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Resumo crimes contra a administração publica

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Prévia do material em texto

CRIMES CONTRA A ADMINITRAÇÃO PÚBLICA 1ª Parte 
Professor: Lúcio Valente 
Amigos, ESTUDAR é MEMORIZAR o que estudou. LER não é estudar. Observe 
que E = L + M (estudo é igual a leitura mais memorização). Assim a leitura é 
apenas parte do estudo. 
Não adianta ler 40 páginas do material se você não memorizou a ideia das 
informações. Só passe para a folha seguinte quando puder (de olhos fechados) 
recitar todas as informações. Você pode fazer isso com perguntas elaboradas por 
você mesmo no verso. Só passe para a folha seguinte quando conseguir 
responder sem “aperreio” a todos os itens. 
Outra coisa, a revisão! Ela deve ser ACUMULUDA, RÁPIDA E CONSTANTE. 
Toda vez que você for estudar o material, TUDO O QUE FOI ESTUDADO DEVE 
SER REVISADO. Se você está na pag. 10 da aula 03, por exemplo, deve revisar 
antes de iniciar o estudo todo o material das aulas anteriores! ISSO DEVE SER 
FEITO EM POUCOS MINUTOS. Leia apenas as perguntas e SINTA se você 
consegue respondê-las mentalmente. Se “travar”, veja o ponto e memorize 
novamente. FAÇA ISSO TODOS OS DIAS QUE FOR ESTUDAR! 
Pessoal, o cara tem que ser sistemático. É muito gostoso ler páginas e páginas, 
“pescando” o tempo todo! Isso não é estudar!!! 
Por esse motivo, separei as informações em pontos. Isso significa que você deve 
tentar memorizar a informação de cada um dos pontos apresentados. 
Esse método é ensinado pelo Professor Flávio Monteiro de Barros e mudou meu 
jeito de estudar para concursos! Tente o método! 
Abraço a todos! 
Vamos à aula. 
 
 
 
 
Introdução teórica 
 
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a 
Administração Pública (crimes funcionais) 
Os crimes praticados por funcionários públicos contra a 
administração: 
arts. 312 a 314, 316 e 317, 319 e 320, 322 e 323, 325, 327 
 
Observações preliminares: 
1. Crimes funcionais: são aqueles em que o tipo penal exige qualidade de 
funcionário público do sujeito ativo. 
2. Crimes funcionais próprios ou impróprios: 
a. Crimes funcionais próprios são aqueles que a qualidade de funcionário 
público é essencial para existência do crime. Ou seja, não sendo o sujeito ativo 
um funcionário público, não subsiste qualquer crime. Assim, por exemplo, no 
crime de abandono de função (art. 323), se o agente não for funcionário público 
o fato será atípico. 
b. Crimes funcionais impróprios são aqueles que sobrevivem mesmo que o 
sujeito ativo não seja funcionário público, ocasião em que incidirá outro tipo 
penal. É o que ocorre com o peculato, que se transmuda em apropriação 
indébita, furto ou estelionato se o agente não for funcionário público. 
 
 
 
3. Defesa preliminar: nos crimes funcionais (próprios ou impróprios) 
afiançáveis (pena mínima de até dois anos) o procedimento processual segue o 
rito dos arts. 514 a 517 do CPP. Na verdade, a única diferença deste 
procedimento para o comum (ordinário) consiste na resposta preliminar ao 
recebimento da denúncia. 
4. Participação de particulares: apesar de a autoria dos crimes funcionais 
ser de funcionário público (intraneus), admitem-se a participação e a coautoria 
de particular (extraneus). Entretanto, se o particular, partícipe ou coautor 
desconhecer a qualidade de funcionário público de seu comparsa, haverá um 
rompimento na unidade delituosa, respondendo o funcionário por crime 
funcional e o particular por crime comum (se houver). 
5. Princípio da insignificância: a 3a. Seção do STJ possui jurisprudência 
pacífica sobre a inaplicabilidade do princípio da insignificância nos crimes 
contra a Administração Pública, pois não se busca resguardar apenas o aspecto 
patrimonial, mas principalmente a moral administrativa (STJ, HC 115.562/SC, 
DJe 21/06/2010). Contudo, não é essa a posição do STF que entende aplicável o 
referido princípio: A circunstância de tratar-se de lesão patrimonial de 
pequena monta, que se convencionou chamar crime de bagatela, autoriza a 
aplicação do princípio da insignificância, ainda que se trate de crime militar. 
2. Hipótese em que o paciente não devolveu à Unidade Militar um fogão 
avaliado em R$ 455,00 (quatrocentos e cinqüenta e cinco) reais. Relevante, 
CRIMES FUNCIONAIS 
Próprios 
a qualidade de funcionário 
público é essencial para 
existência do crime 
Impróprios 
sobrevivem mesmo que o sujeito 
ativo não seja funcionário 
público 
 
 
ademais, a particularidade de ter sido aconselhado, pelo seu Comandante, a 
ficar com o fogão como forma de ressarcimento de benfeitorias que fizera no 
imóvel funcional. Da mesma forma, é significativo o fato de o valor 
correspondente ao bem ter sido recolhido ao erário. 3. A manutenção da ação 
penal gerará graves conseqüências ao paciente, entre elas a impossibilidade 
de ser promovido, traduzindo, no particular, desproporcionalidade entre a 
pretensão acusatória e os gravames dela decorrentes (STF, HC 87478, DJ 23-
02-2007). 
 
6. Conceito de funcionário público: o art. 327 trás o conceito penal de 
funcionário público, termo inclusive já abandonado pela moderna doutrina de 
Direito Administrativo. A lei penal fraciona o conceito de funcionário público 
nas seguintes figuras: 
a. Funcionário Público Próprio (ou típico), art. 327, caput: é aquele que 
exerce cargo (criado por lei), emprego (regido pela CLT) ou função pública (ex.: 
jurado), seja definitiva ou transitoriamente (ex.: mesário, jurado), com ou sem 
remuneração. 
Obs.: Exercer: refere-se àquele que está no exercício regular da função. Por 
exceção, o CP trata como funcionário público o nomeado que ainda não tomou 
posse (art. 324, primeira parte), o exonerado, removido, substituído ou 
suspenso (art. 324, segunda parte), o aposentado ou disponível (art. 325). 
CRIMES FUNCIONAIS 
Participação de 
particular 
é possível, se há 
consciência da 
condição de f. pub do 
autor 
Princípio da 
Insignificância 
STF: admite aos crimes 
funcionais 
 
 
b. Funcionário Público Impróprio (ou equiparado), art. 327, § 1º: equipara-
se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa particular prestadora de serviço 
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração 
pública. Ex.: médico contratado de hospital particular credenciado ao Sistema 
Único de Saúde - SUS, foi denunciado pela prática do crime de concussão, em 
razão de ter exigido a quantia de R$ 100,00 [cem reais] para prestar 
atendimento à pessoa acobertada pelo referido sistema. Daí a correta 
equiparação a funcionário público (STF, HC 97710, DJe 29/04/2010 ) 
Obs.: Paraestatal: refere-se ao que modernamente os administrativistas 
denominam de “administração pública indireta”: as autarquias, sociedades de 
economia mista, empresas públicas e fundações públicas. 
 
PECULATO (ART. 312) 
 Peculato 
 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor 
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Funcionário Público Próprio (ou 
típico): 
é aquele que exerce cargo 
(criado por lei), emprego 
(regido pela CLT) ou função 
pública 
Funcionário Público Impróprio 
(ou equiparado) 
exerce cargo, emprego ou 
função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha 
para empresa particular 
prestadora de serviço 
contratada ou conveniada para 
a execução de atividade pública 
 
 
 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora 
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre 
para que sejasubtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se 
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
 Peculato culposo 
 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de 
outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se 
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 Peculato mediante erro de outrem 
 Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no 
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados 
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si 
ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000)) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 
 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de 
informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de 
informações ou programa de informática sem autorização ou 
solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a 
metade se da modificação ou alteração resulta dano para a 
Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 
7. Modalidades: o art. 312 prevê quatro das oito modalidades de peculato: 
a. peculato-apropriação; 
b. peculato-desvio; 
c. peculato-furto; 
d. peculato-culposo; 
e. peculato mediante erro de outrem; 
f. peculato-hacker. 
 
 
 
8. Peculato-apropriação: não passa de um crime de apropriação indébita 
praticada por funcionário público em que o agente tem a posse da coisa em 
razão do cargo, emprego ou função pública (ex.: guarda prisional que se 
apropria de relógio de preso sob guarda; agente do Departamento de Trânsito 
que se apropria de toca-cd de veículo apreendido sob sua guarda). 
9. Perceba que tanto faz se o bem é público ou privado. Desta forma, pratica 
o crime de peculato o funcionário público que tanto de um bem móvel 
pertencente à administração pública (Ex.: Prefeito que se apropria de verba do 
município sob sua guarda) ou pertencente à particular, que se encontra 
temporariamente apreendido ou sob a guarda da administração pública (ex.: 
veículo apreendido). Além disso, é necessário que a coisa esteja em sua posse ou 
responsabilidade. 
10. Peculato-desvio: ocorre quando o agente desvia o dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, em proveito próprio ou alheio (ex.: Oficial de 
cartório de protesto de títulos que recebe valores, desviando-os em proveito 
próprio). 
11. Exemplo de peculato-desvio foi objeto de inquérito pelo STF: “a 
imputação feita na denúncia consiste no suposto desvio de valores do erário 
público, na condição de deputado federal, ao indicar e admitir a pessoa de S. de 
J. como secretária parlamentar no período de junho de 1997 a março de 2001 
quando, na realidade, tal pessoa continuou a trabalhar para a sociedade 
PECULATO 
P.APROPRIAÇÃO 
P.DESVIO 
P.FURTO 
P.CULPOSO 
P.MEDIANTE ERRO 
DE OUTREM 
P. HACKER 
 
 
empresária "Night and Day Produções Ltda", de titularidade do denunciado, no 
mesmo período (STF, Inq 1926, DJe 20/11/2008)”. O STF entendeu ser típica a 
conduta do parlamentar, uma vez que a secretária parlamentar recebia do 
tesouro público e trabalhava em estabelecimento particular do parlamentar. 
12. Não se configura o peculato desvio quando o agente público destina verba 
pública para destino diferente do determinado pela lei (ex.: verba de merenda 
escolar desviada para pagamento de servidores). No caso, caso a aplicação da 
verba for determinada por lei, poderá ocorrer o crime do art. 315 (emprego 
irregular de verbas públicas). 
13. Peculato-furto (§ 1º): se o funcionário público, embora não tendo a posse 
do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em 
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário (ex.: servidora de escola pública que, valendo-se da 
facilidade que a condição lhe proporciona, subtrai retroprojetor de propriedade 
da secretaria de educação). 
14. Observe que o agente deve se valer da facilidade que a condição de 
funcionário público lhe proporciona, caso contrário não ficará configurado o 
peculato-furto, mas sim o furto comum (art. 155). Exemplo: funcionário público 
que ingressa à noite pela janela em repartição pública para subtrair 
computadores. 
15. Consumação e tentativa: O crime de peculato na modalidade desvio (art. 
312, caput, segunda parte, do Cód. Penal) é crime material. Em outras palavras, 
consuma-se com o prejuízo efetivo para a administração pública (STJ, DJe 
24/11/2008). 
16. Peculato culposo (§2º): aqui, o funcionário público é negligente na 
guarda da coisa pública (ex.: policial militar que guarda a arma de fogo de 
propriedade da secretaria de segurança pública dentro do porta-luvas do veículo 
estacionado em via pública) e, assim, possibilita que outrem pratique furto, 
apropriação ou peculato contra a coisa. 
17. Extinção da punibilidade: (§ 3º) se o funcionário público que concorre 
culposamente para o crime de outrem vier a reparar o dano até a sentença 
irrecorrível, será extinta a punibilidade; se a reparação lhe é posterior, a pena 
será reduzida de metade. 
 
 
18. A extinção da punibilidade pela reparação do dano só é possível no crime 
de peculato culposo (STJ, RHC 7497/DF, DJ 8/9/1998). 
19. Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso também não configura 
ilícito penal, tão somente administrativo. Todavia, o peculato desvio é 
modalidade típica, submetendo o autor do fato à pena do artigo 312 do Código 
Penal (STJ, HC 94168/MG, DJe 22/04/2008). 
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (ART. 313) 
20. O presente crime é denominado pela doutrina de “peculato-estelionato”. 
Contudo, o crime não é uma forma especial de estelionato. Inclusive, quando o 
agente se apropria de dinheiro, valor ou qualquer utilidade que, no exercício do 
cargo, recebeu por erro de outrem, não pode ter provocado esse erro na vítima, 
conduta que configurará estelionato (art. 171). Se, por exemplo, um servidor da 
justiça recebe e se apropria valores de advogado, por engano deste, não sendo o 
competente para tal recebimento, haverá crime de peculato mediante erro de 
outrem. Contudo, se o servidor mentir ao advogado, afirmando falsamente ser 
ele o competente, haverá estelionato comum. 
INSERÇÃO DE DADOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES (ART. 313-A) 
21. Esse crime, incluído no CP pela lei 9.983/2000, veio preencher um vazio 
existente na legislação e pretende coibir as fraudes contra os cofres, 
principalmente da previdência social. Imagine, por exemplo, uma fraude no 
INSS em que o agente apresente documentos com informações falsas sobre 
idade, tempo de serviço e de contribuição e pretenda, com isso, obter algum 
benefício previdenciário. Para que seu plano seja completo, conta com ajuda de 
servidor público autorizado a inserir tais dados nos sistemas informatizadosda 
Previdência. Mesmo que o “golpe” não seja bem sucedido, o agente público 
incorrerá no crime do art. 313-A. 
22. O crime é de consumação formal se consuma com a efetiva inserção dos 
dados falsos (ou inclusão, modificação, exclusão), independente do recebimento 
da vantagem indevida. 
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES (ART. 313-B) 
23. Enquanto o crime do 313-A se parecesse muito com o crime de falsidade 
ideológica, podendo-se dizer que é uma forma de falsidade ideológica eletrônica 
praticada por funcionário público autorizado, aqui podemos fazer um paralelo 
 
 
com a falsificação de documento público. Isso porque o agente altera o próprio 
software público sem a devida autorização. Note que não há, ao contrário do 
crime anterior, a exigência de finalidade de obtenção de vantagem ilícita. 
24. Conforme o parágrafo único, as penas serão aumentadas de 1/3 a 1/2 se 
esta modificação causar efetivo dano para a Administração Pública ou para o 
administrado. 
CONCUSSÃO (ART. 316) 
 Concussão 
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 Excesso de exação 
 § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que 
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na 
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) 
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) 
 § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, 
o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
25. A concussão não passa de uma forma de extorsão praticada pelo agente 
público, valendo-se de suas funções. Como a Administração gere grande parte 
da vida dos administrados, o funcionário público é capaz de criar consideráveis 
 
 
problemas para o particular. Assim, uma exigência sua desperta, de imediato, 
fundado temor na pessoa comum (metus publicae potestatis) 
26. Exigir (ordenar, comandar): quando o funcionário público exige a 
vantagem indevida, faz impor sua autoridade como forma de incutir na vítima 
temor de possível represália. Isso significa que a ameaça, implícita ou explícita, 
deve ser de realizar conduta referente à função do agente (ex.: fiscal do meio 
ambiente que determina pagamento de valor para que a obra não seja 
demolida). Caso a ameaça não tenha qualquer relação com a função do agente, o 
crime poderá ser de extorsão comum (ex.: agente da prefeitura que exige valor 
da vítima sob ameaça de morte). 
27. Ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela: não é 
necessário que o funcionário esteja trabalhando no momento da exigência. Pode 
estar de férias, licença, ou ainda não ter tomado posse (ex.: nomeado mas não 
empossado). 
28. Indevida vantagem: posição majoritária (Greco e Mirabete) entende que 
a vantagem pretendida pode ser patrimonial ou qualquer outra utilidade (ex.: 
exigir emprego para filho). 
29. Consumação e tentativa: o crime de concussão é formal, que se consuma 
com a exigência. Irrelevância no fato do não recebimento da vantagem indevida. 
30. Distinções: 
Concussão (art. 316) Corrupção Passiva (art. 317) 
1. Exigir vantangem indevida 1. Solicitação, aceitação ou 
promessa de vantagem indevida 
2. Há coação 3. Não há coação 
 
31. Excesso de exação (§ 1º): ocorre quando o funcionário exige tributo que 
sabe (dolo direto) ou deveria saber (dolo eventual) indevido, ou, quando devido, 
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
32. Nos termos da definição dada pelo art. 3º do Código Tributário Nacional, 
"tributo é toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se posse exprimir, que não constitua sanção de ilícito, instituída em lei e 
 
 
cobrada mediante atividade administrativa." Portanto, é consabido que a multa, 
em vista de sua natureza sancionatória, não constitui tributo. O princípio da 
estreita legalidade impede a interpretação extensiva para ampliar o objeto 
descrito na lei penal. Na medida em que as multas não se inserem no conceito 
de tributo é defeso considerar que sua cobrança, ainda que eventualmente 
indevida - quer pelo meio empregado quer pela sua não incidência - tenha o 
condão de configurar o delito de excesso de exação, sob pena de violação do 
princípio da legalidade, consagrado no art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal 
e art. 1º do Código Penal (STJ, REsp 476.315/DF, DJe 22/02/2010) 
33. De acordo com a jurisprudência do STJ as custas e os emolumentos 
concernentes aos serviços notariais e registrais possuem natureza tributária, 
qualificando-se como taxas remuneratórias de serviços públicos. (Precedentes 
do STJ e do STF e Informativo nº 461/STF). Desta forma, comete o crime de 
excesso de exação aquele que exige custas ou emolumentos que sabe ou deveria 
saber indevido. 
 
CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317) 
Corrupção passiva 
 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) 
 § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da 
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar 
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato 
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou 
influência de outrem: 
 
 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
 
34. Ocorre a corrupção quando o agente público solicita (crime formal) ou 
recebe (crime material), para si ou para outra pessoa, direta (pessoalmente) ou 
indiretamente (por interposta pessoa), ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal 
vantagem (crime formal). É conhecida popularmente como “propina” ou 
“cafezinho”. 
35. Ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela: 
significa que a solicitação, o recebimento ou a aceitação devem ser feitos em 
razão da qualidade de funcionário público do agente, mesmo que ele esteja 
afastado, em férias, de licença etc., ou ainda nem tenha assumido 
36. Vantagem indevida: é indevida qualquer vantagem que não seja a 
remuneração legal do funcionário público. Qualquer outro valor que receba, 
configura vantagem não devida. 
37. A vantagem pode ser de caráter econômico ou não (ex.: emprego para um 
parente, favores sexuais, final de semana em hotel de luxo). Considera-se, 
contudo, inexistir crime no pagamento de pequenas gratificações (ex.: vítima de 
crime que presenteia o Delegado com um bolo de chocolate pelos serviços 
prestados). 
38. Exemplos: fiscal da prefeitura que solicita valores de ambulantes para 
não importuná-los; Delegado de Polícia que solicita quantia em dinheiro para 
não incluir nome de pessoa em inquérito policial; agente de trânsito que aceita 
promessa de favor sexual para não multar a condutora; vereador que solicita 
dinheiro para ser aprovada emenda de Projeto de Lei; 
39. Para a configuração do delito de corrupção passiva é necessário que o ato 
de ofício em torno do qual é praticada a conduta incriminadaseja da 
competência ou atribuição inerente à função exercida pelo funcionário público 
(STJ, REsp. 825340/MG, DJ 25/09/2006). Exemplo: funcionário público que 
viaja pelo país em aviões com passagens pagas por empresas particulares sem 
 
 
qualquer relação entre a vantagem e a prática ou omissão de ato inerente à 
função pública não configura crime. 
40. Consumação: o crime de corrupção passiva na modalidade “receber” é 
material e consuma-se com o efetivo recebimento da vantagem. Nas 
modalidades “solicitar” ou “aceitar promessa de vantagem” é formal e se 
consuma mesmo que não haja a efetiva vantagem. 
41. Causa especial de aumento de pena (§ 1º): a pena é aumentada de um 
terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda 
(procrastina, atrasa) ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica 
infringindo dever funcional. Neste caso, além de receber o valor, o funcionário 
público efetivamente pratica, retarda ou deixa de praticar o ato relativo à sua 
função. O que seria um mero exaurimento, foi tratado como causa de aumento 
de pena (ex.: se o agente de trânsito recebe valor para não multar, estará 
consumado o crime de corrupção passiva. Se caso, efetivamente, deixe de 
praticar o ato, responderá também pelo aumento de pena). 
42. Corrupção privilegiada (§ 2º): ocorre quando o funcionário pratica, deixa 
de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a 
pedido ou influência de outrem. Neste caso, não há recebimento de vantagem 
indevida, mas mero atendimento de pedido ou influência (ex.: agente de 
trânsito que deixa de multar o condutor por pedido de policial amigo deste 
último). 
PREVARICAÇÃO (ART. 319) 
Prevaricação 
 Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer 
interesse ou sentimento pessoal: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
43. O crime de prevaricação consiste na conduta de quem retarda ou deixa de 
praticar, indevidamente (sem justa causa), ato de ofício (que se encontra na 
esfera de atribuição), ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, com a 
 
 
finalidade de (dolo específico) satisfazer interesse (qualquer vantagem ou 
proveito, podendo ser patrimonial ou moral) ou sentimento pessoal (amor, ódio, 
amizade, ciúmes, inveja etc.). Exemplos: policial que deixa de prender em 
flagrante amigo de infância; Fiscal da saúda que deixa de atuar infrator por 
interesse sexual). 
44. Indolência, preguiça, desídia, trabalhar mal: não é sentimento pessoal 
para fins de prevaricação. No caso, constituir-se-ão em mera falta 
administrativa. 
45. Há grandes similaridades com o crime de corrupção passiva, contudo 
podemos apontar as seguintes distinções: 
a. Na corrupção passiva, o agente atua visando vantagem indevida e pode 
haver ajuste entre corrupto e corruptor; 
b. Na prevaricação, o agente atua por objetivos e interesses pessoais; 
c. Se houver recebimento de vantagem indevida pelo funcionário público, 
em virtude de acordo realizado com terceira pessoa, o crime será de corrupção 
passiva (art. 317); 
d. Se o funcionário público atender ao pedido ou influência de outrem para 
retardar ou deixar de praticar o ato de ofício, praticará corrupção passiva 
privilegiada (art. 317, § 2). Exemplo: policial que deixa de prender em flagrante 
a pedido de seu superior, este amigo do criminoso. 
46. Prevaricação praticada por jurados: interessante observar que, por serem 
considerados funcionário públicos para fins penais, o art. 445 do CPP diz que o 
jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável 
criminalmente nos mesmos termos em que são os juízes de direito. Portanto, os 
jurados podem cometer crime de prevaricação. 
PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA (ART. 319-A) 
 Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, 
de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho 
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com 
outros presos ou com o ambiente externo:(Incluído pela Lei nº 
11.466, de 2007). 
 Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
 
 
47. O preso não está proibido de entrar em contato com pessoas que se 
encontram fora do cárcere, como seus parentes e advogado. Inclusive, não é 
incomum encontrarmos telefones públicos instalados no interior dos presídios. 
Ocorre que a utilização de tais aparelhos deve ser precedida de autorização da 
Administração penitenciária (Resolução nº 14/1994 do CNPC). 
48. O que é considerado crime é o descumprimento do dever por parte do 
agente de público de vedar ao preso o acesso a aparelho de comunicação 
indevidamente (sem autorização). 
49. Distinções 
Corrupção passiva Prevaricação Comum Prevaricação 
Imprópria 
O agente público, por 
exemplo, aceita 
propina para permitir 
a entrada do aparelho. 
O agente público, por 
caridade (ou outro 
sentimento pessoal) 
deixa o detento ter 
acesso ao aparelho 
O agente público, sem 
qualquer tipo de 
interesse, (ex.: por 
desídia) deixa de 
cumprir seu dever de 
vedar ao preso o 
acesso ao aparelho. 
 
 
50. Importante: a Lei 12.012/2009 acrescetou o art. 349-A ao CP, que diz: 
ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho 
telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, 
em estabelecimento prisional. 
51. A diferença do crime do art. 349-A para o crime ora estudado é a de que o 
primeiro é crime de particular contra a administração pública. Foi ele criado 
visando, principalmente, abranger parentes e advogados de presos que 
ingressam com o aparelho dentro do sistema penitenciário. 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA (ART. 320) 
Condescendência criminosa 
 
 
 Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do 
cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente: 
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
52. O crime em estudo é forma especial de prevaricação, com as seguintes 
diferenças: 
PREVARICAÇÃO CONDESCENDÊNCIA 
Há finalidade de satisfazer 
qualquer interesse ou sentimento 
pessoal. 
Há apenas indulgência (clemência, 
comiseração, compaixão) 
Refere-se a qualquer ato de ofício 
referente a qualquer função 
pública. 
Refere-se às providências para 
responsabilização de inferior 
hierárquico ou de delação por quem 
tenha o mesmo nível hierárquico 
 Tem como pressuposto a pratica de 
uma infração criminal ou 
administrativa por parte de 
funcionário público 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
1 - ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) No crime de 
corrupção passiva, a pena não será aumentada se, em consequência da 
vantagem ou promessa, o funcionário retardar ou deixar de praticar qualquer 
ato de ofício, pois tal fato já constitui elementar do crime. 
COMENTÁRIO: O correto é ler a aula e a lei seca, e depois treinar com os 
exercícios. Aprovação não tem segredo. Tem trabalho duro e persistente. Veja 
que a questão fala no crime de corrupção passiva e exige apenas o conhecimento 
da letra da lei. O crime de corrupção passiva foi previsto no art. 317 (solicitar ou 
receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) 
anos, e multa) 
Já o parágrafo primeiro,assim descreve: ( § 1º - A pena é aumentada de um 
terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda 
ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever 
funcional). 
Perceba, então, que o crime está consumado com a mera solicitação ou pelo 
recebimento, mesmo que não deixe de praticar ou mesmo que não retarde o ato 
de ofício. Trata-se de crime formal (ou de resultado cortado). Caso o agente, 
efetivamente deixar de praticar o ato, terá sua pena aumentada (ex.: José, fiscal 
da prefeitura, aceita promessa de receber dinheiro de comerciante para não 
notificá-lo sobre irregularidades – consumou-se a corrupção; José, então, 
efetivamente deixa de notificar o comerciante – incidiu a causa de aumento). 
GABARITO: Falso 
2- (CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) Praticará crime de 
prevaricação o funcionário público que deixe de responsabilizar, por 
indulgência, subordinado que cometa infração no exercício do cargo, tendo 
competência para fazê-lo. 
 
 
COMENTÁRIO: é muito comum essa questão. O crime de prevaricação (Art. 
319 Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa) é muito parecido 
com o crime de condescendência criminosa (art. Art. 320 - Deixar o funcionário, 
por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente:Pena - detenção, de quinze dias a um 
mês, ou multa). 
Não confunda os dois. A condescendência é mais específica, pois o funcionário 
deixa de tomar providências em relação a subordinado por indulgência 
(clemência, comiseração, misericórdia, pena etc.). 
GABARITO: Falso 
3- ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) O indivíduo que, no 
exercício da função pública, tenha praticado violência contra colega de trabalho 
responderá por lesões corporais, pois não há previsão de crime funcional 
próprio semelhante. 
COMENTÁRIO: trata-se do crime de violência arbitrária (Art. 322 - Praticar 
violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de 
seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência). 
Na verdade, o agente deve responder pelo crime de violência arbitrária e 
também pelo crime de lesões corporais, já que o preceito secundário afirma que 
a pena será de seis meses a três anos, além da pena da violência. 
GABARITO: Falso 
4- ( CESPE - 2010 - AGU) Um delegado de polícia, por desleixo e mera 
indolência, omitiu-se na apuração de diversas ocorrências policiais sob sua 
responsabilidade, não cumprindo, pelos mesmos motivos, o prazo de conclusão 
 
 
de vários procedimentos policiais em curso. Nessa situação, a conduta do 
policial constitui crime de prevaricação. 
COMENTÁRIO: O crime de prevaricação (art. 319), segundo entendimento 
predominante, não se configura caso o agente tenha “trabalhado mal” por mero 
desleixo, preguiça, lassidão etc. 
GABARITO: Falso 
 5- ( CESPE - 2010 - AGU) Um policial militar em serviço, ao abordar um 
cidadão, exigiu dele o pagamento de determinada soma em dinheiro, utilizando-
se de violência e ameaçando-o de sequestrar o seu filho. A vítima, ante o temor 
da ameaça, cedeu às exigências formuladas e entregou ao policial a quantia 
exigida. Nessa situação, não obstante a prática de crime pelo agente, não há que 
se falar em delito de concussão, pois inexiste nexo causal entre a função pública 
desempenhada pelo policial e a ameaça proferida. 
 
COMENTÁRIO: A concussão exige, para sua configuração, que a vítima se sinta 
intimidada a entregar o valor exigido, mesmo que não entregue. O funcionário 
público, como agente do Estado, naturalmente impõe algum temor às pessoas 
comuns, principalmente as mais humildes. Caso o constrangimento imposto foi 
além daquele típico da posição do agente de representante do Estado, o crime 
poderá ser outro (roubo, extorsão etc.). No caso apresentado, o crime será de 
extorsão (art. 158 do CP). 
 
GABARITO: Correto 
6- ( CESPE - 2010 - AGU) Um funcionário que ocupa cargo em comissão de 
uma prefeitura foi exonerado, de ofício, pelo prefeito, tendo sido formalmente 
cientificado do ato mediante comunicação oficial devidamente publicada no 
diário oficial. A despeito disso, o servidor continuou a praticar atos próprios da 
função pública, sem preencher condições legais para tanto. Nessa situação, 
configurou-se o delito de usurpação de função pública. 
 
 
COMENTÁRIO: Não. O crime de usurpação pública (art. 328) é praticado pelo 
particular que pratica qualquer função pública sem ter esse direito. O crime se 
parece muito com o crime de Exercício funcional ilegalmente antecipado 
ou prolongado (Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de 
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, 
depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou 
suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa). Veja que é 
muito comum questões em que o examinador tenta confundir tipo penais 
semelhantes. 
GABARITO: Errado 
7- ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) No peculato praticado 
mediante erro de outrem, não se pune o funcionário público autor do peculato, 
mas somente aquele que o determinou, ou seja, o autor mediato do crime. 
COMENTÁRIO: Nada a ver! O peculato mediante erro de outrem (Art. 313 - 
Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, 
recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa), 
nada tem a ver com autoria mediata. Lembre-se que autor mediato é aquele que, 
por exemplo, se vale de um menor ou doente mental para praticar determinado 
crime. 
GABARITO: Falso 
 
8- ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) Ocorre a concussão 
quando o agente, funcionário público, exige, em razão da função, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida, não havendo crime se o 
agente pratica o fato antes de assumir a função pública. 
COMENTÁRIO: Letra da lei - Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta 
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em 
razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
 
GABARITO: Falso 
 
9 - ( CESPE - 2008 - STJ - Analista Judiciário ) Pratica o crime de 
advocacia administrativa o funcionário público que, valendo-se da qualidade de 
funcionário, responde, por ofício público, às insinuações feitas à sua pessoa em 
requisição de abertura de inquérito policial. 
COMENTÁRIO: conforme o art. 321 do CP, comete o crime de advocacia 
administrativa quem patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário 
público 
27/05/2008 Agente duplo - Policial é condenado 
por advocacia administrativa 
Extraído de: Direito Público - 30 de Maio de 2008 
 
O agente da Polícia Federal de Presidente Prudente, Roland Magnesi 
Júnior, foi condenado a um mês de prisão pelo crime de advocacia 
administrativa, como dispõe o artigo 321 do Código Penal . A decisão 
foi do juiz federal Renato Câmara Nigro, da 3ª Vara Federal de 
Marília (SP) que entendeu que o agente público valeu-se de sua 
função, e ofendeu a lisura da administração para garantir vantagem 
indevida a particular. Já o papiloscopista de PF de Marília, Henrique 
Pinheiro Nogueira, foi absolvido das acusações de advocacia 
administrativa e corrupção passiva. 
Os réus foram denunciadosna Operação Oeste, da PF. Os agentes 
eram membros de Comissão de Vistoria de Segurança Privada da PF 
de suas cidades. Em novembro de 2005, foram iniciadas 
investigações que apuraram a existência de um suposto esquema de 
corrupção nas cidades da região oeste de São Paulo. 
 
 
Em uma interceptação telefônica, o dono da empresa Madureira 
Serviço de Vigilância, Silvio César Madureira, conversa com Magnesi 
Junior sobre a obtenção da autorização de funcionamento e 
renovação do certificado de segurança da empresa junto à PF. 
As exigências para a obtenção da autorização não haviam sido 
cumpridas. Segundo a acusação, era nítido o favorecimento prestado 
pelo agente a Madureira, já que foram passadas ao empresário 
informações ilícitas sobre como conseguir a autorização. 
"Revelou-se claro o cometimento de advocacia administrativa por 
parte de Roland Magnesi Junior, em defesa dos interesses de Sílvio 
César Madureira. O policial vai muito além do mero dever de 
informação para aventurar-se em terreno proibido, de forma 
totalmente parcial e ilícita em favor da mencionada empresa", disse 
o juiz Renato Nigro. 
De acordo com o juiz, a participação do papiloscopista Henrique 
Pinheiro Nogueira não ficou comprovada, apesar de seu nome ser 
mencionado nos grampos. "É patente que não há a sua efetiva 
participação no referido diálogo e não foi provado pela acusação ao 
longo do processo que teria ajudado de forma ilícita a empresa no 
processo administrativo de renovação da autorização de 
funcionamento", argumentou o juiz. 
"Após a referida empresa ter deixado de cumprir as exigências legais 
do trâmite, ela foi notificada (notificação assinada também por 
Henrique) acerca do arquivamento do mencionado processo, o que 
demonstra impessoalidade por parte do acusado", anotou Câmara 
Nigro. 
A pena imposta a Magnesi Júnior pode ser substituída por prestação 
de serviços à comunidade. "O réu não possui maus antecedentes, 
mas valeu-se de sua função, malferindo a lisura administrativa para 
 
 
garantir vantagem indevida a particular em detrimento do interesse 
público que deveria proteger", argumenta. 
Revista Consultor Jurídico, 27 de maio de 2008 
 GABARITO: ERRADO 
 
 
10 - ( CESPE - 2008 - STJ - Analista Judiciário ) Pacificou-se, no STJ, o 
entendimento de que o crime de violência arbitrária, previsto no art. 322 do CP, 
foi revogado pela Lei n.º 4.898/1965 - abuso de autoridade -, que considera 
crime desta espécie qualquer atentado à integridade física do indivíduo. 
COMENTÁRIO: O crime de violência arbitrária não foi revogado pelo disposto 
no artigo 3º, alínea "i", da Lei de Abuso de Autoridade (HC 48.083/MG, DJe 
07/04/2008). 
GABARITO: ERRADO 
 
11 - ( CESPE - 2009 - DPE - AL - Defensor Público) Na hipótese de 
peculato culposo, a reparação do dano, se precedente à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade. 
COMENTÁRIO: se o funcionário público que concorre culposamente para o 
crime de outrem vier a reparar o dano até a sentença irrecorrível, será extinta a 
punibilidade; se a reparação lhe é posterior, a pena será reduzida de metade. 
GABARITO: CORRETO 
 
12 - ( CESPE - 2009 - SECONT-ES) Segundo a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), o peculato, na modalidade desvio, é crime formal, 
 
 
consumando-se independentemente de prejuízo efetivo para a administração 
pública. 
COMENTÁRIO: O crime de peculato na modalidade desvio (art. 312, caput, 
segunda parte, do Cód. Penal) é crime material. Em outras palavras, consuma-
se com o prejuízo efetivo para a administração pública (STJ, AgRg no Ag 
905635/SC, DJe 24/11/2008). 
GABARITO: ERRADO 
 
13-(FCC_Agente de Polícia Legislativa_Câmara dos 
Deputados_2007) Para facilitar o ingresso de pessoa que tem 
restrição de entrada no interior da Câmara dos Deputados, um 
agente de segurança exige uma quantia em dinheiro. Esse agente 
cometeu crime de 
a) extorsão 
b) corrupção ativa. 
c) corrupção passiva. 
d) peculato. 
e) concussão consumada. 
COMENTÁRIO: note que a questão utiliza o verbo EXIGIR. Então, a melhor 
alternativa é CONCUSSÃO (ART. 316). 
GABARITO: E 
14. (FCC_Agente de Polícia Civil_MA_2006) João oferece dinheiro a 
um Delegado de Polícia para não indiciá-lo num inquérito policial. O 
Delegado de Polícia aceita a proposta e ambos passam a discutir o 
preço. Nesse momento, são surpreendidos pela Corregedoria, que 
 
 
estava filmando a ação delituosa. O Delegado de polícia responderá 
por: 
a) tentativa de concussão. 
b) tentativa de corrupção passiva. 
c) corrupção ativa consumada. 
d) concussão consumada. 
e) corrupção passiva consumada. 
COMENTÁRIO: o crime de corrupção passiva, na modalidade aceitar proposta 
de vantagem, é crime formal e independe de recebimento de vantagem 
indevida. 
GABARITO: E 
15. (FCC_Agente de Polícia Legislativa_Câmara dos 
Deputados_2007) Funcionário Público que, por tolerância, deixa de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do 
cargo, pratica: 
a) conduta penal atípica. 
b) crime de corrupção passiva. 
c) crime de prevaricação. 
d) crime de condescendência criminosa. 
e) apenas ilícito administrativo disciplinar. 
COMENTÁRIO: o crime é de condescendência criminosa do art. 320 do CP. 
 
 
 Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente 
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
GABARITO: D 
 
16 . ( FGV - 2010 - SEA-AP ) O funcionário José, responsável pela prestação de 
informações aos sistemas informatizados ou banco de dados da Administração 
Pública Federal, após receber da empresa "X" uma determinada quantia em 
dinheiro, excluiu, indevidamente, alguns dados corretos do sistema, o que 
implicou inequívoco prejuízo à Administração Tributária. 
Sobre a situação hipotética do funcionário José é correto afirmar que: 
a) responderá somente por infração de ordem administrativa, uma vez que sua 
conduta não caracteriza qualquer ilícito penal. 
b) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por 
crime de peculato, previsto no artigo 313, caput, do Código Penal. 
c) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por 
crime de excesso de exação, previsto no artigo 316, parágrafo 1º, do Código 
Penal. 
d) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por 
crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações, 
previsto no artigo 313-B do Código Penal. 
e) além das consequências administrativas, a que estará sujeito, responderá por 
crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, previsto no artigo 
313-A do Código Penal. 
 
 
COMENTÁRIO: o funcionário cometeu o crime previsto no art. 313-A: 
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei 
nº 9.983, de 2000) 
 Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de 
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de 
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano 
GABARITO: E 
 
17- ( FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) Quando um funcionário 
público deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo à influência de outrem, ele pratica o crime de 
a) corrupção passiva. 
b) condescendência criminosa. 
c) advocacia administrativa.d) concussão. 
e) prevaricação. 
COMENTÁRIO: trata-se de forma de corrupção passiva mediante a influência 
de outrem (corrupção imprópria), prevista no § 2º do art. 317. 
GABARITO: A 
18 - ( FCC - 2008 - MPE-RS ) O funcionário público que solicita quantia em 
dinheiro para aprovar candidato a obtenção de carteira de motorista, comete 
crime de 
a) concussão. 
 
 
b) peculato. 
c) corrupção passiva. 
d) prevaricação. 
e) corrupção ativa. 
 
COMENTÁRIO: caros alunos, observem atentamente os verbos adequados: 
CORRUPÇÃO PASSIVA: SOLICITAR. 
CONCUSSÃO: EXIGIR. 
GABARITO: C 
 
19- ( FAE - 2008 - TJ-PR )No caso em que um funcionário público que não 
dispõe da posse de determinado bem, porém se vale da facilidade que sua 
condição de funcionário proporciona para subtraí-lo, para si ou para outrem, o 
crime é de: 
a) Peculato-desvio 
b) Furto qualificado 
c) Peculato-furto 
d) Peculato culposo 
COMENTÁRIO: no peculato furto, o agente se aproveita da condição 
funcionário público para subtrair bem da administração pública ou que está aos 
seus cuidados. 
GABARITO: C 
 
 
 
20. ( FGV - 2008 - TCM-RJ ) João da Silva é funcionário público municipal 
concursado, lotado na Secretaria de Fazenda do Município do Rio de Janeiro. 
Sua função é controlar a execução de determinados contratos licitados pela 
prefeitura, especialmente a autorização para pagamento. Auxiliado por seu 
irmão, José da Silva, João decide apropriar-se de dinheiro pertencente à 
Prefeitura. João cadastra a conta corrente de José como sendo de uma empresa 
que efetivamente presta serviços à Prefeitura. Ao autorizar os pagamentos, João 
destina 90% dos recursos à conta verdadeira daquela empresa e 10% para a 
conta de seu irmão. Aremitas Martins, responsável pela conferência e liberação 
dos pagamentos autorizados por João, não observa os deveres de cuidado a que 
estava obrigado, e o desvio ocorre. 
 
 
Assinale a alternativa que apresente corretamente o crime praticado por João, 
José e Aremitas, respectivamente. 
a) peculato culposo, peculato doloso e nenhum crime. 
b) peculato doloso, peculato doloso e peculato culposo. 
c) peculato doloso, estelionato e peculato culposo. 
d) peculato doloso, peculato doloso e nenhum crime. 
e) estelionato, estelionato e nenhum crime. 
COMENTÁRIO: os irmãos Silva praticam o crime de peculato-apropriação. 
Lembre-se que José da Silva não é mencionado como funcionário público pela 
questão, mas age com a consciência de que participa de crime praticado por um 
funcionário público (seu irmão). No caso, responde por peculato, pois a 
circunstância de ser funcionário público é elementar do tipo e se comunica ao 
particular. 
Aremita, por sua vez, é desidioso na fiscalização da coisa pública e, como 
funcionário público, responde por esta desídia por peculato culposo. 
 
 
GABARITO: B 
 
 
 
QUESTÕES 
1 - ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) No crime de 
corrupção passiva, a pena não será aumentada se, em consequência da 
vantagem ou promessa, o funcionário retardar ou deixar de praticar qualquer 
ato de ofício, pois tal fato já constitui elementar do crime. 
2- (CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) Praticará crime de 
prevaricação o funcionário público que deixe de responsabilizar, por 
indulgência, subordinado que cometa infração no exercício do cargo, tendo 
competência para fazê-lo. 
3- ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) O indivíduo que, no 
exercício da função pública, tenha praticado violência contra colega de trabalho 
responderá por lesões corporais, pois não há previsão de crime funcional 
próprio semelhante. 
4- ( CESPE - 2010 - AGU) Um delegado de polícia, por desleixo e mera 
indolência, omitiu-se na apuração de diversas ocorrências policiais sob sua 
responsabilidade, não cumprindo, pelos mesmos motivos, o prazo de conclusão 
de vários procedimentos policiais em curso. Nessa situação, a conduta do 
policial constitui crime de prevaricação. 
5- ( CESPE - 2010 - AGU) Um policial militar em serviço, ao abordar um 
cidadão, exigiu dele o pagamento de determinada soma em dinheiro, utilizando-
se de violência e ameaçando-o de sequestrar o seu filho. A vítima, ante o temor 
da ameaça, cedeu às exigências formuladas e entregou ao policial a quantia 
exigida. Nessa situação, não obstante a prática de crime pelo agente, não há que 
se falar em delito de concussão, pois inexiste nexo causal entre a função pública 
desempenhada pelo policial e a ameaça proferida. 
 
 
 
6- ( CESPE - 2010 - AGU) Um funcionário que ocupa cargo em comissão de 
uma prefeitura foi exonerado, de ofício, pelo prefeito, tendo sido formalmente 
cientificado do ato mediante comunicação oficial devidamente publicada no 
diário oficial. A despeito disso, o servidor continuou a praticar atos próprios da 
função pública, sem preencher condições legais para tanto. Nessa situação, 
configurou-se o delito de usurpação de função pública. 
7- ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) No peculato praticado 
mediante erro de outrem, não se pune o funcionário público autor do peculato, 
mas somente aquele que o determinou, ou seja, o autor mediato do crime. 
8- ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário) Ocorre a concussão 
quando o agente, funcionário público, exige, em razão da função, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida, não havendo crime se o 
agente pratica o fato antes de assumir a função pública. 
9 - ( CESPE - 2008 - STJ - Analista Judiciário ) Pratica o crime de advocacia 
administrativa o funcionário público que, valendo-se da qualidade de 
funcionário, responde, por ofício público, às insinuações feitas à sua pessoa em 
requisição de abertura de inquérito policial. 
10 - ( CESPE - 2008 - STJ - Analista Judiciário ) Pacificou-se, no STJ, o 
entendimento de que o crime de violência arbitrária, previsto no art. 322 do CP, 
foi revogado pela Lei n.º 4.898/1965 - abuso de autoridade -, que considera 
crime desta espécie qualquer atentado à integridade física do indivíduo. 
11 - ( CESPE - 2009 - DPE - AL - Defensor Público) Na hipótese de peculato 
culposo, a reparação do dano, se precedente à sentença irrecorrível, extingue a 
punibilidade. 
12 - ( CESPE - 2009 - SECONT-ES) Segundo a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), o peculato, na modalidade desvio, é crime formal, 
consumando-se independentemente de prejuízo efetivo para a administração 
pública. 
 
 
13- (FCC_Agente de Polícia Legislativa_Câmara dos 
Deputados_2007) Para facilitar o ingresso de pessoa que tem 
restrição de entrada no interior da Câmara dos Deputados, um 
agente de segurança exige uma quantia em dinheiro. Esse agente 
cometeu crime de 
a) extorsão 
b) corrupção ativa. 
c) corrupção passiva. 
d) peculato. 
e) concussão consumada. 
14. (FCC_Agente de Polícia Civil_MA_2006) João oferece dinheiro a 
um Delegado de Polícia para não indiciá-lo num inquérito policial. O 
Delegado de Polícia aceita a proposta e ambos passam a discutir o 
preço. Nesse momento, são surpreendidos pela Corregedoria, que 
estava filmando a ação delituosa. O Delegado de polícia responderá 
por: 
a) tentativa de concussão. 
b) tentativa de corrupção passiva. 
c) corrupção ativa consumada. 
d) concussão consumada. 
e) corrupção passiva consumada. 
15. (FCC_Agente de Polícia Legislativa_Câmara dos 
Deputados_2007) Funcionário Público que, por tolerância, deixa de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do 
cargo, pratica: 
 
 
a) conduta penal atípica. 
b) crime de corrupção passiva. 
c) crime de prevaricação.d) crime de condescendência criminosa. 
e) apenas ilícito administrativo disciplinar. 
16 . ( FGV - 2010 - SEA-AP ) O funcionário José, responsável pela prestação de 
informações aos sistemas informatizados ou banco de dados da Administração 
Pública Federal, após receber da empresa "X" uma determinada quantia em 
dinheiro, excluiu, indevidamente, alguns dados corretos do sistema, o que 
implicou inequívoco prejuízo à Administração Tributária. 
Sobre a situação hipotética do funcionário José é correto afirmar que: 
a) responderá somente por infração de ordem administrativa, uma vez que sua 
conduta não caracteriza qualquer ilícito penal. 
b) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por 
crime de peculato, previsto no artigo 313, caput, do Código Penal. 
c) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por 
crime de excesso de exação, previsto no artigo 316, parágrafo 1º, do Código 
Penal. 
d) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por 
crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações, 
previsto no artigo 313-B do Código Penal. 
e) além das consequências administrativas, a que estará sujeito, responderá por 
crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, previsto no artigo 
313-A do Código Penal. 
 
 
17- ( FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) Quando um 
funcionário público deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de 
dever funcional, cedendo à influência de outrem, ele pratica o crime de 
a) corrupção passiva. 
b) condescendência criminosa. 
c) advocacia administrativa. 
d) concussão. 
e) prevaricação. 
18 - ( FCC - 2008 - MPE-RS ) O funcionário público que solicita quantia em 
dinheiro para aprovar candidato a obtenção de carteira de motorista, comete 
crime de 
a) concussão. 
b) peculato. 
c) corrupção passiva. 
d) prevaricação. 
e) corrupção ativa. 
19- ( FAE - 2008 - TJ-PR )No caso em que um funcionário público que não 
dispõe da posse de determinado bem, porém se vale da facilidade que sua 
condição de funcionário proporciona para subtraí-lo, para si ou para outrem, o 
crime é de: 
a) Peculato-desvio 
b) Furto qualificado 
c) Peculato-furto 
 
 
d) Peculato culposo 
20. ( FGV - 2008 - TCM-RJ ) João da Silva é funcionário público municipal 
concursado, lotado na Secretaria de Fazenda do Município do Rio de Janeiro. 
Sua função é controlar a execução de determinados contratos licitados pela 
prefeitura, especialmente a autorização para pagamento. Auxiliado por seu 
irmão, José da Silva, João decide apropriar-se de dinheiro pertencente à 
Prefeitura. João cadastra a conta corrente de José como sendo de uma empresa 
que efetivamente presta serviços à Prefeitura. Ao autorizar os pagamentos, João 
destina 90% dos recursos à conta verdadeira daquela empresa e 10% para a 
conta de seu irmão. Aremitas Martins, responsável pela conferência e liberação 
dos pagamentos autorizados por João, não observa os deveres de cuidado a que 
estava obrigado, e o desvio ocorre. Assinale a alternativa que apresente 
corretamente o crime praticado por João, José e Aremitas, respectivamente. 
a) peculato culposo, peculato doloso e nenhum crime. 
b) peculato doloso, peculato doloso e peculato culposo. 
c) peculato doloso, estelionato e peculato culposo. 
d) peculato doloso, peculato doloso e nenhum crime. 
e) estelionato, estelionato e nenhum crime.

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