológicas e é um fenômeno universal, que ocorre de forma semelhante na 
maioria dos seres humanos. As transformações físicas que ocorrem nessa etapa da vida 
dependem da ação do hipotálamo, que está situado na base do cérebro, cujos hormônios 
estimulam os ovários, os testículos e as glândulas adrenais a produzirem os hormônios sexuais 
que desencadeiam todo processo de crescimento físico e maturidade reprodutiva. 
Como características principais das transformações biológicas nos meninos temos: * 
surgimento de pelos nas regiões axilares (axila), inguinais (pubianos) e torácicos (peito); 
* aumento em volume dos testículos e tamanho do pênis; • crescimento de pelos faciais 
(barba); 
 *oscilação com posterior entonação da voz; 
 * alargamento da omoplata (escápula/ombros); 
 * desenvolvimento da massa muscular 
 * aumento de peso e estatura; 
* início da produção de espermatozoides. 
 Nas meninas as mudanças se processam com: 
*expansão óssea da cintura pélvica (bacia); 
* início do ciclo menstrual; 
* surgimento de pelos nas regiões axilares (axila) e inguinais (pubianos); 
*depósito de gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas; 
 * surgimento do broto mamário e desenvolvimento das mamas. 
Fases da adolescência: A adolescência é marcada pelas transformações psicossociais, sendo 
considerada a fase mais complexa e dinâmica, do ponto de vista físico e emocional, na vida do 
ser humano. Com o corpo em franco desenvolvimento, o jovem agora necessita se reconhecer 
física e emocionalmente. A adolescência pode ser dividida em duas fases principais. A primeira 
fase tem como marca intensos e repentinos impulsos eróticos e agressivos que, por sua vez, 
acabam gerando muitos conflitos internos e a busca do equilíbrio e da manutenção do 
controle. Os adolescentes, principalmente os meninos, precisam gastar muita energia no 
controle de sensações eróticas repentinas, e isso pode provocar certa inibição do potencial 
intelectual nesse período. Essa fase costuma terminar aproximadamente aos 16 anos. 
As características dessa primeira fase são: * rebelião contra os adultos e seus valores; *intenso 
narcisismo com acentuada preocupação com o próprio corpo; * busca por pertencer a um 
grupo, uma tribo; * impulsos e emoções sexuais se intensificam e ganham expressão, a 
princípio em fantasias, depois em atividades masturbatórias e a busca de relações sexuais; 
*aumento da agressividade; * aumento da capacidade intelectual e emocional; * mudanças 
repentinas e imprevisíveis de humor e comportamento. 
A segunda fase da adolescência, que acontece depois dos 16 anos, tem como característica 
uma maior estabilidade no que diz respeito às intensas oscilações hormonais e suas 
consequências. Com o apoio das identidades já adquiridas, se constrói um novo mundo social. 
Ao final dessa segunda fase o adolescente consegue: 
• efetuar a separação e independência dos pais; * estabelecer uma identidade sexual; * ser 
capaz de desenvolver uma atividade econômica;* desenvolver um sistema pessoal de valores 
morais; * ter capacidade de estabelecer relações amorosas duradouras; * regressar aos pais 
numa relação baseada em igualdade relativa. Os adolescentes demonstram condutas típicas 
desse período, dentre essas condutas evidenciam-se a busca de reconhecimento entre o grupo 
de pares e entre os adultos e o ingresso em atividades sociais, políticas e profissionais. Na 
nossa sociedade ocidental, a primeira oportunidade para exercer e usufruir as prerrogativas 
adultas ocorre na segunda fase da adolescência, como exemplo: votar; dirigir; fumar. É nesse 
momento que o adolescente entra no mundo adulto, embora nem sempre aceite as regras e 
valores impostos. 
Desenvolvimento psicossexual, psicossocial e cognitivo na adolescência: O desenvolvimento 
nessa etapa da vida não é apenas físico, mas também na maneira de raciocinar e de interagir 
com o mundo a seu redor. Para entender todo esse processo, primeiramente vamos explicitar 
o que significa desenvolvimento psicossexual, psicossocial e cognitivo. 
Desenvolvimento psicossexual: Esse impulso pela busca do prazer, libido, se manifesta no ser 
humano desde o início da vida. Freud demonstrou em sua teoria que o ser humano é movido 
por suas pulsões libidinais direcionadas à busca do prazer, e elas se manifestam muito 
precocemente. O desenvolvimento psicossexual foi classificado pelo autor em cinco fases, que, 
para ele, correspondem a estágios do desenvolvimento da personalidade: oral, anal, fálica, 
latência e genital, conforme a idade do indivíduo e a localização corporal da principal fonte de 
sentimentos prazerosos. Então podemos dizer que o desenvolvimento psicossexual se faz por 
meio dos vários estágios que correspondem à prevalência de diferentes zonas erógenas, isto é, 
de partes do corpo cuja estimulação pode produzir prazer. 
Desenvolvimento psicossocial: O segundo conceito é a configuração da identidade 
propriamente dita, período correspondente à adolescência (identidade x confusão de papéis), 
e o terceiro corresponde às três etapas finais da vida, em que cada uma delas corresponde a 
um momento de produção, quer ao nível interno ou social (intimidade x isolamento, 
generatividade x auto absorção, integridade do ego x desesperança). Todos sabemos que a 
adolescência é marcada como uma fase difícil tanto para o jovem quanto para a família, afinal, 
é como se os pais perdessem sua criança e precisassem então reconhecer o filho, que agora se 
apresenta com vontade própria e, na maioria das vezes, questionando e contestando tudo. É 
um momento complicado, e faz com que o jovem busque no grupo de amigos a referência 
para sua identidade. Assim, é possível que ele frequente diferentes grupos, sejam eles da 
escola, grupos religiosos ou outros de seu interesse. Todos os valores sociais e familiares são 
questionados nesse momento. O que até então era aceito sem dificuldades é agora 
contestado. 
Desenvolvimento cognitivo: Somente a partir da interação do sujeito com o meio e da 
experimentação do objeto a conhecer é que esse desenvolvimento vai acontecer. A 
experimentação e interação com o meio não constituem condições suficientes ao pleno 
desenvolvimento cognitivo, é necessário ainda o exercício do raciocínio, o processo interno de 
reflexão. A maneira de pensar e de raciocinar do ser humano sofre mudanças ao longo de seu 
desenvolvimento cognitivo. Ou seja, uma criança tem estruturas mentais diferentes de um 
adulto. A maneira como raciocina e encontra soluções para desafios e problemas que lhe são 
apresentados varia em função do estágio, período de desenvolvimento cognitivo em que 
esteja, conforme apontam estudos de Piaget (1973). 
Conflitos e crises da adolescência: As transformações corporais sofridas a partir da puberdade 
são vividas pelo adolescente, geralmente, com ansiedade. O ser humano nessa etapa da vida 
ainda possui um pensamento infantil, situado em um corpo que vai se transformando 
rapidamente sem que se tenha controle sobre ele. Não seria exagero dizer que, na realidade, o 
adolescente frente a essas mudanças é um mero espectador. A imagem e o esquema corporal 
também necessitam ser mudados, e isso se torna possível à medida que ocorre a elaboração 
da perda, do luto pelo corpo infantil. Há estudos que relacionam os lutos e as perdas vividas 
pelo adolescente. Lutos estes que se referem a aspectos infantis, alguns são perdidos e outros 
renunciados para darem passo ao crescimento, à maturidade e à vida adulta. 
A importância do grupo na adolescência: O grupo constitui a transição necessária entre 
família e o mundo externo para alcançar a individualização adulta. Assim, fazer parte de um 
grupo e ter um sentimento de pertencimento facilita ao adolescente estabelecer uma 
identidade adulta, pois permite o distanciamento necessário dos pais e, ao mesmo tempo, 
permite novas identificações, o que o leva a novas construções e reestruturações da 
personalidade. É possível dizer que atuações do grupo e dos seus integrantes representam a 
oposição aos pais e às regras preestabelecidas por eles, determinando uma identidade 
diferente à do meio familiar. Portanto, os grupos têm um papel fundamental na superação da 
confusão de papéis (assinalada por Erikson), típica da adolescência. 
A vida adulta e o processo de amadurecimento: A fase adulta, fenômeno do desenvolvimento 
humano, traz consigo novas responsabilidades, novos referenciais de existência e novas 
conquistas em busca de um melhor entendimento dessa importante e mais abrangente etapa 
da vida humana. Caracteriza-se como a fase mais longa da existência do ser humano, e por 
essa razão, merece especial atenção. 
A vida adulta jovem: A juventude é usualmente denominada segunda adolescência ou período 
de amadurecimento adolescente devido ao prolongamento da adolescência na sociedade 
contemporânea. É possível afirmar então que se trata de uma etapa artificial de transição, até 
o indivíduo chegar à autonomia e à responsabilidade plena. Durante esse período, do ponto de 
vista físico, os jovens geralmente se encontram em uma fase em que suas capacidades físicas e 
de saúde estão normais, sendo que é na fase adulta que se assenta a base para o 
funcionamento físico de todo o restante da vida. É também nesse período que estão no auge 
do funcionamento sensório e motor. 
O desenvolvimento cognitivo nessa fase: Em relação aos aspectos cognitivos do jovem adulto, 
as estruturas intelectuais se encontram em seu ponto mais alto. É possível que a escolha 
profissional seja feita pela conclusão do Ensino Médio ou pela continuidade dos estudos no 
Ensino Superior. A base dos relacionamentos íntimos tem início no começo da vida adulta 
jovem. Esse período é marcado por intensas mudanças nos relacionamentos pessoais, em que 
as pessoas estabelecem, renegociam ou consolidam laços baseados na amizade, na 
sexualidade e no amor. 
A idade adulta: Nessa fase, provavelmente já se tenha conseguido alcançar objetivos 
particulares, de família constituída, de emprego e de moradia. Mas é também um tempo de 
olhar tanto para frente como para trás, ou seja, para aquilo que já se viveu e para o que ainda 
se viverá. O conceito de maturidade refere-se à evolução, que chega ao fim previsto; 
amadurecer como movimento de progredir em direção a uma determinada meta. O 
amadurecimento pessoal é atingido gradualmente ao orientar a sua vida segundo o sentido da 
sua existência. 
Vida adulta tardia ou segunda vida adulta: À medida que o tempo passa, os traços de 
personalidade tanto positivos quanto negativos vão se cristalizando e solidificando. Dessa 
maneira torna-se mais difícil nessa fase da vida aceitar e produzir mudanças em si mesmo. Esta 
é também uma etapa em que a “mascarasocial” utilizada nos relacionamentos como forma de 
ser aceito vai deixando de existir, cedendo lugar a um ego mais austero. Segundo Erikson 
(1983), o ego pode atingir a integridade, que é própria da vida adulta tardia. A integridade está 
associada à segurança acumulada do ego. Quem tem integridade está sempre pronto para 
defender a dignidade de seu próprio estilo de vida, e significa também a aceitação do próprio 
ciclo vital. 
Cognição: Ainda que as alterações nas capacidades de processamento possam refletir 
deterioração neurológica, existe grande variação individual, sugerindo que os declínios no 
funcionamento não são inevitáveis e que podem ser prevenidos. Em relação à cognição, a 
aprendizagem vitalícia pode manter pessoas mais velhas mentalmente alertas. É necessário, 
entretanto, que materiais e métodos sejam adaptados às necessidades dessa faixa etária, pois 
assim os adultos mais velhos terão sua capacidade de aprender ampliada. 
Velhice: As pesquisas científicas sobre a velhice, seus processos e enfrentamentos são muito 
recentes, assim como é recente o desenvolvimento na medicina e na psicologia das 
especialidades em gerontologia (geriatria) e psicogerontologia (psicologia evolutiva da 
velhice). Esta última se desenvolveu praticamente a partir da década de 1960. O interesse 
tardio pela pesquisa no que se refere à pessoa idosa se justificou pelo fato de que essa 
população era demograficamente pequena, pois o tempo de vida médio calculado para alguns 
povos da Antiguidade era de aproximadamente 30 anos. Dessa forma os idosos representavam 
uma minoria, que por terem conseguido sobreviver e terem com isso acumulado experiências 
de vida eram muito valorizados. 
Velhice e aspectos físicos: As modificações corporais são mais perceptíveis entre 75 e 80 anos. 
São elas: • Modificações corporais: o idoso encurva-se, os ligamentos e articulações 
enrijecem-se, ossos frágeis, perda da elasticidade, do tecido muscular, atividades metabólicas 
e respiratórias diminuem, perda de mobilidade, agilidade, autonomia. Irrigação sanguínea 
diminui, afetando as extremidades (cérebro). Diminui a função sensorial: visão, audição, perda 
gustativa, olfativa, necessidade de próteses. Acontece também a perda de reflexos. • Embora 
o cérebro mude com a idade, as mudanças ali processadas variam consideravelmente e 
geralmente são modestas. Elas incluem perda ou redução das células nervosas e um retardo 
geral das respostas. Contudo, o cérebro também parece ser capaz de produzir novos 
neurônios e de formar novas conexões posteriormente na vida. 
A vida sexual do idoso: A sexualidade do idoso foi negada durante muitos anos, 
principalmente antes da redefinição do conceito introduzido por Freud. Embora essa escola 
considere que aceitar a sexualidade dos idosos significa aceitar a sexualidade dos próprios 
pais, que se estende geralmente a todas as pessoas mais velhas, muitos ainda encaram o idoso 
como alguém sem capacidade sexual e as relações sexuais nessa fase de forma 
preconceituosa. O fator mais importante na manutenção do funcionamento sexual na terceira 
idade é a atividade sexual regular ao longo dos anos. Um homem saudável que se manteve 
sexualmente ativo geralmente pode continuar alguma forma de expressão sexual ativa 
durante os 70 ou 80 anos. As mulheres são fisiologicamente capazes de atividade sexual ativa 
durante toda a vida; o principal obstáculo para uma vida sexual satisfatória para elas tende a 
ser a ausência de um parceiro. 
Cognição: As funções psicológicas atingem seu ponto máximo em momentos diferentes. Com 
a idade aumentam as faculdades compreendidas no conceito de inteligência cristalizada 
(conhecimentos gerais, saber com base na experiência, vocabulário, compreensão da 
linguagem). No que se refere à aprendizagem, há diferenças significativas entre adultos e os 
idosos. Os idosos necessitam de mais tempo e material mais organizado e menos complexo. Os 
idosos estão mais sujeitos a perturbações no processo de aprendizagem. A aprendizagem 
global é mais favorável para essa população. A decadência do rendimento intelectual é maior 
no caso do idoso que tem menor formação intelectual. A função intelectual, a memória e a 
aprendizagem são as mais questionadas no rendimento senil. Porém, pesquisadores atuais 
enfatizam as diferenças qualitativas entre o idoso e o jovem ou o adulto em seus 
desenvolvimentos e conquistas. 
Modificações da personalidade: Também é característica da personalidade do idoso a 
tendência à regressão e a retração do mundo externo para o interno. Juntamente com a 
regressão, a negação é outra das defesas próprias desse momento. Observa-se a negação 
seletiva em que a pessoa tende a negar a existência daquilo que lhe é penoso. A personalidade 
como constante relação entre o eu e o mundo, nesse momento da vida, é objeto de 
retraimento, de um voltar-se para o interior cada vez maior. De acordo com Griffa e Moreno 
(2001), disso decorrem a elevação das defesas diante do externo e a dor provocada pelos 
aspectos perdidos da personalidade, que sempre estão em um processo de mudança contínuo. 
MORTE: Morrer, cientificamente, é deixar de existir; quando o corpo acometido por uma 
patologia ou acidente qualquer tem a falência de seus órgãos vitais, tendo uma parada 
progressiva de toda atividade do organismo, podendo ser de uma forma súbita (doenças 
agudas, acidentes) ou lenta (doenças crônico-degenerativas), seguida de uma degeneração dos 
tecidos. A morte não é somente um fato biológico, mas um processo construído socialmente, 
que não se distingue das outras dimensões do universo das relações sociais. Assim, a morte 
está presente em nosso cotidiano e, independentemente de suas causas ou formas, seu 
grande palco continua sendo os hospitais e instituições de saúdeAs reações de uma pessoa 
frente a sua própria morte são as seguintes: • negação; • raiva; • barganha por mais tempo; • 
depressão; • aceitação. As reações de uma pessoa frente à morte de um ente querido são: • 
choque e descrença; • preocupação com a memória da pessoa falecida; • resolução. 
Embora a morte se associe a sentimentos como dor, tristeza, medo, perda e ruptura, permite 
também que a pessoa entre em contato com a sua potência, capacidade de amar, de se 
vincular e estar vivo. Pode ser também que a possibilidade de transformação e da morte faça 
emergir uma nova vida, como, por exemplo, o que ocorre na transição entre a infância e a 
adolescência. Conforme vimos durante o percurso estudado, o adolescente tem que elaborar 
uma série de lutos, é um processo doloroso, mas dele emerge uma nova possibilidade de ser 
no mundo. Outro aspecto relevante é que muitas vezes a maioria das pessoas descreve as 
mortes como inesperadas, porém, não há certeza maior do que a da morte. Philippe Ariès 
(1981) descreveu várias representações da morte: • morte domada; • morte de si mesmo; • 
vida no cadáver ou vida na morte; • morte do outro; • morte invertida. O luto é compreendido 
como um processo que congrega inúmeras reações diante de uma perda. A dor, a doença e a 
morte O idoso e sua família enfrentam a dor, a doença e a morte agregando a esse momento a 
figura do médico. Esse triângulo que compreende ancião-família-médico interage de 
diferentes formas. 
Refletindo sobre religião e bem-estar emocional na velhice: Segundo dados de outra 
pesquisa, afro-americanos idosos são mais envolvidos em atividades religiosas do que brancos 
idosos, e as mulheres são mais envolvidas do que os homens. Idosos negros que se sentem 
apoiados por sua igreja tendem a relatar níveis mais elevados de bem-estar; quanto mais 
ativamente religiosos, mais satisfeitos são com suas vidas. Podemos a partir desses resultados 
perceber que o envolvimentoreligioso, independentemente do tipo, tem um impacto positivo 
sobre a saúde física e mental e sobre a longevidade. Isso é verdade independentemente de 
gênero, raça, etnia, educação e condição de saúde, e também pode estar em parte relacionado 
com a disponibilidade de apoio social em época de necessidade.

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