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O LÚDICO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

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O LÚDICO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
Luciana Araújo de Souza Reis da COSTA�
RESUMO: Este artigo aborda o processo do uso do lúdico na avaliação psicopedagógica visando demonstrar a importância da utilização de brincadeiras durante o processo de intervenção. Tem por objetivo compreender o brincar como instrumento importante na avaliação psicopedagógica. O mesmo investiga a relação que o brincar possui em torno do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança. Ao finalizar o trabalho aponta-se para o enorme valor que o jogo e as brincadeiras têm no desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral de um cidadão, tornando-o capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor.
PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Psicopedagogia. Diagnóstico.
1. Introdução
A educação vem ao longo dos tempos passando por grandes transformações. Se antes o ensino era privilégio de poucos, hoje todos têm o direito ao estudo, e este deve se adequar ao educando propiciando uma melhor forma de aprendizagem.
Neste processo de melhoramento do ensino e aprendizagem, a educação encontrou grande suporte com a Psicopedagogia. Por esse motivo torna-se essencial o estudo sobre a importância dos jogos e brincadeiras na avaliação psicopedagógica, uma vez que, as atividades lúdicas são processos que proporcionam um clima especial para a aprendizagem, auxiliando o indivíduo a desenvolver autoconfiança e segurança em suas capacidades, ajudando-o a refletir sobre as variáveis presentes nas interações sociais. Na atuação psicopedagógica, os jogos podem ser utilizados tanto na avaliação e diagnóstico, como na intervenção.
As brincadeiras e os jogos são instrumentos lúdicos de aprendizagem que de forma agradável e eficaz, proporcionam velocidade no processo de mudança de comportamento e aquisição de novos conhecimentos. Aprender jogando é uma maneira prazerosa, segura e atualizada de ensinar.
O referente artigo buscou evidenciar a importância da prática psicopedagógica no desenvolvimento das relações entre estruturas cognitivas e simbólicas na vivência do brincar, com embasamento teórico de Jean Piaget (1978), Jorge Visca (1987), entre outros autores que irão reforçar as afirmações contidas no presente artigo.
A escolha do tema se deu por acreditar que hoje em dia o lúdico vem sendo um riquíssimo instrumento usado no tratamento psicopedagógico de crianças com dificuldades de aprendizagem. Para o paciente os jogos se torna um interessante e gostoso tratamento já que tem a oportunidade de se tratarem brincando.
Desta forma, este trabalho se justifica pela necessidade de compreender que trabalhar com o lúdico em sala de aula é estimular o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da socialização, da iniciativa, da autoestima, pois, só por si, a brincadeira já é uma situação de aprendizagem. Com base nisso, o professor e psicopedagogo devem ter ciência que usar a ludicidade em sala de aula é fundamental em qualquer série, sendo uma das formas mais naturais de estimulação no processo de aprendizagem.
2. Caracterização da Psicopedagogia 
A psicopedagogia é uma nova área de atuação profissional no Brasil. Estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades. E que numa ação profissional deve englobar vários campos de conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. O psicopedagogo é o profissional que ao reunir conhecimentos de várias áreas e estratégias psicológicas e pedagógicas, volta-se para os processos de desenvolvimento e de aprendizagem atuando numa linha preventiva e terapêutica.
 A psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo específica que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo (BOSSA, 2007, p.24). Trata-se de um campo do conhecimento que em decorrência das demandas da aprendizagem humana, caracterizadas por problemas de aprendizagem, colocados num território pouco explorado, situado além dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia – e evolui devido à existência de recursos, para atender esta demanda, constituindo-se assim, numa prática.
Sobre os estudos das dimensões psicológicas e pedagógicas para compreender o processo de aprendizagem em seus diversos aspectos, Silva (1998, p. 25) afirma que: “[...] a psicopedagogia, na realidade, não seria um saber independente dotado de fundamentos próprios, mas uma síntese simplificada dos múltiplos conhecimentos psicológicos e pedagógicos”. Pode-se ainda acrescentar as considerações de Bossa (2000, p. 21) ao afirma que a Psicopedagogia ocupa-se do processo de aprendizagem humana: seus padrões de desenvolvimento e a influência do meio nesse processo. A clínica psicopedagógica corresponde a um de seus campos de atuação, cujo objetivo é diagnosticar e tratar os sintomas emergentes no processo de aprendizagem.
O diagnóstico psicopedagógico busca investigar, pesquisar para averiguar quais são os obstáculos que estão levando o sujeito à situação de não aprender, aprender com lentidão e/ou com dificuldade; esclarece uma queixa do próprio sujeito, da família ou da escola.
Sendo assim, a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo.
 A respeito dos campos de atuação da Psicopedagogia Bossa (2000, p, 21) explica que o trabalho clínico se da na relação entre um sujeito com sua história pessoal e sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a mensagem de outro sujeito, implícita no não-aprender, de modo que o profissional deve compreender o que o sujeito aprende, como aprende e porque, além de perceber a dimensão da relação entre psicopedagogo e sujeito de forma a favorecer a aprendizagem.
No enfoque preventivo, “a instituição, enquanto espaço físico e psíquico da aprendizagem é objeto de estudo da Psicopedagogia, uma vez que são avaliados os processos didático-metodológicos e a dinâmica institucional que interferem no processo de aprendizagem”. Essa inter-relação de sujeitos, em que um procura conhecer o outro naquilo que o impede de aprender, implica uma temática muito complexa. (BOSSA, 2000, p. 23).
Mediante o conhecimento do que vem a ser Psicopedagogia e dos motivos que levaram a expansão dessa área de conhecimento pode-se perceber que a atuação do psicopedagogo/a não se resume a instituição escolar, mesmo sendo esta o local de principal trabalho na qual independente do campo especifico de trabalho é sempre necessário recorrer à escola para saber mais a respeito do aprendente. 
Conforme Beauclair explica que:
Enquanto campo de ação em Educação e Saúde, a Psicopedagogia preocupa-se com os processos de aquisição do conhecimento e com toda a gama possível de complexidade oriunda de seu desenvolvimento. Refere-se, com isso, aos múltiplos movimentos psíquicos e subjetivos presentes nos movimentos de aprendizagem. (BEAUCLAIR, 2009, p.32).
O atendimento individual característico do ambiente de clínica também pode proporcionar resultados positivos, uma vez que independente de onde o psicopedagogo atue as intervenções por ele feitas serão baseadas no estudo investigativo da forma como sujeito aprende e estabelecer as melhores formas para assim contribuir para o sucesso na aprendizagem. 
Para se desenvolver as habilidades necessárias que auxiliarão o individuo na aquisição de novos conhecimentos é preciso ter conhecimento acerca do desenvolvimento do indivíduo enquanto ser que tem estímulos diversos e o seu desempenho vai depender de aspectos biopsicossociais, uma vez que o ambiente de aprendizagem não se resume a escola e são várias as situações que podem influenciarpara o fortalecimento do vínculo com a aprendizagem ou não. 
Para Weiss (1992, p. 22) as áreas de estudo se traduzem na observação de diferentes dimensões no processo de aprendizagem: orgânico, cognitivo, emocional, social e pedagógico. A interligação desses aspectos ajudará a construir uma visão gestáltica da pluricausalidade deste fenômeno, possibilitando uma abordagem global do sujeito em suas múltiplas facetas. 
A dimensão emocional está ligada ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste através de uma produção gráfica ou escrita. Na dimensão social têm-se as perspectivas da sociedade, onde estão inseridas a família, o grupo social e a instituição de ensino. Para a cognitiva está relacionada ao desenvolvimento das estruturas cognoscitivas a qual deve-se incluir a memória, a atenção, a percepção e outros fatores que usualmente são classificados como fatores intelectuais. 
Quanto à dimensão orgânica está relacionada à constituição biofisiológica do sujeito que aprende. A medicina e, em especial, algumas áreas específicas contribuem para o embasamento deste aspecto. Enquanto que a pedagógica está relacionada ao conteúdo, metodologia, dinâmica de sala de aula, técnicas educacionais e avaliações as quais o sujeito é submetido no seu processo de aprendizagem sistemática. (Weiss, 1992, p. 22). 
Ao considerar estes aspectos não se pode pensar em um trabalho psicopedagógico no qual apenas este profissional realize seu trabalho. É preciso uma equipe que estude, observe e avalie as situações do caso estudado e cada profissional seja da área de educação ou saúde contribua para o sucesso escolar do indivíduo que precisa desenvolver-se a ponto de tornar-se autônomo e protagonista para que o processo de aprendizagem tenha a continuidade que lhe é característica firmada às bases do indivíduo, ainda que algumas dimensões precisem de mais estimulo que outras.
2.1 Avaliação Psicopedagógica
A avaliação psicopedagógica é uma investigação do processo de aprendizagem do indivíduo visando entender a origem da dificuldade ou distúrbio apresentado. Inclui entrevista inicial com os pais ou responsáveis, análise do material escolar, aplicação de diferentes modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de competência e dificuldades apresentadas. Durante a avaliação podem ser realizadas atividades que envolvam a matemática e a linguagem, atividades que envolvam avaliação do nível de pensamento e outras funções cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos. A avaliação atende as necessidades do processo ensino-aprendizagem, do diagnóstico e da intervenção psicopedagógica. (PORTO, 2007).
Os fatores envolvidos na avaliação psicopedagógica devem ser cuidadosamente estudados. O papel da família e da escola são matrizes do desenvolvimento e do equilíbrio do indivíduo aprendiz. A família e a escola são responsáveis tanto pela aprendizagem como pela não aprendizagem do indivíduo. Modificações na estrutura e funcionamento da rede de relações podem trazer melhorias para o aprendiz, desmistificando a sua culpa nos transtornos de aprendizagem. (BOSSA, 2007).
A avaliação psicopedagógica clínica concentra-se em levantar hipóteses, verificar o potencial de aprendizagem, mobilizar o aprendiz e o seu entorno (família e escola) no sentido da construção de um olhar sobre o não aprender, (RUBINSTEIN apud PORTO, 2007).
O psicopedagogo faz uma análise da situação visando diagnosticar os problemas e suas causas. É preciso ouvir todos os envolvidos na situação de aprendizagem: o indivíduo, a família e a escola, além de resgatar a história de vida do aprendiz, visando entender o vínculo que o aprendiz faz com o objeto de aprendizagem, consigo mesmo e com o outro. O psicopedagogo clínico, procura compreender o aprendiz em suas várias dimensões ajudando-o a superar as dificuldades que bloqueiem seu desenvolvimento e sua comunicação com o meio que o cerca. (OLIVEIRA apud BOSSA, 1999).
O processo de avaliação psicopedagógica institucional é uma atividade que combina análise documental, entrevista com responsáveis e informantes, participação direta, observação e introspecção. O principal aspecto do método é mergulhar no campo e observar, segundo a perspectiva de membros integrantes da ação. (PORTO, 2007).
A psicopedagogia institucional vem atuando em instituições escolares, hospitalares e empresariais. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém e prejudicam a boa aprendizagem, ou seja, o desempenho dentro da instituição.
O psicopedagogo deve ser um profissional multidisciplinar, pois, no processo de avaliação e diagnóstico diferentes dados devem ser analisados e para isso o psicopedagogo precisa estabelecer e interpretar informações de várias áreas de estudo.
2.2 o papel do lúdico na educação atual
Não se pode negar que o aspecto afetivo é elemento fundamental na criança. De seu desenvolvimento dependem o crescimento do intelecto (cognitivo) e do próprio corpo (psicomotor). Wallon (1934) considera a criança: 
Como social desde o nascimento e proclama os processos afetivos como anteriores a quaisquer outros tipos de comportamento. Ele enfatiza a profunda vinculação existente entre a afetividade e movimento na base de todas as formas de interação da criança pequena, seja com o mundo físico ou social. Através da emoção, a criança adquire seqüências de ações diferenciadas e instrumentos intelectuais capazes de ir construindo sua diferenciação e compreensão de si mesma e de outros sociais (apud VASCONCELLOS, 1995, p. 40). 
A criança já nasce em um núcleo social, que é a família. O primeiro contato com o seu meio é a troca de afeto e é, a partir deste, que se estabelece uma relação com o mundo que se processa durante toda a sua vida. O conhecimento e a aceitação de si mesmo e do outro nasce do desenvolvimento emocional, afetivo e, conseqüentemente, social. A percepção de si, do outro e do meio ocorre de forma gradativa e desperta nela a curiosidade, a vontade natural de conhecer mais, de aprender. Assim, passa a abrir-se para o segundo aspecto formador da personalidade: o cognitivo. 
A posição piagetiana mudou muito a nossa concepção do desenvolvimento infantil. A criança não está recebendo passivamente as influências do exterior e aprendendo só em virtude dessas influências, mas, pelo contrário, procura ativamente estímulos e produz as situações nas quais aprende. O seu papel na aprendizagem é completamente ativo. (DELVAL, 2002, p. 64). 
Além de ativa, a criança é completamente independente para aprender e apreender conhecimentos. Ela própria busca o saber e lança mão de tudo ao seu alcance para ajudar-se neste objetivo. Desvendar o meio em que ela vive faz parte da elaboração da sua personalidade. Interagir é questão de sobrevivência. O despertar intelectual, tendo sido desencadeado pelo social e afetivo, leva a criança ao terceiro elemento constituinte de sua individualidade, que é o desenvolvimento psicomotor. O brincar é parte essencial do processo de desenvolvimento infantil, cognitivo e afetivo-emocional, não devendo ser visto como uma atividade complementar, supérflua ou até mesmo dispensável. A criança, do nascimento aos seis anos, percorre, em curto período de tempo, aquilo que a humanidade levou milênios para conseguir atingir. Os esquemas lúdicos auxiliam que a criança desenvolva suas estruturas mentais de forma muito simples e rápida.
Brincando, a criança vai construindo os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como a escrita, assim como da capacidade e habilidade em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afeto e confiança no outro. Esse processo tem início desde o nascimento, com o bebê aprendendo a brincar com a própria mãozinha e, mais adiante, com a mãe. Assim como aos poucos vai coordenando, agilizando e dotando seus gestos de intenção e precisão progressivas, vai aprendendo a interagir com os outros, inclusive com seus pares, crescendo emautonomia e sociabilidade (OLIVEIRA, 2002,).
Para a criança, as brincadeiras proporcionam um estado de prazer, o que leva à descontração e, consequentemente, ao surgimento de novas idéias criativas que facilitam a aprendizagem de novos conteúdos e interações conscientes e inconscientes, favorecendo a confiança em si e no grupo em que está inserida. Para Freud, o brincar seria o caminho mais saudável para sublimar as energias libidinais, ao invés de reprimi-las e, posteriormente, incorrer em uma tortura psíquica e posterior neurose. O brinquedo não tem função apenas de dar prazer à criança, mas de libertá-la de frustrações, canalizando suas energias, dando motivo e importância à sua ação, além de explorar todo o seu potencial de criatividade e imaginação, auxiliando a formar um ser humano mais pleno consigo mesmo e com os demais.
Para os cognitivistas, o jogo assume diferentes significados: Wallon(1981) interpreta o jogo como uma forma de transgressão do cotidiano e de normas. Bruner (1976) atribui ao ato lúdico a possibilidade de exploração de problemas. Vygotsky (1988) interpreta a brincadeira como uma situação imaginária mediatizada pela relação que a criança tem com a realidade social. Gardner (1998) entende a brincadeira como a elaboração de roteiros cognitivos manifestos em seqüências simbólicas, quando tratar um objeto como se fosse outro em brincadeiras de faz-de-conta é a forma principal de metarrepresentação. Piaget (1976) busca a equilibração como mecanismo de adaptação da espécie em que a brincadeira gera comportamentos de assimilação e acomodação (PERONDI, 2001, p.141).
O jogo é uma atividade com objetivos claros para o desenvolvimento da criança, que constrói, por meio da interação, a percepção futura de mundo do sujeito. Na educação, o brincar deve ser tão valorizado quanto o cuidado, o amor, o descanso e a nutrição. O brincar em movimento, para a criança, é a representação de seu cotidiano. Por meio dele, expressa sua criatividade, sentimentos e descobertas sobre si mesma, o outro e o meio ambiente. A curiosidade e agitação naturais entre as crianças fazem do movimento um estímulo para o seu crescimento biológico, intelectual e emocional.
Quando o movimento é compreendido na sua real complexidade, torna-se impossível separar o “poder fazer” (dimensão psicomotora), “o saber fazer” (dimensão cognitiva) e o “querer fazer” (dimensão sócio-afetiva). A conjunção de todos esses fatores parece ser conseqüência da orientação teórica de alguns autores (entre eles, Piaget, Wallon e Vygotsky), que entendem a atividade motora como um meio de adaptação, de transformação e de relacionamento da criança com o seu mundo (COLELLO,1995, p.19).
Apesar de o movimento ter valor em si mesmo, a sua maior valia é possibilitar às crianças correção de seus problemas e a facilitação de sua aprendizagem. Para haver um desenvolvimento psicomotor bem-sucedido e posterior inserção em um ambiente alfabetizador estimulante, é necessário que o educando realize a exploração do mundo que o cerca, a resolução de problemas e o sentimento de sucesso em resposta aos vários desafios contidos na sua vida cotidiana.
Segundo Piaget apud DELVAL,
O jogo e, principalmente, o jogo simbólico permite a transformação da realidade por assimilação às necessidades do ego e, deste ponto de vista, desempenha um papel fundamental, porque proporciona à criança um meio de expressão própria e lhe permite, ademais, resolver por meio dele conflitos que se apresentam no mundo dos adultos. (Piaget apud DELVAL, 2002, p. 91).
Para a criança, o jogo é uma atividade livre e, principalmente, um alegre meio de novas aprendizagens, intimamente ligadas à natureza do ser vivo em crescimento. Segundo Vygotsky (1966):
Cada indivíduo aparece como ativo participante de sua própria existência construída na inter-relação com outros sociais. Para ele, a cada estágio do desenvolvimento, a criança adquire a capacidade com a qual ela pode, competentemente, afetar o seu meio social e a si mesma. (apud VASCONCELLOS, 1995, p. 46)
Assim como Wallon, Vygotsky não admite desenvolvimento cognitivo independente do contexto social, histórico e cultural. A aprendizagem se dá por meio de um processo de internalização do conhecimento, mediante a interação sujeito-meio. Cria-se, então, o conceito de Zona do Desenvolvimento Proximal:
É a distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (o desenvolvimento real) e o que é capaz de realizar com ajuda de alguém mais experiente (o desenvolvimento potencial). Dessa forma, o que é Zona de Desenvolvimento Proximal hoje vira Nível de Desenvolvimento Real amanhã (REGO apud PELLEGRINI, 2001, p. 25).
O Nível de Desenvolvimento Real refere-se às funções que já amadureceram no indivíduo, permitindo-lhe a realização de tarefas de forma independente, levando em consideração o que já está pronto e determinando o que pode ser feito. Já o Nível de Desenvolvimento Potencial diz respeito às funções que ainda estão amadurecendo, determinando que a realização de uma tarefa depende do auxílio de outra pessoa, levando em consideração o que está em processo de formação, que pode concluir através da ajuda oferecida: aquilo que uma criança é capaz de fazer com a ajuda de alguém hoje ela conseguirá fazer sozinha amanhã. É como se o processo de desenvolvimento progredisse mais lentamente que o processo de aprendizado; o aprendizado desperta processos de desenvolvimento que, aos poucos, vão tornar-se parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo.
Vygotsky discute o papel do brinquedo na vida da criança porque, através do ato de brincar, cria-se uma situação de transição entre a ação da criança com objetos concretos e suas ações com significados. Brincar faz parte do aprendizado, tão importante para Vygotsky, pois, segundo ele, é essencial para o desenvolvimento humano e se dá, sobretudo, pela interação social.
No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 132).
Por meio dele, criam-se e confirmam-se comportamentos culturais e sociais. O jogo permite a expressão ludocriativa, podendo abrir novas perspectivas do uso dos códigos simbólicos. Mas, para que estas idéias se consolidem, é importantíssimo compreender os diferentes estágios de desenvolvimento mental infantil e adequar os brinquedos às potencialidades das crianças e, sobretudo, buscar diversificá-los com o objetivo de explorar novas inteligências e áreas ainda não desenvolvidas. 
Os jogos podem ser divididos em várias categorias; uma delas seria a de exercício ou funcionais, quando bebês (período sensório-motor), tendo como intenção atingir um objetivo. Após consegui-lo, segue realizando a atividade pelo prazer que esta lhe proporciona. Para a etapa pré-operatória, por volta dos dois anos, inicia-se o jogo simbólico ou ficcionais, em que a criança passa a assumir papéis e usar símbolos, dando outra função aos objetos em sua volta. Logo em seguida, ou mesmo simultaneamente, aparecem os jogos receptivos, em que o adulto interage e estimula a criança, por meio da fala, a perceber as diferenças existentes entre o pensar e o agir. Por volta do terceiro ou quarto ano de vida, devem-se explorar os jogos construtivos, que favorecem explorar intensamente a sensibilidade e as linguagens naturalistas da criança. A partir dos quatro anos, alcançando o seu auge em torno dos seis anos, evidencia-se o jogo de regras, que geralmente coincide com o estágio operatório-concretoe vai até o início da adolescência. É atividade puramente social, desempenhando importante papel nas suas relações interpessoais. 
Os jogos não devem ser classificados pela faixa etária da criança, mas sim pelo que eles objetivam desenvolver, devendo-se observar o contexto em que serão desenvolvidos e como estarão integrados e interligados no restante dos conteúdos, pois não adianta trabalhar uma única vez com um determinado jogo, visando a desenvolver uma determinada habilidade na criança, já que isto não acontecerá se este aspecto não for continuamente explorado em outras atividades. 
2.3 A ludicidade nas intervenções psicopedagógicas
O lúdico é um recurso psicopedagógico fundamental para favorecer a aprendizagem em níveis mais complexos, provocando o pensamento reflexivo necessário às abstrações e operações cognitivas. Conforme Rolim, Guerra e Tassigny (2009, p. 180):
A relação entre o desenvolvimento, o brincar e a mediação são primordiais para a construção de novas aprendizagens. Existe uma estreita vinculação entre as atividades lúdicas e as funções psíquicas superiores, assim pode-se afirmar a sua relevância sócio-cognitiva para a educação infantil. As atividades lúdicas podem ser o melhor caminho de interação entre os adultos e as crianças e entre as crianças entre si para gerar novas formas de desenvolvimento e de reconstrução de conhecimento. (ROLIM, GUERRA, TASSIGNY, 2009, p. 180).
O profissional que trabalha com crianças sabe que é indispensável haver um espaço e tempo para a criança brincar e assim melhor se comunicar, se revelar. No trabalho psicopedagógico, chega-se às mesmas conclusões, quer seja no diagnóstico, quer no tratamento. Empregamos a palavra lúdico ao longo do texto no sentido do processo “jogar”, “brincar”, “representar” e “dramatizar” como condutas semelhantes na vida infantil (WEISS, 2012, p. 75). 
A visão de Winnicott possibilita uma compreensão mais integradora do brincar da aprendizagem. Ele resume seu pensamento da seguinte forma: 
É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu [self]. (WEISS, 2012 apud WINNICOTT, 1975, p. 80).
No brincar, a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo (Ibid. p.75).
Essa área intermediária de experiência, incontestada quanto a pertencer à realidade interna ou externa (compartilhada), constitui a parte maior da experiência do bebê e, através da vida, é conservada na experimentação intensa que diz respeito às artes, à religião, ao viver imaginativo e ao trabalho científico criador (WEISS, 2012 apud WINNICOTT, 1975, p.30).
Weiss (2012) aponta que nesse espaço transicional – criança-outro, indivíduo-meio – dá-se a aprendizagem. Por essa razão, o processo lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico. No diagnóstico, por exemplo, o uso de situações lúdicas é mais uma possibilidade de se compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivos-sociais em suas interferências mútuas, no modelo de aprendizagem do paciente. A autora declara:
Com crianças de até aproximadamente sete anos, costumo conduzir todo o diagnóstico de forma lúdica. Às vezes, quando considero importante, faço intervenções para facilitar a comunicação, ressaltar um ponto básico ou aproveitar um momento que pode ser esclarecedor. Pode ocorrer também de incluir uma avaliação mais diretiva e formalizada em momentos em que isso me parece oportuno. Com crianças até 10-11 anos utilizo o jogo de modo muito flexível. Proporciono espaços lúdicos nas diferentes sessões, alternando com situações formalizadas de testagem e de avaliação pedagógica. Essa alternância dependerá de cada caso em particular. É possível realizar também uma sessão inteiramente lúdica quando percebo que é o mais adequado naquele momento para o paciente. Os adolescentes apreciam o uso de jogos de regras, em que possam brincar e, ao mesmo tempo, “medir forças” com o terapeuta. Seleciono jogos que exijam bastante raciocínio, atenção, antecipação de situações e diferentes estratégias, usando-os no início ou na parte final da sessão. Com facilidade eles revelam aspectos que não aparecem nas situações mais formais do diagnóstico não só na área cognitiva, como na afetiva-social (WEISS, 2012, p. 76).
Quando é aberto o espaço para brincar durante o diagnóstico, está se possibilitando um movimento na direção da saúde, da cura, rompendo-se a fronteira entre o diagnóstico e o tratamento, já que o próprio diagnóstico passa a ter um caráter terapêutico. Na sessão lúdica diagnóstica há limites mais definidos, podendo ser realizadas intervenções provocadoras e limitadoras para se observar a reação da criança: se aceita ou não as propostas, se revela como quer ou pode brincar naquela situação, como resiste às frustações, como elabora desafios e mudanças propostas na situação etc.
Weiss (2012, p.158) ainda discorre com exemplos práticos que podem ser desenvolvidos em uma sessão diagnóstica ou terapêutica. São eles:
Jogos de vitória ao acaso, com uso de dados e um ou mais tipos de roleta, como por exemplo, os jogos com pistas a percorrer com obstáculos. O ganhar e o perder são aleatórios, não dependendo da eficiência dos jogadores. São úteis no diagnóstico ou no início do tratamento, quando alguns pacientes não aguentam perder, tendo feito esforço, raciocinado etc.
Jogos espaciais com estratégia para se chegar à vitória: Damas, Trilha, Gamão, Xadrez, Velha, Contra-Ataque, Lig-4, Einstein, Labirinto, Senha, dentre outros. É preciso planejar jogadas, fazer antecipações da própria jogada e da do adversário. São jogos preferidos pelos adolescentes e de grande valor no diagnóstico.
Jogos cujo principal objetivo é o conteúdo escolar como a formação de palavras, leitura e cálculos matemáticos: Palavras Cruzadas, Risk, Caça- Letras, Loto de Aritmética, Box 48, Soletrando e outros.
Jogos que exigem basicamente o uso da percepção: Memória, Lince, Vísporas de diferentes tipos.
Jogos de cartas: os baralhos comuns se prestam a inúmeros jogos com maior ou menor complexidade. Baralhos com figuras tipo Quartetos, Mico-Preto, Uno, Cancan e outros.
Jogos de computador: podem ter características dos jogos citados anteriormente, ou podem ser novos, criados com a especificidade da informática, como os jogos lógicos com o apoio da imagem e da simulação.
Os materiais de uso – hidrocor, tinta, lápis, borracha, tesoura, jogos, brinquedos – devem ser oferecidos em suas versões mais simples e usuais, evitando-se modelos muito diferentes e rebuscadas que desviem a atenção do paciente da função a ser exercida pelo material, concentrando-a na sua aparência.
Quando se pensa em jogos no tratamento psicopedagógico, a nossa memória nos remete ao nome de Jorge Visca. Em seu livro editado em 2012 “Introdução aos Jogos Lógicos no Tratamento Psicopedagógico”, Visca, de acordo com a Epistemologia Convergente, afirma que toda aprendizagem exige a solução de um conflito cognitivo-afetivo:
...para o qual tais aspectos podem estar adequadamente desenvolvidos ou não, como também pode ocorrer que a relação entre ambas as dimensões encontre-se predominantemente alterada. Estas dimensões, por sua vez, constituem partes de um sistema que admite certos graus de alojamento das mesmas, sem que o equilíbrio da estrutura total seja destruído. Porém, quando esse desequilíbrio existe, há uma perturbação da aprendizagem. (VISCA, 2012, p.9).
O autor ainda afirma que os jogos colocam em exercício as funções cognitivas e afetivas, além de desenvolver conteúdos sociais. O desenvolvimento da humanidade é acompanhada pelos jogos através de sua evolução, muitos ainda estão quase que inalterados em seus princípios e aspectos essenciais, desde a sua origem até os dias de hoje. As operações exigidas nos jogos não são diferentes das exigidas na vida cotidiana, assim como, das que se estimulam nos tratamentos psicopedagógicos. Por essemotivo é que os jogos são tão úteis para o desenvolvimento e a recuperação, além de possuírem o atrativo do lúdico. 
Cada jogo possui e exercita os aspectos cognitivo, afetivo e social, podendo classificá-los em jogos lógicos, que desenvolvem o raciocínio; jogos afetivos, que estimulam as emoções; e jogos sociais, que facilitam a aquisição de conhecimentos, atitudes e destrezas próprias de um determinado meio.
É comum, em cada uma dessas três classificações, existir uma “família de jogos”, onde cada membro apresenta um grau ou nível de complexidade crescente.
Um jogo mais simples pode preparar para outro mais complexo, facilitando a construção de esquemas.
É necessário ter clareza de que cada jogo contém um conjunto de operações lógicas, as quais podem ser hierarquizadas pela frequência de seu uso ou de sua complexidade e que, inevitavelmente, terão que ser postas em funcionamento por quem deseja realizar um determinado jogo. 
No tratamento psicopedagógico, é necessário que o profissional conheça com profundidade as operações que subentendem as diferentes condutas requeridas por um determinado passatempo, pois essas podem ser sutilmente provocadas – e não impostas – em benefício do sujeito (VISCA, 2012, p.10).
Diferentes jogos exigem as mesmas operações, o que permite conhecendo-se as características de personalidade de quem necessita ser estimulado, realizar uma escolha oportuna em consonância com seus gostos e interesses.
É importante e necessário um adequado conhecimento, de tal forma que nos momentos em que se pratique o uso de jogos, o psicopedagogo possa “ler” com profundidade o que está ocorrendo, como também dispor de estratégias que possibilitem mobilizar adequadamente o indivíduo aprendente. 
Visca (2012, p.13) argumenta que:
A utilização de jogos lógicos nos tratamentos psicopedagógicos requer a consideração de, pelo menos, dois aspectos fundamentais, que devem ser levados em conta para sua adequada aplicação: o nível cognitivo do paciente e o conhecimento que o mesmo tem do jogo. A sua vez, para cada um de ambos os aspectos abre-se uma série de questões secundárias que são imprescindíveis para poder estabelecer uma adequada dinâmica de interação. (VISCA, 2012, p.13).
A ludicidade se assemelha as bases da aprendizagem por fornecer ao indivíduo, que cada vez mais é capaz de executar tarefas mais complexas, a aquisição de novos conhecimentos em associado com a satisfação que as brincadeiras são capazes de proporcionar.
3 Conclusão
Após concluir esse artigo constatou-se que muitos recursos podem ser utilizados durante o processo de avaliação psicopedagógica, desde entrevistas com a família até a verificação do material escolar. Contudo, o material mais apropriado para detectar os bloqueios e estimular a melhor forma de aprendizado é sem dúvida o jogo e as brincadeiras.
A maneira como uma criança brinca reflete sua forma de pensar e sentir, nos mostrando como está se organizando frente à realidade, construindo a sua história de vida, conseguindo interagir com as pessoas e situações de modo original, significativo e prazeroso, ou não. A ação da criança reflete enfim sua estruturação mental - o nível de seu desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional. 
A partir das avaliações, que são realizadas também com o auxilio do histórico familiar e escolar, o psicopedagogo oportuniza ações específicas aos alunos que apresentam indícios de comportamento patológico, como também orienta o professor a desenvolver atividades coletivas que colaborem na construção dos sujeitos em desenvolvimento. 
A ludicidade como elemento capaz de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem torna-se relevante, pois discute o que tange as formas de aprender e de ensinar, mas aprender com sentido de vivenciar, de construir, de interagir com o objeto a ser aprendido. Sendo assim, percebe-se que a metodologia do professor é essencial para impulsionar a aprendizagem de maneira significativa. Cabe ao educador buscar, criar recursos didáticos para dinamizar as aulas e motivar os alunos. Por isso é indiscutível necessidade das atividades pedagógicas envolverem a ludicidade; estas necessitam está presentes na educação escolar, articulando diferentes espaços e oportunidades para que a criança possa construir seus conhecimentos de uma maneira alegre, prazerosa e criativa. Pesquisadores sobre ludicidade asseguram que o ser humano só se torna, verdadeiramente humano, quando brinca.
Durante as atividades lúdicas incluídas na avaliação psicopedagógica, o aprendiz brinca, joga e se diverte. Se de um lado as atividades lúdicas facilitam o diagnóstico psicopedagógico, por outro também contribuem para o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da socialização, da auto-estimar, preparando o indivíduo para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor.
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� Graduação em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES). Especialização em Psicopedagogia Institucional, pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal/SP. E-mail do autor lucianareis_@hotmail.com Orientadora: Luciane Mialich Scadelai.

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