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As Espécies de filiação e o acolhimento jurídico da filiação socioafetiva

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As Espécies de filiação e o acolhimento jurídico da filiação socioafetiva.
O Código Civil de 1916 disciplinava as regras de filiação e fazia uma distinção entre filiação legítima e filiação ilegítima, destacando o filho legitimo como aquele nascido da conjunção carnal ente duas pessoas unidas pelo casamento, fazendo então que o filho concebido antes do casamento era ilegítimo até que houvesse os atos solenes do casamento, mais com a chegada da Constituição Federal de 1988 muitos dispositivos de lei foram revogados por não atender o princípio da dignidade humana
	 O Artigo art. 227§6° da CF/88 estabelece “Os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
	Podemos destacar alguma forma de filiação no Brasil decorrentes do vínculo biológico e do vínculo socioafetivo como apresenta o artigo 1593 CC que O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem”. Como o direito é interpretativo tal texto de lei abre espaço para o entendimento que existem laços que se sobrepõe aos de sangue e, portanto, devem ser levados em consideração.
Do reconhecimento Voluntario dos Filhos 
O código civil rege que os filhos havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais em conjunto ou separadamente art. 1.607 CC O ato de reconhecer o filho é unilateral, bastando a sua vontade e será realizada por registro de nascimento, escritura pública ou particular, testamento e ainda por expressa autorização judicial é irrevogável, assim como expressa o art. 1.609, caput, do CC, só podendo ser questionado caso aja vício de vontade comprovado. O reconhecimento voluntário se dá quando o pai, mãe ou ambos admitem por meio legal que existe um vínculo, não necessariamente sanguíneo, que os liga ao filho.
Filiação legitima 
O legislador referiu a filiação como sendo aquela que surge do nascimento conforme o artigo 1597 CC , dando também a abrangências de mais hipóteses de filiação São elas: a fecundação artificial homóloga; os embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; e a inseminação artificial heteróloga, desde que previamente autorizado pelo marido.
Filiação havida fora do casamento
Antes da Constituição Federal, os filhos antes do figurado antes do casamento eram tidos como ilegítimos e podiam ser naturais ou espúrios. Mais com a Constituição Federal houve a igualação entre filhos, a classificação entre filhos legítimos ou ilegítimos não pode mais ser utilizada. A filiação fora do casamento exige o reconhecimento da filiação, seja ele voluntário ou judicial. Isso porque, nesses casos, não há presunção de paternidade, pois embora entre o filho e o pai exista vínculo biológico, não se verifica o vínculo jurídico do parentesco, que somente irá surgir com o reconhecimento, o reconhecimento é importante pois traz consigo efeitos morais e patrimoniais.
Investigação de Paternidade 
Diz a Súmula 149 do STF diz que a ação de investigação de paternidade é imprescritível, portanto, a qualquer tempo o interessado pode propor a ação e no caso o marido é o detentor legítimo da ação, conforme art. 1.601 do CC. O cenário da ação é composto de um lado pelo filho que deseja provar a paternidade e de outro o investigado tentando provar que entre ele e o investigando não existe qualquer vínculo biológico e quando proferida a sentença o magistrado pode ou não declarar a paternidade, no processo terá provas documentais testemunhaes para auxiliar o juiz na decisão
Adoção 
Sabe-se que a filiação nem sempre resulta da união sexual, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Civil reconhece a filiação sociológica ou também chamada adoção: “A adoção corresponde ao ato jurídico pelo qual uma pessoa recebe outra como filho, independentemente de existir entre elas qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim”. Quando da adoção cria-se um vínculo de amor pelo o adotando que transcende os laços de consanguinidade. Portanto, aquele que optar por adotar deve estar movido única e exclusivamente pela solidariedade em ajudar alguém que necessita de um lar.
Da adoção à brasileira
Nome popularmente conhecido daqueles que trabalham de perto com o instituto da adoção e que constitui o chamado “jeitinho brasileiro”. Algumas pessoas não entendem e não querem esperar todo o tramite processual exigido por lei para a adoção de uma criança ou adolescente. Muitos os casos que o desejo de ter um filho é tão grande que os futuros pais e mães acabam por praticar uma conduta delituosa.
Filiação socioafetiva e a multiparentalidade
Considera-se filiação socioafetiva aquela que não advêm do vínculo biológico, mas sim do vínculo afetivo. Possuir o estado de filho significa passar a ser tratado como se filho fosse, inclusive perante a sociedade. Decorre do ato de vontade, respeito recíproco e o amor construído ao longo do tempo, dia após dia, com base no afeto, independentemente de vínculo sanguíneo. A filiação socioafetiva funda-se na clausula geral de tutela da personalidade humana, salvaguardando a filiação como elemento fundamental para a formação da identidade da criança e formação de sua personalidade. A necessidade de manter a estabilidade familiar faz com que se atribua papel secundário a verdade biológica. O princípio da afetividade está relacionado com a convivência familiar e com o princípio da igualdade entre os filhos, constitucionalmente assegurado. A filiação evolui do determinismo biológico para o afetivo, ao passo que, as inúmeras relações existentes, visam uniformemente o bem-estar pessoal. Embora implícito na Constituição, apresenta-se como dever jurídico, presumido nas relações entre pais e filhos. O afeto, em si, é um sentimento voluntário, desprovido de interesses pessoais e materiais, inerente ao convívio parental, constituindo o vínculo familiar.

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