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Anemia Ferropriva: Conceito, Sintomas e Tratamentos

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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo fazer um levantado sobre a patologia “anemia ferropriva“, abordando seu conceito, seu desenvolvimento, sintomas, diagnostico, tratamentos e profilaxia.
Sabe-se que a anemia por deficiência de ferro, ou ferropriva, é o tipo mais comum de anemia, que ocorre quando o corpo não tem a quantidade suficiente de ferro. O organismo precisa de ferro para produzir uma proteína chamada hemoglobina, que é responsável por levar oxigênio para os tecidos do corpo. 
A anemia por deficiência de ferro também pode ser causada por uma dieta deficiente ou por certas doenças intestinais que afetam o modo como o corpo absorve o ferro. O problema normalmente é tratado com suplementos de ferro.
O trabalho também apresenta as considerações finais sobre o tema e a bibliografia pesquisada.
PATOLOGIA ABORDADA: ANEMIA FERROPRIVA
 
O que é
O ferro é um nutriente essencial ao organismo, associado à produção de glóbulos vermelhos e ao transporte de oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo.
A anemia por deficiência de ferro, ou anemia ferropriva, é a mais comum de todas as anemias, independentemente do estrato socioeconômico do indivíduo.
Anemia ferropriva é o tipo de anemia decorrente da privação, deficiência, de ferro dentro do organismo levando à uma diminuição da produção, tamanho e teor de hemoglobina dos glóbulos vermelhos, hemácias. O ferro é essencial para a produção dos glóbulos vermelhos e seus níveis baixos no sangue comprometem toda cascata de produção das hemácias. Dentro dos glóbulos vermelhos existe uma proteína chamada hemoglobina que tem na sua estrutura bioquímica a presença de moléculas de ferro e de cobalto (o cobalto está presente na vitamina B12). A hemoglobina é a responsável pelo transporte do oxigênio que respiramos até todas as células do corpo humano. Na diminuição desta (hemoglobina) o transporte de oxigênio fica comprometido e várias consequências danosas serão desencadeadas. Estima-se que 90% das anemias sejam causadas por deficiência de ferro.
Como se desenvolve
Anemia ferropriva geralmente se desenvolve com o tempo se o corpo não obter ferro suficiente para fabricar células vermelhas saudáveis. Sem obter ferro suficiente, o corpo começa a usar o que está armazenado. Cedo, sem reposição, o ferro armazenado acaba. Depois que o estoque de ferro acaba, o corpo passa a fabricar menos células vermelhas. As células vermelhas que passa a fabricar também contêm menos hemoglobina do que o normal.
A anemia ferropriva em geral se desenvolve lentamente porque pode levar diversos meses até as reservas de ferro do corpo serem esgotadas. À medida que as reservas de ferro vão diminuindo, a medula óssea gradualmente produz menos glóbulos vermelhos. Quando as reservas se esgotam, os glóbulos vermelhos não estão apenas reduzidos em número, mas são também anormalmente pequenos.
Sintomas
Na maioria das vezes, os sintomas são leves no início e acentuam-se aos poucos. Se a anemia for muito branda, é possível que nem cause sintomas. Quando eles existem podem começar sendo: mau humor, fraqueza ou cansaço, dores de cabeça, dificuldades de concentração ou raciocínio.
 À medida que a anemia progride, pode aparecer: coloração azulada no branco dos olhos, unhas frágeis, tontura ao levantar-se, palidez, falta de ar, língua dolorida, infecções mais frequentes, mãos e pés frios, batimentos cardíacos mais acelerados, falta de apetite e desejos incomuns de ingerir certas substâncias não-nutritivas. 
As anemias ferroprivas podem afetar também o desenvolvimento físico e mental das crianças, acarretando diminuição da capacidade cognitiva e do rendimento escolar. As condições que causam deficiência de ferro podem manifestar-se por fezes escuras, cor de canela, sangramento menstrual intenso, dores no abdome, perda de peso, por exemplo.
Como se faz o diagnóstico 
O diagnóstico é feito por meio do exame de sangue, sendo possível confirmar se o paciente está anêmico e se é a carência do ferro a causa. Os exames mais apropriados são:
Hemograma (série vermelha): detecta se a taxa de hemoglobina está baixa e se o formato dos glóbulos vermelhos está alterado. Glóbulos vermelhos muito pequenos (microcitose) e de coloração mais descorada (hipocromia ) são dados que confirmam ser a deficiência de ferro a principal causa
Ferritina: avalia as reservas de ferro dentro do organismo, que geralmente estão baixas na anemia ferropriva
Outros parâmetros como dosagem de ferro e capacidade total de ligação do ferro podem se alterar em outras condições clínicas e não apenas na anemia ferropriva, devendo ser avaliados com cautela para não haver confusão no diagnóstico.
Estes parâmetros acima citados, quando alterados, muitas vezes exigem exames complementares à fim de procurar causas para a carência de ferro. Uma boa anamnese alimentar (entrevista sobre os hábitos alimentares do paciente) pode confirmar uma alimentação pobre em ferro. Quando não parece ser a falta de ferro na alimentação causas secundárias devem ser investigadas exigindo exames como:
Endoscopia Digesta Alta
Colonoscopia
Exame Parasitológico de Fezes
Esfregaço da Medula Óssea
Urina Tipo 1
Pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Os especialistas que podem diagnosticar uma anemia ferropriva são:
Clínico geral
Nutrólogo
Endocrinologista.
Tratamento
A primeira medida no tratamento da anemia ferropriva é determinar e corrigir a causa da deficiência de ferro. Uma vez constatada a carência, é importante recomendar uma dieta rica nesse nutriente e prescrever sulfato ferroso por via oral. Raros são os casos em que o uso do medicamento por via endovenosa se faz necessário.
As doses de sais de ferro podem chegar a 200 ou 300 mg tomadas em doses diárias por no mínimo 2 a 3 semanas, variando conforme cada caso e grau de anemia. As causas secundárias como má absorção intestinal, perdas sanguíneas crônicas e parasitoses intestinais devem ser tratadas conforme cada caso.
A adesão ao tratamento deve ser mantida durante aproximadamente 6 meses depois de o exame de sangue acusar níveis normais de ferro no organismo.
Os medicamentos mais usados para o tratamento de anemia ferropriva são: O Combiron, Combiron fólico, Ferronil, Hemax Eritron, Hemogenin, Neutrofer, Noripurum EV e Noripurum fólico.
Medicamento de referência: Combiron
Principio ativo: Sulfato ferroso + Associações
Modo de usar: Crianças até 15 Kg: 2 gotas/kg/dia, dividido em duas tomadas (1 mL equivale a 10 gotas). (Recomenda-se o cálculo para crianças até 15 kg: 4 a 6 mg/ kg/ dia de ferro elementar. A posologia em gotas foi calculada em uma dose de 5 mg/ kg/ dia).
Crianças de 15 a 30 Kg: 1 gotas/kg/dia, dividido em duas tomadas (1 mL equivale a 10 gotas). (Recomenda-se o cálculo para crianças de 15 a 30 kg: 2 a 3 mg/kg/dia de ferro elementar. A posologia em gotas foi calculada em uma dose de 2,5 mg/kg/dia).
Adulto: 40 gotas/dia dividido em duas tomadas (1 mL equivale a 10 gotas).
COMBIRON gotas deve ser ingerido puro ou diluído em água ou sucos na dose recomendada.
O emprego por via não-recomendada comprometerá a segurança do paciente e a eficácia do produto.
Dosagem máxima diária é limitada a 40 gotas.
Medicamento de referência: Neutrofer
Princípio ativo: Ferro quelato glicinato
Modo de usar:
Para fins de cálculo, o teor de ferro elementar de cada apresentação de Neutrofer é o seguinte:	
A.Comprimido revestido 500 mg: 100 mg de Fe III	
B.Comprimido revestido 300 mg: 60 mg de Fe III	
C.Comprimido revestido 150 mg: 30 mg de Fe III	
D.Flaconetes com 5 ml da suspensão (250 mg/5 ml): 50 mg de Fe III	
E.Gotas (250 mg/ ml): 50 mg de Fe III por ml. Cada ml equivale a 20 gotas. 1 gota = 2,5 mg de Fe III.	
Adose e a duração da terapia são dependentes da extensão da deficiência de ferro.
Posologia de Neutrofer:	
Prematuros, lactentes e crianças até 4 anos: A dose diária total é definida conforme o peso corporal e critério médico. Gotas: em geral, a dose é de 1 gota/kg/dia (2,5 mg de Fe III)em dose única, para crianças de até 20 kg. Acima de 20 kg, administrar até 20 gotas (50 mg de Fe III) ao dia ou a critério médico.
Flaconetes: como média, a dose varia de ½ (2,5 ml = 25 mg de Fe III) a 1 flaconete (5 ml => 50 mg de Fe III). Crianças de 4 a 12 anos: A dose diária total é definida conforme o peso corporal e critério médico.
Gotas: a dose sugerida varia de 1 a 2 gotas/kg/dia, em dose única, para crianças de até 20 kg. Acima de 20 kg, administrar até 20 gotas ao dia ou a critério médico.
Flaconetes: usualmente, a dose varia de ½ (2,5 ml = 25 mg de Fe III) a 2 flaconetes (10 ml = 100 mg de Fe III) flaconetes.
Comprimidos revestidos de 150 mg ou 300 mg: 1 comprimido ao dia (150 mg = 30 mg de Fe III ou 300 mg = 60 mg de Fe III).
Comprimidos revestidos de 500 mg: 1 comprimido (500 mg = 100 mg de Fe III).
Adolescentes e Adultos: A dose diária recomendada varia de acordo com a gravidade do caso ou critério médico. Flaconetes: usualmente de 1 (5 ml = 50 mg de Fe III) a 2 flaconetes (10 ml = 100 mg de Fe III).
Comprimidos revestidos de 150 mg: em média, de 1 (30 mg de Fe III) a 2 comprimidos (60 mg de Fe III ). Comprimidos revestidos de 300 mg: 1 comprimido (60 mg de Fe III).
Comprimidos revestidos de 500 mg: 1 comprimido (500 mg = 100 mg de Fe III).
Gestantes: A dose diária recomendada pode variar a critério médico. Gotas: 20 gotas (50 mg de Fe III).
Comprimidos revestidos de 150 mg: em média de 1 (30 mg de Fe III) a 2 comprimidos (60 mg de Fe III) ao dia. Comprimidos revestidos de 300 mg: 1 comprimido ao dia (60 mg de Fe III).
Flaconetes: como média, varia de 1 (5 ml = 50 mg de Fe III) a 2 flaconetes (10 ml = 100 mg de Fe III). Instruções de uso:
-Recomenda-se a administração de Neutrofer pouco antes ou durante as refeições. Os comprimidos de Neutrofer devem ser ingeridos com água (comprimidos revestidos).
-Agite bem Neutrofer gotas e flaconetes antes de usar. Neutrofer gotas pode ser misturado em suco de frutas, refrigerantes, leite, papinhas ou sopinhas e em alimentos em geral após o preparo.
-A ingestão de alimentos não interfere com a absorção de Neutrofer.
-Neutrofer comprimidos, flaconetes ou gotas não possuem açúcar, podendo ser administrados a pacientes diabéticos.
-Nas anemias carenciais graves, a fim de garantir um tratamento eficiente com total reposição das reservas orgânicas de ferro, pode-se continuar a administração de Neutrofer durante 1 mês após o desaparecimento dos sintomas clínicos e a normalização da taxa hemoglobínica, conforme critério médico. Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Medicamento de referência: Hemogenin
Princípio ativo: oximetolona
Modo de usar: 
A dose recomendada em crianças e adultos é de 1 a 5 mg/kg do peso corporal por dia. A dose usualmente eficaz é de 1 a 2 mg/kg/dia, porém doses mais altas podem ser necessárias e a dosagem deve ser individualizada. A resposta nem sempre é imediata e deve ser feita uma prova terapêutica mínima de 3 a 6 meses. 
Seguindo-se a remissão, alguns pacientes podem ser mantidos sem a droga e outros podem ser mantidos a uma dose diária estabelecida mais baixa. Geralmente, uma terapia contínua é necessária em pacientes com anemia aplástica congênita. 
Tomar os comprimidos com líquido por via oral. 
Não há estudos dos efeitos de Hemogenin administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral. 
Profilaxia:
A prevenção primária começa evitando uma alimentação pobre em ferro. Os alimentos mais ricos em ferro são:
Carne vermelha
Gema de ovo
Melaço da cana
Folhas verde escuras (rúcula, agrião, couve, espinafre, etc)
Leguminosas como feijão, ervilha, grão-de-bico, soja, lentilhas
Fígado, miúdos de peru e frango.
Como o ferro de origem vegetal tem uma baixa absorção intestinal recomenda-se acrescentar na mesma refeição alimentos fontes de vitamina C como frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi, acerola), pois esta vitamina aumenta a absorção do ferro vegetal na mucosa intestinal. De maneira contrária o cálcio pode diminuir a absorção de ferro de origem animal e alimentos como leite e derivados (queijos, iogurtes) não devem estar na mesma refeição contendo carne vermelha, principalmente quem está tratando de anemia ou corre maior risco de tê-la como as situações citadas nos grupos de risco.
Acrescentar também alimentos enriquecidos com ferro como farinha de trigo e milho são estratégias interessantes para a prevenção da anemia ferropriva. Gestantes devem tomar suplemento de ferro prescritos pelo obstetra para não desencadear esta anemia.
São alimentos ricos em ferro: feijão, carnes, ervilha, lentilha, quiabo, jiló, inhame, aveia, frutas secas (figo, ameixa, uva-passa), rapadura, melaço de cana, açúcar mascavo;
Importante também, consumir alimentos fontes de vitamina C como o caju, laranja, acerola, limão, maracujá e o tomate, durante ou logo após as refeições. Isso pode aumentar três vezes ou mais a absorção de ferro no organismo;
Dar preferência aos vegetais verdes escuros como folhas de couve, chicória, almeirão, brócolis, rúcula, espinafre e talos;
Evitar o consumo de chá mate, chá mate, chá preto, café, refrigerantes, próximos às refeições. Pois esses alimentos contém cafeína, substância que diminui a absorção de ferro no organismo;
Faça 6 refeições diárias em horários regulares e procure variar os alimentos presentes em cada refeição, pois, o prato colorido é mais saudável.
O aleitamento materno exclusivo fornece a quantidade de ferro necessária para as crianças nos 6 primeiros meses de vida
Sob a orientação médica é importante fazer a suplementação preventiva de sulfato ferroso em crianças de 6 a 18 meses, gestantes a partir da 20.ª semana de gestação (sulfato ferroso e ácido fólico) e mulheres até o 3.º mês pós-parto.
Esses suplementos são distribuídos, gratuitamente, nas unidades básicas de saúde que compõem a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os municípios brasileiros.
CONCLUSÃO
Com este trabalho pode ser compreendido um pouco mais sobre a anemia ferropriva que é determinada quando a quantidade de hemoglobina no sangue não é suficiente devido à deficiência de ferro.
Por tanto, se faz necessário o certo diagnóstico para a inicialização do tratamento que muitas vezes é realizado com a ingestão de medicamentos a base de sulfato ferroso, há se comentar também sobre a importância da prevenção que deve ser feita principalmente por meio da alimentação rica em ferro.
Enfim, ao desenvolver esse trabalho aprendeu-se a importância da informação e dos devidos cuidado que um profissional deve ter acerca das patologias, contribuindo muito a formação.
REFERÊNCIAS
ABCMED, 2014. Anemia ferropriva: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e prevenção. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/533744/anemia-ferropriva-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao-e-prevencao.htm>. Acesso em: 14 set. 2017.
ESPORTE & Saúde. Você Sabe Como Prevenir A Anemia Ferropriva? Disponível em: https://saudesporte.com.br/como-prevenir-anemia-ferropriva/ Acesso em: 18 de setembro de 2017.
FONTES, Hélio Augusto Ferreira. Anemia Ferropriva - O que é? Disponível em: http://www.copacabanarunners.net/anemia-ferropriva-2.html Acesso em: 14 de setembro de 2017. 
NAVARRO, Roberto. Anemia ferropriva: sintomas, tratamentos e causas. Disponível em: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/anemia-ferropriva Acesso em: 18 de setembro de 2017. 
VIDA, Minha. Anemia Ferropriva. Dispónível em: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/anemia-ferropriva Acesso em: 14 de setembro de 2017.
INSTITUTO MIX – CURSO TÉCNICO EM FARMÁCIA
ANEMIA FERROPRIVA
BRUNA APARECIDA CASSIA DA SILVA
2017

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