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AULA 02: ASPECTOS CONCEITUAIS DA COMPOSIÇÃO CULTURAL ESCOLAR 
Metodologia do ensino da educação física 
METODOLOGIA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
Aula 02: Aspectos conceituais da composição 
cultural escolar 
AULA 02: ASPECTOS CONCEITUAIS DA COMPOSIÇÃO CULTURAL ESCOLAR 
Metodologia do ensino da educação física 
Objetivos 
1. Identificar a composição da educação escolar; 
 
2. Discutir sobre a Lei de Diretrizes e Bases (LDB); 
 
3. Esclarecer a fundamentação histórica e cultural da Educação Física escolar; 
 
4. Interpretar os conceitos culturais da Educação Física escolar; 
 
5. Relacionar todos os conceitos anteriores com a profissão de educador físico. 
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Metodologia do ensino da educação física 
A educação das crianças e dos jovens é problema de toda a 
sociedade, e não apenas daqueles utilizam a escola ou nela 
exercem suas funções acadêmicas. 
 
Portanto, a contextualização da educação escolar como 
patrimônio público nacional constitui-se em responsabilidade 
social, independente de sua forma jurídica de atuação. 
 
Fonte: Brasil, 1996. 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
AULA 02: ASPECTOS CONCEITUAIS DA COMPOSIÇÃO CULTURAL ESCOLAR 
Metodologia do ensino da educação física 
A LDB foi promulgada em 20 de dezembro de 1996 e abrange 
diversos tipos de educação, tais como: 
 
• Educação infantil – agora obrigatória para crianças a partir de 
4 anos; 
• Ensino fundamental; 
• Ensino médio – estendendo-se para os jovens até 17 anos. 
 
Além disso, essa lei engloba outras modalidades de ensino, como 
a educação especial, indígena, do campo e a distância. 
 
Cabe a nós, brasileiros, segui-la, tornando a educação muito mais 
humanitária e formativa, mesmo porque o sistema educacional 
envolve a família, as relações humanas, sociais e culturais. 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
Na LDB, constam os princípios gerais da educação, bem como as finalidades, os recursos 
financeiros, a formação e as diretrizes para a carreira dos profissionais da área. 
 
Essa lei se renova a cada período, e é responsabilidade da Câmara dos Deputados atualizá-
la conforme o contexto em que se encontra a sociedade brasileira. 
 
Como exemplo, antes, o tempo para terminar o ensino fundamental era de 8 anos. Após a 
atualização da LDB, esse intervalo se estendeu para 9 anos, com idade inicial de 6 anos. 
 
Disto resulta a importância da publicação da LDB: a ideia é nortear o povo, assegurando-lhe 
seus direitos e mostrando-lhe seus deveres. 
 
Desde sua promulgação, ocorreram inúmeras revisões na lei. A última datou de março de 
2017, por meio da Lei nº 13.415. Essas alterações visam buscar melhorias para o setor 
educativo do Brasil, sempre primando pelo direito universal à educação para todos. 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
“Art. 21. A educação escolar compõe-se de: 
 
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio; 
 
II - educação superior. 
 
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o 
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para 
o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no 
trabalho e em estudos posteriores.” 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
“Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: 
 
I. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, 
organizada da seguinte forma: 
a) pré-escola; 
b) ensino fundamental; 
c) ensino médio. 
 
II. educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; 
III. atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal 
a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV. acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os 
concluíram na idade própria; [...].” 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
“Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, 
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
 
§ 1º Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. 
 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho 
e à prática social.” 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
“Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem 
ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada 
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e 
locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. [...] 
 
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular 
obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: 
 
I. que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; 
II. maior de trinta anos de idade; 
III. que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à 
prática da educação física; [...] 
IV. que tenha prole.” 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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“Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os 
originários de: 
 
I. receita de impostos próprios da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios; 
II. receita de transferências constitucionais e outras 
transferências; 
III. receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; 
IV. receita de incentivos fiscais; 
V. outros recursos previstos em lei.” 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
Escola como espaço sociocultural e da diversidade 
Ao contrário do que possa parecer, a escola não é um local neutro, homogêneo e universal. Cada 
instituição de ensino é um lugar repleto de peculiaridades, de valores, rituais e procedimentos 
que lhe são próprios. 
 
Ainda que certos elementos estejam presentes de modo aparentemente uniforme, toda escola é, 
também, resultado daquilo que cada um de seus sujeitos – professores, pais, alunos, 
funcionários etc. – faz dela. 
 
O estabelecimento escolar comporta os ordenamentos legais para seu funcionamento, bem 
como a ação das pessoas – cada qual a sua maneira (com seus limites e suas possibilidades). 
 
A escola possui, ainda, regras fixas e impessoais de trabalho, métodos de ensino e avaliação, ao 
mesmo tempo em que compreende acatamentos, subversões, resistências e enfrentamentos por 
parte dos sujeitos. 
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Metodologia do ensino da educação física 
Pensar a escola como espaço sociocultural nos remete à responsabilidade de refletir sobre quetratamento dado à cultura estamos defendendo. 
 
Nessa perspectiva, o estabelecimento escolar torna-se um grande projeto cultural que apresenta às 
novas gerações uma gama de saberes, conhecimentos e valores. Mais do que isso: ele aponta 
caminhos e instaura relações com o saber, com a cultura e com as pessoas. 
 
A instituição de ensino produz toda uma dinâmica cultural que institui visões de homem, de mulher, 
de mundo e de sociedade. 
 
Em seus espaços e períodos de estudo, há muito mais do que dispositivos de organização de 
funcionamento: cada ambiente e cada tempo constituem uma linguagem para transmitir às pessoas 
ou aos sujeitos ali presentes o que devem ser e fazer. 
Escola como espaço sociocultural e da diversidade 
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Metodologia do ensino da educação física 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
A Educação Física escolar é um elemento do processo educacional formal, que tem como meio as 
atividades físicas realizadas com objetivo educativo. 
 
A ideia é possibilitar o desenvolvimento das dimensões cognitiva, afetiva e psicomotora de crianças 
e de adolescentes mediante exercícios de ginástica, jogos, esportes, danças e lutas. 
AULA 02: ASPECTOS CONCEITUAIS DA COMPOSIÇÃO CULTURAL ESCOLAR 
Metodologia do ensino da educação física 
Para abordarmos as manifestações da Educação Física escolar brasileira, cabe estabelecermos, 
aqui, alguns marcos de memória gerais, internacionais e nacionais que contribuíram para seu 
desenvolvimento. 
 
Vejamos, a seguir, quais são eles. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVII 
 
A Educação Física não era considerada um aspecto essencial da educação, salvo em raras exceções. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVIII 
 
A Educação Física já era alvo de atenção, e soluções eram buscadas para a área: a maioria se 
fundamentava em mero empirismo. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVIII 
 
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) 
 
Enciclopedista e pedagogo suíço que deu grande importância à Educação Física em sua concepção, 
considerando-a um dos meios mais seguros para estabelecer relações naturais entre o homem e as 
coisas – experiência que a criança adquiria sob a ação dos fatos externos. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVIII 
 
Johann Bernhard Basedow (1723-1790) 
 
Filósofo, educador e escritor alemão que estabeleceu sua escola-modelo (Philanthropinum) na 
Alemanha, onde a ginástica estava incluída no currículo escolar e possuía o mesmo status que as 
disciplinas intelectuais. 
 
Inicialmente, nessa instituição, eram praticadas atividades originárias dos tempos medievais, como 
a equitação, o volteio, a natação, a esgrima, a dança e os jogos. Depois, foram acrescentados 
exercícios naturais, como correr, saltar, arremessar, transportar e trepar. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVIII 
 
Christian Gotthilf Salzmann (1744-1811) 
 
Pedagogo e educador alemão que criou um estabelecimento semelhante ao de Basedow, também 
na Alemanha. 
 
Salzmann dava grande importância à educação sensorial para a formação física, para o 
desenvolvimento e aperfeiçoamento da capacidade intelectual do educando, bem como para o 
crescimento do interesse educativo quanto ao esforço executado de acordo com as possibilidades 
de cada aluno. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVIII 
 
Johann Christoph Guts Muths (1759-1839) 
 
Educador alemão e professor de ginástica que desenvolvia a Educação Física com o objetivo de 
harmonizar o corpo com as forças espirituais e morais, bem como de desenvolver nas crianças 
qualidades e capacidades que lhes permitissem superar obstáculos de caráter físico. 
 
Muths fundou a primeira escola de ginástica voltada para as mulheres com exercícios físicos 
adaptados ao sexo feminino. Ele também destacava a consciência do valor que o esporte podia 
oferecer à formação física e de personalidade da juventude. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XVIII 
 
Gerhard Ulrich Anton Vieth (1763-1836) 
 
Educador alemão que defendia a obrigatoriedade da Educação Física na escola e na 
universidade. Vieth foi o primeiro professor de ginástica a demonstrar a necessidade 
de proporcionar ao exercício físico uma base anatomofisiológica. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XIX 
 
Observam-se preocupações metodológicas do ensino da Educação Física 
e o desenvolvimento das escolas públicas alemãs para as massas. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XIX 
 
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) 
 
Educador suíço que estabeleceu em seu país de origem um instituto de educação para aplicar 
suas ideias. 
 
Do ponto de vista intelectual, a Educação Física, ou melhor, a ginástica era considerada um meio 
de formação do espírito e, do ponto de vista da moral e da beleza, uma forma de 
desenvolvimento moral e estético. 
 
Assim, observamos a influência formativa do exercício físico no crescimento integral do indivíduo. 
 
Pestalozzi também acreditava que o movimento era uma necessidade natural e indispensável à 
criança, e que a Educação Física era um meio de formação corporal, bem como de 
aperfeiçoamento sensorial e estético essencial à educação e à saúde da juventude. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XIX 
 
Friedrich Fröbel (1782-1852) 
 
Pedagogo alemão, fundador dos jardins da infância e discípulo de Pestalozzi, que defendia a ideia 
de utilizar o jogo e os exercícios de ginástica em um sentido recreativo e de educação sensorial, 
com música e canto na educação pré-escolar, relacionando a educação física, intelectual e moral 
da criança à formação de sua personalidade. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XIX 
 
John Dewey (1859-1952) 
 
Filósofo e pedagogo norte-americano que propunha um ambiente no qual as crianças pudessem 
vivenciar experiências sociais e psicomotoras, com a Educação Física como componente principal 
do currículo escolar, centrada no desenvolvimento integral dos jovens. 
Educação Física escolar:abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XIX 
 
Karl Gaulhofer (1885-1941) e Margarete Streicher (1891-1946) 
 
Professores austríacos que criaram a ginástica natural, contribuindo para o desenvolvimento da 
Educação Física escolar. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XX 
 
1930-1945 
 
Período de amadurecimento dos estudos sobre o desenvolvimento motor a partir da Inglaterra. 
 
O médico e atleta sênior Marc Bellin Coteau (1883-1938) sistematizou o método esportivo, e a 
Educação Física esportiva generalizada surgiu como uma opção mais prazerosa do que o 
exercício realizado por mera obrigação. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XX 
 
Décadas de 1960 e 1970 
 
Os estudos sobre a abordagem desenvolvimentista foram direcionados para a aquisição de 
padrões motores maduros e fundamentais. 
 
 
Décadas de 1980 e 1990 
 
O enfoque das investigações concentrou-se na compreensão dos processos subjacentes ao 
desenvolvimento motor. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XX 
 
1999 
 
Aconteceu uma reunião internacional, com mais de 500 representantes de 60 países, convocada 
pelo International Council of Sport Science and Physical Education (ICSSPE), que levantou os 
problemas comuns diagnosticados em inúmeras nações quanto à prática da Educação Física. 
 
Além disso, essa reunião constatou um estado de retrocesso da Educação Física escolar em 
escala mundial, devido, em grande parte, à impossibilidade de manutenção adequada, por parte 
da escola e dos órgãos dirigentes da educação, das atividades físicas e dos jogos nos currículos – 
já saturados por demandas de novos conhecimentos. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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I - MARCOS INTERNACIONAIS 
 
Século XX 
 
1999 
 
Discutiu-se, também, sobre a possibilidade da extinção da Educação Física nas escolas pela 
extensão do problema tanto nos países ricos quanto nos países pobres. 
 
Houve, então, a orientação de redefini-la na área de saúde mais sensível e envolvida com 
os benefícios das atividades físicas em qualquer país. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
Verificamos manifestações relacionadas à Educação Física desde o início do século, voltadas às 
instituições militares e à classe média, de acordo com ideais higienistas, visando à melhoria da 
condição de saúde e de higiene da população brasileira. 
 
A ideia era favorecer a educação do corpo, bem como constituir um físico saudável e menos 
suscetível às doenças. 
 
Na época, era comum associar o trabalho físico ao escravo. Isso acabava gerando discriminação 
à prática das atividades físicas, o que dificultava sua obrigatoriedade nas escolas. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
1837 
Cada escola paroquial de primeiras letras do município do Rio de Janeiro – capital do Brasil – 
promovia o ensino da ginástica e a defesa do corpo, a natação, a dança e a equitação. 
 
1851 
A introdução da Educação Física nas escolas brasileiras ocorreu, efetivamente, por meio da 
Reforma Couto Ferraz. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
1855 
 
O Colégio Dom Pedro II – instituição-modelo do País – previa o ensino da dança e de exercícios 
de ginástica durante as horas de recreação dos alunos. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
1877 
O Decreto nº 6.479, de 18 de janeiro, aprovou o regulamento para as escolas públicas de instrução 
primária no Município da Corte, que as dividia em duas classes de: 
 
• 1º grau – aquelas que pertenciam à instrução primária elementar; 
• 2º grau – aquelas complementares. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
ATENÇÃO! 
O ensino da ginástica estava previsto nas escolas de 1º grau, mas não era obrigatório, a não ser três 
anos após a promulgação do regulamento em questão, para que os professores pudessem se habilitar 
a ministrar a disciplina. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
1882 
Por meio de reforma realizada por Rui Barbosa (1849-1923), houve uma recomendação de que 
a ginástica fosse obrigatória. Entretanto, somente a partir de 1920, vários estados incluíram a 
Educação Física em suas reformas educacionais. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
1883 
Por meio de um regimento interno para as escolas públicas primárias do Município da Corte, 
determinou-se a prática de exercícios de ginástica durante as pausas entre as aulas, de meia 
hora cada. 
 
A ginástica compreendia exercícios de corpo livre, tais como: flexões, extensões, passos, 
marchas, carreiras e saltos. 
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Século XIX 
 
1885 
 
Por meio da Decisão Imperial nº 71, a prática da ginástica foi declarada obrigatória no currículo 
das escolas públicas de instrução primária. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XIX 
 
No início do século, a Educação Física (Ginástica) foi incluída nos currículos escolares da Bahia, do Ceará, 
do Distrito Federal, de Minas Gerais, de Pernambuco e de São Paulo. 
 
A educação brasileira estava sendo influenciada por uma manifestação que discutia sobre a reconstrução 
educacional do País mediante uma nova estratégia voltada para o desenvolvimento integral do indivíduo. 
 
Como meio de alcançar o objetivo almejado, a Educação Física seria um dos agentes de importância no 
processo. 
 
Nesse período, a disciplina seguia os moldes europeus (alemão, sueco e francês) baseados em princípios 
biológicos, que estavam inseridos em um movimento mais amplo de natureza política, cultural e 
científica, denominado Movimento Ginástico Europeu. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XX 
 
1889-1920 
Enquanto o método alemão era utilizado nos estabelecimentos militares, nas escolas civis brasileiras, 
predominavao método sueco. 
 
 
1921 
O método alemão foi oficialmente substituído no Brasil, em 27 de abril, pelo Decreto nº 14.784, emitido 
pelo então Ministério da Guerra, que oficializou o método de Géorges Hébert (1875-1957), adaptado às 
teorias da Escola Militar Francesa de Joinville-le-Pont. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XX 
 
1929 
Um anteprojeto de lei determinou que a Educação Física – ministrada dentro dos moldes do método 
francês sob o título de Regulamento Geral da Educação Física – seria obrigatória em todos os 
estabelecimentos de ensino brasileiros, a partir dos 6 anos de idade para meninos e meninas. 
 
 
Além disso, houve a criação do Curso Provisório de Educação Física na Escola de Sargentos de Infantaria. 
 
 
1933 
O Centro Militar de Educação Física transformou-se na Escola de Educação Física do Exército, aberta aos 
oficiais e sargentos das forças auxiliares, aos professores federais, estaduais ou municipais e aos civis. 
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Século XX 
 
1937 
A Constituição deste ano tornou-se a primeira referência sobre a Educação Física em textos federais. 
A matéria foi, então, incluída no currículo como prática educativa obrigatória – e não como disciplina 
curricular – em todas as escolas brasileiras, juntamente com o ensino cívico e os trabalhos manuais. 
 
 
1939 
Houve a criação das Escolas de Educação Física de São Paulo e do Espírito Santo, bem como da Escola 
Nacional de Educação Física e Desportos (ESEF) na Universidade do Brasil – hoje conhecida como 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
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Século XX 
 
1946 
O governo federal aprovou o Decreto nº 8.529, de 2 de janeiro, que tratava da Lei Orgânica do Ensino 
Primário – primeiro passo para a centralização da educação e, consequentemente, da Educação Física 
no Brasil. 
 
A lei dividia a educação primária em curso elementar (primeiros quatro anos de escolarização) e 
complementar (um ano após o curso anterior). 
 
Ela mencionava que a Educação Física deveria ser incluída no currículo de ambos os cursos, em cada 
série escolar, e lançou as bases para a nova estrutura centralizada no ensino normal do País. 
 
A Educação Física constava da lista de disciplinas que tinham de ser oferecidas aos alunos do curso 
normal por meio de atividades recreativas e de jogos. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XX 
 
1945 a 1961 
Com a promulgação da Lei nº 4.024/1961 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) –
aconteceram muitos debates acerca do sistema educacional brasileiro. 
 
Na discussão sobre o projeto de lei que resultou na LDB desse ano, não havia menção à Educação 
Física, o que causou um grande impacto entre os idealistas, os técnicos e os educadores 
especializados da área, que se esforçavam para introduzir essa prática educativa no sistema de 
ensino do Brasil. 
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II - MARCOS NACIONAIS 
 
Século XX 
 
1945 a 1961 
Somente com a intervenção do diretor da Divisão de Educação Física, do Ministério da Educação e 
Saúde, professor Antônio Pires de Castro Filho, a Educação Física foi agregada à lei e constituiu-se 
na única prática educativa a receber um tratamento especial. 
 
O artigo 22 da LDB a obrigava nos cursos primários (Ensino Fundamental) e médio, até os 18 anos 
de idade. Por decisão dos Conselhos Federais e Estaduais de Educação, as demais disciplinas 
seriam regulamentadas no currículo escolar. 
Educação Física escolar: abordagem histórico-cultural 
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Metodologia do ensino da educação física 
Ghiraldelli Junior (1998) explica que a Educação Física brasileira apresenta 
concepções históricas, identificando-as em cinco tendências: 
 
1. Higienista; 
2. Militarista; 
3. Pedagogicista; 
4. Competitivista; 
5. Popular. 
 
Esta última se desmembra em várias abordagens. 
Saúde e tendências pedagógicas da Educação Física escolar 
AULA 02: ASPECTOS CONCEITUAIS DA COMPOSIÇÃO CULTURAL ESCOLAR 
Metodologia do ensino da educação física 
1. Tendência higienista (até 1930) 
 
Influenciada pela medicina e pela eugenia, cujas preocupações principais eram hábitos de 
higiene e saúde, esta tendência valorizava tanto o desenvolvimento físico quanto o moral a 
partir do exercício. 
 
Além disso, trabalhava com a ginástica calistênica. Os professores eram da área médica, e 
não havia interação entre alunos e educadores. 
 
Os mais fracos e doentes eram excluídos das aulas, e as questões pedagógicas da escola 
eram desconsideradas. 
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2. Tendência militarista (1930-1945) 
 
Havia a necessidade de capacitar futuros jovens para possíveis envios de tropas à guerra. Assim, o 
governo brasileiro encarou a Educação Física como um meio de treinamento para os alunos. 
 
As aulas passaram a ser ministradas, em sua maioria, por militares. Exercícios como polichinelo, 
abdominal, flexão de braço, corridas, defesa pessoal, instruções militares e ginásticas se 
converteram em conteúdos da disciplina. 
 
A relação entre aluno e professor abandonou a postura paciente-médico para assumir a ligação 
recruta-sargento. Não havia diálogo entre ambos. 
 
As mulheres começaram a ser incluídas, de forma mais significativa, nas aulas, mas separadas dos 
homens. 
 
A Educação Física feminina preocupava-se em preparar o corpo de suas alunas para uma boa 
gestação. Ao ficarem grávidas, as mulheres eram dispensadas das aulas. O pensamento era voltado 
para o nascimento de brasileiros puros e saudáveis. 
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3. Tendência pedagogicista (1945-1964) 
 
Após a Segunda Guerra Mundial, a Educação Física passou a sofrer a influência do liberalismo 
americano, assim como grande parte do mundo ocidental. 
 
Nos Estados Unidos, a disciplina recorria a jogos e a brincadeiras, a ginásticas, a lutas e a esportes, 
principalmente o basquetebol e o voleibol – conteúdos logo assimilados pela matéria no Brasil. 
 
Ainda no campo da atividade física, os americanos começaram a investir em programas de exercícios e 
na formação de atletas (SERVIÇO, 2003). 
 
Em território nacional, com o crescimento da escola pública, a Educação Física recebeu impulsos da 
ideologia desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitscheck, integrando-se, pela primeira vez, às 
questões pedagógicas na escola. 
 
A saúde, por sua vez, passou a ser discutida de forma teórica. E assuntos como primeiros socorros, 
higiene, prevenção de doenças e alimentação saudável foram incorporados às aulas de Educação Física. 
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4. Tendênciacompetitivista (1964-1985) 
 
Vivemos o período da ditadura militar: a Educação Física passou a ser dominada pelos esportes, 
e a competição converteu-se no objetivo do processo. 
 
A ideia era que o Brasil obtivesse êxito em eventos internacionais, visando constituir-se em uma 
potência olímpica. 
 
A relação entre professor e aluno assumiu a postura técnico-atleta. 
 
Também conhecida como esportivista, mecanicista ou tecnicista, esta tendência é, ainda hoje, 
muito representativa na área da Educação Física escolar. 
 
A partir de meados dos anos 1980, os movimentos democráticos começam a se fortalecer. O País 
não se tornou uma potência olímpica. 
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5. Tendência popular (1985-Atualidade) 
Com a eleição de um presidente civil e a retomada da democracia, a Educação Física se voltou para a era da 
tendência popular: um conceito ampliado de saúde, que a entendia como um conjunto de situações para além 
do biológico, incluindo o social, o cultural e o econômico. 
 
O aluno passou a ser parte do processo. Isso permitiu que ele fosse ouvido, bem como pudesse sugerir e criticar. 
Mas, na verdade, a Educação Física entrou em crise epistemológica. O que fazer? 
 
Não se respirava mais os ares do higienismo e sua assepsia corporal. Não se pretendia mais produzir futuros 
soldados, como preconizava a tendência militarista. Além disso, não havia a urgência de preparar atletas, pois a 
escola não tinha essa função, como queria a tendência esportivista. 
 
Qual era, então, a ciência da Educação Física? A que a disciplina se destinava? Qual era o verdadeiro papel da 
saúde nessa área? 
 
A partir dessa crise – aflorada pela necessidade de sobrevivência –, surgiram as abordagens da Educação Física. 
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Metodologia do ensino da educação física 
A história da Educação Física confunde-se 
com a história do homem, pois vai desde 
sua evolução – no Período Pré-histórico – 
até os dias de hoje. 
Lei de diretrizes e bases (LDB): lei nº 9.394/1996 
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Metodologia do ensino da educação física 
• Acesse o portal do Centro Esportivo Virtual (CEV); 
 
• Leia o texto História da Educação Física escolar. 
Saiba mais 
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Metodologia do ensino da educação física 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. 
Acesso em: 6 jun. 2017. 
 
COLETIVO de autores. Metodologia do Ensino da 
Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. 
 
GHIRALDELLI JUNIOR, P. Educação Física progressista. 
São Paulo: Loyola, 1998. 
 
SERVIÇO Social do Comércio. Escolhas sobre o corpo: 
valores e práticas físicas em tempo de mudança. São 
Paulo: SESC, 2003. 
Referências 
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Metodologia do ensino da educação física 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
LDB na Educação Física escolar; 
 
Tendências pedagógicas na 
Educação Física. 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.