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IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE. Faculdade Estácio São Luís – Curso de Enfermagem Disciplina: SAE em Transplantes DOADOR CADÁVER OU FALECIDO Doador com morte encefálica A morte encefálica é definida como a parada total e irreversível da atividade do tronco e hemisférios cerebrais, respeitando-se a resolução nº 1.480/97 do Conselho Federal de Medicina, sendo necessários dois exames clínico neurológicos e um exame gráfico complementar Tipos de Doadores Doador com coração parado recente ou doador sem batimentos cardíacos Doador com parada cardíaca recente, no qual é possível a retirada de órgãos, em especial os rins Doador em coração parado tardio Trata-se de um cadáver com parada cardíaca não recente (até 6 horas) que pode ser doador apenas de tecidos Doador vivo Refere-se ao indivíduo saudável disposto a doar órgão ou tecido. É o primeiro passo de todo o processo de doação e transplante e provavelmente aquele que traz maior impacto no número final de doadores de órgãos, uma vez que o baixo número de notificações é a principal causa da limitada taxa de doadores e de transplantes no nosso país Para a identificação desses potenciais doadores, é fundamental a participação do Coordenador Intra- hospitalar de Transplantes e/ou do Coordenador de OPO. O registro de mortes encefálicas é o instrumento mais importante para avaliar a taxa existente de potenciais doadores Os dados do registro devem ser coletados prospectivamente, mas controlados retrospectivamente, para adquirir maior confiabilidade A adequada avaliação clínica e laboratorial do potencial doador de órgãos e tecidos é fundamental para a obtenção de um enxerto de qualidade, assim como seja evitada a transmissão de enfermidades infecciosas ou neoplásicas. Contraindicações absolutas para doação: • tumores malignos, com exceção dos carcinomas basocelulares da pele, carcinoma in situ do colo uterino e tumores primitivos do sistema nervoso central • sorologia positiva para HIV ou para HTLV I e II • sepse ativa e não controlada • tuberculose em atividade MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES OBJETIVO • Principal objetivo é a Estabilidade Hemodinâmica, garantindo a perfusão e oxigenação, bem como a diurese • Prevenir infecções • ME: Desregulação Autonômica Disfunção do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário • Principais complicações: hipotensão, diabetes insípido, hiperglicemia, hipotermia, hipernatremia e hipocalemia Recomenda-se o monitoramento • Cardíaco contínuo • Da saturação de oxigênio • Da pressão arterial • Da pressão venosa central • Do equilíbrio hidroeletrolítico • Do equilíbrio ácido-base • Do débito urinário • Da temperatura corporal Devem ser tomadas as seguintes medidas para controle das anormalidades, quando necessário: • Reposição de volume; • Infusão de drogas vasoativas; • Adequada oxigenação; • Manutenção do equílibrio ácido-base; • Manter temperatura acima de 35ºC; • Prevenir e/ou tratar infecções. MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES INSTABILIDADE HEMODINÂMICA • Hipotensão (PAM < 60 mmHg): sua causa mais comum é a hipovolemia • Ressucitação volêmica: manter PVC 8-12 mmHg PAM > 70 mmHg FC 60-120 bpm • Cristalóides, colóides ou hemoderivados • Considerar transfusão se Hb < 10 g/dL • Vasopressores: Dopamina • Em caso de Hipertensão: Nitroprussiato MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS • Diabetes Insípido: redução do ADH, poliúria, desidratação, hiperNa e hipoK. – Vasopressina – DDAVP • Hiperglicemia: leva à diurese osmótica e cetoacidose. – Insulina regular • Outros: T3 e Metilprednisolona MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES HIPOTERMIA • Falta de regulação hipotalâmica • Piora da instabilidade hemodinâmica e coagulopatia • Manejo: • Foco de luz próximo do tórax e abdome •Infusões de soro e ventilação aquecidos •Cobertores e colchões térmicos MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES COAGULOPATIA • Tromboplastina e plasminogênio cerebral • Hipotermia e politransfusão • Coagulopatia dilucional • Elevação do Tempo de Protrombina: corrigir com Plasma Fresco Congelado MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS • Hipernatremia: resulta da desidratação, uso de soluções de Na ou perda de água (diuréticos e diabetes insípido) – Infundir soluções hipotônicas (ringer lactato) • Hipocalemia: uso de diuréticos, poliúria e alcalose. • Redução sérica de Mg, Ca e PO3 MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES METAS DA MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR PAS > 100 mmHg PaO2 > 100 mmHg Hemoglobina > 10 g/dL Diurese > 1ml/kg/h Glicemia 140 – 200 mg/dL Na < 150 mEq/L MANUTENÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES OUTROS CUIDADOS: • Volume inpiratório 10 ml/kg • PEEP 5 cmH2O • Gasometria arterial periódica • Antibióticos (profilático ou terapêutico) • Suspender: anticonvulsivantes, analgésicos, antitérmicos e diuréticos osmóticos. • Proteção ocular com gaze umedecida ASPECTOS TÉCNICOS DA CIRURGIA DO DOADOR HORÁRIO DA RETIRADA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS • As informações sobre quais órgão serão retirados pela equipe são de responsabilidade da OPO ou CNCDO • A pontualidade no horário de chegada das equipes e do horário da cirurgia do doador é imprescindível ASPECTOS TÉCNICOS DA CIRURGIA DO DOADOR Na chegada ao local a equipe captadore deverá checar: • Provas documentais de morte encefálica: duas provas clínicas e uma complementar. • Termo de doação assinado pela família • Tipo sanguíneo • Parâmetros clínicos e exames mínimos ASPECTOS TÉCNICOS DA CIRURGIA DO DOADOR SEQUÊNCIA DE ATUAÇÃO DAS EQUIPES • Sequência de retirada dos múltiplos órgãos: 1. Coração e pulmão 2. Fígado 3. Pâncreas 4. Intestino delgado 5. Rins 6. Enxerto vasculares 7. Córnea, pele e outro tecidos FALTA DE NOTIFICAÇÃO A taxa estimada de potenciais doadores pode ser expressa: • Por população de determinada área: 50 – 60 por milhão de população por ano (pop/a) • Por diferentes índices hospitalares: > porcentagem entre as mortes no hospital: 1 – 4%; > porcentagem entre as mortes em UTI: 10 – 15%. Os motivos para a não notificação de potenciais doadores são: • Desconhecimento do conceito de morte encefálica • Falta de credibilidade dos benefícios reais da doação e transplantes • Dificuldades logísticas para a manutenção do potencial doador e realização do diagnóstico de morte encefálica RECUSA FAMILIAR Razões para a negativa à doação, sendo as principais abaixo listadas: • Dúvidas com relação ao diagnóstico de morte encefálica • O desconhecimento da vontade prévia do potencial doador • O conhecimento de que o potencial doador era contra a doação • Causas religiosas RECUSA FAMILIAR • Desconhecimento familiar do sistema de alocação • Entrevista inadequada • Dificuldades com a equipe hospitalar que assistiu o doente. PARADA CARDÍACA Entre 10 e 20% dos potenciais doadores não ocorre efetivação por apresentarem parada cardíaca irreversível durante o processo doação-transplante CONTRAINDICAÇÃO MÉDICA A contraindicação médica é responsável por 15 a 30% da não efetivação de potenciais doadores. As causas mais importantes de contraindicaçãomédica são septicemia com insuficiência de múltiplos órgãos, tumores e sorologia positiva para HIV e HTLV 1 e 2 PROBLEMAS LOGÍSTICOS Os problemas logísticos são responsáveis por 5 a 10% • Falta de leitos em UTIs; • Laboratórios sem condições para realizar as sorologias necessárias; • Falta de equipamentos para o diagnóstico de morte encefálica; • Impossibilidade de transporte do potencial doador.
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